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Gestao Financeira e Legal Final

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Gestão Financeira e LeGaL
Elaboração
Alex Del Giglio
Evandro Lepletier
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO .......................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
ONDE ESTÁ O LUCRO? ........................................................................................................... 11
CAPÍTULO 2
O PONTO DE EQUILÍBRIO ........................................................................................................ 21
CAPÍTULO 3
FORMAÇÃO DE PREÇO DO PRODUTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE DE NEGÓCIOS ................... 24
UNIDADE II
CONTROLADORIA ............................................................................................................................... 31
CAPÍTULO 1
BALANÇO PATRIMONIAL (BP) ................................................................................................... 31
CAPÍTULO 2
DECISÕES EM RELAÇÃO AO BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO 
EXERCÍCIO (DRE) ................................................................................................................... 48
CAPÍTULO 3
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ....................................................................... 58
UNIDADE III
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS .................................................. 64
CAPÍTULO 1
O PAPEL DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO E AS SÉRIES NÃO UNIFORMES ............................... 64
CAPÍTULO 2
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS .................................................................................................... 69
UNIDADE IV
FINANÇAS – CUSTO DE CAPITAL........................................................................................................... 93
CAPÍTULO 1
CAPITAL DE TERCEIROS, CAPITAL PRÓPRIO, MÉTODOS WACC E CAPM .................................... 93
PARA (NÃO) FINALIZAR ................................................................................................................... 100
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 103
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
Segundo o que consta na Lei no 6.404/1976, as Demonstrações Contábeis e Financeiras 
constituem o conjunto de informações que devem ser obrigatoriamente divulgadas, 
anualmente, pela administração de uma sociedade por ações. Estas representam, em 
primeira instância, a prestação de contas para os sócios e os acionistas.
Para o Instituto de Auditores Independentes do Brasil – IBRACON (NPC 27), essas 
informações são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial 
e financeira, em determinada data, e das transações realizadas por uma entidade no 
período findo nessa data. Mostram, também, os resultados do gerenciamento, pela 
Administração, dos recursos que lhe são confiados.
Com os assuntos abordados neste Caderno, pretendemos oferecer a você, cursista, a 
oportunidade de aprofundar seus estudos mediante a análise de indicadores da área 
de Contabilidade e Custos, assim como de ampliar sua compreensão das diversas 
concepções acerca das Demonstrações Contábeis e Financeiras.
As Finanças Corporativas são muito importantes e estão presentes em todos os setores 
da economia, compreendendo desde as instituições financeiras até as empresas 
comerciais e industriais. Em razão disso, é uma área que gera um grande número de 
oportunidades de emprego.
O Departamento Financeiro, dirigido pelo Administrador Financeiro, toma decisões 
sobre quais os ativos devem ser adquiridos pelas empresas, como esses ativos devem 
ser financiados e como a empresa deve gerenciar os seus recursos tendo, desta forma, 
um papel muito significativo e de prestígio dentro das organizações.
Cumprindo essas obrigações de maneira eficiente, o Administrador Financeiro estará 
contribuindo para maximizar o valor da empresa, objetivo maior dos acionistas.
Objetivos
 » Aprofundar os conhecimentos teóricos sobre Análise das Demonstrações 
Contábeis e Financeiras.
 » Ampliar a compreensão das diversas concepções acerca da disciplina.
9
 » Possibilitar atuação competente em relação às necessidades cada vez 
mais exigentes dos profissionais financeiros.
 » Compreender o campo de trabalho do financista (Administrador 
Financeiro).
 » Abranger as principais fontes de financiamento das companhias.
 » Compreendero funcionamento do mercado ─ eficiência de mercado. 
 » Fornecer os principais conceitos de administração de recursos.
 » Fornecer conceitos financeiros basilares.
 » Conceituar a Contabilidade de Custos e Despesas.
 » Identificar novas tendências no mercado envolvendo gestões estratégicas.
 » Conhecer métodos de avaliação da performance das empresas.
11
UNIDADE IFUNDAMENTOS DO 
EMPREENDEDORISMO
CAPÍTULO 1
Onde está o lucro?
Toda empresa visa ao lucro!
A afirmativa de que toda empresa visa ao lucro pode até não ser surpresa para ninguém. 
Alguns até podem pensar assim: 
Mas, e as empresas sem finalidade lucrativa, também visam lucros? 
A resposta é SIM! 
Empresas sem fins lucrativos visam “lucro social”, o qual caracteriza o cumprimento 
eficaz da sua finalidade como organização. Isso significa dizer que, por não terem como 
finalidade a maximização dos lucros econômicos e sim a maximização do bem-estar 
social.
Um dos mecanismos mais importantes para a mensuração da eficácia de uma 
organização é o resultado. Não é à toa que, até mesmo nas avaliações empresariais de 
qualidade, o resultado possui o maior peso entre todos os itens que estão sob avaliação.
Em variadas publicações existentes sobre as causas de fracassos empresariais, o quesito 
“gestão”, ou melhor, “a falta de gestão”, aparece em primeiro lugar dentre os fatores 
que mais influenciam o insucesso das organizações. 
Por esse motivo, é extremamente indispensável que qualquer pessoa que venha a 
administrar uma empresa ou que pense em um dia administrar uma empresa, por menor 
que ela seja, precisa adquirir conhecimento pleno nessa área (parênteses precisam ser 
feitos para dizer que conhecimento em gestão é vital para administração de qualquer 
“questão” bem-sucedida, incluindo nossa vida pessoal).
12
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
Gestão, no contexto desta disciplina, é o ato de gerir uma organização, recursos e 
pessoas, com a finalidade de atingir objetivos e resultados desejados. 
Ao contrário do que muita gente pensa, gestão não é um dom inato, conquistado 
apenas pela herança genética. Qualquer pessoa pode adquirir conhecimentos sobre 
gestão por meio de cursos especializados em diversas áreas: estratégica, financeira/
custos, vendas/marketing, processos, pessoas, entre outras.
É claro que algumas pessoas possuem uma melhor habilidade em gerir pessoas do que 
outras e isso torna o processo um tanto quanto mais fácil.
Uma companhia, além de seus resultados financeiros, é um espelho de sua gestão. E 
sua gestão nada mais é do que a composição de pessoas escolhidas para ocupar “as 
cadeiras” de chefia.
Quanto mais engajada em boas práticas for a alta gestão, mais engajada será toda a 
companhia. O processo só é completamente real quando “comprado” pela alta gestão 
da companhia.
Durante o Congresso de Excelência em Gestão (CEG 2015), evento promovido pela 
Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), mais de 400 pessoas reuniram-se para discutir 
o tema “O novo capitalismo e as empresas do futuro”. 
Um vídeo postado na rede social YouTube1 fez um apanhado sobre o que foi discutido. 
Segundo alguns empresários, o maior desafio para o futuro é fazer com que as empresas 
de hoje evoluam juntamente com a evolução do “sistema”.
O economista indiano Pavan Sukhdev foi taxativo ao dizer que as empresas precisam 
deixar de focar na busca de lucros para os acionistas, como é feito atualmente, e passar 
a dividir benefícios com seus stakeholders2. 
Assim como outros executivos, Zotico Schmitz, da indústria alimentícia J Macêdo, na 
ocasião, afirmou que cada pessoa tem a responsabilidade e a oportunidade de promover 
esses valores éticos, sustentáveis e promover as mudanças necessárias dentro das 
empresas e nos meios que vivemos.
Voltando à finalidade das empresas com fins lucrativos, precisamos, então, entender 
um dos principais mecanismos de gestão para o atingimento de um bom resultado ─ a 
análise gerencial e a formação de preços. 
Tal mecanismo é o “coração” para um fluxo empresarial saudável. 
Observe o demonstrativo de resultados a seguir. 
1 Disponível em: <https://youtu.be/ax2sQX8KoTMttps>.
2 Stakeholders são os públicos de interesse com os quais a empresa se relaciona.
13
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
Verificaremos, em seguida, passo a passo cada um dos seus itens (observe que o exemplo 
foi feito no “Supersimples”3).
Tabela 1. Demonstrativo de resultados.
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Faturamento R$ 2.052,00 100,00%
Impostos R$ 2.052,00 6,84% 
3a Faixa do Supersimples Custo da 
mercadoria vendida
R$ 12.000,00 40,00% 3,50% 80%
2,5 Markup Taxa de cartão R$ 840,00 2,80%
Comissões e encargos R$ 1.500,00 5,00%
Inadimplência R$ 150,00 0,50% 5,00% 10%
Total do custo variável R$ 16.542,00 55,14%
Margem de contribuição R$ 13.458,00 44,86%
Luz R$ 280,00
Água R$ 100,00
Aluguel R$ 1.000,00
Condomínio R$ 300,00
Salários fixos e encargos R$ 5.500,00
Telefone R$ 500,68
Contador R$ 500,00
Internet R$ 100,00
Material de expediente R$ 100,00
Material de limpeza R$ 73,00
Pró-labore R$ 4.000,00
Total do custo fixo R$ 12.453,68 41,51%
Lucro Líquido R$ 1.004,32 3,35%
Fonte: próprio autor da pesquisa
Faturamento, despesas/custos fixos e despesas/
custos variáveis
Não se assuste! Vamos entender tudo o que temos por aqui. Vamos começar com o item 
“Faturamento – Vendas”. Nesse ensaio, estipulamos que as vendas num determinado 
mês somaram R$ 30.000,00.
Antes de começarmos a detalhar os custos e as despesas, é necessário que expliquemos 
sucintamente a diferença entre custo e despesa e o que são custos fixos e custos 
variáveis. 
