Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
06 Afecyoes do Aparelho Locomotor (tendoes, ligamentas, balsas e bainhas sinaviais) Tendoes SaG estruturas fibro- sas, geralmente em fita, cuja principal atividade e manter 0 equillbrio estatico e dinamico do corpo, transmitindo aos ossos e articula<;:6es todo 0 trabalho exercido pelos musculos. Histologicamente, 0 tend13.o e um tecido conjuntivo cujas fi- bras colagenas correm mais ou menos no mesmo plano e dire- <;:13.0,tornando-o capaz de supor- tar en ormes tra<;:6es sem dis- tender-se. Os tend6es possuem capa- cidade de regenera<;:13.o que e dada pela prolifera<;:13.ode celu- las do tecido conjuntivo que os envolve, tornando, desta forma, posslvel a realiza<;:13.ode inter- ven<;:6es cirurgicas. Eo processo inflamat6rio que pode acometer principal mente os tend6es flexores e suas bai- nhas sinoviais dos membros an- teriores dos caval os de corrida, ou dos membros posteriores dos cavalos de sela e tra<;:13.o. A causa determinante mais comum da tendinite e 0 esfor<;:o exagerado de extens13.Osobre os tend6es, causando distens13.o de suas fibras, que por n13.osuporta- rem a tra<;:13.omecanica, podem apresentar rupturas parciais de- senvolvendo severa e dolorosa rea<;:13.oinflamat6ria local. Varias SaG as situa<;:6es ou causas que podem predispor os cavalos a tendinite, dentre estas podemos considerar: a. Treinamentos foryados e inadequados. b. Fadiga muscular ap6s longas corridas ou caminhadas. c. Ferrageamento impr6prio (pinya ou ferraduras grossas das pinyas ate os quartos). d. Trabalho precoce (inicio do treinamento). e. Natureza do solo (arenoso fofo). f. Caval os pesados ou obesidade. g. Eixo falangico longo (dedos longos). h. Defeitos de aprumos (angulo anterior metacarpofalangico fechado). I. Debilidade de estruturas tendfneas e ligamentosas. J. Lesoes podais (encastelamento, enfermi- dade do navicular, laminite hereditariedade etc.). Figura 6.1 Esquema de tend6es dos membros. 1. umero; 2. radio e ulna; 3. tendao extensor carporadial; 4. ossos da ar- ticula<;:aocarpica; 5. o. metacarpi co secundario; 6. terceiro o. metacarpi co; 7.tendao extensor digital comum; 8. falanges; 9. inser<;:aodo tendao flexor profundo; 10. inser<;:ao do tendao flexor superficial; 11. ligamento sesamoid eo distal; 12. ramo extensor do ligamento suspensorio do boleto; 13. ligamento suspensorio do boleto; 14. tendao flexor profundo; 15. ten- dao flexor superficial; 16. ligamento carpico inferior; 17. ligamento carpico superior; 18. terceiro o. metatarsico; 19. o. metatarsico secundario; 20. ossos da articula<;:aotarsica; 21. calcaneo; 22. tibia e fibula; 23. ligamen- tos da patela; 24. patela; 25. femur; 26. ligamento carpi co acessorio. Figura 6.2 Esquema de musculos e tendoes dos membros anteriores - vista lateral. 1. m. extensor carpo-radial; 2. m. extensor digital comum; 3. m.late- ral ulnar; 4. m.extensor obliquo do carpo; 5. t. extensor digital lateral; 6. t. extensor digital comum; 7. ra- mo extensor do ligamento sus- pensorio do boleto; 8. insen;:aodo t. extensor digital comum; 9. liga- mento anular; 10. t. flexor superfi- cial; 11. t. flexor profundo; 12.liga- mento suspens6rio do boleto; 13. ligamento carpico inferior; 14. m. extensor digital lateral; 15, cabe<;:a do m. flexor digital profundo; 16. cabe<;:ado m. triceps braquial; 17. m.delt6ide; 18.m. infra-espinhoso; 19. m, supra-espinhoso. 14 9 10 13 12 :!:" 11 12 10 '; 9 Figura 6.3 Esquema de musculos e tendoes dos membros anteriores - vista cranial 1.m.biceps braquial; 2. m.braquial; 3, m. triceps braquial; 4. m. exten- sor carpo-radial;5. m.extensor digi- tal comum; 6. m.flexor carpo-radial; 7. m. extensor obliquo carpico; 8. ligamento lateral carpico; 9. t. do m. extensor carpo-radial; 10. liga- mento carpico colateral-medial; 11. t. extensor digital lateral; 12. t. extensor digital comum; 13. ramos extensores do ligamento suspen- sorio do boleto. Patogenicamente, a ac;:ao traumatica sobre os tend6es po- dera determinar duas situac;:6es de les6es bem distintas: 1. Trauma por hiperextensao produzindo les6es micros- c6picas. 2. Ayao traumatica aguda de- sencadeando lesao macros- c6pica com ferimento e des- continuidade da estrutura tecidual do tendao. Na dependencia do tipo de ac;:aotraumatica, varios fen6me- nos locais e motores poderao advir e determinar as caracte- risticas c1inicas da afecc;:ao e os procedimentos terapeuticos que serao necessarios. A toda ac;:ao traumatica so- bre os tend6es, seja macrosc6pi- ca ou microscopica (etiopatoge- nia), ocorrem respostas caracte- rizadas por fen6menos de exsu- dac;:ao (degenerac;:ao) e de gra- nulac;:ao(reparac;:ao). Estes fen6- menos sac modulados pela pre- senc;:ade vascularizac;:ao oriunda dos museu los, ossos, mesoten- dao (bainha) e do paratendao (nos tend6es sem bainha). Esquematicamente pode- mos representar os fen6menos degenerativos e reparativos nas seguintes sequencias: 1. Degenerac;:ao (exsudac;:ao): distensao e ruptura de fibras - hEi'morragia - deposic;:ao de fibrina-isquemia - congestao necrose de tenocitos e acu- mulo de fluido entre as fibras (edema). aBS: Enzimas liticas atacam as fibrilas de colageno e a matriz in- terfibrilar produzindo desarranjo da arquitetura dos feixes. Nes- ta fase do processo, a resposta celular e predominantemente po- limorfonuclear. 2. Reparac;:ao(granulac;:ao):neo- vascularizac;:aomigrac;:aode fi- broblastos produc;:aode fibro- nectina - sintese de fibrilas de colageno organizado confor- me orientac;:aodo coagulo de fibrina e da tensao longitudinal - proliferac;:aode tenocitos - maturac;:aode tenocitos Qo- vem/maturo) - reduc;:ao de vascularizac;:ao- redireciona- mento das fibrilas. Nesta fase, a resposta celular e predomi- nantemente mononuclear. As regi6es mais comumente aco- metidas pela tendinite podem ser: 1. Alta: quando 0 processo situa- se no terc;:oproximal do tercei- ro o. metacarpi co ou metatar- sico, abaixo dos ossos carpi- cos ou tarsicos. 2. Media: quando a localizac;:ao e no terc;:omedio do terceiro o.metacarpico ou metatarsico. 