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Análise do Mercado de Mandioca

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FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DA UNIVERSIDA DE SÃO PAULO
ANNE CATHERINE OLIVEIRA ALMEIDA - 8682552
DAYSE NAOMI KOMESU - 9322990
FELIPE EWERTON DE OLIVEIRA RODRIGUES - 8966090
MANDIOCA, A COMMODITIES
MAIS POPULAR DO NORDESTE
Artigo escrito para a matéria Economia da Empresas I, serão abordados estudos microeconômicos sobre a mandioca, uma das commodities essenciais para a agricultura de subsistência da região Nordeste.
SÃO PAULO
2015
Análise do Mercado de Mandioca
Resumo 
O Objetivo deste artigo é analisar os aspectos microeconômicos, tais como oferta, demanda, preço, classificação de bens e comportamentos do consumidor, referentes a mandioca, umas das commodities essenciais para a subsistência de muitas famílias. 
Busca-se entender como essas variáveis afetam esse bem e através desses estudos, identificar os principais problemas que possam afetar essa commoditie tornando possível propor soluções ou recomendações.
O objetivo nesse artigo é realizar uma pesquisa exploratória, buscando constatar algo na commoditie, ou um determinado fenômeno de maneira a nos familiarizar com o objetivo investigado para que possamos orientar pesquisar futuras a serem feitas com maior precisão. 
Palavras chaves 
Mandioca, commoditie, nordeste, alimento.
Market Analysis of XXXXX 
Abstract (Entrega final) 
Key Words (Entrega final) 
Introdução 
A mandioca, Manihot esculenta, também chamada de aipim e macaxeira, é planta originária da América do Sul, com mais de 1.200 espécies. O grupo optou por esse produto, pelo fato de ser grande fonte de carboidrato com custos baixos de produção, tem significativa importância social em países tropicais de baixa renda (O’HAIR, 1998), resultando em estimativas que dão conta de que o número de pessoas que obtêm suas reservas de carboidratos por meio da mandioca está entre 600 e 700 milhões ao redor do mundo (FOLEGATTI; MATSUURA, s.d.).
A escolha pelo cultivo da mandioca se dá em função de algumas características, como a alta produtividade em relação a outros alimentos (GAMEIRO, s.d.), a adequação do produto às condições naturais (climáticas e de solo) de quase todo o país e a flexibilidade da época de colheita – é possível atrasar a colheita sem prejuízo de qualidade, à espera de preços mais adequados de mercado. 
No Brasil, a mandioca é um importante alimento, pois sua compra e de seus derivados pelas famílias com renda inferior a um salário mínimo é de 10% da despesa anual com alimentação, colocando-a em segundo lugar nos gastos alimentares dessa população, atrás apenas do feijão, que representa 13% (CARDOSO, 2003).
1. A abordagem da microeconomia: conceitos básicos
1.1 Conceito de oferta e demanda.
A curva da oferta informa a quantidade de mercadoria que os produtores estão dispostos a vender a um determinado preço, mantendo constante quaisquer outros fatores que possam afetar a quantidade ofertada. (Ceteris paribus) (PINDYCK, 2007).
As principais características e determinantes da oferta são custos de produção (salários, taxa de juros e custo das matérias primas) e preço, quanto maiores os custos de produção, menor é a oferta (PINDYCK, 2007). Por outro lado, quanto maior o preço de mercado, maior é a oferta.
A curva da demanda informa a quantidade que os consumidores desejam comprar à medida que o preço unitário varia, mantendo tudo o mais constante.
Com relação a demanda, seus principais determinantes são os bens substitutos e complementares, quanto maior o preço do bem substituto, maior é a demanda, enquanto que quanto maior o preço do bem complementar, menor é a demanda. Outro fator é a renda, quando maior a renda, maior é a demanda (considerando bens normais). Por fim, as preferências do consumidor também influenciam a demanda de forma diretamente proporcional. (PINDYCK, 2007).
Ambas as curvas são função do preço: O=f(p) D = f(p)
 
 Oferta Demanda
1.2 Como os preços são formados:
A curva oferta e da demanda se desloca para a direita ou para a esquerda de acordo com a mudança nas variáveis determinantes descritas anteriormente. No ponto em que as duas curvas se cruzam, dizemos que foi atingindo a quantidade e o preço de equilíbrio ou de balanceamento do mercado. (PINDYCK, 2007).
