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_____________________________________________________________________ NEUROLÓGICO É importante ressaltar que uma boa entrevista faz toda a diferença no Exame Físico Neurológico. Os dados coletados podem notificar e enfatizar alguns pontos relevantes. - Entrevista: A história da doença atual deve incluir fatos como início, modo de instalação e evolução (lenta em doenças musculares progressivas, progressiva em tumores e doenças degenerativas, surtos em esclerose múltipla, paroxística e, epilepsia, enxaqueca e histeria). A história pessoal deve abordar dados referentes a condições de habitação e alimentação, vícios, trabalhos e condições emocionais. - Determinar se o paciente está tomando algum tipo de analgésico, antidepressivo ou estimulante do sistema nervoso; - Avaliar o uso de álcool ou drogas; - Examinar o paciente quanto à: cefaleia, tremores, tonturas, vertigem, dormência ou formigamento em alguma parte do corpo, alterações visuais, fraqueza, dor ou alterações da fala; - Avaliar vícios, trabalho, condições emocionais, antecedentes familiares e patologias hereditárias. - Distúrbios das funções cerebrais superiores: Entre os principais distúrbios das funções cerebrais superiores, podemos encontrar os de linguagem os quais afetam a comunicação. Afasia é a incapacidade de expressão da linguagem, possui diversas formas clínicas: Afasia motora ou verbal: (ou afasia de Brocca) é a dificuldade de se expressar pela fala ou pela escrita. Afasia receptiva ou sensorial: (ou afasia de Wernicke) é a dificuldade leve ou extrema da compreensão da linguagem. Afasia global: a compreensão e a expressão da linguagem estão compremetidas. Afasia de condução: é a repetição de vocábulos (parafasia) e dificuldade na escrita. Afasia amnésica: incapacidade de nomear objetos, (conhecimento de sua utilidade é preservada). Gnosias: está relacionada ao reconhecimento. Esterognosia: perda do reconhecimento de objetos colocados na mão. Somatoagnosia: perda do reconhecimento do corpo em relação ao espaço. Prosopoagnosia: perda do reconhecimento da fisionomia alheia. Autoprosopoagnosia: perda do reconhecimento da própria fisionomia. Apraxia: incapacidade de atividade gestual consciente. Apraxia construtiva: perda da capacidade de gestos organizados. Apraxia ideomotora: incapacidade de formular gestos simples. Apraxia de vestir-se: incapacidade de vestir-se. - Inspeção do exame: Observar as posições, expressões e movimentos do paciente. O mesmo deve ser avaliado: em pé, sentado ou no leito. A pele pode apresentar manchas na cor café com leite (que indicarão neurofibromatose), pode haver perda de pelos e mudanças na cor ou temperatura. É importante verificar a presença de tremores que podem ser: Parkinsoniano – lento e regular Intencional ou cerebelar, de movimento e/ou atitude; - inicia-se ao desencadear um movimento Asterix – movimentos rápidos com amplitude variáveis Coreicos – abruptos sem finalidade e ritmo Balismo – coreia pode provocar desequilíbrio e até mesmo uma queda do paciente Atetose – movimentos distais que cada dedo ocupa uma posição Mioclonia – contração brusca de um ou mais músculos - Avaliação do nível de consciência: Despertar – Conteúdo de consciência – Perceptividade – Reatividade (pode ser inespecífica, à dor ou vegetativa) – Estímulos auditivos e táteis (quando não se tem resposta ao estimulo auditivo, deve-se tentar o estimulo tátil). - Perguntar ao cliente o próprio nome, o dia do mês e da semana, e o local onde se encontra; - Pedir que coloque a língua para fora, feche os olhos, mova um segmento do corpo, etc. - Solicitar que efetue cálculos simples como 2 + 2; - Observar