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PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS

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AT 1
PREVENÇÃO E 
COMBATE A INCÊNDIOS
2 32
S
U
M
Á
R
IO
3 UNIDADE 1 - Introdução
5 UNIDADE 2 - O Fogo
8 UNIDADE 3 - Substâncias e Combustão
11 UNIDADE 4 - Energia de Ativação
12 4.1 Suas Formas
13 4.1.1 Combustão
13 4.1.2 Oxidação
16 4.2 Combustíveis
21 UNIDADE 5 - Causas dos Incêndios
24 UNIDADE 6 - Prevenção e Combate a Incêndios
24 6.1 Como apagar incêndios
40 REFERÊNCIAS
2 33
UNIDADE 1 - Introdução
Dentre os tópicos mais importantes 
da segurança no trabalho, a prevenção 
e o combate aos incêndios se destacam, 
pois o fogo é um terrível e temível adver-
sário do ser humano, e o que de melhor 
se pode fazer é evitar ao máximo o seu 
surgimento.
Dentro desta premissa básica, reco-
nhecida e aceita internacionalmente, ou 
melhor, universalmente, governos e ins-
tituições privadas especializadas vêm se 
mobilizando, sem trégua, para a benéfica 
batalha contra o incêndio, criando instru-
mentos e equipamentos de reconhecida 
eficácia, implantando ou, por outro lado, 
aperfeiçoando técnicas com o elevado 
propósito de minimizar tão sinistro even-
to (GOMES, 1998).
Desse desideratum1 nasceu, então, 
a Prevenção Contra Incêndio, cujo pro-
gresso permite sua maior confiabilidade, 
dotada que está de meios que oferecem 
melhor qualidade aos seus fins, contro-
lando ou extinguindo o fogo logo no seu 
nascedouro, ou seja, de um possível foco 
de incêndio.
A Prevenção a incêndios requer 
efetiva ação permanente de vigiar, 
desenvolvendo, fundamentalmente, 
as seguintes atividades:
a) Descoberta oportuna do fogo;
b) Alarme imediato, informando o lo-
cal da ocorrência;
c) Rápida ação contra o fogo;
d) Controle continuado do fogo, até 
sua completa extinção.
Em se tratando de construções, a pre-
ocupação de prevenir um incêndio deve 
começar na fase da elaboração do pro-
jeto de arquitetura da edificação. Nesta 
etapa, deve ser dispensada atenção es-
pecial às áreas destinadas ao escape, às 
de circulação e aos caminhos mais con-
venientes para o desenvolvimento da tu-
bulação específica de cada sistema a ser 
implantado, sem ser esquecida a fiação 
elétrica de cada um dos Sistemas de Pre-
venção Contra Incêndio.
Igualmente, deve-se observar as es-
pecificações dos materiais a serem uti-
lizados, todos do tipo considerado não 
combustível. Quanto aos equipamentos, 
devem ser selecionados aqueles especi-
ficamente fabricados para os fins a que 
se destinam e aprovados em testes ofi-
cialmente reconhecidos (GOMES, 1998).
A reserva da água destinada exclusi-
vamente para incêndio, por ser um dos 
itens mais importantes do projeto, exige 
cuidadoso cálculo em sua quantificação, 
associada, intimamente, à da localização 
do seu reservatório.
Os materiais usados na ocupação da 
edificação irão definir o Risco de Incên-
dio. Mas, os dois parâmetros acima men-
cionados irão, por sua vez, orientar a es-
colha do melhor partido a ser adotado na 
elaboração do projeto (GOMES, 1998).
O rigor aplicado na escolha dos dados 
técnicos, durante a elaboração do proje-
1- Aquilo que se deseja, uma aspiração.
4 54
to, dará a necessária garantia para que 
a hipótese de incêndio se restrinja aos 
casos chamados fortuitos, reduzindo, as-
sim, na prática, a eventualidade do surgi-
mento do fogo.
Por oportuno, deve-se atentar para 
a diferença entre se ter Seguro Contra 
Fogo e Segurança Contra Incêndio. Con-
forme Gomes (1998), o primeiro poderá 
garantir a reposição, ou recomposição da 
coisa sinistrada; mas, jamais, poderá res-
tituir a perda do ser humano ocorrida no 
sinistro. O segundo, pelo contrário, ofe-
rece meios e modos de ser evitada, pelo 
menos minimizada, a ocorrência de tal si-
nistro, causada pelo fogo.
Como diz Gomes (1998), sendo o fogo 
a razão única da Prevenção Contra In-
cêndio, nada mais justo do que tentar 
conhecê-Io um pouco mais, iniciando por 
um breve relato de sua história e, embora 
superficialmente, identificando suas ca-
racterísticas fisioquímicas.
Esta apostila não é uma obra inédita, 
trata-se de uma compilação de autores 
e temas ligados à prevenção e combate 
aos incêndios e tomamos o cuidado de 
disponibilizar ao final da mesma, várias 
referências que podem complementar 
o assunto e sanar possíveis lacunas que 
vierem a surgir.
Desejamos bons estudos a todos!
4 55
UNIDADE 2 - O Fogo
Desde a antiguidade quando o fogo foi 
descoberto, tornou-se um dos elementos 
mais temidos pelo ser humano ao mesmo 
tempo em que se constituía fonte de calor, 
meio de tornar os alimentos mais saboro-
sos, dentre outras funções.
Todavia, antes de ter sido descoberto, o 
modo de produzi-Io e de controlá-Io, provo-
cava verdadeiro terror no homem, algo su-
persticioso, pois seu surgimento só ocorria 
naturalmente, consequente da erupção de 
um vulcão, da faísca elétrica caída sobre o 
mato seco ou, ainda, pela combustão es-
pontânea na vegetação submetida, forte-
mente, aos raios do sol. Por muitos séculos, 
o fogo foi considerado uma manifestação 
sobrenatural cuja ocorrência era atribuída 
aos deuses. Daí a razão do Deus do Fogo 
(ALVES, 2001).
A inteligência e a necessidade levaram o 
homem a encontrar no fogo certa utilida-
de, inicialmente pela percepção da luz que 
se fazia ao seu redor e do calor que trans-
mitia ao seu corpo. Mais adiante descobriu, 
também, que o fogo melhorava sua forma 
de se alimentar, assando ou cozinhando 
seus alimentos e servindo, igualmente, 
para afugentar animais bravios. Daí por 
diante, o fogo passou a receber cuidados 
especiais (BEZERRA, 2007).
O controle deste original fogo piloto, 
desta lamparina, passou a ser tarefa ou 
missão muito importante, ficando sob a 
guarda de elemento valente e da máxima 
confiança dentro do grupo de selvagens. 
Como nômades que eram, os grupos va-
gavam pela mata, pelos campos, transpor-
tando o dito fogo. Quando acontecia do 
fogo se apagar, por alguma razão, o grupo 
buscava recuperá-Io a todo custo. Com tal 
objetivo, o grupo caminhava, buscando 
queimadas e, até mesmo, outro grupo por-
tador do fogo piloto. No caso de encontrar 
um grupo portador, lutavam pela posse da 
lamparina. Nesta luta, o guardião do fogo 
era poupado para garantir que o fogo não 
se apagasse e pudesse ser utilizado pelo 
grupo vencedor. Por vezes, o guardião era 
atacado e, nesse exato momento, ele de-
veria defender o fogo, a todo risco, mos-
trando sua valentia, comprovando a razão 
de sua escolha. (GOMES, 1998; BEZERRA, 
2007).
A disputa pela posse do fogo só termi-
nou após o homem ter aprendido a produ-
zi-Io. Como isto aconteceu, não se sabe ao 
certo. A verdade é que chegaram ao mes-
mo fim por dois caminhos diferentes. Um 
deles se atribui ao centelhamento causado 
pelo choque, ou forte atrito, entre pedras. 
E o outro, parece-nos mais prático e fácil, 
resultou do atrito de um pedaço de madei-
ra, semelhante a um pequeno bastão cilín-
drico, um pouco mais grosso que um lápis, 
introduzido num buraco de igual diâmetro. 
Mantendo esse bastão entre suas mãos, 
torciam-no num sentido, ora noutro, aque-
cendo-o até atear fogo às folhas e grave-
tos secos colocados junto e ao redor dele 
(GOMES, 1998; BEZERRA, 2007).
Nessa época pré-histórica, quando o ho-
mem vivia nas cavernas, o risco de incêndio 
não exista, entretanto, a convivência em 
grupos maiores, enfim, o desenvolvimento 
da humanidade fez surgir outros proble-
mas decorrentes do fogo, os incêndios.
6 7
O homem constatou que os benefícios 
que o fogo lhe proporcionava eram anula-
dos, despertando nele convicção de que 
deveria apagá-Io antes que ele causasse 
grandes estragos (GOMES, 1998; ALVES, 
2001).
Nasceu, assim, a necessidade de com-
bater o fogo. Surgia a ideia de extingui-Io 
no instante em que ele era percebido, ou 
talvez, no justo momento em que o fogo 
nascia.A água foi o primeiro agente extintor 
empregado. Certamente pela facilidade 
em obtê-Ia, já que o homem acampava, 
sempre, nas proximidades dos rios e la-
gos, face às suas necessidades naturais 
de sobrevivência. Inicialmente, a água era 
transportada em crânios de animais. Mais 
tarde, em recipientes feitos com o couro 
de animais. Diante da rapidez exigida para 
extinguir o fogo, a areia, a terra foram uti-
lizadas. E, não se sabe porque, as mantas 
de animais, com que se cobriam, com que 
se protegiam, foram usadas no combate ao 
fogo (ALVES, 2001).
Evoluindo no combate ao fogo, passa-
ram a usar tubos feitos com couro de ani-
mal, fortemente costurados, à semelhança 
das atuais linhas de Mangueiras Contra In-
cêndio. Todos esses acontecimentos ocor-
riam sem que soubessem a razão pela qual 
era possível extinguir o fogo.
Antes de Lavoisier, acreditava-se que os 
materiais submetidos à ação do fogo desa-
pareciam reduzidos a cinzas.
Os sábios da época, os Alquimistas, afir-
mavam que o desaparecimento ocorria 
porque escapava o Flogístico, fluido con-
tido em todas as substâncias, isto é, nos 
corpos, imaginado pelo químico Stahl, para 
explicar a queima (GOMES, 1998).
Lavoisier foi quem provou que uma 
substância, um corpo submetido à ação do 
fogo, sofre uma reação química que dá ori-
gem à formação de novos corpos, sem que 
tenha sido criado ou perdido qualquer ma-
terial (ROCHA, 1998). A partir dessa com-
provação, os pesquisadores voltaram suas 
atenções para os aspectos físico-químicos 
do fenômeno da queima ou combustão.
Como pudemos constatar, a história do 
fogo tem sua origem nos longínquos dias 
da Pré-história da Humanidade, só conhe-
cida através de pesquisas em restos de 
animais, nas pinturas deixadas em caver-
nas, em vasilhames, em ferramentas e em 
outros objetos de igual valor científico. A 
escrita ainda não era conhecida.
