Buscar

06 - AFECÇÕES DO APARELHO LOCOMOTOR DE EQUINOS (TENDÕES, LIGAMENTOS, BOLSAS E BAINHAS SINOVIAIS)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

06
Afecyoes do Aparelho Locomotor
(tendoes, ligamentas, balsas e bainhas sinaviais)
Tendoes SaG estruturas fibro-
sas, geralmente em fita, cuja
principal atividade e manter 0
equillbrio estatico e dinamico do
corpo, transmitindo aos ossos e
articula<;:6es todo 0 trabalho
exercido pelos musculos.
Histologicamente, 0 tend13.o
e um tecido conjuntivo cujas fi-
bras colagenas correm mais ou
menos no mesmo plano e dire-
<;:13.0,tornando-o capaz de supor-
tar en ormes tra<;:6es sem dis-
tender-se.
Os tend6es possuem capa-
cidade de regenera<;:13.o que e
dada pela prolifera<;:13.ode celu-
las do tecido conjuntivo que os
envolve, tornando, desta forma,
posslvel a realiza<;:13.ode inter-
ven<;:6es cirurgicas.
Eo processo inflamat6rio que
pode acometer principal mente
os tend6es flexores e suas bai-
nhas sinoviais dos membros an-
teriores dos caval os de corrida,
ou dos membros posteriores dos
cavalos de sela e tra<;:13.o.
A causa determinante mais
comum da tendinite e 0 esfor<;:o
exagerado de extens13.Osobre os
tend6es, causando distens13.o de
suas fibras, que por n13.osuporta-
rem a tra<;:13.omecanica, podem
apresentar rupturas parciais de-
senvolvendo severa e dolorosa
rea<;:13.oinflamat6ria local.
Varias SaG as situa<;:6es ou
causas que podem predispor os
cavalos a tendinite, dentre estas
podemos considerar:
a. Treinamentos foryados e
inadequados.
b. Fadiga muscular ap6s longas
corridas ou caminhadas.
c. Ferrageamento impr6prio
(pinya ou ferraduras grossas
das pinyas ate os quartos).
d. Trabalho precoce
(inicio do treinamento).
e. Natureza do solo
(arenoso fofo).
f. Caval os pesados ou
obesidade.
g. Eixo falangico longo (dedos
longos).
h. Defeitos de aprumos (angulo
anterior metacarpofalangico
fechado).
I. Debilidade de estruturas
tendfneas e ligamentosas.
J. Lesoes podais
(encastelamento, enfermi-
dade do navicular, laminite
hereditariedade etc.).
Figura 6.1
Esquema de tend6es dos membros.
1. umero; 2. radio e ulna; 3. tendao extensor carporadial; 4. ossos da ar-
ticula<;:aocarpica; 5. o. metacarpi co secundario; 6. terceiro o. metacarpi co;
7.tendao extensor digital comum; 8. falanges; 9. inser<;:aodo tendao flexor
profundo; 10. inser<;:ao do tendao flexor superficial; 11. ligamento
sesamoid eo distal; 12. ramo extensor do ligamento suspensorio do boleto;
13. ligamento suspensorio do boleto; 14. tendao flexor profundo; 15. ten-
dao flexor superficial; 16. ligamento carpico inferior; 17. ligamento carpico
superior; 18. terceiro o. metatarsico; 19. o. metatarsico secundario; 20.
ossos da articula<;:aotarsica; 21. calcaneo; 22. tibia e fibula; 23. ligamen-
tos da patela; 24. patela; 25. femur; 26. ligamento carpi co acessorio.
Figura 6.2
Esquema de musculos e
tendoes dos membros
anteriores - vista lateral.
1. m. extensor carpo-radial; 2. m.
extensor digital comum; 3. m.late-
ral ulnar; 4. m.extensor obliquo do
carpo; 5. t. extensor digital lateral;
6. t. extensor digital comum; 7. ra-
mo extensor do ligamento sus-
pensorio do boleto; 8. insen;:aodo
t. extensor digital comum; 9. liga-
mento anular; 10. t. flexor superfi-
cial; 11. t. flexor profundo; 12.liga-
mento suspens6rio do boleto; 13.
ligamento carpico inferior; 14. m.
extensor digital lateral; 15, cabe<;:a
do m. flexor digital profundo; 16.
cabe<;:ado m. triceps braquial; 17.
m.delt6ide; 18.m. infra-espinhoso;
19. m, supra-espinhoso.
14
9
10
13
12
:!:"
11 12
10
';
9
Figura 6.3
Esquema de musculos e
tendoes dos membros
anteriores - vista cranial
1.m.biceps braquial; 2. m.braquial;
3, m. triceps braquial; 4. m. exten-
sor carpo-radial;5. m.extensor digi-
tal comum; 6. m.flexor carpo-radial;
7. m. extensor obliquo carpico;
8. ligamento lateral carpico; 9. t. do
m. extensor carpo-radial; 10. liga-
mento carpico colateral-medial;
11. t. extensor digital lateral; 12. t.
extensor digital comum; 13. ramos
extensores do ligamento suspen-
sorio do boleto.
Patogenicamente, a ac;:ao
traumatica sobre os tend6es po-
dera determinar duas situac;:6es
de les6es bem distintas:
1. Trauma por hiperextensao
produzindo les6es micros-
c6picas.
2. Ayao traumatica aguda de-
sencadeando lesao macros-
c6pica com ferimento e des-
continuidade da estrutura
tecidual do tendao.
Na dependencia do tipo de
ac;:aotraumatica, varios fen6me-
nos locais e motores poderao
advir e determinar as caracte-
risticas c1inicas da afecc;:ao e os
procedimentos terapeuticos que
serao necessarios.
A toda ac;:ao traumatica so-
bre os tend6es, seja macrosc6pi-
ca ou microscopica (etiopatoge-
nia), ocorrem respostas caracte-
rizadas por fen6menos de exsu-
dac;:ao (degenerac;:ao) e de gra-
nulac;:ao(reparac;:ao). Estes fen6-
menos sac modulados pela pre-
senc;:ade vascularizac;:ao oriunda
dos museu los, ossos, mesoten-
dao (bainha) e do paratendao
(nos tend6es sem bainha).
Esquematicamente pode-
mos representar os fen6menos
degenerativos e reparativos nas
seguintes sequencias:
1. Degenerac;:ao (exsudac;:ao):
distensao e ruptura de fibras
- hEi'morragia - deposic;:ao de
fibrina-isquemia - congestao
necrose de tenocitos e acu-
mulo de fluido entre as fibras
(edema).
aBS: Enzimas liticas atacam as
fibrilas de colageno e a matriz in-
terfibrilar produzindo desarranjo
da arquitetura dos feixes. Nes-
ta fase do processo, a resposta
celular e predominantemente po-
limorfonuclear.
2. Reparac;:ao(granulac;:ao):neo-
vascularizac;:aomigrac;:aode fi-
broblastos produc;:aode fibro-
nectina - sintese de fibrilas de
colageno organizado confor-
me orientac;:aodo coagulo de
fibrina e da tensao longitudinal
- proliferac;:aode tenocitos -
maturac;:aode tenocitos Qo-
vem/maturo) - reduc;:ao de
vascularizac;:ao- redireciona-
mento das fibrilas. Nesta fase,
a resposta celular e predomi-
nantemente mononuclear.
As regi6es mais comumente aco-
metidas pela tendinite podem ser:
1. Alta: quando 0 processo situa-
se no terc;:oproximal do tercei-
ro o. metacarpi co ou metatar-
sico, abaixo dos ossos carpi-
cos ou tarsicos.
2. Media: quando a localizac;:ao
e no terc;:omedio do terceiro
o.metacarpico ou metatarsico.
