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ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE Aula 01 Economia e saúde ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 1 Índice ............................................................................................................................................... 0 Aula 1: Economia e saúde ..................................................................................................... 2 Introdução .......................................................................................................................... 2 Conteúdo ............................................................................................................................ 3 O contexto: economia e saúde ....................................................................................... 3 O contexto: economia e saúde ....................................................................................... 4 Sociedade e Estado ........................................................................................................... 5 Funções do Estado ............................................................................................................ 5 Governo ............................................................................................................................... 6 Políticas públicas ................................................................................................................ 7 As ciências econômicas ................................................................................................... 8 Elementos de um sistema econômico ........................................................................ 10 A Economia aplicada ao setor da saúde ..................................................................... 12 Custo de oportunidade ................................................................................................... 14 A curva de possibilidades de produção ....................................................................... 15 Crescimento econômico ............................................................................................... 17 Como funciona a economia? ........................................................................................ 18 Economias de mercado.................................................................................................. 19 Economias centralmente planificadas......................................................................... 21 Economia mista ............................................................................................................... 21 Atividade proposta 01 ..................................................................................................... 22 Atividade proposta 02 ..................................................................................................... 22 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 24 Chaves de resposta .............................................................................................................. 29 ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 2 Economia e Finanças em Saúde Apostila Aula 1: Economia e saúde Introdução Quando falamos de economia e finanças estamos falando de duas disciplinas estreitamente relacionadas, uma vez que a administração financeira se insere, tanto do ponto de vista conceitual quanto do ponto de vista da sua aplicação, no campo econômico, podendo ser vista como uma forma de Economia Aplicada. Mas não apenas isso, a administração financeira se utiliza dos dados fornecidos pela contabilidade empresarial, pois esta é responsável pelo sistemático registro e organização das informações financeiras das organizações na forma de orçamentos. A forte ligação entre essas três áreas de conhecimento justifica articulá-las em uma disciplina que visa instrumentalizar o profissional da saúde para o desempenho das funções de Administrador. O Profissional da Saúde, responsável pela promoção da saúde humana e pelo tratamento de doenças, através da aplicação dos princípios definidos pela ciência, deve buscar em outras áreas de conhecimento instrumentos que o auxiliem na compreensão global dos fenômenos que condicionam a vida saudável. Assim, a sociologia, a antropologia e a psicologia, por exemplo, fornecem um quadro conceitual que permite entender as forças que moldam os hábitos dos indivíduos e a própria sociedade. Objetivo: 1. Contextualizar as relações entre a economia e o setor da saúde; 2. Analisar as questões fundamentais da economia. