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Apostila Desenho Técnico[1]

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Programa de Capacitação/Atualização
Tecnológica de Docentes do SENAI - 2006
Curso Metal Mecânica
Apostila do Módulo de Desenho Técnico
Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI
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Índice
 Problemática 6
 Desafio 01 7
 Normas da ABNT – Introdução 8
 Conheça algumas das Normas NBR 9
 Conheça a NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico 11
 Folha de desenho, layout e dimensões 14
 Legenda 15
 Caligrafia técnica 16
 Tipos de Linhas - Introdução 17
 Formas e espessuras das linhas 18
 Aplicação das linhas 19
 Escala - Introdução 20
 Escala 20
 Perspectiva - Introdução 22
 Perspectiva Cavaleira 23
 Perspectivas Isométrica 24
 Perspectivas Bimétrica 26
 Projeções - Introdução 27
 Projeções ortogonais 28
 Exercícios sobre Projeções Ortogonais 38
 Cortes e secções - Introdução 41
 Hachuras – NBR 12.298 42
 Corte Total (DIN-6) 43
 Meio corte 47
 Cortes com desvio 48
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 Corte parcial 49
 Corte composto 50
 Secção traçada sobre a vista 51
 Secção traçada fora da vista 51
 Exceções nas representações com corte 52
 Rupturas 55
 Exercícios sobre Cortes e Secções 56
 Roscas - Introdução 60
 Rosca Externa 61
 Rosca Interna 62
 Representação de roscas na montagem 64
 Dimensionamento de roscas 65
 Cotagem em desenho técnico - Introdução 67
 Norma - NBR-5984/80 68
 Tipos de cotagem 69
 1. Cotagem por elemento de referência 71
 2. Cotagem em série 73
 3. Cotagem de diâmetro 74
 4. Cotagem de raios, cordas e arcos 74
 5. Cotagem de furos eqüidistantes 75
 6. Cotagem de peças cônicas 75
 7. Cotagem com símbolos 76
 8. Cotagem de ângulos e chanfros 77
 Peças cilíndricas torneadas 80
 Exercícios sobre Cotagem em Desenho Técnico 81
 Atividade do Desafio 01 84
 Desafio 02 91
 Estado e acabamento superficial - NBR 8404 - Introdução 92
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 Efeitos da rugosidade 92
 Sistemas de medição da rugosidade superficial 93
 Simbologia de acabamento superficial 94
 Sinais convencionais 95
 Representação dos símbolos no desenho 96
 Exercícios sobre Simbologia e Acabamento Superficial 99
 Ajustes e tolerância dimensional - Introdução 100
 Afastamento 100
 1 - Tolerâncias positivas 101
 2 - Tolerâncias negativas 102
 3- Ajustamento das cotas no desenho 102
 4- Ajuste com folga e ajuste com interferência 103
 5 – Ajuste incerto 104
 Sistema de ajustes e tolerâncias 107
 Sistema furo base e eixo base 110
 Sistema furo base 110
 Sistema eixo base 111
 Exercícios sobre Tolerância Dimensional 113
 Tolerâncias Geométricas - Introdução 114
 Tolerância de Forma 114
 Tolerância de Orientação 117
 Tolerância de Posição 119
 Tolerância de Batimento 121
 Exercícios sobre Tolerâncias Geométricas 122
 Seleção de Materiais - Introdução 123
 Especificações de Desempenho 123
 Especificações de Projeto 124
 Exercícios sobre Seleção de Materiais 125
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 Atividade do Desafio 02 126
 Conhecendo o Solidworks 128
 Módulos Básicos 128
 Conceitos Gerais 129
 Método Geral para Modelagem 3D 129
 Explorando a Interface Gráfica 130
 Modelando Peças 3D (Part) 133
 Modelando Montagens (assembly) 134
 Gerando Desenhos 2D a partir de Modelos 3D (drawing) 135
 Orientações para o Encontro Presencial 136
 Créditos 137
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Problemática
Recém instalada no Brasil, a multinacional Mundi Vidros é especializada em vidros
automotivos. A empresa visa atender à crescente demanda da indústria
automobilística, que cada vez mais utiliza o produto na montagem dos veículos. Na sua
ferramentaria, diversas ferramentas são utilizadas no processo de montagem dos
dispositivos que auxiliam na fixação desses materiais, dentre elas a morsa. Diante
disso, a Mundi Vidros necessita de parceiros na montagem desta ferramenta. Para isso,
ela fornece o modelo de morsa utilizada na sua fábrica e solicita a reprodução.
O SENAI, como parceiro nessa empreitada, solicita dos seus profissionais que façam
um cadastramento da morsa existente, para atender à solicitação da Mundi Vidros.
Dessa forma, você terá que apresentar esse cadastramento no tempo determinado e
dentro dos padrões já estabelecidos pelas normas de desenho técnico.
Bom trabalho!
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Desafio 01
Para iniciar o seu trabalho, você precisa realizar o primeiro desafio de curso que é
transferir de forma gráfica o que tem fisicamente em mãos. Para isso, você
precisará estudar os conteúdos propostos para atender a esse desafio:
• Normas da ABNT específicas para desenho técnico
• Tipos de linhas
• Perspectiva (se necessário)
• Cotagem
• Cortes, secções, detalhes e etc.
• Roscas (simbologias)
• Acabamento superficial (simbologias)
• Ajustes e tolerância dimensional
• Tolerância de forma, posição e orientação
Durante seus estudos, você deverá executar a atividade do desafio 01. Só assim
poderá partir para o segundo desafio proposto.
No entanto, para realizar todo esse percurso, é importante lembrar dos passos para a
execução dessa tarefa. Isso é válido até mesmo para você, que é conhecedor dos
procedimentos para leitura e interpretação de desenho técnico. —Analisar o princípio de
funcionamento do equipamento (morsa).
—Fazer croqui de cada componente da morsa.
—Definir as projeções (necessárias) de todas as peças que compõem a morsa para
confecção.
—Medir as peças e transferir valores para os croquis.
—Mostrar detalhes internos com cortes, detalhes, seções, etc.
Bom estudo!
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Normas da ABNT específicas para desenho técnico ::
Introdução
Como em todos outros países, existe no Brasil uma organização que estabelece,
fundamenta e recomenda as normas do Desenho Técnico Mecânico, a Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
Os procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem tanto em normas
nacionais quanto em normas internacionais que definem desde a denominação e
classificação dos desenhos até as formas de representação gráfica.
NORMAS NACIONAIS
Normas ISO
-International Organization for Standardization Criada com objetivo de promover, no
mundo, o desenvolvimento da normalização e atividades relacionadas com a intenção
de facilitar o intercâmbio internacional de bens e de serviços e para desenvolver a
cooperação nas esferas intelectual, científica, tecnológica e de atividade econômica.
Normas DIN
- Deutsche Normen - (antigamente Deutsche Industrie Normen). Tomada como
referência para a criação da norma ISO. Editada pelo DIN - Deutsche Institut fur
Normung – Instituto Alemão para Normalização. Representada no Brasil pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, que possui sede no Rio de janeiro e
na Delegacia de São Paulo, coleções completas e em dias, de todas as normas DIN.
Outras normas contribuem na elaboração do desenho técnico, são elas: Américan
National Standards Institute - ANSI, American Petroleum Institute - API, entre outras.
Nas páginas seguintes vocêconhecerá um pouco mais essas normas.
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Normas da ABNT específicas para desenho técnico ::
Conheça algumas das Normas NBR
NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSOES
Padroniza as dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e
define seu lay-out com suas respectivas margens e legenda. Sua padronização tem por
finalidade facilitar a leitura, a reprodução e o arquivamento do desenho .
Na tabela a seguir, são apresentadas as dimensões da série “A”. Desde as suas
principais dimensões até espessura das linhas da margem.
NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL
Tem o objetivo de definir os termos empregados em desenho técnico. Define, entre
outros, os tipos de desenho quanto ao(à):
- Aspecto geométrico (desenho projetivo e não-projetivo);
- Grau de elaboração (esboço, desenho preliminar e definitivo);
- Grau de detalhamento (desenho de detalhes e conjuntos);
- Técnica de execução (À mão livre ou utilizando computador).
NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS
- Fixa a forma de dobramento de todos os formatos de folhas de desenho, para facilitar
a fixação em pastas.
Eles são dobrados até as dimensões do formato A4.
NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS
TÉCNICOS
- Fixa as condições exigíveis para a escrita usada em desenhos técnicos e documentos
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semelhantes, visando à uniformidade e à legibilidade evitando prejuízos na clareza do
desenho e a possibilidade de interpretações erradas.
NBR 8993 – REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE PARTES ROSCADAS EM
DESENHO TÉCNICO
- Fixa as condições exigíveis do método convencional de representação simplificada de
partes roscadas em desenhos técnicos.
Este método independe do tipo de rosca ao qual se aplica.