3. Baixa: quando 0 processo si- tua-se na regiao distal do ter- ceiro o. metacarpico ou me- tatarsico, junto as articula- c;:6esmetacarpo ou metatar- sofalangica. o animal acometido de ten- dinite apresenta c1audicac;:ao,cu- jo grau e intensidade do proces- so dependem do tipo de trauma desencadeante, do peso do ca- valo,do tipo de trabalho que este executa e da fase de evoluc;:ao etiopatogenica (aguda ou cr6- nica). A c1audicac;:aoevidencia- se mais na fase de apoio do membro ao solo, em razao da in- tensa trac;:aoque e exercida so- bre os tend6es do grupo mus- cular flexor, superficial e profun- do, que sac os mais acometi- dos. Na fase aguda, quando em repouso, 0 animal procura man- ter 0 membro em flexao passiva, apoiando a pinc;:ado casco no so- lo, aliviando, desta forma, a pres- sac sobre os tend6es e a sen- sac;:aode dor. Acidente----~ Trauma ••---Hiperextensao t t Lesao macrosc6pica t Lesao cutanea e do ten- dao(somente do tendao) t Descontinuidade dos feixes de colageno t Lesao microsc6pica t Lesao nos feixes de cola- genos e nos :vasos nutridores t Hip6xia tecidual t Degenera~ao dos tecidos t Perda da capacidade tensora Figura 6.4 Etiopatogenia da ac;ao traumatica no desenvolvimento da tendinite no cavalo. o exame c1inicodos tend6es deve se iniciar junto a articulac;:ao carpica ou tarsica, na face pos- terior do membro, e descer ate a articulac;:aometacarpo ou meta- tarsofalangica Este exame deve- ra ser realizado com 0 membro em apoio e repetido com 0 mem- bro em flexao passiva. A sintomatologia manifesta- se imediatamente apos a ac;:ao traumatica - em geral apos corri- das ouesforc;:osdurante a loco- moc;:aoforc;:ada- com c1audica- c;:aoate grau IV,mista, com pos- tura de elevac;:ao do boleto e apoio em pinc;:aquando em re- pouso. A regiao comprometida apresenta-se com aumento de volume e da temperatura, tume- fac;:aodifusa e intensa dor a pal- pac;:ao,mesmo que superficial. Concomitantemente ao com- prometimento dos tend6es fle- xores, poderao ocorrer tambem les6es no ligamenta suspenso- rio do boleto, determinando uma desmite interossea. A fase cr6nica decorreda evoluc;:aoda fase aguda, e, em geral, por tratamento insuficiente ou mal conduzido. A c1audicac;:ao ao trote sera discreta e manifes- ta-se apenas com retardo da pri- meira fase da locomoc;:ao (ele- va<;ao).0 local acometido ira se apresentar com aumento de vo- lume firme (fibrose), geralmente indolor, com restric;:aode movi- mentos dos tend6es flexores devido as aderencias que podem ocorrer no paratendao, bainhas e ligamentos. Nesta fase podera haver a "constri<;ao"do ligamenta anular palmar ou plantar, confor- me esteja 0 membro anterior ou posterior comprometido. o diagn6stico baseia-se na apresentac;:aoc1lnicae na regiao atingida, confirmada por exames especiais com Raios-X (diferen- cial de les6es nos sesam6ides); ultra-sonografia; tendogramas e termografia. o tratamento deve levar em considerac;:aose 0 processo en- contra-se na fase aguda ou cr6- nica. Na fase aguda, institua imediatamente 0 repouso asso- ciado a duchas frias 3 vezes ao dia, com durac;:aominima de 20 minutos cada aplicac;:ao,ou bol- sa de gelo aplicadas por 10 mi- nutos com 15 minutos de inter- valo entre as aplicac;:6es,duran- te pelo menos 6 a 1 2 horas. Po- de-se instituir tambem massa- gens com substancias hepari- n6ides associadas ao DMSO 20%, e ligas de descanso. Ainda na fase aguda, pode-se lanc;:ar Figura 6.5 Tendinite cr6nica. mao de antiinflamat6rios como a fenilbutazona ou flunixin me- glumine por via sistemica, ou corticoster6ides como a dexa- metasona ou triancinolona as- sociado ao DMSO a 20% em massagens local, ambos duran- te pelo menos de 5 a 7 dias. Nos casos em que a tendinite tenha se cronificado, com manutenc;:ao das restric;:6esmotoras, deve-se instituir 0 tratamento com subs- tancias revulsivas, aplicac;:6esde ondas curtas, infravermelho ou ultra-som para que se produza a agudizac;:aoe regressao dos si- nais c1lnicos. Entretanto, a ten- dinite cronica devera, ap6s os procedimentos terapeuticos ini- ciais, ser tratada como na fase aguda caso apresente aumento de temperatura local como uni- co sinal desta fase de evoluc;:ao. Porem, quando ja se instalou 0 fibrosamento exuberante como resposta reparativa, limitando mecanicamente os tend6es, so- mente 0 tratamento cirurgico podera ser utilizado como ten- tativa de se recuperar as fun- c;:6esmotoras, mesmo que par- cialmente. 0 esgarc;:amento percutaneo longitudinal do ten- dao, implantes biol6gicos ou transplantes de fibra de carbono ou de tendao hom610go, pode- rao proporcionar bons resulta- dos terapeuticos. Como adju- vante ao tratamento em qual- quer das fases de evoluc;:aoda lesao, a utilizac;:aode drogas co- mo glicosaminas polisulfatadas e do fumarato de beta-amino- propionitrila, assim como apli- cac;:6esde ondas de choque po- dem favorecer a reparac;:ao do tecido colageno do tendao. Em qualquer uma das fases de evoluc;:aoda tendinite (aguda ou cronica), e importante que 0 animal seja mantido em repouso pelo menos durante 60 dias, liga- do e, se for necessario, com fer- raduras com ramp6ens ou talo- netes para reduzir a tensao sobre o tendao inflamado. Como sequela das tendinites baixas, principalmente dos mem- bros anteriores, podera ocorrer a "constric;:ao"do Iigamento anular palmar da articulac;:aometacarpo- falangica, devido ao aumento de volume local e 0 espessamento do ligamento,exigindo tratamento cirurgico adequado. Preventivamente, animais que apresentam com certa fre- quencia les6es nos tend6es fle- xores, devem permanecer sob ri- gorosa observac;:ao,serem trei- nados metodicamente, terem 0 peso sob controle e receberem duchas e ligas nos membros ap6s 0 trabalho para que possam ter uma vida atletica util mais pro- longada A utilizac;:aode ferradura de trabalho talonada proporciona reduc;:aoda tensao de trac;:aosob os tend6es e ligamentos. 6.2. Constri~ao do ligamento anular palmar (desmite palmar). A constric;:ao do ligamento anular palmar e uma afecc;:aoque se desenvolve geralmente como sequela de tendinites cronicas, traumatismo fechados, ferimen- degenerativas e reparativas, e sistemica, heparin6ides com tos incisos e infecc;:oeslocal so- responsavel pelo aumento de DMSO a 20%, no inicio do pro- bre a regiao palmar da articula- produc;:ao de IIquido sinovial, cesso; revulsivos, nos casos c;:aometacarpofalangica. aderencias entre 0 tendao flexor tronicos e repouso com 0 o ligamento anular e formado superficial e 0 ligamento devi- membro ligado qualquer que por um engrossamento fibroso do a formac;:ao de bridas e ma- seja a condic;:ao de apresenta- da fascia que recobre a regiao nutenc;:ao de um certo grau de c;:aoda afecc;:ao. 0 cavalo po- palmar metacarpo e metatarso- c1audicac;:aoresidual persisten- dera ser movimentado 2 a 3 ve- falangica, forrado por tecido si- te nos animais com tendinite zes ao dia, ao passo, para que novial, e tem por func;:aomanter cronica, que se agrava com 0 se evite a