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 3 Conteúdo O contexto: economia e saúde A produção e o acesso aos bens necessários à vida são aspectos importantes a serem compreendidos para dar efetividade às prescrições que permitem a cura e a manutenção de uma vida saudável, no contexto das organizações voltadas para a prática dos profissionais da saúde, sejam médicos, enfermeiros, auxiliares ou envolvidos com a administração das unidades de atendimento médico. Como resultado, a compreensão do funcionamento das unidades de atendimento ao indivíduo, sejam postos de atendimento, clínicas ou hospitais, e o que o condiciona do ponto de vista político, social e econômico é a função essencial do Administrador da Saúde. Para atingir os objetivos inerentes à sua função, o Administrador da Saúde deve dispor de um conjunto de conhecimentos que lhe permita articular as diversas dimensões que se conjugam em toda organização humana e, é claro, a organização voltada para o atendimento das necessidades da saúde humanas. Devemos compreender, então, as duas esferas da existência humana fundadoras do atendimento a essas necessidades: a Sociedade e o Estado na sua interação com a Economia. A Economia é a ciência social que trata exatamente da produção e da distribuição dos bens na Sociedade, podendo auxiliar o Profissional da Saúde a compreender os condicionantes das escolhas sociais e individuais e a natureza dos desequilíbrios na distribuição da renda e, por extensão, do acesso aos bens e serviços que atendem às suas necessidades de prevenção e tratamento de doenças. Examinemos, agora, o contexto das atividades econômicas, a partir de uma breve conceituação da Sociedade e do Estado. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 4 O contexto: economia e saúde A produção e o acesso aos bens necessários à vida são aspectos importantes a serem compreendidos para dar efetividade às prescrições que permitem a cura e a manutenção de uma vida saudável, no contexto das organizações voltadas para a prática dos profissionais da saúde, sejam médicos, enfermeiros, auxiliares ou envolvidos com a administração das unidades de atendimento médico. Como resultado, a compreensão do funcionamento das unidades de atendimento ao indivíduo, sejam postos de atendimento, clínicas ou hospitais, e o que o condiciona do ponto de vista político, social e econômico é a função essencial do Administrador da Saúde. Para atingir os objetivos inerentes à sua função, o Administrador da Saúde deve dispor de um conjunto de conhecimentos que lhe permita articular as diversas dimensões que se conjugam em toda organização humana e, é claro, a organização voltada para o atendimento das necessidades da saúde humanas. Devemos compreender, então, as duas esferas da existência humana fundadoras do atendimento a essas necessidades: a Sociedade e o Estado na sua interação com a Economia. A Economia é a ciência social que trata exatamente da produção e da distribuição dos bens na Sociedade, podendo auxiliaro Profissional da Saúde a compreender os condicionantes das escolhas sociais e individuais e a natureza dos desequilíbrios na distribuição da renda e, por extensão, do acesso aos bens e serviços que atendem às suas necessidades de prevenção e tratamento de doenças. Examinemos, agora, o contexto das atividades econômicas, a partir de uma breve conceituação da Sociedade e do Estado. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 5 Sociedade e Estado Podemos definir o Estado como a nação politicamente organizada, constituindo- se em um organismo político-administrativo cuja existência se justifica a partir de três elementos essenciais: Povo; Território; Poder político. Ao examinarmos as concepções podemos notar que a relação entre Estado e Sociedade consiste na questão central de uma discussão bastante atual: qual o papel e o grau de intervenção do Estado na sociedade civil? (LIMA, 1937). Funções do Estado Essas funções incluem uma ampla gama de atividades e dizem respeito a diversos aspectos da proteção ao indivíduo e à sociedade, como, por exemplo, a segurança das fronteiras, os direitos do consumidor, o policiamento, entre outros. Para atingir os objetivos de desenvolvimento nacional, poderíamos acrescentar, de acordo com Stiglitz apud Matias-Pereira (2010): Promover a educação; Fomentar a tecnologia; Oferecer suporte ao setor financeiro; Investir em infraestrutura; Promover a concorrência; Promover o desenvolvimento sustentável; Manter uma rede de seguridade social. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 6 Manter uma rede de seguridade social é a função que interessa diretamente ao Profissional da Saúde, pois uma boa parte do atendimento à população é feito através de instituições públicas, conforme determina o Artigo 194 da Constituição do Brasil. Esse artigo define a seguridade social como: “Um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Em especial, a saúde é segmento autônomo da Seguridade Social e se diz que ela tem a finalidade mais ampla de todos os ramos protetivos porque não possui restrição de beneficiários e o seu acesso também não exige contribuição dos beneficiários” (TORRES, 2012). Algumas dessas funções eventualmente são cumpridas por empresas privadas. Depende, na verdade, das características de cada país a distribuição das atividades entre os setores público e privado. Isso nos traz uma função de crescente importância para o Estado contemporâneo: a sua função reguladora, estabelecendo os parâmetros de atuação da iniciativa privada. Governo O exercício do poder ou da autoridade do Estado constitui-se o Governo. A