Existem, ainda, outras normas que regulam a elaboração dos desenhos com a
finalidade de atender a uma determinada modalidade de engenharia. Como, por
exemplo: a NBR 6409, que normaliza a execução dos desenhos em Engenharia
Elétrica; a NBR 7191, normaliza desenhos para obras de concreto simples ou armado;
NBR 11534, que normaliza a representação de engrenagens em Desenho Técnico
Mecânico; NBR 10067, normaliza os princípios gerais de representação de desenho
técnico.
Durante seus estudos, você encontrará essas e outras normas regulamentadas pela
ABNT. No entanto, é bom ficar atento às mudanças e às atualizações constantes que
sofrem tais normas, sempre consultando-as ao executar suas atividades.
Conheça um pouco mais algumas delas.
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Normas da ABNT específicas para desenho técnico ::
Conheça a NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico
Normaliza a distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, o
espaço para desenho e o espaço para legenda. A regra geral é organizar os desenhos
distribuídos na folha de modo a ocupar toda a área e organizar os textos acima da
legenda, junto à margem direita e/ou à esquerda da legenda, acima da margem
inferior.
Para uma boa disposição do desenho, é necessário que se obedeça às regras para a
sua organização na folha. Nesse tópico, representaremos a disposição mais
conveniente com relação a(ao):
Margens
As margens são de uso muito comum e já normalizado. Nas margens o valor de y é de
10mm para os formatos de A0 e A1 e 7mm para A2 a A4. Outro aspecto importante a
ser considerado é respeitar as margens do desenho principalmente para a obtenção do
dobramento, facilitando, assim, o seu arquivamento.
a) Forma e apresentação das Folhas de Desenho
b) Formatos1 e apresentação das Folhas de Desenho
1 Ao formato do exemplo b se aplicam as mesmas regras para a figura a.
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Espaço para desenho
Espaço utilizado pelo desenhista para representação da peça. Caso haja alguma vista
preferencial para o desenho da peça, essa é colocada na parte superior esquerda do
espaço para desenho.
Os desenhos estão sempre dispostos nas formas horizontal e vertical, a depender das
características da peça representada, dentro dos conceitos de representação por
vistas, cortes e seções.
Espaço para texto
O espaço para texto é destinado para informações que não puderam ser colocadas no
espaço para desenho. No espaço para texto devem conter, genericamente,
informações tipo:
Explanação - Símbolos especiais, designação, abreviaturas e tipos de dimensões.
Instrução - Acabamento superficial para a(s) peça(s) que não está(ao) especificadas
no desenho; material (tipo de liga, código e componentes químicos); quantidade(s); e
até informações sobre o funcionamento do equipamento e as suas características,
como: faixas de rotação, pressões e temperaturas.
Referências - Informações referentes a outros desenhos e/ou outros documentos.
Localização da Planta de Situação - Planta esquemática com marcação da área
construída.
Tábua de Revisão - Número ou letra que determina a seqüência da revisão, quem
revisou, aprovação e data.
Diante disso, um formato A4, por exemplo, representado nessa ilustração, que mede
297x210mm ficará reduzido na largura a 267mm e na altura a 200 mm; dessa forma,
a representação de peças em verdadeira grandeza, com dimensões variando em torno
de 100mm, requer cuidado e atenção por parte do desenhista para que não torne o
desenho de difícil interpretação. Além das margens da própria folha, devem ser
mantidas distâncias entre as informações do desenho e as margens.
Exemplo na próxima página:
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Folha de desenho, layout e dimensões ::
Algumas normas estabelecidas pela NBR têm como objetivo padronizar as dimensões
das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e definir seu layout com suas
respectivas margens e legenda. Veja figura abaixo:
Posicionamento das legendas e disposição das mesmas.
Outras normas estabelecem o formato do papel que deve ser utilizado na execução
de desenhos técnicos, como, por exemplo, os formatos em série “A”.
Os formatos da série “A” têm como base o formato A0 (A zero), cujas dimensões
guardam entre si a mesma relação que existe entre o lado de um quadrado e sua
diagonal (841√2 = 1189), e que corresponde a um retângulo de área igual a 1 m².
O formato básico do papel, designado por A0, é o retângulo cujos lados medem
841mm e 1.189mm, tendo a área de 1m². Do formato básico, derivam-se os demais
formatos.
Formato básico e os tamanhos dos padrões.
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Legenda ::
A legenda deve ficar no canto inferior direito nos formatos A3, A2, A1 e A0, ou ao
longo da largura da folha de desenho no formato A4. Veja exemplo na tabela abaixo.
Exemplo de formatação de legenda.
A legenda pode consistir de outras formas e disposições desde que esteja em
conformidade com as normas que regem os seus formatos e esteja clara para quem o
lê. Pode conter informações tais como: título do desenho ou nome, número, escala,
empresa, data, descrição dos componentes (quantidade, denominação de peça,
material), normas e dimensões.
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Caligrafia técnica ::
Um dos mais importantes requisitos dos desenhos mecânicos é a caligrafia técnica, que
deve ser simples e legível, suas letras e algarismos podem ser inclinados para a
direita, formando um ângulo de 75 graus com a linha horizontal.
Tabela Caligrafia Técnica.
As proporções são as seguintes:
— A altura da letra maiúscula e dos números mede h;
— A altura da minúscula mede 7/10 de h;
— A distânciamínima entre caracteres 2/10h;
— A espessura de qualquer linha e perna de letra ou número mede 1/10 de h;
— O comprimento de pernas de letras como g, p e q são de ¼ de h, abaixo da linha
onde esse escreve;
— A distância mínima entre palavras são de 6/10 de h;
— O ângulo da aresta da letra e a linha horizontal deverão ter uma inclinação de 75º.
O valor de h, altura da letra depende do desenho. Devem ser proporcionais a ele e ao
desenho; devem ser legíveis e de rápida execução.
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Tipos de Linhas ::
Introdução
As linhas são utilizadas em desenhos técnicos e documentos semelhantes para
definição clara do formato da peça. Vários tipos de linhas são utilizadas para
representar faces e arestas de diferentes maneiras em diferentes vistas, devido às
linhas serem de fundamental importância para o entendimento do projeto.
As linhas representam as arestas que, fechadas, representam as faces que, por sua
vez, são classificadas por sua relação espacial nos planos de projeção. As linhas são
apresentadas de acordo com essa lógica em três faces da figura abaixo.
Classificação das faces.
Quando superfície é inclinada em relação a dois planos de projeção e perpendicular a
um terceiro, costuma-se dizer que a perpendicular é uma auxiliar ou uma face de
projeção acumulada.
Na figura a seguir houve a coincidência da face de projeção acumulada ser a frontal.
As três faces dessa peça facilitam a visualização da sua geometria sem a necessidade
de se ver a peça tridimensionalmente. Porém, se a face frontal não fosse perpendicular
a nenhuma das outras
faces, ou se, além disso, a sua superfície não for plana nada poderíamos presumir a
respeito do volume.
Dessa forma, as linhas têm fundamental e primordial importância num desenho
técnico. São as linhas, com as suas formas e espessuras, que definem as superfícies
tridimensionais de uma peça em desenho bidimensional.
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Disposição das vistas da peça acima. Na ordem:
a)Frontal b) Perfil c) Horizontal.
 Formas e espessuras das linhas
As linhas variam conforme NBR 8403/1984, principalmente quanto à forma e à
espessura. As espessuras das linhas variam conforme a escala, dimensão e densidade
de linhas do desenho.
A norma determina o seguinte: escalonamento para as espessuras: 0.13, 0.18, 0.25,
0.35, 0.50, 0.70, 1.00, 1.40 e 2.00mm.
As cores também representam larguras das linhas. De acordo com a norma, estão na
ordem de escalonamento apresentado: lilás, vermelha, branca, amarela, marrom, azul,
laranja, verde, cinza (normalmente utilizada em software de engenharia).
Linha Denominação Aplicação
01 Contínua larga Contornos e arestas visíveis.
02
Contínua estreita Linhas de interseção imaginárias, cotas, auxiliares, de
chamada, hachuras, contorno de seções rebatidas na
própria vista e de centro curtas.
03 Contínua estreita a
mão livre
Limites de vistas e cortes parciais interrompidas, se o
limite não coincidir com as de traço e ponto.
04
Contínua e estreita em
zigue-zague
Desenhos feitos por máquinas. Indicam quebra de
continuidade.
05 Tracejada larga Contornos não-visíveis e arestas não-visíveis.
06 Tracejada estreita Idem
07 Traço e ponto estreito. Linhas de centro e simetria
08
Traço e ponto. Estreita
e larga nas pontas e
na mudança de
direção.
Indicam planos de corte.
09 Traço e ponto largo Para linhas de superfícies especiais.
10 Traço e dois pontos
estreitos.
Contorno de peças adjacentes; posição limite de
peças móveis; linhas de centro; detalhes.
