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âãda -: .S 1'-f 'É`. E É F. Í I 'i«:¬ IIJ. Lv. )| -.r.-¬.-.‹n¬..-- .\J__¬.\._~_|-'.›._Á.. Y: 'J ri :__.-_-¬_".-.v..'.-.é.,-,«'...._,f'._~'¬¿r'__¬'}.',.;'¬¬,'; C1 '__u .¡›| 'If ,lí ä~:1:24 vi .z1r11fu_-4-1. A_..ø.q.›-..-\..n_;A...- Ii II Çi›: fa ¡:i a | -'II -----_--rw-v¬--|-.J-.J __'ä"_.~.1:_¬_u..n.L..-\.n....|..¡.L..-.¢-L-..á¬'_fr'-*SI. ti _-|P.-›--.-.c-..;.r..'-._.it-_ei :¬¡. 1'1 wr¬.-Gg-.-ur_,__¡,:Í ,Iza ii 'Hfl -'ih'\ |.......__--;_..I_.n.|- fl. |" fiIFf. ¡'| T. _; .I_ | | Ín | 1 Li. -§ E |\ l i+L \ L O I 1 l Í l I \ Antoine Gampon “_ "_ .--.H.-....--._-....-.--"_-_---........-........--....-1..-......._.¡... . ...__-.-. | | .| . íílí411;* \ Í ' O juiz e a democracia O guardião das promessas Tradução: Maria Luiza de Carvalho Editora Revan - -u A lei de ll de março de 1957 proíbe cópias ou reproduções destinadas a uma utilização coletiva. Toda e qualquer HOW Àpr¿sÀÀlÀçãÀ OU r¢Pr0dl1Çã0. integral Ou parcial. feita por quaisquer 1n_‹=_:_i_os_.,§‹j:_rn_ ____________________________________________________________________________________ .. - ....-.._.-__-------------.~---- " ' " ' ' : :': :::::: " 'consentime'n'to"do"aütõf'õ`ü"dë'§`ëü"rëpfëšëii`täiite`j `ë'ili'ciiii"e`ë5ñšt`ifüi"c'öiitravenção sancionada pelos à't .r l I| Copyright © 1996 by Antoine Garapon Todos os direitos reservados no Brasil pela Editora Revan Ltda. Nenhuma q parte desta publicaçao podera ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletronicos, seja via cópia xerográ¿ca, sem a autorização prévia da editora. Publicado no original com o título Le Gardieu des Pmmesses, i por Editions Odile Jacob, Paris. 1 li - l C artigos 425 e seguintes do Código Penal. Preparaçrio de texto Anne Marie Davée TRevisão Dalva Silveira ` Roberto Teixeira Rogério Corrêa Jr. C A Claire, Marie, Pierre e Beatrice. apa Traços do Ofício 1 1' Este livro deve muito a muitos. Primeiramente, a Olivier Mongin: sem A seu encorajamento e suas criticas, sempre pertinentes, eu nunca teria ousado lançar-me numa empreitada tao audaciosa. A Irène Thëry, que me apontou o exemplo a ser seguido; a Pascal Bruckner, a Xavier Galmiche e a meu irmão Paul Garapon, que releram pacientemente o manuscrito. 'A Iacques Lenoble e a Iean De Munck que, através de um contrato de pesquisa com o Centro de Filo- * ' Impressão (Em papel Offset 75g, após paginação eletrônica, em tipo Palatino, c. 11 /13) ' Ebal CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte z Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. . 6193; 99- l503 211099 il sofia da Universidade Católica de Louvain-la-Neuvefme proporcionaram con- 1 Mía. diçõesde trabalho i11eStimâU€iS. A Paul RÍCCl?MTz_€?'1¿mz' 0 ¿luffm 3599 ensaio deve tanto e que me deu a honra de redigir seu prefacio. _ _ __ __ Garapon, Antoine, 1952- '''''''''''''' c nf" ' c'””*;“'*1“”;;L` O juiz e a democracia: o guardião das promessas /Antoine ¿;a,,,p0n¡ tradução Mm, mz, de ¢a,¬,a¡h0_ _ Rm V O livro éfruto de muitos anos de trabalho no Institut de Hautes Etudes de Janeiro: Revan, 1999 !_ iq sur la Iustice. Esta aventura jamais teria sido possivel, não fosse a confiança 272 po f inicial com que me distinguirarn Hubert Dalle e Iacqiies Commaille, líem coliäo Tradução de: Le gardien des pmmesses os~presiden_tes sucessivos -Í Pierre Drai, Robert Badinter eMarceauT onlg. a ISBN 85__“06_l76_9 nao sobreviveria sem oapoio efetivo de Myriam Ezratty e de Pierre ruc e, ea amizade de seus principais parceiros - Pierre Bouretz, Yves Dezalay, Alain l. Juízes. 2. Democracia. 3. Organização judiciária. - Glrmídet' Robert Iacob' Daniel Lecn.¿b'z'çr{'panzel ÍÍlud?t' $e1:g10lí0peZf=Ra¿]l/-rfëondL Título Verdier- e,¿nalmen te, sem a equipe que os assiste. Denis Sa as, cujo ia ogo cotidiano éfonte de enriquecimento permanente, e Anne Avi/, sem aqual, nunca . é demais dizer, nada disso teria sido possível. ' ' .cou -_ 347.9 ' 221099 008011 E -_-¡-_-'__n,-_-:J-__,____.__..¬¬.--uv-var..-ii..-.____...___i'ú :Í1in gn Í*'i Zi'-.._~.'*'¬-7-'_:\3:.*;'Sf';'E.'_'f.'*'C~f;'i'ü2*:t7›t-:r_~7_-:~r=:~rrf¢f:¬‹“.r¿*:1*:':',¬:-:¢:::r:rr_¬¬-¬-«-‹-.P |‹:', aii 'I\"iii 2 ':‹n.-.Ànrzr --I..-.:v.- ¡I .-_---vw-ru-/¬.'-^ *zvz*--=_~ (Ilrii:|i_ I' 1 '.-/''...›-4.¬;-.¬-_--_v,-r\.,n_u.__..'.-_f_,/\5- ir '. -\-..-_¬-n¡- rluva-¬.wI...|'.\-J-- 'nii {›:. i‹'- _-_.e¡`-_1;¬-\';';:_.f"'__._1u__f-_'~_-I_Ana450..1 É“ÍÀ'¿'£'%'ÍÉÚ_'ID ¬...t,.¬._-......_..,._...._._..¬¬_-,_¬z.3.,_ ¬-----›..-.¬~¬.-¬\.-.-.v_-...,....___._ I l l 1 ii _ .... ..¬. F i ¬¿_n7__, Ii Ei.”-.. ii,. l \r _.-._-....¬_-...-u_.-‹"...._.-...........-.H _... -..._ ....-....- _ - - -v - .› I. ú .¬_i; .r- ¬-. i i | i.i Í I r 1i V 1 E | l I iv I l É i Sumário PREFÁCIO ............................................................................ .. INTRODUÇAO ....................................................................... .. Primeira parte . Os impasses da democracia jurídica Capítulo I: A república tomada pelo direito ..................... .. O FIM DA EXCEÇÃO JACOBINA .................................................................. .. O das imunidades ..................................................................... .. A exteriorização dos conflitos ......................................................... .. A DESNACIONALIZAÇÃO Do Diaisrro ........................................................ .. Lei, um instrumento caduco? ......................................................... .. O surgimento defontes de direito supranacionais .......................... .. Uma revolução jurídica ................................................................... _. Politização da razão judiciária, judicialização da razão política ..... ._ A Nox/A CENA DA DEMOCRACIA .............................................................. .. Um lugar de visibilidade .................................................................. .. Uma inversão de lugares .................................................................. .. Da celebração da unidade à divisão assumida ................................. .. Uma sociedade condenada a um deslocamento permanente ............ .. C.apíLul.o._.1I;_Q¬vader.iaiäitddos ................. .. O Desvio AR1s'rocRÁTico ......................................................................... .. O dualismofrancês .......................................................................... .. Controle sociológico e ligação politica .............................................. _. Independência externa e independência interna .............................. .. Umfuncionamento aristocrático ..................................................... .. Controle politico da magistraturafrancesa ...................................... .. O controle por uma hierarquia que nãofunciona mais .................... .. A TENTAÇÃO Porurisrn ........................................................................... _. Um acesso direto ã verdade .............................................................. ._ Inclinação cultural dos sistemas inquisitórios ................................. ._ Sacralização da verdade, desconsideração do processo Idealização da regra,.ocultação dos arranjos ................................ __ Uma total irresponsabilidade política ............................................................... _. 73 Capítulo III:_ A_ilusão da democracia direta ........ _. ...................................... ._ 70 ................... ._ 71 ......................... _. 75 Capítulo V: A incerteza das 'normas .............................................. ._ 121 Evoi.uCÃo DA DELINQÚÊNCIA ...................................... .........................................._ 123 A delinqüência iniciãtica dos adolescentes .... ............................................... _. 124 A diluição das referências sociais e os ”inclassificáveis" ................................ _. 126 A impossibilidade de situar-se através do drama ........................................ _. 128Paociassos msrizutoos PELA MÍDIA ........................................................................... _. 76 ' ~ Iiicesto e inserçaofamiliar ............................................................................... ._ 129Midia, diretor e ator ao mesmo tempo ............................................................... .. 77 Dimensão orddlica da toxicomania ................................................................. ._ 131 umef-WSÍÍÍZÚÇÍÍO SÀplemenf¿¿' de ]U5f1ÇÀ ---------------------------------------------------------- -- 79 Dívida inversa ................................................................................................. _. 132 Uma etica da narrativa ............................................. __ O processo perpétua .................................................. ._ O Miro DA rRANsPARÊNciA ............................................................................... ._ ..... _. 84 ...................................... ._ 81 ~ MErAMoRFosEs DA v1oi.ÊNCiA ................................................................................ ._ 133. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - . - . .-A.LÓGÍCA-.m.ESPETÁCUto--_-::3-.-.'.'.---.°.'-"-.-02nun":.J.-.:-.H."-:"_“.""".-nnH.--_".-._...tl-:I:-:‹.-:-::-:-.-;-:-::-:--82*----~-------H -- -- -- ------"---------H-^-Ô"šäië'|Fz:›¿/Ei-6'íñ'üè?Íídö'_':'5E^I:š;ií'_;_;_;:.:E:::Ino."H".'H.HH."".“."“."'-nn."H....H..HOHI'H":;l';::;"Í35""""""' ...................................... ._ 83 Capítulo VI: A magistratura do sujeito ........................................ __ 139 Íefefeeee mefe Pele hemem de fille PeleflmçãÀ ¡ ------------------------------------------------ -- 84 UM MAIOR CONTROLE Do Juiz ................................................................................._. 140 Tmllsllefeleeie de “ções e verdade dem0CWÍÍ1CÀ -------------------------------------------------- -- 86 ` A destituição de qualquer autoridade tradicional ........................................... _. 141 Uma norma comum sem costumes comuns? .................................................. _. 143DEVERTAM A5 AUDIÊNCIA5 SER FIT-ÍVIADAS? ----------------------------------------------------------------- -- 83 "A virtude pública da indiferença" ................................................................. _. 144 A armadilha dos processos pedagógicos .................... _. ...................................... ._ 90 MídfÀ, IlmÀ ÍIZZÍOTI-dílde dE_flÍlÍ0 ...... .-. ................................................................. .. INTERIORIZAÇÃO DO DIREITO ___________________________________________________________________________________ __ , '_ Cada cidadão consagra-se legislador ............... .............................................. _. 147 - Capltulo IV: A OPÇÚO pelo Penal ----------------------------------------------------- -- 97 Da proibição da droga ii incitação comedida ....................................... _.-ze........ ._ 148 IDENTIFICAÇÃO com A vt'riMA ................................................................................... ._ 98 AS AÇÕES DE TUTSLA DAS PSSSOAS FRASES ________________________________________________________ __ 149 Do ativismo dos juizes ao ativismo associativo ........ _. A jurisdição das emoções ............................ _;-_ ..... ...................................... _. 98 ...................................... __ 99 A magistratura do sujeito ............................................................................... ._ 150 O l€gÍSlL`l£ÍlO?' ÍTTCICI-Olílll .................................................................................... ._ 101 Capítulo julgar! apesar de tudo _____________________________________________ __ 155 Consenso na efusão ......................................................................................... ._ 102 S As “sentenças emocionais” ............................................................................. ._ 103 'A DIFICULDADE Do LECisLADoR .............................................................................. __ _55 Questões que não podeni ser decididas ............................................................ __ 156...__...--_..__....-- DÍABOLWÉÇAO DO OUTRÚ --------------------------------------------------------------------------------------- -- 104 Uma complexidade inextricdvel ...................................................................... ._ 158 _ O retorno da mecânica sacrificial .................................................................... ._ 105 - ~ ° f ° ' 53 Sobre dimensoes insuperaveis ......................................................................... ._ _Uma “sociedade de litigantes ........................................................................ _. 107 A IUSHÇA ENTRE A ¡DEA¡_¡ZAÇAO E A DIASOUZAÇAO ________________________________________________ __ 160 O individualismo medroso ....... ..................................................................... _. 109 - - - ~ ° ' _____________________________________ __ ' A eeteleelfzeçãe de Proibído -------------------------------------------------------------------------- 110 Um debate em situação ................................................................................... _. 162 Do controle social ao controle lateral ............................................................... ._ 111 l INvERsÃo DE Posições A proibiçao da negaçao de justiça - ............................ _. _61 _ -1----_--------- ----------------------------------- ------------------------------- --111 DIZER 0 Jusro ........................................................................................................ ._ 163 S uma Pefeeleçãe mhmfele de lfleilšfe ---------------------------------------------------------------- ~~ 113 Que seja dita a justiça ..................................................................................... ._ 165 Me” direito e e medida de direito"''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''' '''''''' " 114 Assegurar a_continuidade da democracia ....................................................... _. 167 Uma confusão perigosa ................................................................................... _. 114 “Não ouvir nem o temor, nem a afeição ” ........................................... ._ A incapacidade de representar os laços sociais ................................................ ._ 117 ........... ._ 115 8 9 ._..-...___...-_...-|.‹-rui.-i_--¬.-__._-___ l I 5 E Al lnf:ii "¶'¡F?I`."-IG H r-¬fv~¬-u-r-i.¬ró-'zu'.før~ru-Ilvr'*¬-'/\\-IA.af...ø_ø_\..nID 1 . .1 I -i.. I _...--_--\.‹...\..:-.LJ1- < .. 'lI l .Ê _»««.‹J_.m.w.L_¬Lm¿;¿;;_1_¡›_¡_1._¿¿.¿.;_z=_¬,-.J-__.¡;._.g;`_¡H.L_¡_¡_.-,_A; 1 i| Segunda parte A SANCAO, ALEM DA PENA E DA SEGURANÇA ....................................................... 214 _ _ ` _ Igualdade diante da justiça e individualização da pena .................................. ._ 215 A ]1zlSl`lçt1 111111161 6l€1'l10CT6IC1l1 7611071616161 Uma resposta sistemática e diversificada ........................................................ ._ 216 A continuidade do espaço público ................................................................... ._ 218 ~ Uma violência limitada ................................................................................... ._ 219 _ A pena articulada a uma palavra .................................................................... __ 220 Capítulo VIII: Preservar as referências coletivas ......................... ._ 171 Dignidade - um bem comum ........................................................................_. 222 FUNDAMENTARA AUTORIDADE ................................................................................ ._ 172 Capítulo XI: Promover 0 debate .................................................... ._ 225 Ambivalência das expectativas a respeito da justiça ....................................... _. 172 A autoridade como im_ia carência .................................................................... _. 174 NOVAS FORMAS DE IUSTIÇA ..................................................................................... _. 226 ..................................... _.Uma_ autoridade_que. coloque. o. poder.eincena _--.._...._._..._....-..-....__.__...__...___..-......-.---O.-direito.pos.itivo.dassociedades.homogêneas¡.___....____._¡_.___.___.._..___.._...._..._._._.__._-226.- As proniessas do “direito providência” ........................................................... _. 227 AUTOEIZAR O PODER ............................ ................................................................ _. 177 Os novos lugares ......................... ._ .................................................................. _. 228 ' justiça informal e justiça descentralizada ....................................................... _. 231 UM EQUIVALENTE MODERNO DA RELIGIÃO? .............................................................. ._ 182 Novas relações entre o Estado e a sociedade civil ............................................ ._ 232 _ O trágico da democracia .................... .......................................................... _. 185 Unia resposta ã crise de representação politica? ............................................. __ 233 . O papel do Ivlinistério Publico ........................................................................ _. 234 WA, Capítulo IX: Despertar o pacto democrático -................................. ._ 187 ` - UM Novo ATO DE JULCAR ..................................................................................... 237 A MEMORIA Dos LUGARES ....................................................................................... ._ 188 Uma nova concepção de ação coletiva correta ................................................. ._ 237 Um universo de distância ........................................................................... .- 139 O enterro de um critério único de verdade ...................................................... _. 238 _ _ Recordar as origens ..................................................................................... 191 Um ato de julgar contextualizado ................................................................... _. 239 _ Sublimar a violência .................................................................................... _. 193 _ Autorizar um debate racional .................................................................... ._ 195 Capítulo XII: O 110220 6Spaç0 dO ÍUÍZ ............................................. ..243 REANIMAR O SUJEITO DE DIREITO ............................................................................._. 196 A IMPARCIALIDADE REAVALIADA .............................................................................. ._ 245 A falta e O Castigo ......................................................................................... ._ 196 _ Promoção da imparcialidade ou racionalização da parcialidade? ................... _. 246 O Sintoma e O tratalnento ............................................................................ .. 197 Regras claras ................................................................................................... _. 