3. Baixa: quando 0 processo si-
tua-se na regiao distal do ter-
ceiro o. metacarpico ou me-
tatarsico, junto as articula-
c;:6esmetacarpo ou metatar-
sofalangica.
o animal acometido de ten-
dinite apresenta c1audicac;:ao,cu-
jo grau e intensidade do proces-
so dependem do tipo de trauma
desencadeante, do peso do ca-
valo,do tipo de trabalho que este
executa e da fase de evoluc;:ao
etiopatogenica (aguda ou cr6-
nica). A c1audicac;:aoevidencia-
se mais na fase de apoio do
membro ao solo, em razao da in-
tensa trac;:aoque e exercida so-
bre os tend6es do grupo mus-
cular flexor, superficial e profun-
do, que sac os mais acometi-
dos. Na fase aguda, quando em
repouso, 0 animal procura man-
ter 0 membro em flexao passiva,
apoiando a pinc;:ado casco no so-
lo, aliviando, desta forma, a pres-
sac sobre os tend6es e a sen-
sac;:aode dor.
Acidente----~ Trauma ••---Hiperextensao
t
t
Lesao macrosc6pica
t
Lesao cutanea e do ten-
dao(somente do tendao)
t
Descontinuidade dos feixes
de colageno
t
Lesao microsc6pica
t
Lesao nos feixes de cola-
genos e nos :vasos nutridores
t
Hip6xia tecidual
t
Degenera~ao dos tecidos
t
Perda da capacidade tensora
Figura 6.4
Etiopatogenia da ac;ao traumatica
no desenvolvimento da tendinite no cavalo.
o exame c1inicodos tend6es
deve se iniciar junto a articulac;:ao
carpica ou tarsica, na face pos-
terior do membro, e descer ate a
articulac;:aometacarpo ou meta-
tarsofalangica Este exame deve-
ra ser realizado com 0 membro
em apoio e repetido com 0 mem-
bro em flexao passiva.
A sintomatologia manifesta-
se imediatamente apos a ac;:ao
traumatica - em geral apos corri-
das ouesforc;:osdurante a loco-
moc;:aoforc;:ada- com c1audica-
c;:aoate grau IV,mista, com pos-
tura de elevac;:ao do boleto e
apoio em pinc;:aquando em re-
pouso. A regiao comprometida
apresenta-se com aumento de
volume e da temperatura, tume-
fac;:aodifusa e intensa dor a pal-
pac;:ao,mesmo que superficial.
Concomitantemente ao com-
prometimento dos tend6es fle-
xores, poderao ocorrer tambem
les6es no ligamenta suspenso-
rio do boleto, determinando uma
desmite interossea.
A fase cr6nica decorreda
evoluc;:aoda fase aguda, e, em
geral, por tratamento insuficiente
ou mal conduzido. A c1audicac;:ao
ao trote sera discreta e manifes-
ta-se apenas com retardo da pri-
meira fase da locomoc;:ao (ele-
va<;ao).0 local acometido ira se
apresentar com aumento de vo-
lume firme (fibrose), geralmente
indolor, com restric;:aode movi-
mentos dos tend6es flexores
devido as aderencias que podem
ocorrer no paratendao, bainhas
e ligamentos. Nesta fase podera
haver a "constri<;ao"do ligamenta
anular palmar ou plantar, confor-
me esteja 0 membro anterior ou
posterior comprometido.
o diagn6stico baseia-se na
apresentac;:aoc1lnicae na regiao
atingida, confirmada por exames
especiais com Raios-X (diferen-
cial de les6es nos sesam6ides);
ultra-sonografia; tendogramas e
termografia.
o tratamento deve levar em
considerac;:aose 0 processo en-
contra-se na fase aguda ou cr6-
nica. Na fase aguda, institua
imediatamente 0 repouso asso-
ciado a duchas frias 3 vezes ao
dia, com durac;:aominima de 20
minutos cada aplicac;:ao,ou bol-
sa de gelo aplicadas por 10 mi-
nutos com 15 minutos de inter-
valo entre as aplicac;:6es,duran-
te pelo menos 6 a 1 2 horas. Po-
de-se instituir tambem massa-
gens com substancias hepari-
n6ides associadas ao DMSO
20%, e ligas de descanso. Ainda
na fase aguda, pode-se lanc;:ar
Figura 6.5
Tendinite cr6nica.
mao de antiinflamat6rios como
a fenilbutazona ou flunixin me-
glumine por via sistemica, ou
corticoster6ides como a dexa-
metasona ou triancinolona as-
sociado ao DMSO a 20% em
massagens local, ambos duran-
te pelo menos de 5 a 7 dias. Nos
casos em que a tendinite tenha
se cronificado, com manutenc;:ao
das restric;:6esmotoras, deve-se
instituir 0 tratamento com subs-
tancias revulsivas, aplicac;:6esde
ondas curtas, infravermelho ou
ultra-som para que se produza a
agudizac;:aoe regressao dos si-
nais c1lnicos. Entretanto, a ten-
dinite cronica devera, ap6s os
procedimentos terapeuticos ini-
ciais, ser tratada como na fase
aguda caso apresente aumento
de temperatura local como uni-
co sinal desta fase de evoluc;:ao.
Porem, quando ja se instalou 0
fibrosamento exuberante como
resposta reparativa, limitando
mecanicamente os tend6es, so-
mente 0 tratamento cirurgico
podera ser utilizado como ten-
tativa de se recuperar as fun-
c;:6esmotoras, mesmo que par-
cialmente. 0 esgarc;:amento
percutaneo longitudinal do ten-
dao, implantes biol6gicos ou
transplantes de fibra de carbono
ou de tendao hom610go, pode-
rao proporcionar bons resulta-
dos terapeuticos. Como adju-
vante ao tratamento em qual-
quer das fases de evoluc;:aoda
lesao, a utilizac;:aode drogas co-
mo glicosaminas polisulfatadas
e do fumarato de beta-amino-
propionitrila, assim como apli-
cac;:6esde ondas de choque po-
dem favorecer a reparac;:ao do
tecido colageno do tendao.
Em qualquer uma das fases
de evoluc;:aoda tendinite (aguda
ou cronica), e importante que 0
animal seja mantido em repouso
pelo menos durante 60 dias, liga-
do e, se for necessario, com fer-
raduras com ramp6ens ou talo-
netes para reduzir a tensao sobre
o tendao inflamado.
Como sequela das tendinites
baixas, principalmente dos mem-
bros anteriores, podera ocorrer a
"constric;:ao"do Iigamento anular
palmar da articulac;:aometacarpo-
falangica, devido ao aumento de
volume local e 0 espessamento
do ligamento,exigindo tratamento
cirurgico adequado.
Preventivamente, animais
que apresentam com certa fre-
quencia les6es nos tend6es fle-
xores, devem permanecer sob ri-
gorosa observac;:ao,serem trei-
nados metodicamente, terem 0
peso sob controle e receberem
duchas e ligas nos membros
ap6s 0 trabalho para que possam
ter uma vida atletica util mais pro-
longada A utilizac;:aode ferradura
de trabalho talonada proporciona
reduc;:aoda tensao de trac;:aosob
os tend6es e ligamentos.
6.2. Constri~ao do
ligamento anular
palmar (desmite
palmar).
