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Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI - 2006 Curso Metal Mecânica Apostila do Módulo de Desenho Técnico Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 2/137 Índice Problemática 6 Desafio 01 7 Normas da ABNT – Introdução 8 Conheça algumas das Normas NBR 9 Conheça a NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico 11 Folha de desenho, layout e dimensões 14 Legenda 15 Caligrafia técnica 16 Tipos de Linhas - Introdução 17 Formas e espessuras das linhas 18 Aplicação das linhas 19 Escala - Introdução 20 Escala 20 Perspectiva - Introdução 22 Perspectiva Cavaleira 23 Perspectivas Isométrica 24 Perspectivas Bimétrica 26 Projeções - Introdução 27 Projeções ortogonais 28 Exercícios sobre Projeções Ortogonais 38 Cortes e secções - Introdução 41 Hachuras – NBR 12.298 42 Corte Total (DIN-6) 43 Meio corte 47 Cortes com desvio 48 Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 3/137 Corte parcial 49 Corte composto 50 Secção traçada sobre a vista 51 Secção traçada fora da vista 51 Exceções nas representações com corte 52 Rupturas 55 Exercícios sobre Cortes e Secções 56 Roscas - Introdução 60 Rosca Externa 61 Rosca Interna 62 Representação de roscas na montagem 64 Dimensionamento de roscas 65 Cotagem em desenho técnico - Introdução 67 Norma - NBR-5984/80 68 Tipos de cotagem 69 1. Cotagem por elemento de referência 71 2. Cotagem em série 73 3. Cotagem de diâmetro 74 4. Cotagem de raios, cordas e arcos 74 5. Cotagem de furos eqüidistantes 75 6. Cotagem de peças cônicas 75 7. Cotagem com símbolos 76 8. Cotagem de ângulos e chanfros 77 Peças cilíndricas torneadas 80 Exercícios sobre Cotagem em Desenho Técnico 81 Atividade do Desafio 01 84 Desafio 02 91 Estado e acabamento superficial - NBR 8404 - Introdução 92 Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 4/137 Efeitos da rugosidade 92 Sistemas de medição da rugosidade superficial 93 Simbologia de acabamento superficial 94 Sinais convencionais 95 Representação dos símbolos no desenho 96 Exercícios sobre Simbologia e Acabamento Superficial 99 Ajustes e tolerância dimensional - Introdução 100 Afastamento 100 1 - Tolerâncias positivas 101 2 - Tolerâncias negativas 102 3- Ajustamento das cotas no desenho 102 4- Ajuste com folga e ajuste com interferência 103 5 – Ajuste incerto 104 Sistema de ajustes e tolerâncias 107 Sistema furo base e eixo base 110 Sistema furo base 110 Sistema eixo base 111 Exercícios sobre Tolerância Dimensional 113 Tolerâncias Geométricas - Introdução 114 Tolerância de Forma 114 Tolerância de Orientação 117 Tolerância de Posição 119 Tolerância de Batimento 121 Exercícios sobre Tolerâncias Geométricas 122 Seleção de Materiais - Introdução 123 Especificações de Desempenho 123 Especificações de Projeto 124 Exercícios sobre Seleção de Materiais 125 Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 5/137 Atividade do Desafio 02 126 Conhecendo o Solidworks 128 Módulos Básicos 128 Conceitos Gerais 129 Método Geral para Modelagem 3D 129 Explorando a Interface Gráfica 130 Modelando Peças 3D (Part) 133 Modelando Montagens (assembly) 134 Gerando Desenhos 2D a partir de Modelos 3D (drawing) 135 Orientações para o Encontro Presencial 136 Créditos 137 Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 6/137 Problemática Recém instalada no Brasil, a multinacional Mundi Vidros é especializada em vidros automotivos. A empresa visa atender à crescente demanda da indústria automobilística, que cada vez mais utiliza o produto na montagem dos veículos. Na sua ferramentaria, diversas ferramentas são utilizadas no processo de montagem dos dispositivos que auxiliam na fixação desses materiais, dentre elas a morsa. Diante disso, a Mundi Vidros necessita de parceiros na montagem desta ferramenta. Para isso, ela fornece o modelo de morsa utilizada na sua fábrica e solicita a reprodução. O SENAI, como parceiro nessa empreitada, solicita dos seus profissionais que façam um cadastramento da morsa existente, para atender à solicitação da Mundi Vidros. Dessa forma, você terá que apresentar esse cadastramento no tempo determinado e dentro dos padrões já estabelecidos pelas normas de desenho técnico. Bom trabalho! Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 7/137 Desafio 01 Para iniciar o seu trabalho, você precisa realizar o primeiro desafio de curso que é transferir de forma gráfica o que tem fisicamente em mãos. Para isso, você precisará estudar os conteúdos propostos para atender a esse desafio: • Normas da ABNT específicas para desenho técnico • Tipos de linhas • Perspectiva (se necessário) • Cotagem • Cortes, secções, detalhes e etc. • Roscas (simbologias) • Acabamento superficial (simbologias) • Ajustes e tolerância dimensional • Tolerância de forma, posição e orientação Durante seus estudos, você deverá executar a atividade do desafio 01. Só assim poderá partir para o segundo desafio proposto. No entanto, para realizar todo esse percurso, é importante lembrar dos passos para a execução dessa tarefa. Isso é válido até mesmo para você, que é conhecedor dos procedimentos para leitura e interpretação de desenho técnico. Analisar o princípio de funcionamento do equipamento (morsa). Fazer croqui de cada componente da morsa. Definir as projeções (necessárias) de todas as peças que compõem a morsa para confecção. Medir as peças e transferir valores para os croquis. Mostrar detalhes internos com cortes, detalhes, seções, etc. Bom estudo! Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 8/137 Normas da ABNT específicas para desenho técnico :: Introdução Como em todos outros países, existe no Brasil uma organização que estabelece, fundamenta e recomenda as normas do Desenho Técnico Mecânico, a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Os procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem tanto em normas nacionais quanto em normas internacionais que definem desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de representação gráfica. NORMAS NACIONAIS Normas ISO -International Organization for Standardization Criada com objetivo de promover, no mundo, o desenvolvimento da normalização e atividades relacionadas com a intenção de facilitar o intercâmbio internacional de bens e de serviços e para desenvolver a cooperação nas esferas intelectual, científica, tecnológica e de atividade econômica. Normas DIN - Deutsche Normen - (antigamente Deutsche Industrie Normen). Tomada como referência para a criação da norma ISO. Editada pelo DIN - Deutsche Institut fur Normung – Instituto Alemão para Normalização. Representada no Brasil pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, que possui sede no Rio de janeiro e na Delegacia de São Paulo, coleções completas e em dias, de todas as normas DIN. Outras normas contribuem na elaboração do desenho técnico, são elas: Américan National Standards Institute - ANSI, American Petroleum Institute - API, entre outras. Nas páginas seguintes vocêconhecerá um pouco mais essas normas. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 9/137 Normas da ABNT específicas para desenho técnico :: Conheça algumas das Normas NBR NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSOES Padroniza as dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e define seu lay-out com suas respectivas margens e legenda. Sua padronização tem por finalidade facilitar a leitura, a reprodução e o arquivamento do desenho . Na tabela a seguir, são apresentadas as dimensões da série “A”. Desde as suas principais dimensões até espessura das linhas da margem. NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL Tem o objetivo de definir os termos empregados em desenho técnico. Define, entre outros, os tipos de desenho quanto ao(à): - Aspecto geométrico (desenho projetivo e não-projetivo); - Grau de elaboração (esboço, desenho preliminar e definitivo); - Grau de detalhamento (desenho de detalhes e conjuntos); - Técnica de execução (À mão livre ou utilizando computador). NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS - Fixa a forma de dobramento de todos os formatos de folhas de desenho, para facilitar a fixação em pastas. Eles são dobrados até as dimensões do formato A4. NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS TÉCNICOS - Fixa as condições exigíveis para a escrita usada em desenhos técnicos e documentos Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 10/137 semelhantes, visando à uniformidade e à legibilidade evitando prejuízos na clareza do desenho e a possibilidade de interpretações erradas. NBR 8993 – REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE PARTES ROSCADAS EM DESENHO TÉCNICO - Fixa as condições exigíveis do método convencional de representação simplificada de partes roscadas em desenhos técnicos. Este método independe do tipo de rosca ao qual se aplica. Existem, ainda, outras normas que regulam a elaboração dos desenhos com a finalidade de atender a uma determinada modalidade de engenharia. Como, por exemplo: a NBR 6409, que normaliza a execução dos desenhos em Engenharia Elétrica; a NBR 7191, normaliza desenhos para obras de concreto simples ou armado; NBR 11534, que normaliza a representação de engrenagens em Desenho Técnico Mecânico; NBR 10067, normaliza os princípios gerais de representação de desenho técnico. Durante seus estudos, você encontrará essas e outras normas regulamentadas pela ABNT. No entanto, é bom ficar atento às mudanças e às atualizações constantes que sofrem tais normas, sempre consultando-as ao executar suas atividades. Conheça um pouco mais algumas delas. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 11/137 Normas da ABNT específicas para desenho técnico :: Conheça a NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico Normaliza a distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, o espaço para desenho e o espaço para legenda. A regra geral é organizar os desenhos distribuídos na folha de modo a ocupar toda a área e organizar os textos acima da legenda, junto à margem direita e/ou à esquerda da legenda, acima da margem inferior. Para uma boa disposição do desenho, é necessário que se obedeça às regras para a sua organização na folha. Nesse tópico, representaremos a disposição mais conveniente com relação a(ao): Margens As margens são de uso muito comum e já normalizado. Nas margens o valor de y é de 10mm para os formatos de A0 e A1 e 7mm para A2 a A4. Outro aspecto importante a ser considerado é respeitar as margens do desenho principalmente para a obtenção do dobramento, facilitando, assim, o seu arquivamento. a) Forma e apresentação das Folhas de Desenho b) Formatos1 e apresentação das Folhas de Desenho 1 Ao formato do exemplo b se aplicam as mesmas regras para a figura a. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 12/137 Espaço para desenho Espaço utilizado pelo desenhista para representação da peça. Caso haja alguma vista preferencial para o desenho da peça, essa é colocada na parte superior esquerda do espaço para desenho. Os desenhos estão sempre dispostos nas formas horizontal e vertical, a depender das características da peça representada, dentro dos conceitos de representação por vistas, cortes e seções. Espaço para texto O espaço para texto é destinado para informações que não puderam ser colocadas no espaço para desenho. No espaço para texto devem conter, genericamente, informações tipo: Explanação - Símbolos especiais, designação, abreviaturas e tipos de dimensões. Instrução - Acabamento superficial para a(s) peça(s) que não está(ao) especificadas no desenho; material (tipo de liga, código e componentes químicos); quantidade(s); e até informações sobre o funcionamento do equipamento e as suas características, como: faixas de rotação, pressões e temperaturas. Referências - Informações referentes a outros desenhos e/ou outros documentos. Localização da Planta de Situação - Planta esquemática com marcação da área construída. Tábua de Revisão - Número ou letra que determina a seqüência da revisão, quem revisou, aprovação e data. Diante disso, um formato A4, por exemplo, representado nessa ilustração, que mede 297x210mm ficará reduzido na largura a 267mm e na altura a 200 mm; dessa forma, a representação de peças em verdadeira grandeza, com dimensões variando em torno de 100mm, requer cuidado e atenção por parte do desenhista para que não torne o desenho de difícil interpretação. Além das margens da própria folha, devem ser mantidas distâncias entre as informações do desenho e as margens. Exemplo na próxima página: Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 13/137 Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 14/137 Folha de desenho, layout e dimensões :: Algumas normas estabelecidas pela NBR têm como objetivo padronizar as dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e definir seu layout com suas respectivas margens e legenda. Veja figura abaixo: Posicionamento das legendas e disposição das mesmas. Outras normas estabelecem o formato do papel que deve ser utilizado na execução de desenhos técnicos, como, por exemplo, os formatos em série “A”. Os formatos da série “A” têm como base o formato A0 (A zero), cujas dimensões guardam entre si a mesma relação que existe entre o lado de um quadrado e sua diagonal (841√2 = 1189), e que corresponde a um retângulo de área igual a 1 m². O formato básico do papel, designado por A0, é o retângulo cujos lados medem 841mm e 1.189mm, tendo a área de 1m². Do formato básico, derivam-se os demais formatos. Formato básico e os tamanhos dos padrões. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 15/137 Legenda :: A legenda deve ficar no canto inferior direito nos formatos A3, A2, A1 e A0, ou ao longo da largura da folha de desenho no formato A4. Veja exemplo na tabela abaixo. Exemplo de formatação de legenda. A legenda pode consistir de outras formas e disposições desde que esteja em conformidade com as normas que regem os seus formatos e esteja clara para quem o lê. Pode conter informações tais como: título do desenho ou nome, número, escala, empresa, data, descrição dos componentes (quantidade, denominação de peça, material), normas e dimensões. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 16/137 Caligrafia técnica :: Um dos mais importantes requisitos dos desenhos mecânicos é a caligrafia técnica, que deve ser simples e legível, suas letras e algarismos podem ser inclinados para a direita, formando um ângulo de 75 graus com a linha horizontal. Tabela Caligrafia Técnica. As proporções são as seguintes: A altura da letra maiúscula e dos números mede h; A altura da minúscula mede 7/10 de h; A distânciamínima entre caracteres 2/10h; A espessura de qualquer linha e perna de letra ou número mede 1/10 de h; O comprimento de pernas de letras como g, p e q são de ¼ de h, abaixo da linha onde esse escreve; A distância mínima entre palavras são de 6/10 de h; O ângulo da aresta da letra e a linha horizontal deverão ter uma inclinação de 75º. O valor de h, altura da letra depende do desenho. Devem ser proporcionais a ele e ao desenho; devem ser legíveis e de rápida execução. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 17/137 Tipos de Linhas :: Introdução As linhas são utilizadas em desenhos técnicos e documentos semelhantes para definição clara do formato da peça. Vários tipos de linhas são utilizadas para representar faces e arestas de diferentes maneiras em diferentes vistas, devido às linhas serem de fundamental importância para o entendimento do projeto. As linhas representam as arestas que, fechadas, representam as faces que, por sua vez, são classificadas por sua relação espacial nos planos de projeção. As linhas são apresentadas de acordo com essa lógica em três faces da figura abaixo. Classificação das faces. Quando superfície é inclinada em relação a dois planos de projeção e perpendicular a um terceiro, costuma-se dizer que a perpendicular é uma auxiliar ou uma face de projeção acumulada. Na figura a seguir houve a coincidência da face de projeção acumulada ser a frontal. As três faces dessa peça facilitam a visualização da sua geometria sem a necessidade de se ver a peça tridimensionalmente. Porém, se a face frontal não fosse perpendicular a nenhuma das outras faces, ou se, além disso, a sua superfície não for plana nada poderíamos presumir a respeito do volume. Dessa forma, as linhas têm fundamental e primordial importância num desenho técnico. São as linhas, com as suas formas e espessuras, que definem as superfícies tridimensionais de uma peça em desenho bidimensional. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 18/137 Disposição das vistas da peça acima. Na ordem: a)Frontal b) Perfil c) Horizontal. Formas e espessuras das linhas As linhas variam conforme NBR 8403/1984, principalmente quanto à forma e à espessura. As espessuras das linhas variam conforme a escala, dimensão e densidade de linhas do desenho. A norma determina o seguinte: escalonamento para as espessuras: 0.13, 0.18, 0.25, 0.35, 0.50, 0.70, 1.00, 1.40 e 2.00mm. As cores também representam larguras das linhas. De acordo com a norma, estão na ordem de escalonamento apresentado: lilás, vermelha, branca, amarela, marrom, azul, laranja, verde, cinza (normalmente utilizada em software de engenharia). Linha Denominação Aplicação 01 Contínua larga Contornos e arestas visíveis. 02 Contínua estreita Linhas de interseção imaginárias, cotas, auxiliares, de chamada, hachuras, contorno de seções rebatidas na própria vista e de centro curtas. 03 Contínua estreita a mão livre Limites de vistas e cortes parciais interrompidas, se o limite não coincidir com as de traço e ponto. 04 Contínua e estreita em zigue-zague Desenhos feitos por máquinas. Indicam quebra de continuidade. 05 Tracejada larga Contornos não-visíveis e arestas não-visíveis. 06 Tracejada estreita Idem 07 Traço e ponto estreito. Linhas de centro e simetria 08 Traço e ponto. Estreita e larga nas pontas e na mudança de direção. Indicam planos de corte. 09 Traço e ponto largo Para linhas de superfícies especiais. 10 Traço e dois pontos estreitos. Contorno de peças adjacentes; posição limite de peças móveis; linhas de centro; detalhes. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 19/137 Aplicação das linhas No desenho técnico, as coincidências de linhas são evitadas a fim de tornar o desenho claro e legível para qualquer um. Caso ocorra a coincidência de uma ou mais linhas, a prioridade segue a seguinte ordem: 1.Contínua larga; 2.Contínua estreita; 3.Tracejada; 4.Traço e ponto estreito e largo nas extremidades e na mudança de direção; 5.Traço e ponto e estreito; 6.Traço e dois pontos; 7.Contínua estreita; Para finalizar mais esta etapa e dar continuidade aos seus estudos, veja um exemplo de aplicação das linhas no desenho técnico mecânico. Para isso, passe o mouse sobre cada letra e conheça o tipo de linha correspondente. Exemplo de linhas usadas em desenho técnico. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 20/137 Escala :: Introdução Para uma representação fiel ou detalhamento preciso das peças do projeto, é necessário um desenho de fácil leitura e interpretação, dessa forma o ideal é que as peças estejam representadas de forma inequívoca nos seus desenhos representativos. Seguindo essa idéia, o que vem à mente é representar a peça completamente, com todos os seus detalhes bem visíveis, num desenho bem organizado na folha e bem feito, sem borrões, sem superposição de linhas, sem excesso de vistas e cortes, numa escala bem escolhida para todo desenho. Mas, às vezes, aquele detalhe, importantíssimo, tem uma dimensão cinqüenta vezes menor que o conjunto inteiro representado no desenho. Daí surge a questão: - Como representar esse detalhe no desenho sem desorganizá-lo ou torná-lo mal representado? Para essa questão, uma das saídas é a representação em escala ampliada da região do detalhe, com todo conjunto desenhado numa escala menor. Assim o uso de escalas, no desenho técnico, ocorre em situações onde se torna inadequada a representação da peça em verdadeira grandeza (V.G.) também conhecida como: escala 1:1. O desenho de um elemento de máquina pode estar em: - Escala Natural (Ex: 1:1) - Escala de Redução (Ex: 1:5) - Escala de Ampliação (EX: 2:1) Escala Considere o exemplo abaixo. Ele está informando ao leitor que as dimensões apresentadas estão numa proporção tal onde cada unidade de medida real que se lê, numa dimensão do desenho, representa cinco unidades na peça física. Ou seja, se no desenho a dimensão indicada é: 5mm, quando medida em um escalímetro, escala ou outro instrumento, apresentará 1mm. Significa que: se o desenho tem a escala 1:5, cada 1mm no desenho representa 5mm na verdadeira grandeza (VG). Daí: Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 21/137 Essa forma de usar a escala é conhecida como redução, ou escala de redução, onde o desenho está reduzido. No entanto, o inverso pode acontecer. Na representação através de desenhos executados em escala de ampliação, as dimensões do desenho aumentam numa proporção definida em relação às dimensões reais da peça. Na escala 5:1, significa dizer que 5mm no desenho correspondem a 1mm na peça real. Veja figura abaixo: Exemplificação de desenhos em escala de ampliação e natural. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 22/137 Perspectivas :: Introdução Representar uma peça em forma de desenho técnico é fácil até certo ponto. Muitas vezes a geometria da peça só fica clara para o leitor do desenho após ele ver as peças reais, ou seja, físicas. Essa situação nem sempre é possível, muitas vezes não se tem acesso ao local da peça ou à própria peça, quando se trata do projeto de uma inovação. Para facilitar a interpretação do desenho da peça, muitas vezes usa-se a perspectiva na representação geométrica. Uma situação dessa é mostrada no desenho a seguir. Desenho em perspectiva (SolidWorks2003®) em escala reduzida com fins ilustrativos. As perspectivas usadas e mais conhecidas são: Cavaleira Isométrica Bimétrica Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 23/137 Perspectiva Cavaleira Projeção axonométrica ablíqua, na qual o plano de projeção é paralelo a um dos planos de coordenadas. Observe a figura abaixo e considere o conjunto de seguimentos de retacheio como os eixos orientados (x, y e z). Veja que a representação das dimensões de uma peça nesses eixos terão as proporções dentro das escalas apresentadas. Perspectiva cavaleira ( PROVENZA, Francesco – Escola Pro-tec, Desenhista de Máquinas 1978). Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 24/137 Perspectivas Isométrica Perspectiva isométrica é uma representação axonométrica ortogonal na qual qualquer linha de projeção faz três ângulos iguais em relação aos eixos de coordenadas. Para se executar a perspectiva isométrica de uma peça, basta fazê-lo da mesma forma como foi apresentado no desenho, seguindo a ordem: 1. Fixação do ponto A; 2. Execução das linhas nos três sentidos; 3. Acréscimo das medidas do corpo; 4. Esboço do corpo básico com retas paralelas; 5. Acréscimo das medidas do rebaixo, 6. Finalização com a colocação do rebaixo com retas paralelas. 7. Apagar as linhas auxiliares Na maioria das vezes, quando se fazem desenhos em perspectivas, faz-se em perspectiva isométrica por ser o de mais fácil execução, uma vez que todas as dimensões estão na mesma escala, que pode ser 1:1. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 25/137 Veja abaixo os exemplos de desenhos em perspectiva isométrica. Nesse desenho, não é tão perceptível a lógica de posicionamento da peça. Peça à direita representada por uma vista qualquer e a sua representação à esquerda em perspectiva isométrica (SolidWorks 2003®). Na peça de geometrias regulares, como um paralelepípedo, é visível a lógica de posicionamento da peça. Representação isométrica de um paralelepípedo (SolidWorks 2003®). Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 26/137 Perspectivas Bimétrica Representação axonométrica na qual as escalas de dois dos eixos de coordenadas são idênticas, com uma escala diferente para o terceiro eixo. Apresentação da perspectiva dimétrica com SolidWorks 2003®. A sua representação segue a seguinte proporção: Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 27/137 Projeções :: Introdução A distribuição das vistas, cortes e seções na folha de desenho são de suma importância para uma boa leitura do desenho e seguem a teoria do desenho projetivo que é a representação de qualquer objeto ou figura, através da sua projeção num plano. Os planos estão dispostos no espaço, divididos em intervalos de 90º, ou seja, quatro ângulos, chamados de diedros. Diedro quer dizer: “que tem duas partes”. Esses quatro ângulos são numerados no sentido anti-horário: 1º, 2º, 3º e 4º. As figuras são projetados nos planos onde serão chamados de projeções ortogonais, ou seja, a 90°, das peças ou figuras nos planos dos diedros. Para que haja uniformidade da representação de peças em desenho, foi convencionada pela Norma Internacional de Desenho Técnico que esta representação seria por projeções ortogonais em apenas 2 diedros: 1° e 3°. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 28/137 Projeções Ortogonais:: As normas americanas usam mais a representação no terceiro diedro, colocando o plano de projeção entre a peça e o observador. Posicionamento do observador, peça e plano de projeção. (Apostila de leitura e Interpretação de desenho técnico, Profº Lélio, FAENQUI/ DEBAS). No entanto, para fins de familiarização e entrosamento com as normas brasileiras , em nosso curso utilizaremos as projeções ortogonais pelo primeiro diedro, onde a peça está entre o observador e a sua projeção. Posicionamento do observador, peça e plano de projeção. (Apostila de leitura e Interpretação de desenho técnico, Profº Lélio, FAENQUI/ DEBAS). Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 29/137 Representação da projeção frontal da peça no primeiro diedro, no plano vertical. Para nossos estudos, utilizaremos inicialmente a geração de desenhos nesse diedro, onde será usado apenas o Plano Vertical superior e o Horizontal Anterior. Assim, na figura apresentado a seguir, o objeto está entre o observador (leitor) e o plano vertical (papel), obedecendo a regra para o primeiro diedro. Para a representação da figura citada anteriormente (página 02) ser completamente entendida, bidimensionalmente, são necessárias mais duas vistas: uma da parte superior e outra de uma das partes laterais. Isso é devido à intenção de serem representadas, corretamente todas as dimensões da peça e as suas características, sem quaisquer chances de haverem equívocos durante a leitura e interpretação do desenho, conforme representação abaixo: Representação das vistas superior (a) e da lateral (b). Para a representação da mesma figura apresentada anteriormente do objeto no primeiro diedro, gerando a vista superior (conhecida também como vista em topo ou em planta), fez-se apenas o chamado rebatimento do que era visto pelo observador Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 30/137 por cima da peça ( conforme figura a) e do que era visto pelo lado esquerdo (conforme figura b) num plano auxiliar, lateral (perfil). Então, o rebatimento no primeiro diedro seria: Rebatimento no primeiro diedro do plano horizontal para o vertical inferior. Para o caso de rebatimento feito do plano horizontal para o vertical, da mesma figura tratada anteriormente, foi feita no plano horizontal e rebatida para o vertical. Já para a geração da vista lateral (perfil) deve ser feito o mesmo tipo de rebatimento, mas com origem num plano perpendicular ao horizontal e o vertical, simultaneamente. Assim, resultando na figura representada a seguir: Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 31/137 Representação das projeções do objeto os planos vertical, horizontal e de perfil. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 32/137 Com a mesma figura tratada anteriormente, é feito o giro do plano lateral em relação à reta de intersecção entre ele e o plano vertical, mantendo na projeção lateral a mesma vista no plano lateral. Dessa forma, o que será visto é o rebatimento da projeção lateral no plano vertical. Rebatimento da vista de perfil para a vertical. O desenho de uma peça deve apresentar uma quantidade suficiente de vistas para que sua compreensão seja perfeita. Uma peça, por mais simples que seja, é representada em desenho por suas vistas, que são as imagens obtidas através de projeções feitas em posições determinadas. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 33/137 No desenho técnico, as vistas correspondem às projeções da peça rebatidas para um plano, que é a superfície da folha de papel do nosso desenho. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 34/137 As vistas de um desenho técnico podem ser obtidas através do rebatimento prático. Na indústria as projeções costumam ficar definidas em desenhos contendo três vistas. Dessa forma, podemos obter essas vistas, de maneira prática, fazendo as projeções e rebatimentos com giros a 90º da peça, conforme figura a seguir: Em peças com: Detalhes não visíveis utilizam–se projeções com linhas tracejadas; Linhas tracejadas Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 35/137 Furos cilíndricos adotam-se projeções com linhas de centro; Linhas de centro Vistas simétricas recebem eixos de simetria. Eixos de simetria Enfim, ao aplicar todas as etapas estudadas nesse conteúdo, obteremos o resultado da disposição gráfica bidimensional mais comum na representação de uma peça no formato de desenho mecânico. Onde se aplica às vistas mais freqüentes, tais como, vistas frontal (elevação), superior (topo ou planta) e lateral esquerda ou direita. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentesdo SENAI 36/137 Veja exemplo de disposição de uma peça em tridimensional no formato A4. Nas larguras dessa figura temos: Largura frontal (elevação) = 60mm, Largura da lateral = 40mm e uma Distância entre as vistas de 30mm. Diante dessas medidas sobram 50 mm, portanto deve-se deixar na esquerda 25mm e na direita 25mm. Veja exemplo: Representação da peça no formato A4 considerando as margens laterais. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 37/137 Já na altura dessa figura termos: Altura frontal (elevação) = 105mm, Espessura da planta (vista superior) = 40mm e Distância entre as vistas de 30mm. Considerando as margens superior e inferior, sobraram 60mm, portanto, foi distribuído e centralizados na parte superior 30mm e na inferior, 30mm. Veja exemplo: Representação explicitando a configuração do desenho no papel considerando os ajustes nas margens superior e inferior do formato A4. Tomando todos os cuidados na distribuição da figura, obtém-se um desenho bem distribuído e centralizado no formato. Conforme apresentada na figura a seguir: Desenho reduzido para fins ilustrativos. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 38/137 Exercícios Sobre Projeções Ortogonais:: 1. O que representa cada linha indicada no desenho abaixo? ( ) 1-aresta visível. 2-contorno visível. 3-linha de centro. 4-contorno visível. 5- linha de centro. ( ) 1-contorno não-visível. 2-contorno visível. 3-linha de centro. 4-aresta não- visível. 5-linha de centro. ( ) 1-aresta visível. 2-contorno visível. 3-linha de centro. 4-contorno não-visível. 5- linha de simetria. ( ) 1-contorno visível. 2-aresta visível. 3-linha de simetria. 4-contorno não-visível. 5-linha de simetria. ( ) 1-aresta visível. 2-contorno visível. 3-linha de centro. 4-linha de ruptura. 5- linha de simetria. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 39/137 2. A relação correta entre os desenhos em projeções e os desenhos em perspectiva é: ( ) 1-A 2-B 3-C ( ) 1-A 2-C 3-B ( ) 1-B 2-A 3-C ( ) 1-C 2-B 3-A ( ) 1-B 2-C 3-A Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 40/137 3. Qual o desenho em projeções ortogonais representa a peça abaixo? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 41/137 Cortes e secções :: Introdução A representação em projeções de uma peça pode não ser suficiente para a verdadeira interpretação do desenho técnico, uma vez que poderá existir detalhes internos a serem identificados, cotados e especificados. Dessa forma, é necessário que seja feito um outro desenho da peça ou aproveitamento de uma das projeções existentes. Essa outra configuração é denominada corte. Desenho de corte AA (SolidWorks2003®). Uma projeção mostrada em corte facilita a leitura de detalhes internos e simplifica a colocação de cotas, além de representar o material empregado na confecção da peça, que é denominado hachura. Quando se deseja apenas detalhar uma pequena parte da peça que não pode ser feita na mesma escala do desenho ou se quer fazer uma representação de suas características geométricas, o corte é denominado de secção ou detalhes. De acordo com a peça que se pretende desenhar, existe um tipo de corte; dentre eles destacam-se: corte total; meio corte; cortes com desvio (corte composto); corte parcial; Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 42/137 Hachuras – NBR 12.298 Nos desenhos técnicos mecânicos, as hachuras são utilizadas para representar as superfícies atingidas pelo corte e também para representar os diversos materiais empregados nas indústrias. Normalmente, a hachura é traçada com inclinação de 45º em relação à base ou ao eixo da peça. Veja como representar as hachuras referentes aos materiais utilizados nas indústrias: No caso de ocorrer uma necessidade especial, por exemplo, um desenho de conjuntos, a representação dos diferentes materiais pode ser feita através de hachuras e, embora não usual, a NBR 12298 contempla ainda o uso de cores. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 43/137 Na representação de cortes de duas ou mais peças em um conjunto, a sua superfície é hachurada em posições inversas. Veja o exemplo abaixo. Inclinação das linhas de hachuras em cortes e seções de montagens. Corte Total (DIN-6) O corte, quando representado em toda a extensão da peça, é considerado corte total. O corte total é representado em três planos, conforme mostrado a seguir. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 44/137 1. Corte longitudinal O corte recebe esse nome quando é feito no sentido da maior dimensão da peça por um plano vertical. A direção do corte é mostrada nos desenhos por linhas de corte e as setas indicam o sentido em que as peças foram observadas. A expressão corte A-B é escrita abaixo da vista hachurada, onde as linhas tracejadas poderão ser omitidas, desde que não dificulte a interpretação. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 45/137 2. Corte transversal O corte também pode ser dito transversal, quando é feito por um plano transversal na região necessária ao corte, como na figura abaixo. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 46/137 3. Corte horizontal O corte horizontal é feito por um plano horizontal na região necessária ao corte, como na figura abaixo. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 47/137 Meio corte O meio corte é empregado no desenho de peças simétricas, onde somente meia vista aparece em corte. Este tipo de corte apresenta a vantagem de indicar, em uma só vista, a parte interna e a externa da peça. Na projeção da peça com aplicação de meio corte, as linhas tracejadas devem ser omitidas na parte não cortada. Meio corte de peça cilíndrica. Em peças com eixos de simetria verticais, o corte deve ser representado à direita da linha de simetria. Já nas peças com eixos de simetria horizontais, o meio corte deve ser representado abaixo da linha de simetria. As linhas de cota, utilizadas para dimensionar a configuração interna, devem ultrapassar alguns milímetros do eixo de simetria e levam seta somente na extremidade que toca o contorno ou a linha de chamada (linha auxiliar). Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 48/137 A cotagem de peças cilíndricas com furos internos em meio corte deve ser executada conforme o desenho abaixo. Cotagem de pelas cilíndricas com meio corte. Cortes com desvio A direção do corte, normalmente, passa pelo eixo principal da peça, mas pode também, quando necessário, mudar de direção para atingir detalhes situados fora do eixo e que devam ser mostrados em corte. Nesse caso, o corte é chamado de corte com desvio. A peça é cortada em toda a sua extensão por mais de um plano de corte, dependendo de sua forma particular e dos detalhes a serem mostrados. Veja o exemplo: Figura 1 - Corte com desvio. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 49/137 Corte parcial O corte parcial é representado através de uma vista com limites desenhados à mão, para mostrar algum detalhe da peça, evitando, com isso, o corte total. Neste caso, apenas uma parte da peça é “cortada”. Este corte é limitado por uma linha de ruptura. Figura 1 - Corte parcial. Os detalhes não visíveis e não atingidos pelo corte, como no exemplo da figura 1, permanecem com representação tracejada. No entanto, quando os detalhes não visíveis forem evidentes, exemplo da figura 2, a representação tracejada é dispensada. Figura 2 Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentesdo SENAI 50/137 Corte composto A superfície oblíqua do plano de corte é rotacionada até a obtenção de uma única superfície, para transformar o corte composto por duas superfícies em um corte reto. É feita a utilização de rupturas para poder representar a verdadeira grandeza da parte oblíqua e, ao mesmo tempo, manter o alinhamento vertical das vistas. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 51/137 Secção traçada sobre a vista A secção traçada sobre a vista é utilizada quando se quer demonstrar a secção da peça, eliminando a necessidade de criar outra vista no desenho. Esta secção é realizada diretamente sobre a vista com linha contínua estreita, com o eixo de execução sempre perpendicular ao eixo principal da peça ou da parte seccionada. Secção traçada fora da vista A secção traçada fora da vista também é utilizada quando se quer demonstrar a secção da peça, eliminando a necessidade de criar outra vista no desenho. Entretanto, não é desenhada sobre a vista: o desenho ocorre fora dela, com linha contínua larga e em posição que facilite a colocação das cotas. A direção da secção é indicada através da linha de corte. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 52/137 Exceções nas representações com corte Alguns elementos normalizados não são representados em corte. Quando esses elementos são atingidos por cortes, no sentido longitudinal, não apresentam hachuras. Temos alguns exemplos como: Parafusos, porcas, arruelas Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 53/137 Eixos e chavetas Roletes de rolamento e esferas de rolamento Raios de rodas Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 54/137 Pinos e contrapinos Rebites Manípulos Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 55/137 Nervuras Rupturas Peças simples e longas, como chapas, eixos, tubos, etc., não precisam ser desenhadas em escala muito reduzida para caber em formato habitual (A4 ao A0). A fim de economizar espaço e tempo, empregam-se rupturas. Para isso, quebra-se imaginariamente a peça nos dois extremos e remove-se a parte quebrada, aproximando as extremidades partidas. O comprimento real será dado pela cota. Representação de rupturas. Quando a ruptura não tem o objetivo de representar a forma do corpo da peça, ela pode ser feita como aparece nas figuras abaixo. Apenas com a linha de ruptura à mão livre. Peça cilíndrica maciça. Tubo em corte. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 56/137 Exercícios Sobre Cortes e Secções:: 1. Qual tipo de corte é usado em cada desenho abaixo? ( ) 1-corte total. 2-corte em desvio. 3-meio corte. 4-corte parcial ( ) 1-corte em desvio. 2-corte total. 3-corte parcial. 4-meio corte. ( ) 1-corte parcial. 2-secção. 3- corte total. 4-meio corte. ( ) 1-meio corte. 2-corte em desvio. 3-corte parcial. 4-corte total. ( ) 1-corte em desvio. 2-corte total. 3-meio corte. 4- corte parcial. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 57/137 2. Quais elementos sofrem omissão de corte em cada desenho? ( ) 1-braços e dentes. 2-nervuras e orelhas. ( ) 1-nervuras e dentes. 2-braços e orelhas. ( ) 1-braços e furo. 2-nervuras e furos. ( ) 1-nervuras e braços 2-nervuras e braços ( ) 1-braços e cubo. 2-nervuras e furos. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 58/137 3. Relacione as secções com as indicações no desenho? ( ) Secção 1-AA Secção 2-CC Secção3-BB ( ) Secção 1-BB Secção 2-AA Secção3-CC ( ) Secção 1-CC Secção 2-BB Secção3-AA ( ) Secção 1-BB Secção 2-CC Secção3-AA ( ) Secção 1-AA Secção 2-BB Secção3-CC Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 59/137 4. No desenho abaixo as cotas que indicam o diâmetro e profundidade da rosca são: ( ) d e A ( ) Ø e A ( ) d e B ( ) Ø e B ( ) d e C Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 60/137 Roscas :: Introdução Rosca é uma ou mais saliências de perfil constante, em forma helicoidal, que se desenvolvem, externas ou internamente, ao redor de uma superfície cilíndrica ou cônica. Essas saliências são denominadas filetes. Para a representação de roscas, são necessárias as seguintes medidas: Para representação gráfica no desenho, é necessário distinguir roscas externas e roscas internas. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 61/137 Rosca Externa Representação simplificada de uma rosca externa: Diâmetro nominal: linha larga. Diâmetro menor: linha estreita; visto de perfil é representado por aproximadamente ¾ da circunferência. Final da rosca: linha larga. A representação da rosca externa em corte é feita com a linha da hachura prolongando-se até o diâmetro nominal, conforme figura a seguir: Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 62/137 Rosca Interna Representação simplificada de uma rosca interna: Diâmetro menor - d1: linha larga. Diâmetronominal-D: linha estreita, aproximadamente ¾ da circunferência. Diâmetro nominal: linha larga. Diâmetro menor: linha estreita; visto de perfil é representado por aproximadamente ¾ da circunferência. Final da rosca: linha larga. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 63/137 Na vista de topo de rosca não-visível, a raiz da rosca deve ser representada por uma circunferência parcial de linha tracejada. Representação de rosca não-visível. Curvas de projeção devem ser traçadas só no diâmetro do núcleo. Representação de curvas de projeção. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 64/137 Representação de roscas na montagem Nas peças que devem ser montadas, os furos com rosca, a profundidade do furo e a profundidade da rosca são representadas conforme as figuras abaixo. Ø - Diâmetro do furo broqueado; d - Diâmetro da rosca; A - Profundidade do furo broqueado; B - Profundidade da parte roscada; C - Comprimento de penetração do parafuso A representação da montagem com parafuso e porca em furos passantes é feita quando o corte por esses elementos de fixação é mostrado, mas eles não são hachurados, conforme desenho a seguir: Na representação de tubos com roscas em corte, somente as roscas internas recebem uma linha completa para limitar o comprimento da rosca, sendo que nas roscas externas esse limite é representado somente por uma linha que vai do diâmetro menor da rosca ao diâmetro nominal. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 65/137 Dimensionamento de roscas Conheça abaixo os tipos mais comuns de roscas, os símbolos indicativos, os perfis e exemplos de indicações para cotagem dos desenhos. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 66/137 Os tipos de indicação de roscas apresentados referem-se a roscas à direita e com filetes de uma só entrada. No caso de roscas à esquerda, acrescenta-se (LH). A figura abaixo representa uma rosca com mais de uma entrada conforme norma DIN 103, que especifica como indicar, no desenho, o sentido de hélice da rosca e o número de entrada de filete da rosca. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 67/137 Cotagem em desenho técnico :: Introdução O desenho de uma peça pode ter a sua dimensão indicada de duas formas: por cotas, onde são mostradas as dimensões das peças de acordo com as suas medidas, e informações técnicas (material, acabamento superficial, etc.); (a) Forma aconselhada. por anotações, onde essas mesmas informações são explicadas através de um texto. A forma de cotagem por anotações não é muito aconselhávelpor possibilitar leituras equivocadas. (b) Forma não aconselhada. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 68/137 Norma - NBR-5984/80 Algumas regras de desenho devem ser seguidas para que a forma de representação do desenho seja otimizada, tanto para o desenhista como para quem vai executar ou montar as peças desenhadas. Dessa forma, para a cotagem de um desenho são necessários quatro elementos: Linha de Chamada ou Auxiliar A linha auxiliar, conhecida também como linha de chamada, deve ser prologanda ligeiramente além da respectiva linha de cota. Um pequeno espaço deve ser deixado entre a linha de contorno e linha auxiliar. Sugere-se que as linhas Auxiliares excedam no máximo 2mm da linha de cota. Linha de Cota A linha de cota deve ter uma distância mínima de 8mm do desenho e 6mm de outra linha de cota qualquer. As linhas de chamada devem exceder no máximo 2mm da linha de cota. Limite da Linha de Cota A indicação do limite da linha de cota deve ter o mesmo tamanho num mesmo desenho. Setas A seta é desenhada em linhas curtas formando um ângulo de 15º. A seta pode ser aberta ou fechada preenchida (mais usual). Valor Numérico Os números devem ser legíveis e posicionados sempre de forma que facilitem a sua leitura da base e/ou lado direito do desenho. Os desenhos devem conter as cotas necessárias de forma a permitir a execução da peça sem que seja preciso recorrer à medição no desenho. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 69/137 Figura 1 - SolidWorks 2003® * “ESP. 8” - Refere-se à espessura da peça. Tipos de cotagem A fim de evitar enganos na interpretação do desenho e na apresentação de forma confusa, a cotagem deve ser feita nos contornos visíveis. Figura - Exemplo geral de cotagem (SolidWorks 2003®). Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 70/137 A cotagem de um rebaixo, por exemplo, pode estar bem controlada quando se faz a cotagem com base nas faces de referência. Enfim, o tipo de cotagem depende da fabricação, medição ou função. Um desenho fica bem representado se possuir todas as cotas de espessura, largura e alturas distribuídas em três vistas. Veja nas próximas páginas os oito tipos de cotagem para você estudar e entender como são realizadas cada uma delas. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 71/137 1. Cotagem por elemento de referência 2. Cotagem em série 3. Cotagem de diâmetro 4. Cotagem de raios, cordas e arcos 5. Cotagem de furos eqüidistantes 6. Cotagem de peças cônicas 7. Cotagem com símbolos 8. Cotagem de ângulos e chanfros 1. Cotagem por elemento de referência A cotagem é feita por meio de faces de referência. Todas as cotas partem de uma única face. Como deve ser feita a cotagem em: peças simétricas Em peças simétricas o dimensionamento também é simétrico, ou seja, a cotagem é feita com base no eixo de simetria. As linhas de simetria não devem ser utilizadas como linhas de cota. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 72/137 paralelo Na cotagem em paralelo, deve-se fazer a distribuição dos números de forma a evitar a sobreposição. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 73/137 2. Cotagem em série A cotagem em série deve ser evitada. Caso não seja possível, recomenda-se haver uma cota medida total e desprezar uma das parciais (exemplo: a última cota). Se não houver lugar para setas, estas serão substituídas por pontos. A fabricação da mesma peça será facilitada se o dimensionamento for feito com base na face de referência (utilizada como base para iniciar a cotagem). Cotagem em série. Face de referência. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 74/137 3. Cotagem de diâmetro Formas de cotagem de diâmetro dependem da dimensão do elemento. O símbolo de diâmetro pode ser omitido quando a forma for claramente indicada. O símbolo deve preceder a cota (exemplo: Ø3). 4. Cotagem de raios, cordas e arcos Quando se vai cotar raios, é necessário que se preceda a dimensão com um R, e quando é diâmetro usa-se Ø. Três das possíveis formas de traçado das linhas de cotagem de raios Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 75/137 As cotas de corda , ângulo e arco devem ser como mostra a figura acima. 5. Cotagem de furos eqüidistantes A cotagem de furos eqüidistantes não precisa das cotas, das distâncias angulares e nem lineares dos furos quando estes estão eqüidistantes. Caso não sejam eqüidistantes, é necessária a colocação de cotas especificando as distâncias angulares e ou lineares entre cada um deles em relação a um eixo ou em relação ao mesmo. 6. Cotagem de peças cônicas Na cotagem de peças cônicas, as linhas de chamada podem ser traçadas obliquamente. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 76/137 7. Cotagem com símbolos Para indicar os tipos de dimensões, como a aresta linear, o raio, o diâmetro, ou o ângulo, usam-se convenções de sinais. Veja o exemplo de cada uma das figuras: Indicativo de diâmetro (Ø) Indicativo de quadrado (⾼) Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 77/137 Uso combinado Indicativo de superfície plana (executadas em elementos cilíndricos e representadas na forma de um X). 8. Cotagem de ângulos e chanfros Cotas com inclinação igual às compreendidas dentro do ângulo de 30º (hachurado na figura), devem ser evitadas. Veja exemplo. FORMA A SER EVITADA Ângulo de 30º hachurado na figura. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 78/137 A cotagem correta de chanfro pode ser feita de várias formas, como apresentado abaixo: FORMA CORRETA Cotagem de Chanfro - ângulo de 30º. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 79/137 Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 80/137 Peças cilíndricas torneadas Na representação do desenho de uma peça, usam-se tantas vistas quantas forem necessárias para a compreensão de sua forma. Normalmente, nas peças cilíndricas torneadas, apenas uma ou duas vistas são suficientes para representá-las. Para isso, devemos utilizar o símbolo de diâmetro (Ø). Todas as peças cilíndricas torneadas são representadas na posição de montagem ou fabricação. A linha de simetria é a referência para a cotagem. A cotagem deve ser feita considerando a fabricação, a função e a medição da peça. Enfim, a cotagem é importante para a confecção da fabricação da peça, levando em conta sua funcionalidade e inspeção. Figura 2 - A cotagem foi feita considerando-se a função da peça. Por isso os comprimentos dos rebaixos são mais importantes que o comprimento do corpo. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 81/137 Exercícios Sobre Cotagem:: 1. Em quais dos desenhos a cotagem de posição dos furos está incorreta? ( ) Nos desenhos 1 e 2. ( ) Nos desenhos 2 e 3. ( ) Nos desenhos 2 e 4. ( ) Somente no desenho 4. ( ) Somente no desenho 2. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 82/137 2. Assinale a alternativa correta em relação a cotagem do desenho abaixo. ( ) A cota 40 representa a distância entre centros dos furos de diâmetro 6. ( ) A cota Ø24 representa o diâmetro do furo central. ( ) A cota 2xØ6 representa que existem 6 furos de diâmetro 2. ( ) A cota R6 representa o diâmetro do furo lateral. ( ) A cota 40 representa a largura total da peça. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 83/137 3. Analisando a cotagem da peça abaixo pode-se concluir que a distância entre centros dos furos 1 e 2 é de: ( )180 mm ( ) 140 mm ( ) 160 mm ( ) 20 mm ( ) 60 mm Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 84/137 Atividade do Desafio 01:: Agora que você acabou de estudar os conteúdos correspondentes a ações necessárias para se transferir de forma gráfica um equipamento que se tem em mãos, elabore um croqui de todos os componentes da morsa, com dimensionamento. Após realizar essa atividade, scanneie e publique os arquivos de acordo com as instruções fornecidas na área de F.A.Q. Quaisquer dúvidas conte sempre com o apoio do professor-tutor. Boa sorte! Para problemática proposta foi escolhido um modelo de morsa de pequenas dimensões fabricado em peças de aço. • Perspectiva da Morsa Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 85/137 Vista Explodida da Morsa Neste desafio você deverá: • Buscar em sua escola e/ou desenvolver um modelo de folha padrão formato A4; • Executar o desenho em projeções ortogonais das peças usando cortes e secções caso necessário e efetuar a cotagem das peças. • Participar do fórum para discutir, trocar experiências e receber orientações sobre o andamento do seu trabalho. Lembre-se: - Esta atividade será o ponto de partida para os desafios 2 e 3 e para o encontro presencial. - Todas as atividades são avaliadas. Para desenvolver esta atividade você deverá: • definir quantas vistas serão necessárias para representar as peças; • verificar a necessidade de uso de cortes e secções; • definir as dimensões faltantes a partir das dimensões das demais peças; • garantindo assim as condições de montagem; Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 86/137 • buscar as dimensões dos furos em normas e/ou na literatura; e • efetuar a cotagem das peças. Mancal Mandíbula fixa Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 87/137 Mandíbula móvel Base Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 88/137 Mordente Guia Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 89/137 Fuso Manípulo Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 90/137 Pino trava Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 91/137 Desafio 02 Agora que você já elaborou o croqui de todos componentes da morsa com dimensionamento proposto no Desafio 01, deverá realizar a atividade proposta nesse segundo desafio: definir ajustes, tolerâncias e tipos de materiais utilizados. Para isso, você precisará estudar os conteúdos propostos abaixo: • Acabamento superficial • Ajustes e tolerância • Escala • Legenda • Caligrafia • Formatos • Notas e referências • Lay out do desenho • Projeções ortogonais • Tipos de materiais utilizados Como já foi dito, é importante lembrar os passos para a execução dessa tarefa: - Para concluir o trabalho com o auxílio do croqui feito anteriormente preciso: • Analisar o sistema e definir o acabamento superficial, ajustes e tolerâncias. • Selecionar os tipos de materiais apropriados para a confecção da peça. Bom estudo! Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 92/137 Estado e acabamento superficial - NBR 8404 :: Introdução A importância do estado de acabamento superficial aumenta à medida que cresce a precisão de ajuste entre peças a serem acopladas. Somente a precisão dimensional, de forma, de orientação e de posição não são suficientes para garantir a funcionalidade do conjunto acoplado. Dessa forma, é fundamental para muitas peças a especificação do acabamento das superfícies, através de rugosidade superficial. A rugosidade necessária para o bom funcionamento dos conjuntos mecânicos é especificada em desenhos através de simbologia normalizada, que estudaremos mais para frente. Efeitos da rugosidade A rugosidade desempenha um papel muito importante no comportamento das peças mecânicas, onde condiciona: A qualidade de deslizamento e rolamento; A resistência ao desgaste; A possibilidade de ajuste do acoplamento forçado; A resistência oferecida pela superfície ao escoamento de fluídos e _lubrificantes; A qualidade de aderência que a estrutura oferece às camadas _protetoras; A corrosão e a resistência à fadiga; A vedação; A aparência. O acabamento superficial é medido através de rugosidade superficial que, por sua vez, é expressa em mícrons (micrômetro – milionésima parte do metro). Rugosidade superficial (R máx.) 2,5 mícrons R máx = Rugosidade superficial máxima Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 93/137 Sistemas de medição da rugosidade superficial O sistema de medição da rugosidade superficial pode ser realizado por: Desvio médio aritmético - “Ra” – que é a média aritmética dos valores absolutos das ordenadas do perfil em relação à linha média (X) num comprimento (L) de amostragem. Altura das irregularidades dos 10 pontos - “Rz” - que é a diferença entre o valor médio dos cinco pontos mais salientes e o valor dos cinco pontos mais reentrantes medidos a partir de uma linha paralela à linha média em um comprimento (L) de amostragem. Esta linha paralela não intercepta o perfil. Altura máxima das irregularidades - “Rt”- que é a distância entre duas linhas paralelas à linha média e que tangenciam a saliência mais pronunciada e a reentrância mais profunda. Esta distância é medida num comprimento (L) de amostragem. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 94/137 Simbologia de acabamento superficial A simbologia de acabamento superficial pode ser representada por meio de valores de rugosidade. Para o caso de empresas que ainda utilizam desenhos antigos, está simbologia pode ser representada por sinais convencionais, conforme tabela abaixo. Tabela – Valores de rugosidade e sinais convencionais. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 95/137 Sinais convencionais De acordo com a NBR-8404 e DIN ISO 1302 a especificação de acabamento nos desenhos por meio de valores de rugosidade é feita junto com os símbolos que indicam o processo de obtenção de superfície, onde a indicação da rugosidade em Rz deve ser colocada à direita e abaixo do símbolo. Veja no exemplo abaixo como deve ser as disposições da indicação do estado de superfície no símbolo, explorando com o mouse os itens mencionados na figura. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 96/137 Representação dos símbolos no desenho A representação dos símbolos e inscrições deve ser orientada de maneira que possa ser lida tanto com o desenho na posição normal, como pelo lado direito. Se necessário, o símbolo pode ser interligado com a superfície por meio de uma linha de indicação que deve ser provida com seta na extremidade junto à superfície. O vértice do símbolo ou da seta deve tocar o contorno da peça ou tocar uma linha de chamada ou auxiliar, sempre pelo lado externo, que é um prolongamento do contorno. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 97/137 Quando, numa mesma peça, houver diferentes graus de acabamento, consideramos um dos graus, geralmente aquele que mais se repete, como acabamento geral, e o colocamos em destaque ao lado do desenho. Os demais serão colocados tanto no desenho como também dentro dos parênteses. Veja os exemplos de representação dos símbolos no desenho: 1. Especificação de acabamento por meio de valores de rugosidade Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 98/137 2. Especificações de acabamento por meio de valores de rugosidade 3. Especificação de acabamento por meio de sinais convencionais 4. Especificação de acabamento por meio de valores de rugosidade Programade Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 99/137 Exercícios Sobre Simbologia de acabamento superficial:: 1. Qual é o significado do símbolo abaixo? ( ) A peça não poderá ser retificada.. ( ) N6 é uma tolerância dimensional. ( ) A superfície deverá ser retificada com rugosidade máxima Ra de 6 mm. ( ) A superfície deverá ser retificada com rugosidade máxima Ra de 6 µm. ( ) A superfície deverá ser retificada com rugosidade máxima na classe N6. 2. Qual é o significado do símbolo abaixo? ( ) A rugosidade Ra da superfície deve ficar entre os valores mínimo de 1,6 µm e máximo de 6,3 µm. ( ) A rugosidade Ra da superfície deve ficar entre os valores mínimo de 1,6 mm e máximo de 6,3 mm. ( ) A superfície deverá ter rugosidade máxima Ra de 1,6 µm. ( ) A superfície deverá ser retificada com rugosidade máxima Ra de 6,3 mm. ( ) A superfície deverá ser retificada com rugosidade máxima Ra de 6,3 µm. 3. Qual é o significado do símbolo abaixo? ( ) Rugosidade máxima de 3,2 µm em todas superfícies. ( ) Rugosidade máxima de 3,2 nas superfícies indicadas no desenho. Deixar as superfícies restantes em material bruto. ( ) Usinar com ferramenta esférica com rugosidade máxima de 3,2 µm ( ) Circularidade de 3.2 µm ( ) Cilindricidade de 0,032 mm Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 100/137 Ajustes e tolerância dimensional :: Introdução As tolerâncias que são indicadas, nos desenhos técnicos, são feitas por meio de valores e símbolos apropriados. Por isso, é necessário identificar a simbologia, os gráficos e as tabelas a fim de facilitar a leitura e a interpretação no desenho. Peças não funcionam separadamente, funcionam em conjunto e, assim, as formas como elas estão dispostas e o seu contato deve ser especificado, para que em operação o equipamento tenha a sua perfeita funcionalidade assegurada. Veja as peças mostradas abaixo. Montagem com tolerância (Telecurso 2000). Na montagem de peças deve haver uma ajustagem entre elas, o que no Brasil é determinada pela norma NBR 6158. A norma NBR 6158 fixa o conjunto de princípios, regras e tabelas que se aplicam à tecnologia mecânica, a fim de permitir a escolha racional de tolerâncias e ajustes, visando à fabricação de peças intercambiáveis. Afastamento Tolerância dimensional é a variação permissível da dimensão da peça, dada pela diferença entre dimensões máxima e mínima. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 101/137 Afastamentos são desvios nos valores das dimensões nominais, de forma que não atrapalham a execução da peça, não causam prejuízo para seu funcionamento e na sua intercambiabilidade. Vejamos alguns exemplos das aplicações de afastamento nos desenhos técnicos: 1. Tolerâncias positivas; 2. Tolerâncias negativas; 3. Ajustamento das cotas no desenho; 4. Ajuste com folga e ajuste com interferência; 5. Ajuste incerto. 1 - Tolerâncias positivas No desenho abaixo, o valor da dimensão nominal é 20 e os valores: + 0,28 e +0,18 são os afastamentos: superior e inferior, respectivamente. Tolerâncias positivas (Telecurso 2000). Esses valores possuem o sinal “+”, para indicar que são positivo e assim o tamanho da peça é aumentado. O afastamento superior, 0,28mm, é a máxima variação no diâmetro da peça que se pode encontrar. E o afastamento inferior, 0,18mm, é a mínima variação de diâmetro da peça. Isso quer dizer que, caso a peça seja medida, o máximo valor que pode ser encontrado para o seu diâmetro não deve ser maior que 20,28mm e menor que 20,18mm. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 102/137 2 - Tolerâncias negativas O desenho abaixo mostra uma peça que apresenta tolerâncias negativas, onde a máxima dimensão será de 15,8mm e a mínima de 15,59mm. Tolerâncias negativas (Telecurso 2000). 3- Ajustamento das cotas no desenho Ao montar o desenho de peças cujas medidas possuem tolerâncias, essas devem ser especificadas. Vejamos o desenho abaixo: Ajustamento das cotas no desenho (Telecurso 2000). Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 103/137 No comprimento da peça, a tolerância é de 0,25mm para mais ou para menos. Isso quer dizer que a peça pode ter um comprimento total máximo de 40,25mm ou mínimo de 39,75mm. Já no segmento com 20mm, esta tolerância não pode exceder a 20,2mm e nem ser menor que 19,9mm. Assim podemos ter não só duas ou quatro combinações, mas várias combinações que obedeçam a essa tolerância. Todas as informações de tolerância, representadas no desenho, é usada para especificação de montagem de mecanismos, onde é comum se ter folga entre peças ou interferência. O exemplo disso é a montagem de um eixo num furo. Eixo A tolerância não se aplica apenas para peças cilíndricas , mas para outros formatos, tais como: retangular, elíptica etc. Furo Quando tratarmos de furo, entenda-se dimensão do alojamento, um orifício ou abertura com qualquer formato (desde que se tenha controle das suas dimensões e formato), onde será alojado algo como uma chaveta, barra, pino etc. Se a montagem de um eixo num furo ocorre de forma fácil e suave (sem a exigência do uso de pressão ou força elevada ou sem a dilatação do furo por meio da elevação de temperatura), se diz que a montagem é com folga ou deslizante. Caso seja necessário uma ou mais ações para o encaixe das peças, se diz que o ajuste é com interferência ou forçado. 4- Ajuste com folga e ajuste com interferência. O ajuste com folga é aquele em que o afastamento superior do eixo é menor ou igual ao afastamento inferior do furo. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 104/137 O ajuste com interferência é aquele em que o afastamento superior do furo é menor ou igual ao afastamento superior do eixo. 5 – Ajuste incerto Ajuste incerto é aquele em que o afastamento superior do eixo é maior que o afastamento inferior do furo e o afastamento superior do furo é maior do que o afastamento inferior do eixo. Num desenho com peças a serem montadas, onde não se sabe se o ajuste é com folga ou com interferência, faça a seguinte verificação: para ser folga a diferença entre a mínima dimensão do furo e a máxima dimensão do eixo deve ser positiva. para ser considerado interferência, a diferença entre a máxima dimensão do furo e a mínima do eixo deve ser negativa. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 105/137 Vamos verificar nos exemplos a seguir se as montagens especificadas são com interferência ou folga: Exemplo1 Comecemos por verificar se é folga. Para isto faremos o seguinte cálculo: 25,0 – 24,8 = 0,2 Exemplo da determinação do tipo de ajuste. (Telecurso 2000) Verificamos que o sinal é positivo, ou seja, a menor dimensão do furo é maior do que o diâmetro do eixo. Assim o ajuste é com folga. A folga máxima entre as dimensões é de 0,62mm, o que corresponde à diferença entre a maior dimensão do furo e a menor dimensão do eixo. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 106/137 Exemplo2 Vamos verificar a determinação do tipo de ajuste. Faça o cálculo:25,21 - 25,28 = -0,07 Exemplo da determinação do tipo de ajuste. (Telecurso 2000) Verificamos que a diferença entre a maior dimensão do furo e a menor dimensão do eixo é um número negativo, dessa forma temos interferência, o que corresponde à mínima interferência encontrada nesse sistema de ajuste. A máxima interferência corresponde à diferença negativa entre a mínima dimensão do furo e máxima dimensão do eixo: 25,0 -25,41 = -0,41. Observamos que também ocorre interferência quando fazemos a verificação entre a mínima dimensão do furo e do eixo. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 107/137 Exemplo 3Vamos verificar o tipo de ajuste neste exemplo. Começamos por verificar que a diferença entre a máxima dimensão do furo e a máxima dimensão do eixo é de 0,3mm (folga), mas também ocorre uma negativa -0,02 (interferência) entre a mínima dimensão do furo e mínima dimensão do eixo. Assim o ajuste é incerto com: Interferências máxima de 0,18mm e mínima de 0,02mm; Folgas máxima de 0,23mm e mínima de 0,7mm. Exemplo de tipo de ajuste. (Telecurso 2000) Sistema de ajustes e tolerâncias Na ABNT ISO 6158 também se define as classes e as tolerâncias. As classes são as identificações dos tipos de ajustes (comportamento de um furo no eixo, ambos da mesma dimensão nominal, caracterizado pela folga ou interferência apresentada) a serem usados, que variam de folga, passando por incerto a interferência, tanto para furos como para eixos. São representadas por letras e seguidas de números, formando assim um código alfanumérico. As letras representam as classes e os números os intervalos de tolerância, conforme esquema abaixo: Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 108/137 A tolerância é a diferença entre a maior e a menor dimensão da peça, ou seja, é a diferença entre o a afastamento inferior e o superior da dimensão nominal na classe desejada. Os campos de tolerância são de dois tipos: Para furo - Os campos de tolerância para furo são representados por letras maiúsculas:A, B, C, D, E, F, EF, F, FG, G, H, J, JS, K, M, N, P,R, S, T, U, V, X, Y, Z, ZA, ZB, ZC. Para eixo - Os campos de tolerância para eixo são representados por letras minúsculas:a, b, c, d, e, f, ef, f, fg, g, h, j, js, k, m, n, p,r, s, t, u, v, x, y, z, za, zb, zc. Existe um comportamento inverso dos afastamentos fundamentais para furo e eixo. Os afastamentos fundamentais para eixo são dados: de a até h, com dimensões menores que as nominais, afastamentos fundamentais negativos, indicando folga; de j a zc. (exceto js) com afastamentos fundamentais positivos, indicando que as dimensões do eixo para a classe de afastamentos são indicadas pela interferência. Os afastamentos fundamentais para furos são dados da forma inversa: de A a H o afastamento fundamental é positivo, indicando folga; de K até ZC (não válidos graus de tolerâncias menores que IT8 e JS) o afastamento fundamental é negativo, indicando folga. Tanto para furo como para eixo, as classes JS e js não se aplicam a essas definições porque essas classes se distribuem simetricamente em relação à linha zero. Também, nos dois casos, o H e h representam o limite para a transição da folga para a interferência. Linha Zero - É a linha que dá origem aos afastamentos. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 109/137 Campo de afastamentos fundamentais - O afastamento fundamental é aquele que define a posição do campo de tolerância em relação à linha zero. Existem na norma graus de tolerâncias padrão e afastamentos fundamentais para dimensões de 3mm a 3150 mm. Os graus variam de IT1 a IT18. Esses graus são conhecidos também como qualidades de trabalho. Eles se aplicam em faixas para diferentes tipos de trabalhos. São eles: IT1 a IT3 que se destinam normalmente à mecânica de grande precisão, como para calibradores. IT4 a IT11 que se destinam às peças exeqüíveis cotidianamente com médio grau de aprimoramento no processo. IT12 a IT18 que se destinam às peças de mecânica grosseira, de pouca exigência de tolerância. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 110/137 Ajustes e tolerância dimensional :: Sistema furo base e eixo base Existem na norma NBR6158 dois tipos de sistemas base para a adoção de qualidade de trabalho: o sistema furo base o eixo base. Aplicação A escolha do sistema base depende da aplicação. Quando se deseja unir uma engrenagem a um eixo, essa aplicação pode ser feita de várias formas, como por exemplo: chavetado (interferência entre a chaveta e o eixo e deslizante com a engrenagem); árvore estriada (deslizante); interferência (prensado). Para escolher a qual dos três modelos se aplica à situação, é necessário estudar a forma de ajuste antes de executar a ação. Pode-se escolher o sistema base de acordo com a utilização da peça, importância, funcionalidade e custo de cada uma. Após escolher o tipo de ajuste, interferência ou folga, e o sistema base, consulte as tabelas da Norma para encontrar a relação entre ajustes que forneçam as características desejadas. Sistema furo base No sistema furo base, o afastamento inferior é zero, ou seja, a menor dimensão é a sua própria dimensão nominal. Por exemplo: Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 111/137 Esse sistema é comumente usado devido à existência de ferramentas padronizadas para se executar o furo com a tolerância desejada. Além do que, é mais fácil ajustar um eixo para caber num furo do que ajustar um furo para caber num eixo. A norma recomenda para escolha de um juste para furos as classes: A11, B11, C11, D10, E9, F8, G7, H7, H8, H9, H11, JS7, K7, N7, P7, R7, S7. Mas para o sistema base, apenas as classes em negrito são as mais usadas por terem afastamento inferior nulo. Sistemas furo base recomendados pela norma (Telecurso 2000). Sistema eixo base No eixo base o afastamento superior é zero, assim a sua maior dimensão é a nominal e a menor dimensão é obtida através da subtração do afastamento inferior da dimensão nominal. O eixo base é o oposto do furo base. Na escolha das classes, a norma recomendada é: a11, b11, c11, d10, e9, f8, g7, h6, h7, h8, h9, h11, js7, k7, n7, p7,r7, s7. Mas para o sistema base apenas as classes em negrito são mais usadas por terem afastamento superior nulo. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 112/137 Sistema eixo base (Telecurso 2000). Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 113/137 Exercícios Sobre Ajustes e Tolerâncias Dimensional:: 1. Com relação a cotagem abaixo pode-se afirmar que: ( ) Se a peça tiver dimensão real de 30,000 estará dentro da tolerância com muita precisão. ( ) A dimensão mínima admitida é de 29,985. ( ) A dimensão máxima admitida é de 30,042. ( ) Admite-se que a dimensão possa variar entre o valor mínimo de 29,958 e o valor máximo 29,985. ( ) Admite-se que a dimensão possa variar entre o valor mínimo de 30,015 e o valor máximo 30,042. 2. Uma montagem com um eixo de dimensão Ø30g6 em um furo de dimensão Ø30H7 irá resultar em um ajuste: ( ) Com interferência. ( ) Incerto. ( ) Deslizante. ( ) Prensado. ( ) Fixo leve. 3. Uma montagem com um eixo de dimensão Ø20r6 em um furo de dimensão Ø20H7 irá resultar em um ajuste: ( ) Com interferência. ( ) Incerto. ( ) Deslizante. ( ) Com folga. ( ) Fixo leve. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes do SENAI 114/137 Tolerâncias Geométricas :: Introdução De acordo com NBR 2768-2, todos os elementos de partes componentes têm tolerâncias dimensionais e tolerâncias geométricas. O funcionamento de uma peça necessita que o desvio da dimensão e os desvios das características geométricas sejam limitados, uma vez que, quando excedidos, podem dificultar o seu funcionamento. Dessa forma estudaremos as características geométricas abaixo: 1. Tolerância de Forma 2. Tolerância de Orientação 3. Tolerância de Posição 4. Tolerância de Batimento 1 - Tolerância de Forma Para garantir a montagem de peças não é necessário apenas que as dimensões estejam dentro da tolerância. É necessário que as formas também estejam garantidas com intervalos de tolerâncias. Veja quadro de Tolerâncias Geométricas (Quadro Sinótico). Projeto de um eixo. Eixo fabricado. Após a peça ser fabricada, observa-se que o eixo se encontra dentro das
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