248 O sujeito de direito acima do indivíduo ...................................... _. ........... _. 198 Regras realistas ............................................................................................ 250 O sujeito de direito como condição e finalidade da democracia ..... 201' ' Regras respeitadas ........................................................................................... _. 250 _ Sem palavra comum não há sujeito de direito ......................................... 202 "777""7 77:* Jà ré¿islcriçlêiozííím espaço comum ............................................................._. 203 . A ÉTICA REABIUTADA .............................................................................................. ._ 251 ` i " " " " A ética posta ri parte nos sistemas inquisitórios .............................................. ._ 252 Capítulo X: Sancivnar c reintegrar ............................................... .. 205 A zefzfêziaiz as jzzmmziao ............................................................................... _. 254 Uma outra matéria' além do coiiteiido juridico de seus julgamentos .............. ._ 255 A EXATA DISTÂNCIA, ALEM Do SACRIFICIO E DA TERAPIA ...................................... 206 Institucionalizar a ética? ................................................................................ _. 256 Regm de fÍíT€ÍÍ0i fÀgm de julgamento ............................................................ _.'..206 A ética dos jornalistas ..................................................................................... _. 257 A DIGNIDADE, ALÉM Dos DIREITOS E DAS NECESSIDADES ........................................... _. 208 A REPRESENTATIVIDADE RECUPERADA ......................................................................_. 259 Das garantiasformais ã idéia de dignidade .................................................... ._ 210 _ Um antídoto ãfuncionarização ....................................................................... ._ 260 O processo como uma trégua ....................................................................... -211 Uma solução para a crise de legitimidade ....................................................... ._ 262 Um diálogo sob influências ............................................................................. ._ _212- Uma aproximação da democracia ................................................................... .. 262 Permitir ao sujeito assumir compromissos ................................................ 213 Uma nova de¿nição de interesse geral ............................................................ .. 264 10 11 CoNcL'UsÃo .............. .. As elites desprevenidas .......................... .......................... .. 265 Novos desafios políticos 12 E ¡v¡-A3 ,V-_ ~ - 1.-¡ ._- -¬- ¡. ¡¡;Q¡¡,_¡..`-._._-_.,¬- T..-.;....-___-___ -_ . -_ ozzzzzzzwzzawâzmozzâai'ÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÂÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍIÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÂÍÍÍ un 3 .... ._ 266 .... ._ 267 .... .. 268 PREFÁCIO _.-_..-_-..-__-....- _ _ _ _ ___ _ ___ I _ zu .......---.-.-....--..-..-.--....-.-.......---_....._._..-.........-.......--..--.....- ..........---......,-. .._ -. ,____________"_"."____ __ O livro de Antoine Garapon surge em momento oportuno, mo- mento em que se toma gritante a contradição entre a inÀuência cres- cente que a justiça exerce sobre a vida coletiva francesa e a crise de legitimidade com a qual se defrontam, nos países democráticos, todas as instituições que exercem alguma forma de autoridade. A tese maior dolivro estabelece que, juntas, justiça e democracia devem ser criticadas e corrigidas. Neste sentido, este livro, de autoria de um juiz, pretende ser um livro político. - O encontro entre o ponto de vista do direito e o da democracia começa a partir do diagnóstico: com Philippe Raynaud, quando fala da "democracia governada pelo direito”, ele se recusa a ver na extre- ma jurisdicionalização da vida pública e privada a expressão de uma simples contaminação do espírito processual dos Estados Unidos"; é essencialmente na sociedade democrática que ele vê a fonte do fenô- meno patológico. É sobretudo na própria es_trutura da democracia que deve ser procurada a razão para o fim das imunidades - que isenta- vam tanta gente importante e o próprio Estado jacobino -de ações __ _, --iu<2_i5iêiS;.áo0 .ego-E9_p01í_tig0.911€ Se dá 0 enfraqÀeÀimeÀfo da lei Haci- onal, corroída tanto pelas altas instâncias jurídicas, como pela multiplicidade e diversidade dos locais de jurisdição. A mudança do papel do juiz dependerá da transformação da própria democracia. Para explicar o que aparece, primeiramente, como uma inÀação dojudici- ário é preciso recorrer às causas da crise de legitimidade do Estado. E reportar-se à esfera do próprio imaginário democrático, no íntimo da consciência do cidadão, onde a autoridade da instituição política é re- conhecida. O autor reserva a primeira metade de seu livro para justific°är'üm diagnóstico que liga os destinos do judiciário aos da política naquilo que parece, superficialmente, uma simples inversão de posição entre o judiciário e a política, na qual apenas o judiciário seria o agente -uz-.-...í_.í_í.--..._._.___.í F | 'Í'-""`$-`i'I"'¢-\f?I¬rfv1uw¬n¢w¬-fr-u1w15À'Ff5!J‹*J'¡4¬¿`Lr^¬rn-\¬nz¬L-vfuzrwz-À:rfr.-rm '\i'f'¬I'i2¬I30-Iv-v-cf-1nr--v-7¬-r.-1w:I_r_.1..~.-.›c..q-›1...-`..._-_....z._,__. |:, ; f' I. ln .',.:_, )(,‹.J .ø ' f r.'- J \ Í. H`v_____‹_____f______l__'r____''___H¡B`¿_ñ_`¡_^'¡.¡¡.|¡¬,-.,_,,_.._..__-.-.-..-.....¡-.-_-:wi-créu-:sw .u '. .I -vn4¬z-¡.1.r;.-.4....-.-..---»-- : l- reivindicador -- o petit juge' tornando-se o símbolo desta usurpação num só sentido. Seo ativismo jurisdicional é paradoxal, ele o é na me- dida em que afeta “a democracia jurídica” como um todo. A preocupação em unir os dois destinos - do judiciário e da polí- tica - explica por que o autor acolhe com reservas aquilo que se deve chamar de “ativismo jurisdicional”. Longe de qualquer corporativismo, de qualquer honraria pro¿ssional, são os desvios ligados a esse fenô- meno do ativismo os primeiros a serem destacados: seja com os juízes ao assumirem novos compromissos, seja com indivíduos elevados pela mídia à condição de guardiães da moral pública, despertando assim “o ........................-H---vel-ho---demônio--inquisitório;-sempre-presente:-no::imaginári~U~latino**;'°" Somente como alerta são válidas as comparações entre os sistemas anglo- saxão e francês, porém elas permitem apenas distinguir os caminhos específicos, tanto lá_ como aqui, tomados por esses mesmos desvios. A esse respeito, A. de Tocqueville permanece, do começo ao fim do livro, o analista perspicaz da divergência de caminhos adotada pelo fenôme- no maciço da jurisdicionalização da vida política. No que concerne à França, Garapon é cruel: “Eis a promes_s_a ambígua da justiça moderna: os petits juges livram-nos dos políticos venais; e os grandes, da política tout court.” Não é possível prosseguir no duplo diagnóstico d_o declínio da po- lítica e do crescimento do jurídico, sem falar sobre o que constitui o nú- cleo básico deste último e, conseqüentemente, sobre aquilo que ocasiona a derrapagem do sistema. A idéia-chave do livro é a caracterização do "embasamento jurídico da justiça" pelo distanciamento-mais precisa- mente pela conquista da devida distância-em relação tanto ao réu quan- to ao cidadão. A razão maior de o tema da devida distância ter sido abor- dado logo no início do livro é que a ilusão de uma democracia direta-, mantida e até criada inteiramente por toda a engrenagem da mídia, reve- la-se como a grande tentação que ronda tanto a justiça quanto a política: assim, pode-se constatar, sempre através da mídia, o novo credo dos juízes perseguidos pelo velho sonho da justiça redentora, enquanto a democra- cia representativa é estrangulada pela ação da democracia direta.Ao mes- mo tempo, e sempre sob pressão da mídia, perde a justiça o seu espaço protegido, priva-se ela do distanciamento dos fatos no tempo e da reser- va de suas iniciativas profissionais. A deliberação política toma-se su- * Petit juge, denominação com que na França certa mídia sensacionalista e certos meios político- financeiros qualificam os jovens juízes formados pela Escola Nacional da Magistratura, com sede em Bordeaux. Em geral têm menos de 40 anos, são quase metade dos 6.300 magistrados em exercício; 550 são juízes da instrução, 44% são mulheres. Têm por característica tratar todos os processos com rigor e na estrita aplicação da lei. (N. da R.) 14 H-2 --I-¿_-3 <.-¡- if.” .Q-_" U \. N \ . E -._ ¬.-.- -._J i _f"'. '-.. \ A Ãqualquer outro tipo de julgamento que não o do juiz.” 'llma norma- la P* `E‹': E l._.4' v pérÀua devido ao massacre publicitário com pretensões a justiceiro e pela fraude nas pesquisas, que reduz a eleição a uma sondagem virtual. O leitor talvez se surpreenda com a virulência deste ataque contra os efei- tos perversos da ação da mídia. No entanto, Luna vez compreendido que à mesma ameaça são submetidas a posição de. terceiro na relação jurídica e a mediação institucional na relação política, não será surpresa Ver Garapon juntar-se a Claude Lefort em sua denúncia da ideologia invisí- vel da mídia. Para além deste julgamento rigoroso, pode-se continuar manten- do o diagnóstico duplo que constitui a originalidade da primeira parte "da"obra'."'Pa'r'a"ä'cabar'cö`iñ`õ"processo'unilateralll `ö"q`üë`šë`të`r`r`1`"tentado" fazer com a justiça _ sob o pretexto de sua invasão em todas as esferas da vida pública e privada, é na própria democracia que se deve antes de tudo procurar a falha. Além do mais, é na democracia, chamada por Tocqueville de Igualdade de Condições, que se deve procurar o início de '“-----------.,._. rude. az--fr* "ra c .estava entao inventar, criar art1f1çialn1e;1tg,fabr1car (todas essas pa- lavras são empregadas por Garapoii) as-;_u__t__‹_:;_r;i,ç_l_,ê__1_,c1e,.P.