Foi na chamada Idade da Pedra, compre-
endida entre os anos 5000 e 10000 A.C. 
que se descobriu a forma primitiva de se 
produzir o fogo.
No período denominado Pedra Nova, 
ocorrido entre os anos 5000 e 4000 a.C., o 
homem consegue controlar o fogo e, desta 
forma, fez surgir uma das mais importan-
tes aplicações: a Cerâmica. Na Idade dos 
Metais, sem dúvida, o fogo ganhou maior 
importância, face à descoberta de sua apli-
cação na fusão dos metais.
Foi encontrada a forma, o modo de fun-
dir o cobre com o estanho, resultando no 
bronze. Pouco depois, tornou-se possível a 
fabricação de ferramentas com o ferro.
Nasceu daí a espada de ferro. Desses 
fatos em diante, o fogo foi incorporado ao 
cotidiano do homem, não só em suas ativi-
dades domésticas como, também, na caça, 
na pesca e na sua defesa pessoal.
6 7
Eis, assim, o resumo da evolução do fogo 
a serviço da humanidade. Hoje, em nossos 
dias, alcançou tanta importância e utilida-
de que o seu controle tornou-se uma preo-
cupação ainda maior, embutida que está na 
Prevenção Contra Incêndio (GOMES, 1998).
8 98
UNIDADE 3 - Substâncias e Combustão
Todos os corpos, matérias ou substân-
cias, são formados por pequeníssimas par-
tículas, denominadas moléculas, e estas 
por elementos ainda menores, diminutos, 
chamados átomos, dotados de minúsculas 
partículas energéticas, que se mantêm em 
grande movimento: os elétrons. O átomo 
se compõe de um núcleo central, onde se 
encontram os prótons e os nêutrons e de 
uma eletrosfera, na qual somente os elé-
trons orbitam (FELTRE, 2008).
Sabido é que só os elétrons da camada 
externa participam das reações químicas, 
pelo que os átomos cedem, recebem ou 
compartilham para que sua última camada 
fique com oito elétrons, à semelhança do 
que ocorre com os gases perfeitos, deno-
minados gases nobres. O exame da confi-
guração desses gases nobres revela que 
qualquer corpo só adquire estabilidade 
quando sua configuração eletrônica se as-
semelha a dos referidos gases. A configu-
ração eletrônica desses gases é a seguinte:
As letras representam a ordem de su-
cessão das camadas da eletrosfera e, tam-
bém, a quantidade delas. Os números in-
dicam a quantidade de elétrons em cada 
camada, revelando que os gases nobres 
possuem oito elétrons em suas camadas 
externas, com exceção do gás Hélio, que 
tem apenas dois (FELTRE, 2008).
A tendência dos átomos para adquiri-
rem a configuração acima chama-se Regra 
dos Octetos. Fogem dessa regra os átomos 
que possuem uma única camada, e nela so-
mente dois elétrons.
Aquilo que nós, normalmente, denomi-
namos de corpo, matéria ou substância, em 
realidade, é energia. Sempre que dois cor-
pos reagem entre si para formarem um ter-
ceiro, ocorre uma transferência de energia. 
Todo corpo que contém, basicamente, os 
elementos químicos Carbono, Hidrogênio e 
Enxofre é um combustível. Nestes corpos, 
as reações físico-químicas se apresentam 
8 99
sob a forma de calor, concentrando neles 
maior energia do que nos corpos por eles 
formados, possibilitando, deste modo, a 
liberação de calor. Esta forma de reagir ca-
racteriza uma reação exotérmica.
O calor é a energia de ativação. É, por 
excelência, a energia ativadora da com-
bustão. Todavia, uma combustão não 
ocorre somente pelo calor. Há que haver 
o elemento oxigênio, com o qual irá reagir 
um dos elementos químicos acima consi-
derados. Tal reação para ser completa, os 
elementos em reação deverão guardar en-
tre si uma proporção constante. É a Lei das 
Proporções Constantes. Tais proporções 
são:
Carbono – uma parte para duas de Oxi-
gênio.
Hidrogênio – duas partes para uma de 
Oxigênio.
Enxofre – uma parte para duas de Oxi-
gênio.
Consequentemente, na combustão 
completa dos corpos combustíveis, orgâni-
cos comuns, são encontrados os seguintes 
compostos:
CO2 – Dióxido de Carbono ou Anidrido 
Carbono.
H2O – Vapor D’água.
SO2 – Gás Sulfúrico ou Anidrido Sulfuro-
so.
A importância de cada um dos compo-
nentes, no processo da combustão, não 
pode ser avaliada individualmente, isto é, 
em separado, já que nenhum deles, por si 
só, dá origem à queima ou combustão.
A combustão, vulgarmente representa-
da pelo conhecido Triângulo do Fogo, mos-
trado abaixo, decorre da ação simultânea 
dos elementos Oxigênio, Combustível e 
Calor.
Pesquisas, por sua vez, levaram os 
técnicos à conclusão de que a com-
bustão está sujeita aos seguintes con-
dicionamentos:
a) Os corpos só queimam após terem al-
cançado determinada temperatura: Tem-
peratura de Ignição ou Ponto de Ignição.
b) Os corpos só queimam na presença 
de oxigênio, isto é, do comburente.
c) Os corpos só queimam por efeito de 
uma fonte externa de calor, da ação da 
Energia de Ativação. É oportuno se regis-
trar a existência de certos corpos Orgâni-
cos Combustíveis, que podem entrar em 
queima ou combustão, ainda que parcial-
mente, por conterem, em suas moléculas, 
oxigênio combinado, dispensando, assim, 
o recebimento de fonte externa. Vale sa-
lientar, também, o fato de uma combustão 
poder ocorrer num atmosfera de Cloro, de 
Óxido de Carbono ou de Nitrogênio, sem a 
presença do Oxigênio. Tal ocorrência, po-
rém, é tão rara que podemos admitir, na 
prática, não haver combustão sem o envol-
vimento do oxigênio do ar (FELTRE, 2007).
Uma combustão provoca os se-
10 1110
guintes efeitos físico-químicos:
a) Dilatação linear ou volumétrica;
b) Mudança de estado;
c) Alteração da resistência;
d) Transmissão de calor;
e) Emissão de luz.
Sem qualquer sombra de dúvida, para a 
Prevenção Contra Incêndio, o calor é o ele-
mento de maior preocupação, por ser ele o 
componente que leva os corpos a alcança-
rem suas temperaturas de ignição.
A transmissão de calor se faz por 
três formas:
a) Condução – pelo contato corpo a 
corpo, face à condutibilidade de cada um 
deles. A Condutibilidade de cada corpo 
é comparada com a do ferro, cujo valoré 
considerado como igual a 1 (um). Os demais 
corpos apresentam os seguintes valores:
b) Convecção – circulação do meio 
transmissor, gasoso ou líquido.
c) Irradiação – através das ondas calo-
ríficas, semelhantes às ondas eletromag-
néticas. 
 
10 1111
UNIDADE 4 - Energia de Ativação
No escoamento de uma corrente elé-
trica através de um material condutor, 
os elétrons, ao passarem de um átomo 
para outro, entram em colisão, frequen-
temente, com as partículas atômicas do 
caminho. A energia necessária para mo-
vimentar uma certa quantidade de elé-
trons é proporcional à resistência ofe-
recida pelo condutor. Aparece sob forma 
de calor. A resistência, ou seja, a força de 
captura e de colisão desses elétrons, tem 
a seguinte identificação:
a) Resistência Térmica – caracte-
rizada pela variação do calor gerado. É 
proporcional à própria resistência e ao 
quadrado da corrente elétrica aplicada. 
Em razão da temperatura do condutor 
resultar de sua própria resistência, os 
fios descobertos podem carrear maiores 
correntes, em termos absolutos, do que 
os isolados, pelo fato de terem maior fa-
cilidade de liberar calor para o meio am-
biente. Os fios singelos, por sua vez, po-
dem carrear maiores correntes do que 
os agrupados em cabo condutor. O calor 
gerado pelas lâmpadas incandescentes e 
pelas infravermelhas é consequente da 
resistência térmica de seus filamentos. 
Nessas lâmpadas são usados materiais 
de elevado nível da temperatura de fu-
são (GOMES, 1998).
b) Indução Térmica – é a diferença 
de potencial resultante da passagem de 
uma corrente elétrica sujeita à Resistên-
cia Térmica de seu condutor. A diferença 
de potencial, também, surge sempre que 
um condutor é submetido à influência de 
um campo magnético flutuante ou alter-
nativo, ou ainda, cruzando as linhas de 
força desse campo.
c) Calor por Atrito ou Fricção – é a 
energia mecânica aplicada para vencer a 
resistência ao movimento, quando dois 
corpos são esfregados ou friccionados 
um contra o outro. Qualquer atrito ou 
fricção gera calor. O impacto é outra for-
ma de fricção, quando ocorre entre dois 
corpos duros, um deles sendo metálico, 
pode produzir uma centelha.
d) Energia Térmica Estática – é uma 
carga elétrica acumulada na superfície de 
dois corpos que foram produzidos unidos 
e são separados abruptamente. A super-
fície de um deles se torna positivamente 
carregada e a do outro negativamente. 
Estes corpos não estando eletricamen-
te aterrados poderão acumular uma car-
ga elétrica suficiente para produzir uma 
centelha. Mesmo que tal centelha tenha 
curta duração, poderá provocar a ignição 
de vapores e gases inflamáveis e, ainda, 
em líquidos inflamáveis que estejam es-
coando numa tubulação.
e) Energia Térmica pelo Raio – é re-
sultante de uma carga elétrica que passa 
de uma nuvem para outra, eletricamente 
contrárias ou para a Terra. Na passagem 
para a Terra, poderá liberar muito calor, 
de altíssima temperatura, para um corpo 
que esteja em seu caminho, mesmo que 
este corpo tenha elevada resistência.
f) Arco Térmico – é resultante da in-
terrupção de uma corrente elétrica, seja 
intencionalmente, abrindo uma chave 
elétrica tipo faca, ou acidentalmente, por 
12 13
falha em um condutor ou em um terminal. 
O Arco é geralmente forte, quando origi-
nado de um motor elétrico ou de outro 
tipo de circuito indutivo.
g) Energia Calorífica por Compres-
são – é o calor gerado e liberado pela 
compressão de um corpo ou substância 
gasosa. É também conhecido pela ex-
pressão efeito diesel, em razão de sua 
grande aplicação nos motores a óleo die-
sel. Sabe-se, já comprovado em testes, 
que um jato de ar comprimido de alta 
pressão num buraco praticado num pe-
daço de madeira, provoca a queima desse 
pedaço de madeira.
h) Energia Calorífica Nuclear – é a 
energia liberada em forma de calor do nú-
cleo de um átomo, quando bombardeado 
com partículas energizadas. A energia 
liberada pelo bombardeio é, normalmen-
te, um milhão de vezes maior do que a li-
berada por uma reação química ordinária. 
A liberação dessa energia de forma ins-
tantânea, com ponderável quantidade de 
calor, caracteriza uma explosão atômica. 
