Buscar

Material 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

DELEGADO FEDERAL – Direito Processual Penal – Renato Brasileiro – 10.03.10 – Aula n. 01 
 
DELEGADO FEDERAL 
Disciplina: Direito Processual Penal 
Prof. Renato Brasileiro 
Data: 10.03.10 
Aulas n.º 01 
 
 
MATERIAL DE APOIO – MONITORIA 
 
 
Índice 
 
1. Artigos Correlatos 
1.1. Inquérito policial - um procedimento inquisitivo ou contraditório? Uma abordagem sob as mudanças 
trazidas pela Lei 10.792 de 2003. 
1.2. Considerações gerais sobre o inquérito policial 
2. Jurisprudência Correlata 
2.1. STF - RE 287658 / MG 
2.2. STF - RE 425734 AgR / MG 
2.3. STF - HC 84827 / TO 
2.4. STJ - HC 64096 / PR 
3. Assista!!! 
3.1. O que se entende por inquérito policial? 
4. Simulados 
 
 
1. ARTIGOS CORRELATOS 
 
1.1. INQUÉRITO POLICIAL - UM PROCEDIMENTO INQUISITIVO OU CONTRADITÓRIO? UMA A-
BORDAGEM SOB AS MUDANÇAS TRAZIDAS PELA LEI 10.792 DE 2003. 
 
Autora: Sinnedria dos Santos Dias 
Advogada, Especialista em Direito Processual Penal pela Universidade Federal de Goiás, colaboradora de 
vários sites jurídicos 
Data: 11.10.2005 
 
Muitas são as definições quando se conceitua Inquérito Policial . “É o conjunto de diligências realizadas 
pela Polícia Judiciária, para apuração de uma infração penal e sua autoria, para que o titular da ação pe-
nal possa ingressar em Juízo, pedindo a aplicação da lei ao caso concreto” [1]. Porém, segundo o Prof. 
Tourinho Filho, o surgimento e definição do inquérito policial surgiu entre nós com a Lei n. 2.033 de 
20.09. 1871 sendo esta mesma lei regulamentada pelo Decreto-lei n. 4.824, de 28.11.1871 , que definia 
em seu artigo 42 " O inquérito policial consiste em todas as diligências necessárias para o descobrimento 
dos fatos criminosos, de suas circunstâncias e de seus autores e cúmplices, devendo ser reduzido a ins-
trumento escrito". [2] 
 
Dentre as características principais do inquérito policial temos: 
 
Procedimento escrito: o inquérito policial é escrito, leia-se aqui datilografado ou impresso, e se assim o 
for, deverá ter todas as suas folhas rubricadas pela autoridade policial que preside o mesmo, no caso o 
delegado de polícia de polícia. 
 
Sigiloso: A divulgação precipitada de fatos ainda sendo investigados poderá ser prejudicial à sua completa 
elucidação e em outros casos, a divulgação dos mesmos pode causar danos seríssimos à tranqüilidade 
pública e, por isso, às vezes, o interesse da sociedade clama pelo sigilo. O sigilo não permanece porém, o 
membro do Parquet ou para a autoridade judiciária (juiz). O advogado tem acesso aos autos, com exce-
ção de quando seja decretado judicialmente o sigilo das investigações. Durante o transcorrer 
 
 
DELEGADO FEDERAL – Direito Processual Penal – Renato Brasileiro – 10.03.10 – Aula n. 01 
do inquérito policial, não há efetivamente nenhuma acusação por parte do Estado. Busca-se a colheita de 
provas que levem à comprovação do ilícito e de seu possível autor. Outro motivo ao qual se caracteriza o 
inquérito policial pelo sigilo é que, por não se ter certeza da autoria e do fato ilícito, a divulgação de fatos 
acusatórios poderá atingir pessoas que, posteriormente, não sejam autores ou partícipes dos ilícitos pe-
nais em apuração, causando-lhe danos às vezes de difícil reparação. O Código de Processo Penal deixa ao 
inteiro julgamento da autoridade policial a conveniência, ou não, de se manter o sigilo.." [3]. 
 