‹;›r não chegar lá é "que asgcieqdêpclšiççseliremete aos jü1zes.âê_«.demanda da justiça vemf do todos os desvios' essa “Í ' "' sf' não oderia se darz _ ç P, ç ç _ o $não_à$ custasdaswhierarquias aniigas, das tradições naturais, que de' f' signavam a posição de cada_um__e_ restrP1:§g1ͧ1¿1_1:š;1,S¿,,ÍÉÇf?1ÊÍ<.'Íš'.l e con ito- <' esamparo dal301,ÍfÍ@ "o direito tornando-se allÀtimímofallcómíimi em uma sociedade que não mais a possui". Frases do mesmo tom se acumulam à medida que se avança a leitura: "A democracia não tolera comum sem costgL1_¬_¿__‹f:__s,¿ç_o_;_,11,`L¿r1s. . ."! Mais adiante, o leitor se perguntará séàleslšedfãgnósfftico rigoroso admite também a mesma terapia tanto para a justiça como para a democracia. Entre indivíduos dispersos, que o efeito perverso da “igualdade de condições” obrigaqa obedecer, poder- se-ão alg{ií¿"d'išÍ e"1ÍEonlt_i¡arllrëiisñconsidleraídèos lcidaídíãos? _ O autor prossegue de maneira intrépida sua descida aos infernos i de uma democracia desnorteada: 'invasão de contratos que aliviam a Q perda de um mundo comum; controle judiciário que não pode mais dizer em nome do que é exercido;_reforço da função asilar da prisão em vez de proteção aos mais frágeis;_ interiorização da norma por falta de regras externas reconhecidas, todos esses sintomas dão razão a François 2 Ewald:UQuanto menos__o_direito for assegurado, mais a sociedade é _ , .,._,¡.__Ê Q Êorçada a tomä "Mas:seajustiçašervépara rezinutrodiuzirld Ê. “/ posteriori as intervenções que deveriam ter sido feitas a priori, em nome do que será exigido prudência dos indivíduos quando a responsabili- dade presumida do delinqüente se tornar o objetivo distante da políti- 15 1 -I If 1 M " “âízu | EI› \ .l ca maior de tutela, na nova versão do Estado provedor que se ergue com dificuldade sobre as ruínas do antigo Estado? Encontramo-nos então dentro de um círculo vicioso que o recuo das práticas democráticas e a progressão de novas idéias e argumentos jurídicos esboçam. Quem sai perdendo é o próprio sujeito em sua du- pla capacidade de réu e de cidadão. O verdadey ë§i§uf- ação, tanto política quanto judiciária, é que'airesponsabilidade¿iêfare- senta simultaneamente o postuladode qualqueFdefesa~da'd'‹-21/nocracia e, como força contrária, de qualquer barreira da jurisdicionalização cres- cente, e o objetivo perseguido por todo e qualquer empreendimento víàà'¿a'ó'°'à"'féeõ¿quisià"aos1à'çõs"âõe'ià'iâ;"Nós 'ü1¿iiiõà~;"õàpí¿i1ó>é.° '¿:'õ¿s'à= grados ao diagnóstico da sociedade judicializada e-de ` ' ada é fei- to um balanço das expressões contemporâneas sobr *_ agilidade. bem da verdade, tudo se passa como se a crise democrática e o in aço jurí- dico fossem provocados apenas por decorrerem de uma terceira fonte, a saber, precisamente ‹m1_í§ de fragilidade. É a uma rela- ção triangular inquietante que o debate entre justi a ' olí_tica cede lu- gãrI<íQ§§pD]itiz§ç§›¿j_L_1ris'dicionalização, fragi¿da ;Ainda pior, o judiciário é empurrado"p"à`fa`ã'lirÀ1a de frente po¿¿stituições políticas .-.em vias de decomposição, e confrontado com uma tarefa impossível: pressupor que as formas de tutela da justiça, substitutas da represslão¿,{ffz_-'í" qtêrri cpmo função criar, ou seja, proporcionar o surgimento do nov_Q.___ ` E sob o ângulo desse paradoxo da tutela e sob o signo de tarefa impossível -- que essa função suscita, entre a coação e o conselho - que se podem classificar todas as patologias que este livro acumula, antes de se arriscar na dupla análise do cidadão e do réu. _' ¿210.8, impasses* do ii{1__dividuali$IIL9'z111a.s_ojurista _ _t§fiT_1,u1fJ§1_‹?1.lILš!E_íIafprópri_ê1___Ç1_§:__falar.Nao perdendo de vista o perfil do _j¿i_i__2.___c_orr'i.‹_)_t‹-1-_rcei_ro dentro dos conÀitos, ele vê na identificação emocio-/¿/ F7"-E 'Í 7* E _' ""`:""" -í . _. . ___]nal com as vitimas o sintoma mais claro do abandono da posiçao im- --- _' K 7' Í AÍ" ' W K ã-“imparcialj- identifiç_§}_çf§¶_Ç}__¿_$§}f1,3_9§io11.€1_l_Fcom as vítimas, que teria sua contrapartida na diabolz_zg_ção_çlg__culpac@Chega-se inclusive aos limi- i€..S._£'l° línâllieieetoiâoos.s.oi'ioo‹o-oori?_o.-i_1.1i1?oofo Polo ffoooooo os todo 1 * l ii d1,S'f_an_C1arrÊnto simbólico e__q_ue marca o retorno __daH;v_e_ll1_a_jded¿gi¿_. l sacrificial. __ surgi_mento da lógica vitimária pode então ser vista como um entrave à tentativa da justiça deéituar a função tutelar, mais adian- te descrita como parte inseparável das condições necessárias para a de- mocratizaçao da sociedade. Evitar-se-á, com isso, ceder ã lamentaçãö`````` " na descriçao de outras atitudes que___r_na_r_c_a_m_a_ id;-ntidadei assumidasx bojo om@1,i_a_i2o.r.tuii¬ero!_ol_iL1£1i<'=Í'-11¢ífi.i.L.11ãÊ!1i_1.i1mié'fÍ¢¿_»z..l f “_” --..tras or-mas-de---violência. Restava apenas anexar esses males sociais aos 16 _ r ` \ ...- _If-..._ -fIL__.\i'f":_:'1 _/-r .?'\_`:¡'\-_£""* grandes paradoxos que estruturam este livro; com efeito, nledo do tz- osfoooofz i<1ooo;¿oo.oão.ooio o vío.'...moz di_oP_o1iaooão.d culpado, tudo issoä( aomesmo abandonodap%i@m¿aeáro : -'~ --m E _ __ _ __ - ..-=-f-¬., , O consenso se forma em tomo de sofrimentos e não mais de valores l. comun`sƒ"1`fãta-se,-dó prinÕ1'p¬io"ao Fciespolitizaro suje , seja ele vítima ou acusador, e até mesmo justiceiro autoproclamado. E o gran- de triângulo que se es_facela: litigante, réu, juiz. A nova fragilidade constitui, é verdade, um desafio de amplitude inédita que se origina para além da esfera política. Ao menos dá o que pensar politicamente: é à falta de referências comuns que se deve ligar venção jurídica, que aparecem, então, como efeito dos fenômenos de marginalização característicos da nova criminalidade. Eis por que en- contramos ao fim da primeira parte não um vencedor, mas um juiz perplexo,lrespons_áqvelp_ela_ reabili_taç_a`o_c_1_e _u_m_a_instânçia política da qual ele deveria ser apenas ‹_:_z"g_ë_1;f_¡-“›.1!1Í_€.'f'.-.___ fl 'P Coloca-'se então a questão de saber se nos processos seria melhor tentar atenuar a insipiência da norma, em sua dimensão judiciária e. política. Esta é a questão que domina a segunda parte do livro. Ora, as gp terapias tanto do judiciário como da política nao dispoem de qualquer 1 - _.-1credibilidade, salvo se o judiciário recusar a alta valorização que lhe e insidiosamente atribuída, e se ele retorna à sua função n1_.í1lima_,__qu_e__é_ aomesmo tempo sua posição ótima, a s_aber,a tarefa deffdizer o 'rei of. Não punif `oíf¬repafãr,*mas, co¿fã palavra exalta, clelsiÊgÊ~{a`r'*õl`criTnPe e, assim, colocar a vítima e o delinqüente em seus devidos lugares, em benefício de uma peça de linguagem que se estende da qualificação do delito até o pronunciamento da sentença, ao término de um verdadeiro debate de palavras. Ajustiça prestará favor à democracia, que també é obra da palavra, do discurso, ao cumprir firmemente, com modést_if: sua obrigação, para com "a linguagem, de todas as instituiçoes a maior J o julgamento significa recondução à pátria humana, quer dizer, a da lingua. ffÍ gem. Antes mesmo de sua função de autorizar a violência legítima, a justiça é a palavra. O julg§}¿1_Í_l_€:“1_1Ít.‹1-é.iun.dizei:_o.Íí§.§Ãf;l_l. Tudo o mais é decorrenteiad p__1¿i_r_ga_-;H çao dloijassadom continuidade dapes_sp§_š_ta§j_i1z_ém,:ze.sobremdo.za a_fi_ri§_1laç_ãoh_da_çg__ntii¿uiçlaEfe..ÍcÍól'§sÍj3açQ_p1Í1blíÇQƒCompreende-se: se o jul- gamento é um ato da palavra pública, todos seus efeitos, inclusive a de- tenção- que vem ser uma exclusão -, devem ter lugar no mesmo espa- çopúblico; seja em se tratando de penas complementares, de relações humanas, familiares, de trabalho, etc. Essa defesa é política: significa que, apesar de privado da liberdade, o detento permanece um cidadão e que 17 ianto'Õ'de¿šëréflitöudas"iiišt'âiiëi`äš"políticaš"q`üäiitõ"ã"éxj5ãHšãõiEi`ã*iñtëi*-"""" J l _.-. `l.`¬\?."\“L"".__.l"¡-1-rn.-1.-1-.-_-._.|"."'I'-.¬-f-.¬--_.-_.-_.»..-f-¬ i f -É-'H'u?'1."'V'r''H-\n`5'\`.'I'_{'IÍ.'='.I¬.-Í_. ›.' II~:l *.".¬:.*.-._rT:¬.".'T"*:""z¬¬'--r-=-.-*_*-f¬-"'1*-°¬--‹~'-›¬-›---¬- -vø-¬..._...__ n..g_-,A_\._-_._.¡_-_. ur-\..¬ .-i. :firr\ r-¬_u --c -u¬‹"A.¬.' \.1--.« -na--..¢.'._¬,._¡h_,,_,`_,,d¬_"_'_,._'_:_;:_f-__§__r___~_y_;1_3._ƒ__\..¡.4_¿¡.¢..|_. ¡.\_n..:¢un..¡. ›. '.F i _. :L J.:-w.I __\__Lz-tn.-za.-.n. i l 1 l -_-.--,.,-,¡¡-__._., l 44~_._.-_..-t-_..-_-;_;; l l Jl \ na `l I _ I l 1 i ! -T _-.--=-ø É. I l i 1' a finalidade dessa privação visa ã recuperação de todas as capacidades jurídicas que integram um cidadão completo. E a promessa à comunida- de de lhe restituir um cidadão. De que forma a autoridade viria a constituir um momento subtrai- _.:J`.¢¢:,› 1.- rf _ iu ' :_ IU..1' ' V _;/'* .f 'T '_ - .f '°`:'”" T do/W *Rj _' S ` " Ó \ :WW V. xzaf ' ovjjjvu _/ /` U _.....n-‹-IfI'-I~\r-‹.“¬""`~ *x partir dai, considerar a justiça em vez da política como o último recurso jƒ não poderia levar a um efeito enganoso em relação a falta que afeta o substituto tanto quanto o modelo político? O desaparecimento de um mtmdo comum se revela, finalmente, como a melhor tese defendida nodo ao com roinisso democrático seauma autoridade indiscutí ' - . .. . - _ . .' . . . . ..P ' vel esubs \livro, na sua parte terapeutica e no'seu diagnostico. Pois a substituiçaotituída sim lesmente or uma “aut ridad ` tív 1 ' - .. ` . - .P P ~ °_ ,, ' e dlscu e ou uma autonda nao vale a cura, mas, eventualmente, o agravamento: "A posiçao da jus-de freqüentemente posta em discussao ? E como poderia odebate per- _ _f¡ƒ,..z- . , - _ r . . .. ` ,manente.s_obre-1eg1Âii11Ji!