formac;:ao de bridas os tendoes flexores contidos no exerdcio. entre 0 tendao flexor superfi- leito de "deslizamento" do boleto Os sinais c1inicosse caracte- cial e 0 ligamenta anular paI- r: (face caudal). rizam por uma distensao da bai- mar. Constric;:oes com espes- > A constric;:ao do ligamento nha dos tendoes flexores super- samento acima de 8 mm, ou c anular e desencadeada na ficial e profundo, com espessa- que nao responderem satisfa- maioria das vezes pela ac;:aodo mento fibroso do ligamento anu- toriamente ao tratamento con- .r:. c "co mesmo trauma que produz a lar.A inspec;:aolateral, tem-se a servador, deverao ser tratadas .D Q) tendinite no cavalo, e se carac- nitida impressao de haver uma cirurgicamente atraves da des- Cfl~ teriza mais pelo seu espessa- cinta constritora, formando uma motomia anular palmar. Cfl<5 mento e aumento de produc;:ao depressao anatomica na regiao o exerdcio p6s-operat6rio .D uJ de IIquido sinovial da bainha palmar da articulac;:aometacar- devera ser iniciado no 30 dia, nos 0.•.... c tendinosa, do que propriamen- pofalangica. mesmos pad roes do exerdcio Q) E te por seu "encurtamento". 0 o diagn6stico esta baseado instituido durante 0 tratamento ~g' processo inflamat6rio que se na presenc;:ade c1audicac;:aoper- conservador, e aumentado em uJ instala, determinando respostas sistente ap6s quadros de tendi- durac;:aoe intensidade de forma Q)'0 nite cronica ou traumas sob a re- lenta e gradativamente. -0 c Q) giao, e nas caracteristicas da de- ~•.. formac;:ao local. A confirmac;:ao 0-0 podera ser realizada par ultra-so- 6.3. Sfndrome do canal E 0 nografia medindo-se a espessu- carpico. ()0 ra do ligamento que podera ter a ...J 0 seguinte interpretac;:ao: Mais do que uma afecc;:ao ..c: Qj 1. ate 5 mm: espessamento que possa ser c1assificada co- •.. ell Q. normal. mo de etiopatogenia primaria, a <l: 0 2. de 5 a 8 mm: levemente sindrome do canal carpi co, ou -0 Cfl espessado. a constric;:ao do ligamento anu- 3. > de 8 mm: bast ante lar carpal volar, e decarrente de espessado. traumas que possam lesar ape- < o tratamento e realizado nas os tecidos adjacentes, de- com base no padrao do espes- corrente de fraturas do osso car- samento do ligamento. "Cons- pico, ou devido a sinovite da bai- tri<;:oes"com espessamento en- nha carpica. Figura 6.6 tre 5 a 8 mm podem ser trata- Sao mais predispostos a de- Constriyao do ligamenta anular dos par meiosconservadores, senvolverem a sindrome do canal palmar - tendinite cr6nica. como antiinflamat6rios pela via carpico, cavalos de corridas, saito 143 Figura 6.7 Anatomia do canal carpico. (secc;ao transversal da articulac;ao carpica esquerda atrav8s do osso carpico acessorioJ. 1. tendao extensor digital comum; 2. osso carpo-radial; 3. veia palmar medial; 4. tendao flexor carpo-radial; 5. arteria radial; 6. arteria e nervo palmar medial; 7.tendao flexor digital superficial; 8. ligamento anular; 9. veia palmar lateral; 10. osso carpico acessorio; 11. arteria e nervo palmar lateral; 12 tendao flexor digital profunda; 13. ossa carpo-ulnar; 14. os~o carpico intermedio. e hipismo rural, que realizam movi- mentos vigorosos e bruscos de hiperextensao e flexao das articu- la<;:6esdos ossos carpicos, com- prometendo estruturas vascula- res, 6sseas, tendinosas e sinoviais que se situ am e estao contidas no canal carpico. Oualquer redu<;:ao de espa<;:o ou expansao por aumento da pressao interna do canal carpico podera levar 0 cavalo a apresen- tar restri<;:ao funcional devido a constri<;:ao ou espessamento gradativo do ligamenta anularvo- lar, sinovite da bainha carpica, fratura do osso carpico acess6- rio ou les6es nos tend6es flexo- res (tendinites altas), desenca- deando c1audica<;:ao cronica com manifesta<;:ao de grau II. Alem da c1audica<;:ao mista, pode-se observar aumento de vo- lume flutuante na regiao do canal carpal, devido a sinovite, e restri- <;:aoda flexao passiva da articula- <;:aocarpica em cerca de 25% a 50% dos cavalos que apresen- tam a srndrome. 0 ligamento anu- lar volar pod era estar tenso devido ao aumento da produ<;:ao de Irqui- do sinovial, e a exacerba<;:ao infla- mat6ria local devido a manuten- <;:aodo trauma que ocorre quando se insiste em se manter 0 animal trabalhando. o diagn6stico principalmen- te e feito baseando-:se nos si- nais c1rnicos motores e nas alte- ra<;:6es locais, e confirmado ra- diograficamente pela observa- <;:ao de aumento da radiopaci- dade, e, quando for 0 caso, da observa<;:ao de fratura do osso carpico acess6rio, que em geral ja se encontrara em fase de or- ganiza<;:ao. Ainda como prova diagn6stica, podemos constatar a ocorrencia de redu<;:ao ou au- sencia do pulso da arteria me- dial volar, ao fletirmos a articula- <;:aocarpica, sendo este um sinal muito importante para a confir- ma<;:ao da suspeita. o unico tratamento eficaz consiste na desmotomia do liga- mento anular volar, 0 que pro- porciona cura da c1audica<;:ao e da sinovite em aproximadamen- te 100% dos casos tratados. Ouando a srndrome do canal carpico for devido a fratura do osso carpico acess6rio, alem da desmotomia, deve-se avaliar e tratar-se adequadamente 0 os~ so comprometido por seques- trotomia ou redu<;:ao cirurgica com parafuso. o repouso e extremamente importante para a recupera<;:ao do animal, devendo haver retor- no ao exercfcio de forma leve e culac;:aoenvolvida e utilizada para lac;:aocarpica, 0 que conferira ir- gradativa somente ap6s 90 dias o apoio no solo e locomoc;:ao, reversibilidade ao processo. de p6s-operat6rio. com graves prejufzos ao tecidos. Clinicamente, 0 potro ao Mais raramente poderao estar nascer ira apresentar-se com comprometido na deformidade dificuldades em manter-se em 6.4. Deformidades flexoras flexora congenita, os tendoes dos posic;:aoquadrupedal, e ate em dos membros musculos carpo-radial e carpo- locomover-se, na dependencia (contraturas dos ulnar, mantendo a articulac;:ao dos tend6es envolvidos e do IIten does). carpica em permanente posic;:ao grau de contratura. Ouando es-de flexao. Secundariamente, po- tao envolvidos os tendoes dosAs deformidades flexoras dos derao tambem estar envolvidos musculos carpo-radial e carpo- membros, ou contraturas dos ten- os ligamentos caudais da articu- ulnar, em que a articulac;:ao en'(ij does como sac mais conhecidas, carpica permanece em flexao, .;;0 sac alterac;:oes6steomusculares em angulo caudal abaixo de c(/) e dos ligamentos que se reper- 90°,0 animal nao conseguira Ie- (/)ell .