Por outro lado, essa mesma liberação sob 
controle, constitui uma excelente fonte 
de calor para fins medicinais e industriais.
i) Energia Calorífica Solar – é pro-
duzida pela incidência dos raios do Sol. É 
a fonte natural de calor. Pode provocar 
a combustão nas florestas e no mato, 
quando bem secos. Concentrando-se os 
raios do Sol sobre a extremidade de um 
cigarro, através de uma lupa, ou lente, é 
possível acendê-Io. É, atualmente, bas-
tante usado para fins domésticos e in-
dustriais.
4.1 Suas Formas
Todo corpo, matéria ou substância, 
precisa de uma certa quantidade de calor 
para elevar sua própria temperatura ou 
mudar de estado. Esta certa quantidade 
de calor é definida, geralmente, pela for-
ma em que é reconhecida, como a seguir 
indicada:
a) Calor Específico – é a quantidade 
de calor que cada corpo absorve para ele-
var um grau Célsius à temperatura de um 
quilo de sua massa, num determinado in-
tervalo de temperatura.
Exemplos:
Água — 1,000 kcal/kg
Álcool — 0,579 kcal/kg
Azeite — 0,310 kcal/kg
Cobre — 0,095 kcal/kg
Ferro — 0,114 kcal/kg
b) Calor Latente – é a quantidade de 
calor que cada corpo absorve por quilo de 
sua massa, para mudar de estado.
Exemplos:
Água - Ebulição (100°C): 80 kcal
Água - Vaporização (partindo de 
100°C): 550 kcal
Água - Vaporização (total de um kg): 
630 kcal
c) Calor de Combustão ou Poder 
Calorífico – é a quantidade de calor que 
a massa de um quilo de um corpo libera, 
quando é queimado integralmente.
Exemplos:
12 13
4.1.1 Combustão
Como já sabido, a combustão é uma rea-
ção físico-química provocada por uma fonte 
de calor e na presença do oxigênio, cujo início 
tem lugar quando alcançada a temperatu-
ra de ignição. Assim, nas temperaturas am-
bientais normais essa reação é tão lenta que 
passa despercebida aos nossos sentidos. O 
exemplo mais conhecido e comum desse fe-
nômeno é o amarelecimento do papel e o da 
ferrugem do ferro (GOMES, 1998; FELTRE, 
2007).
Se a temperatura, entretanto, ultrapassa 
a do ambiente, a velocidade da oxidação au-
menta, gerando maior quantidade de calor. 
Uma vez iniciada a oxidação, a liberação de 
calor se faz em grau maior, elevando a tem-
peratura do corpo em queima, assegurando, 
deste modo, o desencadeamento do proces-
so.
 4.1.2 Oxidação
O calor da oxidação depende do consumo 
de oxigênio durante a reação.
Entende-se, por esta razão, que o calor li-
berado num incêndio fica limitado pela quan-
tidade de oxigênio contido no suprimento de 
ar. A quantidade de oxigênio ou de ar atmos-
férico exatamente necessária e suficiente 
para queimar o Carbono, o Hidrogênio (puro) 
e o Enxofre existentes num corpo combus-
tível até o surgimento do CO2 (Dióxido de 
Carbono), do H2O (Vapor D’água) e do S02 
(Anidrido Sulfuroso), constitui a Teoria do 
Oxigênio, ou do Ar Atmosférico. A expressão 
genérica para a oxidação de um corpo com-
bustível é dada pela equação:
 na qual:
O = Oxigênio
m = Quantidade de átomos do Carbono 
(C)
n = Quantidade de átomos do Hidrogê-
14 15
nio (H)
CH = Molécula
Exemplo:
Metano - CH4
Onde:
 
Verifica-se desta igualdade que uma 
molécula de Metano requer duas molécu-
las de Oxigênio para a completa combus-
tão de uma molécula de Dióxido de Car-
bono e duas moléculas de Vapor D’água. 
Como no ar atmosférico, 20% é Oxigênio 
e 78% é Nitrogênio, na prática, cada mo-
lécula de Oxigênio é acompanhada por 
quatro moléculas de Nitrogênio. Para a 
maioria dos compostos de Carbono, Oxi-
gênio e Hidrogênio, tais como:
e outros de características químicas 
iguais, o calor da oxidaçãoé da ordem de 
45 Joule por litro de ar consumido, ou o 
equivalente a 10,76 Calorias.
Fases da Combustão
A combustão é, realmente, uma oxida-
ção bastante complexa, envolvendo um 
processo de decomposição química por 
efeito do calor. Esta decomposição é co-
nhecida pelo nome de Pirólise.
A Pirólise é uma evolução com várias 
fases, ou estágios, como acontece, por 
exemplo, com a madeira, quando submeti-
da a uma fonte de calor de elevada tempe-
ratura.
Fase 1 - Desprendimento vagaroso de 
certos gases, inclusive vapor d’água, cujos 
componentes combustíveis não são ignicí-
veis no início da Pirólise. Em primeiro lugar 
é atacada a superfície, surgindo o fenô-
meno do amarelecimento. Em seguida, a 
reação vai mais profunda, com desprendi-
mento do calor, isto é, esotermicamente. 
Continua o desprendimento de gases, al-
guns sendo ignicíveis até certo grau. Nes-
te momento, é alcançada a temperatura 
denominada Ponto de Fulgor, um pouco 
abaixo da Temperatura de Ignição. Pros-
seguindo a evolução, é alcançada a dita 
Temperatura de Ignição e a reação passa a 
se desenvolver rapidamente, todavia, ab-
sorvendo calor, endotermicamente. Nesta 
14 15
temperatura, os gases CO2 e H2O susten-
tam a chama, cujo calor provoca reação 
secundária, em série, completando a com-
bustão dos gases da destilação de vapor, 
agora já esotermicamente. Neste estágio, 
o desprendimento de calor caracteriza o já 
mencionado Poder Calorífico do corpo ou 
substância em queima.
Fase 2 - o balanço do aproveitamento 
do calor é muito importante. Se o calor des-
prendido ficar retido ou, melhor, concen-
trado no corpo, será o suficiente para que 
a pirólise prossiga, isto é, para que a reação 
oxidante se mantenha. Se mais calor esti-
ver sendo aproveitado do que perdido, seja 
por condução, convecção ou irradiação, o 
balanço é positivo e o fogo se desenvolve. 
Caso contrário, o fogo se apaga. A concen-
tração do agente oxidante é fator comple-
mentar da geração de calor e determina se 
a ignição e a combustão poderão ter lugar.
A caracterização da combustão, quan-
to à sua rapidez, está ligada à velocidade 
com que evolui, ou seja, à cinética química. 
Neste sentido, tem a seguinte classifi-
cação:
 Combustão Lenta – é uma oxidação 
de baixa velocidade, não ocorrendo emis-
são de luz e calor. A esotermicidade, isto é, 
a liberação de calor, é muito pequena, ou 
melhor, é muito fraca.
 Combustão Viva – é uma oxidação 
que se caracteriza pela emissão de luz, a 
chama, e de calor, a incandescência, simul-
taneamente ou não. O calor produzido pela 
esotermicidade é forte, resultante da ele-
vada velocidade com que se processa a re-
ação química. O incêndio é uma Combustão 
Viva, cuja chama é constituída pela mistura 
dos gases combustíveis com o Oxigênio. O 
calor decorre da queima incompleta, uma 
vez que as partículas de Carbono não são 
inteiramente consumidas. Parcela apreci-
ável da energia produzida é transformada 
em raios infravermelhos.
 Combustão Muito Viva ou Instan-
tânea – é uma oxidação de altíssima velo-
cidade, comparável com a do som. A Muito 
Viva é um pouco inferior à Instantânea. To-
davia, ambas se apresentam na forma de 
uma explosão. Fortes pressões são cria-
das, situando-se no nível de uma Atmos-
fera por metro quadrado, a Muito Viva, e 
trinta Atmosferas por metro quadrado a 
Instantânea. 
Na combustão viva, o fogo, a parte vi-
sível, se mostra de duas formas: chama e 
brasa. Elas acontecem juntas ou separada-
mente. Dependerá da natureza dos mate-
riais combustíveis envolvidos. A brasa só 
surge na queima de combustíveis sólidos, 
únicos que, por sua vez, podem apresentar 
chama e brasa. Nisto, a madeira é um bom 
exemplo, como já mostramos. Alguns ma-
teriais combustíveis sólidos, quando for-
temente aquecidos ou se decompõem em 
vapores ou, ainda, em gases inflamáveis. É 
o que acontece com a cera, com a parafina 
e a gordura. Materiais artificialmente pro-
duzidos, como o carvão coque e o carvão 
vegetal, apresentam unicamente a brasa.
Na prática, a chama tem três zonas 
distintas:
 Zona Inferior – é aquela em que se 
inicia a vaporização da parte líquida, conti-
da no material combustível em queima.
 Zona Intermediária – é aquela onde 
ocorre a incandescência; o calor, devido à 
divisão do Carbono em partículas muito fi-
nas e, também, onde os vapores combus-
16 17
tíveis se decompõem em Carbono e Hidro-
gênio.
 Zona de Combustão – é aquela onde 
o Oxigênio tem acesso, provocando, em 
realidade, o início da combustão, gerando 
maior desprendimento de calor. É a zona 
mais quente da queima.
4.2 Combustíveis
Do ponto de vista do processo da 
combustão, os combustíveis podem 
ser classificados da seguinte forma:
- Sólidos Comuns;
- Líquidos Inflamáveis;
- Gases Inflamáveis;
- Materiais Químicos de Grande Risco.
Sólidos Comuns (Combus-
tíveis Sólidos)
A queima de um combustível sólido é 
facilitada na medida em que ele está mais 
dividido e a umidade for mínima.
Os sólidos combustíveis mais comuns, 
encontrados em quase todas as edifica-
ções residenciais comerciais e industriais, 
têm as seguintes composições:
 Os corpos sólidos ao se queimarem 
passam por três estágios:
- Destilação;
- Inflamação;
- Incandescência.
Destilação
É o estágio em que ocorre o desprendi-
mento dos gases ignicíveis, visto o corpo ter 
alcançado o seu Ponto de Fulgor. Tem início, 
propriamente dito, a Pirólise.
Inflamação
É o estágio em que surge a chama, visto 
o corpo ter alcançado a sua Temperatura 
de Inflamação, correspondente à sua Tem-
peratura de Ignição, e os gases se infla-
mam.
Incandescência
É o estágio em que ocorre o desprendi-
mento de calor provocado pelas chamas. A 
temperatura do corpo se eleva, dando con-
dições para a realização da combustão. Este 
estágio caracteriza o Poder Calorífico do cor-
po.
Líquidos Inflamáveis 
(Combustíveis Líquidos)
Os corpos líquidos ao alcançarem seu Pon-
to de Fulgor se transformam em gases. Con-
tinuando o aquecimento, por fonte externa, 
atingem a Temperatura de Combustão, emi-
tindo gases inflamáveis em quantidade sufi-
ciente para sustentar a dita combustão e a 
16 17
manutenção da chama.
Rapidez de Inflamabilida-
de
De acordo com a rapidez de suas inflama-
bilidades, os Líquidos Inflamáveis podem ser 
classificados como se segue:
Classe 1 - Altamente Inflamável. Ponto 
de Fulgor abaixo de (- )5°C ou 23°F.