A constric;:ao do ligamento
anular palmar e uma afecc;:aoque
se desenvolve geralmente como
sequela de tendinites cronicas,
traumatismo fechados, ferimen- degenerativas e reparativas, e sistemica, heparin6ides com
tos incisos e infecc;:oeslocal so- responsavel pelo aumento de DMSO a 20%, no inicio do pro-
bre a regiao palmar da articula- produc;:ao de IIquido sinovial, cesso; revulsivos, nos casos
c;:aometacarpofalangica. aderencias entre 0 tendao flexor tronicos e repouso com 0
o ligamento anular e formado superficial e 0 ligamento devi- membro ligado qualquer que
por um engrossamento fibroso do a formac;:ao de bridas e ma- seja a condic;:ao de apresenta-
da fascia que recobre a regiao nutenc;:ao de um certo grau de c;:aoda afecc;:ao. 0 cavalo po-
palmar metacarpo e metatarso- c1audicac;:aoresidual persisten- dera ser movimentado 2 a 3 ve-
falangica, forrado por tecido si- te nos animais com tendinite zes ao dia, ao passo, para que
novial, e tem por func;:aomanter cronica, que se agrava com 0 se evite a formac;:ao de bridas
os tendoes flexores contidos no exerdcio. entre 0 tendao flexor superfi-
leito de "deslizamento" do boleto Os sinais c1inicosse caracte- cial e 0 ligamenta anular paI-
r:
(face caudal). rizam por uma distensao da bai- mar. Constric;:oes com espes- >
A constric;:ao do ligamento nha dos tendoes flexores super- samento acima de 8 mm, ou c
anular e desencadeada na ficial e profundo, com espessa- que nao responderem satisfa-
maioria das vezes pela ac;:aodo mento fibroso do ligamento anu- toriamente ao tratamento con-
.r:.
c
"co
mesmo trauma que produz a lar.A inspec;:aolateral, tem-se a servador, deverao ser tratadas .D
Q)
tendinite no cavalo, e se carac- nitida impressao de haver uma cirurgicamente atraves da des- Cfl~
teriza mais pelo seu espessa- cinta constritora, formando uma motomia anular palmar. Cfl<5
mento e aumento de produc;:ao depressao anatomica na regiao o exerdcio p6s-operat6rio .D
uJ
de IIquido sinovial da bainha palmar da articulac;:aometacar- devera ser iniciado no 30 dia, nos 0.•....
c
tendinosa, do que propriamen- pofalangica. mesmos pad roes do exerdcio Q)
E
te por seu "encurtamento". 0 o diagn6stico esta baseado instituido durante 0 tratamento ~g'
processo inflamat6rio que se na presenc;:ade c1audicac;:aoper- conservador, e aumentado em uJ
instala, determinando respostas sistente ap6s quadros de tendi- durac;:aoe intensidade de forma Q)'0
nite cronica ou traumas sob a re- lenta e gradativamente.
-0
c
Q)
giao, e nas caracteristicas da de- ~•..
formac;:ao local. A confirmac;:ao 0-0
podera ser realizada par ultra-so- 6.3. Sfndrome do canal E
0
nografia medindo-se a espessu- carpico. ()0
ra do ligamento que podera ter a
...J
0
seguinte interpretac;:ao: Mais do que uma afecc;:ao
..c:
Qj
1. ate 5 mm: espessamento que possa ser c1assificada co-
•..
ell
Q.
normal. mo de etiopatogenia primaria, a <l:
0
2. de 5 a 8 mm: levemente sindrome do canal carpi co, ou -0
Cfl
espessado. a constric;:ao do ligamento anu-
3. > de 8 mm: bast ante lar carpal volar, e decarrente de
espessado. traumas que possam lesar ape- <
o tratamento e realizado nas os tecidos adjacentes, de-
com base no padrao do espes- corrente de fraturas do osso car-
samento do ligamento. "Cons- pico, ou devido a sinovite da bai-
tri<;:oes"com espessamento en- nha carpica.
Figura 6.6 tre 5 a 8 mm podem ser trata- Sao mais predispostos a de-
Constriyao do ligamenta anular dos par meiosconservadores, senvolverem a sindrome do canal
palmar - tendinite cr6nica. como antiinflamat6rios pela via carpico, cavalos de corridas, saito
143
Figura 6.7
Anatomia do canal carpico. (secc;ao transversal da articulac;ao
carpica esquerda atrav8s do osso carpico acessorioJ.
1. tendao extensor digital comum; 2. osso carpo-radial; 3. veia palmar medial;
4. tendao flexor carpo-radial; 5. arteria radial; 6. arteria e nervo palmar medial;
7.tendao flexor digital superficial; 8. ligamento anular; 9. veia palmar lateral;
10. osso carpico acessorio; 11. arteria e nervo palmar lateral; 12 tendao
flexor digital profunda; 13. ossa carpo-ulnar; 14. os~o carpico intermedio.
e hipismo rural, que realizam movi-
mentos vigorosos e bruscos de
hiperextensao e flexao das articu-
la<;:6esdos ossos carpicos, com-
prometendo estruturas vascula-
res, 6sseas, tendinosas e sinoviais
que se situ am e estao contidas
no canal carpico.
Oualquer redu<;:ao de espa<;:o
ou expansao por aumento da
pressao interna do canal carpico
podera levar 0 cavalo a apresen-
tar restri<;:ao funcional devido a
constri<;:ao ou espessamento
gradativo do ligamenta anularvo-
lar, sinovite da bainha carpica,
fratura do osso carpico acess6-
rio ou les6es nos tend6es flexo-
res (tendinites altas), desenca-
deando c1audica<;:ao cronica com
manifesta<;:ao de grau II.
Alem da c1audica<;:ao mista,
pode-se observar aumento de vo-
lume flutuante na regiao do canal
carpal, devido a sinovite, e restri-
<;:aoda flexao passiva da articula-
<;:aocarpica em cerca de 25% a
50% dos cavalos que apresen-
tam a srndrome. 0 ligamento anu-
lar volar pod era estar tenso devido
ao aumento da produ<;:ao de Irqui-
do sinovial, e a exacerba<;:ao infla-
mat6ria local devido a manuten-
<;:aodo trauma que ocorre quando
se insiste em se manter 0 animal
trabalhando.
o diagn6stico principalmen-
te e feito baseando-:se nos si-
nais c1rnicos motores e nas alte-
ra<;:6es locais, e confirmado ra-
diograficamente pela observa-
<;:ao de aumento da radiopaci-
dade, e, quando for 0 caso, da
observa<;:ao de fratura do osso
carpico acess6rio, que em geral
ja se encontrara em fase de or-
ganiza<;:ao. Ainda como prova
diagn6stica, podemos constatar
a ocorrencia de redu<;:ao ou au-
sencia do pulso da arteria me-
dial volar, ao fletirmos a articula-
<;:aocarpica, sendo este um sinal
muito importante para a confir-
ma<;:ao da suspeita.
o unico tratamento eficaz
consiste na desmotomia do liga-
mento anular volar, 0 que pro-
porciona cura da c1audica<;:ao e
da sinovite em aproximadamen-
te 100% dos casos tratados.
Ouando a srndrome do canal
carpico for devido a fratura do
osso carpico acess6rio, alem da
desmotomia, deve-se avaliar e
tratar-se adequadamente 0 os~
so comprometido por seques-
trotomia ou redu<;:ao cirurgica
com parafuso.
o repouso e extremamente
importante para a recupera<;:ao
do animal, devendo haver retor-
no ao exercfcio de forma leve e culac;:aoenvolvida e utilizada para lac;:aocarpica, 0 que conferira ir-
gradativa somente ap6s 90 dias o apoio no solo e locomoc;:ao, reversibilidade ao processo.
