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PSICODIAGNÓSTICO – V 399 25 TAT – Teste de Apercepção Temática, conforme o modelo interpretativo de Murray Neli Klix Freitas CONSIDERAÇÕES GERAIS Escrever sobre o manejo clínico de um teste projetivo complexo como o TAT representa um desafio. Por um lado, é necessário lembrar pre- missas teóricas do autor do teste, Henry Mur- ray, que formulou uma teoria da personalida- de. Existe, pois, uma teoria da técnica do TAT. Por outro lado, é indispensável expor como se analisa e se interpreta o teste, sem correr o ris- co de repetir, simplesmente, o que consta do manual. A tarefa reveste-se de importância. Após vinte anos ininterruptos de emprego do TAT na clínica e em pesquisa, seguindo o mo- delo de Murray, pode-se oferecer algumas con- tribuições importantes na sistematização dos dados, na análise clínica e no emprego do tes- te em pesquisas. Murray, em sua teoria, a Personologia, ex- plica a dinâmica da personalidade alicerçada na dualidade das necessidades e pressões (ne- eds – press). Sua obra Explorations in persona- lity (1938) expõe a teoria, que deve ser estuda- da pelos técnicos que se aventuram a empre- gar o TAT. Seus principais conceitos podem ser encontrados em manuais de teorias da perso- nalidade (vide, por exemplo, Hall e Lindzey, 1973; Schultz e Schultz, 1992). Para proceder ao manejo clínico do TAT, é indispensável rever alguns princípios teóricos de Murray. Para ele, é tão importante o passado, ou a história do indivíduo, como o presente e seu meio. Como a psicanálise, considera que as vi- vências infantis são determinantes decisivos para a conduta do adulto. Outra semelhança com a posição psicanalítica está na considerá- vel importância atribuída à motivação incons- ciente e no profundo interesse pela verbaliza- ção, subjetiva ou livre, do indivíduo, inclusive pelas produções da sua imaginação. Dá, pois, ênfase à motivação. Seu esquema de conceitos motivacionais tem sido ampla- mente usado. Insistiu na importância da des- crição pormenorizada como um preliminar necessário à formulação diagnóstica. Corrobo- rando esse ponto de vista, encontra-se seu pro- fundo interesse pela taxonomia e as classifica- ções exaustivas que estabeleceu para muitos aspectos da conduta. Murray fez sérios esforços para estabelecer um acordo entre as exigências, muitas vezes conflitantes, da complexidade clínica e da in- vestigação. Criou meios de representar a di- versidade da conduta humana e, ao mesmo tempo, dedicou-se à tarefa de organizar ope- rações para avaliar as variáveis que ocupam uma função central no seu esquema teórico. Essa dupla ênfase resultou numa maior apro- ximação entre a prática clínica e a pesquisa psicológica. MÓDULO X – Técnicas de Contar Histórias leonardo Underline leonardo Underline leonardo Underline 400 JUREMA ALCIDES CUNHA Com base nessas questões teóricas, surgiu o TAT (Teste de Apercepção Temática). Murray partiu da pressuposição de que pessoas dife- rentes, frente à mesma situação vital, experi- mentá-la-ão cada uma ao seu modo, de acor- do com sua perspectiva pessoal. Essa forma pessoal de elaborar uma experiência revela a atitude e a estrutura do indivíduo frente à rea- lidade experienciada. Expondo-se o sujeito a uma série de situações sociais específicas, pos- sibilitando a expressão de sentimentos, ima- gens, idéias e lembranças vividas em cada uma dessas confrontações, pode-se ter acesso à personalidade subjacente. A Personologia de Murray procura considerar o indivíduo naqui- lo que tem de mais próprio na sua relação con- sigo e com o mundo. Essa singularidade é o que o TAT procura revelar. Trata-se, pois, de um teste projetivo. Desde o surgimento do TAT, diferentes au- tores têm se dedicado a estudos e pesquisas sobre o seu manejo, como Balken (1940), Be- llak (1954), Dana (1959), Hartmann (1954), Rapaport et alii (1965) e Shentoub (1954). Em sua grande maioria, tem sido dada uma ênfase especial a aspectos estritamente quali- tativos. Mas houve esforços para o desenvolvi- mento de sistemas de escores, ou de normas formais, a partir do material produzido (Lanyon e Goodstein, 1982). Não obstante, conforme o ponto de vista de Exner (1983), nenhuma des- sas tentativas chegou ao ponto de “estabele- cer uma base empírica vigorosa para o teste. Dessa maneira, parece adequado identificar o TAT como sendo fundamentalmente uma téc- nica projetiva” (p.71). O