£ cutem nos angulos articulares, vantar-se e, consequentemen- c'(ij principal mente das articulac;:oes te, nao Ira mamar 0 colostro no .0 Q) metacarpo ou metatarsofalangi- momento fisiol6gico adequado (/)ell ca e no eixo falangico distal, aco- (/)(5 metendo com maior frequencia .0 ul os membros anteriores. 0..- <L CConsiderada como afecc;:oes Q)E componentes da Sfndrome Orto- ell.Ql pedica de Desenvolvimento, as Figura 6.8 ul deformidades flexoras podem ser Contratura dos tend6es Q) '0 "D de origem congenita ou adquirida. flexores dos membros anteriores c 1. Deformidades (contratu- de potro - vista lateral. ~~ ras) congenitas: as deform ida- 0..-0 des congenitas aparecem nos Figura 6.10 E0 potros, desde 0 nascimento e po- Contratura dos tend6es (J0 dem ser consequencia de mal- flexores dos membros anteriores ...J 0 posicionamento intrauterino, de- de potro - vista lateral. .r:. Q) ficiencias nutricionais da egua ~ Ctlc. durante 0 perfodo de gestac;:ao, <t 0 e, principal mente, devido a ma- "D (/) nifestac;:aode componente here- Q)'0 ditario ainda pouco esclarecido <><..l Q) nos cavalos. Comumente podem '+-« estar acometidos os tendoes flexores digitais superficial e pro- fundo, possibilitando graus de deformidades que podem variar Figura 6.9 desde a discreta projec;:aocranial Contratura dos tend6es Figura 6.11 da articulac;:aometacarpofalangi- flexores dos membros anteriores Contratura dos tend6es ca, ate aquelas em que a arti- de potro - vista cranial. carpo-radiale carpo-ulnarde potro. 145 a transferencia de imunidade passiva. Alem das caracterlsticas aci- ma citadas, ao exame, palpando- se os tendoes comprometidos e, concomitantemente, executan- do-se movimentos for<;ados de extensao do membro, podemos sentir grande tensao nos ten- does, sem que 0 membro cons i- ga assumir posicionamento ana- t6mico normal. Nos casos de deformidades flexoras decorrentes de contra- turas dos tendoes flexores digi- tais, em graus que obriguem 0 potro apoiar involuntariamente a articula<;:aometacarpofalangica e interfalangica distal no solo, a lesao cutanea pode aprofundar- se, expondo as estruturas com- ponentes da articula<;:aoe pro- duzir art rite infecciosa extrema- mente grave. Uma avalia<;:aoc1lnicacriterio- sa, e a elabora<;:aode progn6sti- co quanto as possibilidades de recupera<;:aoplena do animal pa- ra reprodu<;:ao,esporte, sela, tra- <;:aoetc., saG fundamentais para a decisao de se instituir 0 trata- mento, e de que forma 0 animal sera tratado. Fundamentalmente, o potro devera ser mantido abri- gada e se posslvel em pe, 0 que pode ser conseguido nas contra- turas de graus leves atraves de massageamento e exercicios funcionais passivo e aplica<;aode talas extensoras de PVc. 0 mas- sageamento e 0 exercicio funcio- nal nos membros contraldos de- vem ser realizados pelo menos duas a tres vezes ao dia, abran- gendo os musculos dos tendoes envolvidos com movimentos pas- sivos e suaves, principalmente de flexao e extensao. Nos graus mais avan<;:ados de contraturas dos membros em potros, com envolvimentos indi- viduais ou em conjunto dos ten- does flexor superficial, tendao flexor profundo e ligamenta sus- pensor do boleto, as tecnicas de corre<;aosaGsemelhantes as uti- lizadas no tratamento das con- traturas adquiridas. Em potros com idade ate 20 a 30 dias, portadores de graus discretos de contraturas, princi- palmente do tendao flexor digital superficial (ate grau II), tem sido utilizada como tratamento con- servador, aplica<;:oesde oxitetra- ciclina pela via endovenosa com 6timos Indices de recupera<;:ao. o esquema terapeutico que po- de ser instituldo consistena apli- ca<;aode 3g de oxitetraciclina di- IUldaem 500 ml de solu<;:aofisio- 16gica,pela via intravenosa, que pode ser repetida, se for neces- sario, 24 horas ap6s a primeira aplica<;:ao.Outros procedimentos como massagens e talas exten- soras devem ser utilizados como metodos auxiliares do tratamen- to medicamentoso, E de extrema importancia a escolha do caso e do potro que pode ser submetido ao tratamento medico com a oxitetraciclina. Ouando estao en- volvidos,mais de um dos tendoes flexores, graus elevados de con- traturas (> grau II), lesoes arti- culares e deformidades do casco e de ossos dos membros, os re- sultados terapeuticos podem ser insatisfat6rios, ou ate mesmo contra-indicarem 0 tratamento com a oxitetraciclina. Pratica- mente nao ocorrem consequen- cias graves ou que sejam irrever- slveis com 0 usa de oxitetracicli- na no esquema terapeutico pro- posto. Raramente ha 0 desen- volvimento de diarreia, e que esta nao ceda ap6s 24 a 48 horas, sem que haja necessidade de tratamento especifico e sem causar qualquer prejulzo ao or- ganismo do animal. Os mecanismos de a<;:aoda oxitetraciclina pela via intrave- nosa na corre<;ao das deformi- dades flexoras, ainda saGdesco- nhecidos, entretanto, suspeita-se que possa ocorrer por quela<;:ao do Ca na jun<;:aomioneural, cau- sando 0 relaxamento das fibras musculares. 2. Deformidades (contratu- ras) adquiridas: As deformidades flexoras adquiridas saG as que apresentam maiores Indices de incidencias, manifestando-se, em geral, a partir da desmama e aco- metendo os dois membros ante- riores dos potros. Raramente as deformidades flexoras se mani- festam nos membros posteriores causando quadros de impotencia funcional motora grave. As etiologias, ate 0 momen- to, estudadas para explicarem 0 aparecimento da afec<;:aoadqui- rida, ainda nao foram cientifica- mente demonstradas, porem, a nosso ver, existe um conjunto de fatores que, por atuarem conco- mitantemente, podem desenca- dear 0 aparecimento do proble- ma, Estas condi<;oes podem es- tar relacionadas com ma-nutri- C;:13.o,excesso de proternas e car- boidratos na rac;:13.o;desequilr- brios Ca:P; deficiencias vitamrni- cas (A e D); tendinites; miosites e anabolizantes, produzindo crescimento osseo mais rapido que 0 tendrneo, ou quaisquer outras afecc;:6es que obriguem o cavalo a manter 0 apoio em pinc;:a,produzindo alterac;:13.opor falta de func;:13.omotora. Tres sac os principais graus de contraturas; desde um dis- creto desvio cranial do boleto ate 0 apoio direto da muralha do casco ao solo, deixando a mos- tra a sola. Em raz13.Oda etiopatogenia, e da intensidade de ac;:13.odas variaveis etiologica, podemos observar comprometimento simples ou composto, envolven- do 0 tend13.oflexor superficial, tend13.oflexor digital profundo e ligamento suspens6rio do bo- leto. No terc;:omedio do tend13.o flexor profundo, existe a inser- C;:13.ode seu ligamento acess6- rio, ou ligamento carpico infe- rior, que podera