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Nos três contextos em que atua, tanto no nível pessoal como no grupal e universal, há uma questão importante e essencial para o empreendedor: a criatividade. Predebon (2002, p. 27) afirma que "a espécie humana tem a capacidade inata e exclusiva de raciocinar construtivamente. Essa capacidade produz o que tranquilamente pode ser chamado de criatividade". O potencial criativo do empreendedor é exigido ao extremo em toda a sua empreitada, seja inovando em termos dos produtos e/ou servi ços que oferece, seja em suas atitudes, decisões, ações e percepções. Afinal, manter a criatividade como parte do ser é uma das habilidades do empreendedor, pois ele sabe que ser criativo é redundância, visto que, por natureza, é um ser criativo. Entretanto, há empreendedores que não acessam, não usam e não costumam exercitar a própria criatividade. Comumente, muitas pessoas colocam "tantas demãos de tinta" em sua base criativa que, com o tempo, nem lembram que têm em sua estrutura essa importante competência. Com base nas ideias de Maslow, Predebon (2002, p. 34) diz que a "criatividade é característica da espécie humana: o homem criativo não é o homem comum ao qual se acrescentou algo; o homem criativo é o homem comum do qual nada se tirou". Apesar disso, nessa questão, o contexto é antagônico, pois ao mesmo tempo em que se fala, repetidamente, que as pessoas precisam ser empreendedoras, cobram-se delas posturas e comportamentos adver sos aos exigidos de um empreendedor. Um exemplo disso são escolas e famílias que incentivam a formação de bons "empregados", ou seja, aqueles que se habilitam para um emprego, que se resignam a cumprir uma rotina em busca de segurança e tranquilidade. Mas o mercado quer empreendedores até mesmo para ocuparem cargos menos representa tivos e decisórios em empresas. Por outro lado, as organizações tendem a "formatar" as pessoas para se enquadrarem no perfil de profissionais de que precisam. Nisso, acabam formando exércitos de "seguidores de regras", que as aceitam sem questionamento e que se orientam por elas, perdendo iniciativa, criatividade e adesão à mudança. Tais profissionais, assim, tornam-se rígidos, pouco criativos e acomodados, características totalmente contrárias ao perfil empreendedor. Esse é, portanto, um aspecto nefasto à formação do empreendedor, além de contráditório, pois o mercado, ao mesmo tempo em que exige do profissional um perfil empreendedor, acaba por formatá-lo em um "seguidor de regras" ao inseri-lo no contexto organizacional.
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