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Aplicação das linhas
No desenho técnico, as coincidências de linhas são evitadas a fim de tornar o desenho
claro e legível para qualquer um. Caso ocorra a coincidência de uma ou mais linhas, a
prioridade segue a seguinte ordem:
1.Contínua larga;
2.Contínua estreita;
3.Tracejada;
4.Traço e ponto estreito e largo nas extremidades
e na mudança de direção;
5.Traço e ponto e estreito;
6.Traço e dois pontos;
7.Contínua estreita;
Para finalizar mais esta etapa e dar continuidade aos seus estudos, veja um exemplo
de aplicação das linhas no desenho técnico mecânico. Para isso, passe o mouse sobre
cada letra e conheça o tipo de linha correspondente.
Exemplo de linhas usadas em desenho técnico.
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Escala ::
Introdução
Para uma representação fiel ou detalhamento preciso das peças do projeto, é
necessário um desenho de fácil leitura e interpretação, dessa forma o ideal é que as
peças estejam representadas de forma inequívoca nos seus desenhos representativos.
Seguindo essa idéia, o que vem à mente é representar a peça completamente, com
todos os seus detalhes bem visíveis, num desenho bem organizado na folha e bem
feito, sem borrões, sem superposição de linhas, sem excesso de vistas e cortes, numa
escala bem escolhida para todo desenho. Mas, às vezes, aquele detalhe,
importantíssimo, tem uma dimensão cinqüenta vezes menor que o conjunto inteiro
representado no desenho. Daí surge a questão: - Como representar esse detalhe
no desenho sem desorganizá-lo ou torná-lo mal representado? Para essa
questão, uma das saídas é a representação em escala ampliada da região do
detalhe, com todo conjunto desenhado numa escala menor. Assim o uso de escalas,
no desenho técnico, ocorre em situações onde se torna inadequada a
representação da peça em verdadeira grandeza (V.G.) também conhecida
como: escala 1:1.
O desenho de um elemento de máquina pode estar em:
- Escala Natural (Ex: 1:1)
- Escala de Redução (Ex: 1:5)
- Escala de Ampliação (EX: 2:1)
Escala
Considere o exemplo abaixo. Ele está informando ao leitor que as dimensões
apresentadas estão numa proporção tal onde cada unidade de medida real que se lê,
numa dimensão do desenho, representa cinco unidades na peça física. Ou seja, se no
desenho a dimensão indicada é: 5mm, quando medida em um escalímetro, escala ou
outro instrumento, apresentará 1mm. Significa que: se o desenho tem a escala 1:5,
cada 1mm no desenho representa 5mm na verdadeira grandeza (VG). Daí:
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Essa forma de usar a escala é conhecida como redução, ou escala de redução, onde o
desenho está reduzido. No entanto, o inverso pode acontecer. Na representação
através de desenhos executados em escala de ampliação, as dimensões do desenho
aumentam numa proporção definida em relação às dimensões reais da peça.
Na escala 5:1, significa dizer que 5mm no desenho correspondem a 1mm na peça real.
Veja figura abaixo:
Exemplificação de desenhos em escala de ampliação e natural.
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Perspectivas ::
Introdução
Representar uma peça em forma de desenho técnico é fácil até certo ponto. Muitas
vezes a geometria da peça só fica clara para o leitor do desenho após ele ver as peças
reais, ou seja, físicas.
Essa situação nem sempre é possível, muitas vezes não se tem acesso ao local da peça
ou à própria peça, quando se trata do projeto de uma inovação. Para facilitar a
interpretação do desenho da peça, muitas vezes usa-se a perspectiva na
representação geométrica. Uma situação dessa é mostrada no desenho a seguir.
Desenho em perspectiva (SolidWorks2003®)
em escala reduzida com fins ilustrativos.
As perspectivas usadas e mais conhecidas são:
— Cavaleira
— Isométrica
— Bimétrica
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Perspectiva Cavaleira
Projeção axonométrica ablíqua, na qual o plano de projeção é paralelo a um dos planos
de coordenadas.
Observe a figura abaixo e considere o conjunto de seguimentos de retacheio como os
eixos orientados (x, y e z).
Veja que a representação das dimensões de uma peça nesses eixos terão as
proporções dentro das escalas apresentadas.
Perspectiva cavaleira ( PROVENZA, Francesco – Escola Pro-tec,
Desenhista de Máquinas 1978).
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Perspectivas Isométrica
Perspectiva isométrica é uma representação axonométrica ortogonal na qual qualquer
linha de projeção faz três ângulos iguais em relação aos eixos de coordenadas.
Para se executar a perspectiva isométrica de uma peça, basta fazê-lo da mesma forma
como foi apresentado no desenho, seguindo a ordem:
1. Fixação do ponto A;
2. Execução das linhas nos três sentidos;
3. Acréscimo das medidas do corpo;
4. Esboço do corpo básico com retas paralelas;
5. Acréscimo das medidas do rebaixo,
6. Finalização com a colocação do rebaixo com retas paralelas.
7. Apagar as linhas auxiliares
Na maioria das vezes, quando se fazem desenhos em perspectivas, faz-se em
perspectiva isométrica por ser o de mais fácil execução, uma vez que todas as
dimensões estão na mesma escala, que pode ser 1:1.
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Veja abaixo os exemplos de desenhos em perspectiva isométrica.
Nesse desenho, não é tão perceptível a lógica de posicionamento da peça.
Peça à direita representada por uma vista qualquer e a sua representação à
esquerda em perspectiva isométrica (SolidWorks 2003®).
Na peça de geometrias regulares, como um paralelepípedo, é visível a lógica de
posicionamento da peça.
Representação isométrica de um paralelepípedo (SolidWorks 2003®).
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Perspectivas Bimétrica
Representação axonométrica na qual as escalas de dois dos eixos de coordenadas são
idênticas, com uma escala diferente para o terceiro eixo.
Apresentação da perspectiva dimétrica com SolidWorks
2003®.
A sua representação segue a seguinte proporção:
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Projeções ::
Introdução
A distribuição das vistas, cortes e seções na folha de desenho são de suma importância
para uma boa leitura do desenho e seguem a teoria do desenho projetivo que é a
representação de qualquer objeto ou figura, através da sua projeção num plano.
Os planos estão dispostos no espaço, divididos em intervalos de 90º, ou seja, quatro
ângulos, chamados de diedros.
Diedro quer dizer: “que tem duas partes”.
Esses quatro ângulos são numerados no sentido anti-horário: 1º, 2º, 3º e 4º. As
figuras são projetados nos planos onde serão chamados de projeções ortogonais, ou
seja, a 90°, das peças ou figuras nos planos dos diedros.
Para que haja uniformidade da representação de peças em desenho, foi convencionada
pela Norma Internacional de Desenho Técnico que esta representação seria por
projeções ortogonais em apenas 2 diedros: 1° e 3°.
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Projeções Ortogonais::
As normas americanas usam mais a representação no terceiro diedro, colocando o
plano de projeção entre a peça e o observador.
Posicionamento do observador, peça e plano de projeção.
(Apostila de leitura e Interpretação de desenho técnico,
Profº Lélio, FAENQUI/ DEBAS).
No entanto, para fins de familiarização e entrosamento com as normas brasileiras , em
nosso curso utilizaremos as projeções ortogonais pelo primeiro diedro, onde a peça
está entre o observador e a sua projeção.
Posicionamento do observador, peça e plano de projeção.
(Apostila de leitura e Interpretação de desenho técnico,
Profº Lélio, FAENQUI/ DEBAS).
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Representação da projeção frontal da peça no primeiro diedro, no plano
vertical.
Para nossos estudos, utilizaremos inicialmente a geração de desenhos nesse diedro,
onde será usado apenas o Plano Vertical superior e o Horizontal Anterior.
Assim, na figura apresentado a seguir, o objeto está entre o observador (leitor) e o
plano vertical (papel), obedecendo a regra para o primeiro diedro.
Para a representação da figura citada anteriormente (página 02) ser completamente
entendida, bidimensionalmente, são necessárias mais duas vistas: uma da parte
superior e outra de uma das partes laterais.
Isso é devido à intenção de serem representadas, corretamente todas as dimensões da
peça e as suas características, sem quaisquer chances de haverem equívocos durante
a leitura e interpretação do desenho, conforme representação abaixo:
Representação das vistas superior (a) e da lateral (b).
Para a representação da mesma figura apresentada anteriormente do objeto no
primeiro diedro, gerando a vista superior (conhecida também como vista em topo ou
em planta), fez-se apenas o chamado rebatimento do que era visto pelo observador
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por cima da peça ( conforme figura a) e do que era visto pelo lado esquerdo (conforme
figura b) num plano auxiliar, lateral (perfil).
Então, o rebatimento no primeiro diedro seria:
Rebatimento no primeiro diedro do plano horizontal para o vertical
inferior.
Para o caso de rebatimento feito do plano horizontal para o vertical, da mesma figura
tratada anteriormente, foi feita no plano horizontal e rebatida para o vertical.
Já para a geração da vista lateral (perfil) deve ser feito o mesmo tipo de rebatimento,
mas com origem num plano perpendicular ao horizontal e o vertical, simultaneamente.