distinção entre Políticas de Estado e Políticas de Governo é importante para entendermos o caráter das ações governamentais quanto à vontade do governante e sua obrigação como chefe de Estado. Políticas de Estado São aquelas definidas por leis que estabelecem premissas e objetivos do Estado, possuindo por isso um sentido de permanência e estabilidade resultante ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 7 de um diálogo da sociedade através das instituições políticas nacionais, em dado momento histórico. Assim, por exemplo, a Constituição de 1988 estabeleceu uma série de princípios de defesa do cidadão e da cidadania que se tornaram a própria doutrina do Estado brasileiro. Políticas de Governo Por seu turno, correspondem às orientações e ações concretas do governante no cumprimento do seu programa de governo, submetendo-se, naturalmente, às Políticas de Estado. Atenção A Constituição Federal brasileira separa claramente as funções de Estado e as funções de governo, quando, por exemplo, estabelece como obrigação do Estado brasileiro a promoção da saúde e da educação, tornando mandatório aos Governos orientarem suas ações para o atendimento dessas áreas. Políticas públicas As políticas públicas correspondem àquelas ações “estabelecidas no espaço governamental, conjugando os objetivos e princípios das políticas de Estado (...) com as metas e orientações de políticas governamentais” (MATIAS- PEREIRA, 2010, p. 89). Buscam estabelecer diretrizes, através de metas, programas, princípios e objetivos, estabelecidos politicamente, que orientem, articulem e coordenem a atuação dos agentes públicos e privados e a correspondente alocação dos recursos. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 8 Essas considerações introdutórias abordam o contexto institucional em que se dará a atuação do Profissional de Saúde, a serem consideradas para a atuação do Administrador: O conhecimento das políticas públicas que afetam diretamente o setor da saúde; As condicionantes ao desempenho das unidades de atendimento ao público. Ao longo desta apostila vamos entender como se estabelecem as relações entre esses dois campos de conhecimento – a Economia e a Administração da Saúde. As ciências econômicas Estudar a forma específica de organização da sociedade para a produção e para o atendimento de toda a gama de necessidades humanas, consubstanciada em um sistema que coordena as atividades produtivas, é o objeto central da Economia. Esse objeto se define no problema da escassez: Como atender às necessidades humanas ilimitadas com uma quantidade limitada de recursos? Atenção Podemos definir a Economia como “uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas da melhor maneira possível” (BRAGA; VASCONCELLOS, 2011). ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 9 Surgem daí as três questões econômicas fundamentais: o que e quanto produzir, como produzir e para quem produzir (BRAGA; VASCONCELLOS, 2011, p. 4-5). O que e quanto produzir? Referem-se às escolhas a serem feitas pela sociedade, considerando a escassez dos recursos de produção, sobre os bens e as quantidades a serem produzidos. A forma como essas escolhas são feitas dependem da organização do sistema econômico. Como produzir? Implica na definição de como os recursos de produção serão combinados para a produção do que se escolhe, de acordo com os tipos de tecnologias de produção disponíveis. Para quem produzir? Diz respeito à questão mais aparente da economia: de que forma se dará a distribuição do produto pelos membros da sociedade. Essa questão não se refere apenas aos níveis de salários, das rendas, dos juros e dos lucros, quer dizer, à distribuição da renda que permitiria o acesso aos bens e serviços oferecidos, mas diz respeito à própria repartição inicial da propriedade e de sua transmissão por herança. A produção econômica é o resultado da combinação de recursos naturais, equipamentos e trabalho humano que, por serem necessários à produção, recebem o nome de fatores de produção (SILVA; SINCLAYR, 2010). ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 10 Recursos naturais : Elementos da natureza usados na produção de bens - a terra, os minerais, os animais etc. Trabalho: A atividade humana física ou mental dispendida na produção. Capital: Equipamentos, máquinas e ferramentas que aumentam a eficiência do trabalho. Bens : Correspondem ao resultado da produção que atende às necessidades humanas. Podemser materiais ou tangíveis (alimentos, vestimentas, transportes etc.) ou imateriais, nesse caso designados como serviços prestados (aula, hospedagem, consultas profissionais etc.) As decisões estudadas pela economia envolvem a alocação desses fatores e o seu uso pelos agentes econômicos, que são pessoas ou organizações que desempenham os diferentes papéis na economia. Por exemplo, os consumidores, que somos todos nós, tomam decisões sobre o que consumir e quanto. Ao mesmo tempo algumas dessas pessoas tomam decisões sobre a organização da produção, são os empresários, enquanto outras vendem sua força de trabalho, os trabalhadores. Elementos de um sistema econômico Seguem-se