de p6s-operat6rio. com graves prejufzos ao tecidos. Clinicamente, 0 potro ao
Mais raramente poderao estar nascer ira apresentar-se com
comprometido na deformidade dificuldades em manter-se em
6.4. Deformidades flexoras flexora congenita, os tendoes dos posic;:aoquadrupedal, e ate em
dos membros musculos carpo-radial e carpo- locomover-se, na dependencia
(contraturas dos ulnar, mantendo a articulac;:ao dos tend6es envolvidos e do
IIten does). carpica em permanente posic;:ao grau de contratura. Ouando es-de flexao. Secundariamente, po- tao envolvidos os tendoes dosAs deformidades flexoras dos derao tambem estar envolvidos musculos carpo-radial e carpo-
membros, ou contraturas dos ten- os ligamentos caudais da articu- ulnar, em que a articulac;:ao en'(ij
does como sac mais conhecidas, carpica permanece em flexao, .;;0
sac alterac;:oes6steomusculares em angulo caudal abaixo de c(/)
e dos ligamentos que se reper- 90°,0 animal nao conseguira Ie- (/)ell
.£
cutem nos angulos articulares, vantar-se e, consequentemen- c'(ij
principal mente das articulac;:oes te, nao Ira mamar 0 colostro no .0
Q)
metacarpo ou metatarsofalangi- momento fisiol6gico adequado (/)ell
ca e no eixo falangico distal, aco- (/)(5
metendo com maior frequencia
.0
ul
os membros anteriores. 0..-
<L CConsiderada como afecc;:oes Q)E
componentes da Sfndrome Orto- ell.Ql
pedica de Desenvolvimento, as Figura 6.8 ul
deformidades flexoras podem ser Contratura dos tend6es
Q)
'0
"D
de origem congenita ou adquirida. flexores dos membros anteriores c
1. Deformidades (contratu- de potro - vista lateral. ~~
ras) congenitas: as deform ida- 0..-0
des congenitas aparecem nos Figura 6.10 E0
potros, desde 0 nascimento e po- Contratura dos tend6es (J0
dem ser consequencia de mal- flexores dos membros anteriores
...J
0
posicionamento intrauterino, de- de potro - vista lateral.
.r:.
Q)
ficiencias nutricionais da egua
~
Ctlc.
durante 0 perfodo de gestac;:ao, <t
0
e, principal mente, devido a ma- "D
(/)
nifestac;:aode componente here- Q)'0
ditario ainda pouco esclarecido
<><..l
Q)
nos cavalos. Comumente podem
'+-«
estar acometidos os tendoes
flexores digitais superficial e pro-
fundo, possibilitando graus de
deformidades que podem variar Figura 6.9
desde a discreta projec;:aocranial Contratura dos tend6es Figura 6.11
da articulac;:aometacarpofalangi- flexores dos membros anteriores Contratura dos tend6es
ca, ate aquelas em que a arti- de potro - vista cranial. carpo-radiale carpo-ulnarde potro.
145
a transferencia de imunidade
passiva.
Alem das caracterlsticas aci-
ma citadas, ao exame, palpando-
se os tendoes comprometidos e,
concomitantemente, executan-
do-se movimentos for<;ados de
extensao do membro, podemos
sentir grande tensao nos ten-
does, sem que 0 membro cons i-
ga assumir posicionamento ana-
t6mico normal.
Nos casos de deformidades
flexoras decorrentes de contra-
turas dos tendoes flexores digi-
tais, em graus que obriguem 0
potro apoiar involuntariamente a
articula<;:aometacarpofalangica
e interfalangica distal no solo, a
lesao cutanea pode aprofundar-
se, expondo as estruturas com-
ponentes da articula<;:aoe pro-
duzir art rite infecciosa extrema-
mente grave.
Uma avalia<;:aoc1lnicacriterio-
sa, e a elabora<;:aode progn6sti-
co quanto as possibilidades de
recupera<;:aoplena do animal pa-
ra reprodu<;:ao,esporte, sela, tra-
<;:aoetc., saG fundamentais para
a decisao de se instituir 0 trata-
mento, e de que forma 0 animal
sera tratado. Fundamentalmente,
o potro devera ser mantido abri-
gada e se posslvel em pe, 0 que
pode ser conseguido nas contra-
turas de graus leves atraves de
massageamento e exercicios
funcionais passivo e aplica<;aode
talas extensoras de PVc. 0 mas-
sageamento e 0 exercicio funcio-
nal nos membros contraldos de-
vem ser realizados pelo menos
duas a tres vezes ao dia, abran-
gendo os musculos dos tendoes
envolvidos com movimentos pas-
sivos e suaves, principalmente de
flexao e extensao.
Nos graus mais avan<;:ados
de contraturas dos membros em
potros, com envolvimentos indi-
viduais ou em conjunto dos ten-
does flexor superficial, tendao
flexor profundo e ligamenta sus-
pensor do boleto, as tecnicas de
corre<;aosaGsemelhantes as uti-
lizadas no tratamento das con-
traturas adquiridas.
Em potros com idade ate 20
a 30 dias, portadores de graus
discretos de contraturas, princi-
palmente do tendao flexor digital
superficial (ate grau II), tem sido
utilizada como tratamento con-
servador, aplica<;:oesde oxitetra-
ciclina pela via endovenosa com
6timos Indices de recupera<;:ao.
o esquema terapeutico que po-
de ser instituldo consistena apli-
ca<;aode 3g de oxitetraciclina di-
IUldaem 500 ml de solu<;:aofisio-
16gica,pela via intravenosa, que
pode ser repetida, se for neces-
sario, 24 horas ap6s a primeira
aplica<;:ao.Outros procedimentos
como massagens e talas exten-
soras devem ser utilizados como
metodos auxiliares do tratamen-
to medicamentoso, E de extrema
importancia a escolha do caso e
do potro que pode ser submetido
ao tratamento medico com a
oxitetraciclina. Ouando estao en-
volvidos,mais de um dos tendoes
flexores, graus elevados de con-
traturas (> grau II), lesoes arti-
culares e deformidades do casco
e de ossos dos membros, os re-
sultados terapeuticos podem ser
insatisfat6rios, ou ate mesmo
contra-indicarem 0 tratamento
com a oxitetraciclina. Pratica-
mente nao ocorrem consequen-
cias graves ou que sejam irrever-
slveis com 0 usa de oxitetracicli-
na no esquema terapeutico pro-
posto. Raramente ha 0 desen-
volvimento de diarreia, e que esta
nao ceda ap6s 24 a 48 horas,
sem que haja necessidade de
tratamento especifico e sem
causar qualquer prejulzo ao or-
ganismo do animal.
Os mecanismos de a<;:aoda
oxitetraciclina pela via intrave-
nosa na corre<;ao das deformi-
dades flexoras, ainda saGdesco-
nhecidos, entretanto, suspeita-se
que possa ocorrer por quela<;:ao
do Ca na jun<;:aomioneural, cau-
sando 0 relaxamento das fibras
musculares.
2. Deformidades (contratu-
ras) adquiridas: As deformidades
flexoras adquiridas saG as que
apresentam maiores Indices de
incidencias, manifestando-se, em
geral, a partir da desmama e aco-
metendo os dois membros ante-
riores dos potros. Raramente as
deformidades flexoras se mani-
festam nos membros posteriores
causando quadros de impotencia
funcional motora grave.
As etiologias, ate 0 momen-
to, estudadas para explicarem 0
aparecimento da afec<;:aoadqui-
rida, ainda nao foram cientifica-
mente demonstradas, porem, a
nosso ver, existe um conjunto de
fatores que, por atuarem conco-
mitantemente, podem desenca-
dear 0 aparecimento do proble-
ma, Estas condi<;oes podem es-
tar relacionadas com ma-nutri-
C;:13.o,excesso de proternas e car-
boidratos na rac;:13.o;desequilr-
brios Ca:P; deficiencias vitamrni-
cas (A e D); tendinites; miosites
e anabolizantes, produzindo
crescimento osseo mais rapido
que 0 tendrneo, ou quaisquer
outras afecc;:6es que obriguem
o cavalo a manter 0 apoio em
pinc;:a,produzindo alterac;:13.opor
falta de func;:13.omotora.
Tres sac os principais graus
de contraturas; desde um dis-
creto desvio cranial do boleto
ate 0 apoio direto da muralha do
casco ao solo, deixando a mos-
tra a sola.
