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Fundamentos de Administração Aula 04 – Teoria das Relações Humanas Profa. Nilena B. M. Dias ORIGEM Os conceitos mecanicista da teoria Clássica não eram condizentes com o estilo de vida americano. Surge então a necessidade de humanizar e democratizar a administração; O desenvolvimento das ciências sociais, como a psicologia, sociologia e filosofia. A Experiência de Hawthorne A partir de 1924, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos iniciou alguns estudos para verificar a correlação entre produtividade e iluminação do local de trabalho. Em 1927 iniciou-se uma pesquisa na fábrica de Hawthorne. A Western Electric Co. era uma fábrica de equipamentos e componentes de telefone, situada em Chicago; A experiência foi coordenada pelo sociólogo Elton Mayo e tinha o objetivo de determinar a relação entre a intensidade da iluminação e a eficiência dos operários. A Experiência de Hawthorne 1a. Fase: grupo de observação trabalhava com variação de luminosidade e grupo de controle com luminosidade constante. Embora a produtividade do grupo tenha variado, não houve correlação entre as variáveis. Os pesquisadores descobriram que os resultados foram influenciados por fatores psicológicos, ou seja, os operários aumentavam a produção por que julgavam- se na obrigação de produzir mais. A Experiência de Hawthorne 2a. Fase: reconhecendo os efeitos negativos do fator psicológico na pesquisa, os pesquisadores tentam isolá- lo; O grupo desenvolveu objetivos comuns, como o de aumentar a ritmo de produção, embora fosse solicitado a trabalhar normalmente; Havia um fator psicológico que já havia aparecido na 1ª fase da experiência. A Experiência de Hawthorne 1º período: foi registrada a produção de cada operária ainda no seu local original de serviço, sem que o soubesse, e estabelecida a sua capacidade produtiva em condições normais de trabalho. Essa média (2.400 unidades semanais por moça) passou a ser comparada com a dos demais períodos. 2º período: o grupo experimental foi isolado na sala de provas, mantendo-se as condições e o horário de trabalho normais e medindo-se o ritmo de produção. O 2º período serviu para verificar o efeito da mudança de local de trabalho. 3º período: fez-se uma modificação no sistema de pagamento. No grupo de controle havia o pagamento por tarefas em grupo. Como os grupos eram numerosos – compostos de mais de cem moças – as variações de produção de cada moça eram diluídas na produção do grupo e não se refletiam no seu salário individual. Assim, separou-se o pagamento das moças do grupo experimental e, como o grupo era pequeno verificou-se que elas perceberam que seus esforços individuais repercutiam diretamente no seu salário. Verificou-se aumento de produção. A Experiência de Hawthorne 4º período: marca o início da introdução de mudança direta no trabalho. Introduziu-se um intervalo de cinco minutos de descanso no meio da manhã e outro igual no meio da tarde. Verificou-se novo aumento de produção. 5º período: os intervalos de descanso foram aumentados para dez minutos cada, verificando-se novo aumento de produção. 6º período: deram-se três intervalos de cinco minutos na manhã e outros três à tarde. Notou-se que a produção não aumentou, havendo queixas das moças quanto à quebra do ritmo de trabalho. 7º período: passou-se novamente a dois intervalos de dez minutos, um pela manhã e outro à tarde, servindo se em um deles um lanche leve. A produção aumentou novamente. 8º período: com as mesmas condições do período anterior, o grupo experimental passou a trabalhar somente até as 16:30 horas e não até as 17:00 horas, como o grupo de controle. Houve um acentuado aumento da produção. A Experiência de Hawthorne 9º período: o trabalho do grupo experimental passou a terminar às 16:00 horas. A produção permaneceu estacionária. 10º período: o grupo experimental voltou a trabalhar até as 17:00 horas, como no 7º Período. A produção aumentou bastante. 11º período: estabeleceu-se uma semana de cinco dias, com o sábado livre para o grupo experimental. Verificou-se que a produção diária das moças continuou a subir. 