algumas definições visando sistematizar alguns conceitos importantes. Capital É definido como o conjunto de ativos, máquinas, equipamentos, instalações, instrumentos e estoques de insumos (KRUGMAN; WELLS; OLNEY, 2010, p. 430), sendo entendido, nesse sentido, como um meio de produção. Os ativos ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 11 financeiros, em um sentido mais amplo da definição, também são entendidos como capital. Na sua forma física é chamado de capital tangível, mas quando se apresenta como um título, um documento de propriedade, uma patente ou equivalente, é chamado de capital intangível (BOTTOMORE, 1993, p. 299). Propriedade privada O termo capitalismo define uma economia onde o capital é uma propriedade privada do capitalista e, através dessa propriedade, o capitalista se apropria de parte da renda gerada nas atividades econômicas. Divisão do trabalho Definida em duas esferas. A divisão social do trabalho constituindo-se no conjunto de atividades de uma sociedade onde parcelas da população dedicam-se a atividades específicas, como agricultura, artesanato, serviços e assim por diante. A divisão de trabalho na produção diz respeito à decomposição dos processos de produção em seus elementos constitutivos, buscando sua maior eficiência. Equilíbrio Os mercados tendem a estabilizar-se em situações de equilíbrio, isto é, em situações em que nenhum dos participantes melhoraria sua situação se fizesse algo diferente. A imagem que bem explica é a das filas em um supermercado: cada cliente que se aproxima do caixa escolhe a menor fila, de tal forma que teremos sempre filas mais ou menos iguais. A condição de equilíbrio se daria quando todas as filas tivessem o mesmo tamanho. Os mercados concorrenciais, como veremos, caminham nessa direção. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 12 Eficiência Exatamente por caminharem em direção a situações de equilíbrio os mercados tendem a usar os recursos de forma mais eficiente, pois os recursos sempre serão empregados onde eles podem obter maiores retornos, como quando procuramos a fila menor (KRUGMAN; WELLS; OLNEY, 2010, p. 11-13). Eficiência, equidade e objetivos sociais Nem sempre, no entanto, os mercados por si alcançam a melhor distribuição do produto (ou da renda), nem os objetivos que a sociedade pretende alcançar. Continuando com a imagem das filas no supermercado, teríamos situações em que pessoas com um ou dois itens estariam na mesma fila que pessoas com seus carrinhos cheios. Nesse caso uma medida não econômica seria necessária para manter uma equidade, no caso o tempo de espera na fila, entre os clientes, que poderia ser a criação de um caixa para clientes com poucos itens (como é na prática). Nas economias nacionais é o Estado que desempenha esse papel, corrigindo distorções ou dirigindo a economia na direção pretendida pela sociedade. A Economia aplicada ao setor da saúde No contexto da organização social para a produção de bens e das escolhas do consumidor, cabe discutirmos o papel desempenhado por este campo de conhecimento, pois nos interessa aqui entender as inter-relações entre as necessidades de saúde humanas, conforme definidas pela disciplina, e as possibilidades de seu atendimento. É nesse ponto que os caminhos das duas disciplinas se cruzam. O Profissional da Saúde deve compreender os condicionantes básicos das escolhas que são socialmente feitas para a produção e a distribuição dos bens, no caso medicamentos e serviços de saúde. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 13 Ao mesmo tempo, para ser efetivo nas suas prescrições e na organização do atendimento, deve compreender como as escolhas individuais são feitas de uma perspectiva econômica, combinada com outras influências de natureza psicológica, social e cultural, as quais, aqui, apenas transversalmente serão abordadas. Ao longo desta apostila vamos estudar as questões decorrentes desse enfoque agrupadas nas seguintes unidades: Aspectos econômicos. Aspectos administrativos. Aspectos econômicos, que emergem diretamente da teoria econômica, isto é, do estudo de como os agentes econômicos combinam os recursos escassos para a satisfação de suas necessidades. As análises serão feitas sob duas perspectivas, correspondentes aos dois principais ramos da Economia: Da perspectiva dos indivíduos e das firmas, ramo da economia chamado de microeconomia, cujo foco é a ação administrativa das organizações de saúde e o comportamento do consumidor (aulas 2 a 4); Dos agregados econômicos e de seus efeitos sobre a sociedade, ramo chamado de macroeconomia, onde o foco é a atuação governamental (aulas 2 a 4). Aspectos Administrativos, que se referem a como as unidades de saúde, públicas ou privadas, a partir da compreensão do papel do Estado, sistematizam sua atuação. Essa organização, que podemos simplificadamente chamar de empresarial, se dá através de diversos instrumentos de gestão disponibilizados por dois outros campos de saberes: a Administração e as Ciências Contábeis (aulas 6 a 8): Os aspectos econômico-sociais da administração pública da saúde; Aspectos da administração financeira e orçamentária de unidades clínicas e hospitalares. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 14 Custo de oportunidade A Economia é uma ciência que lida com escolhas, pois devemos decidir quais desejos serão atendidos com a utilização de quais recursos. Sempre que escolhemos produzir determinado bem devemos abrir mão de recursos que poderiam ser empregados na produção de outros bens, o que se chama custo de oportunidade (trade-off) na produção de um bem. Este é um dos conceitos mais importantes da economia, se aplicando tanto à alocação de recursos como às decisões entre investimentos alternativos. O custo de oportunidade não é o ganho relativo a uma escolha, nem o custo da produção do que foi escolhido, mas corresponde ao ganho que se deixou de ter ou o sacrifício do que se deixou de produzir ao se fazer uma escolha. Por exemplo, suponha que um indivíduo possua uma determinada quantia em dinheiro que lhe permite viajar ou comprar um carro. O custo de oportunidade de escolher viajar é deixar de comprar um carro, e vice-versa. Em termos mais próximos a uma realidade administrativa, esse custo pode ser expresso entre as alternativas de comprar um novo equipamento de raio x ou fazer uma reforma no centro cirúrgico. Atenção Daí decorre a expressão “não existe almoço grátis”, muito ouvida em discussões sobre a economia: tudo o que se escolhe fazer implica em deixar-se de fazer outra coisa. Isso porque os bens são sempre escassos em relação às necessidades e desejos, impondo escolher em que serão aplicados os recursos de produção. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 15 A curva de possibilidades de produção Essedilema nas escolhas é representado pela Curva de Possibilidades de Produção – CPP (ou Curva de Transformação da Produção). A CPP é um bom exemplo de um modelo utilizado para de forma simplificada representar a realidade. Para sua construção consideramos uma economia onde temos como alternativa de produção dois bens, antibióticos e anti-inflamatórios, e compõe-se de: Fator trabalho: Uma dada população. Fator capital: Uma dada técnica e uma quantidade de instrumentos de produção (ferramentas, equipamentos, máquinas etc.). Fator terra: Ou fator recurso natural, é uma dada porção de terra agricultável. Consideraremos a disponibilidade de todos esses fatores constante (em economês, “coeteris paribus”) e que estão em pleno emprego, isto é, todos os recursos estão empregados na produção. Qualquer decisão sobre a quantidade produzida de um bem implicará então na redução da quantidade produzida do outro bem. Assim, poderíamos supor que se alocássemos os fatores apenas para a produção de antibióticos, obteríamos 1.500 quilos e, fazendo o mesmo para a de anti-inflamatórios teríamos 2.000 quilos. As diversas combinações de produção possíveis poderiam ser agrupadas da seguinte forma (PINHO; VASCONCELLOS; TONETO Jr., 2011, p. 12): ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 16 O gráfico a seguir mostra as diversas combinações possíveis de produção de soja e cana-de-açúcar. No ponto B, por exemplo, temos a produção de 750 Kg de antibióticos e de 1.000 kg de anti-inflamatórios. Se nos deslocássemos para o ponto C, significaria que sacrificaríamos 250 kg de antibióticos e produziríamos mais 500 kg de anti-inflamatórios, totalizando 1.000 Kg. O custo de oportunidade, neste caso, seria o de deixar de produzir 250 kg de antibióticos. Gráfico adaptados de SILVA; SINCLAYR, 2010, p. 21-23. Nessa condição em que existem custos de oportunidade estamos considerando uma situação de pleno emprego, todos os recursos estão sendo utilizados na produção. As situações em que não existe o pleno emprego encontram-se na área formada pela curva e pelos eixos do gráfico, por exemplo, o ponto F, assinalado no gráfico anterior. Nesse ponto, representando a produção de cerca de 350 kg de antibióticos e algo com 600 kg de anti-inflamatórios, não há custos de oportunidade ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 17 envolvidos: como há recursos ociosos o aumento da produção de qualquer um dos bens não implicaria em sacrificar a produção do outro. Essa situação caracteriza uma ineficiência na produção, isto é, existem recursos ociosos na economia. A eficiência em economia se define, então, pelo uso de todos os recursos na produção, de tal forma que não se pode aumentar a produção de um bem sem diminuir a de outro. A Curva de Possibilidade de Produção define exatamente as combinações eficientes na utilização dos recursos. (KRUGMAN; WELLS; OLNEY, 2010, p. 20). O ponto G corresponderia a uma situação impossível, onde a produção seria maior do que permitiria a quantidade de recursos disponíveis. Crescimento econômico O crescimento econômico pode ser definido como “a capacidade crescente da economia de produzir bens e serviços”. A curva de possibilidades de produção nos mostra o que significa efetivamente esse crescimento: uma expansão da capacidade máxima de produção de uma economia resultante do aumento da disponibilidade dos fatores de produção. Isso ocorre, por exemplo, com a introdução de uma nova tecnologia ou o aumento da população em condições de trabalhar. Teremos, então, um aumento da capacidade produção da economia como um todo, o que se expressa no deslocamento da curva para a direita, como no gráfico. Para cada ponto da nova curva teremos uma maior possibilidade de produção (KRUGMAN; WELLS; OLNEY, 2010, p. 3). Naturalmente, uma situação inversa, resultante da diminuição da capacidade produtiva, levaria a um deslocamento para a esquerda da curva. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 18 Esse modelo se aplica a quaisquer dos bens, considerando-se a economia como um todo, mesmo que eles não sejam aparentemente concorrentes em termos de recursos utilizados. Em última análise, por exemplo, disputarão mão de obra, mesmo que a um alto custo de realocação e treinamento. Contudo, deve-se ter em mente que é uma simplificação, não existe uma economia que produza apenas dois bens, mas que nos serve para explicar o conceito de custo de oportunidade, ou trade off, importante para entendermos a natureza das escolhas econômicas. Além disso, nos dá uma explicação para a noção de eficiência econômica e de crescimento econômico. Como funciona a economia? O Estado e o Mercado são, na sociedade contemporânea, as duas esferas que fazem a alocação dos fatores e a distribuição do produto, bem como buscam estimular o desenvolvimento econômico. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 19 Economias de mercado Vamos supor uma economia em que não exista governo. Nessa economia existem apenas as famílias, que são as únicas ofertantes dos fatores de produção – recursos naturais, trabalho e capital – e as empresas (firmas), as únicas demandantes dos fatores de produção. O quadro ao lado representa a relação circular que se estabelece entre as famílias e as empresas através de dois mercados: o mercado de fatores e o mercado de bens. Esse ciclo, onde circulam fatores que produzem bens, é o chamado fluxo real da economia. Em contrapartida, em sentido inverso, as famílias recebem a remuneração pelos fatores empregados na produção em dinheiro que será utilizado para comprar os bens no mercado, que por sua vez retornarão às empresas e assim por diante. Esse fluxo é chamado de fluxo nominal, ou fluxo circular da renda. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 20 O total do fluxo nominal é equivalente ao total de bens que circulam na economia. Algumas igualdades básicas decorrem daí: a renda de uma economia é igual ao valor dos produtos produzidos, por sua vez, nesse modelo simplificado, o total gasto, ou o dispêndio, também é igual à renda e à produção. Essas igualdades, veremos adiante, são medidas do nível da atividade econômica e expressam a mesma riqueza sob diversas formas. É por essa razão que você ouve economistas falando tanto em PIB - Produto Interno Bruto (tudo o que é produzido na economia) quanto em Renda Nacional como grandezas equivalentes. O sistema de preços que regula esses fluxos funciona exatamente pela conjugação das forças, ou interesses, da demanda e da oferta, determinando dessa forma os preços relativos de todas as mercadorias. Os bens mais desejados ou menos disponíveis tendem a ter um preço maior e os bens poucos procurados ou muito disponíveis um preço menor. Atenção Define-se renda como a remuneração paga pelas empresas pelo uso dos fatores de produção (VICECONTI; NEVES, 2012, p. 6) e é composta por: • Salário: é a remuneração do fator trabalho, incluindo-se comissões, honorários de profissionais liberais, ordenados de executivos ou toda remuneração relativa ao trabalho, mesmo que não assalariado. • Juros e lucro: remuneração do fator de produção capital. • Aluguéis: remuneração dos proprietários dos recursos naturais e dos bens de capitais arrendados a terceiros. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 21 Economias centralmente planificadas Embora poucos países, na atualidade, sejam economias centralizadas, isto é, onde o Estado responde quase integralmente pela alocação dos recursos econômicos, vamos examinarrapidamente seu funcionamento, para entendermos alguns dos seus aspectos básicos. O que caracteriza uma economia centralizada, ou socialista, é a propriedade pública dos meios de produção, normalmente organizados em empresas estatais. Os meios de produção referentes às atividades dos artesãos e dos pequenos camponeses mantêm-se privados. As unidades produtivas, fábricas e fazendas, submetem-se em termos organizacionais ao Estado. Como não existe um sistema de preços que regule os níveis de produção e de distribuição do produto, o Estado, através de órgãos centrais de planejamento, cumpre essa função. Economia mista Cabe, por fim, mencionar que alguns países, como a Suécia e a Noruega são considerados de economia mista, isto é, embora exista uma forte participação do Estado na economia através de empresas estatais, existe um mercado livre de bens e fatores de produção. Se compararmos os dois sistemas básicos parece bem evidente, pelo que a história recente nos mostrou, que o sistema de mercado é mais eficiente e dinâmico em termos de crescimento econômico. Por outro lado, nas economias