Classe 2 - Inflamável. Ponto de Fulgor de 
(- )5°C ou 23°F até 21°C ou 70°F.
Classe 3 - Pouco Inflamável. Ponto de Ful-
gor acima de 21°C ou 70°F até 93°C ou 200°F.
Classe 4 - Não Inflamável. Ponto de Ful-
gor acima de 93°C ou 200°F.
Ponto de Fulgor
Devido seus Pontos de Fulgor, na 
prática, os Líquidos Inflamáveis são 
agrupados da seguinte maneira:
Classe 1 - Acetona, Benzeno, Benzina, 
Bissulfato de Carbono, Butano, Éter e Ga-
solina.
Classe 2 - Ácido Acético, Álcool e Tolue-
no ou Toluol.
Classe 3 - Querosene.
Gases Inflamáveis (Com-
bustíveis Gasosos)
Os corpos gasosos entram em queima 
mais facilmente, pois não passam pelo pro-
cesso de transformação a que estão sujei-
tos os sólidos e os líquidos. A combustão é 
direta, dependendo fundamentalmente da 
concentração com que se misturam com o 
ar. Experimentalmente, existem duas con-
centrações limites, entre as quais a mistura 
ar-gás-combustível é inflamável. São elas: 
Limite de Explosividade Inferior e Limite de 
Explosividade Superior.
Limite de Explosividade
Por definição, Limite de Explosividade é a 
máxima e a mínima concentração de gases 
ou vapores, cuja mistura com o ar ou oxigê-
nio é ignicível, na qual, acima ou abaixo des-
se Limite não há nenhum risco de ignição. A 
Tabela abaixo relaciona alguns combustíveis 
gasosos, seus Pontos de Fulgor, Pontos de 
Ignição e Limitesde Explosividade.
18 19
Materiais Químicos de 
Grande Risco
Com exceção dos explosivos, reconhe-
cidamente perigosíssimos, merecendo cui-
dados especiais quanto ao seu manuseio e 
armazenamento, as substâncias químicas 
consideradas de grande risco, podem rece-
ber a seguinte classificação:
- Sólidos Inflamáveis;
- Plásticos e Filmes;
- Agentes Oxidantes;
- Ácidos e Outros Corrosivos;
- Venenos;
- Substâncias Radioativas.
Sólidos Inflamáveis
Para os fins da Prevenção Contra Incên-
dio, são considerados como Sólidos Infla-
máveis aquelas substâncias que se incen-
deiam facilmente, ou provocam incêndio, 
seja pela fricção, pela exposição ao ar, pela 
absorção de umidade, pela absorção de 
pequena quantidade de calor.
 Quanto à fricção:
- Enxofre;
- Fósforo (vermelho, branco ou amare-
lo);
- Persulfato de Fósforo;
- Peróxido de Benzol Seco.
 Quanto à exposição ao ar:
- Boro;
- Carvão Vegetal;
- Ferro Pirofórico;
- Fósforo (vermelho, branco ou amare-
lo);
- Hidratos;
- Lítios;
- Nitrito de Cálcio;
- PÓ de Zinco.
 Quanto à absorção de umidade:
- Cálcio;
- Carbonato de Alumínio;
- Carbureto de Cálcio;
- Hidratos;
- Hidrossulfito de Sódio;
- Magnésio (se finamente dividido);
- Óxido de Cálcio;
- Peróxido de Bário;
- Pó de Alumínio;
- Pó de Bronze;
- Pó de Zinco;
- Potássio;
- Selênio;
- Sódio;
- Sulfeto de Ferro.
 Quanto à absorção de pequena 
quantidade de calor:
- Carvão Vegetal;
- Dinitrocanilina;
- Dinitrobenzol;
- Nitrato de Celulose (nitrocelulose);
- Pentasulfato de Antimônio;
- Pentasulfato de Sódio;
- Piroxilina;
- Pó de Zircônio;
- Sesquisulfato de Fósforo.
Plásticos e Filmes
Plásticos com base de Nitrocelulose – ce-
luloide, inflama-se pouco acima de 100°C. 
Se decompõe acima de 150º C. Esta de-
18 19
composição é acompanhada de evolução 
de calor, alcançando essa temperatura que 
propicia a combustão espontânea. Queima 
muito rapidamente.
Plásticos à base de Gomalaca – os 
plásticos à base de gomalaca queimam va-
garosamente. O trato com materiais deve 
ser feito cautelosamente, reduzindo ao 
máximo suas quantidades e cuidando para 
não haver ocorrência de chama, luz; proibi-
do riscar fósforo ou ter cigarro aceso. O ce-
lulóide é composto de 2/3 de Nitrocelulose 
(Algodão Pólvora) e 1/3 de Cânfora.
Agentes Oxidantes
São substâncias sólidas que contêm 
apreciável quantidade de Oxigênio e capa-
zes de facilitar ou, até mesmo, de provocar 
incêndio quando em contato com material 
combustível. Principais Agentes Oxidan-
tes:
- Ácido Crômico;
- Ácido Perclórico;
- Bromato de Potássio;
- Cloreto de Bário;
- Cloreto de Cálcio;
- Cloreto de Potássio;
- Cloreto de Zinco;
- Hipoclorito de Cálcio;
- Hipoclorito de Sódio;
- Nitrato de Amônia;
- Nitrato de Bário;
- Nitrato de Cobalto;
- Nitrato de Cobre;
- Nitrato de Chumbo;
- Nitrato de Ferro;
- Nitrato de Magnésio;
- Nitrato de Níquel;
- Nitrato de Potássio;
- Nitrato de Prata;
-Nitrato de Sódio;
- Nitrato de Tório;
- Nitrato de Urânio;
- Perclorato de Amônia;
- Perclorato de Potássio;
- Perclorato de Sódio;
- Permanganato de Amônia;
- Permanganato de Potássio;
- Peróxido de Bário;
- Peróxido de Estrôncio;
- Peróxido de Potássio;
- Peróxido de Sódio.
Ácidos e Outros Corrosi-
vos
São substâncias que, em contato com 
corpos combustíveis, podem desenvolver 
calor suficiente para provocar um incêndio 
ou forte corrosão.
Os principais ácidos e corrosivos 
são:
- Ácido Muriático;
- Ácido Clorídrico;
- Ácido Crômico (solução);
- Ácido Fluorídrico;
- Ácido Nítrico;
- Ácido Perclórico;
- Ácido Sulfúrico;
- Bromo;
- Cloreto de Acetil;
- Cloreto de Benzil;
- Cloreto de Cloracetil;
- Cloreto de Enxofre;
- Oxicloreto de Fósforo;
20 21
- Pentacloreto de Antimônio;
- Peróxido de Hidrogênio;
- Água Oxigenada (8 a 45%);
- Trióxido de Enxofre.
Venenos – são citados nesta aposti-
la exclusivamente porque são altamente 
perigosos para o ser humano. Estão rela-
cionados os que em forma de gases, ou de 
vapores, em pequenas quantidades mistu-
rados com o ar podem causar a morte. São 
eles:
- Ácido Cianídrico;
- Acroleína;
- Bromacetona;
- Brometo de Metila;
- Cloreto de Fenilcarbilamina;
- Cloro-Picrina;
- Cianogênio;
- Dióxido de Nitrogênio;
- Etildicloroarsina;
- Fosgênio;
- Gás Mostarda;
- Metildicloroarsina;
- Peróxido de Nitrogênio.
Substâncias Radioativas
São substâncias que podem ser prejudi-
ciais ao ser humano, se submetido à ação 
por longo tempo, se elas forem de peque-
na radiação, ou por curto tempo, se elas fo-
rem de grande radiação. No tocante à Pre-
venção Contra Incêndio, elas são usadas 
nos sensores do tipo radioativo: detetores 
de fumaça, de pequena ação radioativa, 
não oferecendo motivo para preocupação 
(GOMES, 1998). 
20
20 2121
UNIDADE 5 - Causas dos Incêndios
Ainda já tenhamos falado sobre as 
causas, vale enfatizar a importância da 
Prevenção Contra Incêndio, por ser o úni-
co meio pelo qual se pode assegurar que 
um foco de fogo não se transforme num 
incêndio, pois que atua neutralizando o 
desenvolvimento.
Tal controle exige uma vigilância 
capaz de:
a) Descobrir o foco de fogo, no exato 
instante em que ele surge;
b) Dar imediato alarme;
c) Iniciar rápida ação de controle para 
sua extinção;
d) Manter contínua atuação sobre o 
fogo, até sua extinção ou até a chegada 
de socorro eficiente.
Causas de Incêndio
O incêndio pode surgir por variadas ra-
zões, mas cujas causas mais comuns são:
 Causas Fortuitas
- Ponta de cigarro ou fósforo incandes-
cente, largada em cesto ou lata de lixo;
- Tomada elétrica sobrecarregada;
- Pano impregnado com álcool, éter, 
gasolina, cera, querosene e outros infla-
máveis, guardados sem o menor cuidado;
- Fio elétrico energizado, sem isola-
mento ou desprotegido, em contato com 
papel, tecido ou outro qualquer material 
combustível;
- Equipamento elétrico funcionando 
irregularmente, apresentando alta tem-
peratura e/ou centelhamento.
 Causas Acidentais
- Vazamento de líquido inflamável em 
área de risco;
- Concentração de gás inflamável em 
área confinada;
- Curto circuito em aparelho elétrico 
energizado ou em fiação não isolada ade-
quadamente;
- Combustão espontânea;
- Eletricidade estática.
Classificação dos Incên-
dios
A classificação dos incêndios depende 
fundamentalmente do modo como é ava-
liada sua periculosidade. Qualquer que 
seja o adotado, haverá sempre material 
combustível envolvido, em maior ou me-
nor quantidade, representado pelo mo-
biliário, pelas peças decorativas, apare-
lhos elétricos, livros, paredes divisórias, 
forros falsos, nas áreas residenciais e 
comerciais. Nas áreas industriais, outros 
materiais, como os aplicados nas emba-
lagens e nas matérias-primas de fabri-
cação de produtos, inclusive químicos. A 
esses mencionados, se podem juntar os 
utilizados na construção dos prédios (DE 
FARIA, 1993).
Para a Prevenção Contra Incêndio, 
duas formas de classificação, basicamen-
te, são aceitáveis:
22 23
- Pela natureza dos materiais combus-
tíveis existentes nas áreas a serem pro-
tegidas;
- Pela quantidade dos materiais com-
bustíveis existentes nas áreas a serem 
protegidas.
Classificação pela Nature-
za dos Materiais
- Incêndios da Classe A - Fogo em só-
lidos combustíveis mais comuns e de fácil 
combustão, tais como: algodão, fibras, 
madeira, papel, tecidos e similares.
- Incêndios da Classe B - Fogo em 
líquidos inflamáveis e líquidos petrolífe-
ros: álcool, gasolina, graxas, vernizes e 
similares.
- Incêndios da Classe C - Fogo em 
equipamentos elétricos energizados: 
motores, circuladores de ar, aparelhos de 
ar condicionado, televisores, rádios e ou-
tros similares.