12º período: voltou-se às mesmas condições do 3º Período, tirando-se todos os benefícios dados durante a experiência, com o assentimento das moças. Verificou- se, inesperadamente, que a produção diária e semanal atingiu um índice jamais alcançado anteriormente (3.000 unidades semanais por moça do grupo experimental). A Experiência de Hawthorne 3a. Fase: os pesquisadores afastaram-se do objetivo inicial da pesquisa e decidiram estudar as relações humanas; Em 1928 iniciou-se o Programa de Entrevistas, nos 40 mil empregados, com o objetivo de conhecer melhor seu pessoal; Esse programa revelou a existência da organização informal. A Experiência de Hawthorne 4a. Fase: A fim de analisar a relação da organização informal com a formal, um observador foi colocado dentro da sala de um grupo experimental; Logo que se familiarizou com o grupo, o observador pode constatar que quando os operários atingiam o que julgavam ser a produção normal, reduziam seu ritmo de trabalho e pressionavam os mais rápidos a estabilizarem sua produção. Conclusões da Experiência de Hawthorne 1. O nível de produção é resultante da integração social. 2. Comportamento social dos empregados. 3. Recompensas e sanções sociais. 4. Grupos informais. 5. Relações humanas. 6. Importância do conteúdo do cargo. 7. Ênfase nos aspectos emocionais. Nível de Produção é Resultante da Integração Social O nível de produção não é determinado pela capacidade físicas ou fisiológica do empregado, como diz a Teoria Clássica,mas pela integração social. Quanto maior a integração no grupo, maior a disposição para produzir (fator motivacional). Comportamento social dos empregados. O comportamento do indivíduo se apoia integralmente no grupo. Os trabalhadores não agem isoladamente, mas como membros de um grupo. Ex.: sindicatos As Recompensas e Sanções sociais. A cota de produção é ditada pelo grupo. Há práticas não formalizadas de punição que o grupo aplica sobre os operários que excedem o padrão estabelecido por eles; Os operários preferem trabalhar menos e ganhar menos, a pôr em risco sua relação de amizade no grupo. Grupos informais. Os autores humanistas concentraram-se nos aspectos informais da organização. A estrutura informal nem sempre coincide com a formal estabelecida pela Direção. Existem lideranças informais que exercem influência sobre o grupo. A organização é formada por um conjunto de pessoas que interagem espontaneamente. As Relações Humanas. As relações humanas são ações desenvolvidas a partir da interação entre pessoas e o grupo; Os indivíduos mantêm-se em constante interação social. Cada pessoa procura se ajustar ao grupo para ser aceito. A compreensão das relações humanas é fundamental ao sucesso do administrador. Importância do Conteúdo do Cargo. A Teoria Clássica não criou a organização mais eficiente. A especialização não é a maneira mais eficiente de trabalho. Trabalhos simples e repetitivos tendem a tornar-se monótono, afetando negativamente a moral do operário. Os funcionários devem trocar de cargos para evitar a monotonia. Essas trocas provocam efeitos negativos na produção mas melhoram a satisfação no trabalho. Ênfase nos Aspectos Emocionais. Os elementos emocionais, não planejados e irracionais afetam a produtividade e merecem atenção especial. As pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento e de participação; Para Taylor o homem irá produzir motivado por fatores econômicos até o limite de sua capacidade fisiológica e do ambiente. O novo papelda administração Na abordagem clássica todos os métodos de trabalho convergem para a eficiência (quanto maior a produção maior o salário); Na TRH percebe-se um conflito entre os objetivos organizacionais e os objetivos pessoais; O papel da administração é evitar esse conflito a todo custo (visão ingênua). Organização Industrial As funções básicas da organização Função econômica: Equilíbrio Produzir bens ou serviços externo Função social: Equilíbrio Dar satisfações aos interno seus participantes COMPARAÇÃO ENTRE AS ESCOLAS CLÁSSICAS E DAS RELAÇÕES HUMANAS T O - 0 5 21 CRÍTICAS À TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS (1) • Validade científica: conclusões não sustentadas por adequada evidência científica • Miopia dos enfoques: visão curta das Relações Humanas: • Falta de adequado foco no trabalho • Negligência da dimensão da satisfação do trabalho • Pesquisas das relações humanas para operários • Superpreocupação com a felicidade => produtividade (visão simplista da natureza do homem) T O - 0 5 22 CRÍTICAS À TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS (2) • Mal-entendido do sentido de participação • A visão da decisão de grupo sobre a individual • Geração de conflitos vista como força ruim e não como força criativa • Antiindividualismo: • Substituição da disciplina do chefe pela disciplina do grupo • Força o indivíduo a sacrificar seus valores pessoais T O - 0 5 23
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