É chamado de mecanismo de mercado, a tendência, em mercados livres, de que o preço se modifique até que o mercado alcance o equilíbrio, ou seja, até a quantidade ofertada seja igual à quantidade demandada. Portanto, os preços são formados de acordo com o mercado visando alcançar o equilíbrio, em mercados com livre concorrência. 
1.3 Diferença de preço nominal e real:
A inflação influencia os preços, é considerado preço real, o preço nominal descontado o efeito da inflação. 
1.4 Elasticidade preço e renda. 
Elasticidade é a variação percentual de uma variável provocada pelo aumento de 1% em outra variável. Entre os tipos de elasticidades temos: elasticidade preço da demanda, que consiste na variação percentual da quantidade demandada de um bem provocada pelo aumento de 1% em seu preço; a elasticidade renda da demanda, correspondente a variação percentual da quantidade demandada provocada pelo aumento de 1% na renda; elasticidade (preço) cruzada da demanda variação percentual da quantidade demandada de um bem provocada pelo aumento de1% no preço de outro bem; Elasticidade preço da oferta variação percentual da quantidade ofertada de um bem provocada pelo aumento de 1% no preço desse bem. Elasticidade da demanda no ponto; Elasticidade preço da demanda relacionada a um ponto específico da curva de demanda; elasticidade da demanda no arco; elasticidade preço da demanda calculada sobre uma faixa de preços. (PINDYCK, 2007).
1.5 Características do bem (normal, superior, inferior) 
Um bem é considerado um bem normal, quando sua demanda aumenta com o aumento da renda do consumidor e vice-versa. Enquanto que, no bem superior, a demanda é altamente elástica a renda (Elasticidade > +1). Aumentos de renda do consumidor geram aumentos mais que proporcionais na demanda. E por fim, no caso do bem inferior, o aumento da renda do consumidor gera redução na quantidade demandada. 
1.6 Bens complementares e substitutos 
Os bens são considerados complementares, quando um aumento no preço de um deles leva a um decréscimo na quantidade demandada do outro. Enquanto que, os bens são considerados substitutos, quando um aumento no preço de um deles produz um aumento na quantidade demandada do outro.
2. Panorama do mercado de Mandioca : 1995-2013
 	2.1 Descrição e evolução da oferta do produto 
	A mandioca é um produto que pode ser cultivado em muitos lugares do mundo, porém por fazer parte da alimentação básica, em muitos países a maior parte é consumida pela população restando uma pequena parte para a exportação, por isso esse produto é considerado uma "mercadoria não transacionável” (como o arroz). Os seus maiores produtores estão na África, onde a produção vem crescendo continuamente, seguida pela Ásia e depois a América, continente, no qual o Brasil é o principal produtor.
	Durante o período analisado pode-se perceber que a quantidade de mandioca produzida no Brasil diminui, o que se deve a fatores como “a substituição de mandioca pelas rações balanceadas na suinocultura, os hábitos alimentares com preferência aos produtos do trigo, a competição de culturas mais rentáveis ou de menor ciclo e a crescente falta de mão de obra no campo”.
O cultivo de mandioca está presente em todo o Brasil. É uma cultura de fácil adaptação, porém a mandioca produz melhor em regiões mais quentes, o que explica o fato de que a maior produção se concentra na região Nordeste do país, onde se encontra 3 dos 5 principais produtores. O produto é consumido quase exclusivamente na própria região. Além disso, a agricultura familiar é responsável por 83% da produção nacional de mandioca (MDA) e isso ficamais evidente ainda na região Nordeste onde 89% dos estabelecimentos são da agricultura familiar, a Bahia, por exemplo, é o estado com maior número de estabelecimentos familiares de todo o País, 15,2% do total.
A Região Sudeste é pouco representativa, com menos de 10% da produção brasileira, mas é o principal polo de comercialização do país, localizado em São Paulo. Já a Região Sul, além de importante produtora de raiz, conta com o maior número de indústrias, principalmente as de fécula, considerada em sua maioria de médio e grande porte. 
Análise GERAL
Analisando os dados de produção da mandioca no Brasil, percebe-se que a produção cresceu nos últimos cinco anos. Mostrando assim que o país conseguiu reparar parte da produção que sofreu uma redução na década de 90. Essa diminuição se deve principalmente “a substituição da farinha de mandioca por massas (como macarrão, cuja base é a farinha de trigo) na alimentação do brasileiro e à substituição dos preparados à base de raizes e folhas de mandioca por rações balanceadas para a alimentação animal ” (GROXKO, 2006). As variações do preço também foram tidas com desconfiança pelos produtores, o que deixou a produção sem grandes aumentos no período.