Assim, resultando na figura representada a seguir:
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Representação das projeções do objeto os planos vertical, horizontal e
de perfil.
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Com a mesma figura tratada anteriormente, é feito o giro do plano lateral em relação à
reta de intersecção entre ele e o plano vertical, mantendo na projeção lateral a mesma
vista no plano lateral. Dessa forma, o que será visto é o rebatimento da projeção
lateral no plano vertical.
Rebatimento da vista de perfil para a vertical.
O desenho de uma peça deve apresentar uma quantidade suficiente de vistas para
que sua compreensão seja perfeita. Uma peça, por mais simples que seja, é
representada em desenho por suas vistas, que são as imagens obtidas através de
projeções feitas em posições determinadas.
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No desenho técnico, as vistas correspondem às projeções da peça
rebatidas para um plano, que é a superfície da folha de papel do nosso
desenho.
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As vistas de um desenho técnico podem ser obtidas através do rebatimento prático. Na
indústria as projeções costumam ficar definidas em desenhos contendo três vistas.
Dessa forma, podemos obter essas vistas, de maneira prática, fazendo as projeções e
rebatimentos com giros a 90º da peça, conforme figura a seguir:
Em peças com:
— Detalhes não visíveis utilizam–se projeções com linhas tracejadas;
Linhas tracejadas
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— Furos cilíndricos adotam-se projeções com linhas de centro;
Linhas de centro
— Vistas simétricas recebem eixos de simetria.
Eixos de simetria
Enfim, ao aplicar todas as etapas estudadas nesse conteúdo, obteremos o resultado da
disposição gráfica bidimensional mais comum na representação de uma peça no
formato de desenho mecânico. Onde se aplica às vistas mais freqüentes, tais como,
vistas frontal (elevação), superior (topo ou planta) e lateral esquerda ou direita.
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Veja exemplo de disposição de uma peça em tridimensional no formato A4.
Nas larguras dessa figura temos: Largura frontal (elevação) = 60mm, Largura da
lateral = 40mm e uma Distância entre as vistas de 30mm. Diante dessas medidas
sobram 50 mm, portanto deve-se deixar na esquerda 25mm e na direita 25mm. Veja
exemplo:
Representação da peça no formato A4 considerando as
margens laterais.
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Já na altura dessa figura termos: Altura frontal (elevação) = 105mm, Espessura da
planta (vista superior) = 40mm e Distância entre as vistas de 30mm. Considerando as
margens superior e inferior, sobraram 60mm, portanto, foi distribuído e centralizados
na parte superior 30mm e na inferior, 30mm. Veja exemplo:
Representação explicitando a configuração do desenho no
papel considerando os ajustes nas margens superior e
inferior do formato A4.
Tomando todos os cuidados na distribuição da figura, obtém-se um desenho bem
distribuído e centralizado no formato. Conforme apresentada na figura a seguir:
Desenho reduzido para fins ilustrativos.
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Exercícios Sobre Projeções Ortogonais::
1. O que representa cada linha indicada no desenho abaixo?
( ) 1-aresta visível. 2-contorno visível. 3-linha de centro. 4-contorno visível. 5-
linha de centro.
( ) 1-contorno não-visível. 2-contorno visível. 3-linha de centro. 4-aresta não-
visível. 5-linha de centro.
( ) 1-aresta visível. 2-contorno visível. 3-linha de centro. 4-contorno não-visível. 5-
linha de simetria.
( ) 1-contorno visível. 2-aresta visível. 3-linha de simetria. 4-contorno não-visível.
5-linha de simetria.
( ) 1-aresta visível. 2-contorno visível. 3-linha de centro. 4-linha de ruptura. 5-
linha de simetria.
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2. A relação correta entre os desenhos em projeções e os desenhos em perspectiva é:
( ) 1-A 2-B 3-C
( ) 1-A 2-C 3-B
( ) 1-B 2-A 3-C
( ) 1-C 2-B 3-A
( ) 1-B 2-C 3-A
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3. Qual o desenho em projeções ortogonais representa a peça abaixo?
( ) 1
( ) 2
( ) 3
( ) 4
( ) 5
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Cortes e secções ::
Introdução
A representação em projeções de uma peça pode não ser suficiente para a verdadeira
interpretação do desenho técnico, uma vez que poderá existir detalhes internos a
serem identificados, cotados e especificados. Dessa forma, é necessário que seja feito
um outro desenho da peça ou aproveitamento de uma das projeções existentes. Essa
outra configuração é denominada corte.
Desenho de corte AA (SolidWorks2003®).
Uma projeção mostrada em corte facilita a leitura de detalhes internos e simplifica a
colocação de cotas, além de representar o material empregado na confecção da peça,
que é denominado hachura.
Quando se deseja apenas detalhar uma pequena parte da peça que não pode ser feita
na mesma escala do desenho ou se quer fazer uma representação de suas
características geométricas, o corte é denominado de secção ou detalhes.
De acordo com a peça que se pretende desenhar, existe um tipo de corte; dentre eles
destacam-se:
— corte total;
— meio corte;
— cortes com desvio (corte composto);
— corte parcial;
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Hachuras – NBR 12.298
Nos desenhos técnicos mecânicos, as hachuras são utilizadas para representar as
superfícies atingidas pelo corte e também para representar os diversos materiais
empregados nas indústrias.
Normalmente, a hachura é traçada com inclinação de 45º em relação à base ou ao
eixo da peça.
Veja como representar as hachuras referentes aos materiais utilizados nas indústrias:
No caso de ocorrer uma necessidade especial, por exemplo, um desenho de conjuntos,
a representação dos diferentes materiais pode ser feita através de hachuras e, embora
não usual, a NBR 12298 contempla ainda o uso de cores.
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Na representação de cortes de duas ou mais peças em um conjunto, a sua superfície é
hachurada em posições inversas. Veja o exemplo abaixo.
Inclinação das linhas de hachuras em cortes
e seções de montagens.
Corte Total (DIN-6)
O corte, quando representado em toda a extensão da peça, é considerado corte total.
O corte total é representado em três planos, conforme mostrado a seguir.
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1. Corte longitudinal
O corte recebe esse nome quando é feito no sentido da maior dimensão da peça por
um plano vertical.
A direção do corte é mostrada nos desenhos por linhas de corte e as setas indicam o
sentido em que as peças foram observadas.
A expressão corte A-B é escrita abaixo da vista hachurada, onde as linhas tracejadas
poderão ser omitidas, desde que não dificulte a interpretação.
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2. Corte transversal
O corte também pode ser dito transversal, quando é feito por um plano transversal na
região necessária ao corte, como na figura abaixo.
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3. Corte horizontal
O corte horizontal é feito por um plano horizontal na região necessária ao corte, como
na figura abaixo.
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Meio corte
O meio corte é empregado no desenho de peças simétricas, onde somente meia vista
aparece em corte. Este tipo de corte apresenta a vantagem de indicar, em uma só
vista, a parte interna e a externa da peça.
Na projeção da peça com aplicação de meio corte, as linhas tracejadas devem ser
omitidas na parte não cortada.
Meio corte de peça cilíndrica.
Em peças com eixos de simetria verticais, o corte deve ser representado à direita da
linha de simetria. Já nas peças com eixos de simetria horizontais, o meio corte deve
ser representado abaixo da linha de simetria.
As linhas de cota, utilizadas para dimensionar a configuração interna, devem
ultrapassar alguns milímetros do eixo de simetria e levam seta somente na
extremidade que toca o contorno ou a linha de chamada (linha auxiliar).
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A cotagem de peças cilíndricas com furos internos em meio corte deve ser executada
conforme o desenho abaixo.
Cotagem de pelas cilíndricas com meio corte.
Cortes com desvio
A direção do corte, normalmente, passa pelo eixo principal da peça, mas pode
também, quando necessário, mudar de direção para atingir detalhes situados fora do
eixo e que devam ser mostrados em corte. Nesse caso, o corte é chamado de corte
com desvio.
A peça é cortada em toda a sua extensão por mais de um plano de corte, dependendo
de sua forma particular e dos detalhes a serem mostrados. Veja o exemplo:
Figura 1 - Corte com desvio.
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Corte parcial
O corte parcial é representado através de uma vista com limites desenhados à mão,
para mostrar algum detalhe da peça, evitando, com isso, o corte total.
Neste caso, apenas uma parte da peça é “cortada”. Este corte é limitado por uma linha
de ruptura.
Figura 1 - Corte parcial.
Os detalhes não visíveis e não atingidos pelo corte, como no exemplo da figura 1,
permanecem com representação tracejada. No entanto, quando os detalhes não
visíveis forem evidentes, exemplo da figura 2, a representação tracejada é dispensada.
Figura 2
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Corte composto
A superfície oblíqua do plano de corte é rotacionada até a obtenção de uma única
superfície, para transformar o corte composto por duas superfícies em um corte reto.