Nota-se que existem alguns casos onde a exibição dos fatos auxilia a polícia judiciária na colheita das pro-
vas, como ocorre, por exemplo, com a divulgação pela imprensa a cerca de uma investigação de determi-
nado fato ilícito com a intenção de que com a publicidade surjam mais vítimas, permitindo assim que a 
população possa colaborar, trazendo informações de interesse ao inquérito policial. Em tais casos, é pos-
sível alegar que o próprio interesse público motivou a divulgação dos fatos. Apesar desta possibilidade de 
defesa do interesse público, a divulgação do inquérito policial deve ser vista com cautela, sendo usada em 
casos especiais, não se podendo fazer desse procedimento uma regra. 
 
Indisponível: Após a instauração, não pode o inquérito policial ser arquivado pela autoridade policial. A 
ordem para o arquivamento do inquérito policia é feita pelo juiz, quando faltar base para a denúncia, no 
entanto, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia, se 
essas diligências complementares trouxerem provas novas, o inquérito policial poderá ser reaberto. 
 
Oficioso: o inquérito policial não precisa provocação para ser iniciado, e sua instauração e obrigatória . 
Até o advento da Lei n. 8.862/94 cabia à autoridade policial julgando discricionariamente a possibilidade e 
a conveniência, iniciar ou não o inquérito policial. [4] 
 
Oficialidade: O inquérito policial é uma atividade investigatória feita por órgãos oficiais, não podendo ficar 
a cargo de particulares. E é presidido pela autoridade pública, no caso a autoridade policial. 
 
Inquisitivo: dúvida surgiu se, com a com a entrada em vigor da Lei 10.792, em 02 de dezembro de 2003, 
com suas significantes alterações introduzidas na Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210, de 11 de junho de 
1984) e no Código de Processo Penal (Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941), [5] se permanece 
a característica inquisitiva do inquérito policial ou se doravante ele passaria a ter cunho contraditório. 
 
Alguns doutrinadores defendem que ao inquérito policial não se aplica o princípio da ampla defesa , pois 
se não há acusação, só havendo acusado na fase processual, não há que se falar em defesa. Defendem 
porém, que o princípio do contraditório passou a ser aplicado. Segundo os defensores dessa alteração, 
com as inovações, a lei passou a exigir a presença do advogado, constituído ou nomeado, no interrogató-
rio do acusado, como forma de assegurar maior amplitude de defesa (art. 185). Terminam concluindo 
que, se com a nova lei, profundas mudanças foram introduzidas no interrogatório, tais também deverão 
ser observadas pelo delegado de polícia no inquérito policial, por imposição do art. 6, V do Código de Pro-
cesso Penal. [6] 
 
No ato judicial não mais subsiste o teor inquisitivo, sendo portanto contraditório. Não bastasse, ampliar e 
assegurar os meios de defesa, garante a nova lei, o direito de entrevista reservada do acusado com o ad-
vogado, ocasião em que poderá receber orientação técnica (art. 185, § 2º). Exige-se também agora, me-
lhor dizer, desde 02 de dezembro de 2003, a presença de advogado, constituído ou nomeado, para o indi-
ciamento do investigado, especialmente quando preso em flagrante delito. Possibilita-lhe a entrevista re-
servada com o defensor e deste a promoção de perguntas. O advogado, atuando no inquérito policial, é o 
reconhecimento do contraditório neste procedimento, porque assegura ao indicado conhecimento das pro-
vas produzidas na investigação, o direito de contrariá-las, arrolar testemunhas e promover perguntas, 
direito a não ser indiciado com base em provas ilícitas e o privilégio contra a auto-incriminação. 
 
Entendemos, por pura questão de lógica, que, no procedimento investigatório, não se fala em contraditó-
rio no início das investigações, mas somente após o reconhecimento dos indícios da conduta delituosa que 
motivaram o indiciamento. O contraditório, após o indiciamento, não conspira contra o êxito das investi-
gações, ao contrário, assegura maior legitimidade as conclusões da investigação. Como conseqüência, 
para os defensores dessa tese, a adoção do princípio do contraditório, dá ao inquérito policial outra natu-
 
 
DELEGADO FEDERAL – Direito Processual Penal – Renato Brasileiro – 10.03.10 – Aula n. 01 
reza, não de peça meramente informativa, mas com valor de prova na instrução, consequentemente, 
mais célere e mais rápida a prestação jurisdicional. 
 
