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Aula 6 - Aleitamento Materno Complicações no aleitamento materno

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Nutrição Materna, da criança e do 
adolescente
28/09/2017
Profª MSc. Juliana CLS Marchesi 1
Nutrição Materna, da Criança e do Adolescente
Profa. MSc. Juliana CLS Marchesi
Dificuldades e problemas com a 
amamentação, causas de desmame 
precoce 
Complicações durante o aleitamento materno: INTRODUÇÃO
Início da amamentação
Dor discreta ou desconforto
Normal
Mamilos muito 
dolorosos e 
machucados:
Anormal
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• Causa = técnica incorreta de amamentação
(posicionamento ou pega incorretos);
• Pode provocar desmame precoce;
Fissura mamilar
Mamilos doloridos/Trauma mamilar
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Prevenção:
• Técnica correta da amamentação;
• manter os mamilos secos;
• expondo-os ao ar livre ou à luz solar; 
• trocar com frequência o forro utilizado quando há vazamento de leite;
• Não usar sabões, álcool ou qualquer produto secante (retiram a proteção natural do 
mamilo);
• Amamentar em livre demanda;
• Ordenhar manualmente a aréola antes da mamada e ela estiver engurgitada ( 
flexibilidade)
• Evitar uso de protetores (intermediários) de mamilo.
Mamilos doloridos/Trauma mamilar
Tratamento:
• Iniciar a mamada pela mama menos afetada;
• Ordenhar um pouco de leite antes das mamadas (suficiente para ejeção de leite);
• Alternar as posições de mamadas ( pressão nos pontos dolorosos ou tecidos
danificados);
• Analgésicos sistêmicos via oral, se necessário.
OBS: limitar a duração das mamadas NÃO tem efeito na prevenção ou no tratamento do
trauma.
• Tratamento seco (luz solar e ar livre = não é mais recomendado)
• Tratamento úmido = melhor para cicatrização de feridas (uso do próprio leite materno,
cremes e óleos adequados).
Mamilos doloridos/Trauma mamilar
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Causas:
• Congestão/aumento da vascularização;
• Acúmulo de leite;
• Congestão e obstrução da drenagem do sistema linfático.
Ingurgitamento mamário
Ingurgitamento mamário
Retenção de 
leite nos 
alvéolos
Distensão 
alveolar
Compressão 
dos ductos
Obstrução do 
fluxo de leite
Piora da distensão 
alveolar
Aumento da 
obstrução
Edema (estase 
vascular e 
linfática)
Aumento da 
pressão 
intraductal
Leite 
acumulado
Processo de 
transformação em 
nível 
intermolecular
Consistência 
viscosa
“Leite 
empedrado”
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Ingurgitamento mamário
• Fisiológico – discreto, sinal positivo da descida do leite, não requer
intervenção;
• Patológico – distensão tecidual excessiva, grande desconforto (as vezes
acompanhado de febre e mal-estar). Mamas: tamanho aumentado, dolorosa,
c/ áreas difusas avermelhadas, edemaciadas e brilhantes; mamilos
achatados; leite não flui com facilidade.
Ingurgitamento mamário
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Ocorre 
frequentemente 
= 3º a 5º dia 
após o parto
Fatores 
associados: 
• Início tardio da 
amamentação;
• Mamadas não 
frequentes;
• Restrição da duração 
da mamada;
• Uso de suplementos 
e sucção ineficaz do 
bebê.
Ingurgitamento mamário
Prevenção:
• Iniciar a amamentação o mais cedo 
possível;
• Amamentar em livre demanda;
• Técnica correta de amamentação;
• Evitar uso de suplementos.
Tratamento:
• Se aréola tensa = ordenhar manualmente pequena quantidade de leite antes das 
mamadas;
• Amamentar com frequência, livre demanda;
• Massagear delicadamente as mamas;
• Analgésicos sistêmicos/antiinflamatórios (se necessário);
• Sutiãs com alças largas e firmes;
• Evitar compressas quentes  aumento do fluxo de leite;
• Esvaziar a mama se o bebê não sugar.
• Compressas frias: vasoconstrição, fluxo sanguíneo e redução do edema (no máximo 15 
a 20 minutos).
Ingurgitamento mamário
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• Comum em primíparas adolescentes e mulheres > 35 anos.
• Rompimento dos capilares provocado pelo aumento súbito da pressão 
osmótica intra-alveolar na fase inicial da apojadura.
• Fenômeno transitório = primeiras 48h
• Melhora mediante esvaziamento das mamas por meio de ordenhas.
Presença de sangue no leite
• Infecção bacteriana de um ou mais segmentos das mamas;
• Porta de entrada da bactéria = fissuras
• Staphylococcus aureus.