É feita a utilização de rupturas para poder representar a verdadeira grandeza da parte
oblíqua e, ao mesmo tempo, manter o alinhamento vertical das vistas.
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Secção traçada sobre a vista
A secção traçada sobre a vista é utilizada quando se quer demonstrar a secção da
peça, eliminando a necessidade de criar outra vista no desenho.
Esta secção é realizada diretamente sobre a vista com linha contínua estreita, com o
eixo de execução sempre perpendicular ao eixo principal da peça ou da parte
seccionada.
Secção traçada fora da vista
A secção traçada fora da vista também é utilizada quando se quer demonstrar a
secção da peça, eliminando a necessidade de criar outra vista no desenho.
Entretanto, não é desenhada sobre a vista: o desenho ocorre fora dela, com linha
contínua larga e em posição que facilite a colocação das cotas.
A direção da secção é indicada através da linha de corte.
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Exceções nas representações com corte
Alguns elementos normalizados não são representados em corte. Quando esses
elementos são atingidos por cortes, no sentido longitudinal, não apresentam hachuras.
Temos alguns exemplos como:
Parafusos, porcas, arruelas
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Eixos e chavetas
Roletes de rolamento e esferas de
rolamento
Raios de rodas
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Pinos e contrapinos
Rebites
Manípulos
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Nervuras
Rupturas
Peças simples e longas, como chapas, eixos, tubos, etc., não precisam ser desenhadas
em escala muito reduzida para caber em formato habitual (A4 ao A0). A fim de
economizar espaço e tempo, empregam-se rupturas.
Para isso, quebra-se imaginariamente a peça nos dois extremos e remove-se a parte
quebrada, aproximando as extremidades partidas. O comprimento real será dado pela
cota.
Representação de rupturas.
Quando a ruptura não tem o objetivo de representar a forma do corpo da peça, ela
pode ser feita como aparece nas figuras abaixo. Apenas com a linha de ruptura à mão
livre.
Peça cilíndrica maciça. Tubo em corte.
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Exercícios Sobre Cortes e Secções::
1. Qual tipo de corte é usado em cada desenho abaixo?
( ) 1-corte total. 2-corte em desvio. 3-meio corte. 4-corte parcial
( ) 1-corte em desvio. 2-corte total. 3-corte parcial. 4-meio corte.
( ) 1-corte parcial. 2-secção. 3- corte total. 4-meio corte.
( ) 1-meio corte. 2-corte em desvio. 3-corte parcial. 4-corte total.
( ) 1-corte em desvio. 2-corte total. 3-meio corte. 4- corte parcial.
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2. Quais elementos sofrem omissão de corte em cada desenho?
( ) 1-braços e dentes. 2-nervuras e orelhas.
( ) 1-nervuras e dentes. 2-braços e orelhas.
( ) 1-braços e furo. 2-nervuras e furos.
( ) 1-nervuras e braços 2-nervuras e braços
( ) 1-braços e cubo. 2-nervuras e furos.
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3. Relacione as secções com as indicações no desenho?
( ) Secção 1-AA Secção 2-CC Secção3-BB
( ) Secção 1-BB Secção 2-AA Secção3-CC
( ) Secção 1-CC Secção 2-BB Secção3-AA
( ) Secção 1-BB Secção 2-CC Secção3-AA
( ) Secção 1-AA Secção 2-BB Secção3-CC
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4. No desenho abaixo as cotas que indicam o diâmetro e profundidade da rosca são:
( ) d e A
( ) Ø e A
( ) d e B
( ) Ø e B
( ) d e C
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Roscas ::
Introdução
Rosca é uma ou mais saliências de perfil constante, em forma helicoidal, que se
desenvolvem, externas ou internamente, ao redor de uma superfície cilíndrica ou
cônica. Essas saliências são denominadas filetes.
Para a representação de roscas, são necessárias as seguintes medidas:
Para representação gráfica no desenho, é necessário distinguir roscas externas e
roscas internas.
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Rosca Externa
Representação simplificada de uma rosca externa:
Diâmetro nominal: linha larga.
Diâmetro menor: linha estreita; visto de
perfil é representado por aproximadamente
¾ da circunferência.
Final da rosca: linha larga.
A representação da rosca externa em corte é feita com a linha da hachura
prolongando-se até o diâmetro nominal, conforme figura a seguir:
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Rosca Interna
Representação simplificada de uma rosca interna:
Diâmetro menor - d1: linha larga.
Diâmetronominal-D: linha estreita, aproximadamente ¾ da circunferência.
Diâmetro nominal:
linha larga.
Diâmetro menor:
linha estreita; visto de perfil é representado
por aproximadamente ¾ da circunferência.
Final da rosca:
linha larga.
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Na vista de topo de rosca não-visível, a raiz da rosca deve ser representada por uma
circunferência parcial de linha tracejada.
Representação de rosca não-visível.
Curvas de projeção devem ser traçadas só no diâmetro do núcleo.
Representação de curvas de projeção.
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Representação de roscas na montagem
Nas peças que devem ser montadas, os furos com rosca, a profundidade do furo e a
profundidade da rosca são representadas conforme as figuras abaixo.
Ø - Diâmetro do furo broqueado; d - Diâmetro da rosca;
A - Profundidade do furo broqueado; B - Profundidade da
parte roscada; C - Comprimento de penetração do
parafuso
A representação da montagem com parafuso e porca em furos passantes é feita
quando o corte por esses elementos de fixação é mostrado, mas eles não são
hachurados, conforme desenho a seguir:
Na representação de tubos com roscas em corte, somente as roscas internas recebem
uma linha completa para limitar o comprimento da rosca, sendo que nas roscas
externas esse limite é representado somente por uma linha que vai do diâmetro menor
da rosca ao diâmetro nominal.
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Dimensionamento de roscas
Conheça abaixo os tipos mais comuns de roscas, os símbolos indicativos, os perfis e
exemplos de indicações para cotagem dos desenhos.
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Os tipos de indicação de roscas apresentados referem-se a roscas à direita e com
filetes de uma só entrada. No caso de roscas à esquerda, acrescenta-se (LH).
A figura abaixo representa uma rosca com mais de uma entrada conforme norma DIN
103, que especifica como indicar, no desenho, o sentido de hélice da rosca e o número
de entrada de filete da rosca.
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Cotagem em desenho técnico ::
Introdução
O desenho de uma peça pode ter a sua dimensão indicada de duas formas:
— por cotas, onde são mostradas as dimensões das peças de acordo com as suas
medidas, e informações técnicas (material, acabamento superficial, etc.);
(a) Forma aconselhada.
— por anotações, onde essas mesmas informações são explicadas através de um
texto. A forma de cotagem por anotações não é muito aconselhávelpor possibilitar
leituras equivocadas.
(b) Forma não aconselhada.
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Norma - NBR-5984/80
Algumas regras de desenho devem ser seguidas para que a forma de representação do
desenho seja otimizada, tanto para o desenhista como para quem vai executar ou
montar as peças desenhadas.
Dessa forma, para a cotagem de um desenho são necessários quatro elementos:
Linha de Chamada ou Auxiliar
A linha auxiliar, conhecida também como linha de
chamada, deve ser prologanda ligeiramente além da
respectiva linha de cota. Um pequeno espaço deve ser
deixado entre a linha de contorno e linha auxiliar.
Sugere-se que as linhas Auxiliares excedam no
máximo 2mm da linha de cota.
Linha de Cota
A linha de cota deve ter uma distância mínima de 8mm
do desenho e 6mm de outra linha de cota qualquer. As
linhas de chamada devem exceder no máximo 2mm da
linha de cota.
Limite da Linha de Cota
A indicação do limite da linha de cota deve ter o
mesmo tamanho num mesmo desenho.
Setas
A seta é desenhada em linhas curtas formando um ângulo de 15º. A seta pode ser
aberta ou fechada preenchida (mais usual).
Valor Numérico
Os números devem ser legíveis e posicionados sempre de forma que facilitem a sua
leitura da base e/ou lado direito do desenho.
Os desenhos devem conter as cotas necessárias de forma a permitir a execução da
peça sem que seja preciso recorrer à medição no desenho.
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Figura 1 - SolidWorks 2003®
* “ESP. 8” - Refere-se à espessura da peça.
Tipos de cotagem
A fim de evitar enganos na interpretação do desenho e na apresentação de forma
confusa, a cotagem deve ser feita nos contornos visíveis.
Figura - Exemplo geral de cotagem (SolidWorks 2003®).
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A cotagem de um rebaixo, por exemplo, pode estar bem controlada quando se faz a
cotagem com base nas faces de referência.
Enfim, o tipo de cotagem depende da fabricação, medição ou função. Um desenho fica
bem representado se possuir todas as cotas de espessura, largura e alturas
distribuídas em três vistas.
Veja nas próximas páginas os oito tipos de cotagem para você estudar e entender
como são realizadas cada uma delas.