_1§.Ele.¿erÊr auto . - -L _ . z -~ . -zzz -~ z-z\._¡ tiçaeparadoxal. ela reage ao perigo de desmtegraçao,paraa qual, entre-_ ade' se a ë¿ña da (hsm 5619- 5-ev tanto ela propria contribui O subtitulo mais perturbador pode-se di-gq Í Í VV Í __ f ~ 0 ~ nf 1 '-¬~ a óia a enas no restí 'o do.. .rocédiinento Elãi ró T fi'aE1`T C " " ' . ` . , s . ' , . z .¬-P P -------Ê---r="gi'““"" “P F lscussao se não . zer, o que mais desarma no hvro e este: “A autoridade necessaria e im-réstaloutrailsaída, a_ expectativa de queo juiz possãTT'lë"g*ihinar _a_ açãopo-_. ff z ,.‹ z 'z _ _ ¬ zz -z oz z z -‹ - z LÁ ossivel Ai Garapon parece adotar sem reservas as teses de Gauchet:- -------~--ií¿§oz-o§-f-11z1111I¿-I-Q-Sliloifzo‹-.o@mZor.ooÍosoo-So-oioioz-dioiÀorim-ossos-Sin1¬. ................. .. .z . « . .. - ~ l5_ól_iças, cultivar a verdade”, só pode trazer de volta as ilusões da ativida-- - - - "" ___ Uma sociedade que sardemn regune-de'exceçao'"e°se'toma-iiidepen-_2-- - › \¿>“ dente partindo de uma comunidade antecedente, tal sociedade, ditade jufíaiizâ :dë¿uiicrâaàs ñõí¿i¿éifõ capíiíiíãieísípõr qúëí¿ëíšimó mais ~ r as ' d 1 :. a von erco¿ou se ormí as* e ara n tais com . -- .. . _.«zé-._ .-51 _ po ' . O auton a e precedeu.” Confesso que nao vejo soluçao para esse paradoxo no recur- _ çxfad _ ¿ä _ f_,____üI__ -d -Gs _ z . _ ,,A .d d À ipada, tem mais necessidade deautoridade o que aque a que a ._ asse ura os la os com as ori ens'o oder a roe ão ara futur . --~ . . - .. A .g. , Ç .. 8 '. P _' ,p, 1 Ç P O O I LA proposto pela formula de Montesquieu: “Nao a ausencia de run mes-autoridade e fundaçao,'__o_poder, mov çao As regras conservam o o- ' - - .z z--z--z- -a a cv o ----- ,, , tre, mas a aceitaçao de seus pares como mestres. Se um dos pares e con-der, a utõi¿ade preserva a regra. po er e que_pode; e a ' a _ e,_a a que aquí oriza ue constrangimento processualesta- rá algum dia ã altura dessa ambição? Eu acreditaria piamente que a auto- ridade é efêmera, que ela decorre de convicções preestabelecidas, cuja crítica leva, altemadamente, ao fracasso, à substituição, à renovação: Caso "“ contrário, a posição do juiz se transformaria naquela de um terceiro so- berano, com um pouco menos de poder do que um tirano. “O juiz, diz ainda Garapon, não deve colocar-se na posição de terceiro o ue Q demogracianão_c_ess_a_de__i1egar.f' Ou seja, o que-seria de um luto que não interiorizasse de uma maneira ou de outra o objeto do amor perdido gl para elevá-lo ao nível de estruturação simbólica? ', J A bem da verdade, todo o restante da segunda parte repousa so- Í É bre um primeiro movimento de recomposição em que é dito, no limiar desse novoconceito,-que-se-visaráazš-'gãfazer-e-eami-nhogia ingtifggãQ, 'i }11ë1.1;ii1.1.Çl9rÇ,15=iq_uoloS__Ç1i1e a__,fiindar-a›mÍfi ' ' T J Mas, se é insistindo as.sim_sQbre o elo a serpreservado _ entre a `siderado mestre, supõe-se ainda que sua frágil sabedoria seja reconheci- da como superior e digna de ser obedecida. Em vez de abandonar-me ã tarefa de Sísifo e recriar permanentemente uma instância simbólica, pro- cu'rarei,_de minha parte, a saída do paradoxo junto a Rawls, falando de “convicções bem avaliadas", de “tolerância numa sociedade pluralista”, de “consenso por recortes”, de ”desacordos razoáveis”, todas essas ex- pressões fque pressupõem a retomada de heranças culturais, hoje frag- mentadas, mas, em última instâi_1cia,serrip_reni__Q__`vadoras. Evocaria tam- bém com Charles Taylor, emilgie Sources o t _ Sel , possível inÀuência de fortes heranças,_ainda pr' A , não interpre adas quanto às suas promessas não cumpridas, advindas da cultura judaico-cristã, do racionalismo, do iluminismo, e do grande romantismo alemão e anglo- saxão _do século XD(. Sem heranças múltiplas e mutuamente criticadas, não vejo como se poderá sair do "sim dmidQ Va_z_i_o_._Tal- vez 'ainda' 'não tenhamos esgotado as fontes do simbolismo marcadas J-Ezs¿ça e 6 :uso público cia palavra _que devecomeçgr todá -de \ pelo triplo carimbo .da antigüidade, da exterioridade e da superioridade. - a o - za -- --o rw- se-~--r-~-r~~~-' o z f F a erradamente ilustrado pela aventura do Terror e dos totalitarismos, querestauração ou mesmo de instauraçãowdo elo, queq__permgn_e;;eqg_Q_b em- -- _. - ¬-z __ T. _- -z - - - - zz- - - tt -r - ---- -J 'I pretenderam recomeçar do zero ecriar umhomem pretensamente novo. .._ de§t_a_1;e_flexao % a sal5ér,*olaço“entrelo justificável e o cidadão- a di¿- ""v_ --.-.-...M-~-. --~------ ' Garapon também afirma, sem reticências aparentes, depois de ouvir asculdade entao resta emprosseguir nesta via sem tropeçar no obstáculo es i itima ao da 'autoridade em sua fun a fun _ V V - .z . _ l . . ._ . , . ..»» ---1; "'”I"` -o -z r ;ç~r--Q»-. .Êl.ÊfiO_ra.f.fl9.¶lle dlíres. . '''''''' " beneficiando-se recisamente de sua dimensão simbolica. _.â eito__a osi ão do terceiro no lano uridico comot b' ' """-T '.. P . .. . . . . . _. . . .2 zr' _ . P z ...l ' am emoda mSt.1.tP“ _ _ \/'I Aenfasesobreadimensao simbolica dojudiciario Constitui sua Pro- _, ° _ P fissao de fé, que acompanha todo o seguimento do livro Ajustiça é cha- 9 ..- J . ,I-. .4__, z - I _ :i_ÊaQ__C_1_e,med.iaço'es_,ndplãno político¡`"]á"ifoi dito que o uso da alavra 'À _ - = 'g 'bj' f r t -- - _ _ _ __ ___ ___ z. u ma e O exerclclo do poder 1.180 dlêpoem ambos de legmmldade' A mada a preencher a função de instituição cadeira, quando faz do 'f/l. _ . . '““`““ * I ~z- onfidências de uma sociedade desencantada, que a justiça, enquan oâ~(¿1l.Ê_t-1;‹,Ê.Êi..1_ÊlC_'_<...t.ffll.lt°Pêra a_ll1$Í1.Ç.€1.C9.919.-P.Ê1.1Í?F a dem°°faEiÊ'¿?T¡e“Ía~-- representa o justo élegitimadaase colocar como instituição identificadora, lr. ' -' ~ -- ' ' . r .1 . z¬. .›' . . .-. .'. ' .H _>,_ . z , _:¬__-_ ___1I ' '”--' ' . 1 Q ' '¡\.' 1 .} gi' P/ _ J .. -' Í ¡" ` :\_ Í " .T "- _", E " ' ~ Ê . - ' ' 1 5 l _{f is se ~ - »J ~. fl” .: ‹ 19› ifi ,,-›-- ¬ '&._¢Àf" " . -E g, f I I- Í-Ó .':.. 'E.-" - _,_,-..-'_',_- hƒq..-ulv-'I'Í...ølí H ._ H.--Q ‹-I. \›~ ~ II. E Éšlíâtfä e de pua realização aceita sem restrições, a cena aparente nos li- a A Q , _ ^ 0qua uma cerimonia da palavra instaura a exata distancia entre âoqos os reus. Masgda perplexidade lembrada mais acima volta de forma o orosa por ocasiao da defesa corajosa em favor do ritual do processo.: C,°ml° §01ÍCÍÍdf: h<>,];<-2, após as declarações sobre "a autoridade indispen- âavf GÂUÍIÍOÊSIVGI z que odesdobramento simbólico repita a experiência Zâo un aÇd0- .Desse vez, e Garapon que evoca o mundo da Bíblia, a ra- r " o ~ za z F-1 ff" ¬ ea --~-refer”l.\.-T» --8 ega, âtLU.11S_ _1§_Ê1_Q_1'°fna}.1a› U§}.1Il.-..1I.Q,_S'aoÍ.uis, Carlos Magng, ap_o__le_ap. Que reconciliaçao com a figuraqdo__pai a_ssassinaÊiö O iéiímii-iria TT *if r:;"-Ú¿í.:_v r ,__,... secretas. O autor conhece tudo sobre o peso, as resistências, os precon- ceitos e medos que entravam a conquista da idéia da_sanção-reintegra- _ç_ão,às custas da idéia da__sai3_çao-1;›_L1Dií;§1.Q;.a esse preço, a iviolênciairesi- dual da punição poderia fazer parte de uma instituição justa. Mas a função do reformador é a de pensar, de dar sentidoa run reformismo que não cederia nem ao ceticismo de Foucault, nem à obsessão das pes- soas pela segurança. [A fé na palavra pública é a plena convicção que*/_f"" .‹ mobiliza um @£oriiiism0.zâ¢iQn.õ.1,..li°e_i~z1¬iai;gpSujëiiofzssun¿rlcóinpró rf "`" E E v -- ¬ -P _- l *`“'n`Íis§Õ§é_mantê-lo dentro do círculo'dápalavra pública co¿iumíaohõ-"Ê/a¿zl-tmdade ‹'Í:t-1"SE um ÍCQHQ anterior! uma?? ____'_ H _,----------:-" " - ~ -- - . ._ -.-.-.-- ef aas.o.1daaa1â‹1aarssaizse.-zzfezizsg ezaaíenquapfo“*' f - ~ ~~~~~~~ › --.- . 1aHa1dado.lÀofoeoaV1VofLm1da? .Q.1iia'o..iziosmsi1.é:...‹:on.aicia.apoiando-se neste conhecimento: autoridade é a força da orga1iização.2fÍ-Íi% _. - - . , . ~ - .À»----- _..- z- a "~'“' aprovaçao/reprovaçao. E, para nao sucumbir a uma nova especie de_ O É: ça. [Fundamentaçaq repetiça_Q,PareceÊtre-(-šarapon res onšiliil' ""“'” " C I -.__|E';'-~:;;'_ _ fa ' ' ' ' - ' " ' f W . O . - - z u 0 A --lr - P i P . utopia, esta sim, reformista, o autor se apoia em sua experiencia e na de _ _ z _ -. l Mr ¡- dimento pela total carga dessa relaçao entre fundamentação e repetição: :IP I . . . H I:_/T ara os modernos, o quadro, portanto, e o que substittu a tradiçao. ' Recorrer ao momento da fundação, por definição impossível, é tão mais 5_i__1e_cessario e vital quanto maior for o pluralismo.” A idéiade um futuro mau8urf¶ÉÍ,01`~dfÍ5lPel1.$.ÊÉÍÊ!.ê_€lÊHšÍ¿ m011__1__š,fr1to.inaugui;a.l? E não es eramos ¡=._-_---~_¬ . 8 .tl .. .. Í "Í Í Í `"f“í; af íiíri; ~ -¬.«z.~¬~_~_¬. .-_-. me1n,,_I.ivre"e..aos..p.resos. Entre a cultura da vingança e a utopla o um___________ ___ _ “H Á H i _ _ H" - um V _ .. _. ..._.......¡_,_¿._,.......~z.....--..:;z-zn.-.:1.~...-............. ----- mundo sem penas, ha lugar para uma pena inteligente , onde a san- ção seria pensada além da pena, segundo seu sentido etimológico de seus pares, bem como em proposições precisas em quese manifesta o caráter profissional. Não gostaria de terminar estas páginas de introdução, que são ape- nas notas de leitura, sem destacar o peso deste livro na defesa da demo- cracia. Iá vimos em seu diagnóstico o quanto o ativismo jurídico foi tri-. ._ ._r____ __- Pdemais da mdOjhe u- d _ . . ~ . .._'__'g}¡tO1-¡¿_j_¿¿¡À¿_j__¿:¿.