• Parte afetada: dolorosa, edemaciada e quente; febre e mal-estar;
Mastite 
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Prevenção: mesmas medidas para ingurgitamento mamário e fissuras.
Tratamento:
• Esvaziamento adequado da mama (manutenção da amamentação e retirada manual do
leite após as mamadas, se necessário);
• Critérios para Antibioticoterapia:
- Contagem de células e de colônias e cultura no leite indicativas de infecção;
- Sintomas graves desde o início do quadro;
- Fissura mamilar visível;
- Não regressão dos sintomas após 12 a 24h da remoção do leite acumulado.
Mastite 
 Causa: mastite não tratada, com tratamento tardio ou ineficaz
 5 a 10% das mulheres com mastite;
 Mastite Interrupção da amamentação Abscesso
 Abscessos muito grandes  ressecções extensas  deformidades nas mamas 
comprometimento funcional
• 10% dos casos – comprometimento de futuras lactações
• Prevenção/tratamento da mastite = prevenção do abscesso mamário
Abscesso mamário
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Abscesso mamário
Tratamento
• Esvaziamento do abscesso por drenagem cirúrgica ou aspiração;
• Aspirações repetidas = menos dolorosas e mutilantes do que incisão e drenagem, feita
com anestesia local;
• Bactérias presentes no leite materno  não oferecem riscos ao recém-nascido a termo
sadio;
• Estudos: amamentação segura para o bebê, mesmo com a presença de Staphylococcus
aureus;
• Interrupção da lactação na mama afetada: esvaziá-la regularmente;
• Manter amamentação na mama sadia.
Abscesso mamário
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Manejo:
• Suspender o uso de bicos e 
chupetas;
• Insistir nas mamadas por 
alguns minutos cada vez;
Uso de bicos artificiais, 
chupetas, dor ao ser 
segurado para mamar;
Bebês que resistem a 
tentativa de serem 
amamentados
Bebê que não suga ou tem sucção débil
• Não está bem posicionado
• Não abre a boca suficientemente
• Bicos artificiais e chupetas
• Mamas tensas, ingurgitadas,
mamilos invertidos*
Bebês que não conseguem pegar a aréola corretamente
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Começa a mamar, mas 
larga a mama e chora
Mal posicionado
Não consegue respirar no 
peito
Não está sendo segurado 
com firmeza
Fluxo de leite é muito 
forte
Correção da técnica
Retirar um pouco de leite 
antes de oferecer o peito
bebês que não conseguem manter a pega da 
aréola:
• Falta de fome (recebeu suplemento?)
• Sonolência ou doença
• Falta de força para sugar (prematuros ou hipotônicos)
• Medicamentos anestésicos durante trabalho de parto podem sedar o bebê
Estimular o bebê a sugar
Dedo mínimo na boca, tocando na junção do palato duro com o palato mole
Bebês que não sugam
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• Mamilos;
• Fluxo de leite;
• Ingurgitamento;
• Mãe não consegue posicioná-lo em um dos lados;
• Dor do bebê numa determinadaposição (ex.: fratura na 
clavícula).
• Manejo: posição de football player (bebê apoiado no
braço do mesmo lado da mama a ser oferecida, mão da
mãe apoiando a cabeça da criança, corpo da criança
mantido na lateral, abaixo da axila).
Bebês que recusam uma das mamas
Pode ocorrer em algumas mulheres;
Profissional de saúde  desenvolver confiança na mãe;
Orientar medidas de estimulação a sucção frequente do bebê e
ordenhas;
Nestes casos: suplemento alimentar – mesmos procedimentos da
RELACTAÇÃO
OBS: suplemento citado – preferencialmente leite humano
pasteurizado.
Atraso na “descida do leite”
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Baixa produção de leite
• Secreção de leite: aumenta de menos de 100ml/dia no início para 600ml no
quarto dia, em média.
• Volume de leite produzido na lactação já estabelecida – Varia de acordo com a
demanda da criança
• Taxa de síntese de leite após cada mamada – variável, é maior quando a mama é
esvaziada com frequência.
• Geralmente: a produção de leite é maior que o apetite do bebê!
• Capacidade de armazenamento da mama: varia entre as mulheres e entre as
duas mamas de uma mesma mulher;
• Aumenta de acordo com o tamanho da mama, mas não tem relação com a
produção em 24h.
• Mãe com menor capacidade de armazenamento: criança se satisfaz mamando
com mais frequência.
Sinais de insuficiência de leite:
• Bebê não ficar saciado após as mamadas;
• Chora muito;
• Quer mamar com frequência;
• Mamadas muito longas e não ganho de peso adequado (< 20g/dia);
• Número de micções < 6;
• Evacuações infrequentes, de características duras e secas
• Perda de peso > 10% do peso do nascimento;
• Não recuperação do peso de nascimento em até 2 semanas de vida;
• Ausência de urina por 24h;
• Ausência de fezes amarelas no final da primeira semana;
• Sinais clínicos de desidratação.
