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Aula Gerenciamento dos Resíduo

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Escola de Ciências da Saúde
Curso: Enfermagem
Gerenciamento dos Resíduos 
dos Serviços de Saúde
Prof. Marcus Moura
1Disciplina: GERENCIAMENTO II
Escola de Ciências da Saúde
Curso: Enfermagem
Escola de Ciências da Saúde
Curso: Enfermagem
No Brasil, órgãos como a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária – ANVISA e o Conselho
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA têm
assumido o papel de orientar, definir regras e
regular a conduta dos diferentes agentes, no
que se refere à geração e ao manejo dos
resíduos de serviços de saúde, com o objetivo
de preservar a saúde e o meio ambiente,
garantindo a sua sustentabilidade.
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RESÍDUOS DO SERVIÇO DE SAÚDE
• De acordo com a RDC ANVISA no 306/04 e a Resolução CONAMA no 358/2005, são 
definidos como geradores de RSS todos os serviços relacionados com o 
atendimento à:
• saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de 
trabalhos de campo; 
• laboratórios analíticos de produtos para a saúde;
• necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de 
embalsamamento, 
• serviços de medicina legal;
• drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; 
• estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, centro de controle de 
zoonoses;
• distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores produtores 
de materiais e controles para diagnóstico in vitro, unidades móveis de atendimento 
à saúde; 
• serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, dentre outros similares.
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Classificação
• Os resíduos de serviços de saúde são parte importante do total de
resíduos sólidos urbanos, não necessariamente pela quantidade
gerada (cerca de 1% a 3% do total), mas pelo potencial de risco que
representam à saúde e ao meio ambiente.
• Os RSS são classificados em função de suas características e
conseqüentes riscos que podem acarretar ao meio ambiente e à
saúde.
• De acordo com a RDC ANVISA no 306/04 e Resolução CONAMA no
358/05, os RSS são classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E.
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Classificação
• Grupo A - engloba os componentes com possível presença de agentes
biológicos que, por suas características de maior virulência ou
concentração, podem apresentar risco de infecção. Exemplos: placas e
lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos,
bolsas transfusionais contendo sangue, dentre outras.
• Grupo B - contém substâncias químicas que podem apresentar risco à
saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características
de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Ex:
medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo
metais pesados, dentre outros.
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Classificação
• Grupo C - quaisquer materiais resultantes de atividades humanas
que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos
limites de eliminação especificados nas normas da Comissão
Nacional de Energia Nuclear - CNEN, como, por exemplo, serviços
de medicina nuclear e radioterapia etc.
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Classificação
• Grupo D - não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à
saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos
resíduos domiciliares. Ex: sobras de alimentos e do preparo de
alimentos, resíduos das áreas administrativas etc.
• Grupo E - materiais perfuro-cortantes ou escarificantes, tais como
lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas
diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, espátulas e outros
similares.
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Símbolos de identificação dos 
grupos de resíduos
• Os resíduos do grupo A são
identificados pelo símbolo de
substância infectante, com
rótulos de fundo branco,
desenho e contornos pretos.
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Símbolos de identificação dos 
grupos de resíduos
• Os resíduos do grupo B são
identificados através do símbolo de
risco associado e com discriminação
de substância química e frases de
risco.
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Símbolos de identificação dos 
grupos de resíduos
• Os rejeitos do grupo C são
representados pelo símbolo
internacional de presença de radiação
ionizante (trifólio de cor magenta) em
rótulos de fundo amarelo e contornos
pretos, acrescido da expressão
MATERIAL RADIOATIVO.
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Símbolos de identificação dos grupos de resíduos
• Os resíduos do grupo D podem ser
destinados à reciclagem ou à reutilização.
Quando adotada a reciclagem, sua
identificação deve ser feita nos recipientes e
nos abrigos de guarda de recipientes,
usando código de cores e suas
correspondentes nomeações, baseadas na
Resolução CONAMA no 275/01, e símbolos
de tipo de material reciclável.
• Para os demais resíduos do grupo D deve ser
utilizada a cor cinza ou preta nos
recipientes. Pode ser seguida de cor
determinada pela Prefeitura. Caso não
exista processo de segregação para
reciclagem, não há exigência para a
padronização de cor destes recipientes.