tambem se apresentar comprometido. Contratura do tendao flexor digital superficial Grau I. Ocorre apenas discre- to desvio cranial da ar- ticulac;:13.ometacarpo- falangica, aumento de seu angulo anterior. Grau II. Ocorre perpendiculari- zac;:13.odo eixo meta- carpofalangico. Predisposi~ao Excesso de Desequilibrios Traumas nos genetica energia - nutricionais ~ membros An'boli'~I",~c~Lnl/..I." rapido / _______Osteocondrite ~ dissecante DOR~ ~potencia Lesoes de'OT,orn-<--. -- tecidos DEFORMIDADE FLEXURAL Outras afec~oes dos membros Figura 6.12 Etiopatogenia das deformidades flexoras adquiridas. Figura 6.13 Contratura de grau I do tendao flexor digital superficial. Figura 6.14 Contratura de grau II do tendao flexor digital superficial. Grau III. Observa-se evidente projec;:13.ocranial da articulac;:13.ome- tacarpofalangica. Nestas condic;:6es podera ocorrer ten- sac do tend13.oexterior digital lateral que fica proeminente na face cranio-Iateral do terceiro 0 metacarpico. Em func;:ao das estruturas acometidas, e do grau de con- tratura, 0 animal apresentara quadro clfnico bem definido e facil de ser identificado. Ouando apenas 0 tendao fle- xor digital superficial encontra-se envolvido no processo, 0 cavalo tera projec;:aocranial da articula- c;:aometacarpo ou metatarsofa- langica, caraderizando 0 que po- pularmente e denominado de em- boletamento. Esta apresentac;:ao estatica do animal em termos de aprumos ira proporcionar sobre- carga na articulac;:aoenvolvida, e perda da capacidade de absorc;:ao de impado mecanico, predispon- do a regiao a graves traumatis- mos.0 animal apresentara c1audi- cac;:aovariavel,tendendo a um for- te movimento cranial da articu- lac;:ao,e tem-se a sensac;:aoque ocorrera, mesmo que momenta- neamente, a perda da capacida- de de sustentac;:aodo corpo. Figura 6.15 Contratura de grau III do tendao flexor digital superficial. Em qualquer dos graus de contratura do tendao flexor su- perficial, 0 animal apresenta 0 casco perfeitamente apoiado no solo, sem crescimentos ou des- gastes anormais. Contratura do tendao flexor digital profundo e/ou do liga- mento suspensoria do boleto: Grau I. Ocorre discreta eleva- c;:aodo talao com ten- sac aumentada no ten- dao flexor digital pro- fundo. A muralha do casco tende a perpen- dicularizac;:aoem rela- c;:aoao eixo podofalan- gico/solo. 0 angulo metacarpofalan 9 ico permanece inalterado. Grau II. A muralha do casco adquire completa per- pendicularidade em re- lac;:aoao eixo podofa- langico/solo, com cres- cimento anormal dos tal6es e tendencia ao encastelamento. Ocor- re desgaste de pinc;:a. Grau III. Observa-se evidente projec;:ao cranial da muralha podendo ate, nos casos mais graves, onde 0 ligamento sus- pensorio do boleto participa no processo da contratura, ocorrer o apoio da regiao cra- nial das articulac;:6es interfalangicas ao solo. Nesta situac;:aohavera crescimento exagera- do do casco, que nao .. . ~::'.. ~;;:.-;J.l ~~t~J\li~~~~}~.~.,;..',,",0 ,., ,:' ,.,. Figura 6.16 Contratura de grau I do tendao flexor digital profundo. Figura 6.17 Contratura de grau II do tendao flexor digital profundo. Figura 6.18 Contratura de grau III do tendao flexor digital profundo. sofre desgaste, e fe- Frequentemente, quando te- sivamente os tal6es no pri- rimento profundo da mos graus avanc;:ados de con- meiro corte. articulac;:ao metacar- tratura de toda a extremidade b. Ferraduras corretivas: com pofalangica ou meta- falangica, projetando a articu- pinc;:a longa, nos casos de tarsofalangica. lac;:aometacarpo ou metatarso- comprometimentos do tendao falangica e contraindo caudal- flexor profundo. mente 0 eixo podofalangico, es- c. Correc;:aonutricional: devera tao comprometidos os tend6es ser adotada imediatamente, flexores digitais, superficial e independentemente do grau profundo, alem do ligamento de contratura e de quais ou- suspensorio do boleto. tras estruturas de sustenta- o diagnostico baseia-se na c;:aoque estejam afetadas. en:~ apresentac;:aoc1inicado proces- d. Higienizac;:aodos cascos: de- > 0 so, no diferencial quanto as es- ve ser realizada no minimo 2 c(/) truturas atingidas, e na ocorren- vezesao dia cuidando-se con- (/)CIl cia dos fatores etiologicos pre- comitantemente quanto aos .r= c .~ disponentes. Nos graus de con- fen6menos de deformac;:ao £) dos cascos. (encastelamento Q) traturas mais graves, os exames (/) e desgastes anormais), cas- CIl radiograficos e ultra-sonogra- (/)<5 ficos permitem que se avalie 0 queando e grosando a mura- £)uJ nivel de comprometimento de Iha se for 0 caso. 0 C Figura 6.19 estruturas articulares que po- Q) E Contratura das tend5es deriam interferir nos resultados CIl.Q) flexares digitais superficial e dos tratamentos a serem insti- uJ profundo.tuidos, assim como a evoluc;:ao Q)'0 das alterac;:6esque puderem ser -0 c diagnosticadas. g•.. As sequelas mais importan- 0...-0 tes, assim como as les6es se- E 0 cundarias as contraturas, loca- 00 lizam-se nos ossos e articula- ...J 0 c;:6es que podem apresentar .s: ~ desde osteites e osteoperios- t'ilQ. tites ate artrite infecciosa por <t 0 ac;:aoexogena. -0 (/)o tratamento da afecc;:aotem Q)'0 por base a avaliac;:aoe 0 grau de 0- () Q) contratura, podendo ser: .•.. <{ 1. Conservador (grau O. Figura 6.21 a. Casqueamento corretivo: Contratura dos tend5es Figura 6.20 principalmente nas con- flexores digitais superficial, Necrose cutanea com instalayaa traturas do tendao flexor su- profunda e do ligamenta de infecyao articular. perficial; nao retirar exces- suspensoria do boleto. 149 e. Aplica<;:ao de talas: talas, bandagens e massagea- mento diario sac lJteis e au- xiliam os resultados terapeu- ticos dos demais metodos conservadores que foram adotados. Figura 6.22 Tenotomia do 1. flexor digital superficial na contratura de grau II. Figura 6.23 Corre<;:aode contratura de grau II do tendao flexor digital superficial apes tenotomia. f. Fisioterapia: consta de nata- <;:ao e rampa. A nata<;:ao devera sempre que possivel ser realizada 2 vezes ao dia, cerca de 15 minutos cada vez, estimulando-se desta forma a atividade muscu- loesqueletica e circulatoria. A rampa consiste em manter- se 0 cavalo em aclive de 18% em repouso, pelo tem- po que 0 animal se mantiver tranquilo e no maximo por 15 minutos. A finalidade da rampa e a de proporcionar exerdcio de alongamento aos musculos flexores. g. Aplica<;:ao de analgesicos: assim como de antiinflama- tori os e drogas eutroficas musculares com a vitamina E e 0 selenio, sac duvidosas quanto a eficacia direta so- bre