a reação aos estímulos dolorosos. - Escala de Glasgow: avaliação do coma. Total: AO+MRV+MRM A pontuação da Escala de Glasgow varia de 3 a 15 pontos, sendo que os escores (pontos) mais elevados indicam melhores condições do nível de consciência. A pontuação 15, significa que o tronco cerebral e o córtex estão preservados. A pontuação que indica o coma é menor ou igual a 8. A pontuação 3, indica que o paciente está aperceptivo ou arreativo, ou seja, está relacionada a distúrbios do tronco cerebral, sendo sugestiva, mas nem sempre indicativa de uma morte cerebral. - Avaliação das pupilas: Na avaliação das pupilas deve-se sempre comparar uma com a outra. O diâmetro das pupilas varia de 1 à 9 mm, sendo que o normal é de 2 à 9 mm. * As pupilas normalmente são arredondadas como um círculo. Miose: constrição da pupila Midríase: dilatação da pupila Isocórica: pupilas com mesmo diâmetro Anisocórica: pupilas com diâmetros diferentes Reflexo fotomotor: é feita a partir do auxílio de uma lanterna, as pupilas devem responder e contrair-se ao receberem o foco de luz, e logo em seguida dilatarem-se novamente na ausência da luz. A reatividade é feita bilateralmente, ou seja, quando uma pupila se contrai/dilata a outra também se contrairá/dilatará. - Avaliação do sistema motor: Compreende no exame dos músculos, da coordenação, reflexos e analise da postura e marcha. - Força muscular: A avaliação da força motora de um membro deve ser sempre feita comparada com o seu par contralateral. É importante avaliar o caminhar do paciente, os movimentos de balanço dos braços e a firmeza da deambulação. ** Alterações mais importantes: Paresia: diminuição da força muscular Paralisia ou plegia: ausência da força muscular Hemiparesia: diminuição da força da metade do corpo Hemiplegia: paralisia da metade do corpo Monoplegia: paralisia de um membro só Diplegia: paralisia dupla Paraplegia: paralisia dos membros ou inferiores ou superiores do corpo. Quadriplegia/tetraplegia: paralisia dos 4 membros do corpo Membro superior e cintura escapular: Membro inferior e cintura pélvica: Manobra de mingazzini membros superiores: o paciente deve ficar com os brações estendidos e separados, dedos abertos e olhos fechados. Observar se há queda das mãos e dos braços. Manobra de Mingazzini membros inferiores: paciente em decúbito dorsal e flexão das coxas. Observar se há queda da coxa, ou da perna. Manobra de barré: paciente em decúbito ventral, com as pernas fletidas sobre as coxas. Observar se há oscilações ou queda. Manobra dos braços estendidos com o paciente sentado: manter os braços estendidos, quedas podem indicar déficit motor. - Avaliação da coluna cervical e lombossacral A- rigidez de nuca B- Kerning C- Brudzinski - Tônus muscular: Tônus muscular é o estado de tensão permanente dos músculos. É feita a inspeção, palpação, movimentos passivos e balaço passivo. Sinal de canivete: ao mobilizar uma articulação encontramos uma resistência a princípio, que logo se cede, permitindo a complementação do movimento: assemelhando-se ao movimento de um canivete. (espasticidade de lesões) Sinal de roda dentada: movimentação da articulação por etapas: assemelhando-se ao movimento de uma roda dentada. (rigidez das lesões) Hipertonia: aumento do tônus muscular. Hipotonia: diminuição do tônus muscular. - (avaliação) Coordenação ou taxia: É a capacidade de realizar movimentos múltiplos e complexos, coordenados e harmonicamente. - Estática: é verificada pela manobra de Romberg; - Dinâmica: é verificada pela prova do dedo-nariz, prova dedo-dedo, prova calcanhar-joelho e prova dos movimentos alternantes. Dismetria- é a incapacidade que o paciente tem de alcançar o alvo com precisão