Há outros doutrinadores, porém, que defendem que o inquérito continuaa ser um procedimento inquisiti-
vo pois, além de haver certa discricionariedade da autoridade policial - discricionariedade essa, limitada 
pela legalidade e garantidora da integridade do investigado, resguardando o seu estado de inocência – há 
também a impossibilidade de que um vício da peça informativa, que é o inquérito policial, venha a cor-
romper o processo judicial. Terminam esses doutrinadores, por concluir que, com a nova lei, profundas 
mudanças foram introduzidas no interrogatório, tais também deverão ser observadas pelo delegado de 
polícia no inquérito policial, por imposição do art. 6, V do Código de Processo Penal, naquilo que lhe é a-
plicado e não mais do que nesse limite. 
 
Destacamos o entendimento de Fernando Capez, ao afirmar que a natureza inquisitiva do inquérito per-
manece e pode ser evidenciada pelo artigo 107 [7] do CPP, que proíbe a argüição de suspeição das auto-
ridade policiais, e pelo artigo 14, que permite à autoridade policial indeferir qualquer diligência requerida 
pelo ofendido ou indiciado, com exceção do exame de corpo de delito, de acordo com o previsto no artigo 
184 do CPP. [8] 
 
Fernando da Costa Tourinho Filho, por sua vez, nos ensina que, havendo o princípio do contraditório, a 
defesa não deveria estar sujeita a restrições, porque quando se fala em contraditório, fala-se da completa 
igualdade entre acusação e defesa - o que não há realmente no inquérito policial pois, não há neste mo-
mento procedimental um acusado e sim um indiciado. 
 
Não se poderia argumentar contra a inovação trazida pela lei, pois de certa forma já é reconhecida a sis-
temática no inquérito judicial e não policial, para apurar crime falimentar e no inquérito policial elaborado 
pela Polícia Federal com fim de expulsão de estrangeiro. Porém, não se prospera a tese de que o inquérito 
policial seria mais do que uma peça informativa. Nesse sentido pronunciou-se o Supremo Tribunal Federal 
no julgamento do HC n. 82.222-SP, relatora Ministra Ellen Gracie, j. em 17.9.2002: 
 
Iniciado o julgamento de habeas corpus em que se alega violação aos princípios do contraditório e da am-
pla defesa, pela circunstância de que o paciente fora intimado para os fins do art. 106 da Lei de Falências 
em momento posterior ao oferecimento da denúncia por crime falimentar, razão porque perdera a opor-
tunidade de contestar as argüições contidas no inquérito judicial (Decreto-lei 7.661/45, art. 106: ‘Nos 5 
(cinco) dias seguintes, poderá o falido contestar as argüições contidas nos autos do inquérito e requerer o 
que entender conveniente’). A Ministra Ellen Gracie, relatora, proferiu voto no sentido de indeferir o writ, 
por entender que, sendo o inquérito judicial para a apuração de crime falimentar peça de nature-
za meramente informativa, eventual falha procedimental, como a falta de intimação do falido 
para os fins do art. 106, não teria o poder de contaminar a ação penal.(grifo nosso). Dessa for-
ma, conclui-se que a intimação do falido para apresentação de contestação no inquérito judicial não torna 
o procedimento contraditório. 
 
Somos da opinião que, devemos acompanhar os doutrinadores que defendem ser o inquérito policial um 
procedimento inquisitivo, primeiro porque o contraditório é totalmente dispensável durante o procedimen-
to investigatório, e mesmo após o formal indiciamento do sujeito, visto que as provas serão refeitas no-
vamente perante a autoridade judicial. Segundo, porque, a admissão do contraditório no inquérito policial 
se dá com a interpretação bastante extensiva do artigo 5o, inciso LV, da Magna Carta [9]. Estaria aqui 
uma lei infraconstitucional ampliando o alcance da Lei Magna, lendo indiciado onde a Constituição Federal 
diz acusado. 
 
Pelo lado da agilidade da resposta do judiciário à sociedade e principalmente à vítima ou aos seus familia-
res, o princípio do contraditório, se pudesse ser aplicado – caso quiséssemos com muito esforço ignorar 
os dois motivos anteriores - estaria a ferir outro princípio constitucional, que é o princípio da eficiência, 
previsto no artigo 37 [10] da Lei Maior. Pois ao assim proceder, o trabalho da polícia judiciária, se tornaria 
moroso e cerceada estaria a elucidação dos delitos e autoria. 
 