- Incêndios da Classe D - Fogo em 
metais pirofóricos e suas ligas; alumínio 
em pó,zinco, magnésio, potássio, titânio, 
sódio e zircônio.
Classificação pela Quanti-
dade dos Materiais
Quando tratamos da combustão, fize-
mos referência à velocidade da queima, a 
cinética química. Vimos que o incêndio se 
enquadra na combustão viva, caracteri-
zada pelo forte calor que é liberado. Dis-
semos, também, que tal calor depende 
da capacidade do material de produzi-Io, 
ou seja, do seu Poder Calorífico.
Logicamente, se cada material com-
bustível tem uma capacidade própria de 
produzir esse calor, quanto maior for a 
quantidade dele, envolvida, tanto maior 
será o calor por ele liberado. Assim, os 
materiais existentes na edificação, to-
dos combustíveis, sejam os aplicados na 
construção, sejam os utilizados na sua 
ocupação, definirão a quantidade de ca-
lor que poderá ser liberada, na hipótese 
de uma queima total desses materiais.
Na prática, todavia, só são considera-
dos os materiais existentes empregados 
na ocupação do prédio. Deste modo, cal-
cula-se a quantidade encontrada por uni-
dade de área ocupada para se ter a Carga 
Incêndio.
Por definição, Carga Incêndio é a quan-
tidade de calor que poderá ser gerado, 
por unidade de área, pela queima de todo 
o material combustível existente na edi-
ficação.
A Carga Incêndio resulta na soma dos 
produtos da quantidade de cada mate-
rial pelo seu Poder Calorífico. A divisão 
da Carga Incêndio pela área total ocupa-
da pelos materiais considerados, oferece 
um índice que é utilizado internacional-
mente para classificar os incêndios. É ex-
presso em unidades do Sistema Métrico 
Decimal ou no Sistema Métrico Inglês.
Classificação pela Carga 
Incêndio
- Risco Leve ou Risco 1 - Fogo em 
pequena Carga Incêndio, cujo desenvol-
vimento se faz com fraca liberação de ca-
lor:
Carga Incêndio até 270.000 kcal/m2.
- Risco Médio ou Risco 2 - Fogo em 
22 23
média Carga Incêndio, cujo desenvolvi-
mento se faz com moderada liberação de 
calor:
Carga Incêndio de 270.000 a 540.000 
kcal/m2
- Risco Pesado ou Risco 3 - Fogo em 
grande Carga Incêndio, cujo desenvolvi-
mento se faz com elevada liberação de 
calor:
Carga Incêndio de 540.000 a 1.080.000 
kcal/m2.
Suponhamos que em três locais de 
mesmas características construtivas e 
dimensões, estejam armazenados os se-
guintes materiais combustíveis:
a) Área A - 20.000 kg de gasolina, em 
tambores fechados. Há um enchimen-
to de 20 kg a cada 2 horas, em vasilhas 
abertas.
Poder Calorífico da Gasolina: 11.100 
kcal/kg.
b) Área B - 20.000 kg de querosene, 
também em tambores fechados. Há um 
enchimento de 20 kg a cada 2 horas, em 
vasilhas abertas.
Poder Calorífico do Querosene: 11.100 
kcal/kg.
c) Área C - 70.000 kg de madeira seca. 
Corte e expedição de 70 kg a cada 2 horas 
em feixes abertos.
Poder Calorífico da Madeira: 3.170 kcal/
kg.
Quanto à Carga Incêndio, seus valores 
são iguais, como se mostra a seguir:
Área A - 20.000 x 11.100 = 222.000.000 
kcal.
Área B - 20.000 x 11.100 = 222.000.000 
kcal.
Área C - 70.000 x 3.170 = 221.900.000 
kcal.
 Sem qualquer sombra de dúvida, o risco 
de incêndio na Área A tem maior possibilida-
de do que nas outras duas áreas, em razão 
de ser mais elevada a sua periculosidade.
Para completar os esclarecimentos em 
tela, vale lembrar que a Gasolina tem seu 
Ponto de Fulgor a (-) 42°C. O Querosene en-
tre 38°C e 74°C e a Madeira tem sua tempe-
ratura de combustão entre 400°C e 500°C, 
uma vez que a Madeira não tem Ponto de 
Fulgor. Por outro lado, é bom lembrar que 
tanto a Gasolina como o Querosene têm 
temperatura de combustão da ordem de 
255°C. Estas temperaturas são inferiores 
à da chama de um fósforo, da brasa de um 
cigarro ou de uma centelha elétrica, seja 
provocada pelo acionamento de uma chave 
elétrica ou provocada por atrito entre dois 
corpos.
Sempre que a Gasolina é manipulada, 
vapores são desprendidos e se misturam 
com o ar ambiente, porque a Gasolina tem 
seu Ponto de Fulgor abaixo da temperatura 
ambiente. Consequentemente, os vapores 
vão se acumulando no local. Ultrapassado 
o Limite de Explosividade, qualquer fonte 
de calor das já citadas poderá provocar uma 
explosão seguida de um incêndio.
Com os dois outros combustíveis exem-
plificados, tal ocorrência é inexistente, ten-
do em mira que o Querosene tem seu Ponto 
de Fulgor acima da temperatura ambiente. 
Quanto à Madeira, não tendo Ponto de Ful-
gor, sua temperatura de combustão exigirá 
muito calor para aquecê-Ia até ou acima de 
tal temperatura (GOMES, 1998). 
24 2524
UNIDADE 6 - Prevenção e Combate a 
Incêndios
6.1 Como apagar incêndios
Acreditamos ter ficado claro até aqui 
que, em relação ao fenômeno da combus-
tão, o fundamental para a Prevenção Con-
tra Incêndio é evitar a Energia de Ativação. 
Para que isto se torne viável, medidas de 
vigilância terão de ser adotadas, objeti-
vando eliminar as possíveis causas de in-
cêndios.
Para Gomes (1998), tais medidas, na 
prática, são inexequíveis. Impõe-se, por-
tanto, encontrar meios e formas de con-
trolar um foco de fogo, logo no seu surgi-
mento, antes que seu desenvolvimento se 
torne incontrolável, podendo resultar num 
incêndio.
A combustão, sendo uma reação química 
que só ocorre quando presentes em mate-
rial combustível, uma fonte de calor e Oxi-
gênio contido no ar ambiente, os processos 
de extinção visam separar essa concorrên-
cia, ou melhor dizendo, visam desmontar o 
Triângulo do Fogo. Considerando-se, ain-
da, que a combustão se desenvolve com a 
formação de novas partículas, a extinção 
poderá ser obtida, também, com a inter-
rupção desse processo em cadeia.
Os processos adotados objetivam extin-
guir o fogo por dois caminhos: o físico e o 
Químico.
Processo Físico – resfriamento e aba-
famento
Resfriamento - Tem por princípio redu-
zir o calor gerado, provocando a queda da 
temperatura para baixo da temperatura 
de combustão ou de ignição e, em certos 
casos, abaixo do Ponto de Fulgor. Neste 
sentido, o agente extintor é a água, aplica-
da em forma de jato sólido ou em forma de 
uma chuva fina, tipo neblina.
Forma de ação da água - Quando 
duas substâncias, dois corpos, com tem-
peraturas próprias diferentes, entram em 
contato um com o outro, as temperaturas 
tendem para o equilíbrio.
Face a esta circunstância e como a água, 
em geral, está em temperatura menor que 
a dos materiais em queima, ela vai absor-
vendo, gradativamente, o calor existen-
te, fazendo baixar a temperatura até ficar 
abaixo da temperatura de combustão, eli-
minando um dos componentes do Triângu-
lo do Fogo, o calor. É lógico que, para isto 
acontecer, será necessário consumir uma 
certa quantidade d’água, que pode ser cal-
culada conhecendo-se:
a) Quantidade do material envolvido na 
queima;
b) O Poder Calorífico desse material;
c) O Calor Latente da água.
Abafamento - É o meio pelo qual se re-
duz substancialmente, ou até se suprime, a 
presença do ar, do Oxigênio, isto é, do com-
burente no processo da queima. Em outras 
palavras: se desmonta o Triângulo do Fogo, 
eliminando-se o componente comburente, 
ou seja, o Oxigênio.
Ainda que o ar atmosférico tenha a 
composição conforme a tabela abaixo, so-
mente o oxigênio participa do processo da 
queima ou combustão. Por experiências 
em laboratórios, o fogo se apaga quando 
24 2525
a taxa relativa ao Oxigênio chega a menos 
de 8%. O ser humano deixa de viver se a 
taxa do Oxigênio ficar abaixo de 17%.
 É curioso, também, verificar que a cha-
mada chama da vida humana se relaciona, 
fundamentalmente, com o Oxigênio do ar 
que respiramos, visto que podemos ficar:
30 dias, consecutivos, sem comer;
3 dias, consecutivos, sem beber;
3 minutos, consecutivos, sem respirar.
Sabe-se que o ser humano necessita 
respirar de 4 a 5 litros de ar por minuto, 
consumindo, aproximadamente,2 litros 
de Oxigênio por minuto, expelindo cerca 
de 1,7 litros por minuto de CO2 (Dióxido de 
Carbono). O processo de abafamento pro-
duz um efeito físico, cujo principal agente 
extintor é o Dióxido de Carbono (C02), a Es-
puma Química ou Mecânica.
Processos Químicos
Na abordagem da reação química, foi 
mostrada a necessidade de haver concor-
rência de três elementos para que uma 
combustão se verifique. Por outro lado, 
no processo físico de extinção do fogo, fa-
lamos que, na prática, a desmontagem do 
conhecido Triângulo do Fogo faria cessar a 
reação química, extinguindo o incêndio, ou 
melhor, o fogo.
Face, todavia, à comprovação de que a 
combustão é um fenômeno em cadeia, sur-
ge um quarto elemento componente que 
propicia a sua manutenção. Daí admiti-se, 
hoje, que o famoso Triângulo do Fogo se 
transformou no Quadrilátero do Fogo (GO-
MES, 1998).
Em decorrência dessa particularidade, a 
combustão poderá ser extinta, fazendo-se 
a interrupção do fenômeno, com a aplica-
ção de um produto químico que efetue tal 
interrupção. 
Dois produtos podem ser utilizados nes-
te processo. São eles: Pó Químico Seco, em 
uso desde longa data, e o Halon 1301, utili-
zado há algum tempo, menos usado e, atu-
26 27
almente, sob observação. Ambos, quando 
aplicados sobre um material combustível 
em queima, interrompem a troca direta de 
átomos ativos, impedindo a formação de 
radicais livres. Normalmente, estes dois 
produtos são utilizados em Extintores de 
Incêndio, portáteis e sobre rodas. Também 
podem ser encontrados em Sistemas Fi-
xos.
Equipamentos e Instrumen-
tos para Uso em Combate a 
Incêndios
Sistema Hidráulico Fixo 
Sob Comando
Entende-se por Sistema Fixo Sob Co-
mando um conjunto de equipamentos, 
instrumentos e tubulações que possibi-
litam usar a água como agente extintor, 
manipulando-a sobre um foco de fogo, de 
modo a impedir que seu desenvolvimento, 
incontrolável, se transforme num incêndio. 