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1. Cotagem por elemento de referência
2. Cotagem em série
3. Cotagem de diâmetro
4. Cotagem de raios, cordas e arcos
5. Cotagem de furos eqüidistantes
6. Cotagem de peças cônicas
7. Cotagem com símbolos
8. Cotagem de ângulos e chanfros
1. Cotagem por elemento de referência
A cotagem é feita por meio de faces de referência. Todas as cotas partem de uma
única face.
Como deve ser feita a cotagem em:
— peças simétricas
Em peças simétricas o dimensionamento
também é simétrico, ou seja, a cotagem é
feita com base no eixo de simetria. As linhas
de simetria não devem ser utilizadas como
linhas de cota.
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— paralelo
Na cotagem em paralelo, deve-se fazer a
distribuição dos números de forma a evitar a
sobreposição.
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2. Cotagem em série
A cotagem em série deve ser evitada. Caso não seja possível, recomenda-se haver
uma cota medida total e desprezar uma das parciais (exemplo: a última cota).
Se não houver lugar para setas, estas serão substituídas por pontos.
A fabricação da mesma peça será facilitada se o dimensionamento for feito com base
na face de referência (utilizada como base para iniciar a cotagem).
Cotagem em série.
Face de referência.
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3. Cotagem de diâmetro
Formas de cotagem de diâmetro dependem da dimensão do elemento.
O símbolo de diâmetro pode ser omitido quando a forma for claramente indicada. O
símbolo deve preceder a cota (exemplo: Ø3).
4. Cotagem de raios, cordas e arcos
Quando se vai cotar raios, é necessário que se preceda a dimensão com um R, e
quando é diâmetro usa-se Ø.
Três das possíveis formas de traçado
das linhas de cotagem de raios
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As cotas de corda , ângulo e arco devem ser
como mostra a figura acima.
5. Cotagem de furos eqüidistantes
A cotagem de furos eqüidistantes não precisa das cotas, das distâncias angulares e
nem lineares dos furos quando estes estão eqüidistantes.
Caso não sejam eqüidistantes, é necessária a colocação de cotas especificando as
distâncias angulares e ou lineares entre cada um deles em relação a um eixo ou em
relação ao mesmo.
6. Cotagem de peças cônicas
Na cotagem de peças cônicas, as linhas de chamada podem ser traçadas
obliquamente.
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7. Cotagem com símbolos
Para indicar os tipos de dimensões, como a aresta linear, o raio, o diâmetro, ou o
ângulo, usam-se convenções de sinais. Veja o exemplo de cada uma das figuras:
Indicativo de diâmetro (Ø)
Indicativo de quadrado (⾼)
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Uso combinado
Indicativo de superfície plana (executadas em
elementos cilíndricos e representadas na forma de um X).
8. Cotagem de ângulos e chanfros
Cotas com inclinação igual às compreendidas dentro do ângulo de 30º (hachurado na
figura), devem ser evitadas. Veja exemplo.
FORMA A SER EVITADA
Ângulo de 30º hachurado na figura.
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A cotagem correta de chanfro pode ser feita de várias formas, como apresentado
abaixo:
FORMA CORRETA
Cotagem de Chanfro - ângulo de 30º.
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Peças cilíndricas torneadas
Na representação do desenho de uma peça, usam-se tantas vistas quantas forem
necessárias para a compreensão de sua forma.
Normalmente, nas peças cilíndricas torneadas, apenas uma ou duas vistas são
suficientes para representá-las. Para isso, devemos utilizar o símbolo de diâmetro (Ø).
Todas as peças cilíndricas torneadas são representadas na posição de montagem ou
fabricação. A linha de simetria é a referência para a cotagem.
A cotagem deve ser feita considerando a fabricação, a função e a medição da peça.
Enfim, a cotagem é importante para a confecção da fabricação da peça, levando em
conta sua funcionalidade e inspeção.
Figura 2 - A cotagem foi feita considerando-se a função da peça. Por isso
os comprimentos dos rebaixos são mais importantes que o comprimento
do corpo.
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Exercícios Sobre Cotagem::
1. Em quais dos desenhos a cotagem de posição dos furos está incorreta?
( ) Nos desenhos 1 e 2.
( ) Nos desenhos 2 e 3.
( ) Nos desenhos 2 e 4.
( ) Somente no desenho 4.
( ) Somente no desenho 2.
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2. Assinale a alternativa correta em relação a cotagem do desenho abaixo.
( ) A cota 40 representa a distância entre centros dos furos de diâmetro 6.
( ) A cota Ø24 representa o diâmetro do furo central.
( ) A cota 2xØ6 representa que existem 6 furos de diâmetro 2.
( ) A cota R6 representa o diâmetro do furo lateral.
( ) A cota 40 representa a largura total da peça.
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3. Analisando a cotagem da peça abaixo pode-se concluir que a distância entre centros
dos furos 1 e 2 é de:
( )180 mm
( ) 140 mm
( ) 160 mm
( ) 20 mm
( ) 60 mm
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Atividade do Desafio 01::
Agora que você acabou de estudar os conteúdos correspondentes a ações necessárias
para se transferir de forma gráfica um equipamento que se tem em mãos, elabore
um croqui de todos os componentes da morsa, com dimensionamento. Após
realizar essa atividade, scanneie e publique os arquivos de acordo com as instruções
fornecidas na área de F.A.Q.
Quaisquer dúvidas conte sempre com o apoio do professor-tutor.
Boa sorte!
Para problemática proposta foi escolhido um modelo de morsa de pequenas dimensões
fabricado em peças de aço.
• Perspectiva da Morsa
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Vista Explodida da Morsa
Neste desafio você deverá:
• Buscar em sua escola e/ou desenvolver um modelo de folha padrão formato A4;
• Executar o desenho em projeções ortogonais das peças usando cortes e secções
caso necessário e efetuar a cotagem das peças.
• Participar do fórum para discutir, trocar experiências e receber orientações sobre o
andamento do seu trabalho.
Lembre-se:
- Esta atividade será o ponto de partida para os desafios 2 e 3 e para o
encontro presencial.
- Todas as atividades são avaliadas.
Para desenvolver esta atividade você deverá:
• definir quantas vistas serão necessárias para representar as peças;
• verificar a necessidade de uso de cortes e secções;
• definir as dimensões faltantes a partir das dimensões das demais peças;
• garantindo assim as condições de montagem;
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• buscar as dimensões dos furos em normas e/ou na literatura; e
• efetuar a cotagem das peças.
Mancal
Mandíbula fixa
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Mandíbula móvel
Base
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Mordente
Guia
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Fuso
Manípulo
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Pino trava
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Desafio 02
Agora que você já elaborou o croqui de todos componentes da morsa com
dimensionamento proposto no Desafio 01, deverá realizar a atividade proposta nesse
segundo desafio: definir ajustes, tolerâncias e tipos de materiais utilizados. Para isso,
você precisará estudar os conteúdos propostos abaixo:
• Acabamento superficial
• Ajustes e tolerância
• Escala
• Legenda
• Caligrafia
• Formatos
• Notas e referências
• Lay out do desenho
• Projeções ortogonais
• Tipos de materiais utilizados
Como já foi dito, é importante lembrar os passos para a execução dessa tarefa:
- Para concluir o trabalho com o auxílio do croqui feito anteriormente preciso:
• Analisar o sistema e definir o acabamento superficial, ajustes e tolerâncias.
• Selecionar os tipos de materiais apropriados para a confecção da peça.
Bom estudo!
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Estado e acabamento superficial - NBR 8404 ::
Introdução
A importância do estado de acabamento superficial aumenta à medida que cresce a
precisão de ajuste entre peças a serem acopladas. Somente a precisão dimensional, de
forma, de orientação e de posição não são suficientes para garantir a funcionalidade do
conjunto acoplado.
Dessa forma, é fundamental para muitas peças a especificação do acabamento das
superfícies, através de rugosidade superficial.
A rugosidade necessária para o bom funcionamento dos conjuntos mecânicos é
especificada em desenhos através de simbologia normalizada, que estudaremos mais
para frente.
Efeitos da rugosidade
A rugosidade desempenha um papel muito importante no comportamento das peças
mecânicas, onde condiciona:
— A qualidade de deslizamento e rolamento;
— A resistência ao desgaste;
— A possibilidade de ajuste do acoplamento forçado;
— A resistência oferecida pela superfície ao escoamento de fluídos e _lubrificantes;
— A qualidade de aderência que a estrutura oferece às camadas _protetoras;
— A corrosão e a resistência à fadiga;
— A vedação;
— A aparência.
O acabamento superficial é medido através de rugosidade superficial que, por sua vez,
é expressa em mícrons (micrômetro – milionésima parte do metro).
Rugosidade superficial
(R máx.) 2,5 mícrons
R máx = Rugosidade superficial máxima
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Sistemas de medição da rugosidade superficial
O sistema de medição da rugosidade superficial pode ser realizado por:
— Desvio médio aritmético - “Ra” – que é a média aritmética dos valores absolutos
das ordenadas do perfil em relação à linha média (X) num comprimento (L) de
amostragem.