Em raz13.Oda etiopatogenia,
e da intensidade de ac;:13.odas
variaveis etiologica, podemos
observar comprometimento
simples ou composto, envolven-
do 0 tend13.oflexor superficial,
tend13.oflexor digital profundo e
ligamento suspens6rio do bo-
leto. No terc;:omedio do tend13.o
flexor profundo, existe a inser-
C;:13.ode seu ligamento acess6-
rio, ou ligamento carpico infe-
rior, que podera tambem se
apresentar comprometido.
Contratura do tendao
flexor digital
superficial
Grau I. Ocorre apenas discre-
to desvio cranial da ar-
ticulac;:13.ometacarpo-
falangica, aumento de
seu angulo anterior.
Grau II. Ocorre perpendiculari-
zac;:13.odo eixo meta-
carpofalangico.
Predisposi~ao Excesso de Desequilibrios Traumas nos
genetica energia - nutricionais ~ membros
An'boli'~I",~c~Lnl/..I."
rapido /
_______Osteocondrite
~ dissecante
DOR~
~potencia Lesoes de'OT,orn-<--. -- tecidos
DEFORMIDADE FLEXURAL
Outras afec~oes
dos membros
Figura 6.12
Etiopatogenia das deformidades flexoras adquiridas.
Figura 6.13
Contratura de grau I do tendao
flexor digital superficial.
Figura 6.14
Contratura de grau II do
tendao flexor digital superficial.
Grau III. Observa-se evidente projec;:13.ocranial da articulac;:13.ome-
tacarpofalangica. Nestas condic;:6es podera ocorrer ten-
sac do tend13.oexterior digital lateral que fica proeminente
na face cranio-Iateral do terceiro 0 metacarpico.
Em func;:ao das estruturas
acometidas, e do grau de con-
tratura, 0 animal apresentara
quadro clfnico bem definido e
facil de ser identificado.
Ouando apenas 0 tendao fle-
xor digital superficial encontra-se
envolvido no processo, 0 cavalo
tera projec;:aocranial da articula-
c;:aometacarpo ou metatarsofa-
langica, caraderizando 0 que po-
pularmente e denominado de em-
boletamento. Esta apresentac;:ao
estatica do animal em termos de
aprumos ira proporcionar sobre-
carga na articulac;:aoenvolvida, e
perda da capacidade de absorc;:ao
de impado mecanico, predispon-
do a regiao a graves traumatis-
mos.0 animal apresentara c1audi-
cac;:aovariavel,tendendo a um for-
te movimento cranial da articu-
lac;:ao,e tem-se a sensac;:aoque
ocorrera, mesmo que momenta-
neamente, a perda da capacida-
de de sustentac;:aodo corpo.
Figura 6.15
Contratura de grau III do
tendao flexor digital superficial.
Em qualquer dos graus de
contratura do tendao flexor su-
perficial, 0 animal apresenta 0
casco perfeitamente apoiado no
solo, sem crescimentos ou des-
gastes anormais.
Contratura do tendao flexor
digital profundo e/ou do liga-
mento suspensoria do boleto:
Grau I. Ocorre discreta eleva-
c;:aodo talao com ten-
sac aumentada no ten-
dao flexor digital pro-
fundo. A muralha do
casco tende a perpen-
dicularizac;:aoem rela-
c;:aoao eixo podofalan-
gico/solo. 0 angulo
metacarpofalan 9 ico
permanece inalterado.
Grau II. A muralha do casco
adquire completa per-
pendicularidade em re-
lac;:aoao eixo podofa-
langico/solo, com cres-
cimento anormal dos
tal6es e tendencia ao
encastelamento. Ocor-
re desgaste de pinc;:a.
Grau III. Observa-se evidente
projec;:ao cranial da
muralha podendo ate,
nos casos mais graves,
onde 0 ligamento sus-
pensorio do boleto
participa no processo
da contratura, ocorrer
o apoio da regiao cra-
nial das articulac;:6es
interfalangicas ao solo.
Nesta situac;:aohavera
crescimento exagera-
do do casco, que nao
.. . ~::'.. ~;;:.-;J.l
~~t~J\li~~~~}~.~.,;..',,",0 ,., ,:' ,.,.
Figura 6.16
Contratura de grau I do tendao
flexor digital profundo.
Figura 6.17
Contratura de grau II do
tendao flexor digital profundo.
Figura 6.18
Contratura de grau III do
tendao flexor digital profundo.
sofre desgaste, e fe- Frequentemente, quando te- sivamente os tal6es no pri-
rimento profundo da mos graus avanc;:ados de con- meiro corte.
articulac;:ao metacar- tratura de toda a extremidade b. Ferraduras corretivas: com
pofalangica ou meta- falangica, projetando a articu- pinc;:a longa, nos casos de
tarsofalangica. lac;:aometacarpo ou metatarso- comprometimentos do tendao
falangica e contraindo caudal- flexor profundo.
mente 0 eixo podofalangico, es- c. Correc;:aonutricional: devera
tao comprometidos os tend6es ser adotada imediatamente,
flexores digitais, superficial e independentemente do grau
profundo, alem do ligamento de contratura e de quais ou-
suspensorio do boleto. tras estruturas de sustenta-
o diagnostico baseia-se na c;:aoque estejam afetadas. en:~
apresentac;:aoc1inicado proces- d. Higienizac;:aodos cascos: de- >
0
so, no diferencial quanto as es- ve ser realizada no minimo 2 c(/)
truturas atingidas, e na ocorren- vezesao dia cuidando-se con- (/)CIl
cia dos fatores etiologicos pre- comitantemente quanto aos
.r=
c
.~
disponentes. Nos graus de con- fen6menos de deformac;:ao £)
dos cascos. (encastelamento
Q)
traturas mais graves, os exames (/)
e desgastes anormais), cas-
CIl
radiograficos e ultra-sonogra- (/)<5
ficos permitem que se avalie 0 queando e grosando a mura- £)uJ
nivel de comprometimento de Iha se for 0 caso. 0
C
Figura 6.19 estruturas articulares que po- Q)
E
Contratura das tend5es deriam interferir nos resultados CIl.Q)
flexares digitais superficial e dos tratamentos a serem insti- uJ
profundo.tuidos, assim como a evoluc;:ao Q)'0
das alterac;:6esque puderem ser
-0
c
diagnosticadas.
g•..
As sequelas mais importan- 0...-0
tes, assim como as les6es se- E
0
cundarias as contraturas, loca- 00
lizam-se nos ossos e articula-
...J
0
c;:6es que podem apresentar
.s:
~
desde osteites e osteoperios- t'ilQ.
tites ate artrite infecciosa por <t
0
ac;:aoexogena. -0
(/)o tratamento da afecc;:aotem Q)'0
por base a avaliac;:aoe 0 grau de
0-
()
Q)
contratura, podendo ser:
.•..
<{
1. Conservador (grau O.
Figura 6.21
a. Casqueamento corretivo: Contratura dos tend5es
Figura 6.20 principalmente nas con- flexores digitais superficial,
Necrose cutanea com instalayaa traturas do tendao flexor su- profunda e do ligamenta
de infecyao articular. perficial; nao retirar exces- suspensoria do boleto.
149
e. Aplica<;:ao de talas: talas,
bandagens e massagea-
mento diario sac lJteis e au-
xiliam os resultados terapeu-
ticos dos demais metodos
conservadores que foram
adotados.
Figura 6.22
Tenotomia do 1. flexor digital
superficial na contratura
de grau II.