a contratura propriamen- te dita; sao apenas recomen- dadas quando existem se- quelas ou sinais c1inicos que evidenciem a necessidade de seu uso. o tratamento conservador, alem de ser utilizado como me- todo de corre<;:ao das contra- turas individualizadas do ten- . dao flexor superficial e do ten- dao flexor profundo, podera servir como terapia auxiliar nos caso mais graves que recebe- ram tratamento cirurgico. Ge- ralmente 0 tratamento conser- vador nao produz resultados satisfatorios quando estao en- volvidos na contratura os ten- does flexores superficial e pro- fundo e 0 ligamento suspen- sorio do boleto. o tratamento cirurgico deve ser instituido em situa<;:6esde in- sucesso do tratamento conser- vador,ou em graus avan<;:adosde contratura dos tend6es flexores superficial e profundo separados ou de forma concomitante,com ou sem envolvimento do ligamenta suspensoria do boleto. a. Desmotomia dos ligamentos: acessorio superior e inferior nas contraturas do tendao fle- xor superficial; desmotomia do ligamento acessorio inferior na contratura do tendao flexor profundo. Estes procedimen- tos apresentam resultados ex- celentes e permitem em geral, a plena utiliza<;:aodo cavalo para 0 esporte. b. Tenotomia do tendao flexor superficial: no ter<;:omedio na face posterior do terceiro o. metacarpico no casos de contratura do tendao flexor superficial; c. Tenotomia do tendao flexor profundo: podera ser feita sem que se tenha optado pe- la desmotomia do acessorio inferior. Nesta condi<;:ao,a te- notomia podera ser realizada no ter<;:oproximal, acima da inser<;:aodo ligamento carpi- co inferior. Nos casos grave (grau III), a tenotomia forne- ce resultados satisfatorios quando realizada no ter<;:o distal, abaixo da articula<;:ao metacarpofalangica; d. Alongamento dos tend6es: realizado pelas tecnicas de Z plastia ou enxertia com fibra de carbono, ou com tecidos biolagicos como tendao ho- malogo, centro frenico e saco pericardico. Dentre os proce- dimentos terapeuticos dispo- nfveis, os alongamentos de tend6es nos equinos sac os que piores resultados apre- sentam quanto a plena utiliza- <;aodo cavalo. E importante salientar-se que, seja qual for 0 tratamento cirurgico adotado, 0 animal de- vera permanecer em repouso pelo menos durante 90 dias, ex- cetuando-se os procedimentos de fisioterapia que deverao ser continuados. 0 cavalo devera ser mantido com os membros ligados e ter os cascos e eixo falangico sustentado por ferra- duras ou tal as, quando a te- notomia for realizada no tendao flexor digital profundo. 6.5. Alongamento congimito dos tendoes. E uma afec<;ao relativamente frequente em potros recem-nas- cidos, podendo comprometer os dois membros anteriores ou,even- tualmente, os quatro membros. Ocasionalmente alguns po- tros podem nascer ligeiramen- te "achinelados", devido a pro- blemas de posicionamento den- tro do utero, fato que gradativa- mente e naturalmente acaba sendo corrigido a medida que 0 animal cresce, sem que haja ne- cessidade de qualquer interven- <;ao. Por outro lado, quando 0 Figura 6.24 Alongamento congenito dos tend6es f1exoresdigitais em potro. Figura 6.25 Tratamento do alongamento dos tend6es flexores digitais em potro com talas. grau de alongamento e muito grande, a ponto de propiciar 0 levantamento das pin<;as dos membros afetados, expor a sola do casco e permitir ao boleto tocar no solo, alem do problema de posicionamento do feto du- rante a gesta<;ao, devemos ad- mitir a possibilidade de partici- pa<;aohereditaria, problemas ali- mentares da egua durante a Os casos mais graves, em ao caminhar para frente e, ap6s gesta<;:ao, prematuridade, dis- que 0 quadro de alongamento limpeza da ferida com agua e sa- maturidade do potro e reduzido nao cede com as medidas con- bao de coco, podemos observar tonus muscular generalizado. 0 servadoras, devem ser tratados esgar<;:amentodas fibras e afas- potro pode ter nascido "fraco" e cirurgicamente atraves das tec- tamento dos cotos do tendao nao ingeriu adequadamente 0 nicas de encurtamento dos ten- rompido. Em repouso, 0 apoio colostro nas primeiras horas does. Ha que se referir que tais se faz com a regiao anterior das I p6s-parto. medidas restringem considera- falanges .. Nestas circunstancias, os po- velmente a vida util futura do tros apresentam dificuldades para animal. andar e frequentemente ferem 00 a regiao posterior do boleto, em '(ij '5> contato com 0 solo. 6.6. Ruptura traumatica 0c As medidas terapeuticas ini- dos tendoes flexoresrJ) rJ) ciais consistem em fornecer ca- e extensor digital.C1l..c ma macia e alta para 0 potro,c '(ij .!) que devera, por alguns dias, per- Pode acometer tanto os ten- Q) manecer estabulado. Caso 0 does flexores digitais quanto 0rJ) C1l rJ) grau de alongamento seja pe- tendao extensor. Geralmente, as0 .!) queno, isto se torna desneces- rupturassac consequentes a trau- uf 0 sario, pois a medida que 0 ani- matismos ocasionados por ara- C Q) mal se desenvolve ou adquire mes, latas e outros objetos de Eco tonus muscular, 0 problema ten- corte presentes no pasto..Ql uf de a desaparecer. Ouando 0 tendao extensor e Q) Nos alongamentos graves, atingido, observamos extensa e Figura 6.27'0-0 existem duas possibilidades tera- profunda lesao cutanea, e 0 ca- Ruptura dos tend6es flexorescg peuticas imediatas: a primeira valo arrasta a pin<;:ado membro digitais, superficial e profundo .•.. 0 consiste na imobiliza<;:aoem po-+-'0 E sic;:aoanatomica dos membros 0 u afetados; forre bem a pele com0...J uma camada grossa de algodao0.s: e enfaixe com uma atadura deQ)•.. crepe ou gaze. Em seguida, apli-ctJc. <t que na face cranial e caudal do 0 -0 membro, meia calha feita de ca- rJ) Q) no de plastico flexlvel de 1 pole-'0u- gada, cortado ao meio; fixe as ca-0 Q)..- Ihas atraves de esparadrapo. A« outra possibilidade e se fixar nos cascos ferraduras bem leves e com ramas alongadas, atraves de acrnicoautopolimerizavel ou mas- sade ep6xi de secagem rapida, Figura 6.26 Figura 6.28 e esperar que 0 crescimento do Ruptura do tendao extensor Ruptura do tendao flexor potro corrija 0 problema. digital longo. digital superficial. 152 Ouando a ruptura e dos ten- does flexores digitais, as causas da lesao sac as mesmas que aco- metem 0 extensor. Caso somen- te 0 tendao flexor superficial seja atingido, ocorre um evidente "re- baixamento" da articula~ao me- tacarpo ou metatarsofalangica, advindo sobrecarga no tendao flexor digital profundo. A c1audi- ca~ao pode ser intensa e 0 ani- mal relutara em iniciar a marcha. Ocasionalmente, quando a a~ao traumatica for extensa, observa-se grandes areas de la- cera~ao cutanea, derrames san- guinolentos e comprometimento de ligamentos das articula~oes proximas a regiao lesada Muito embora seja ocor- rencia rara, a ruptura do tendao pre-pubico podera ocorrer em animais gestantes com idade avan~ada. 0 peso do feto e seus envoltorios produzem excessiva , .