— Altura das irregularidades dos 10 pontos - “Rz” - que é a diferença entre o valor
médio dos cinco pontos mais salientes e o valor dos cinco pontos mais reentrantes
medidos a partir de uma linha paralela à linha média em um comprimento (L) de
amostragem. Esta linha paralela não intercepta o perfil.
— Altura máxima das irregularidades - “Rt”- que é a distância entre duas linhas
paralelas à linha média e que tangenciam a saliência mais pronunciada e a reentrância
mais profunda. Esta distância é medida num comprimento (L) de amostragem.
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Simbologia de acabamento superficial
A simbologia de acabamento superficial pode ser representada por meio de valores de
rugosidade. Para o caso de empresas que ainda utilizam desenhos antigos, está
simbologia pode ser representada por sinais convencionais, conforme tabela abaixo.
Tabela – Valores de rugosidade e sinais convencionais.
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Sinais convencionais
De acordo com a NBR-8404 e DIN ISO 1302 a especificação de acabamento nos
desenhos por meio de valores de rugosidade é feita junto com os símbolos que indicam
o processo de obtenção de superfície, onde a indicação da rugosidade em Rz deve ser
colocada à direita e abaixo do símbolo.
Veja no exemplo abaixo como deve ser as disposições da indicação do estado de
superfície no símbolo, explorando com o mouse os itens mencionados na figura.
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Representação dos símbolos no desenho
A representação dos símbolos e inscrições deve ser orientada de maneira que possa
ser lida tanto com o desenho na posição normal, como pelo lado direito. Se necessário,
o símbolo pode ser interligado com a superfície por meio de uma linha de indicação
que deve ser provida com seta na extremidade junto à superfície.
O vértice do símbolo ou da seta deve tocar o contorno da peça ou tocar uma linha de
chamada ou auxiliar, sempre pelo lado externo, que é um prolongamento do contorno.
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Quando, numa mesma peça, houver diferentes graus de acabamento, consideramos
um dos graus, geralmente aquele que mais se repete, como acabamento geral, e o
colocamos em destaque ao lado do desenho. Os demais serão colocados tanto no
desenho como também dentro dos parênteses.
Veja os exemplos de representação dos símbolos no desenho:
1. Especificação de acabamento por meio
de valores de rugosidade
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2. Especificações de acabamento por meio
de valores de rugosidade
3. Especificação de acabamento por meio
de sinais convencionais
4. Especificação de acabamento por meio
de valores de rugosidade
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Exercícios Sobre Simbologia de acabamento superficial::
1. Qual é o significado do símbolo abaixo?
( ) A peça não poderá ser retificada..
( ) N6 é uma tolerância dimensional.
( ) A superfície deverá ser retificada com rugosidade máxima Ra de 6 mm.
( ) A superfície deverá ser retificada com rugosidade máxima Ra de 6 µm.
( ) A superfície deverá ser retificada com rugosidade máxima na classe N6.
2. Qual é o significado do símbolo abaixo?
( ) A rugosidade Ra da superfície deve ficar entre os valores mínimo de 1,6 µm e
máximo de 6,3 µm.
( ) A rugosidade Ra da superfície deve ficar entre os valores mínimo de 1,6 mm e
máximo de 6,3 mm.
( ) A superfície deverá ter rugosidade máxima Ra de 1,6 µm.
( ) A superfície deverá ser retificada com rugosidade máxima Ra de 6,3 mm.
( ) A superfície deverá ser retificada com rugosidade máxima Ra de 6,3 µm.
3. Qual é o significado do símbolo abaixo?
( ) Rugosidade máxima de 3,2 µm em todas superfícies.
( ) Rugosidade máxima de 3,2 nas superfícies indicadas no desenho. Deixar as
superfícies restantes em material bruto.
( ) Usinar com ferramenta esférica com rugosidade máxima de 3,2 µm
( ) Circularidade de 3.2 µm
( ) Cilindricidade de 0,032 mm
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Ajustes e tolerância dimensional ::
Introdução
As tolerâncias que são indicadas, nos desenhos técnicos, são feitas por meio de valores
e símbolos apropriados. Por isso, é necessário identificar a simbologia, os gráficos e as
tabelas a fim de facilitar a leitura e a interpretação no desenho.
Peças não funcionam separadamente, funcionam em conjunto e, assim, as formas
como elas estão dispostas e o seu contato deve ser especificado, para que em
operação o equipamento tenha a sua perfeita funcionalidade assegurada. Veja as
peças mostradas abaixo.
Montagem com tolerância (Telecurso 2000).
Na montagem de peças deve haver uma ajustagem entre elas, o que no Brasil é
determinada pela norma NBR 6158.
A norma NBR 6158 fixa o conjunto de princípios, regras e tabelas que se aplicam à
tecnologia mecânica, a fim de permitir a escolha racional de tolerâncias e ajustes,
visando à fabricação de peças intercambiáveis.
Afastamento
Tolerância dimensional é a variação permissível da dimensão da peça, dada pela
diferença entre dimensões máxima e mínima.
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Afastamentos são desvios nos valores das dimensões nominais, de forma que não
atrapalham a execução da peça, não causam prejuízo para seu funcionamento e na
sua intercambiabilidade.
Vejamos alguns exemplos das aplicações de afastamento nos desenhos técnicos:
1. Tolerâncias positivas;
2. Tolerâncias negativas;
3. Ajustamento das cotas no desenho;
4. Ajuste com folga e ajuste com interferência;
5. Ajuste incerto.
1 - Tolerâncias positivas
No desenho abaixo, o valor da dimensão nominal é 20 e os valores: + 0,28 e +0,18
são os afastamentos: superior e inferior, respectivamente.
Tolerâncias positivas (Telecurso 2000).
Esses valores possuem o sinal “+”, para indicar que são positivo e assim o tamanho da
peça é aumentado. O afastamento superior, 0,28mm, é a máxima variação no
diâmetro da peça que se pode encontrar. E o afastamento inferior, 0,18mm, é a
mínima variação de diâmetro da peça.
Isso quer dizer que, caso a peça seja medida, o máximo valor que pode ser
encontrado para o seu diâmetro não deve ser maior que 20,28mm e menor que
20,18mm.
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2 - Tolerâncias negativas
O desenho abaixo mostra uma peça que apresenta tolerâncias negativas, onde a
máxima dimensão será de 15,8mm e a mínima de 15,59mm.
Tolerâncias negativas (Telecurso 2000).
3- Ajustamento das cotas no desenho
Ao montar o desenho de peças cujas medidas possuem tolerâncias, essas devem ser
especificadas. Vejamos o desenho abaixo:
Ajustamento das cotas no desenho (Telecurso 2000).
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No comprimento da peça, a tolerância é de 0,25mm para mais ou para menos. Isso
quer dizer que a peça pode ter um comprimento total máximo de 40,25mm ou mínimo
de 39,75mm.
Já no segmento com 20mm, esta tolerância não pode exceder a 20,2mm e nem ser
menor que 19,9mm. Assim podemos ter não só duas ou quatro combinações, mas
várias combinações que obedeçam a essa tolerância.
Todas as informações de tolerância, representadas no desenho, é usada para
especificação de montagem de mecanismos, onde é comum se ter folga entre peças ou
interferência. O exemplo disso é a montagem de um eixo num furo.
Eixo
A tolerância não se aplica apenas para peças cilíndricas , mas para outros formatos,
tais como: retangular, elíptica etc.
Furo
Quando tratarmos de furo, entenda-se dimensão do alojamento, um orifício ou
abertura com qualquer formato (desde que se tenha controle das suas dimensões e
formato), onde será alojado algo como uma chaveta, barra, pino etc.
Se a montagem de um eixo num furo ocorre de forma fácil e suave (sem a exigência
do uso de pressão ou força elevada ou sem a dilatação do furo por meio da elevação
de temperatura), se diz que a montagem é com folga ou deslizante. Caso seja
necessário uma ou mais ações para o encaixe das peças, se diz que o ajuste é com
interferência ou forçado.
4- Ajuste com folga e ajuste com interferência.
O ajuste com folga é aquele em que o afastamento superior do eixo é menor ou igual
ao afastamento inferior do furo.
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O ajuste com interferência é aquele em que o afastamento superior do furo é menor
ou igual ao afastamento superior do eixo.
5 – Ajuste incerto
Ajuste incerto é aquele em que o afastamento superior do eixo é maior que o
afastamento inferior do furo e o afastamento superior do furo é maior do que o
afastamento inferior do eixo.
Num desenho com peças a serem montadas, onde não se sabe se o ajuste é com folga
ou com interferência, faça a seguinte verificação:
— para ser folga a diferença entre a mínima dimensão do furo e a máxima dimensão do
eixo deve ser positiva.
— para ser considerado interferência, a diferença entre a máxima dimensão do furo e a
mínima do eixo deve ser negativa.