Os continentes que mais produzem mandioca (África, Ásia e América do Sul) a América foi o único que reduziu a quantidade produzida, segundo DERAL - Departamento de Economia Rural “O principal responsável pela redução da América é o Brasil que após produzir 30 milhões de toneladas, contabiliza apenas 25 milhões durante as últimas safras. Apesar de produzir menos, o Brasil avançou consideravelmente nas pesquisas tanto agrícola como industrial. Porém, alguns pontos de estrangulamento ainda precisam ser resolvidos, um deles é a falta de mão de obra que dificulta algumas etapas, principalmente na colheita. Portanto, é necessário aprimorar a mecanização, com avanços nas máquinas para o plantio das manivas, mais principalmente no desenvolvimento de máquinas que possam substituir a mão de obra na colheita”.
Uma tendência apontada para esse mercado é que ele continuará se expandindo, pois “além da utilização para alimentação direta, a industrialização e beneficiamento da mandioca e seus derivados vêm aumentando consideravelmente. Um dos motivadores é a sua utilização como matéria-prima para produtos destinados a consumidores celíacos, pessoas intolerantes ou alérgicos ao glúten. ” 
2.3 Descrição e evolução da demanda do produto 
A mandioca consiste em um alimento bastante presente no consumo brasileiro constituindo-se em um dos principais produtos da cesta básica das famílias por ser considerado uma das principais fontes alimentares. Assim, um estudo da demanda deste produto no território nacional permite concluir que a mandioca tem expressiva importância no fornecimento de alimento e matéria prima para outros produtos, apresentando variâncias de consumo nas diferentes regiões brasileiras.
	O mercado de mandioca, no entanto, pode ser analisado diante as diferentes maneiras em que o produto é comercializado, podendo ser encontrado como raíz, ou apresentado na forma de farinha e fécula após ser industrializado. O comportamento da demanda de cada tipo do produto apresenta características próprias que serão tratadas posteriormente. Uma semelhança que se encontra na análise de demanda de todas as diversidades do produto é a sua relação com o preço ofertado. 
Analisando a variação de preços da mandioca com a demanda do produto é possível dizer que a mandioca apresenta um comportamento inelástico no seu preço. Pode ser observado uma grande inconstância do preço deste produto com elevações em e quedas de preços ao longo dos anos. Porém, a demanda de mercado da mandioca parece não ser afetada nem mesmo pelo aumento dos preços desta. De acordo com pesquisas da Cepea realizadas de dezembro de 2013, a demanda por este commodity apresentava em altos níveis e em elevação. 
Durante o período analisado na pesquisa o consumo deste commodity para estas diversas serventias ganhou muito espaço no mercado apresentando grande crescimento da demanda, que consequentemente, acaba elevando o preço do produto. 
O consumo da mandioca apresenta diferentes comportamentos de acordo com a regionalidade brasileira. Através do estudo da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) de 2002 e 2003, juntamente com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2003 e 2004. A grande demanda apresentada pelas regiões Norte e Nordeste podem ser relacionadas com a renda média das famílias destas localidades. De acordo com registros da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios) o rendimento médio dos estados do Norte e Nordeste é 41,9% inferior em relação às outras regiões brasileiras. A mandioca para estas famílias, portanto, constitui-se em uma segurança alimentar por se tratar de um produto de baixo valor de mercado que fornece grandes quantidades de nutrientes e carboidratos. Além disso, este produto já foi incorporado por questões culturais nestas regiões, sendo assim, bastante consumido pela população. (Neto e Marcolan, 2010)
	Como reflexo do que foi dito anteriormente, pode ser observado que o consumo de farinha de mandioca é maior na área rural do que na área urbana. A maior parte das áreas rurais no Brasil se localizam na região norte e como já foi analisado esta é a região em que mais se consome este produto, contra a pouca demanda em regiões mais urbanas como o Sudeste. 
Ao se analisar os comportamentos da demanda da mandioca e avaliarmos a relação existente entre esta e a renda familiar é possível concluir que, no que se refere à elasticidade renda da demanda, a mandioca apresenta um comportamento elástico, ou seja, a renda familiar exerce grande influência no consumo do produto. Para uma família com níveis mais baixos de renda o produto é considerado um bem de maior necessidade; por outro lado para níveis de renda mais altos a mandioca é considerada um bem de consumo inferior. 