centralizadas teríamos uma distribuição do produto mais igualitária. Atualmente, é mais amplamente adotado o sistema de mercado, porém com uma forte participação do Estado na economia, especialmente após a crise desencadeada em 2008, quando retornou ao centro ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 22 das atenções a doutrina do Estado como ordenador da economia e estimulador do crescimento. Atividade proposta 01 Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=WnZs9xrDM0k Encontro do século - Smith e Marx (EJA), que mostra um encontro hipotético entre Adam Smith (1723-1790), fundador da escola de pensamento liberal, e Karl Marx (1818-1883), teórico que sistematizou em bases científicas as correntes socialistas do século XIX. Reflita e discuta sobre esse tema em relação ao atendimento das necessidades de saúde da população, considerando os atendimentos público e privado. Chave de resposta: você deverá fazer uma correlação direta entre os sistemas econômicos e o atendimento privado e público das necessidades de saúde, assim como exemplificar com casos concretos, como os da Suécia, do Brasil ou dos Estados Unidos. Atividade proposta 02 Leia a notícia Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), acessando o link: http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_ubsf.php e analise o investimento feito em termos de custo de oportunidade. Qual a vantagem efetiva que esse investimento tem sobre outras formas de atendimento ambulatorial? Chave de resposta: você deverá avaliar a vantagem desse tipo de investimento, por permitir o atendimento de uma área geográfica muito maior do que faria uma unidade fixa. A construção de uma unidade fixa representa um custo de oportunidade maior, já que imobiliza recursos em uma mesma área. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 23 Referências BRAGA, M. B.; VASCONCELLOS, M. S. Introdução à economia. In: PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. S.; TONETO Jr., R. Introdução à economia. São Paulo: Saraiva, 2011. LIMA, E. Q. Theoria do Estado. 3. ed. J. R. Santos (Ed.). Rio de Janeiro: Jacintho, 1937. MATIAS-PEREIRA, J. Finanças públicas: a política orçamentária no Brasil. São Paulo: Atlas, 2010. SILVA, C. L.; SINCLAYR, L. Economia e mercados: introdução à economia. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. TORRES, F. C. Seguridade social: conceito constitucional e aspectos gerais. Disponível em: < href="http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11212" http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_ar tigos_leitura&artigo_id=11212>. Acesso em: 17 fev. 2015. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 24 Exercícios de fixação Questão 1 São definidos como fatores de produção – recursos naturais, trabalho e capital necessários à produção de medicamento: a) Florestas, vestimentas especiais e centrifugador b) Drogas, farmacêutico e centrifugador c) Sementes, farmacêutico e energia d) Energia, farmacêutico e geradores de eletricidade e) Sementes, farmacêutico e linhas de financiamento Questão 2 O Artigo 194 da Constituição do Brasil define a seguridade social como um “conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. Desse artigo decorre que a saúde: a) Deve ser fornecida apenas a quem contribui para a previdência social. b) Deve ser fornecida pelo Estado apenas à população carente. c) Deve ser universal e gratuita. d) Deve ser universal, mas não gratuita. e) Deve ser fornecida pelas instituições privadas. Questão 3 Assinale o par que representa uma Política de Estado e uma Política de Governo: ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 25 a) Garantir acesso à saúde a todos – Instituir um programa de pesquisa em tecnologia. b) Instituir um programa de pesquisa em tecnologia – Garantir acesso à saúde a todos. c) Fixar a taxa de juros Selic – Gerir o sistema de previdência social d) Fazer campanha para incentivar a prática de esportes pela população – Fazer campanha contra o fumo. e) Criar linhas de financiamento de apoio à exportação – Fixar a taxa de juros Selic. Questão 4 Assinale o par que exemplifica a divisão social do trabalho e a divisão técnica do trabalho: a) Médico - Enfermeiro. b) Funções desempenhadas em um hospital – Funções em um centro cirúrgico. c) Funções em um centro cirúrgico - Médico. d) Enfermeiro – Funções em um centro cirúrgico. e) Enfermeiro – Auxiliar de enfermagem. Questão 5 O administrador da saúde, na sua atuação profissional, deve conjugar conhecimentos de diversas áreas, visando a um atendimento integral das necessidades do paciente e da sociedade. Do ponto de vista econômico, assinale três das principais áreas econômicas e suas respectivas possíveis aplicações: a) Economia: conhecimento do ambiente econômico; administração financeira: gestão dos recursos; contabilidade empresarial: fornecimento de informações. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 26 b) Economia: conhecimento dos princípios econômicos; administração financeira: gestão operacional; contabilidade empresarial: controle de material. c) Administração: atuação integral na gestão; administração financeira: gestão de recursos; contabilidade financeira: pagamento de impostos. d) Administração: gestão ambiental; economia: gestão financeira; contabilidade financeira: conhecimento do ambiente empresarial. e) Administração: gestão ambiental; administração financeira: gestão econômica; contabilidade financeira: contabilidade gerencial. Questão 6 Vemos frequentemente na imprensa a discussão sobre o nosso desenvolvimento tecnológico e a necessidade do país investir mais em pesquisa. Em função disso, discute-se sobre o acesso da população à educação como um dos requisitos ao desenvolvimento econômico. Tais temas referem-se a que questões econômicas fundamentais? a) O que e para quem produzir b) O que produzir c) Como produzir d) Porque produzir e) O que e quanto produzir Questão 7 Considerando uma economia em equilíbrio, qual seria a relação entre os indicadores da Renda Nacional - RN e do Produto Interno Bruto - PIB? a) RN > PIB b) RN < PIB c) Não há relação entre os dois indicadores ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 27 d) RN = PIB e) Impossível determinar Questão 8 Considerandoo gráfico abaixo, representando a utilização de recursos em uma economia hipotética, o que significaria se o nível de produção fosse definido pelo ponto F? a) Essa economia estaria utilizando os recursos da forma mais eficiente possível. b) Estaria sendo eficiente na produção dos dois bens considerados. c) Estaria utilizando os recursos disponíveis na economia de modo ineficiente. d) A produção neste ponto é impossível. e) Estaria sendo eficiente apenas na produção de soja. Questão 9 A Curva de Possibilidades de Produção, ao mostrar as combinações possíveis de recursos empregados, considerando uma quantidade dada de fatores de produção, mostra em relação a cada bem: a) O custo de capital b) A receita total ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 28 c) O custo da mão de obra d) A limitação dos recursos naturais e) O custo de oportunidade Questão 10 Define-se renda como a remuneração paga pelas empresas pelo uso dos fatores de produção e é composta por: a) Salários e lucro b) Lucro, aluguéis e juros c) Recursos naturais, trabalho e capital d) Salários, honorários, aluguéis e lucro e) Salários, aluguéis e juros e lucro ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 29 Chaves de resposta Questão 1 - B Justificativa: Droga: produto que pode ser de origem natural empregado na preparação de medicamentos. Farmacêutico: elabora o medicamento. Centrifugador: equipamento utilizado na fabricação de medicamentos. Questão 2 - C Justificativa: De acordo com Torres (2012) “a saúde é segmento autônomo da Seguridade Social e se diz que ela tem a finalidade mais ampla de todos os ramos protetivos porque não possui restrição de beneficiários e o seu acesso também não exige contribuição dos beneficiários”. Questão 3 - A Justificativa: Política de Estado refere-se às obrigações do Estado, logo, de todo governante, de acordo com a lei. É o caso de garantia do ensino fundamental. Política de Governo refere-se à implementação dos programas de governo, como a instituição de um programa de pesquisa específico. Questão 4 - D Justificativa: O Enfermeiro cumpre uma função que atende uma necessidade da sociedade como um todo, assim como o médico, o carpinteiro ou o economista. Em um centro cirúrgico as funções desempenhadas referem-se à organização para desempenhar uma tarefa determinada. Questão 5 - A Justificativa: A Economia serve ao administrador para entender o ambiente econômico e sua influência na organização. A administração financeira, como o nome diz, administra os recursos financeiros da organização que afetam a todos os seus recursos tangíveis e intangíveis. A contabilidade empresarial serve à organização das informações da organização. ECONOMIA E FINANÇAS EM SAÚDE 30 Questão 6 - C Justificativa: A tecnologia e a qualidade da mão de obra, obtidas com a pesquisa e a educação, resultam em maior produtividade da economia como um todo. Referem-se, então, à questão de como produzir. Questão 7 - D Justificativa: Em uma economia, toda a produção deverá ser absorvida pelo mercado, resultando na igualdade da relação entre RN e PIB. Questão 8 - C Justificativa: Considerando que as combinações possíveis de recursos e os níveis máximos de produção (no exemplo, pontos A, B, C e D), o ponto F mostra que estão sendo empregados menos recursos do que seria possível, logo, a economia está sendo ineficiente. Questão 9 - E Justificativa: A curva de produção mostra, entre outras coisas, quanto se tem que deixar de produzir de um bem para produzir outro, que é a definição de custo de oportunidade. Questão 10 - E Justificativa: Salário: é a remuneração do fator trabalho, incluindo-se comissões, honorários de profissionais liberais, ordenados de executivos ou toda remuneração relativas ao trabalho, mesmo que não assalariado. Aluguéis: remuneração dos proprietários dos recursos naturais e dos bens de capitais arrendados a terceiros. Juros e lucro: remuneração do fator de produção capital.
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