3 Supersimples ou Simples Nacional – regime tributário aplicado às micro e pequenas empresas. Saiba mais em: <https://
www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=3>.
14
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
1. Custos são os valores gastos com bens e serviços para a produção de 
outros bens e serviços (exemplos: matéria prima, salário da equipe de 
produção).
2. Despesas são os valores gastos com bens e serviços relativos à 
manutenção da atividade da empresa (exemplos: materiais de 
escritório, salário da administração).
3. Qualquer tipo de despesa gerada em função das vendas é custo variável 
(a quantidade de matéria prima a ser gasta dependerá da quantidade 
de produto a ser fabricado). As que independem das vendas são 
custos fixos (exemplo: o salário do vigilante noturno precisa ser pago 
mensalmente, independente do resultado financeiro da empresa).
Não entendeu? Não se preocupe, ainda temos um longo caminho a percorrer.
O aluguel de uma fábrica deve ser pago independentemente da empresa ter ou não 
realizado vendas, certo? Então é custo fixo (também conhecido como despesas 
operacionais). 
Os impostos sobre as vendas só vão existir se houver vendas, certo? Então é custo 
variável. 
Ficou mais claro, agora?
É assim, os custos que são gerados diretamente em razão das vendas, tais como custo 
da mercadoria vendida (mercadoria que vai para o cliente), impostos, comissões de 
vendas, taxa de cartão de crédito, inadimplência (cheques devolvidos) são exemplos de 
custos variáveis. 
Já as despesas geradas pela manutenção do negócio, tais como aluguel, salários fixos, 
condomínio, água, luz, telefone, internet, contador, material de limpeza, material de 
expediente, pró-labore (salário do sócio-gerente) e tantas outras contas nada têm a 
ver com as vendas da empresa e, por isso, são chamadas de custo fixo ou despesas 
operacionais. Tais despesas existirão mesmo que a empresa não venda absolutamente 
nada no decorrer do mês.
Dito isso, torna-se mais claro o entendimento da estruturação das contas apresentadas 
nessedemonstrativo de resultados. Observe que todos os gastos da empresa estão 
subdivididos em dois grupos: custos variáveis (logo abaixo do faturamento ─ vendas) e 
custos fixos (logo abaixo da margem de contribuição).
15
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
Tributos
Neste trabalho, trataremos a palavra “imposto” como sendo sinônima de “tributo”, 
embora saibamos que todo imposto é um tributo, nem sempre todo tributo é um 
imposto. Pela Constituição Federal, tributo também pode ser “taxa” e “contribuição 
de melhoria”, entre algumas outras variáveis próprias do Direito Tributário. Mas, 
tomaremos aqui a liberdade de simplificar essa questão.
O primeiro item do custo variável é o imposto a ser pago a partir da emissão da nota 
fiscal. Neste ensaio, utilizamos a terceira faixa do chamado “Supersimples”, que é 
6,84%, categoria: comércio, uma vez que o faturamento anual é de R$ 360.000,00 
estando enquadrado conforme tabela a seguir.
Tabela 2. Simples Nacional.
TABELA DO SIMPLES NACIONAL
ANEXO I (Vigência a Partir de 1/1/2012)
Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio
Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ICMS
Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%
De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%
De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%
De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%
De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%
De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,43% 0,43% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,43% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%
De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%
Fonte disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/simples-nacional-anexoI.html>.
A soma dos percentuais do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ – 0,27%), da 
Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL – 0,31%), da Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade Social (COFINS – 0,95%), do Programa de Integração 
Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP – 
0,23%), da Contribuição Patronal Previdenciária (CPP – 2,75%), e do Imposto Sobre a 
Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS – 2,33%) perfaz o total dessa 
16
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
faixa, que é de 6,84%. Todos os tributos elencados ao lado desse percentual servem 
apenas como espelho da distribuição/partilha dessa arrecadação4.
A multiplicação do faturamento de R$ 30.000,00 pela alíquota de 6,84% resultou no 
pagamento de impostos no valor de R$ 2.052,00. No chamado “supersimples”, existe 
apenas uma guia de recolhimento desses tributos. Por isso, não há a necessidade do 
empresário que optou pelo regime tributário “supersimples” preencher diversas guias 
para cada instituição arrecadadora. A partilha é feita a partir de uma única guia de 
recolhimento.
Custo da Mercadoria Vendida5
Nesse Demonstrativo de Resultados, optamos por trabalhar com revenda de 
mercadorias, uma vez que trataremos sobre custo de produção mais adiante. Nesse 
caso, optamos por um “markup” de 2,5. 
Markup ou Mark Up é um termo usado em Economia para indicar quanto 
do preço do produto está acima do seu custo de produção e distribuição. 
Pode ser expressado como uma quantia fixada ou como percentual. O valor 
representa a quantia efetivamente cobrada sobre o produto afim de obter 
o preço de venda.
Em uma forma ainda mais simples, quando se compra uma mercadoria por R$ 100,00 
e aplica-se o markup de 2,5, chega-se ao preço final de R$ 250,00, ou seja, multiplica-se 
o preço de compra por 2,5 para se chegar ao preço de venda.
No Demonstrativo de Resultados, temos o valor das vendas no total de R$ 30.000,00. 
Uma vez que está informado que o markup é de 2,5, basta que se divida R$ 30.000,00 
por 2,5, para se obter o valor de compra (quanto se pagará ao fornecedor da mercadoria).
Em outras palavras, se para chegar ao preço venda basta pegar o preço de compra e 
multiplicar pelo markup, para fazer o inverso, ou seja, para chegar ao preço de compra, 
basta pegar o preço de venda e dividir pelo markup. 
Preço de Compra = X; Markup = Y; Preço de Venda = Z
X ∙ Y = Z; logo X = Z/Y
4 Vale ressaltar que, o Supersimples ou Simples Nacional é um regime de arrecadação, cobrança e fiscalização destinado às 
microempresas e empresas de pequeno porte. Ao optarem por fazer parte desse regime, essas empresas são tributadas levando-se 
em consideração seu lucro presumido e, desta forma, os impostos são calculados conjuntamente e pagos por meio de uma guia 
única chamada DAS. Já as empresas que têm seus impostos calculados de acordo com o lucro real, estas não se enquadram 
no Simples Nacional. Sendo assim, o cálculo de seus impostos na DRE é feito de forma diferente da demonstrada no exemplo 
acima, uma vez que não há unificação de todos os tributos em apenas um valor percentual. No caso das empresas enquadradas 
no lucro real, o IRPJ e a CSLL são deslocados na planilha e tributados apenas ao final, logo antes da apuração do Lucro Líquido. 
5 Nesse estudo estamos tratando do termo Custo da Mercadoria Vendia uma vez que o escopo do trabalho é o comércio. Para as 
empresas prestadoras de serviço o termo utilizado é Custo dos Serviços Prestados e para as Indústrias deve-se usar Custos de 
Produção.
17
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
E assim foi feito. O preço de venda (Z) já era conhecido como R$ 30.000,00. O markup 
(Y) também já era conhecido como 2,5. Assim, bastou dividir Z por Y, ou seja, R$ 
30.000,00 por 2,5, para encontrar o preço de compra R$ 12.000,00.
Nesse simples ensaio, estamos considerando o preço de compra como custo da 
mercadoria vendida, embora saibamos que existem variáveis acrescentadas ao custo 
final da mercadoria, tais como: frete e impostos. Mas, não vamos tratar desse assunto 
neste momento.
E como encontramos o percentual de 40% que está ao lado do valor de R$ 12.000,00? 
Basta dividir R$ 12.000,00 pelo valor do faturamento, que é de R$ 30.000,00, para 
chegarmos à conclusão de que o custo da mercadoria vendida representa 40% do 
faturamento. Logo, podemos concluir que:
Um markup de 2,5 resulta em um custo da mercadoria vendida na ordem de 
40%.
Você saberia dizer o quanto representa o custo da mercadoria vendida (em 
percentuais) quando se utiliza um markup de 2; de 2,2; de 3; e de 4 no exemplo 
acima?
Taxa de cartão de crédito
A taxa de cartão de crédito é cobrada pelas operadoras de cartões de crédito quando as 
empresas efetivam vendas por meio de seus cartões, como é o caso, por exemplo, das 
bandeiras Mastercard e Visa.
Para o cálculo do valor que essa taxa representa no montante da Demonstração de 
Resultados, suponhamos: 
1. que a taxa cobrada pela administradora de cartões seja de 3,5%. 
2. que as vendas por meio de cartões de crédito perfaçam 80% das vendas 
totais. 
Issoexplica o percentual de 2,8% sobre as vendas totais (3,5 ∙ 80% = 2,8%). Foi por 
isso que, esse percentual foi colocado ao lado do valor de R$ 840,00. Esse valor foi 
encontrado a partir da multiplicação do faturamento de R$ 30.000,00 vezes 2,8%.
Comissões adicionadas aos encargos
O que ocorre com os salários fixos, que devem ser pagos, independentemente de a 
empresa vender ou não, já não ocorre com as comissões sobre vendas.
18
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
As comissões são devidas tão somente se houver vendas. É por isso que essa conta, 
ao contrário dos salários fixos, que entram na conta de custos fixos, ou despesas 
operacionais, é colocada como custo variável.
Em nosso exemplo de Demonstrativo de Resultados, as comissões de vendas acrescidas 
de encargos, tais como guia da previdência social, apropriação de 1/3 de férias e 13o 
salário, somaram um percentual (hipotético) de 5%. É por isso que, o valor de R$ 
1.500,00 aparece ao lado desse percentual. 
Como o encontramos? 