__ na fajtà de 0uh_a,,»_, ra f a ea *ag ea-esem-Eenhe ÍPÉPÊI dia-¬ butário do desaparecimento do fator político; a transiçao para uma pos- l' T¬"_"_m"~`“"`"`“' ' tura militante, nas duas frentes, era assegurada pela idéia do parentesco I o As paginas que se seguem sobre o espetáculo dado no recinto do tribunal, da reconstituição da transgressão e de sua reabsorção pela palavra mediadora, são realmente notáveis. A grande idéia de unir es-;âí“.:.fí;§:*â::.€.°;:.a¿?.§rraff se a eraaaff ° fer da isto é um sujeito cu]'as ca Êiciêleilo alclmdl O mdwlduo pãlçologlco -T cidadlão. O réu é uin cid[ádãoaSe§1`Itned1aäi`m(?nte O ClaSS1¿Cam'colnOTud H , _ I _ . ujei o O e ,ireito e estado de direito. o se apoia ne principio da funçao simbolica, portanto, da palavra comum, nas individualidades psicológicas que se identificam com s_,ei_i_¬ ' ÚÍI11I1e11Í0-E-S..€:LlS Cl€S<êl0S-_R€Í9!ÊlÊ.Ê01I}_0 umleitmcäj/Ê) desafiffque onstitui para uma sociedade dessacralizada e para um indivíduo de- :orientado a preservação de um momento de autoridade, quer dizer, o ?WPfo8oa am@%gíti.ma.e..da...di1"ÀaÀSãgsimbólmgf O que e dito em seguida sobre o compromisso entre a função de âantçao .e de reintegraçao da detenção decorre diretamente da tese da disdancia exata em umespaço publico continuo, garantia da continui- al e dosujeito de direito. A esse respeito, numa abordagem puramen- te psi_quiatrica, logo, terapeutica, a sanção dá, paradoxalmente, uma vi- SEIQ que se apro2›2LUJ_š1_-C1Q_§êÇri¿Çía1 €:_gu`e deixa a vítima radicalmente à Parte. do ÊÍUPOKÊÍÍTÊ É-'×P1ãÇa0 6 terapia; há passagens que permanecem -._-._ _- . . , h""~-_. _ .__.-....-_... --..-.--"* 20 e da solidariedade entre a posição de terceiro da justiça, geradora da exa- tadistância entre réus, e_o_papel_me._Ç_1i_ê.ÇlQF.Ê1.Ê5_in$gÍ¡P¿§ões_representaü- M _vas do estado de diréi't:Í_\_,Este é o último aspecto"_d_a reconstrução, rëáfiif-ç_q mado nas¬úil't`-iinas páginas do livro. O perigo de uma nova forma de uto- pia em matéria jurídica, que se acrescentaria ao ativismo jurídico denun- _ciado, só pode ser conjurado se o problema da representaçã_Qp§1í§cã voltarfaolmešinö' tempo,ijã"discusÍsão;Se diešejárifnos aproximar o lugar da justiça dos réus. devei.1ios_a.o.iii§šs.i11o tampodeaaialzÀ _ .. .. oao"oo11a”oa1'1aoÍšoJa.o×asofadamoÀfo_P11ofiooioiia¿..aada;¿ Um "novo ato 1.gari' requer-luinclontextölde*nature a política, a saber, o destaque \ d . emocraciaassociativaeparticipatitía. inevitável que a chave das instituições judiciárias esteja nas mãos dos políticos, uma vez que, na ' França, o judiciário não é um poder distintodoexlecutivo e do legislativo, mas Sim uma autoridade. Logo, é importante que não se espere do nosso autor qualquer invocação mágica de independência da justiça, bem como de qualquer retorno a uma tentação redentora. Em última análise, é o mesmo poder de julgar 'que faz o juiz e o cidadão. o Paul RicoeurI 'I' .À ~ë .I,` .__---`\ 3-,. -¬--..¿_.."... \ | .\ ¬ _-.` ø' j/T F_.' ..›' j_g_~.›\/ IV. v_:,Í¡ ' 21 Á f .Í. 1 ¡I-uea representa-gi i I -"_.- ¬.-_._-_---.-_-~¬»--uvn-¬r.-_-¬-.-_-....¬¡-...._..L..¡-r_r_¬- r`¬-v-v--\-u-.- 11 I I \1 1 |r r) ¡r I'Ê r | I* U'N/J.I-\uø‹-Iufw---u.-ø|uz¬.r_p`.-1,,-y .\\.__| fl .:\ '.= :I I? i I _;-u ,._¬_`,_._.._..-- V. v -.¬.¡.-_.-..|..-...n_.._›_- Í .`_ __,___¡_..z--._____¡_ _¡-_1;_,v_-¡,u_u._...-.._...._.-4...-_..__._________, --_._......_.._.---.....:.-_------------v--H-:_-_n._-L;14.; .__..¬._._..__¬..-_.fz.- r`\ -iã_3_- vt › l l I l --__..-_---.___..-._-.-_-_..-_.:¬.-.‹.---- l ¿ 5 a l i INTRODUÇÃO _ -n--------hà--i--.--‹n-------n.-------‹ nn----1-----..----Q--_. ._ _ _...--.U_.-.-.------.uu-H....."".............H.......H.-..........-.....--..-....--"-4.H-..--....-.-..-H...-.....H....--............-............-......-.-...-.-_..-.----.-.-. O que se lê nos jomais de hoje? Que duas autoridades políticas de- vem comparecer diante de um tribunal, acusadas de cumplicidade no tráfico de inÀuência. Que um juiz espanhol prepara-se para prender o antigo secretário de Estado de Segurança. Que o desemprego multiplica o número de famílias endividadas e que os juízes são cada vez mais soli- citados. Que o ministro da Justiça declarou esperar que os promotores fossem mais autônomos. Que a cobertura de questões judiciárias de po- líticos locais provoca problemas para os jomais intimamente associados à sua cidade, habituados a uma vida urbana mais tranqüila. Que o Con- selho de Estado declarqu ter aceito pela primeira vez recurso apresenta- do por um militar e por um preso contra sanções disciplinares. Hoje, os grandes debates sociais são freqüentemente realizados por ocasião de processos de grande repercussão - tais como o do desmoro- namento do estádiode Furianiƒ o do caso do sangue contaminado" - que mantêm em alerta a opinião pública durante semanas. Sem falar do caso I. O. Simpson, nos Estados Unidos, transmitido ao vivo pela televi- são, e que manteve a América em suspense por mais de um ano. Na França, 0 caso do menino Grégory tomou proporções inacreditáveis. No seu auge, várias centenas de jornalistas"e'šlivë.rá¿i_nÕ__localparacobrirwo que não passava de um caso policial banal. Articulando-se em torno de um fato real e ultrapassando as restrições ideológicas, o combate judiciá- * Estádio Furiani, cidade de Bastia, Córdoba, na disputa da semifinal da copa da França, dia 05.05.1992, parte da arquibancada malconstruída cai, provocando 15 mortos,.2.177 feridos e co- moção nacional, com condenação de vários políticos e empreiteiros. (N.da R.) " O escândalo “do sangue contaminado" permanece há 15 anos, e ainda não terminou, na Fran- ça. Relaciona-se com a contaminação, com AIDS, de pessoas que receberam transfusão de sangue quando, naquele país, o Estado é responsável pela saúde pública. Diversos processos judiciais, condenações e demissões de ministro vêm ocorrendo desde então em função do caso, e a alter- nância de governos de esquerda e de 'direita enseja excessos verbais e campanhas de difamação na mídia, em particular em anos de campanha eleitoral, quando o drama do sangue contamina- do é utilizado contra adversários políticos. (N. da R.) i Ii E ` dia um pouco mais, sua autoridade. Os juízes são chamados a se mani- Í e " """"`(juãiëíiíl`ii`ët`íüiš`rFi)."O"jüiä"ë`i*i`öi*iiiã'l'iri'ëñte"dešigñãd'ö`Eöiiiö `árb'ifrö`de"cós`-"" .' i j_-1. l l If i '.:] 'Z.J .1 H-›. ._ i ` z .ih ao controle do juiz.As últimas décadas viram o contencioso explodir e as _.-_-_____` . ' ø "` 4.. s__z ip, ¡,li-_.. rio permite a uma democracia desorientada melhor referenciar-se ao se ) ideiiti¿car com pessoas que a televisão toma tão próximas. _ _ É O controle crescente da justiça sobre a vida coletiva é "um dos mai- 1 nos dez anos atrás, quando o juiz não conhecia essas questões com a mesma acuidade, seja porque a dência aindanão as tivesse levantado¿____ seja porque os vínculos sociais eram mais sólidos oüfõ Estado. não tãto/_ qualificado. 1 _ " Essa exigência é absoluta. Tudo e todos devem, daí para a frente, ser julgados: a lei, pelo Conselho Constitucional; a política econômica do governo, pelo-Tribunal de Luxemburgo; o funcionamento das institui-íçeetar .em um númeríl de Êeteres da gde Soeialdcede di? mais extejnso' / ções penais e disciplinares, pelo Tribunal de Estrasburgo; os ministros, .rimâiramenlte, na vi a P0 ztica; quailiq o se vidu eseiip/Q W/:GI P0_1` ele 1 i ,_ _; ' pelo Tribunal de Justiça da República; os políticos, pela justiça penal co- u_u, mun O aqm O que os amencanos C amam ea um ahvlsmo lu me I .._.Í:Ê.[....-...m-um..A.maioria..dessas.jurisdições.não_existia.há..algumas.déCae§¿i*._W - a ores fatos politicos deste final do século XX".1 Nada mais pode escapar jíírisdições crescerem e se multiplicarem, diversi¿cando e afirmando, cada 'I'.""""'1Iu-_,,,`_`____“__¿" :-'¡_._-_.._,._¡Í5 fl!,Í:¡I'J_` V-Iff._.-_-;._.:H' O apelo a justiça e de alcance geral: ninguem e intocavel. A ms- tituição judiciária parece ancorar-se num sentimento de justiça que as décadas de marxismo e de bem-estar previdenciário acabaram tumes, até mesmo da moralidade política: a atualidade cotidiana nos ofe- rece múltiplos exemplos que não dizem respeito apenas a Luna única femme O1í.ücaI`sto se Verifica igualmente na vida intemaeiolml' euendo' _por adormecer. Esta nova sensibilidade traduz uma demanda moral: _ ,zpela primeira vez a partir de 1945, a sociedade conseguiu mstituir mn ' .- ¬ a a aa - i a a a ea - .A. . _ _ _ _ . a es era de umairfsfãncia ue nomeie o bem e o male fixe a.in`usti-a 'tribunal penal intemacional para os crimes cometidos na ex,-Iugoslavia, *Í P q 1_ _ _ . _ . a na memóriacoletiva. O debate sobre a bioética revelou ae tambem julgar os autores do genocidio em Ruanda. Na 'vida economica «_ a-Rj zw . 1 z za -_ --a ¬ aa. a a z_ . _ _ - _ . - tl. in uietude deummundo des rovidodeautoridaçde su erior a ro-i ualmente ainda ue de maneira maisbranda os ne c ef `*‹¬./J . qm . aa a -aapaf" na '¬*"" sã. TR i eae"g _ ' .q . _ _ _ Í go 105 Pr eremo cura' de umúoutro da democraciêiílue lhe apaziguaria as questões- anommeto de ellbltragem a pubhcldade da ]uShça` Apesar dlsso' .oe ele- e-xiesteneeiais. Eis-nos equi, talvez, em face de um momento de per-_se_ ' _ _ , _ . cupar com a questãp da sobrev¿fêneia, da segurança externa, graçasanos, na França. Vimos o juiz desempenharumpapel importante na vida ___ ' Í? - fa -. u aa .aa aa a aa a az az - a a . -z-%¿/I lh b üd _ _ 1 t Í, _ d b, ,ti .eq ao_ im da guerraçfria_,açdemocracia olhapara siçpropriaçeçççse interro- ,piora ,-sao- e su me }as,.piäncipa menle eãn mp teria et ioe cal, queís- gap sobre seus fungamePtOraiS_ que _ a ¿ 063 quase que 1mP0551Ve15 e Serem lu ga 35° S O aeee eee rea men e ¿¬,_~i›"¡`-?'H W Essa demanda de justiça é,_ enfim, universal, como demonstra a im- ?a_ md” Socäzz' Onde Càlwz Ííltfrvãmšlín ÊfÀlšgs Soclals uâlpeetantes' (ÊOÊO a* portancia inedita que eo crime contra a humanidade asstuniu nos ultimos 01 Ofaso 3 greve 05 P1 O 05 3 ef-._ 3 l?