A composição, o projeto e a implantação 
de um Sistema Fixo Sob Comando obede-
cem a regras e a parâmetros constantes de 
Normas Técnicas e Regulamentos.
No Brasil, as Normas, em geral, são ela-
boradas e tornadas obrigatórias ao serem 
publicadas pela Associação Brasileira de 
Normas Técnicas – ABNT – e homologadas 
pelo Instituto Nacional de Metrologia – IN-
METRO. Quanto aos Regulamentos, são 
dispositivos publicados pelos Estados da 
Federação, estabelecendo exigências. Os 
regulamentos são elaborados pelas suas 
respectivas Polícias Militares, ou, direta-
mente, pelo seu Corpo de Bombeiros Mili-
tares (DE FARIAS, 1986).
As Normas da ABNT têm fé pública em 
todo território brasileiro. São homologadas 
pelo Instituto Nacional de Metrologia (IN-
METRO). Os Regulamentos só têm validade 
no território dos seus respectivos Estados.
Existem Normas específicas para fabri-
cação de equipamentos e materiais técni-
cos, no nosso caso, destinados ao Sistema 
de Prevenção Contra Incêndio. Existem 
também Normas técnicas específicas para 
instalação desses equipamentos e mate-
riais. 
A distinção fundamental entre Norma e 
Regulamento, ressalvada a sua área de in-
fluência, está em que as Normas estabele-
cem as exigências mínimas a serem obser-
vadas pelos projetistas e instaladores dos 
Sistemas de Prevenção Contra Incêndio, 
enquanto que os Regulamentos fixam, não 
só as edificações e estabelecimentos que 
devem ser protegidos como, também, os 
tipos de equipamentos a serem usados em 
cada Sistema, uma vez que tais edificações 
e estabelecimentos sejam classificados 
nas diversas classes de Risco, de acordo 
com as ocupações de suas dependências e 
características dimensionais de suas cons-
truções (GOMES, 1998).
Por vezes, no interesse de ser reduzido o 
valor do Prêmio do Seguro Contra Incêndio, 
as exigências estabelecidas nas Normas 
ou Regulamentos são complementadas 
por exigências contidas em publicações da 
Superintendência de Seguro das Empresas 
Privadas (SUSEP), exigências estas maio-
res do que as encontradas nas Normas e 
Regulamentos.
Sistema Fixo Sob Coman-
do
26 27
É aquele em que o afluxo d’água chega 
ao ponto de sua aplicação mediante a in-
tervenção humana, usando equipamentos 
especializados, tais como:
 Caixa de Incêndio ou Abrigo de 
Mangueira de Incêndio – Compartimen-
to destinado a guardar os equipamentos 
usados no combate ao fogo. As Caixas são 
fabricadas para serem colocadas na pare-
de, externamente ou embutida. Suas di-
mensões e formas são estabelecidas nos 
Regulamentos.
 Mangueira Contra Incêndio – Con-
duto flexível cuja capa é fabricada com fi-
bra vegetal natural ou sintética, revestida 
internamente por tubo de borracha, desti-
nada a projetar a água na direção do ponto 
de aplicação sobre o fogo, tendo nas extre-
midades conexões de engate rápido, tipo 
Storz, ou rosqueadas. Diâmetros: 38 mm (1 
1/2”) e 63 mm (2 1/2”).
 Esguicho Jato Sólido ou Jato Pleno 
– Peça metálica, tronco-cônica, adaptável 
na extremidade da Mangueira de Incêndio, 
destinada a formar e orientar o jato d’ água 
no ponto de aplicação sobre o fogo, em fi-
letes praticamente paralelos.
 Esguicho Jato Variável ou Jato Re-
gulável – Peça metálica, adaptável na ex-
tremidade da Mangueira de Incêndio, com 
dispositivo de regulagem para transformar 
o jato sólido da água em chuva fina, tipo 
neblina, praticamente na forma esférica.
 Hidrante Interno Singelo – Dispo-
sitivo de tomada d’água, constituído por 
uma Válvula Globo-Angular 45° ou 90°, na 
qual é adaptada à Mangueira de Incêndio.
 Hidrante Interno Duplo – Dispo-
sitivo de tomada d’água constituído por 
duas Válvulas Globo-Angulares de 45° ou 
90°, montadas na extremidade da cabeça 
modular, tipo Te industrial, nas quais são 
adaptadas as Mangueiras de Incêndio.
 Hidrante Singelo de Coluna – Dis-
positivo de tomada d’água semelhante ao 
Interno, localizado na parte externa da 
edificação, cuja Válvula é montada na ex-
tremidade superior de um ramal vertical da 
tubulação de incêndio.
 Hidrante Duplo de Coluna – Dispo-
sitivo de tomada d’água, localizado na par-
te externa da edificação, dotado de duas 
Válvulas Globo-Angulares de 45° ou 90° 
montadas na cabeça modular, na extremi-
dade de um ramal ou seção, vertical da tu-
bulação de incêndio.
 Hidrante de Recalque (de Fachada 
ou de Passeio) – Dispositivo para introdu-
ção d’água pelo Corpo de Bombeiros, idên-
tico ao hidrante Interno, porém localizado 
na via pública, na fachada do prédio, via de 
regra, no passeio, na calçada, embutido em 
caixa metálica ou de alvenaria, com tampa 
também metálica, rebatível, tendo estam-
pada a palavra incêndio na sua face exter-
na superior.
 Adaptador – Peça metálica de forma 
cilíndrica, um lado com rosca tipo fêmea 
ou macho, no diâmetro igual ao da Válvu-
la Globo-Angular do Hidrante, onde vai ser 
conectada e do outro lado engate rápido 
tipo Storz ou rosca, no diâmetro da man-
gueira de Incêndio a que vai ser adaptada.
 Tampão Cego – Peça metálica cilín-
drica no diâmetro da Válvula do Hidrante 
de Recalque, ou o Adaptador, destinado a 
proteger os filetes das roscas respectivas 
e evitar pequeno vazamento d’água. Pode 
ser guarnecido com uma corrente.
28 29
 Canalização ou Tubulação de In-
cêndio – Tubos metálicos, aço carbono 
ou ferro galvanizado, conectados entre si, 
com peças especificamente adequadas, 
destinada a conduzir a água desde a sua 
fonte de suprimento até aos hidrantes, 
isto é, às tomadas d’água de incêndio, de-
senvolvida dentro e/ou fora da edificação 
aérea aparente, ou subterrânea, em dutos 
(shafts) próprios para tubulações.
 Reservatório Superior – Recipien-
te metálico ou em alvenaria, destinado ao 
armazenamento d’água exclusiva para in-
cêndio ou não, localizado na parte superior 
da edificação.
 Reservatório Inferior – Idêntico aoSuperior, porém localizado na parte infe-
rior da edificação, no subsolo, ou mesmo 
enterrado na área construída. Em certos 
casos, poderá ser a própria Cisterna.
 Reserva Técnica de Incêndio (RTI) 
– Quantidade total da água reservada para 
alimentar exclusivamente os Hidrantes de 
Incêndio, armazenada no Reservatório Su-
perior, Inferior ou na Cisterna.
 Bomba de Incêndio – Bomba acio-
nada por motor elétrico ou não, aplicada 
no suprimento d’água, sob pressão, aos Hi-
drantes do Sistema, aspirando do Reserva-
tório que contém a RTI. 
 Bomba Jóquei ou Booster – Bomba 
auxiliar da Bomba de Incêndio, destinada 
exclusivamente a repor pequenas perdas 
de pressão causadas por micro vazamen-
tos na canalização de incêndio. Terá de 
manter a mesma pressão estática estabe-
lecida com a Bomba de Incêndio.
 Conjunto Hidráulico da Partida Au-
tomática – Dispositivo aplicado na partida 
automática da Bomba de Incêndio e, quan-
do for o caso, da Bomba Jóquei, constituído 
por:
- Tanque Hidropneumático – Cilindro 
metálico, de pequena capacidade de ar-
mazenagem d’água (10 litros, aproxima-
damente), com um orifício inferior para 
entrada d’água. Rosqueado no fundo para 
conexão ao Te da gambiarra própria.
- Manômetro (para água) – Instru-
mento destinado a indicar a pressão estáti-
ca ou dinâmica na canalização de incêndio. 
A Janela, de diâmetro variável, tem escala 
em kgf/cm2 e/ou Lbf/pol2 ou em outra es-
cala equivalente.
- Pressostato Diferencial – Instrumen-
to de ajustagem da pressão da partida da 
Bomba de Incêndio, de modo que isto só 
ocorra com a queda de pressão na rede de 
hidrantes, causada por manobra na sua 
Válvula Globo Angular ou por vazamento 
na própria canalização.
- Válvula de Teste – Válvula do tipo 
globo, pequeno diâmetro, destinada aos 
ensaios de funcionamento da Bomba de 
Incêndio, geralmente instalada abaixo do 
Tanque Hidro-pneumático.
- Gambiarra – Conjunto de tubos de 
pequeno diâmetro e comprimento, conec-
tados entre si, ligado no ramal de recalque 
da Bomba de Incêndio e no qual os instru-
mentos acima são montados.
 Alarme Contra Incêndio – Aparelho 
elétrico, capaz de produzir som facilmen-
te audível, de alerta, ativado sempre que 
houver queda de pressão, ou ocorrer flu-
xo d’água na canalização de incêndio. Tal 
alarme ocorrendo denunciará a entrada 
em funcionamento da bomba de incêndio, 
28 29
consequente à um fluxo d’água na canali-
zação, ou uma queda em sua pressão.
 Chave de Fluxo (Flow Switch) – Apa-
relho elétrico acionado pelo fluxo d’água, 
ainda que de baixa velocidade, no trecho 
da canalização de incêndio onde estiver 
montada, fazendo soar o Alarme Elétrico 
Contra Incêndio. Em certas instalações po-
derá, também, provocar a partida automá-
tica da Bomba de Incêndio. 
 Quadro Elétrico de Comando – 
Conjunto de peças e aparelhos montados 
em um painel de mármore ou madeira tra-
tada com substância retardante ao fogo, 
constituído por uma Chave Faca à prova de 
explosão, um Contator e, no caso de duas 
bombas de incêndio, uma Chave Seleto-
ra de Bomba. Neste quadro será ligado o 
Pressostato Diferencial, bloqueando a ali-
mentação direta às bombas de incêndio.
 Casa de Máquinas de Incêndio 
(CMI) – Compartimento construído em al-
venaria, em geral, destinado à instalação 
das bombas de incêndio e seus pertences, 
fechado por porta do tipo corta-fogo, ven-
tilado através de janela basculante e ilu-
minação à prova de explosão. Suas dimen-
sões são fixadas pelos Regulamentos.
Sistema Hidráulico Fixo 
Automático
O primeiro registro do uso automático 
da água como agente extintor ocorreu em 
1723. Ambrose Godfrey, utilizando-se de 
um vaso de couro, por ele mesmo constru-
ído, cheio com água e completamente fe-
chado, nele adaptou um cartucho com pól-
vora em pó e à prova d’água. Ao cartucho 
foi fixado um fio fusível (GOMES, 1998).