Bastou multiplicar R$ 30.000,00 das vendas pelo percentual de 5% de comissão, 
acrescida dos encargos.
Inadimplência média
Se por um lado consideramos, nesse ensaio, que 80% das vendas foram feitas por meio 
de cartões de crédito, por outro, consideramos 10% das vendas feitas em cheque 
(o pressuposto é, portanto, que os outros 10% tenham sido feitas em dinheiro).
A partir do recebimento de 10% das vendas em cheque, consideramos que 5% deles 
voltaram sem a suficiência de fundos ou por qualquer outro motivo. Daí, temos 10% 
vezes 5%, o que dá um percentual de 0,5% sobre as vendas totais.
A partir da taxa de 0,5% de inadimplência, chegamos ao valor de R$ 150,00, quando 
multiplicamos o faturamento de R$ 30.000,00 pela inadimplência de 0,5%.
Margem de contribuição
A margem de contribuição pode ser entendida de algumas formas diferentes.
1. Pode ser entendida como a diferença entre o faturamento (as vendas) e o 
custo variável (MC = V – CV).
2. Pode também ser entendida como a soma entre o lucro líquido e o custo 
fixo (MC = LL + CF).
(MC = V – CV) ou (MC = LL + CF)
Optamos aqui, para fins de elucidação, por utilizar a primeira fórmula (MC = C -CV). Ao 
acompanhar o Demonstrativo de Resultados você verá que o total de vendas diminuído 
à soma de todo o custo variável chegou a uma margem de contribuição no valor de 
19
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
R$ 13.458,00, que equivale a 44,86% do faturamento (R$ 13.458,00 divididos por R$ 
30.000,00).
É a partir daí que estaremos adentrando aos custos fixos, também chamados de despesas 
operacionais.
Custo Fixo (despesas operacionais)
Como já dissemos antes, as despesas operacionais não possuem uma relação de 
dependência com as vendas da empresa. Entretanto, são consideradas as vilãs de todo 
empresário, uma vez que deverão ser pagas independentemente do sucesso nas vendas 
de uma organização. Assim, o controle rígido sobre as despesas operacionais sempre é 
aconselhável e altamente cobrado, principalmente nas empresas em que há acionistas 
ansiosos pela distribuição de lucros cada vez maiores.
É nesse montante que, geralmente, são feitos os cortes em momentos de recessão. 
Exemplo bastante atual é o montante de quase 9 milhões de desempregados no país no 
momento em que a economia como um todo está sofrendo ajustes bruscos.
Despesas como salários fixos e seus respectivos encargos, água, luz, telefone, internet, 
contador, material de expediente e limpeza, manutenções e reparos, serviços de 
terceiros, pró-labore (salário do sócio-gerente), entre tantas outras, são acumuladas no 
grupamento que está abaixo da margem de contribuição, que é o custo fixo.
No nosso Demonstrativo de Resultados, o custo fixo somou o valor de R$ 12.453,68, 
cujo percentual ficou em 41,51% do faturamento (R$ 12.453,68 divididos por 
R$ 30.000,00).
Lucro líquido
O lucro líquido é obtido após a subtração da margem de contribuição pelo custo fixo 
(LL = MC – CF).
(LL = MC – CF)
É um dos elementos mais importantes, senão o mais importante, da gestão empresarial, 
pois traduz um resultado direto e objetivo. 
20
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
Alguns autores mais recentes têm incentivado a prática de novas modelagens de 
gestão, como é o caso do BSC (Balanced Scorecard). Essa metodologia aborda quatro 
perspectivas para a gestão empresarial: uma delas é a perspectiva Financeira enquanto 
as outras três, não financeiras, são: clientes, processos internos e aprendizagem e 
crescimento. 
Em poucas palavras, o BSC é uma ferramenta de gestão estratégica do negócio. 
Trata-se de uma metodologia que desdobra os objetivos estratégicos da companhia 
em indicadores de desempenho que serão aplicados para todas as áreas afins de que 
elas possam atuar em sinergia chegando, desta forma, ao resultado esperado. 
Levando em consideração a complexidade e importância do assunto, a metodologia do 
Balanced Socorecard precisa ser estudada e aprofundada em outra oportunidade.
Neste momento, cabe responder ao enunciado desta seção, em que se pergunta: “onde 
está o lucro”? 
Você pode dizer que, feito pela opção do “Supersimples”, o lucro está na subtração da 
margem de contribuição (MC), que é de R$ 13.458,00 pela soma de todas as despesas 
operacionais, que é o custo fixo, no valor de R$ 12.453,68. 
LL = MC – CF
LL = R$13.458,00 – R$12.453,68
LL = R$ 1.004,32
V= R$ 30.000,00
1.004,32/30.000,00 = 0,0335 = 3,35%
O resultado, ou seja, o lucro líquido é de R$ 1.004,32, o que representa 3,35% das 
vendas (do faturamento). 
21
CAPÍTULO 2
O ponto de equilíbrio
De uma maneira bem resumida, o ponto de equilíbrio de uma empresa é o momento 
em que a margem de contribuição se iguala ao custo fixo, fazendo com que o lucro seja 
igual à zero.
É de grande importância para o empresário conhecer o ponto de equilíbrio de seu 
negócio. Por quê? Porque é a partir dele que diversas ações de gestão devem ser tomadas, 
visando à otimização do negócio. 
Sabiamente, o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o Ponto 
de Equilíbrio (PE) é o ponto de segurança do negócio, disponível em: <http://
www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Ponto-de-equil%C3%ADbrio>. 
Veremos como podemos aumentar o lucro um pouco mais adiante, na seção denominada 
“Análise de Custos e Melhoria do Lucro”.
Vamos entender como podemos encontrar o ponto de equilíbrio, também chamado, no 
mundo dos negócios, de break even point.
Na primeira seção, aprendemos que o faturamento da empresa menos o custo variável 
é igual a margem de contribuição. A partir da margem de contribuição, deduzimos 
as despesas operacionais (custo fixo) para encontrar o lucro, certo? Pois bem, como 
dissemos, o ponto de equilíbrio é o momento em que a margem de contribuição se 
iguala ao custo fixo, tornando o lucro zero.
E como encontrar o ponto de equilíbrio? Poderíamos fazer grandes ensaios matemáticos 
para explicarmos isso. Porém, preferimos fazer isso de maneira muito mais simples.
Para encontrarmos o ponto de equilíbrio, basta dividirmos o custo fixo (em valores) 
pela margem de contribuição (em percentuais). Queremos dizer o seguinte:
PE =
Custo Fixo (em Reais)
% da Margem de Contribuição
Ou, ainda, em outras palavras:
PE =
Custo Fixo (em Reais)
(Receita – Custo Variável) x 100
22
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
Testemos isso com nosso exemplo de Demonstrativo de Resultados para verificar o 
resultado:
Tabela 3. Demonstrativo de Resultados.
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Faturamento R$ 30.000,00 100,00%
Impostos R$ 2.052,00 6,84% 
3a Faixa do Supersimples Custo da 
mercadoria vendida
R$ 12.000,00 40,00% 3,50% 80%
2,5 Markup Taxa de cartão R$ 840,00 2,80%
Comissões e encargos R$ 1.500,00 5,00%
Inadimplência R$150,00 0,50% 5,00% 10%
Total do custo variável R$ 16.542,00 55,14%
Margem de contribuição R$ 13.458,00 44,86%
Luz R$ 280,00
Água R$ 100,00
Aluguel R$ 1.000,00
Condomínio R$ 300,00
Salários fixos e encargos R$ 5.500,00
Telefone R$ 500,68
Contador R$ 500,00
Internet R$ 100,00
Material de expediente R$ 100,00
Material de limpeza R$ 73,00
Pró-labore R$ 4.000,00
Total do custo fixo R$ 12.453,68 41,51%
Lucro Líquido R$ 1.004,32 3,35%
Fonte: Autor.
O valor do custo fixo no demonstrativo de resultados é de R$ 12.453,68. 
O percentual da margem de contribuição é de 44,86%. 
Logo, R$ 12.453,68/ 44,86% = R$ 27.761,21. 
Mas, como podemos comprovar que R$ 27.761,21 é realmente o ponto de equilíbrio?
Basta que consideremos esse valor encontrado como valor do faturamento, para deduzir 
todo o custo variável e também as despesas operacionais (custo fixo). 
O lucro líquido deve ser igual à zero. 
Que tal tirarmos a prova?
23
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
Tabela 4. Demonstrativo De Resultados.
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Faturamento R$ 27.761,21 100,00%
Impostos R$ 1.898,87 6,84%
3a Faixa do Supersimples Custo 
da mercadoria vendida
R$ 11.104,48 40,00%
2,5 Markup Taxa de cartão R$ 777,31 2,80% 3,50% 80%
Comissões e encargos R$ 1.388,06 5,00%
Inadimplência R$ 138,81 0,50% 5,00% 10%
Total do custo variável R$ 15.307,53 55,14%
Margem de contribuição R$ 12.453,68 44,86%
Luz R$ 280,00
Água R$ 100,00
Aluguel R$ 1.000,00
Condomínio R$ 300,00
Salários fixos e encargos R$ 5.500,00
Telefone R$ 500,68
Contador R$ 500,00
Internet R$ 100,00
Material de expediente R$ 100,00
Material de limpeza R$ 73,00
Pró-labore R$ 4.000,00
Total do custo fixo R$ 12.453,68 44,86%
Lucro Líquido R$ 0,00 0,00%
Fonte: Autor.
Observe que, no nosso Demonstrativo de Resultados, o valor da margem de contribuição 
igualou-se ao total dos custos fixos, fazendo com que o lucro líquido fosse zero.