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Vamos verificar nos exemplos a seguir se as montagens especificadas são com
interferência ou folga:
Exemplo1
Comecemos por verificar se é folga. Para isto faremos o
seguinte cálculo: 25,0 – 24,8 = 0,2
Exemplo da determinação do tipo de ajuste. (Telecurso
2000)
Verificamos que o sinal é positivo, ou seja, a menor
dimensão do furo é maior do que o diâmetro do eixo.
Assim o ajuste é com folga. A folga máxima entre as
dimensões é de 0,62mm, o que corresponde à diferença
entre a maior dimensão do furo e a menor dimensão do
eixo.
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Exemplo2
Vamos verificar a determinação do tipo de ajuste. Faça o
cálculo:25,21 - 25,28 = -0,07
Exemplo da determinação do tipo de ajuste. (Telecurso
2000)
Verificamos que a diferença entre a maior dimensão do
furo e a menor dimensão do eixo é um número negativo,
dessa forma temos interferência, o que corresponde à
mínima interferência encontrada nesse sistema de
ajuste.
A máxima interferência corresponde à diferença negativa
entre a mínima dimensão do furo e máxima dimensão do
eixo: 25,0 -25,41 = -0,41. Observamos que também
ocorre interferência quando fazemos a verificação entre
a mínima dimensão do furo e do eixo.
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Exemplo 3Vamos verificar o tipo de ajuste neste exemplo.
Começamos por verificar que a diferença entre a máxima
dimensão do furo e a máxima dimensão do eixo é de
0,3mm (folga), mas também ocorre uma negativa -0,02
(interferência) entre a mínima dimensão do furo e
mínima dimensão do eixo. Assim o ajuste é incerto com:
— Interferências máxima de 0,18mm e mínima de
0,02mm;
— Folgas máxima de 0,23mm e mínima de 0,7mm.
Exemplo de tipo de ajuste. (Telecurso 2000)
Sistema de ajustes e tolerâncias
Na ABNT ISO 6158 também se define as classes e as tolerâncias.
As classes são as identificações dos tipos de ajustes (comportamento de um furo no
eixo, ambos da mesma dimensão nominal, caracterizado pela folga ou interferência
apresentada) a serem usados, que variam de folga, passando por incerto a
interferência, tanto para furos como para eixos.
São representadas por letras e seguidas de números, formando assim um código
alfanumérico. As letras representam as classes e os números os intervalos de
tolerância, conforme esquema abaixo:
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A tolerância é a diferença entre a maior e a menor dimensão da peça, ou seja, é a
diferença entre o a afastamento inferior e o superior da dimensão nominal na classe
desejada. Os campos de tolerância são de dois tipos:
— Para furo - Os campos de tolerância para furo são representados por letras
maiúsculas:A, B, C, D, E, F, EF, F, FG, G, H, J, JS, K, M, N, P,R, S, T, U, V, X, Y, Z,
ZA, ZB, ZC.
— Para eixo - Os campos de tolerância para eixo são representados por letras
minúsculas:a, b, c, d, e, f, ef, f, fg, g, h, j, js, k, m, n, p,r, s, t, u, v, x, y, z, za, zb,
zc.
Existe um comportamento inverso dos afastamentos fundamentais para furo e eixo.
Os afastamentos fundamentais para eixo são dados:
— de a até h, com dimensões menores que as nominais, afastamentos fundamentais
negativos, indicando folga;
— de j a zc. (exceto js) com afastamentos fundamentais positivos, indicando que as
dimensões do eixo para a classe de afastamentos são indicadas pela interferência.
Os afastamentos fundamentais para furos são dados da forma inversa:
— de A a H o afastamento fundamental é positivo, indicando folga;
— de K até ZC (não válidos graus de tolerâncias menores que IT8 e JS) o afastamento
fundamental é negativo, indicando folga.
Tanto para furo como para eixo, as classes JS e js não se aplicam a essas definições
porque essas classes se distribuem simetricamente em relação à linha zero. Também,
nos dois casos, o H e h representam o limite para a transição da folga para a
interferência.
Linha Zero - É a linha que dá origem aos afastamentos.
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Campo de afastamentos fundamentais - O afastamento fundamental é aquele que
define a posição do campo de tolerância em relação à linha zero. Existem na norma
graus de tolerâncias padrão e afastamentos fundamentais para dimensões de 3mm a
3150 mm. Os graus variam de IT1 a IT18. Esses graus são conhecidos também como
qualidades de trabalho. Eles se aplicam em faixas para diferentes tipos de trabalhos.
São eles:
— IT1 a IT3 que se destinam normalmente à mecânica de grande precisão, como para
calibradores.
— IT4 a IT11 que se destinam às peças exeqüíveis cotidianamente com médio grau de
aprimoramento no processo.
— IT12 a IT18 que se destinam às peças de mecânica grosseira, de pouca exigência de
tolerância.
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Ajustes e tolerância dimensional ::
Sistema furo base e eixo base
Existem na norma NBR6158 dois tipos de sistemas base para a adoção de qualidade de
trabalho:
— o sistema furo base
— o eixo base.
Aplicação
A escolha do sistema base depende da aplicação.
Quando se deseja unir uma engrenagem a um eixo, essa aplicação pode ser feita de
várias formas, como por exemplo:
— chavetado (interferência entre a chaveta e o eixo e deslizante com a engrenagem);
— árvore estriada (deslizante);
— interferência (prensado).
Para escolher a qual dos três modelos se aplica à situação, é necessário estudar a
forma de ajuste antes de executar a ação. Pode-se escolher o sistema base de acordo
com a utilização da peça, importância, funcionalidade e custo de cada uma. Após
escolher o tipo de ajuste, interferência ou folga, e o sistema base, consulte as tabelas
da Norma para encontrar a relação entre ajustes que forneçam as características
desejadas.
Sistema furo base
No sistema furo base, o afastamento inferior é zero, ou seja, a menor dimensão é a
sua própria dimensão nominal. Por exemplo:
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Esse sistema é comumente usado devido à existência de ferramentas padronizadas
para se executar o furo com a tolerância desejada. Além do que, é mais fácil ajustar
um eixo para caber num furo do que ajustar um furo para caber num eixo.
A norma recomenda para escolha de um juste para furos as classes:
A11, B11, C11, D10, E9, F8, G7, H7, H8, H9, H11, JS7, K7, N7, P7, R7, S7. Mas para
o sistema base, apenas as classes em negrito são as mais usadas por terem
afastamento inferior nulo.
Sistemas furo base recomendados pela norma (Telecurso 2000).
Sistema eixo base
No eixo base o afastamento superior é zero, assim a sua maior dimensão é a nominal
e a menor dimensão é obtida através da subtração do afastamento inferior da
dimensão nominal. O eixo base é o oposto do furo base.
Na escolha das classes, a norma recomendada é: a11, b11, c11, d10, e9, f8, g7, h6,
h7, h8, h9, h11, js7, k7, n7, p7,r7, s7. Mas para o sistema base apenas as classes
em negrito são mais usadas por terem afastamento superior nulo.
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Sistema eixo base (Telecurso 2000).
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Exercícios Sobre Ajustes e Tolerâncias Dimensional::
1. Com relação a cotagem abaixo pode-se afirmar que:
( ) Se a peça tiver dimensão real de 30,000 estará dentro da tolerância com muita
precisão.
( ) A dimensão mínima admitida é de 29,985.
( ) A dimensão máxima admitida é de 30,042.
( ) Admite-se que a dimensão possa variar entre o valor mínimo de 29,958 e o
valor máximo 29,985.
( ) Admite-se que a dimensão possa variar entre o valor mínimo de 30,015 e o
valor máximo 30,042.
2. Uma montagem com um eixo de dimensão Ø30g6 em um furo de dimensão
Ø30H7 irá resultar em um ajuste:
( ) Com interferência.
( ) Incerto.
( ) Deslizante.
( ) Prensado.
( ) Fixo leve.
3. Uma montagem com um eixo de dimensão Ø20r6 em um furo de dimensão
Ø20H7 irá resultar em um ajuste:
( ) Com interferência.
( ) Incerto.
( ) Deslizante.
( ) Com folga.
( ) Fixo leve.
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Tolerâncias Geométricas ::
Introdução
De acordo com NBR 2768-2, todos os elementos de partes componentes têm
tolerâncias dimensionais e tolerâncias geométricas. O funcionamento de uma peça
necessita que o desvio da dimensão e os desvios das características geométricas sejam
limitados, uma vez que, quando excedidos, podem dificultar o seu funcionamento.
Dessa forma estudaremos as características geométricas abaixo:
1. Tolerância de Forma
2. Tolerância de Orientação
3. Tolerância de Posição
4. Tolerância de Batimento
1 - Tolerância de Forma
Para garantir a montagem de peças não é necessário apenas que as dimensões
estejam dentro da tolerância. É necessário que as formas também estejam garantidas
com intervalos de tolerâncias. Veja quadro de Tolerâncias Geométricas (Quadro
Sinótico).
Projeto de um eixo.
Eixo fabricado.
Após a peça ser fabricada, observa-se que o eixo se encontra dentro das

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