	De acordo com a tabela anterior, baseada em uma pesquisa do IBGE em 2004, em todas as regiões brasileiras as famílias que contém menor renda apresentam uma tendência de serem maiores consumidoras de mandioca (tanto como raiz, farinha ou fécula), enquanto as famílias de maior renda demandam uma menor quantidade do produto. Devido ao baixo preço do produto que fornece grandes quantidades de carboidratos alimentando muitas famílias de baixa renda que substituem grandes refeições por este alimento rico em fontes energéticas. (Neto e Marcolan, 2010)
2.4 Descrição e evolução do preço do produto
	A formação do preço da mandioca depende de diversos fatores tanto ambientais e climáticos, quanto econômicos que exercem grande influência na determinação do valor de mercado do produto. Um aspecto ligado diretamente ao preço da mandioca é o ciclo da cultura e cultivação da raiz. Tal fator está diretamente ligado ás condições climáticas e ambientais incontroláveis pelo homem. Já elementos como custo da mão de obra, recursos tecnológicos, quantidade demandada e a quantidade ofertada dependem mais do comportamento e das ações humanas. (Fukuda, 2003). Quando se trata de produtos agrícolas o fator estocagem também exerce influência fundamental para definição de preços. Teoricamente, um armazenamento da produção em ano de boa safra poderia tornar o preço mais estável em anos em que a produção fosse abaixo do esperado. (Singer, 1983)
	O gráfico acima mostra a evolução do preço da mandioca durante o período de 2005 a 2014. Um dado importante a ser retirado desta curva é um aumento do preço médio da mandioca durante o período estudado. Enquanto em 2005 o valor de mercado do produto era de R$ 134,52, o preço no ano de 2014 se encontrava em R$ 272,26; representando um aumento de mais de 100%. O aumento gradativo do valor deste produto é uma consequência de uma demanda de mercado. O aumento do consumo da mandioca devido à crescente demanda do produto na fabricação de industrializados como farinha e fécula, polvilho, ou ao próprio consumo da raíz,gera um reflexo no preço do produto gerando aumento deste. 
Analisando o gráfico é possível perceber uma primeira grande elevação do preço da mandioca no ano de 2010. Este período foi marcado por uma redução na produção do produto após uma boa safra durante o primeiro semestre. Além disso, limitações climáticas dificultaram uma maior produção que ao diminuir a demanda, tem como consequência um aumento do preço da mandioca. (Dados da Cepea, divulgados no Canal Rural, 2010)
É possível perceber também que há um pico do preço da mandioca no ano de 2013, chegando ao valor de R$ 348,07 neste ano. Tal fato pode ser explicado por imprevistos ambientais marcados pela falta de chuvas agravando a seca no Nordeste, importante área produtora de mandioca. Além disso, outros fatores envolvidos são o cultivo em solos de baixa fertilidade, redução da área cultivada, reduzido uso de insumos agrícolas, e falta de investimentos em pesquisa que intensificados pela baixa quantidades de chuvas daquele ano aumentaram o preço da mandioca. (Estudo da Embrapa divulgado no Canal Rural, 2013)
	Após uma alta dos preços, o ano de 2014 registrou uma redução destes, chegando a uma média de R$272, 26 neste ano, decréscimo de quase 28% em relação ao ano anterior. Este resultado pode ser explicado através das boas condições climáticas que permitiram uma boa safra do produto. Além disso, houve um aumento da área cultivada, uma vez que os cultivos existentes no semestre passado não deram conta da demanda de mercado, elevando os preços. Como consequência, o número de cultivos de mandioca elevou-se no ano de 2014, aumentando a demanda do produto e assim, reduzindo o preço deste. (Dados da Cepea, divulgados no Canal Rural, 2014)
3. A análise do mercado de Mandioca: 1995-2013 
3.1 Análise de preço real (dois indicadores: câmbio e IPC). 
	O preço nominal de um produto é apenas seu preço absoluto, de mercado, ou seja, o preço atual pelo qual ela é vendida. Já o preço real de uma mercadoria ou serviço é o valor de uma mercadoria descontado o efeito da inflação. A medida agregada utilizada com maior frequência é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
O IPC mede a variação de preços de um conjunto fixo de bens e serviços componentes de despesas habituais de famílias com nível de renda situado entre 1 e 33 salários mínimos mensais. O cálculo do IPC é realizado com base nas despesas de consumo obtidas através da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada no biênio (2008/2009) pelo IBGE. Com as informações do levantamento foram construídas as estruturas de ponderação que expressam, em termos percentuais, a importância monetária dos bens e serviços componentes da amostra do IPC. (FGV IBRE) 
Basicamente, o índice mede as mudanças de preços de uma cesta básica de consumo (que pode variar entre os países) representando os custos de vida num período e numa região definida.