Eudiadococinesia- é a capacidade de realizar movimentos alternados. - Reflexos: - Profundos: Bicipital, Tricipital, Patelar, Aquiles - Superficiais: Plantar (babinsk), glúteo, abdominal. ** Alterações importantes: - Hiperreflexia: parkinson, sífilis (paralisia geral progressiva), intoxicação. - Hiporreflexia: escleroses, polineurite. - Avaliação da postura e marcha: - Rigidez de descerebração (b) : podesurgir na lesão de diencéfalo, mesencéfalo, situações de hipóxia ou hipoglicemia. - Rigidez de decorticação (a): lesão destrutiva dos tratos corticoespinhais dentro ou próximo dos hemisférios cerebrais. - Doença de Parkinson: cliente com cabeça e o tronco inclinados para frente, braços rígidos ao longo do corpo. (deformidades hemiplégicas) - Marcha ceifante ou hemiplégica: o paciente mantém o membro superior num ângulo de 90º e o membro superior se assemelha a uma foice. O caminhar lembra uma foice em ação. - Marcha escarvante uni/bilateral: paralisa o movimento de flexão do pé, as passadas se assemelham aos “passos de ganso”. Característica de neuropatias periféricas. - Marcha de pequenos passos: passos pequenos e curtos onde os pés se arrastam. Característica de aterosclerose ou de pacientes idosos. - Marcha parkinsoniana: o paciente anda como um bloco enrijecido, sem movimentos automáticos dos braços, e tronco e cabeça levemente inclinados para frente. - Marcha em tesoura: membros inferiores enrijecidos, semifletidos e os pés se arrastam. Pernas se cruzam uma frente a outra. Característica da doença de Little ou paralisia cerebral. - Marcha atáxica: o paciente caminha em zigzag, como um bêbado. Característica de lesões no cerebelo. - Marcha tanolante: olhar fixo no chão, membros levantam-se e tocam o solo pesadamente (semelhante à uma marcha forte) De olhos fechados o paciente não consegue andar. Característica de lesão no cordão posterios da medula. - Marcha miopática: ao caminhar o paciente acentua a lordose lombar e inclina o tronco ora para esquerda, ora para a direita, semelhante ao caminhar de um pato. Característica de miopatia, (músculos pélvicos) - Sensibilidade: - Subjetiva (dor e parestesia) - Objetiva (superficial e profunda) - Sensibilidade superficial – sensibilidade ao frio, calor, tato e à dor. - Sensibilidade profunda – originada nos músculos, articulações e ossos. Os exames de sensibilidade se dão aos estímulos: dolorosos, térmicos, táteis, vibratórios ou por peso. **Alterações mais importantes: - Parestesia - sensação desagradável que não dói, de formigamento, agulhadas, câimbras etc. - Anestesia - perda total de uma ou mais formas de sensibilidade; - Hiperestesia - exagero de sensibilidade; - Analgesia -perda da sensibilidade dolorosa; - Apalestesia - perda da sensibilidade vibratória; - Abarestesia - perda da sensibilidade da pressão; - Abarognosia - perda da sensibilidade ao peso; - Disestesia- percepção anormal ao peso; - Fala: Constituída pela voz, palavra e linguagem. **Alterações importantes: - Disfonia - alteração do timbre de voz - Disartria - alteração dos músculos da fonação - Disfasia – má coordenação das palavras - Disfagia - dificuldade de deglutição - Dislalia – Cebolinha - Avaliação dos nervos craneanos: Nervo 1: Olfatório (olfato) Nervo 2: Óptico (visão) Nervo 3: Oculomotor (movimentos dos olhos) Nervo 4: Troclear (movimento dos olhos) Nervo 5: Trigêmeo (sensibilidade e movimento facial) Nervo 6: Abducente (lateral olhos) Nervo 7: Facial Nervo 8: Vestíbulo-Coclear ou Acústico Nervo 9: Glossofaríngeo (garganta) Nervo 10: Vago Nervo 11: Acessório ou Espinhal (pescoço e parte superior língua) Nervo 12: Hipoglosso (movimento da língua)
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