ÊÊ"5°Í~*- Qllflzf a Seele Ê1 \ anos. Os rocessos Barbie e Touvier,* que tiveram larga repercussão, es-de b 1 a ' b tr a t ai P_ “ae _'j15CaaPenÊ\5f 0 PÊP9 e er1_ 9 eu _e_]unS .a' __...e_ÍenteO tão aí ara lernbrá-lo. A' mesma 'usti a deve ser a licada não a enas a de conc soams, e atémesmo amrnador P .. ` ` ' J Ç P PH--ff' H . ,br laa z aa - a- ,¿ a d l_ É * qualquer relaçao (homem/mulher; chefe/empregado, govemante/go- _ÊJ;1m,e_ p_°___heaPLÍ 1eefeQLn°fP_°LÊ.×em,P_2â.í-- .z_ÊzEÍÊ1ÍeʧÊz9zz.zaÊ...ae--“Í a) aa vemados, pais/filhos etc.), mas igualmente a todos os homens, sejam "' .f ef.: quenela' ienes Pslqälaeas e asslstelgrtef Sofnele Serenl Pmeessadosbpor quais forem sua cultura-e o -Estado que os abrigou. Pois se tudo e todos nao* eezunflaremfef PÊOS ou malus' a Os a enançëza e meãzme e adne' são réus, espera-se igualmente tudo da justiça; não.apenas Luna compe- gaçao nao emais a ora enuante. sso acontece tam em na vi aprwa a, a tência ilimitada, mas também uma zijus¿ça tota1zz_ A ljus¿ça não pode tal ponto que alguns chegam a falar, após a lei de 1975 sobre o divórcio, ¬_ ~ a ` _ a 'tem ”ménage à trois". O juiz de menores deve supostamente distinguir os ¡ƒ.=eiƒz . _ ,_ _ _' _- __, _ _ _, _ 1 ' ` ea fl . ,¡_ . . _ . . -metgdes educativos normals daqueles que não O Sãe e traçar, caso a Caso, =_` H. Í Klaus Barbie, nascido em 1913 na Alemanha, chefe da Gestapo nazista na cidade de Lyon em a f t . t d.f lt 1 . t , 1 1 _. . , `*a aa 1941. Responsável pela tortura e morte de centenas de patiiotas franceses (0 mais famoso entre Ion elra en re a 1 erença eu ura aeel ave e aque a que nao male O e eles sendo ean Moulin Fo e ara aAmerica Latina no fim da erra evive no Peru com onome. _ _ ' I ' )- s P ' ' ` SU . `O juiz torna-Se igualmente uma rgferênçia Para 0 zndzvídzzg pel-didgj 159- ,__, - de Klaus Altmann até 1972, quando é reconhecido. O govemo francês pede sua extradição, po- .¿ lado sem raízes _produzido por nossas Sociedades ___ ue rocura no rem Altmann Barbie, avisado, foge. Novamente reconhecido na Bolivia, a França consegue sua É ' _ I _ I _ _ . ' q P extradição, e ele e condenado a 'prisão perpetua em 1987. Faleceu de cancer no hospital carcerário confronto com a lei o ultimo res uicio de identidade Voltemos elo me- de L on em 1991_ q _ p y _ a _ - a Í __ _ Q : Í ,_ ¬ _ Í _ _ ou _ __ Paul Touvier foi, durante a 2° Guerra Mundial, chefe da milícia francesa colaboradora dos nazis- , R R I ,,L _ 1 1. . h. . ,, _ _ _ . _ _ tas. Após viver mais de 40 anos escondido em casas de amigos e até em_cpnventos, é preso em 24 Le Seagãllajagàsi pe 3 P9 mque et la P 1¡°5°Ph1e f 5'f“”"°"5 de I” de"'°C'“"ef Per15' Gelhmard / de maio de 1989 na cidade de Nice. E condenado, em abril de 1994, a prisao perpétua, por crimes _ contra a humanidade. (N. da R.) - 24 25 i E i I. Ap; n' '¬T'4'-.¬rr-¬ø-rÀ¬r|-¬J'/42M": '-*I'f .____'.- .in r-1|-,-wg_-vii-.¬n;',-.'-¡H‹|'¢:'-.T'\.' `f'_-fz".»¬1-fl'.'I'.›._1 `_"\T`›f'“'I'-?'.€_'.~T'‹'*-¬"~=I'-'¬'.?¬_"'T=¬_'~"'f\'.À m¿fffef»É'.'Ê'Í-Ê: \ | L I 1 i i I I' 4.... I I i I E i | 1 zl A J¡_‹"`¡f'sz-e:ee_:2e`__r¿ J31-fÍÍ`¡'-11:19NUM 'lu - - '\ A Á._; nu ."` :,;¡_I .af .. »' 4% ; fe.'_ \ E t Í:-eee_=e'›i _\ -;\. / s-. :' V- " \.I._ | _ _ u Ie- 1' --.5' Ê -' , . ...- ui 'nun'---n~i_........ 1 \. s - -Jr '.'z ~,.,-. ` Essa reviraloltajuediçiaria d- . . a c _ . z - - - - ' _... ve na um - - - - ie_,,¿›- e___ 1uadeaa°_Éftamâtetttgtdde-_rdeeel deetelefaaeesdeaetl¿antadego rentes. Aprimeira procura u_m pa_lei_eati_vÀo_a_o desapa§egu_i1ei_i_jg d_Q_ oder?v E E a rj* fr rf -2. F*-"" - - . Ite':.(*¡e)'v.`Jjie~<`:'6-{_À¡:.-¿¿¿ -f`‹-.Q.-':...»..L_.e;.-it.--¿~_z,e.," QJQ-' e. \. . . _-- *"-. ‹.' 'i .z 1. --¬~z ~ , er» 'v __"¿' _-\ "- . ._- 1 ..: I- eee "› eee ee âe : ge L' ~-_' tv' ef-¡ '.'- til ,ri ' _r .tt - ' 'w _-s _. ` e as.-"/5 -3 i 'z -- 1 ais se contentar em dizer 0 que e Íttstef eta deve ainda atatttttt e deetdtt' própri identidade que corre o risco de falhar' a do individuo, a da vida Prextmer e guardar eeetenetae' eenethet e resolver' tulgat e eemmaeaa a social e a do político.\O juiz surge como um recurso contra a implosão Eata Ptegteaaae~da1dattea aaa e hemegetteat se alguna eentetteteses , j z das sociedades demoëráticas que não conseguem¡administrar de outra xptedttamf eutfee eeem em des"-90› À0V05 delltee Surgem e ettttea /E forma a complexidade e a diversificação que' elas mesmas geraram. O eepereeem' Eaee mevtmente e Patadexalt ao mesmo tempe em que -' *ÍÍÍ É sujeito, privado das referências que lhe dão- uma identidade e que ô.=fo.-.- _,,J-:'”lÁ"”Àfa”ff*=f¬~v~‹›.-Wi?-.~3^<:;feÍ"e`ea*¢~. Q»fl)(D -z traditorios - cujos efeitos convergeme se reforçam: de um lado, o en- jr e ultimos a Preencher uma funçao da autoridade __ ejerieaje quase que . , , _fraquecimento do Estado, sob pressão do mercado; e, de outro, o des- ' parental ___ abandonada Polos andgoa andares. . m.°f°ÀameÀf° S1mb°11<f° de h°m@f}¬ 2 da ãeÀledÀde d@m°°fÀ¿¢°S- A i¿uiàçâo às Estado' ¡à;5ífëä"óf"é"â"fiägiiiaâ'aë"a'õ"ia15¿zTzaäõ':"' “da Petttt a.Í.I.ÊÉ1Êtett°teaeÊtten°"" cratico dão ao direito o papel de protagonista, mas por motivos dife- escndd' ^ ' ' __ ' _ ,. , - ... . '- ~z t- .~0 e 015 tettemettes ePetentemettte mtttte dttetetttes e ate eeney / politico, e entao ao jtuz que se recorre para a salvaçao. Os juizes sao os â t I V.:‹.'. 'tf,-li. ,. Ei/peça de um mecanismo mais complexo, que necessita de outras engrenea-_-_ -t - un] subsanl-toP 1.aa rali -ao .Úmaeé -o¡z¡.¿e.o.n t`aieaeaseeoamornoaelš Êenei ezeme eeftfagueelmentide E.Stade' O pa-egreeee de eemedede.e1ge% primeira cauesaeetëiiieeeorigem externa e afeta s instituições política; a z . . _. .â _ _ _ ' ='.,,'__-¬\_ise cetleberamdos naeritos ,de uma .r€C1UÇa0 de fegtasf Ptetttetam tegtda' f estruturam sua personalidade, procura no contato com a justiça uma ' 37» mea aeee-9 e te a e5Pee1e~ Ettttmf esse aumente de Pedef da lusttça / muralha contra o desabamento interior. Em face da decomposição do .s'~,i=»í›»* /. \ _¿ . _ gl A ¡'| _-' eeeefez male eem as metanetaa peheeaa ttadtetettala' sua tmgdagem e a e tam a interpretação deste fenômeno desconcertante: o que existe eme? de dlršeltef dee dtreltea de heetem na Europa' dos dttettea das matem' __ comum entre o crescimento de poder dos grandes escritórios de advo- ' as na menee _' e e sua geameeee' e Pteeeeee' O enftequeetmente de E cacia inteniacionais, os famosos Law Firms, e o aumento do número de do, ao mesma tempo ein.que despreza o poder tutelar do Estado, multi- Ç.. eeIi;`j€-f-ársabolnosƒ por Tooduavijjaeduee eaedamoÀacía tanetoeee euuaeae O1-"'ae¡;f'_z' plica a recorrencia ao juridieo. Esse movimento duplo _ fluxo do direito/ Izaçao polia-ea-auãnet deadeaaaaCO1Oaa a iaaaldada da cond¡_ e refluxo do Estado -- é facihnente percebido e, de resto, seria ele assim M" ef; -fa í ›~ E - n. d ~ - t da'-ea “afrimanto a,eu ,e H_ _ el H _ _ _ [çoes em seuama_&o.§)\Íao eaee¿1zi1;._aeç¿a_o__e e jus ça soao novo. istoria ores provavelmente nao teriam dificuldade em en- e f plo, nos dois sentidos, (da dos a do abando¬n~oe tanto das instituições contrar precedentes historicos. Mas, detendo-nos nessa constatação, - ea of ' e__ e _,-' ¬"*f*'ee E ° ' 7_ _ , _ H -*_ quanto da sociedade democratica que par¿llíam a mesma fragilidade.areriscamo-nos a deixar ízle lado uma ouítra explicaelao para a ascensao do __; Nao sana a jasaça convocada Paraepeeteeêaee? Qeeeeeee meie e eleeeee äfazz teefaeâ-Ret-É-eÍãe¡¡Íãt¬i¿.äÊÊÊÊ-aaätepe-egtea e fa. __tea.ttfneÉte__medtta_na _____ çeragia_:_so]2__suaedupla forma de organização política eesoeiael - se 1ete1Ãeê..e__s.eIi.t..u..-..Ê....e..-2._äsmeet Êtgeetadâe; e _ 1 __ jr- emancipa, mais ela procura na"j¶§hça`uma espeç_i_e_deO ru a ace eraçao a expansao juri ica nao e conjuntura , mas i s .jr que traduz a profunda unidade nu fenômeno do ¿.u_1e¡¿1_1e¿1j¿0_de_,pQde¡¿_,da . \ f ø o A a n / - ¡¡ I -- e e e I e _ ee e ee eligada a proporiaedmanuca das sociedades democraticas. Nos nao nos _ e-elueueaeeed eelvagnal-da ¬_. ta1¢0m0_a1¡1_f01-matiça _ e vmçulede e fl-age tornamos mais litigantes porque as barreiras processuais cairam. A ex- / _ ' " i *` " ' ' plosão do número de processos não é um fenômeno jurídico, mas soci- ¿Ç/ ¿ al. Ele se origina da depressão social que se expressa e se reforça pela , expansão do direito.” O prestígio contemporâneo do juiz procede me- ,i nos de uma escolha deliberada do que de uma reação de defesa em face- Â/ 1 e , - _ . , . , . V _ I ede um quadruplo desabamento. politieo, simbolico, psiquico e j justiça a guarda dosans_n_n:aen1antos_e . _ . se normativo. Apos a embriaguez da liberaçao, descobre-se que e nossa z' »-~Ne.an.aa~ñ¡õ:~aaa'§aajantuS¡aSn{d'e×agerado pela jusuça pode e0ndu_ __a ea __ a a zir a um impasse. A transferência irracional de todas as- frustrações mo- 2 ].K. Lieberman, The Lƒtigious Society, Nova Iorque, Basic Books, 1981, p. 186. defnas Pat-'Íeea justiça: 0 entu5Ía5m0 ingênut) pela sua Ônipotênctaz P0" i . Estado é apenas a conseqüência da globalização da economia: o merca'=2 1 \\se deteetee em teaee as democracias? H _ _ e l"~ A.)--t"*¡"t . 'H--¬-.- «¡~.__-Ç. --À ff.