Uma vez que o fio fusível fosse queima-
do pelo fogo de um incêndio, em seu início, 
a explosão da pólvora arrebentava o vaso e 
a água se espalhava sobre o fogo. Foi usa-
do, também, em cima de telhado combustí-
vel, para evitar que o fogo o alcançasse por 
irradiação ou para reduzir a possibilidade 
da convecção do prédio vizinho (GOMES, 
1998).
O uso da água em forma de chuva foi re-
gistrado, pela primeira vez, em 1852, nos 
Estados Unidos da América, com o uso de 
um cano perfurado, instalado na Locks and 
Canais Company, em Lowell, Massachus-
setts. Em 1875, Henry S. Parmelle projetou 
e fabricou o primeiro corpo de Chuveiro 
Automático, conhecido pelo nome de Hen-
ry Parmelle N 3. Parmelle inventou este 
dispositivo para proteger contra incêndio 
sua fábrica de pianos em New Haven, Con-
necticut, nos Estados Unidos da América.
No período entre 1874 e 1878, a Factory 
Mutual Insurance Company (FM) compilou 
relatórios que indicavam, claramente, a 
eficiência desse produto na Proteção Con-
tra Incêndio.
No período de 1877 a 1888, os registros 
da FM mostravam que a perda em dinheiro 
por incêndios em prédios não protegidos 
pelo dispositivo mencionado anteriormen-
te, alcançavam o montante de $5.700.000 
resultantes de 759 sinistros ou o equiva-
lente a $7.509 por incêndio. Em compara-
ção, em cerca de 10 anos, nos 206 incên-
dios ocorridos em prédios protegidos por 
sprinklers, o montante da perda foi de 
$224.480, ou seja, $1.089 por sinistro.
Estes resultados convenceram as com-
panhias de seguro, levando-as a estimu-
larem seus segurados na implantação de 
30 31
sprinklers em seus prédios, com custos, do 
seguro, reduzidos. O exemplo do incentivo 
foi dado pela Factory Mutual (FM), cujos 
registros mostram que, em 1875, o custo 
do Seguro Contra Fogo era de 30 cents por 
$100, enquanto que, nos mesmos 30 anos 
da avaliação, os custos caíram para 4 ou 5 
cents pelos mesmos $100.
John Kane foi o primeiro a usar a Liga 
Termofusível para o funcionamento auto-
mático do sprinklers, fato que ocorreu em 
1881.
Entre os anos de 1872 e 1914, mais de 
450 patentes de automatic sprinklers fo-
ram registradas nos Estados Unidos da 
América.
Em 1914, a lista da Factory Mutual rela-
cionava apenas 10 modelos de Automatic 
Spriniklers Head, e em 1974 somente 15 
modelos.
Atualmente, existem várias empresas 
fabricantes desse produto. A maior parte 
está nos Estados Unidos da América, cujo 
elemento termossensível usado é, em sua 
grande maioria, do tipo Liga Fusível. Outras 
se localizam na Europa e no Japão. No Brasil 
já existem mais de 5 firmas fabricantes. To-
das usam como elemento termossensível a 
Ampola Estilhaçável de Vidro.
As instalações fixas automáticas, usan-
do a água como o agente extintor, não de-
pendem do ser humano para sua aplicação 
sobre um material combustível em queima. 
Fazem parte desse Sistema os Chuveiros 
Automáticos Contra Incêndio, muito mais 
conhecidos pelo seu nome em língua ingle-
sa, Automatic Fire Sprinklers Systems, ou, 
simplesmente, Sprinklers (GOMES, 1998).
A definição, a composição, seus equipa-
mentos, as exigências técnicas para a mon-
tagem desse Sistema e as especificações 
da fabricação dos Chuveiros são regulados 
por Normas e Regulamentos. No Brasil, as 
Normas Técnicas vigentes são:
a) Para fabricação:
EB-152/90 - Especificação (ABNT)
MB-267/90 - Métodos de Ensaios (ABNT)
b) Para instalação:
EB-1135/90 da ABNT
Os Regulamentos, todos elaborados 
pelas Polícias Militares ou pelos Corpos de 
Bombeiros Militares, diretamente, são im-
plantados em cada Estado da Federação, 
através de Decreto dos Governos Estadu-
ais, disciplinando suas aplicações.
Todavia, outros documentos espe-
cíficos poderão ser consultados, tais 
como:
a) NFPA Nº 13 - Installation of Sprinklers 
Systems (National Fire Protection Asso-
ciation - USA);
b) LPC - Rules of the Fire for Automatic 
Sprinklers (Loss Prevention Council- En-
gland);
c) ISO/OIS 6182-1.2 - Fire Protection 
Sprinklers System Part 1: Requirements 
and Methods of Test for Sprinklers.
Os Sistemas de Chuveiros Automá-
ticos Contra Incêndio são classifica-
dos em:
a) Cano Molhado;
b) Cano Seco;
c) Ação Prévia;
30 31
d) Dilúvio;
e) Combinado: Cano Seco/Ação Prévia.
Nos Sistemas são usados produtos que, 
em razão das suas formas de funcionar, 
podem ter os seus orifícios de passagem 
da água permanentemente fechados ou 
abertos. Os primeiros denominam-se Chu-
veiros Automáticos e os segundos Chuvei-
ros Abertos.
SISTEMAS
Cano Molhado
Tubulação completamente cheia d’água 
e permanentemente mantida sob pressão. 
Consequentemente, os Chuveiros instala-
dos em seus ramais também ficam sujei-
tos à mesma pressão. A pressurização se 
faz por gravidade ou por meio de bomba 
elétrica ou não. Nas instalações de grande 
porte, a entrada d’água na coluna é feita 
através de um conjunto de duas válvulas, 
denominado VGA – Válvula de Governo e 
Alarme. Uma delas é do tipo Gaveta e a ou-
tra fabricada especificamente para exer-
cer duas funções: retenção e acionamento 
do alarme hidráulico. Esta válvula especial 
tem o nome de Válvula de Retenção e Alar-
me, VRA. A Válvula Gaveta normalmente 
fica totalmente aberta. Seu fechamento 
só ocorre por motivo de força maior.
Quando, por efeito do calor produzido 
pela queima de um material combustível, 
o elemento termossensível, liga fusível 
ou ampola estilhaçável de vidro é ativado, 
a água é liberada, atravessa o orifício e é 
descarregada no meio ambiente, provo-
cando a queda da pressão no Sistema.
Cano Seco
Tubulação mantida temporariamente 
vazia, pressurizada com Ar Comprimido ou 
Nitrogênio, em cujos ramais são instalados 
os chuveiros automáticos contra incên-
dio. Na coluna do sistema é instalada uma 
válvula denominada válvula de cano seco. 
Quando qualquer elemento termossensí-
vel é ativado, por efeito do calor, o ar ou o 
Nitrogênio é liberado, a pressão na tubula-
ção cai, a água é pressurizada pela gravida-
de ou pela bomba, provocando a abertura 
da referida válvula, e a descarga no am-
biente se dá pelo chuveiro cujo orifício foi 
liberado.
A tubulação do sistema fica cheia, mas 
a descarga no ambiente só se faz pelo dito 
Chuveiro, aliás, como acontece com o Sis-
tema de Cano Molhado. A água, ao passar 
pela tubulação, através da VGA, faz tam-
bém soar o Alarme Hidráulico. Este Siste-
ma é implantado nas áreas onde poderá 
ocorrer congelamento.
Ação Prévia
Tubulação mantida temporariamente 
vazia, pressurizada com Ar ou Nitrogê-
nio, em cujos ramais são instalados os 
Chuveiros Automáticos. A água é manti-
da sob pressão sobre uma válvula deno-
minada Válvula de Ação Prévia, instalada 
na coluna de incêndio. O Sistema é com-
plementado por um outro sistema, o Sis-
tema Automático de Detecção de Calor 
e Alarme. Quando qualquer sensor des-
te Sistema é ativado por efeito do calor 
da queima de um material combustível, 
a bomba de incêndio é acionada, entra 
em funcionamento, provoca a abertura 
da referida Válvula, enche a tubulação 
d’água. Todavia, a água só é descarrega-
da pelo Chuveiro que tiver sido ativado 
32 33
pelo calor. No instante em que aquele 
sensor entrou em atividade, também fez 
soar o Alarme Elétrico Contra Incêndio.
Quando a tubulação é pressurizada 
pela ação gravitacional, não existindo 
bomba de incêndio, o Sistema de Detec-
ção é ligado diretamente à Válvula de 
Ação Prévia. Assim, logo que qualquer 
detector, ou melhor, sensor, é ativado 
pelo calor, o Sistema aciona a abertura da 
citada Válvula, funcionando como foi aci-
ma esclarecido.
Este Sistema também é empregado 
nos sistemas onde a água pode ser con-
gelada.
Dilúvio
Tubulação mantida temporariamente 
seca, não pressurizada, em cujos ramais 
são instalados Chuveiros Abertos Con-
tra Incêndio. Estes Chuveiros têm seus 
orifícios sempre abertos, portanto, não 
dotados com o elemento termossensível. 
A água é mantida sob pressão numa vál-
vula denominada Válvula Dilúvio.
Este Sistema é complementado por 
um outro, denominado Sistema de De-
tecção e Alarme Contra Incêndio. Quando 
qualquer detector ou sensor deste Siste-
ma é ativado pela ação do calor despren-
dido do material combustível em queima, 
o Painel Central, ao qual estão ligados 
todos os sensores do referido Sistema, 
também é ativado, aciona o Quadro Elé-
trico de Comando da Bomba de Incêndio, 
fazendo-a funcionar. A pressão da água 
aumenta, abre a Válvula Dilúvio, percor-
re toda a tubulação e é descarregada por 
todos os Chuveiros, simultaneamente.
Neste instante, o Alarme Contra In-
cêndio soa no ambiente, provocado pelo 
dispositivo da partida automática, por 
sua vez ligado àquele Quadro. O Sistema 
Dilúvio geralmente é instalado em áre-
as abertas para proteger certos equipa-
mentos elétricos, tais como Transforma-
dores, ou para provocar o resfriamento 
de tanques de estocagem de combustí-
veis líquidos ou de inflamáveis. 
Combinado Cano Seco e 
Ação Prévia
Tubulação mantida temporariamente 
vazia, pressurizada com Ar ou Nitrogênio 
e em cujos ramais são instalados Chuvei-
ros Automáticos Contra Incêndio. Esse 
sistema é complementado por um siste-
ma de detecção e alarme, cujos sensores 
têm maior sensibilidade do que os com-
ponentes termossensíveis dos chuveiros 
automáticos.
Quando qualquer um dos sensores é 
ativado pelo calor desprendido da quei-
ma de um material combustível, ativa 
imediatamente o seu módulo no Painel 
Central para abertura das duas válvulas. 
A água enche toda a tubulação. Porém, 
só será descarregada no meio ambiente 
pelo chuveiro cujo elemento termossen-
sível tiver liberado a sua passagem.