A importância para o empresário, ao analisar o ponto de equilíbrio, é que fica evidente 
que seu negócio é viável à primeira vista. Ao encontrar o ponto de equilíbrio, ele já 
sabe que precisará faturar acima daquele valor ou, caso contrário, amargará prejuízo.
O conhecimento do ponto de equilíbrio é fundamental para tomada de decisões rápidas. 
Alguns exemplos são: onde poderá reduzir custo, se pode ou não aumentar sua folha 
de pagamentos, se o custo fixo está adequado à arquitetura financeira de seu negócio, 
entre tantas outras decisões.
24
CAPÍTULO 3
Formação de preço do produto e 
análise de viabilidade de negócios
Para iniciarmos esse capítulo, definamos, primeiro, o que significa preço.
Segundo Gomes (1966), preço corresponde à “avaliação em dinheiro ou moeda, do valor 
de uma coisa ou de um serviço”. Este autor prossegue ainda afirmando que:
Um contrato de venda baseia-se no preço. Este deve ter como primeira 
qualidade, o ser exigível, isto é, presumir-se que representa o valor da 
coisa; como segunda qualidade, que seja certo e determinado, e enfim, 
que seja em dinheiro, porque do contrário, não seria venda e sim troca. 
Em economia política, a noção de preço não se limita ao simples ato 
de troca de uma mercadoria por dinheiro, ou por um bem por outro 
bem; mas pressupõe a existência do tráfico econômico extensivo até 
converter-se em mercado e o uso desenvolvido da moeda, como unidade 
ideal com que se expressam os preços.
Vale ressaltar que, em um mundo atual altamente globalizado em que os consumidores 
têm um amplo acesso as diversas oportunidades, a precificação torna-se fator 
extremamente sensível para as empresas já que este é um dos fatores que mais 
influenciam, se não o mais determinante na decisão de compra dos clientes. Digo 
que pode ser um dos fatores, porém nem sempre uma vez que alguns clientes levam 
em consideração outros quesitos como atendimento, qualidade, prazo, entre outros 
atributos além do preço para definição da compra do produto ou serviço.
A formação de preço do produto ou do serviço pode ser baseada em diversos fatores, 
dentre eles:
 » Na concorrência – Em Brasília, por exemplo, vemos uma guerra de 
preços na oferta de educação. Uma instituição de Ensino Superior tenta 
ser mais atrativa que outra. Infelizmente, não necessariamente pela 
qualidade, mas sim pelo preço. Também vemos operadoras de celular 
fazerem a mesma coisa. Há diversos outros exemplos de empresas, tanto 
em Brasília como em todo lugar.
 A partir do momento em que um concorrente determina uma estratégia 
de vendas, outro concorrente (ou outros) procura oferecer vantagens 
adicionais à primeira, fazendo com que os preços caiam em favor do 
25
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
consumidor. Quantos de nós não vimos a batalha dos eletrodomésticos 
das Casas Bahia contra a Ricardo Eletro ou as abundantes ofertas das 
operadoras de celular Tim, Vivo, Oi e Claro para ganhar novos clientes?
 » Na estratégia de skimming – Esta ocorre quando os preços de 
lançamento de um produto no mercado começam altos, devido aos altos 
investimentos em promoção, e depois são reduzidos gradativamente. 
O melhor exemplo que temos é o lançamento de celulares de ponta no 
mercado. Eles começam com o preço muito alto, e depois vão caindo até 
se nivelarem com os outros produtos existentes no mercado.
 » No markup – Como o que aconteceu no nosso exemplo do Demonstrativo 
de Resultados. Ocorre normalmente nas distribuições de varejo. É quando 
o distribuidor compra uma determinada mercadoria e aplica uma taxa 
sobre o valor de compra, que acaba determinando seu preço de venda. 
No nosso exemplo, o distribuidor comprou por “X” e multiplicou por 2,5 
para definir o valor de venda.
 » Na percepção do cliente – Sem dúvida, esta é a melhor solução 
existente na atualidade. As empresas procuram entender qual é o valor 
percebido pelos compradores para, então, definir o valor de venda de seu 
produto e/ou serviço. Partindo desse pressuposto começam a reduzir seus 
custos de produção de forma que obtenham lucros nas suas operações e 
ao mesmo tempo satisfaçam seus clientes. Nessa estratégia, a definição 
de preços é feita de forma inversa, ou seja, observa-se qual deverá ser o 
valor de venda e, então, elaboram-se estratégias para fazer com que as 
operações de fábrica possam tornar-se viáveis, garantindo o lucro. Pelo 
menos na teoria, todos saem ganhando.
 » No custo de produção – Ainda que tenhamos formação de preço 
de ponta, como é o caso da percepção do cliente, todo empresário que 
produz suas mercadorias deve conhecer a formação de preços baseada no 
custo de produção. Portanto, esse é o item que nos ocupará nesta seção – 
a formação do preço do produto.
Vale lembrar que, a precificação de um produto ou serviço é feita em diversos momentos 
de sua existência, quer seja em seu lançamento ou durante toda sua vida útil/existência 
e a revisão deste (preço) fará parte de uma estratégia de mercado da empresa.
A definição do preço dependerá, ainda, do momento, do tamanho e da capacidade 
financeira da empresa que está tomando a decisão. Por esse motivo, há diversas variáveis 
26
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
que podem influenciar e que podem ser utilizadas pelas empresas para a definição de 
seus preços a serem praticados.
Retomando a questão da formação do preço do produto, tomemos o exemplo de 
uma empresa que fabrica bolos de festas. Ela precisa calcular corretamente todos os 
ingredientes que utilizará no bolo. Também deverá considerar o custo do confeiteiro 
bem como outros gastos que ocorrerão nesse processo, como é o caso do gás do forno 
e o óleo que untará a forma.
Em custos, costuma-se definir tais variáveis do custo de produção, como sendo: 
matéria-prima, mão de obra direta e custeio.Vamos começar pelos ingredientes (matéria-prima) utilizados na preparação do bolo 
de festa. Para fazer um bolo desses, são gastos:
 » 6 ovos;
 » 400 gramas de manteiga;
 » 700 gramas de açúcar;
 » 200 ml de leite de coco;
 » 50 gramas de fermento;
 » 300 gramas de achocolatado.
Ao fazer a estimativa de compra desses ingredientes, teremos a seguinte média de 
preços:
 » ovos – R$ 3,60 a dúzia;
 » manteiga – R$ 8,00 o pote com 1 quilo;
 » açúcar – R$ 3,00 o quilo;
 » leite de coco – R$ 3,00 a garrafa com 200 mililitros;
 » fermento – R$ 2,00 a lata com 100 gramas;
 » achocolatado – R$ 3,00 o pote com 500 gramas.
Assim, já podemos montar a tabela de custo dos insumos.
27
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
Tabela 5. Tabela de custos.
Ingredientes Unidade Preço Fração Preço 2 Quantidade Preço 3
Ovos Cartela (Unid.) R$ 3,60 12 R$ 0,300 6 R$ 1,80
Manteiga Pote (kg) R$ 8,00 1000 R$ 0,008 400 R$ 3,20
Açúcar Pacote (kg) R$ 3,00 1000 R$ 0,003 700 R$ 2,10
Leite de coco Garrafa (ml) R$ 3,00 200 R$ 0,015 200 R$ 3,00
Fermento Lata (g) R$ 2,00 100 R$ 0,020 50 R$ 1,00
Achocolatado Pote (g) R$ 3,00 500 R$ 0,006 300 R$ 1,80
Custo dos ingredientes 
empregados no bolo 
(matéria-prima)
R$ 12,90
Fonte: Autor.
Uma vez conhecido o custo dos ingredientes, vamos tentar chegar ao 
custo da mão de obra direta, ou seja, aquela que opera diretamente com a 
construção/montagem/elaboração do produto. 
No caso, podemos ter a figura de um confeiteiro para representar esse custo. Vamos 
imaginar que o confeiteiro e seu ajudante, juntos, recebam salário de R$ 1.300,00 por 
mês (valor total para o salário dos dois funcionários) e que o custo de seus encargos 
praticamente “dobrem” esse custo para a empresa. Assim, o custo do nosso confeiteiro 
e de seu ajudante será de, aproximadamente, R$ 2.600,00 por mês. Para efeitos de 
cálculo, consideraremos, nesse exemplo, exatos R$ 2.600,00 para pagamento da folha 
dos dois funcionários operacionais (os literalmente “mão na massa”).
Em seguida, vamos imaginar que esse profissional e seu ajudante, utilizando forno 
industrial e todo o aparato para essa finalidade (misturador industrial, bancadas etc.), 
consigam preparar nada menos que 50 bolos por dia. Sendo assim, ao final de 26 dias 
úteis, eles terão produzido um total de 1.300 bolos.
Fazendo os cálculos do custo de seus salários + os encargos (R$ 2.600,00) divididos 
pela quantidade de 1.300 bolos, acarretaria o custo de mão de obra direta de R$ 2,00 
para cada bolo (R$ 2.600,00 divididos por 1.300). 
Pronto! Acabamos de agregar o valor da mão de obra direta ao custo de produção do 
bolo. Após vendido, R$ 2,00 do valor do bolo vão para pagar o salário e o encargo 
desses dois funcionários.
Novamente lembramos que, os salários de outras pessoas, que não tenham as suas 
atividades diretamente relacionadas à montagem dos bolos, entram como despesas 
operacionais, no custo fixo.