Com certeza, ao se pensar em um inquérito policial contraditório, estaria a se comprometer a eficiência, 
não só das investigações em si, mas do próprio desenvolvimento desse procedimento. Além do 
 
 
DELEGADO FEDERAL – Direito Processual Penal – Renato Brasileiro – 10.03.10 – Aula n. 01 
que, entendemos que não há como se falar em contraditório em um procedimento que pode ser sigiloso 
ao alvedrio da autoridade policial e que também não seria apropriado defender a contrariedade de um 
procedimento quando cabe a apenas uma das partes decidir sobre diligencias a serem realizadas, como 
sói acontecer no inquérito policial, onde cabe à autoridade, e ao seu alvedrio, decidir pela realização de 
uma diligência ou não. 
 
 
 
[1] SALLES Jr., Romeu de Almeida , Inquérito Policial e Ação Penal, São Paulo, 3ª ed., 1985, p. 3 
 
[2] TOURINHO FILHO, Fernando da Costa, Processo Penal, São Paulo. 21ª Ed. Vol. 1999, p. 196 
 
[3] CPC, Art. 20 . A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido 
pelo interesse da sociedade 
 
[4] Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: 
 
I – se possivel e conveniente, dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e 
conservação das coisas, enquanto necessário; 
II – apreender os instrumentos e todos os objetos que tiverem relação com o favalto; 
 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a 
chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº 5.970, de 
1973) 
 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação 
dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
 
[5] Código de Processo Penal, do Tit. VII, Cap. III, ao dispor sobre o interrogatório (art. 185 e seguintes). 
c/c art. 6o , V do mesmo Codex. 
 
[6] Art. 6º - Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: 
 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, des-
te Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por 2 (duas) testemunhas que Ihe teham ouvido a lei-
tura; ( grifo nosso) 
 
[7] Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas deverão 
elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal. 
 
[8] Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, 
que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
 
[9] CF, art. 5º, LV - LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes ( grifo nosso) 
 
[10] CF, Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, morali-
dade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
 
Fonte: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2304/Inquerito-policial-um-procedimento-inquisitivo-
ou-contraditorio 
 
1.2. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O INQUÉRITO POLICIAL 
 
Autora: Carmen Ferreira Saraiva 
Bacharel em Direito pela Faculdade Milton Campos/MG; 
 
 
DELEGADO FEDERAL – Direito Processual Penal – Renato Brasileiro – 10.03.10 – Aula n. 01 
Especialista em Direito Tributário pelo Instituto de Educação Continuada – IEC/PUCMINAS; 
Data: 21.03.2006 
 
Resumo: O inquérito policial é um procedimento de persecução penal com a finalidade de produção de 
um conjunto probatório paraoferecimento da denúncia pelo Ministério Público, a partir da materialidade 
do crime e dos indícios da sua autoria. 
 
Sumário: I – Introdução; II - Considerações Gerais sobre o Inquérito Policial; III – Início do Inquérito 
Policial; IV – Procedimentos no Inquérito Policial; V – Arquivamento do Inquérito Policial; VI – Conclusão; 
VII – Bibliografia 
 
I) Introdução 
O inquérito civil tem natureza jurídica própria, com procedimentos específicos de instauração e de produ-
ção do conjunto probatório direcionado à persecução penal. 
 
II) Considerações Gerais sobre o Inquérito Policial 
O inquérito policial (informatio delict) é um procedimento administrativo persecutório e inquisitivo funda-
mentado na justa causa com a finalidade de produzir um conjunto probatório para apurar a materialidade 
do crime e indícios de autoria para que o titular da ação penal possa ajuizá-la (art. 4º Código de Processo 
Penal). Este ato não é indispensável (§ 5º art. 39 Código de Processo Penal) e suas irregularidades não 
contaminam a ação penal, de acordo com o entendimento majoritário. É um ato que pode vir a funda-
mentar a denúncia oferecida pelo Ministério Público ou a queixa-crime oferecida pelo ofendido ou seu re-
presentante legal. 
Tem início com portaria e é presidido pelo delegado de polícia (§ 4º art. 144 Constituição Federal), cuja 
atribuição na circunscrição é fixada em razão do lugar em que o crime é cometido (retione loci) ou pela 
sua natureza (ratione materiae). Fora destes limites, ele deve adotar a carta rogatória (país estrangeiro) 
ou carta precatória (comarca diferente). 
 