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Símbolos de identificação dos 
grupos de resíduos
• Os produtos do grupo E são
identificados pelo símbolo de
substância infectante, com rótulos de
fundo branco, desenho e contornos
pretos, acrescido da inscrição de
RESÍDUO PERFUROCORTANTE,
indicando o risco que apresenta o
resíduo.
RESÍDUO 
PERFUROCORTANTE
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MANEJO DOS RSS
• O manejo dos resíduos de serviços de saúde é o conjunto
de ações voltadas ao gerenciamento dos resíduos gerados.
Deve focar os aspectos intra e extra-estabelecimento, indo
desde a geração até a disposição final, incluindo as
seguintes etapas:
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Segregação
• Consiste na separação dos resíduos no
momento e local de sua geração, de
acordo com as características físicas,
químicas, biológicas, o seu estado
físico e os riscos envolvidos.
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Identificação
• Esta etapa do manejo dos resíduos, permite o reconhecimento dos
resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações
ao correto manejo dos RSS. Os sacos de acondicionamento, os
recipientes de coleta interna e externa, os recipientes de transporte
interno e externo, e os locais de armazenamento devem ser
identificados de tal forma a permitir fácil visualização, de forma
indelével, utilizando-se símbolos, cores e frases, atendendo aos
parâmetros referendados na norma NBR 7.500 da ABNT, além de
outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao
risco específico de cada grupo de resíduos.
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• O Grupo A de resíduos é identificado pelo símbolo internacional
de risco biológico, com rótulos de fundo branco, desenho e
contornos pretos.
• O Grupo B é identificado através do símbolo de risco associado, de
acordo com a NBR 7500 da ABNT e com discriminação de
substância química e frases de risco.
• O Grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença
de radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de
fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão
“Rejeito Radioativo”.
• O Grupo E possui a inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE,
indicando o risco que apresenta o resíduo.
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Acondicionamento
• Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou
recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e
ruptura. A capacidade dosrecipientes de acondicionamento deve ser
compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo.
• Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em sacos resistentes à
ruptura e vazamento e impermeáveis, de acordo com a NBR
9191/2000 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Deve
ser respeitado o limite de peso de cada saco, além de ser proibido o
seu esvaziamento ou reaproveitamento.
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Acondicionamento
• Colocar os sacos em coletores de material lavável, resistente ao
processo de descontaminação utilizado pelo laboratório, com
tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, e
possuir cantos arredondados.
• Os resíduos perfuro cortantes devem ser acondicionados em
recipientes resistentes à punctura, ruptura e vazamento, e ao
processo de descontaminação utilizado pelo laboratório.
18Disciplina: NOME DA DISCIPLINA
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Transporte Interno
• Esta etapa consiste no translado dos resíduos dos pontos de geração
até local destinado ao armazenamento temporário ou
armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a
coleta.
• O transporte interno de resíduos deve ser realizado atendendo
roteiro previamente definido e em horários não coincidentes com a
distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita
ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades. Deve ser feito
separadamente de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes
específicos a cada grupo de resíduos.
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• Os carros para transporte interno devem ser constituídos de
material rígido, lavável, impermeável, resistente ao processo de
descontaminação determinado pelo laboratório, provido de
tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e
bordas arredondados, e identificados com o símbolo
correspondente ao risco do resíduo neles contidos. Devem ser
providos de rodas revestidas de material que reduza o ruído. Os
recipientes com mais de 400 L de capacidade devem possuir
válvula de dreno no fundo.
• Uso de recipientes desprovidos de rodas deve observar os limites 
de carga permitidos para o transporte pelos trabalhadores, 
conforme normas reguladoras do Ministério do Trabalho e 
Emprego.
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Armazenamento Temporário
• Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os
resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de
geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e
otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto
destinado à apresentação para coleta externa. Não pode ser
feito armazenamento temporário com disposição direta dos
sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos
em recipientes de acondicionamento.
• O armazenamento temporário pode ser dispensado nos casos
em que a distância entre o ponto de geração e o
armazenamento externo justifiquem.