Figura 6.23
Corre<;:aode contratura de
grau II do tendao flexor digital
superficial apes tenotomia.
f. Fisioterapia: consta de nata-
<;:ao e rampa. A nata<;:ao
devera sempre que possivel
ser realizada 2 vezes ao dia,
cerca de 15 minutos cada
vez, estimulando-se desta
forma a atividade muscu-
loesqueletica e circulatoria. A
rampa consiste em manter-
se 0 cavalo em aclive de
18% em repouso, pelo tem-
po que 0 animal se mantiver
tranquilo e no maximo por
15 minutos. A finalidade da
rampa e a de proporcionar
exerdcio de alongamento
aos musculos flexores.
g. Aplica<;:ao de analgesicos:
assim como de antiinflama-
tori os e drogas eutroficas
musculares com a vitamina
E e 0 selenio, sac duvidosas
quanto a eficacia direta so-
bre a contratura propriamen-
te dita; sao apenas recomen-
dadas quando existem se-
quelas ou sinais c1inicos que
evidenciem a necessidade
de seu uso.
o tratamento conservador,
alem de ser utilizado como me-
todo de corre<;:ao das contra-
turas individualizadas do ten-
. dao flexor superficial e do ten-
dao flexor profundo, podera
servir como terapia auxiliar nos
caso mais graves que recebe-
ram tratamento cirurgico. Ge-
ralmente 0 tratamento conser-
vador nao produz resultados
satisfatorios quando estao en-
volvidos na contratura os ten-
does flexores superficial e pro-
fundo e 0 ligamento suspen-
sorio do boleto.
o tratamento cirurgico deve
ser instituido em situa<;:6esde in-
sucesso do tratamento conser-
vador,ou em graus avan<;:adosde
contratura dos tend6es flexores
superficial e profundo separados
ou de forma concomitante,com ou
sem envolvimento do ligamenta
suspensoria do boleto.
a. Desmotomia dos ligamentos:
acessorio superior e inferior
nas contraturas do tendao fle-
xor superficial; desmotomia do
ligamento acessorio inferior
na contratura do tendao flexor
profundo. Estes procedimen-
tos apresentam resultados ex-
celentes e permitem em geral,
a plena utiliza<;:aodo cavalo
para 0 esporte.
b. Tenotomia do tendao flexor
superficial: no ter<;:omedio
na face posterior do terceiro
o. metacarpico no casos de
contratura do tendao flexor
superficial;
c. Tenotomia do tendao flexor
profundo: podera ser feita
sem que se tenha optado pe-
la desmotomia do acessorio
inferior. Nesta condi<;:ao,a te-
notomia podera ser realizada
no ter<;:oproximal, acima da
inser<;:aodo ligamento carpi-
co inferior. Nos casos grave
(grau III), a tenotomia forne-
ce resultados satisfatorios
quando realizada no ter<;:o
distal, abaixo da articula<;:ao
metacarpofalangica;
d. Alongamento dos tend6es:
realizado pelas tecnicas de Z
plastia ou enxertia com fibra
de carbono, ou com tecidos
biolagicos como tendao ho-
malogo, centro frenico e saco
pericardico. Dentre os proce-
dimentos terapeuticos dispo-
nfveis, os alongamentos de
tend6es nos equinos sac os
que piores resultados apre-
sentam quanto a plena utiliza-
<;aodo cavalo.
E importante salientar-se
que, seja qual for 0 tratamento
cirurgico adotado, 0 animal de-
vera permanecer em repouso
pelo menos durante 90 dias, ex-
cetuando-se os procedimentos
de fisioterapia que deverao ser
continuados. 0 cavalo devera
ser mantido com os membros
ligados e ter os cascos e eixo
falangico sustentado por ferra-
duras ou tal as, quando a te-
notomia for realizada no tendao
flexor digital profundo.
6.5. Alongamento
congimito dos
tendoes.
E uma afec<;ao relativamente
frequente em potros recem-nas-
cidos, podendo comprometer os
dois membros anteriores ou,even-
tualmente, os quatro membros.
Ocasionalmente alguns po-
tros podem nascer ligeiramen-
te "achinelados", devido a pro-
blemas de posicionamento den-
tro do utero, fato que gradativa-
mente e naturalmente acaba
sendo corrigido a medida que 0
animal cresce, sem que haja ne-
cessidade de qualquer interven-
<;ao. Por outro lado, quando 0
Figura 6.24
Alongamento congenito dos tend6es f1exoresdigitais em potro.
Figura 6.25
Tratamento do alongamento dos tend6es flexores digitais
em potro com talas.
grau de alongamento e muito
grande, a ponto de propiciar 0
levantamento das pin<;as dos
membros afetados, expor a sola
do casco e permitir ao boleto
tocar no solo, alem do problema
de posicionamento do feto du-
rante a gesta<;ao, devemos ad-
mitir a possibilidade de partici-
pa<;aohereditaria, problemas ali-
mentares da egua durante a Os casos mais graves, em ao caminhar para frente e, ap6s
gesta<;:ao, prematuridade, dis- que 0 quadro de alongamento limpeza da ferida com agua e sa-
maturidade do potro e reduzido nao cede com as medidas con- bao de coco, podemos observar
tonus muscular generalizado. 0 servadoras, devem ser tratados esgar<;:amentodas fibras e afas-
potro pode ter nascido "fraco" e cirurgicamente atraves das tec- tamento dos cotos do tendao
nao ingeriu adequadamente 0 nicas de encurtamento dos ten- rompido. Em repouso, 0 apoio
colostro nas primeiras horas does. Ha que se referir que tais se faz com a regiao anterior das
I
p6s-parto. medidas restringem considera- falanges ..
Nestas circunstancias, os po- velmente a vida util futura do
tros apresentam dificuldades para animal.
andar e frequentemente ferem
00 a regiao posterior do boleto, em
'(ij
'5> contato com 0 solo. 6.6. Ruptura traumatica
0c As medidas terapeuticas ini- dos tendoes flexoresrJ)
rJ) ciais consistem em fornecer ca- e extensor digital.C1l..c
ma macia e alta para 0 potro,c
'(ij
.!) que devera, por alguns dias, per- Pode acometer tanto os ten-
Q)
manecer estabulado. Caso 0 does flexores digitais quanto 0rJ)
C1l
rJ) grau de alongamento seja pe- tendao extensor. Geralmente, as0
.!) queno, isto se torna desneces- rupturassac consequentes a trau-
uf
0 sario, pois a medida que 0 ani- matismos ocasionados por ara-
C
Q) mal se desenvolve ou adquire mes, latas e outros objetos de
Eco tonus muscular, 0 problema ten- corte presentes no pasto..Ql
uf de a desaparecer. Ouando 0 tendao extensor e
Q) Nos alongamentos graves, atingido, observamos extensa e Figura 6.27'0-0
existem duas possibilidades tera- profunda lesao cutanea, e 0 ca- Ruptura dos tend6es flexorescg
peuticas imediatas: a primeira valo arrasta a pin<;:ado membro digitais, superficial e profundo .•..
0 consiste na imobiliza<;:aoem po-+-'0
E sic;:aoanatomica dos membros
0
u afetados; forre bem a pele com0...J
uma camada grossa de algodao0.s:
e enfaixe com uma atadura deQ)•..
crepe ou gaze. Em seguida, apli-ctJc.
<t que na face cranial e caudal do
0
-0 membro, meia calha feita de ca-
rJ)
Q) no de plastico flexlvel de 1 pole-'0u-
gada, cortado ao meio; fixe as ca-0
Q)..- Ihas atraves de esparadrapo. A«
outra possibilidade e se fixar nos
cascos ferraduras bem leves e
com ramas alongadas, atraves de
acrnicoautopolimerizavel ou mas-
sade ep6xi de secagem rapida, Figura 6.26 Figura 6.28
e esperar que 0 crescimento do Ruptura do tendao extensor Ruptura do tendao flexor
potro corrija 0 problema. digital longo. digital superficial.
152
Ouando a ruptura e dos ten-
does flexores digitais, as causas
da lesao sac as mesmas que aco-
metem 0 extensor. Caso somen-
te 0 tendao flexor superficial seja
atingido, ocorre um evidente "re-
baixamento" da articula~ao me-
tacarpo ou metatarsofalangica,
advindo sobrecarga no tendao
flexor digital profundo. A c1audi-
ca~ao pode ser intensa e 0 ani-
mal relutara em iniciar a marcha.