Agora só falta estimarmos o custeio, que, no entendimento deste trabalho, será tratado 
como gastos gerais de fabricação. No caso, gastos gerais para a montagem dos bolos, 
28
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
tais como: fósforos que acendem os fornos; gás utilizado na produção; lubrificação 
dos equipamentos utilizados; e todas as demais variáveis que são difíceis de serem 
traduzidas em frações minúsculas de unidades monetárias. Imaginemos que tal custeio 
tenha sido de R$ 1.300,00. Assim, ao dividirmos R$ 1.300,00 por 1.300 bolos, teremos 
o acréscimo de R$ 1,00 para cada bolo.
Bem, agora temos três variáveis já calculadas:
 » ingredientes (matéria-prima) – R$ 12,90;
 » confeiteiro e seu ajudante (mão de obra direta) – R$ 2,00;
 » gastos gerais na produção do bolo (custeio) – R$ 1,00.
Isso significa que o custo de produção de uma única unidade de bolo será de R$ 15,90. 
A partir desse entendimento, o proprietário da empresa de bolos poderá começar 
a definir o valor de venda de seus bolos já que conhece, a partir de então, os custos 
variáveis do seu negócio.
Vamos supor que cada um dos 1.300 bolos seja vendido por R$ 39,75. Assim, 1.300 
vezes R$ 39,75 dará para a empresa um faturamento mensal de R$ 51.675,00.
Com um faturamento anual na ordem de R$ 620.100,00, o empresário passará a pagar 
a quarta faixa do imposto “Supersimples”, que é de 7,54%6. Agora, que tal a gente 
transportar esse exemplo para um Demonstrativo de Resultados?
Tabela 6. Demonstrativo de Resultados.
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Faturamento R$ 51.675,00 100,00% 1300 un. R$ 39,75
Impostos R$ 3.896,29 7,54% 
4a Faixa do Supersimples Custo do produto R$ 20.670,00 40,00% 1300 R$ 15,90
Taxa de cartão R$ 1.446,90 2,80% 3,50% 80%
Comissões e encargos R$ 2.583,75 5,00%
Inadimplência R$ 258,38 0,50% 5,00% 10%
Total do custo variável R$ 28.855,32 55,84%
Margem de contribuição R$ 22.819,68 44,16%
Luz R$ 280,00
Água R$ 100,00
Aluguel R$ 1.000,00
Condomínio R$ 300,00
Salários fixos e encargos R$ 5.500,00
Telefone R$ 500,68
6 Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/simples-nacional-anexoI.html>.
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FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
Contador R$ 500,00
Internet R$ 100,00
Material de expediente R$ 100,00
Material de limpeza R$ 73,00
Pró-labore R$ 4.000,00
Total do custo fixo R$ 12.453,68 24,10%
Lucro Líquido R$ 10.366,00 20,06%
Fonte: Autor.
Procure observar os novos detalhes desse Demonstrativo de Resultados. O faturamento 
aumentou. Os impostos aumentaram. O custo da produção substituiu o markup – foi 
calculada a quantidade de 1.300 bolos x o custo unitário do bolo, que é de R$ 15,90. 
As demais condições do Demonstrativo permaneceram as mesmas, exceto o fato de 
que essa nova arquitetura financeira foi caracterizada por um faturamento maior e um 
custo variável menor, aumentando, assim, a margem de contribuição e o lucro líquido.
Ao aumentar o faturamento, aumentam, também, os custos variáveis, certo? 
Dentre os itens que aumentam o custo variável estão: impostos, quantidade de 
matéria prima a ser adquirida, ou seja, o custo da produção aumenta também. 
Desta forma, explique por que, quando o faturamento aumenta, obtém-se um 
lucro maior.
A melhor forma de explicar a viabilidade econômica e financeira de um projeto é por 
meio de uma situação prática.
Você deverá estar apto(a) a resolver este exercício para comprovar sua suficiência 
nesta disciplina. Monte todas as variáveis abaixo em um Demonstrativo de 
Resultados e as respostas aparecerão.
Você abriu o jornal de domingo e viu o seguinte anúncio:
Vende-se uma loja com faturamento médio mensal de R$ 40.000,00 pelo valor de R$ 
80.000,00. Tratar com o proprietário pelo telefone: 3098-9898.
Após contato telefônico, você foi até a loja e viu que se tratava do ramo de cestas para 
presentes. Solicitou o detalhamento das despesas e observou as seguintes contas.
Água – R$ 200,00.
Luz – R$ 400,00.
30
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
Telefone – R$ 500,00.
Markup utilizado pela loja – 2,2.
Taxa de cartão de crédito – 3% sobre 60% do faturamento.
Comissões de vendas adicionadas aos encargos – 5% .
Salários fixos adicionados aos encargos – R$ 4.800,00.
Aluguel – R$ 1.000,00.
Condomínio – R$ 800,00.
Contador – R$ 500,00.
Material de expediente – R$ 100,00.
Material de limpeza – R$ 100,00.
Impostos – 8% sobre o faturamento.
Internet – R$ 100,00.
Inadimplência média – 5% sobre 10% do faturamento.
Pró-labore – R$ 3.000,00.
Após exame de todas as contas, pede-se:
1. Monte a Demonstração de Resultado dessa empresa para que possa 
avalia-la melhor.
2. Qual é o BEP (Break Even Point – Ponto de Equilíbrio) do negócio?
3. Quais são os custos fixos, variáveis e o lucro líquido da empresa? 
4. Você consideraria a empresaeconomicamente viável e fecharia o negócio 
a partir dessas informações? Por quê?
31
UNIDADE IICONTROLADORIA
CAPÍTULO 1
Balanço Patrimonial (BP)
A Contabilidade é um excelente instrumento que auxilia os gestores na tomada de 
decisão. Ela coleta os dados econômicos sumarizando-os em forma de Demonstrações 
Financeiras que contribuem para a tomada de decisão.
Antes de adentrarmos o tema mais especificamente, compreendamos a questão geral 
que o envolve.
Contabilidade
A palavra contabilidade deriva do termo italiano contabilità, em uma referência ao uso 
das contas contábeis. Estas devem ser expressas com títulos em conformidade com os 
atos e fatos administrativos provocados, e figurar em um plano de contas, de acordo 
com as suas características, similaridades ou eventos econômicos produzidos. Uma 
conta deve representar exatamente a operação realizada.
À prática de reunir informações nos livros e documentos dá-se o nome de escrituração. 
Por esse motivo, até a metade da década de 1970 os contadores eram conhecidos como 
“guarda-livros”.
O objeto principal da contabilidade é o patrimônio e sua aplicação tem como objetivo 
representar, apreender e analisar suas mutações.
A aplicação da contabilidade busca prover informações sobre aspectos de natureza 
econômica, financeira e física do patrimônio da entidade e suas mutações.
Essas informações compreendem registros, demonstrações, análises, diagnósticos e 
prognósticos, expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros 
meios.
32
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Por econômico entende-se todas as mutações quantitativas-qualitativas do patrimônio, 
aquelas que alteram “receitas” e “despesas”, ou seja, o patrimônio líquido de uma 
entidade.
Por financeiros entende-se as mutações ocorridas no fluxo de caixa, ou seja, as transações 
feitas no caixa da entidade.
Há diversos fatores internos e externos que influenciam essas mutações e devem ser 
observados: ambiente social, econômico, político, legal, fatores relacionados à gestão 
empresarial, entre outros. 
Todos esses “acontecimentos” devem ser organizados e relatados em fatos contábeis, 
aos quais devem ser escriturados. Dessa forma, um sistema contábil deve ser aquele 
capaz de organizar os fatos contábeis a partir de três objetivos primordiais: 
 » registro;
 » controle; e 
 » informação.
Para essa finalidade a contabilidade utiliza quatro técnicas:
 » Escrituração: consiste em efetuar, de forma sistematizada, os registros 
das ocorrências que influenciam a evolução patrimonial. A escrituração, 
portanto, é realizada levando em consideração a ordem cronológica de 
todos os acontecimentos. A técnica contábil da escrituração é baseada 
em documentos comprobatórios, ou seja, todos os acontecimentos a 
serem escriturados devem corresponder a um documento legalizado que 
comprove a sua veracidade.
 » Demonstrações contábeis: consiste em apresentar todos os registros 
efetuados em uma forma condensada, que apresente os resultados 
atingidos pela empresa em um determinado período. Os fatos registrados 
devem constar em demonstrações expositivas, que, segundo a Lei no 
6.404/1976, são denominadas demonstrações financeiras.
 » Auditoria: técnica que busca ratificar a exatidão dos registros 
já efetuados e apresentados nas demonstrações contábeis. 
Consiste em um exame pormenorizado de todos os dados escriturados 
pela contabilidade, verificando se todos foram efetuados seguindo os 
princípios fundamentais da contabilidade. 
33
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
 » Essa técnica pode ser aplicada de duas formas distintas: auditoria interna 
e auditoria externa. 
 › A auditoria interna é uma técnica realizada como forma de 
verificar/certificar os processos e resultados expostos pelas diversas 
áreas de uma entidade. Muitas empresas têm, em seu quadro de 
funcionários, auditores responsáveis por auditar as práticas internas 
dos departamentos. Cabe à essa auditoria verificar, controlar e 
solicitar correções nos processos e resultados das áreas. 
 › Por exemplo, a auditoria interna faz escolhas aleatórias de lançamentos 
contábeis para verificação por amostragem. Os lançamentos escolhidos 
são verificados quanto à sua veracidade, correção nas contas lançadas, 
existência de documentos comprobatórios.