Características do Inquérito Policial: 
O inquérito policial é um procedimento: 
- escrito (art. 9º CPP); 
- sigiloso – tem a finalidade de preservar o estado de não culpabilidade do indiciado; o sigilo não se aplica 
ao Ministério Público nem ao magistrado e somente para fins de consulta ao advogado; 
- inquisitivo – o procedimento concentra-se no delegado de polícia, e não há devido processo legal, nem 
contraditório e nem ampla defesa; 
- legal – deve ser observado os procedimentos legais; 
- oficioso – no caso de crime de ação penal pública incondicionada é obrigatória sua instauração; 
- oficial – somente pode ser instaurado por órgãos oficiais; 
- indisponível – uma vez instaurado, não pode ser arquivado pela autoridade policial; 
- de autoridade – presidido por delegado de polícia; 
- gera incomunicabilidade do acusado por despacho judicial fundamentado, exceto com relação ao advo-
gado (art. 7º Lei nº 8.906, de 1994 – Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil). 
 
III) Início do Inquérito Policial 
Notícia do Crime – Notitia Criminis 
A autoridade policial instaura o inquérito policial quando toma conhecimento do crime por: 
- cognição direta em que a notitia criminis chega por meios normais tais como, policiamento ostensivo, 
denúncia por qualquer do povo (delatio criminis simples) ou denúncia anônima (notitia criminis inqualifi-
cada); 
- cognição indireta em que a notitia criminis chega por outros meios tais como requisição do Ministério 
Público ou denúncia da vítima que pode a instauração da persecução (delatio criminis postulatória); 
- cognição coersitiva em que a notitia criminis chega quando há prisão em flagrante. 
Início do Inquérito Policial – Crimes de Ação Penal Pública Incondicionada 
O início do inquérito policial pode ser: 
- de ofício quando a autoridade policial toma conhecimento do crime por policiamento ostensivo e denún-
cia anônima (notitia criminis inqualificada); 
 
 
DELEGADO FEDERAL – Direito Processual Penal – Renato Brasileiro – 10.03.10 – Aula n. 01 
- por requisição quando a autoridade policial toma conhecimento do crime por requisição do magistrado 
ou do Ministério Público; 
- delatio criminis quando a autoridade policial toma conhecimento do crime por denúncia da vítima que 
pode a instauração da persecução (delatio criminis postulatória) e denúncia por qualquer do povo (delatio 
criminis simples); 
- por cognição coersitiva pela prisão em flagrante. 
Início do Inquérito Policial – Crimes de Ação Penal Pública Condicionada 
O início do inquérito policial pode ser por: 
- representação do ofendido ou seu representante legal; 
- requisição do Ministro da Justiça encaminhada ao Ministério Público; 
- cognição coersitiva pela prisão em flagrante. 
Início do Inquérito Policial – Crimes de Ação Penal Privada 
O início do inquérito policial pode ser por: 
- requerimento do ofendido, seu representante legal ou seus sucessores, podendo a mulher requerer a 
instauração independentemente da outorga marital; 
- cognição coersitiva pela prisão em flagrante. 
 