-:L-'-Ç ƒções, refutar suas heranças para reinventarseu destino, mas poder-se-"`~ -._ _~e f' ia viver sem memória? O juiz passa a ser o último guardião de promes- ff Á_ sas tanto para 0 sujeito como para a comunidade política. Por não con- ej,log]can}en§e,eaef_orça_daee1¿'ued§§Ósjeuizesesó podem assumir talposiçao _ sagnndae interna a mais annopologloaj oonoama a šddieadmeeaedšedamogd * ~-tt se ette°ntta_tettt_ttma _tteVa Vteae Pdtttteaf 'Pete apatetttetttettte eta ttae se Esses dois fatos, relativamente estranhos um`ao outro, possibili- _.-...__ r li`dade_e~à_mgn.ória.; O destino das sociedades é esquecerees'uas`"t?ãäi¡“eee :y¡'_.‹. -kz servarem a memória viva dos_j_{a_lores que os fformam, eles conf.i:.-f am \:,_.I //2” / v ..'.f eae.. . . wii?. -%.=` ze,ar: _' !l1'{ø"'-" \-"'.' I eeete:-"'ffe_e=$'‹¿`*š; I i ljnquietantes,fenômeno que ne1_1_hy§1j1ê1_.democr.¿1Çi§._cons§g@, verdadei- í_rarnente,_elii'_rii11ar_:ÍA mídia, sob o pretexto de assegurar a máxima trans- ' ° . -V - A-I\"h| H,_ - -um-un.. ,«__¡-1-u¡,-_ -›-_--~-"' """"f' ¬_ _.-¬. ú» -......-¡----1 . _ . Í , dem voltar-se contra a própria justiça: é o que tentaremos mostrar na ff; primeira parte deste livro. A invocação indiscriminada do direito e dos {¿;.f' direitos tem por efeito submeter ao controle do juiz aspectos inteiros da jf vida privada, antes fora de_ qualquer controle público. Pior, essa ”judicialização” acaba por impor uma versão penal a qualquer relação -política, administrativa, comercial, social, familiar, até mesmo amoro- sa -, a partir de agora decifrada sob o ângulo binário e redutor da rela- J ção vítima/agressor. Essa liniíuagçmjurídica simplista, enraizçandozse-¬É. ' numa lógica Jsaciificial que acreditávamos definitivamente co1_¬¿t-_r_o_l_á_‹:l_a, _t_.‹:.1_11š.<>1I1.‹>. ãëdêtâúi§§€1§ÊáQmrç§gš..* ¬"x=_\__¡______-` -.-=i:.'.".."::;.=.:`~Ez'-- parência, arrisca-se a privar o cidadão de garantias mínimas -_c_c;___1n¿o¡ ,pres111.1_çã9_de inocência -,mantendo a ilusão de uma democracia dire- ta- TrafaÀdo-Sedeiuíãèszserá zqllnvzzvÀlrlos H0S@Àff@_8ÊP1'€1¢_PëS@¿11ã0§_fj.!//- ¡;1_t¿1_c_l_c¿s_a,1u:-.:ia.no1,z¿a¿_forrnade controle . tão detestável _q}_1_a_ntg_a gahbu-_.i roaac__iaÂ\Não acabariam os advogadosporimvpwof¿m sobrecusto jurídi-'E cõãqualquer transação social, multiplicando barreiras imaginárias? Os juristas são tentados a abusar dessa posição dominante-inédita na Fran- ça -- para resgatar a democracia; Até esgotar suas riquezas. o ' oscom¿idaznos_a_reexaminar a posi-i QO da jus çasnumâ dfííliocracia renovada: tema qge,ser,áç_9bjetoda«zse- gp_ndg_pan'Le._I.ratando-se de um movimento que deposita sua força numa crise dupla -. das instituições políticas e da própria sociedade democrática -, as respostas são ao mesmo tempo institucionais e soci- ais. A democracia não desmorona, ela se transforma pelo direito. Os dois modelos precedentes -_- direitqçforirial _ç1Q_Es_tagl__o liberal, direito materiaJ_do_Esta‹;lo.prgvedor _ estão hojepor um fio,e delo de direito e de deirfocracia está"'nascei1“dmoÍ"Vei¿'ó:nos, assim em T;_ - 7' 'J I š ii um inomento capita dahišt'ór1aÍda_just1ça e de mudança de rumos em . nossas democracias. Para compreendê-los, e se possível antecipar sua evolução, o confronto do direito continental europeu com outro grande sistema, o da Common Law, será um guia precioso. Esse diálogo entre os dois modelos parece não poder ser concluído de maneiradefinitiva. Com efeito, o desafio é saber como a justiça poderá constituir uma refe- rência coletivabastante forte -~ tanto para as deliberações públicas, como para os__ir_1divíduos -, sem ameaçar os valores democráticos. O que obrigará, no final, a propor novas relações entre o juiz e a comuni- dade política. _ ' ` A justiça é um assunto difícil, 'que pode tornar-se rapidamente apologéticoou polêmico, dois gêneros hoje bastante difundidos. É, no 28 J' 1 'lt I 1 \" /i .,.Lc...« z 21 zz .-, ._ ,.. _.z"._",f-1".-'., °"" ' _ . ' ~" n - .E ` 'F ¿ .f [_ .'\_ ,jk |. | .\ -*- | › : 1 4- '." ` - ' E “ 'lr ‹¬ fa \\ \ K r `* Ú J \ E ' ¿' Íf-af-../~ _ ~ -- "r.z§Í Q _/:.r.'. .fã _/“f" ~/`\-*\.-*""‹-~f”" ¡1¬..__ J- _.. - . "' ` '- -`-"' ~'. ` ' - 3 .'- -, ' ~ I- '~ ¬ ' ,f _; /'j ..‹,.... ' '_ _- f- ,¬ _,-\ .¬ .. ' ¬ _ ' I '_ ._;,,_¬:'. .` 4 ¡-Ç If- .- Í \L_, _ _ . 1 _ ' _ .I . ._. /_//-4. ø- 4/ .B-'. › ^"."~ - . › ' " f ` ".-. 5'_. _ _ áw -J* =- ~ ' z:-. - _ entanto, uma questão apaixonante, na condição de concentrar os sofri- mentos, as contradições e os impasses de nossas sociedades modernas. Através da justiça, a aspiração democrática é confrontada com o cerne social, com as paixões democráticas,_com‹ a ação desmedida dos ho- mens, com o absurdo da violênciae oenigma do mal. Assumir a parte humana da justiça significa falar tanto de paixões como da razão, de emoções como de argumentação, de mídia como de processos, de pri- são como de liberdade. Nossa democracia talvez tenha menos necessi- dade de construções - ou de desconstruções - teóricas doque de _n9ya§_._.referências ..para.-assumir_.as... .'Íme.día.ç.õ.e$...i111p§:.1ÍÍ!.?:ii.ä$zÍÍ_..qL1§:. ..S.ã.Q. _ _ ._ .__ nossas jurisdições. Este livro, de um juiz que se volta para sua experi- ência em meio de carreira, não pretende ser nem acadêmico, nem polê- mico, mas sim político, pois busca medir as resistências encontradas pela virtude da justiça, quando submetida à prática do julgamento, e confrontar a intenção democrática com sua realização. . z . _ z -‹-*"' t I ¿ƒf... _ _g_,..:` . __f__V,`-_r,.¿'v , -. .;;L_ ,.'~¬~“'~r~«_ _..›;_...-=- :Í '^ ' À ¬ 12" 6. O3 J . '_ -if. ¬'›¡-_._._-n-' T f\ 'I í 01_'‹ › J' _ .- _ _ .É/'\‹_..ÊÊ_,.f'ø;-¬. . --.- - " 1:* "¬..-""-' '\-.- " II __ _..¿ ‹ - ~››--_' -`_:› nf " .~c_.à..z<') C.z-»,-=1'-*'-- **~"~-- J; ' - - Í ...P V' ' 1f'.- ,. _» ¡K._&,_ ¡' . ._ ‹ . `- .Í ' J' /' .z--P .'¡-' rf-f' ""-"I' À À _ . - ..‹ _ _ - -__ › ~-A _ _-`:3:' ¡vi-... ¡_... . ,....- ' “ ,=' ff;-rf.1...--;>..›.._zL-3 ' C"f'. .-""'. lr/";¬'/"' '“"' `¬..)"- 4 """r -J" -^. .,‹:`* 14" ' 5:5.,/^'" 'j ` U .I '\\- z io _ , ,-._ › __ .. _ . ._ . - - ...-__ ` _ __ =- › - ' 1 . -' .-¬~ . 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I tzú É .| il f ..«~I ' l.=I\L_;....._.. _._. .. _. - _. -_-í.1 run.-n-nv- ¬-.-.--- -.›- - --- É ' ƒ'1 ' - A ' ú Capítulo I .____..._A._1§E121;1B1.IÇa.IQMADA.1=ELQ_.1a1.13.E.1i12Q........._. Seria, como muitas vezes se pretende, a reminiscência da arbitra- gem de nossos antigos parlamentos? Ou o vestígio de um velho antijuridicismo francês que já se percebia em Pascal, mais patente em Voltaire e brilhante na obra de Vlctor Hugo) sem falar da hostilidade revolucionária a respeito da “aristocracia temística”? Não se sabe ao certo por que na França é difícil levar-se a justiça a sério. Apesar da rapidez com que se apaixona por alguns '“casos”, o país é lento no que concerne às suas próprias jurisdições. O que poderia significar uma repressão no sentido freudiano, tais são os poderes do juiz na França. A questão, justamente por ser crucial, seria evitada; e a energia revolucio- nária despendida na luta contra o juiz só teria equivalente na importân- cia que este último continua a desfrutar no imaginário e-na própria realidade das instituições francesas. Os estrangeiros ficam, muitas ve- zes, impressionados com as sentenças majestosamente. lapidares do _ t SupremoTribunal de Iustiçaz como se, na França, o juiz não tivesse que se justificar. Embevecidos com o prestígio do juiz inglês, esquecemos - .----------~------------~------&¿~--`}~f+ ao ,que_d_ele§e_eg‹,1`ge. Arrisca"r-nos-íamos ai\ . f A- .¬~ ¬--~. ,- -1mag1nar reformas? Qualquer esforço neste sentido e tacha-do--de. anglomania, provocando inÀamados debates. A despeito de inúmeras tentativas, não conseguimos jamais modificar o processo penal ou cons- titucional. A repressão se transforma, então, num bloqueio. _ Í -' Essa característica nacional se constituirá em desvantagem no dia ¡ _, ra em que nos descobrir_mos membros 'de uma comunidade intemacional legalmente instituída e assim que o essencial do nosso comércio se fi- zer com gente que não brinca com as regras do--jogo. O preço dessa particularidade francesa é cada dia um pouco mais alto: primeiramen- * J.-N. Jeanneney, L'avem'r oíent de loin, Paris, Éd. du Seuil, 1994, pp. 137-163. , . {._,__`- \'-\ -._-'J1:-n-.ø¬-'_'1-_-11---¬-u1-:¬¬|-.-v.¬.-...-...-.____..-.-1.-J¬ 'A'-\.r;1' .r '\¬.-3 E5 U eu-ea A I \ I v Í I --..-.. ._-_»-.-.---. ... _...¡.._ \\ \ '¬-z..-'-' L. - l I ¡. i. l1. Í L- E r ? ‹¬ Í. r Ç...,..‹ '\ .'-' 42. *V ‹'.3_¬¿› E te, para os nossos juristas, que não puderam resistir à invasão dos lawyers americanos; em seguida para a administração, que sofre de imensa fal- ta de juristas, para os nossos homens de negócio e nossa classe política, enfim, que parecem não ter ainda compreendido¿ue um Estado mo- derno, um poder executivo com credibilidade -- assim como uma eco- nomia forte - precisam de uma justiça respeitada. E que o juiz permanece como uma questão politicamente incorreta, sem jamais ter adquirido a plena dignidade democrática. Na opinião de muitos, seu papel é juridicamente inconsistente: nunca lhe é reconhe- cida a possibilidade deser, em certos casos, o porta-voz do' direito. Ao ---------negar-essa-evidência;estañamos-apenas--denunciando›nosso-a-tr-as-oem---------------------------------------- -- relação aos debates estrangeiros? Foi -preciso um período de quase vin- te anos para se traduzir Dworkin ou Rawls. Finalmente, porque a justi- ça há muito tempo foi relegada à categoria de questão intelectualmente inexistente,
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