 › A auditoria interna é a “validação” do trabalho contábil realizado 
na empresa afim de que no momento das demonstrações 
financeiras/prestação de contas a empresa esteja pronta para relatar 
suas informações de forma correta, de acordo com a legislação contábil 
e, ainda, as partidas lançadas “fechem a conta”, demonstrando de forma 
clara e precisa os resultados alcançados pela empresa, seu patrimônio 
líquido, receitas e despesas.
 › Já a auditoria externa é feita por empresas especializadas contratadas 
especificamente para a finalidade de realizar o trabalho feito em 
algumas empresas pela equipe de auditoria interna.
 › Geralmente, empresas compostas por sociedade e/ou empresas de 
capital aberto têm suas contas auditadas afim de que os resultados 
apresentados pela empresa sofram essa verificação ratificando a 
veracidade das informações para a garantia dos sócios.
 › Uma vez contratada, a empresa externa deve ter total acesso às 
informações e independência para analisar e solicitar correções 
necessárias diretamente ao contador e às áreas da empresa.
 » Algumas empresas de auditoria externa no Brasil bem conhecidas são: 
PwC – PricewaterhouseCoopers e KPMG.
 » Há, ainda, empresas que praticam as duas formas de auditoria. Nesse 
caso, o trabalho realizado pela equipe interna é auditado pela equipe 
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UNIDADE II │ CONTROLADORIA
externa. Fica a cargo da auditoria interna a interface com a auditoria 
externa e o contador que assina as demonstrações da empresa.
 » Análise de balanço: levando em consideração que as demonstrações 
contábeis representam dados sistematizados, que apresentam de forma 
sintética os resultados da empresa, nem sempre os usuários têm condições 
de interpretá-los. Assim, cabe à própria contabilidade decompor, 
comparar e interpretar os demonstrativos contábeis, com a finalidade de 
fornecer informações mais ágeis para os usuários.
Demonstrações Financeiras
As Demonstrações Financeiras são os relatórios contábeis exigidos por lei, portanto, 
obrigatórios. São exigidos para todas as sociedades por ações e, parte deles, tem a 
obrigatoriedade estendida a outros tipos societários como, por exemplo, as Sociedades 
por Quotas de Responsabilidade Limitada.
É extremamente necessário que, ao preparar as Demonstrações Financeiras de uma 
Companhia, se tenha pleno conhecimento das normas vigentes de contabilidade, das 
complexas modificações recentes, bem como dos aspectos tributários da rotina de 
fechamento de balanço.
É a partir da avaliação das demonstrações financeiras que se avalia a saúde financeira 
de uma empresa. 
É a partir da avaliação das demonstrações financeiras que se avalia a saúde 
financeira de uma empresa.
Balanço Patrimonial (BP)
O principal formato de Demonstração Financeira é o Balanço Patrimonial (BP), no qual 
abordaremos nesta seção. Essa demonstração explana, qualitativa e quantitativamente, 
a posição financeira e patrimonial de uma empresa em um dado momento (em regra, 
término do trimestre, semestre ou ano).
De acordo com o art. 176 da Lei no 6.404/1976, acima citada, as demonstrações de cada 
exercício serão sempre publicadas com a indicação dos valores correspondentes com 
das demonstrações do exercício anterior.
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CONTROLADORIA │ UNIDADE II
Para que melhor compreendamos os lançamentos feitos em um Balanço Patrimonial, 
faz-se necessário, primeiramente, explicarmos alguns significados: 
 » Ativo ─ o ativo é formado por todos os bens, direitos edemais aplicações 
de recursos controlados pela empresa, capazes de gerar benefícios 
econômicos futuros, porém originados em eventos já ocorridos. Vejamos 
alguns exemplos: terrenos, ferramentas, máquinas, equipamentos, 
estoques, instalações, veículos, edificações, marcas etc.
 » Passivo ─ o passivo é formado por todas as obrigações (dívidas) que a 
empresa tem com terceiros: contas a pagar, fornecedores, financiamentos, 
empréstimos etc. Essas dívidas exigirão ativos para sua liquidação.
 » Patrimônio líquido ─ o patrimônio líquido compreende os recursos 
próprios da Entidade, e seu valor é a diferença positiva (ou não) entre o 
valor do Ativo e o valor do Passivo.
A contabilidade trabalha com um conceito chamado “equação fundamental da 
contabilidade”. Esta equação é escrita na forma A=P+PL e significa que o total de 
ativos (A) sempre é igual à soma do total de passivos (P) com o patrimônio líquido (PL). 
Ela é desdobrada da equação A=P, anterior às teorias que introduziram o conceito de 
PL como a diferença entre ativos e passivos.
Por esse motivo fala-se que, na contabilidade, em partidas duplas. O que entra de um 
lado, obrigatoriamente sai do outro. Ao final tem-se todos os movimentos e o tamanho 
do patrimônio da empresa após essas mutações.
Equação Fundamental da Contabilidade: A=P+PL .
Sendo: A os ativos, P os passivos e PL o patrimônio líquido.
A representação seria, por exemplo:
Figura 1. Balanço Patrimonial.
Fonte disponível em: <http://www.piresconsultores.com/2014/01/balanco-patrimonial.html>.
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UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Origens e aplicações
O lado direito do Balanço Patrimonial, Capital de Terceiros (Passivo) mais Capital 
Próprio (Patrimônio Líquido), representa toda a fonte de recursos da empresa, em outras 
palavras, representa toda a origem de capital. O lado esquerdo do Balanço Patrimonial 
representa toda a aplicação de recursos originados no Passivo e/ou Patrimônio Líquido.
Desta forma, caso a empresa financie equipamentos junto a uma instituição financeira, 
terá uma origem de recursos no Passivo: financiamentos. Por sua vez, esses recursos 
serão aplicados no Ativo: equipamentos. 
Assim, fica bem fácil entender porque o Ativo será sempre igual ao Passivo+Patrimônio 
Líquido, pois a empresa só pode aplicar aquilo que tem origem. Se há uma origem 
(financiamento) de R$200.000 (Passivo), haverá uma aplicação (equipamentos) do 
mesmo valor R$200.000 (Ativo).
Daí, conclui-se que o lado do Ativo será sempre igual ao lado do Passivo+Patrimônio 
Líquido.
Segue, abaixo, a Equação Contábil Básica:
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Grupo de Contas do Balanço Patrimonial
Conforme estudamos na seção anterior, o Balanço Patrimonial é formado pelo Ativo 
(lado esquerdo) e pelo Passivo + Patrimônio Líquido (lado direito). 
O Ativo é composto por bens, direitos e demais recursos aplicados. O Passivo e o 
Patrimônio Líquido armazenam, por sua vez, todas as origens de recurso da empresa.
O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil utilizada por diversos agentes 
internos e externos à empresa: diretores financeiros, governo, bancos, fornecedores, 
sócios etc. Salvo a informação de que esses agentes não necessitam ser peritos 
em Contabilidade para analisar um balanço. Daí o Balanço Patrimonial ser uma 
demonstração simples e de fácil compreensão para todos. 
Para facilitar a análise do Balanço Patrimonial, há uma preocupação invariável dos 
contabilistas em estabelecer uma apropriada distribuição de contas. São duas regras 
principais que norteiam a distribuição de contas, a saber:
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CONTROLADORIA │ UNIDADE II
 » Prazo: em contabilidade o curto prazo diz respeito, normalmente, ao 
período de até um ano. Períodos superiores a um ano são classificados 
como de longo prazo.
 » Grau de Liquidez: as rubricas que se transformam em dinheiro com mais 
facilidade são classificadas em primeiro lugar. Por exemplo, entre três 
contas: Bancos, Terrenos e Duplicatas a Receber, o mais líquido é o caixa; 
em seguida duplicatas a receber e, por último (menos líquido), terrenos.
Lastreado nessas duas regras principais ─ prazo e liquidez ─ vamos compor, os grupos 
de contas do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
Grupo de Contas é um conjunto de contas o qual se estabelece dentro da empresa, 
respeitando-se a legislação vigente, para que se proceda ao registro dos fatos e atos 
inerentes à atividade da mesma, além de balizar os critérios para a elaboração de suas 
demonstrações financeiras/balanço patrimonial (nesse caso específico que estamos 
estudando agora).
A legislação prevê um conjunto de normas a respeito da publicação dessas informações 
e, dentre elas está inserida informação sobre a utilização de um Plano de Contas bem 
como um Manual o qual explica sobre a forma como se deve aplicar e usar cada uma 
dessas contas. É importante ressaltar que não basta, no Balanço, apenas citar a conta, 
porém deve-se fazer uma descrição sobre o funcionamento de cada uma delas.
Faz-se extremamente importante ressaltar a alteração na legislação societária que rege 
as empresas brasileiras. Há tempos sob a égide da Lei no 6.404/1976 (Lei das Sociedades 
por Ações), já se esperava uma mudança e, principalmente uma atualização na legislação 
brasileira para que as regras tornassem condizentes com as práticas internacionais de 
contabilidade. Em 28 de dezembro de 2007, foi publicada a Lei no 11.638 e em maio de 
2008 a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) dispôs sobre a aplicação da mesma.
A nova legislação trouxe alterações bruscas para as quais a maioria das empresas 
não estava preparada e os benefícios da alteração da mesma, os quais são previstos 
para tomar forma no longo prazo (tais como facilitação no acesso ao capital externo e 
melhores práticas de governança) não foram rapidamente percebidos por elas.
Para íntegra da Lei no 11.638, de 28 de dezembro de 2007,encontra-se disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.
htm>. 
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UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Grupo de Contas do Ativo
Ativo Circulante – esta conta agrupa dinheiro e tudo o que será transformado em 
dinheiro rapidamente. São contas que estão constantemente em giro, movimento.