IV) Procedimentos no Inquérito Policial 
A autoridade policial deve comparecer ao local onde ocorreu o crime sem promover qualquer alteração 
das coisas até a chegada da perícia. Deve apreender objetos e instrumentos do crime para a realização 
das diligências necessárias. Pode haver busca domiciliar, ainda que seja em qualquer compartimento ha-
bitado individual ou coletivamente e aquele não aberto ao público reservado ao exercício profissional a 
qualquer hora com consentimento do morador, em flagrante delito, em caso de desastre, e ainda para 
prestar socorro, bem como durante o dia por determinação judicial (inc. XI art. 5º Constituição Federal e 
§ 4º art. 150 Código Penal). A busca pessoal não precisa de determinação judicial. 
A vítima e as testemunhas devem ser ouvidas e podem ser conduzidas coersitivamente, salvo se forem 
magistrados ou órgãos do Ministério Público, quando devem ser ouvidos em local e hora predeterminados. 
O indiciado também deve ser ouvido, caso sobre ele for imputada a prática de crime e houver indícios de 
sua autoria, embora tenha o direito de permanecer calado (inc. LXIII art. 5º Constituição Federal). Se o 
indiciado for magistrado ou órgão do Ministério Público, o inquérito deve ser encaminhado à autoridade 
competente. Ao indiciado maior de 18 anos e menor de 21 anos não precisa de curador, conforme enten-
dimento majoritário. 
A identificação criminal não pode ser efetuada quando o indiciado já estiver civilmente identificado (inc. 
LVIII art. 5º Constituição Federal), salvo se envolvido em organização criminosa (Lei nº 9.034, de 1995), 
bem como nas hipóteses da Lei nº 10.054, de 2000, em que ele não tiver, não comprovar, houver erro, 
estiver imprestável ou houver suspeita de falsificação da sua identificação civil, e ainda nos crimes de 
homicídio doloso, contra o patrimônio com grave ameaça, receptação qualificada e falsidade documental. 
Durante o procedimento devem ser efetuados: 
- o reconhecimento de pessoas e coisas; 
- as acareações; 
- o exame de corpo de delito nos casos em que o crime deixar vestígios; 
- a reconstituição do crime ou reprodução simulada dos fatos, desde que ofenda a ordem pública e os 
bons costumes. 
Ao final das investigações a autoridade policial deve lavrar um relatório com narração minuciosa e objeti-
va dos fatos, sem expressar qualquer juízo de valor, cuja peça deve ser remetida ao juiz, que pode de-
terminar inclusive a instauração do incidente de insanidade mental. 
Em regra, o inquérito deve ser encerrado em 30 dias a partir da sua instauração se o indiciado estiver 
solto e em 10 dias se o indiciado estiver preso. 
Em relação aos crimes de competência da justiça federal o inquérito deve ser encerrado em 30 dias pror-
rogáveis uma vez se o réu estiver solto e em 15 dias prorrogáveis uma vez se o réu estiver preso (Lei nº 
5.010, de 1966). 
No que se refere aos crimes de tráfico de entorpecentes o inquérito deve ser encerrado em 30 dias pror-
rogáveis uma vez se o réu estiver solto e em 10 dias (Lei nº 6.360, de 1976) ou 15 dias (Lei nº 10.409, 
de 2002) se o réu estiver preso. 
Atinente aos crimes contra a economia popular o inquérito deve ser encerrado em 10 dias se o réu estiver 
solto ou preso (Lei nº 1.521, de 1951). 
Contra o procedimentode inquérito policial cabe a propositura de habeas corpus. 
 
 
DELEGADO FEDERAL – Direito Processual Penal – Renato Brasileiro – 10.03.10 – Aula n. 01 
 
V) Arquivamento do Inquérito Policial 
O inquérito policial somente pode ser arquivado por determinação judicial a requerimento do Ministério 
Público, quando não houver justa causa. Se o juiz não concordar, deve enviar a peça ao Procurador Geral 
que pode oferecer a denúncia, designar outro órgão do Ministério Público que está obrigado a oferecer a 
denúncia (art. 28 Código de Processo Penal) ou ainda insistir no arquivamento. O pedido de arquivamento 
realizado pelo titular da ação penal privada é causa de extinção de punibilidade. Somente pode ser rea-
berto o procedimento arquivado por falta de provas caso surgirem novas provas. Contra o arquivamento 
do inquérito cabe correição parcial. 
 
VI) Conclusão 
O inquérito policial é um procedimento administrativo persecutório e inquisitivo instaurado pela autorida-
de policial que tem a finalidade de produzir um conjunto probatório para apurar a materialidade do crime 
e indícios de sua autoria e desta forma fundamentar a denúncia oferecida pelo Ministério Público ou pela 
queixa-crime oferecida pelo ofendido ou seu representante legal. Tem início com a notitia criminis em 
qualquer modalidade de ação penal. 
No seu procedimento são realizadas várias espécies de diligências tais como: apreensão de objetos e ins-
trumentos do crime, oitiva das vítimas e testemunhas, reconhecimento de pessoas e coisa, exame de cor-
po de delito, entre outras. Ao final é emito um relatório objetivo e minucioso. O inquérito policial pode ser 
arquivado pelo juiz a requerimento do Ministério Público, quando não houver justa causa. 
 