NR 23 – Proteção Contra Incêndios
Publicação D.O.U.
Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho 
de 1978 06/07/78
Atualizações/Alterações D.O.U.
Portaria SNT n.º 06, de 29 de outubro 
de 1991 31/10/91
Portaria SNT n.º 02, de 21 de janeiro de 
32 33
1992 22/01/92
Portaria SIT n.º 24, de 09 de outubro de 
2001 01/11/01
23.1 Disposições gerais.
23.1.1 Todas as empresas deverão 
possuir:
a) proteção contra incêndio;
b) saídas suficientes para a rápida re-
tirada do pessoal em serviço, em caso de 
incêndio;
c) equipamento suficiente para com-
bater o fogo em seu início;
d) pessoas adestradas no uso correto 
desses equipamentos.
Saídas.
23.2 Os locais de trabalho deverão dis-
por de saídas, em número suficiente e 
dispostas de modo que aqueles que se 
encontrem nesses locais possam aban-
doná-los com rapidez e segurança, em 
caso de emergência.
23.2.1 A largura mínima das aberturas 
de saída deverá ser de 1,20m (um metro 
e vinte centímetros).
23.2.2 O sentido de abertura da porta 
não poderá ser para o interior do local de 
trabalho.
23.2.3 Onde não for possível o acesso 
imediato às saídas, deverão existir, em 
caráter permanente e completamente 
desobstruídos, circulações internas ou 
corredores de acesso contínuos e segu-
ros, com largura mínima de 1,20m (um 
metro e vinte centímetros).
23.2.4 Quando não for possível atingir, 
diretamente, as portas de saída, deve-
rão existir, em caráter permanente, vias 
de passagem ou corredores, com largura 
mínima de 1,20m (um metro e vinte cen-
tímetros) sempre rigorosamente deso-
bstruídos.
23.2.5 As aberturas, saídas e vias de 
passagem devem ser claramente assina-
ladas por meio de placas ou sinais lumi-
nosos, indicando a direção da saída.
23.2.6 As saídas devem ser dispostas 
de tal forma que, entre elas e qualquer 
local de trabalho não se tenha de percor-
rer distância maior que 15,00m (quinze 
metros) nas de risco grande e 30,00m 
(trinta metros) nas de risco médio ou pe-
queno.
23.2.6.1 Estas distâncias poderão ser 
modificadas, para mais ou menos, a crité-
rioda autoridade competente em segu-
rança do trabalho, se houver instalações 
de chuveiros (sprinklers), automáticos, e 
segundo a natureza do risco.
23.2.7 As saídas e as vias de circulação 
não devem comportar escadas nem de-
graus; as passagens serão bem ilumina-
das.
23.2.8 Os pisos, de níveis diferentes, 
deverão ter rampas que os contornem 
suavemente e, neste caso, deverá ser co-
locado um “aviso” no início da rampa, no 
sentido da descida.
23.2.9 Escadas em espiral, de mãos ou 
externas de madeira, não serão conside-
radas partes de uma saída.
23.3 Portas.
23.3.1 As portas de saída devem ser de 
batentes ou portas corrediças horizon-
tais, a critério da autoridade competente 
34 35
em segurança do trabalho.
23.3.2 As portas verticais, as de enro-
lar e as giratórias não serão permitidas 
em comunicações internas.
23.3.3 Todas as portas de batente, 
tanto as de saída como as de comunica-
ções internas, devem:
a) abrir no sentido da saída;
b) situar-se de tal modo que, ao se abri-
rem, não impeçam as vias de passagem.
23.3.4 As portas que conduzem às es-
cadas devem ser dispostas de maneira a 
não diminuírem a largura efetiva dessas 
escadas.
23.3.5 As portas de saída devem ser 
dispostas de maneira a serem visíveis, 
ficando terminantemente proibido qual-
quer obstáculo, mesmo ocasional, que 
entrave o seu acesso ou a sua vista.
23.3.6 Nenhuma porta de entrada, ou 
saída, ou de emergência de um estabele-
cimento ou local de trabalho, deverá ser 
fechada a chave, aferrolhada ou presa 
durante as horas de trabalho.
23.3.7 Durante as horas de trabalho, 
poderão ser fechadas com dispositivos 
de segurança, que permitam a qualquer 
pessoa abri-las facilmente do interior do 
estabelecimento ou do local de trabalho.
23.3.7.1 Em hipótese alguma, as por-
tas de emergência deverão ser fechadas 
pelo lado externo, mesmo fora do horário 
de trabalho.
23.4 Escadas.
23.4.1 Todas as escadas, plataformas 
e patamares deverão ser feitos com ma-
teriais incombustíveis e resistentes ao 
fogo.
23.5 Ascensores.
23.5.1 Os poços e monta-cargas res-
pectivos, nas construções de mais de 2 
(dois) pavimentos, devem ser inteira-
mente de material resistente ao fogo.
23.6 Portas corta-fogo.
23.6.1 As caixas de escadas deverão 
ser providas de portas corta-fogo, fe-
chando-se automaticamente e podendo 
ser abertas facilmente pelos 2 (dois) la-
dos.
23.7 Combate ao fogo.
23.7.1 Tão cedo o fogo se manifeste, 
cabe:
a) acionar o sistema de alarme;
b) chamar imediatamente o Corpo de 
Bombeiros;
c) desligar máquinas e aparelhos elé-
tricos, quando a operação do desliga-
mento não envolver riscos adicionais;
d) atacá-lo, o mais rapidamente possí-
vel, pelos meios adequados.
23.7.2 As máquinas e aparelhos elé-
tricos que não devam ser desligados em 
caso de incêndio deverão conter placa 
com aviso referente a este fato, próximo 
à chave de interrupção.
23.7.3 Poderão ser exigidos, para cer-
tos tipos de indústria ou de atividade 
em que seja grande o risco de incêndio, 
requisitos especiais de construção, tais 
como portas e paredes corta-fogo ou di-
ques ao redor de reservatórios elevados 
de inflamáveis.
23.8 Exercício de alerta.
34 35
23.8.1 Os exercícios de combate ao 
fogo deverão ser feitos periodicamente, 
objetivando:
a) que o pessoal grave o significado do 
sinal de alarme;
b) que a evacuação do local se faça em 
boa ordem;
c) que seja evitado qualquer pânico;
d) que sejam atribuídas tarefas e res-
ponsabilidades específicas aos emprega-
dos;
e) que seja verificado se a sirene de 
alarme foi ouvida em todas as áreas.
23.8.2 Os exercícios deverão ser reali-
zados sob a direção de um grupo de pes-
soas, capazes de prepará-los e dirigi-los, 
comportando um chefe e ajudantes em 
número necessário, segundo as caracte-
rísticas do estabelecimento.
23.8.3 Os planos de exercício de alerta 
deverão ser preparados como se fossem 
para um caso real de incêndio.
23.8.4 Nas fábricas que mantenham 
equipes organizadas de bombeiros, os 
exercícios devem se realizar periodica-
mente, de preferência, sem aviso e se 
aproximando, o mais possível, das condi-
ções reais de luta contra o incêndio.
23.8.5 As fábricas ou estabelecimen-
tos que não mantenham equipes de bom-
beiros deverão ter alguns membros do 
pessoal operário, bem como os guardas 
e vigias, especialmente exercitados no 
correto manejo do material de luta con-
tra o fogo e o seu emprego.
23.9 Classes de fogo.
23.9.1 Será adotada, para efeito de 
facilidade na aplicação das presentes 
disposições, a seguinte classificação de 
fogo:
Classe A - são materiais de fácil com-
bustão com a propriedade de queimarem 
em sua superfície e profundidade, e que 
deixam resíduos, como: tecidos, madeira, 
papel, fibra, entre outros;
Classe B - são considerados inflamá-
veis os produtos que queimem somente 
em sua superfície, não deixando resídu-
os, como óleo, graxas, vernizes, tintas, 
gasolina, entre outros;
Classe C - quando ocorrem em equipa-
mentos elétricos energizados como mo-
tores, transformadores, quadros de dis-
tribuição, fios, entre outros.
23.9.2 Classe D - elementos pirofóricos 
como magnésio, zircônio, titânio.
23.10 Extinção por meio de água.
23.10.1 Nos estabelecimentos indus-
triais de 50 (cinquenta) ou mais empre-
gados, deve haver um aprisionamento 
conveniente de água sob pressão, a fim 
de, a qualquer tempo, extinguir os come-
ços de fogo de Classe A.
23.10.2 Os pontos de captação de água 
deverão ser facilmente acessíveis, e situ-
ados ou protegidos de maneira a não po-
derem ser danificados.
23.10.3 Os pontos de captação de água 
e os encanamentos de alimentação deve-
rão ser experimentados, frequentemen-
te, a fim de evitar o acúmulo de resíduos.
23.10.4 A água nunca será empregada: 
(Alterado pela Portaria SIT n.º 24, de 09 
de outubro de 2001)
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a) nos fogos da Classe B, salvo quando 
pulverizada sob a forma de neblina;
b) nos fogos da Classe C, salvo quando 
se tratar de água pulverizada; e
c) nos fogos da Classe D.
23.10.5 Os chuveiros automáticos 
(sprinklers) devem ter seus registros 
sempre abertos, e só poderão ser fe-
chados em caso de manutenção ou ins-
peção, com ordem do responsável pela 
manutenção ou inspeção. (Alterado pela 
Portaria SIT n.º 24, de 09 de outubro de 
2001)
23.10.5.1 Deve existir um espaço livre 
de pelo menos 1,00m (um metro) abaixo 
e ao redor dos pontos de saída dos chu-
veiros automáticos (sprinklers), a fim de 
assegurar a dispersão eficaz da água. (Al-
terado pela Portaria SIT n.º 24, de 09 de 
outubro de 2001)
23.11 Extintores.
23.11.1 Em todos os estabelecimen-
tos ou locais de trabalho só devem ser 
utilizados extintores de incêndio que 
obedeçam às normas brasileiras ou regu-
lamentos técnicos do Instituto Nacional 
de Metrologia, Normalização e Qualida-
de Industrial - INMETRO, garantindo essa 
exigência pela aposição nos aparelhos de 
identificação de conformidade de órgãos 
de certificação credenciados pelo INME-
TRO. (Alterado pela Portaria SNT n.º 06, 
de 29 de outubro de 1991)
23.12 Extintores portáteis.
23.12.1 Todos os estabelecimentos, 
mesmo os dotados de chuveiros automá-
ticos, deverão ser providos de extintores 
portáteis, a fim de combater o fogo em 
seu início. Tais aparelhos devem ser apro-
priados à classe do fogo a extinguir.
23.13 Tipos de extintores portáteis.
23.13.1 O extintor tipo “Espuma” será 
usado nos fogos de Classe A e B.
23.13.2 O extintor tipo “Dióxido de 
Carbono” será usado, preferencialmente, 
nos fogos das Classes B e C, embora pos-
sa ser usado também nos fogos de Classe 
A em seu início.
23.13.3 O extintor tipo “Químico Seco” 
usar-se-á nos fogos das Classes B e C. As 
unidades de tipo maior de 60 a 150 kg 
deverão ser

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