Por meio da análise do gráfico acima, é possível perceber que não há uma diferença muito grande entra os preços nominais e reais ao longo do período analisado, ou seja, pode se entender que a mandioca não foi um produto que teve seus preços abalados especialmente pela inflação, a sua variação de preço se deve mais a fatores como o clima e a alta da demanda, principalmente e que foram analisados em outros pontos do trabalho. 
3.2 Análise de elasticidade preço 
 Tabela com a elasticidade de renda da mandioca
	Ao observar a tabela é possível perceber no caso da farinha de mandioca ao desconsiderar Goiânia no cálculo, a elasticidade é negativa o que mostra que conforme se aumenta a renda diminui - se o consumo do produto, e pode se verificar também que conforme a renda aumenta mais elástica a demanda vai ficando, ou seja, para as classes mais altas esse é um bem considerado substituível/inferior e para as classes menos abastadas é um bem essencial/necessidade. Analisando o comportamento da mandioca pode- se perceber um comportamento parecido com o da farinha, pois conforme a renda a aumenta a demanda vai ficando menos inelástica, porém diferente da farinha em momento algum esse produto foi inelástico, ou seja, apresentou valores menores que 0.
	Para Barros et al. (2004, p. 200-201), é possível observar por meio de estudos feitos na demanda e na oferta de mandioca no Brasil que, ” a elasticidade da oferta, tanto no curto quanto no longo prazo, indica acentuada inelasticidade; a elasticidade-preço da demanda também indica inelasticidade; a elasticidade-renda da demanda, como era de se esperar, depende dos estratos de renda. ” (Neto, Calixto Rosa 2010)
Conclusão 
A mandioca é tipicamente um bem inferior, produzida principalmente através da agricultura familiar e voltada para a subsistência. Como podemos observar nas análises feitas anteriormente, ela produzida em sua maior parte na região nordeste onde também é mais consumida, principalmente em famílias de baixa renda, por ser um produto de baixo valor de mercado e também abundante em nutrientes como o carboidrato.
Através das análises dos preços, da evolução da oferta e da demanda nos últimos anos, podemos perceber que a mandioca é afetada por diversas variáveis, mas nem todas são muito significativamente, a que mais causa alterações são os fatores climáticos, como a falta de chuva que pode levar a seca em alguns períodos, assim como a baixa fertilidade do solo. Esses fatores são difíceis de serem amenizados. 
Entretanto, tais fatores podem ser trabalhados através de obras como a transposição do rio são Francisco que pode ajudar a levar água para essas famílias. Por isso, faz-se necessário o estudo mais aprofundado sobre estas e outras alternativas para, de algum modo, equilibrar as sazonalidades e diminuir os problemas causados pelas seca, baixa fertilidade do solo, entre outros.
Referências
PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. 6ª ed. São Paulo, Prentice Hall, 2005.
Cezar de Souza, Climaco .Evolução da produção e suprimento mundial de mandioca. Disponível em:<http://www.agrolink.com.br/colunistas/evolucao-da-producao-e-suprimento-mundial-de-mandioca_4830.html>.Acesso em: 19 .agosto. 2015
Silveira,Fernando Gaiger .Elasticidade-renda dos produtos alimentares nas regiões metropolitanas brasileiras: uma aplicação da POF 1995/1996. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-41612007000200004>.Acesso em: 27 .agosto. 2015
Camargo Filho,Waldemar Pires de.PRODUÇÃO E MERCADO DE MANDIOCA: análise de preços ao produtor. Disponível em:<http://www.iea.sp.gov.br/out/publicacoes/pdf/seto2-0904.pdf>.
Acesso em: 30 .agosto. 2015
Fukuda,Chigeru .Cultivo da mandioca na região centro sul do Brasil. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mandioca/mandioca_centrosul/mercado.htm>.Acesso em: 27 .agosto. 2015
Singer,Paul.Formação dos preço - Os preços das mercadorias. Disponível em: <http://www2.unijui.edu.br/~castoldi/nutri/Texto_3.pdf>.Acesso em: 17 .agosto. 2015
http://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/cai-preco-mandioca-56634
http://www.canalrural.com.br/noticias/soja/precos-mandioca-2010-sao-maiores-desde-2004-18502
http://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/alta-preco-mandioca-deve-manter-por-ate-mais-dois-anos-dizem-especialistas-30514

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