Ocasionalmente, quando a
a~ao traumatica for extensa,
observa-se grandes areas de la-
cera~ao cutanea, derrames san-
guinolentos e comprometimento
de ligamentos das articula~oes
proximas a regiao lesada
Muito embora seja ocor-
rencia rara, a ruptura do tendao
pre-pubico podera ocorrer em
animais gestantes com idade
avan~ada. 0 peso do feto e seus
envoltorios produzem excessiva
, .~~;
Figura 6.29
Ruptura do
tendao pre-pubico.
distensao abdominal, que alia-
da a tensao sobre 0 tendao pre-
pubico, causam 0 seu rompi-
mento. Eguas nesta situa~ao
devem. ser mantidas sob rigo-
rosa observa~ao e retiradas da
reprodu~ao apos 0 parto.
Figura 6.30
Ruptura por hiperextensao do
tendao flexor digital profundo
e ligamentos sesamoideos.
Figura 6.31
Ruptura dos tend6es
flexores digitais.
Figura 6.32
Ruptura por arrancamento da
inserc;:aodo tendao flexor
digital profundo.
Figura 6.33
Ferradura corretiva para
ruptura de tend6es flexores
digitais superficial e profundo.
Nas rupturas parciais ou nas
desmorrexias de ligamentos dos
sesamoides e do suspensoria
da articula~ao metacarpo ou me-
tatarsofalangica, alem do seu
II
"rebaixamento", a pin<;ado cas-
co perde 0 contato com 0 solo,
permanecendo 0 apoio, princi-
palmente durante a locomo<;ao,
somente com os taloes, 0 que
agrava substancialmente a pos-
sibilidade de consequencias in-
desejaveis sobre os ligamentos
articulares em virtude da sobre-
carga de trabalho e de susten-
ta<;ao do membro.
Em qualquer das situa<;oes,
em que ocorra ruptura traumati-
ca dos tendoes, com solu<;aode
continuidade da pele, lave cuida-
dosamente a ferida com agua e
sabao de coco, retirando toda su-
jidade. Se 0 ferimento estiver
sangrando muito, por com pro-
metimento dos vasos metacarpi-
cos ou metatarsicos, aplique um
garrote acima da lesao se 0 san-
gue for vermelho claro e sair em
jatos, ou entao abaixo da lesao
se 0 sangue for vermelho-escuro
e fluir atraves do ferimento. A he-
mostasia tambem pode ser reali-
zada utilizando-se a compressao
com compressas e penso espa-
radrapado ou de fita adesiva prata
("silver tape") sobre 0 ferimento.
Caso 0 sangramento seja abun-
dante ou nao cesse com as tecni-
cas de compressao, 0 vasa deve-
ra ser ligado.
Nas rupturas do tendao flexor
digital superficial, apenas aplique
penso com talas ou com meia
calha de PVC, realizando curati-
vos diarios da ferida com Ifquido
de Dakin. Mantenha 0 animal em
repouso ate que a lesao esteja
recuperada eo tendao aderir-se
por fibrose ou reparar-se por neo-
forma<;ao de colageno, recupe-
rando a capacidade de sustenta-
<;aodo membro.
Nas rupturasde ambos os ten-
does flexores, alem do tratamen-
to conservador ja institufdo para
o tendao flexor digital superficial,
aplique ferraduras com rampoens
com a finalidade de estabilizar 0
apoio e proteger as articula<;oes
e ligamentos de possfveis se-
quelas.Mantenha 0 ferimento sob
rigorosa assepsia com curativos
diarios e pensos protetores. Nas
rupturas do tendao extensor digi-
tal comum, apenas a imobiliza<;ao
do membro, atingindo inclusive 0
casco, sera suficiente para que
ocorra a repara<;aocolagena dos
cotos do tendao e recupera<;ao
motora do membro.
Alem do tratamento conserva-
dor,na dependencia da gravidade
das lesoese quando houverperda
consideravel do tecido tendfneo,
devera ser institufdo 0 tratamento
cirurgico, implantando-se fibra de
carbona ou enxerto de tendao ho-
m610gono sentido de se estabe-
lecer um leito de neoforma<;ao
colagena e recupera<;ao anato-
mofuncional do tendao lesado.
6.7. Ruptura do tendao
femorometatarsico
(tendao peroneus-tertius).
o tendao peroneus-tertius e
uma resistente estrutura que tem
origem entre 0 musculo extensor
digital longo e 0 musculo tibial
anterior, inserindo-se na super-
flcie cranial proximal do terceiro
o. metatarsico, terceiro tarsico,
quarto tarsico e tarsico fibular.
Sua fun<;aoe a de flexionar a ar-
ticula<;ao tarsica concomitante-
mente a flexao da articula<;aofe-
morotlbio-patelar.
A ruptura do tendao femoro-
metatarsico ocorre portraumas ou
Figura 6.34
Ruptura do tendao
peroneus-tertius.
Figura 6.35
Prega do tendao do m.
gastrocnemio na ruptura do t.
peroneus-tertius.
ferimentos profundos sobre a arti- respeitado e 0 animal exercitado ocorrer durante a cobertura de
cula<;:aotarsica, na face cranial,ou ap6s 6 semanas de forma leve, uma egua, correndo ou saltando
decorrentes de uma hiperexten- lenta e gradativa, existem boas um obstaculo, 0 animal pode
sac tarsica.A ruptura pode sobre- chances de recupera<;:aomotora apresentar claudica<;:aode grau
vir devido a arrancadas ou saidas completa. I, com deslocamento da calota
bruscas e violentas em corridas. para 0 lado oposto a lesao, no
A sintomatologia 8 bastante momento em que ele flete 0
definida, pois se observa a impos- 6.8. Luxa~ao da "calota" do membro. Ocorre aumento de
sibilidade de flexao da articula<;:ao tendao flexor superficial volume local devido ao derrame
tarsica,muito embora possa haver e a inflama<;:ao,e 0 jarrete pode
flexao da articulac;:aofemorotlbio- A "calota" do tendao flexor estar sensivel a palpac;:aodevi-
patelar.A regiao abaixo da articu- superficial pode luxar, medial- do a dor. --
la<;:aotarsica pode pender como mente ou lateral mente em rela- o tratamento basico ime- -~>
se tivesse ocorrido fratura. <;:aoao calcaneo ~arrete), sen- diato 8 0 repouso, procurando- c
Nas rupturas por ferimentos, do que a luxa<;:aolateral 8 a mais se restringir a movimenta<;:ao li- eu
al8m dos sinais mecanicos, pode- frequente. vre do animal. Compressas ou
L
C'co
mos observar a solu<;:aode conti- Geralmente, esta afec<;:ao8 duchas frias podem ser feitas, .D
<J.)
nuidade da pele, junto a face an- traumatica, produzida por esfor- e a aplica<;:aode antiinflamat6- (IJ
C1l
terior da regiao dorsal da articu- c;:oanormal do membro, ou ex- rios sistemicos, ou local, pouco (IJ(5
la<;:aotarsica, com exterioriza<;:ao tensao exagerada que pode rom- ou nenhum beneficio traz para
.D
cii
dos cotos do tendao. per a forte bainha que mant8m 0 a cura da lesao. 0C
Durante 0 apoio em repouso, tendao estavel sobre 0 calcaneo Nos casos de luxa<;:ao da <J.)E
a estatica do membro atingido (sustentaculo). "calota" por ruptura da bainha e, eu0)
nao apresenta grandes anormali- Logo ap6s a distensao ou a naqueles em que 0 repouso e 0 cii
dades, exceto a perda da angu- ruptura da bainha, que pode tratamento local nao produziram
<J.)