VII) Bibliografia 
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios e REIS, Alexandre Cebrian Araújo. Sinopses Jurídicas Processo Penal 
Parte Geral. São Paulo: Saraiva, 2003. 
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios e REIS, Alexandre Cebrian Araújo. Sinopses Jurídicas Processo Penal 
Procedimentos, Nulidade e Recursos. São Paulo: Saraiva, 2003. 
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 2005. 
 
Fonte: http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=1151 
 
 
2. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 
2.1. STF - RE 287658 / MG 
EMENTA: I. Habeas corpus: falta de justa causa: inteligência. 1. A previsão legal de cabimento de habeas 
corpus quando não houver "justa causa" para a coação alcança tanto a instauração de processo penal, 
quanto, com maior razão, a condenação, sob pena de contrariar a Constituição. 2. Padece de falta de jus-
ta causa a condenação que se funde exclusivamente em elementos informativos do inquérito policial. II. 
Garantia do contraditório: inteligência. Ofende a garantia constitucional do contraditório fundar-se a con-
denação exclusivamente em testemunhos prestados no inquérito policial, sob o pretexto de não se haver 
provado, em juízo, que tivessem sido obtidos mediante coação. 
(RE 287658, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, julgado em 16/09/2003, DJ 03-
10-2003 PP-00022 EMENT VOL-02126-02 PP-00408) 
 
2.2. STF - RE 425734 AgR / MG 
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. OFENSA AO ART. 5º, INCISOS LIV E LV. INVIA-
BILIDADE DO REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA STF Nº 279. OFENSA INDIRETA À CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL. INQUÉRITO. CONFIRMAÇÃO EM JUÍZO DOS TESTEMUNHOS PRESTADOS NA FASE INQUISITO-
RIAL. 1. A suposta ofensa aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa pas-
sa, necessariamente, pelo prévio reexame de fatos e provas, tarefa que encontra óbice na Súmula STF nº 
279. 2. Inviável o processamento do extraordinário para debater matéria infraconstitucional, sob o argu-
mento de violação ao disposto nos incisos LIV e LV do art. 5º da Constituição. 3. Ao contrário do que ale-
gado pelos ora agravantes, o conjunto probatório que ensejou a condenação dos recorrentes não vem 
embasado apenas nas declarações prestadas em sede policial, tendo suporte, também, em outras provas 
colhidas na fase judicial. Confirmação em juízo dos testemunhos prestados na fase inquisitorial. 4. Os e-
lementos do inquérito podem influir na formação do livre convencimento do juiz para a decisão da causa 
quando complementam outros indícios e provas que passam pelo crivo do contraditório em 
 
 
DELEGADO FEDERAL – Direito Processual Penal – Renato Brasileiro – 10.03.10 – Aula n. 01 
juízo. 5. Agravo regimental improvido.(RE 425734 AgR, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, 
julgado em 04/10/2005, DJ 28-10-2005 PP-00057 EMENT VOL-02211-03 PP-00529) 
 
2.3. STF - HC 84827 / TO 
ANONIMATO - NOTÍCIA DE PRÁTICA CRIMINOSA - PERSECUÇÃO CRIMINAL - IMPROPRIEDADE. Não serve 
à persecução criminal notícia de prática criminosa sem identificação da autoria, consideradas a vedação 
constitucional do anonimato e a necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos cam-
pos cível e penal, de quem a implemente. 
(HC 84827, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 07/08/2007, DJe-147 DIVULG 
22-11-2007 PUBLIC 23-11-2007 DJ 23-11-2007 PP-00079 EMENT VOL-02300-03 PP-00435) 
 