~~; Figura 6.29 Ruptura do tendao pre-pubico. distensao abdominal, que alia- da a tensao sobre 0 tendao pre- pubico, causam 0 seu rompi- mento. Eguas nesta situa~ao devem. ser mantidas sob rigo- rosa observa~ao e retiradas da reprodu~ao apos 0 parto. Figura 6.30 Ruptura por hiperextensao do tendao flexor digital profundo e ligamentos sesamoideos. Figura 6.31 Ruptura dos tend6es flexores digitais. Figura 6.32 Ruptura por arrancamento da inserc;:aodo tendao flexor digital profundo. Figura 6.33 Ferradura corretiva para ruptura de tend6es flexores digitais superficial e profundo. Nas rupturas parciais ou nas desmorrexias de ligamentos dos sesamoides e do suspensoria da articula~ao metacarpo ou me- tatarsofalangica, alem do seu II "rebaixamento", a pin<;ado cas- co perde 0 contato com 0 solo, permanecendo 0 apoio, princi- palmente durante a locomo<;ao, somente com os taloes, 0 que agrava substancialmente a pos- sibilidade de consequencias in- desejaveis sobre os ligamentos articulares em virtude da sobre- carga de trabalho e de susten- ta<;ao do membro. Em qualquer das situa<;oes, em que ocorra ruptura traumati- ca dos tendoes, com solu<;aode continuidade da pele, lave cuida- dosamente a ferida com agua e sabao de coco, retirando toda su- jidade. Se 0 ferimento estiver sangrando muito, por com pro- metimento dos vasos metacarpi- cos ou metatarsicos, aplique um garrote acima da lesao se 0 san- gue for vermelho claro e sair em jatos, ou entao abaixo da lesao se 0 sangue for vermelho-escuro e fluir atraves do ferimento. A he- mostasia tambem pode ser reali- zada utilizando-se a compressao com compressas e penso espa- radrapado ou de fita adesiva prata ("silver tape") sobre 0 ferimento. Caso 0 sangramento seja abun- dante ou nao cesse com as tecni- cas de compressao, 0 vasa deve- ra ser ligado. Nas rupturas do tendao flexor digital superficial, apenas aplique penso com talas ou com meia calha de PVC, realizando curati- vos diarios da ferida com Ifquido de Dakin. Mantenha 0 animal em repouso ate que a lesao esteja recuperada eo tendao aderir-se por fibrose ou reparar-se por neo- forma<;ao de colageno, recupe- rando a capacidade de sustenta- <;aodo membro. Nas rupturasde ambos os ten- does flexores, alem do tratamen- to conservador ja institufdo para o tendao flexor digital superficial, aplique ferraduras com rampoens com a finalidade de estabilizar 0 apoio e proteger as articula<;oes e ligamentos de possfveis se- quelas.Mantenha 0 ferimento sob rigorosa assepsia com curativos diarios e pensos protetores. Nas rupturas do tendao extensor digi- tal comum, apenas a imobiliza<;ao do membro, atingindo inclusive 0 casco, sera suficiente para que ocorra a repara<;aocolagena dos cotos do tendao e recupera<;ao motora do membro. Alem do tratamento conserva- dor,na dependencia da gravidade das lesoese quando houverperda consideravel do tecido tendfneo, devera ser institufdo 0 tratamento cirurgico, implantando-se fibra de carbona ou enxerto de tendao ho- m610gono sentido de se estabe- lecer um leito de neoforma<;ao colagena e recupera<;ao anato- mofuncional do tendao lesado. 6.7. Ruptura do tendao femorometatarsico (tendao peroneus-tertius). o tendao peroneus-tertius e uma resistente estrutura que tem origem entre 0 musculo extensor digital longo e 0 musculo tibial anterior, inserindo-se na super- flcie cranial proximal do terceiro o. metatarsico, terceiro tarsico, quarto tarsico e tarsico fibular. Sua fun<;aoe a de flexionar a ar- ticula<;ao tarsica concomitante- mente a flexao da articula<;aofe- morotlbio-patelar. A ruptura do tendao femoro- metatarsico ocorre portraumas ou Figura 6.34 Ruptura do tendao peroneus-tertius. Figura 6.35 Prega do tendao do m. gastrocnemio na ruptura do t. peroneus-tertius. ferimentos profundos sobre a arti- respeitado e 0 animal exercitado ocorrer durante a cobertura de cula<;:aotarsica, na face cranial,ou ap6s 6 semanas de forma leve, uma egua, correndo ou saltando decorrentes de uma hiperexten- lenta e gradativa, existem boas um obstaculo, 0 animal pode sac tarsica.A ruptura pode sobre- chances de recupera<;:aomotora apresentar claudica<;:aode grau vir devido a arrancadas ou saidas completa. I, com deslocamento da calota bruscas e violentas em corridas. para 0 lado oposto a lesao, no A sintomatologia 8 bastante momento em que ele flete 0 definida, pois se observa a impos- 6.8. Luxa~ao da "calota" do membro. Ocorre aumento de sibilidade de flexao da articula<;:ao tendao flexor superficial volume local devido ao derrame tarsica,muito embora possa haver e a inflama<;:ao,e 0 jarrete pode flexao da articulac;:aofemorotlbio- A "calota" do tendao flexor estar sensivel a palpac;:aodevi- patelar.A regiao abaixo da articu- superficial pode luxar, medial- do a dor. -- la<;:aotarsica pode pender como mente ou lateral mente em rela- o tratamento basico ime- -~> se tivesse ocorrido fratura. <;:aoao calcaneo ~arrete), sen- diato 8 0 repouso, procurando- c Nas rupturas por ferimentos, do que a luxa<;:aolateral 8 a mais se restringir a movimenta<;:ao li- eu al8m dos sinais mecanicos, pode- frequente. vre do animal. Compressas ou L C'co mos observar a solu<;:aode conti- Geralmente, esta afec<;:ao8 duchas frias podem ser feitas, .D <J.) nuidade da pele, junto a face an- traumatica, produzida por esfor- e a aplica<;:aode antiinflamat6- (IJ C1l terior da regiao dorsal da articu- c;:oanormal do membro, ou ex- rios sistemicos, ou local, pouco (IJ(5 la<;:aotarsica, com exterioriza<;:ao tensao exagerada que pode rom- ou nenhum beneficio traz para .D cii dos cotos do tendao. per a forte bainha que mant8m 0 a cura da lesao. 0C Durante 0 apoio em repouso, tendao estavel sobre 0 calcaneo Nos casos de luxa<;:ao da <J.)E a estatica do membro atingido (sustentaculo). "calota" por ruptura da bainha e, eu0) nao apresenta grandes anormali- Logo ap6s a distensao ou a naqueles em que 0 repouso e 0 cii dades, exceto a perda da angu- ruptura da bainha, que pode tratamento local nao produziram <J.) '0-0 la<;:aoda articula<;:aotarsica, que nenhum resultado, somente a c<J.) tendera a perpendicularizar-se. cirurgia, atrav8s da fixa<;:ao da -:!::- ~ Em locomo<;:ao,ou quando se calota por sutura da bainha ou 0.