Nesse grupo são registrados todos os bens e direitos que a empresa pode transformar 
em dinheiro no curto prazo, ou seja, no máximo, até o próximo exercício social.
O ativo circulante é uma conta contábil que registra as disponibilidades de curto prazo. 
Vejamos alguns exemplos: caixa, bancos, conta movimento e aplicações financeiras, 
títulos negociáveis (como duplicatas a receber), estoques e outros créditos de realização 
em curto prazo, como adiantamento a fornecedores e empregados.
Geralmente os exercícios sociais têm duração de 12 meses e, em sua grande maioria, 
ocorrem de janeiro a dezembro. Essa é a ideia de curto prazo.
Há, porém, algumas exceções para as companhias em que o ciclo operacional tiver 
duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá 
por base o prazo desse ciclo. 
Não Circulante - compreende todas as contas que não serão realizadas (transformadas 
em dinheiro) no curto prazo (até o fim do próximo exercício social), bem como os bens 
de uso e de renda, quais sejam: veículos, máquinas, aluguéis, imóveis para venda etc.
Esse grupo de contas está dividido em subgrupos:
 » Realizável em Longo Prazo ─ Incluem-se nessa conta bens e direitos 
que se transformarão em dinheiro após o exercício seguinte, incluindo, 
é claro, as que não têm prazo de vencimento. São contas de natureza 
devedora, assim como as do Ativo Circulante. 
 Exemplo: duplicatas a receber no longo prazo ─ um cliente comprou 
um armário em 36 parcelas. Parte dessas parcelas será lançada na conta 
Duplicatas a Receber no curto prazo (Ativo Circulante) e outraparte delas, 
em função do prazo, deverá ser lançada na conta Duplicatas a receber em 
longo prazo (Ativo Não Circulante – Realizável em longo Prazo).
 » Investimento ─ São as participações permanentes em outras sociedades 
e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo Circulante, 
e que não se destinem à manutenção da atividade da empresa, com o 
objetivo de gerar rendimentos para a empresa.
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CONTROLADORIA │ UNIDADE II
 Exemplos: participações em coligadas e controladas, imóveis alugados 
a terceiros (não de uso, mas para renda), compra de obras de arte para 
venda futura, investimento em ouro etc.
 » Imobilizado ─ São os bens e direitos que tenham por objeto bens 
corpóreos, físicos, destinados à manutenção da atividade fundamental 
da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de 
operações que transfiram à empresa os benefícios, os riscos e o controle 
desses bens. 
 Não há, no caso do imobilizado, a intenção, por parte da empresa, de 
transformar esses bens em dinheiro já que esses são necessários ao 
desenvolvimento das atividades da empresa.
 Exemplos: prédios utilizados para a atividade da companhia, ferramentas, 
máquinas, veículos, mobiliário etc. 
 » Intangível ─ São os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos, 
que não se podem tocar, destinados à manutenção da empresa. Exemplos: 
fundo de comércio, marcas e patentes, direitos autorais, softwares, 
amortização acumulada (depreciação) etc.
Vale aqui ressaltar que, até 2008, dentro da conta Ativo Não Circulante havia um 5o 
subgrupo chamado “Diferido”, o qual incluía despesas pré-operacionais. 
Porém, com a publicação da Medida Provisória no 449/2008, (posteriormente 
transformada na Lei no 11.941/2009), o subgrupo Diferido foi extinto. Os saldos 
existentes após o dia 31 de dezembro de 2008 devem ser, por lei, reclassificados para o 
passivo não circulante em conta representativa de receita diferida. 
O saldo em 31/12/2008 e que, por sua natureza, não puderam ser alocados em outro 
grupo de contas, puderam nele permanecer até sua completa amortização.
Grupo de Contas do Passivo e Patrimônio 
líquido
Passivo Circulante ─ são todas as obrigações exigíveis que serão liquidadas no curto 
prazo (no máximo, até o próximo exercício social).
Exemplos: folha de pagamento dos funcionários, participações nos resultados, férias 
e provisões de férias, 13o e provisões de 13o, parcelas de financiamentos vencendo no 
período, créditos dos sócios a serem pagos no período, tributos.
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UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Passivo Não Circulante ─ compreende todas as obrigações exigíveis que não serão 
liquidadas no curto prazo (próximo exercício social).
Como exemplo podemos citar: parcelas de empréstimos bancários com vencimento 
após o 13o mês após o final do exercício social.
Patrimônio Líquido ─ O Patrimônio Líquido (PL) é uma subconta do Passivo Total, 
que compõe o Balanço Patrimonial de qualquer empresa. No PL são computados o 
capital social, integralizado pelos acionistas por meio de aportes, os lucros acumulados 
pela empresa e as contas de reserva que podem ser constituídas (reserva legal, por 
exemplo), entre outros.
Cada empresa tem determinadas contas que deve declarar no PL, mas, basicamente, ele 
representa o investimento dos proprietários na empresa e as reservas de lucro e caixa 
que ela possui.
Capital Social, conforme definição do Sebrae7, é o montante necessário para se constituir 
e iniciar as atividades de uma nova empresa enquanto esta não gera recursos suficientes 
para se sustentar. O valor do capital social deve ser estipulado baseado em um plano de 
negócios elaborado pelos interessados previamente. 
Até esse ponto, falamos a respeito das contas representantes do patrimônio da empresa 
(ativo e passivo) e, por isso, representados mediante o Balanço Patrimonial.
Precisamos, porém, continuar nosso estudo para completar a avaliação anual da 
empresa. Falemos, então, das Contas de Resultado.
Contas de Resultado ─ aqui são apuradas as receitas e as despesas do período para 
apurar o resultado e verificar, então, se a empresa teve lucro ou prejuízo. Esse resultado, 
em termos financeiros, será incorporado ao Patrimônio por meio da conta de Prejuízos 
acumulados (quando for negativo), ou mediante a conta Reserva de lucros (quando for 
positivo).
Essas contas precisam ser apuradas juntamente ao Balanço Patrimonial, apesar de suas 
contas (Receitas e Despesas) não estarem inseridas na estrutura inicial do plano de 
contas do Balanço Patrimonial, uma vez que alteram a situação líquida deste8.
Receitas ─ são entradas de elementos para o ativo da empresa, na forma de bens ou 
direitos, que sempre provocam um aumento da situação líquida. 
7 Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br/index.php/163-produtos-online/financas/publicacoes/artigos/6755-o-que-e-
e-como-definir-o-capital-social-de-minha-empresa>.
8 Veja exemplos reais de publicações de Balanços Patrimoniais e DREs disponíveis em: <http://www.valor.com.br/valor-ri>.
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CONTROLADORIA │ UNIDADE II
As receitas são classificadas em:
 » Receitas operacionais: são as despesas relacionadas às atividades 
fim e complementar da empresa. Exemplos: venda de mercadorias, 
prestação de serviços objeto do negócio da empresa, recebimento de 
receitas financeiras ou de locação.
 » Receitas não operacionais: são as receitas originadas pela venda de 
bens do ativo investimentos, imobilizados e intangíveis.
 » Despesas: consumo de bens ou serviços que, direta ou indiretamente, 
ajudam a produzir uma receita, diminuindo o ativo ou aumentando o 
passivo.
 As despesas são aplicações que contribuem para a manutenção da 
atividade operacional da empresa com o objetivo de gerar receita. Por 
representarem saldo devedor, revelam variações negativas no Patrimônio 
Líquido.
Assim como as Receitas, podem ser classificadas em operacionais e não operacionais.
 » Despesas Operacionais: são as despesas diretamente vinculadas à 
atividade fim da empresa. Exemplo: custo das mercadorias, serviços, 
despesas administrativas (IPTU, aluguel, condomínio).
 » Despesas não Operacionais: são aquelas não diretamente 
relacionadas à atividade fim da empresa.
De forma simplista, poderíamos representar a relação entre as Contas de Resultado e o 
Balanço Patrimonial da seguinte forma:
Figura 2. Contas de Resultado – Balanço Patrimonial.
Fonte disponível em: <http://www.fernando-augusto.com/11/>.
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UNIDADE II │ CONTROLADORIA
A estrutura de um Balanço Patrimonial
Cada empresa possui suas particularidades tais como ramo de atuação, tamanho, 
atividade, localidade etc. e, por isso, de forma resumida e didática, podemos afirmar 
que o plano de contas deve sempre ser feito “sob medida” para atender as necessidades 
específicas de cada empresa respeitando, é claro, as normas vigentes de contabilidade e 
as demais legislações aplicáveis.
A correta escrituração de um balanço por meio de um plano de contas bem estruturado 
é de extrema importância, pois além de parametrizar os registros da organização 
dentro das normas aplicáveis, esse documento serve de informação rica para os demais 
públicos de interesse da empresa que o utilizam como forma de conhecer a atual e real 
situação dela.
Na definição da estrutura de seu plano de contas a empresa deve avaliá-lo como uma 
árvore pois, conforme vimos acima, há níveis e subníveis a serem relacionados.
Vejamos, então:
Figura 3. Estrutura.
Estrutura em Árvore Aplicação no Plano de Contas
1. Primeiro Nível
 1.1 Segundo Nível
 1.1.1 Terceiro Nível
 1.1.1.1 Quarto Nível
1. Ativo
 1.1 Ativo Circulante
 1.1.1 Disponibilidades
 1.1.1.1 Caixa
 1.1.1.2 Banco
É importante compreender que as contas devem sempre seguir a ordem estipulada:
1. ativo;
2. passivo;
3. receitas;4. despesas.