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Má pega (é a principal);
Mamadas infrequentes e/ou curtas;
Amamentação com horários predeterminados;
Ausência de mamadas noturnas;
Ingurgitamento mamário;
Uso de complementos e uso de chupetas;
Lábio/palato leporino;
Freio da língua curto;
Micrognatia;
Macroglossia;
Atresia de coanas;
CAUSAS de insuficiência de leite 
Uso de medicamentos na mãe ou na criança que a deixe sonolenta;
Asfixia neonatal;
Prematuridade;
Síndrome de Down;
Hipotireoidismo;
Disfunção neuromuscular;
Doenças do sistema nervoso central;
Padrão de sucção anormal.
Problemas anatômicos da mama (mamilos muito grandes, invertidos ou muito 
planos);
CAUSAS de insuficiência de leite 
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Doenças maternas (infecção, hipotireoidismo, diabetes não tratado, síndrome de Sheehan, 
tumor pituitário, doença mental);
Retenção de restos placentários;
Fadiga materna;
Distúrbios emocionais;
Uso de medicamentos (que provocam a diminuição da síntese láctea);
Restrição dietética importante;
Redução cirúrgica da mama;
Fumo;
Gravidez.
CAUSAS de insuficiência de leite 
Melhorar a pega do bebê, necessário;
Aumentar a frequência das mamadas;
Oferecer as duas mamas em cada mamada;
Dar tempo para o bebê esvaziar bem as mamas;
Trocar de seio várias vezes numa mamada se a criança estiver sonolenta ou se não sugar 
vigorosamente;
Evitar o uso de mamadeiras, chupetas e protetores de mamilos;
Consumir dieta balanceada;
Ingerir líquidos em quantidade suficiente (líquido em excesso não aumenta a produção de 
leite);
Repousar;
Em alguns casos: necessário o uso de medicamentos (metoclopramida e domperidona).
Tratamento 
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Amamentação x trabalho materno
Trabalho materno – não impede a amamentação!
Antes do retorno ao trabalho:
- Praticar aleitamento exclusivo;
- Conhecer as facilidades para a retirada e armazenamento do leite no local de trabalho (privacidade,
geladeira, horários);
- Ordenha de leite manual;
- Congelar o leite, iniciando estoque 20 dias antes da volta ao trabalho;
Após retorno ao trabalho:
-amamentar com frequência quando estiver em casa, principalmente a noite;
-Evitar mamadeiras, oferecer a alimentação com copo e colher;
-Nas horas de trabalho: ordenha manual, armazenamento em geladeira;
-Levar para casa e oferecer no mesmo dia, no dia seguinte ou congelar;
Continuação...
Leite não pasteurizado ou “cru”:
Pode ser armazenado em geladeira por 24h ou no freezer ou congelador por 21 dias;
Leite pasteurizado freezer ou congelador por 6 meses!
Amamentação x trabalho materno
Direitos de nutrizes:
Constituição Federal 1988 - Licença maternidade = 4 meses (120 dias)
2 intervalos de meia hora durante as horas de trabalho para que a mãe possa
amamentar seu filho até que ele complete 6 meses!
Atualmente: Lei nº 11.770 (licença maternidade de 6 meses para servidoras públicas
federais, além de estados, municípios e empresas privadas que aderirem)
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• Não devem amamentar
HIV positivas 
HTLV-1* positivas
• Não devem amamentar ou ter contato íntimo com o 
bebê até 2 semanas após a instituição do devido 
tratamento.
Tuberculose ativa com 
suspeita de ser 
contagiosa 
• Não devem amamentar;
• Relação com altas taxas de mortalidade.Mães com varicela
Mães com doenças infecciosas
*Human T-Cell Lymphotropic Virus Type I
Mitos relacionados a amamentação
• “Amamentar faz os seios caírem”
• “meu leite é fraco”
• “meu leite não sustenta o bebê e ele chora de fome”
• “O bebê não quis pegar o peito”
• “O leite materno não mata a sede do bebê”
• “Criança prematura ou com baixo peso não deve ser amamentada”
• “Mãe que trabalha fora não pode amamentar”
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• GIUGLIANI, Elsa R. J. O aleitamento materno na prática clínica. Jornal de Pediatria. Vol. 76. Supl.3,
2000. p. 238-252.
• GIUGLIANI, Elsa, R. J. Problemas comuns na lactação e seu manejo. Jornal de Pediatria. Vol. 80.
Supl. 5, 2004. p. 147-154.
Leituras recomendadas:

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