2.4. STJ - HC 64096 / PR 
HABEAS CORPUS. SONEGAÇÃO FISCAL, LAVAGEM DE DINHEIRO E CORRUPÇÃO. 
DENÚNCIA ANÔNIMA. INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL. POSSIBILIDADE. 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. IMPOSSIBILIDADE. PROVA ILÍCITA. TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE 
ENVENENADA. NULIDADE DE PROVAS VICIADAS, SEM PREJUÍZO DA TRAMITAÇÃO DO PROCEDIMENTO 
INVESTIGATIVO. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. 
1. Hipótese em que a instauração do inquérito policial e a quebra do sigilo telefônico foram motivadas 
exclusivamente por denúncia anônima. 
2. "Ainda que com reservas, a denúncia anônima é admitida em nosso ordenamento jurídico, sendo con-
siderada apta a deflagrar procedimentos de averiguação, como o inquérito policial, conforme contenham 
ou não elementos informativos idôneos suficientes, e desde que observadas as devidas cautelas no que 
diz respeito à identidade do investigado. Precedente do STJ" (HC 44.649/SP, Rel. Min. LAURITA VAZ, 
Quinta Turma, DJ 8/10/07). 
3. Dispõe o art. 2°, inciso I, da Lei 9.296/96, que "não será admitida a interceptação de comunicações 
telefônicas quando (...) não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal". A 
delação anônima não constitui elemento de prova sobre a autoria delitiva, ainda que indiciária, mas mera 
notícia dirigida por pessoa sem nenhum compromisso com a veracidade do conteúdo de suas informa-
ções, haja vista que a falta de identificação inviabiliza, inclusive, a sua responsabilização pela prática de 
denunciação caluniosa (art. 339 do Código Penal). 
4. A prova ilícita obtida por meio de interceptação telefônica ilegal igualmente corrompe as demais provas 
dela decorrentes, sendo inadmissíveis para embasar eventual juízo de condenação (art. 5º, inciso LVI, da 
Constituição Federal). Aplicação da "teoria dos frutos da árvore envenenada". 
5. Realizar a correlação das provas posteriormente produzidas com aquela que constitui a raiz viciada im-
plica dilação probatória, inviável, como cediço, em sede de habeas corpus. 
6. Ordem parcialmente concedida para anular a decisão que deferiu a quebra do sigilo telefônico no Pro-
cesso 2004.70.00.015190-3, da 2ª Vara Federal de Curitiba, porquanto autorizada em desconformidade 
com o art. 2°, inciso I, da Lei 9.296/96, e, por conseguinte, declarar ilícitas as provas em razão dela pro-
duzidas, sem prejuízo, no entanto, da tramitação do inquérito policial, cuja conclusão dependerá da pro-
dução de novas provas independentes, desvinculadas das gravações decorrentes da interceptação telefô-
nica ora anulada. 
(HC 64096/PR, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 27/05/2008, DJe 
04/08/2008) 
 
 
3. ASSISTA!!! 
 
3.1. O que se entende por inquérito policial? 
 
Fonte: http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=200810301713446654. SIMULADOS 
 
4.1. Assinale a alternativa CORRETA: 
a) O inquérito policial é a peça inicial da ação penal. 
b) O inquérito policial é imprescindível à propositura de ação penal. 
 
 
DELEGADO FEDERAL – Direito Processual Penal – Renato Brasileiro – 10.03.10 – Aula n. 01 
c) A ação penal poderá ser instaurada independentemente de inquérito policial. 
d) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
Resp. C 
 
4.2. Ao findar o inquérito policial, o Delegado de Polícia, em seu relatório, imputa ao réu Tício o crime de 
furto qualificado pela fraude, mas o Promotor de Justiça o denuncia por estelionato. Nesta hipótese, deve 
o Magistrado devolver os autos ao Distrito Policial para alteração do relatório final? 
a) Não. O inquérito policial é peça informativa, sendo desnecessária tal diligência para propositura da a-
ção penal pelo Ministério Público, podendo, portanto, ser alterada a classificação inicialmente proposta. 
b) Sim. Há necessidade de consonância entre o relatório policial e a peça inicial proposta pelo Ministério 
Público para o correto recebimento da denúncia pelo juiz. 
c) Sim. O Magistrado deve retomar os autos à Delegacia de Polícia, sob pena de caracterizar nulidade ab-
soluta de denúncia. 
d) Não. Os autos do inquérito policial não podem ser alterados, devendo o juiz receber a denúncia para o 
fim de ser a mesma aditada pelo Promotor de Justiça. 
Resp. A 
 
4.3. Depois de arquivado o inquérito policial, por falta de base para a denúncia: 
a) Não poderá ser mais desarquivado, uma vez que não há evidências concretas do crime. 
b) Não poderá ser desarquivado, uma vez que o arquivamento faz coisa julgada. 
c) Poderá ser desarquivado somente a requerimento do Ministério Público. 
d) Poderá a autoridade policial proceder o seu desarquivamento, se tiver conhecimento de novas provas. 
Resp. D

Outros materiais