'0-0
la<;:aoda articula<;:aotarsica, que nenhum resultado, somente a c<J.)
tendera a perpendicularizar-se. cirurgia, atrav8s da fixa<;:ao da
-:!::-
~
Em locomo<;:ao,ou quando se calota por sutura da bainha ou 0.•..0
realiza a extensao passiva do do sustentaculo, podera aumen- E
0
membro paratras,pode-se obser- tar as possibilidades de recupe- ()0
var que a articula<;:aotarsica per- ra<;:aodo animal, ao menos para
...J
0
de a angula<;:aode flexao, perma- exerdcios leves e met6dicos. J:1i
necendo completamente esten- Preferencialmente deve-se imo-
~
t'ilc.
dido, enquanto a articula<;:aofe- bilizar 0 membro operado com <t
0
morotlbio-patelar se flete. Esta atadura de gesso ou restringin- -0
(IJ
manobra faz com que haja, um do a flexao com penso firme, por ,
pregueamentoou dobra no ten- cerca de 15 dias, para evitar que
(,)-
dao do m. gastrocnemio. na fase de repara<;:aopossa ha- ~
o unico tratamento viavel 8 0 ver a recidiva da lesao.
repouso e os curativos sobre o cavalo deve ser mantido
o ferimento. Deve-se confinar 0 estabulado e em repouso por
animal em baia pelo menos du- um minimo de 45 dias, para pos-
rante 4 a 6 semanas para gra- Figura 6.36 teriormente iniciar-se as ses-
dativamente iniciar-se 0 exerd- Deslocamento da "calota" do s6es de fisioterapia motora, de
cio moderado. Se 0 repouso for tendao do m. gastrocnemio. forma lenta e progressiva.
155
Sao definidas como proces-
sos inflamat6rios das bolsas sub-
cutaneas, que saGestruturas que
facilitam 0 deslizamento da pele
sobre superffcies de consisten-
cia dura, formando uma "almofa-
da" entre a pele e 0 osso.
No cavalo, as principais bol-
sas subcutaneas estao situadas
sobre 0 olecrano (cotovelo), no
membro anterior; sobre 0 calca-
neo (jarrete) no membro poste-
rior; na tuberosidade ilfaca, na
cernelha, entre as cartilagens da
escapula e junto a articula<;:ao
occipito-atlant6idea, na nuca.
As bursites normalmente
saG decorrentes da a<;:ao de
trauma con stante sobre a bol-
sa subcutanea, em animais
estabulados em baias de piso
duro e com cama insuficien-
te, em cavalos constantemente
sob transporte, principal mente
em "trailer" ou em animais que
permanecem por um longo pe-
rfodo em decubito. As bursites
podem ocorrer tambem secun-
dariamente a processos infec-
ciosos especfficos, como no
caso da Brucelose que acome-
te a bolsa nucal e da cernelha,
processos estes conhecidos co-
mo "mal da nuca" e "fistula da
cernelha", que serao aborda-
dos no capftulo de enfermidades
infecciosas.
Os sintomas encontrados
possuem todas as caracterfsticas
de um processo agudo, onde a
regiao correspondente apresen-
ta: aumento de volume da bolsa,
e muitas vezes edema de tecido
subcutaneo parabursal; aumento
de temperatura local; sensibili-
dade a palpa<;:aoe flutua<;:aode-
vido ao aumento de produ<;:aode
Ifquido sinovial. A bursite aguda
pode se contaminar quer atraves
de les6es cutaneas profundas,
quer pela pun<;:aorealizada sem
assepsia, transformando-se em
processo purulento.
De maneira geral, as bursites
passam a forma cr6nica, que se
caracteriza por pouca sensibili-
dade, sem sinais evidentes de
processo inflamat6rio, exceto 0
aumento de volume, e, em es-
pecial, ausencia de flutua<;:ao.A
palpa<;:aorevela espessamento
da capsula da bolsa e da pele,
que pode apresentar lesao sem
tendencia a cicatriza<;:ao.
Raramente as bursites loca-
lizadas nos membros levam a
c1audica<;:ao,motivo pelo qual
quase sempre 0 caso ja e aten-
dido pelo medico veterinario sob
Figura 6.37
Bursite pre-carpi ca.
a forma cr6nica, sendo a retira-
da cirurgica a unica terapeutica
para corrigir 0 processo.
Na fase aguda, a pun<;:ao
evacuat6ria e a inje<;:aode cor-
tic6ides intrabursal, associada
a massagem local com poma-
das revulsivas, revertem com
relativa facilidade 0 processo
inflamat6rio.
Em casos de bursites su-
puradas, deve-se lan<;:armao de
antibi6ticos e enzimas proteolfti-
cos, ou a retirada total da bolsa
sem que haja perfura<;:ao da
capsula. As vezes, pode-se in-
jetar lugol ou tintura de iodo
10% para irritar a capsula e es-
pessa-Ia, facilitando, desta for-
ma, a sua visualiza<;:ao para a
dissec<;:aodurante a cirurgia.
Independentemente da for-
ma de apresenta<;:ao, em todos
os casos de bursite torna-se im-
periosa a identifica<;:ao e elimi-
na<;:aodo agente traumatico.
Figura 6.38
Bursite calcanea.
Sao as inflama<;:6es da bai-
nha sinovial dos tend6es, geral-
mente produzidas por trabalhos
exagerados e exercfcios inade-
quados, associados a defeitos
de aprumos.
Figura 6.39
Tenosinovite da bainha do
tendao extensor digital longo.
Figura 6.40
Tenosinovite metacarpofalangica.
As tenosinovites, ou popular-
mente conhecidas como "ovas",
apresentam-se comumente co-
mo um aumento de volume flu-
tuante devido a hipersecre<;:ao
de liquido sinovial, discretamen-
te quente e dolorosa na forma
aguda, e sem calor e dor na for-
ma cr6nica.
As principais bainhas tendi-
nosas atingidas SaG a carpica,
pre-carpica, dos sesamoides, tar-
sica, pre-tarsica, cuneana, calca-
nea,metacarpofalangica e meta-
tarsofalangica.
Raramente 0 processo pro-
voca c1audica<;:ao e somente
passa a chamar a aten<;:ao
quando adquire grande volume,
depreciando 0 animal.
o tratamento na forma aguda
e realizado com inje<;:6esde cor-
ticoides no interior da bainha e
massagem com pomadas hepa-
rinoides,devido a possibilidade de
ocorrer aderencia entre a bainha
e 0 tendao. Na forma cr6nica, os
tratamentos de rotina SaGinefi-
cazes, apenas a cauteriza<;:aoau
a caustica<;:aopodem ser indica-
das, porem com cautela.
6.11. Desmite plantar
(transcurvo).
E a deforma<;:aoda face pos-
terior do osso tarsico-per6neo, de-
vido a processo inflamatorio e es-
pessamento do ligamenta plantar.
A afec<;:aoe mais frequente
em animais que se apresentam
com jarretes fechados e com val-
gus tarsico, que se traumatizam
escoiceando port6ese paredesou
em razaode extens6es bruscas e
violentas da articula<;:aotarsica
Os sinais caracteristicos apre-
sentados SaG:c1audica<;:aomode-
rada,deformidade na face poste-
. rior proximal do terceiro o. meta-
tarsico e manifesta<;:6eslocais de
inflama<;:aoaguda Se a causa ini-
cial da afec<;:aofor 0 trauma, tere-
mos a possibilidade de ocorrer
exostose e periostite.
o tratamento nas fases ini-
ciais consiste em massageamen-
to da regiao com pomadas hepa-
rinoides, antiinflamatorios siste-
micos, penso compressivo e des-
canso.Os casos cr6nicos SaGtra-
tados com pomadas revulsivas e
ate, se necessario, a termocau-
teriza<;:aoseguida de penso e re-
pouso pelo menos por 45 dias.
o prognostico e francamente
favoravel, podendo-se, na maioria
das vezes, retornar 0 animal ao
trabalho.
Figura 6.41
Desmite plantar (transcurvo).

Outros materiais