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• A área destinada à guarda dos carros de transporte interno de
resíduos deve ter pisos e paredes lisas, laváveis e resistentes
ao processo de descontaminação utilizado. O piso deve,
ainda, ser resistente ao tráfego dos carros coletores. Deve
possuir ponto de iluminação artificial e área suficiente para
armazenar, no mínimo, dois carros coletores, para translado
posterior até a área de armazenamento externo. Quando a
sala for exclusiva para o armazenamento de resíduos, deve
estar identificada como “Sala de Resíduos”.
• Não é permitida a retirada dos sacos de resíduos de dentro
dos recipientes ali estacionados.
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• Os resíduos de fácil putrefação que venham a ser
coletados por período superior a 24 horas de seu
armazenamento, devem ser conservados sob
refrigeração, e quando não for possível, serem
submetidos a outro método de conservação.
• O armazenamento de resíduos químicos deve atender à
NBR 12235 da ABNT.
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Armazenamento Externo
• Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da 
etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso 
facilitado para os veículos coletores. Neste local não é permitido a 
manutenção dos sacos de resíduos fora dos recipientes ali 
estacionados.
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• O local desse armazenamento externo de RSS deve
apresentar as seguintes características:
• acessibilidade: o ambiente deve estar localizado e
construído de forma a permitir acesso facilitado para os
recipientes de transporte e para os veículos coletores;
• exclusividade: o ambiente deve ser utilizado somente para
o armazenamento de resíduos;
• segurança: o ambiente deve reunir condições físicas
estruturais adequadas, impedindo a ação do sol, chuva,
ventos etc. e que pessoas não autorizadas ou animais
tenham acesso ao local;
• higiene e saneamento: deve haver local para higienização
dos carrinhos e contenedores; o ambiente deve contar
com boa iluminação e ventilação e ter pisos e paredes
revestidos com materiais resistentes aos processos de
higienização.
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Coleta e Transporte Externos
• Consistem na remoção dos RSS do abrigo de
resíduos (armazenamento externo) até a
unidade de tratamento ou disposição final,
utilizando-se técnicas que garantam a
preservação das condições de
acondicionamento e a integridade dos
trabalhadores, da população e do meio
ambiente, devendo estar de acordo com as
orientações dos órgãos de limpeza urbana.
• A coleta e transporte externos dos resíduos
de serviços de saúde devem ser realizados
de acordo com as normas NBR 12.810 e
NBR 14652 da ABNT.
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DISPOSIÇÃO FINAL DOS RSS
• Consiste na disposição definitiva de resíduos no solo ou em locais
previamente preparados para recebê-los. Pela legislação brasileira
a disposição deve obedecer a critérios técnicos de construção e
operação, para as quais é exigido licenciamento ambiental de
acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97. O projeto deve
seguir as normas da ABNT.
• As formas de disposição final dos RSS atualmente utilizadas são:
aterro sanitário, aterro de resíduos perigosos classe I (para resíduos
industriais), aterro controlado, lixão ou vazadouro e valas.
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EDUCAÇÃO CONTINUADA
• O programa de educação continuada, previsto na RDC ANVISA no 
306/04, visa orientar, motivar, conscientizar e informar 
permanentemente a todos os envolvidos sobre os riscos e 
procedimentos adequados de manejo, de acordo com os preceitos 
do gerenciamento de resíduos. De acordo com a RDC ANVISA no 
306/04, os serviços geradores de RSS devem manter um programa 
de educação continuada, independente do vínculo empregatício 
dos profissionais.
• O sucesso do programa depende da participação consciente e da 
cooperação de todo o pessoal envolvido no processo. 
Normalmente, os profissionais envolvidos são: médicos, 
enfermeiros, auxiliares, pessoal de limpeza, coletores internos e 
externos, pessoal de manutenção e serviços.
Ana e Jalmes
Highlight
Ana e Jalmes
Highlight
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Curso: Enfermagem
Referências: 
• Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde /
Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2006.
• http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/gerenciamento-
residuos-servico-saude.htm acessado em 09/11/2010 as 14:27h

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