•..0 realiza a extensao passiva do do sustentaculo, podera aumen- E 0 membro paratras,pode-se obser- tar as possibilidades de recupe- ()0 var que a articula<;:aotarsica per- ra<;:aodo animal, ao menos para ...J 0 de a angula<;:aode flexao, perma- exerdcios leves e met6dicos. J:1i necendo completamente esten- Preferencialmente deve-se imo- ~ t'ilc. dido, enquanto a articula<;:aofe- bilizar 0 membro operado com <t 0 morotlbio-patelar se flete. Esta atadura de gesso ou restringin- -0 (IJ manobra faz com que haja, um do a flexao com penso firme, por , pregueamentoou dobra no ten- cerca de 15 dias, para evitar que (,)- dao do m. gastrocnemio. na fase de repara<;:aopossa ha- ~ o unico tratamento viavel 8 0 ver a recidiva da lesao. repouso e os curativos sobre o cavalo deve ser mantido o ferimento. Deve-se confinar 0 estabulado e em repouso por animal em baia pelo menos du- um minimo de 45 dias, para pos- rante 4 a 6 semanas para gra- Figura 6.36 teriormente iniciar-se as ses- dativamente iniciar-se 0 exerd- Deslocamento da "calota" do s6es de fisioterapia motora, de cio moderado. Se 0 repouso for tendao do m. gastrocnemio. forma lenta e progressiva. 155 Sao definidas como proces- sos inflamat6rios das bolsas sub- cutaneas, que saGestruturas que facilitam 0 deslizamento da pele sobre superffcies de consisten- cia dura, formando uma "almofa- da" entre a pele e 0 osso. No cavalo, as principais bol- sas subcutaneas estao situadas sobre 0 olecrano (cotovelo), no membro anterior; sobre 0 calca- neo (jarrete) no membro poste- rior; na tuberosidade ilfaca, na cernelha, entre as cartilagens da escapula e junto a articula<;:ao occipito-atlant6idea, na nuca. As bursites normalmente saG decorrentes da a<;:ao de trauma con stante sobre a bol- sa subcutanea, em animais estabulados em baias de piso duro e com cama insuficien- te, em cavalos constantemente sob transporte, principal mente em "trailer" ou em animais que permanecem por um longo pe- rfodo em decubito. As bursites podem ocorrer tambem secun- dariamente a processos infec- ciosos especfficos, como no caso da Brucelose que acome- te a bolsa nucal e da cernelha, processos estes conhecidos co- mo "mal da nuca" e "fistula da cernelha", que serao aborda- dos no capftulo de enfermidades infecciosas. Os sintomas encontrados possuem todas as caracterfsticas de um processo agudo, onde a regiao correspondente apresen- ta: aumento de volume da bolsa, e muitas vezes edema de tecido subcutaneo parabursal; aumento de temperatura local; sensibili- dade a palpa<;:aoe flutua<;:aode- vido ao aumento de produ<;:aode Ifquido sinovial. A bursite aguda pode se contaminar quer atraves de les6es cutaneas profundas, quer pela pun<;:aorealizada sem assepsia, transformando-se em processo purulento. De maneira geral, as bursites passam a forma cr6nica, que se caracteriza por pouca sensibili- dade, sem sinais evidentes de processo inflamat6rio, exceto 0 aumento de volume, e, em es- pecial, ausencia de flutua<;:ao.A palpa<;:aorevela espessamento da capsula da bolsa e da pele, que pode apresentar lesao sem tendencia a cicatriza<;:ao. Raramente as bursites loca- lizadas nos membros levam a c1audica<;:ao,motivo pelo qual quase sempre 0 caso ja e aten- dido pelo medico veterinario sob Figura 6.37 Bursite pre-carpi ca. a forma cr6nica, sendo a retira- da cirurgica a unica terapeutica para corrigir 0 processo. Na fase aguda, a pun<;:ao evacuat6ria e a inje<;:aode cor- tic6ides intrabursal, associada a massagem local com poma- das revulsivas, revertem com relativa facilidade 0 processo inflamat6rio. Em casos de bursites su- puradas, deve-se lan<;:armao de antibi6ticos e enzimas proteolfti- cos, ou a retirada total da bolsa sem que haja perfura<;:ao da capsula. As vezes, pode-se in- jetar lugol ou tintura de iodo 10% para irritar a capsula e es- pessa-Ia, facilitando, desta for- ma, a sua visualiza<;:ao para a dissec<;:aodurante a cirurgia. Independentemente da for- ma de apresenta<;:ao, em todos os casos de bursite torna-se im- periosa a identifica<;:ao e elimi- na<;:aodo agente traumatico. Figura 6.38 Bursite calcanea. Sao as inflama<;:6es da bai- nha sinovial dos tend6es, geral- mente produzidas por trabalhos exagerados e exercfcios inade- quados, associados a defeitos de aprumos. Figura 6.39 Tenosinovite da bainha do tendao extensor digital longo. Figura 6.40 Tenosinovite metacarpofalangica. As tenosinovites, ou popular- mente conhecidas como "ovas", apresentam-se comumente co- mo um aumento de volume flu- tuante devido a hipersecre<;:ao de liquido sinovial, discretamen- te quente e dolorosa na forma aguda, e sem calor e dor na for- ma cr6nica. As principais bainhas tendi- nosas atingidas SaG a carpica, pre-carpica, dos sesamoides, tar- sica, pre-tarsica, cuneana, calca- nea,metacarpofalangica e meta- tarsofalangica. Raramente 0 processo pro- voca c1audica<;:ao e somente passa a chamar a aten<;:ao quando adquire grande volume, depreciando 0 animal. o tratamento na forma aguda e realizado com inje<;:6esde cor- ticoides no interior da bainha e massagem com pomadas hepa- rinoides,devido a possibilidade de ocorrer aderencia entre a bainha e 0 tendao. Na forma cr6nica, os tratamentos de rotina SaGinefi- cazes, apenas a cauteriza<;:aoau a caustica<;:aopodem ser indica- das, porem com cautela. 6.11. Desmite plantar (transcurvo). E a deforma<;:aoda face pos- terior do osso tarsico-per6neo, de- vido a processo inflamatorio e es- pessamento do ligamenta plantar. A afec<;:aoe mais frequente em animais que se apresentam com jarretes fechados e com val- gus tarsico, que se traumatizam escoiceando port6ese paredesou em razaode extens6es bruscas e violentas da articula<;:aotarsica Os sinais caracteristicos apre- sentados SaG:c1audica<;:aomode- rada,deformidade na face poste- . rior proximal do terceiro o. meta- tarsico e manifesta<;:6eslocais de inflama<;:aoaguda Se a causa ini- cial da afec<;:aofor 0 trauma, tere- mos a possibilidade de ocorrer exostose e periostite. o tratamento nas fases ini- ciais consiste em massageamen- to da regiao com pomadas hepa- rinoides, antiinflamatorios siste- micos, penso compressivo e des- canso.Os casos cr6nicos SaGtra- tados com pomadas revulsivas e ate, se necessario, a termocau- teriza<;:aoseguida de penso e re- pouso pelo menos por 45 dias. o prognostico e francamente favoravel, podendo-se, na maioria das vezes, retornar 0 animal ao trabalho. Figura 6.41 Desmite plantar (transcurvo).
Compartilhar