Vejamos agora, exemplo de estrutura geral de Plano de Contas, com níveis e subníveis:
1 ATIVO
1.1 ATIVO CIRCULANTE
1.1.1 Caixa
1.1.1.1 Caixa Geral.
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CONTROLADORIA │ UNIDADE II
1.1.2 Bancos C/Movimento
1.1.2.1 Banco Alfa.
1.1.3 Contas a Receber
1.1.3.1 Clientes.
1.1.3.2 Outras Contas a Receber.
1.1.3.9(-) Duplicatas Descontadas.
1.1.4 Estoques
1.1.4.1 Mercadorias.
1.1.4.2 Produtos Acabados.
1.1.4.3 Insumos.
1.1.4.4 Outros.
1.2 NÃO CIRCULANTE
1.2.1 Contas a Receber
1.2.1.1 Clientes.
1.2.1.2 Outras Contas.
1.2.2 INVESTIMENTOS
1.2.2.1 Participações Societárias.
1.2.3 IMOBILIZADO
1.2.3.1 Terrenos.
1.2.3.2 Construções e Benfeitorias.
1.2.3.3 Máquinas e Ferramentas.
1.2.3.4 Veículos.
1.2.3.5 Móveis.
1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada.
1.2.3.99 (-) Amortização Acumulada.
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UNIDADE II │ CONTROLADORIA
1.2.4 INTANGÍVEL
1.2.4.1 Marcas.
1.2.4.2 Softwares.
1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada.
2 PASSIVO
2.1 CIRCULANTE
2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher.
2.1.1.1 Simples a Recolher.
2.1.1.2 INSS.
2.1.1.3 FGTS.
2.1.2 Contas a Pagar
2.1.2.1 Fornecedores.
2.1.2.2 Outras Contas.
2.1.3 Empréstimos Bancários.
2.1.3.1 Banco A ─ Operação X
2.2 NÃO CIRCULANTE
2.2.1 Empréstimos Bancários.
2.2.1.1 Banco A ─ Operação X.
2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2.3.1 Capital Social
2.3.1.1 Capital Social Subscrito.
2.3.1.2 Capital Social a Realizar.
2.3.2 Reservas de Capital
2.3.2.1 Reservas de Capital.
2.3.2.2 Reservas de Lucros.
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CONTROLADORIA │ UNIDADE II
2.3.3 Prejuízos Acumulados
2.3.3.1 Prejuízos Acumulados de Exercícios Anteriores.
2.3.3.2 Prejuízos do Exercício Atual.
3 CUSTOS E DESPESAS
3.1 CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS
3.1.1 Custos dos Materiais.
3.1.1.1 Custos dos Materiais Aplicados.
3.1.2 Custos da Mão de Obra.
3.1.2.1 Salários.
3.1.2.2 Encargos Sociais.
3.2 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS
3.2.1 Custo das Mercadorias.
3.2.1.1 Custo das Mercadorias Vendidas.
3.3 CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS
3.3.1 Custo dos Serviços.
3.3.1.1 Materiais Aplicados.
3.3.1.2 Mão de Obra.
3.3.1.3 Encargos Sociais.
3.4 DESPESAS OPERACIONAIS
3.4.1 Despesas Gerais
3. 4.1.1 Mão de Obra.
3.4.1.2 Encargos Sociais.
3.4.1.3 Aluguéis.
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UNIDADE II │ CONTROLADORIA
3.5 PERDAS DE CAPITAL
3.5.1 Baixa de Bens do Ativo Não Circulante.
3.5.1.1 Custos de Alienação de Investimentos.
3.5.1.2 Custos de Alienação do Imobilizado.
4 RECEITAS
4.1 RECEITA LÍQUIDA
4.1.1 Receita Bruta de Vendas.
4.1.1.1 De Mercadorias.
4.1.1.2 De Produtos.
4.1.1.3 De Serviços Prestados.
4.1.2 Deduções da Receita Bruta
4.1.2.1 Devoluções.
4.1.2.2 Serviços Cancelados.
4.2 OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes
4.2.1.1 Receitas de Alienação de Investimentos.
4.2.1.2 Receitas de Alienação do Imobilizado.
Estruture o Balanço Patrimonial da Companhia mSC em 31/12/1X.
 » Caixa: R$ 1.800,00;
 » Fornecedores: R$ 5.000,00; 
 » Capital Social: R$ 10.000,00;
 » Máquinas: R$ 3.000,00;
 » Estoques: R$ 6.500,00;
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CONTROLADORIA │ UNIDADE II
 » Financiamentos a Pagar de Longo Prazo: R$7.320,00;
 » Lucros Acumulados: R$ 3.400,00; 
 » Duplicatas a receber: R$ 3.400,00;
 » Salários a pagar: R$ 6.500,00; 
 » Participações em Outras Empresas: R$ 7.320,00;
 » Contas a pagar: R$ 200,00; 
 » Prédios: R$ 5.000,00; 
 » Impostos a pagar no Curto Prazo: R$ 1.800,00; 
 » Títulos a pagar no Longo Prazo: R$ 2.000,00; 
 » Títulos a receber no Longo Prazo: R$ 9.000,00.
Figura 4. Ativo – Passivo.
ATIVO PASSIVO
Circulante
Não Circulante
Realizável a L. Prazo
Investimentos
Imobilizado Intangível 
Circulante
Não Circulante
Exigível a L. Prazo
Patrimônio Líquido
Total Total
Fonte: Autor.
48
CAPÍTULO 2
Decisões em relação ao balanço 
patrimonial e demonstração de 
resultado exercício (DRE)
A relevância do Passivo e do Patrimônio líquido
Um dos principais aspectos do Passivo é demonstrar a Estrutura de Capital da Empresa 
formada por Capital de Terceiros (Passivo) + Capital Próprio (Patrimônio Líquido). 
Quanto maior for o Capital Próprio (Patrimônio Líquido) e menor o Capital de Terceiros 
(Passivo), menos a empresa estará endividada. Por sua vez, quanto menor o Capital 
Próprio (Patrimônio Líquido) e maior o Capital de Terceiros (Passivo), mais a empresa 
estará endividada. 
O Passivo também apresenta a qualidade da dívida da empresa. Saberemos se os 
recursos de terceiros (dos credores da empresa) têm seu vencimento em maior parte 
em Curto Prazo (Circulante) ou em Longo Prazo (Exigível Longo Prazo).
Média de endividamento das empresas 
brasileiras (capital de terceiros)
Avaliando o grau de endividamento das empresas podemos perceber sua política de 
obtenção de recursos. Se ela recorre a captais próprios, ela está se endividando de uma 
forma sadia.
Se, porém, ela opta por contrair sucessivas dívidas e, desta forma, passa a endividar-se, 
ela corre um sério risco de falir. Contrair dívidas significa depender e “ficar na mão” de 
terceiros para manter a empresa de pé.
Se, porém, o lucro a ser obtido com o negócio for mais vantajoso do que as taxas a 
serem pagas pelo empréstimo feito, este pode ser uma boa saída para as empresas que 
souberem utilizarem dessa estratégia.
É de conhecimento geral que, nos últimos anos, o endividamento das empresas (Capital 
de Terceiros) vem aumentado.
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CONTROLADORIA │ UNIDADE II
Segundo Iudícibus e Marion, o endividamento das empresas brasileiras durante a 
década de 1970 era de aproximadamente 30% (70% Capital Próprio).
No final da década de 1970 e início da década de 1980, a situação praticamente se 
inverteu: 60% de Capital de Terceiros e 40% de Capital Próprio. Este aumento do 
endividamento (Capital de Terceiros) se deu em razão do desenvolvimento econômico 
do Brasil no período, conhecido como “Milagre Econômico”.
Na década de 1980, vieram à recessão, os juros altos, a inflação e o medo do empresário 
se endividar (período conhecido como “Década Perdida”). Com isso, o grau de 
endividamento das empresas brasileiras novamente diminuiu. Resultado: os ativos das 
empresas brasileiras ficaram obsoletos, haja vista que não foram renovados por falta 
de captação de recursos. No final da década de 1990, o endividamento chegou perto de 
50% e, em 2002, foi a 58,6%. 
Em seu Relatório de Estabilidade, publicado em outubro de 2014, o Fundo Monetário 
Internacional (FMI) publicou que as empresas brasileiras são as mais endividadas 
dentre os países emergentes, estando com um indicador de atual na ordem de 79%, 
enquanto os outros emergentes avaliados estavam com taxas mais baixas (Turquia 
57%, Rússia 56%, México 59%, Índia 66%).
Ativo Circulante versus Passivo Circulante
O Ativo Circulante é também denominado Capital de Giro. É composto pelas aplicações 
que estão constantemente em giro (que têm alto grau de liquidez). 
O Passivo Circulante, por sua vez, é formado por despesas, contas que, também, estão 
invariavelmente em giro.
Obviamente, o almejado seria que o Ativo Circulante fosse sempre maior que o Passivo 
Circulante. Enquanto, o primeiro significa dinheiro e valores que se transformarão em 
dinheiro no curto prazo, o segundo significa dívidas no curto prazo.
No entanto, diversas vezes, mesmo que o Ativo Circulante seja maior que o Passivo 
Circulante, a empresa encontra dificuldade de pagamento de suas dívidas, isso porque 
as dívidas estão vencendo com rapidez maior do que os valores que se transformam em 
dinheiro. 
Quando isso ocorre, a empresa pode optar por recorrer a algumas alternativas tais como 
o desconto de duplicatas, empréstimos etc., com a finalidade de aumentar seu caixa e,

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