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GAAL - Terceira Prova - 15/dezembro/2012 SOLUC¸O˜ES Questa˜o 1: Considere os seguintes vetores de R3. V1 = (1, 2, 1) V2 = (2, 5, 4) V3 = (−1, 0, 3). (a) Estes vetores sa˜o LI ou LD? (b) Caso sejam LD, expresse um deles como combinac¸a˜o linear dos demais. (c) Exiba uma base {W1,W2,W3} de R3 de modo que {W1,W2} seja uma base para o espac¸o gerado por V1, V2 e V3. SOLUC¸A˜O: (a) Como temos treˆs vetores em R3, sabemos que eles sa˜o LD quando o determinante da matriz cujas colunas sa˜o estes vetores e´ igual a zero. Por um ca´lculo direto verifica-se que det 1 2 −12 5 0 1 4 3 = 0 e, portanto, estes vetores sa˜o LD. (b) Como os vetores V1, V2 e V3 sa˜o LD a equac¸a˜o vetorial xV1 + yV2 + zV3 = ~0 possui soluc¸a˜o na˜o trivial. Esta equac¸a˜o corresponde ao seguinte sistema linear homogeˆneo, em que os vetores dados sa˜o as colunas da matriz dos coeficientes. 1 2 −12 5 0 1 4 3 xy z = 00 0 . Efetuando as operac¸o˜es elementares L2 ← L2 − 2L1 e L3 ← L3 − L1 obtemos: 1 2 −10 1 2 0 2 4 xy z = 00 0 . Efetuando as operac¸o˜es elementares L1 ← L1 − 2L2 e L3 ← L3 − 2L2 obtemos: 1 0 −50 1 2 0 0 0 xy z = 00 0 . Da´ı vemos que a soluc¸a˜o geral deste sistema e´ x = 5z e y = −2z, em que z e´ uma varia´vel livre. Substituindo em xV1 + yV2 + zV3 = ~0 obtemos 5zV1 − 2zV2 + zV3 = ~0. Dividindo por z 6= 0, obtemos 5V1 − 2V2 + V3 = ~0, donde V3 = −5V1 + 2V2. (c) Os vetores V1, V2 e V3 geram o plano α de vetor normal N = V1 × V2 = det ~i ~j ~k1 2 1 2 5 4 = (3,−2, 1). A equac¸a˜o deste plano e´ 3x−2y+z = 0. Uma base para este plano e´ qualquer conjunto de dois vetores escolhidos entre V1, V2 e V3. Para completar esta base para uma base de R3, podemos escolher qualquer vetor que na˜o esteja no plano α. Uma escolha particular e´ o vetor N = (3,−2, 1), normal ao plano α. Deste modo, uma resposta deste item pode ser o conjunto {V1, V2, N}. Neste conjunto • {V1, V2} e´ uma base para o espac¸o gerado por V1, V2 e V3. • {V1, V2, N} e´ uma base de R3. Questa˜o 2: Considere o seguinte sistema linear homogeˆneo: x + y − z + w = 0 3x + 5y + z − 3w = 0 x + 2y + z − 2w = 0 (a) Determine o espac¸o soluc¸a˜o deste sistema. (b) Encontre uma base e a dimensa˜o para o espac¸o encontra em (a). (c) Determine uma base ortogonal para este espac¸o. SOLUC¸A˜O: (a) A matriz aumentada do sistema linear dado e´ igual a 1 1 −1 1 03 5 1 −3 0 1 2 1 −2 0 Vamos escalonar ate´ obter uma matriz escalonada reduzida. Efetuando as operac¸o˜es elementares L2 ← L2 − 3L1 e L3 ← L3 − L1 obtemos: 1 1 −1 1 00 2 4 −6 0 0 1 2 −3 0 Trocando de posic¸a˜o a linha 2 com a linha 3 obtemos 1 1 −1 1 00 1 2 −3 0 0 2 4 −6 0 Efetuando as operac¸o˜es elementares L1 ← L1 − L2 e L3 ← L3 − 2L2 obtemos: 1 0 −3 4 00 1 2 −3 0 0 0 0 0 0 Destas equac¸o˜es vemos que x = 3z − 4w e y = −2z + 3w em que z e w sa˜o varia´vies livres. Deste modo o espac¸o soluc¸a˜o do sistema homogeˆneo dado pode ser expresso do seguinte modo: S = 3z − 4w −2z + 3w z w ∈ R4 , ∀ z, w ∈ R (b) Separando as varia´veis, o conjunto S tambe´m pode ser expresso do seguinte modo: S = z 3 −2 1 0 + w −4 3 0 1 ∈ R4 , ∀ z, w ∈ R Escrevendo os vetores em linha, vemos que S e´ o espac¸o gerado pelos vetores V1 = (3,−2, 1, 0) e V2 = (−4, 3, 0, 1). Como estes vetores sa˜o LI pois na˜o sa˜o mu´ltiplos escalares, vemos que S tem dimensa˜o 2 e que {V1, V2} e´ uma base para S. (c) Vamos ortogonalizar a base {V1, V2} obtida no item anterior. Para isto, considere o vetor projV1(V2) = 〈V2, V1〉 〈V1, V1〉 V1 = −12− 6 + 0 + 0 9 + 4 + 1 + 0 (3,−2, 1, 0) = ( −27 7 , 18 7 ,−9 7 , 0 ) O vetor V ′2 = V2 − projV1(V2) esta´ no espac¸o gerado de V1 e V2 e e´ ortogonal a` V1. V ′2 = V2 − projV1(V2) = (−4, 3, 0, 1)− ( −27 7 , 18 7 ,−9 7 , 0 ) = ( −1 7 , 3 7 , 9 7 , 1 ) Portanto os vetores V1 e V ′ 2 = V2−projV1(V2) formam uma base ortogonal para o espac¸o gerado por V1 e V2. Questa˜o 3: Considere a matriz A = [ 1 1 1 1 ] . (a) Determine o polinoˆmio caracter´ıstico, os autovalores e os autoespac¸os de A. Diagonalize a matriz A utilizando uma matriz ortogonal P e uma matriz diagonal D. Quais sa˜o estas matrizes? (b) Fac¸a uma mudanc¸a de coordenadas conveniente, identifique e fac¸a um esboc¸o no sistema de coordenadas xy da seguinte coˆnica. x2 + 2xy + y2 − 2 √ 2y = 0. SOLUC¸A˜O: (a) O polinoˆmio caracter´ıstico da matriz A e´ p(λ) = det [ 1− λ 1 1 1− λ ] = λ2 − 2λ. Os autovalores de A sa˜o as ra´ızes do polinoˆmio caracter´ıstico. Ou seja, sa˜o as ra´ızes da equac¸a˜o λ2 − 2λ = 0. Portanto os autovalores sa˜o λ = 0 e λ = 2. O autoespac¸o associado ao autovalor λ = 0 e´ o conjunto soluc¸a˜o do sistema linear homogeˆneo (A− λI2)X = 0. Neste caso, obtemos[ 1 1 1 1 ] [ x y ] = [ 0 0 ] . Este sistema linear tem como soluc¸a˜o a reta y = −x. Para o autovalor λ = 2, o autoespac¸o associado e´ o conjunto soluc¸a˜o do sistema linear homogeˆneo (A− λI2)X = 0. Neste caso, obtemos[ −1 1 1 −1 ] [ x y ] = [ 0 0 ] . Neste caso, obtemos a reta de equac¸a˜o y = x. Vetores unita´rios nas direc¸o˜es destas retas sa˜o U1 = √ 2 2√ 2 2 U2 = − √ 2 2√ 2 2 . Assim podemos formar as seguintes matrizes P e D que diagonalizam A. D = [ 2 0 0 0 ] P = √ 2 2 − √ 2 2√ 2 2 √ 2 2 Observe que P = R45o e´ a matriz matriz de rotac¸a˜o de 45 o. (b) Efetuando a mudanc¸a de coordenadas X ′ = [ x′ y′ ] tal que X ′ = P tX sabemos que a equac¸a˜o quadra´tica dada passa a ter a forma X ′tDX ′ +KPX ′ = 0 no sistema de coordenadas x′y′. Substituindo as matrizes calculadas, obtemos [ x′ y′ ] [ 2 0 0 0 ] [ x′ y′ ] + [ 0 −2√2 ] √ 2 2 − √ 2 2√ 2 2 √ 2 2 [ x′ y′ ] = 0 Efetuando as multiplicac¸o˜es obtemos 2x′2 − 2x′ − 2y′ = 0. Simplificando, obtemos a para´bola de equac¸a˜o y′ = x′2 − x′ Esta e´ a uma para´bola coˆncava para cima e de ra´ızes x′ = 0 e x′ = 1. Como P = R45o , a coˆnica dada no enunciado do problema e´ obtida desta para´bola por uma rotac¸a˜o de 45o. Um esboc¸o dos gra´ficos destas duas para´bolas esta´ representado a seguir.