TAT tem sido empregado no psicodiag- nóstico prévio à psicoterapia breve, onde uma compreensão dinâmica do paciente é impres- cindível ao bom andamento do processo tera- pêutico. Em uma pesquisa com 30 mães enlu- tadas pela perda de um filho (Freitas, 1997; Freitas, no prelo), aplicaram-se quatro lâminas do TAT no início do tratamento dos sujeitos: 1, 2, 5 e 7MF. As mesmas lâminas foram aplica- das em sessões de follow-up, três meses após o término do tratamento. O TAT é um instru- mento clínico por natureza. Revela a ocorrên- cia de insight na psicoterapia, constituindo-se em um instrumento importante para avaliar a eficácia do tratamento em situações estressan- tes da vida. ADMINISTRAÇÃO DO TAT O TAT compreende 30 lâminas com gravuras e uma em branco. Dessas, onze são considera- das universais, no sentido de que são aplicá- veis a todos os sujeitos: 1, 2, 4, 5, 10, 11, 14, 15, 16, 19 e 20. Para homens adultos, acres- centam-se as seguintes: 3RH, 6RH, 7RH, 8RH, 9RH, 12H, 13H, 17RH e 18RH. Para mulheres adultas, além das universais, são indicadas as lâminas 3MF, 6MF, 7MF, 8MF, 9MF, 12F, 13HF, 17MF e 18MF. Para jovens do sexo masculino, são recomen- dadas as lâminas: 3RH, 6RH, 7RH, 8RH, 9RH, 12RM, 13R, 17RH e 18RH. Para jovens do sexo feminino, são relacionadas as seguintes: 3MF, 6MF, 7MF, 8MF, 9MF, 12RM, 13M, 17MF e 18MF. Desta forma, tradicionalmente, a adminis- tração abrange 20 lâminas para cada sujeito, o que inclui as 11 chamadas universais e mais uma série de nove, selecionadas conforme o sexo e a faixa etária. Pode-se recorrer a formas abreviadas do TAT, para testar determinadas hipóteses diagnósti- cas. Recomenda-se recorrer ao manual do tes- te (Murray, 1977). Cada uma das lâminas tem um significado e explora questões específicas. Selecionar as lâminas pelo significado é uma forma. Outra forma de seleção abreviada consiste em supri- mir lâminas que proporcionam dados equiva- lentes. Recomenda-se o uso de formas abreviadas somente após um período de treinamento com a forma completa. No caso da forma comple- ta, pode-se empregar duas sessões para a apli- cação. No que se refere às instruções propriamen- te ditas, deve ser dada ênfase à criatividade do sujeito, que é solicitado a inventar uma histó- ria. As instruções têm certo caráter de flexibili- dade, no sentido de levar em conta a idade, o nível intelectual e outras características do su- jeito. Assim, quando é possível pressupor cer- leonardo Underline leonardo Underline leonardo Underline leonardo Underline leonardo Underline leonardo Underline leonardo Underline leonardo Underline leonardo Underline PSICODIAGNÓSTICO – V 401 to grau de inteligência e nível cultural, bem como com adolescentes, aconselha-se que a tarefa seja apresentada como um teste de ima- ginação. Mas, de um modo geral as instruções básicas são as seguintes: “Este é um teste que consiste em contar histórias. Aqui tenho algu- mas lâminas que vou lhe mostrar. Quero que me conte uma história sobre cada uma. Você me dirá o que aconteceu antes, e o que está acontecendo agora. Explique o que sentem e pensam os personagens, e como terminará. Pode inventar a história que quiser” (Murray, 1977, p.102). É importante que o psicólogo tenha em mente que, ao expor o sujeito a uma ampla variedade de representações de situações so- ciais, pretende chegar à exploração da estru- tura de sua personalidade subjacente, levan-do-o a comunicar imagens, sentimentos, idéias e lembranças vividas diante de cada um desses enfrentamentos. Basicamente, Lanyon e Goodstein (1982) acham que existem duas pressuposições ori- entadoras no trabalho de Murray. Em primeiro lugar, “os atributos do herói, ou do persona- gem principal, na história, representam tendên- cias da própria personalidade de quem respon- de”, e, em segundo lugar, “as características do ambiente do herói representam aspectos significantes do próprio ambiente do respon- dente” (p.60). Dessa maneira, a pressuposição básica é de que o sujeito se identifique com o herói. Com a liberdade que consegue, através do relato de uma história dramática completa, espera-se que comunique a sua experiência, que inclui aspectos perceptivos, mnêmicos, imaginativos e emocionais. Tudo provém da memória, ou, melhor, da experiência passada, tanto os personagens descritos, como as ati- tudes atribuídas às ações referidas nas histó- rias. Os personagens, reais ou fantasiados, já tiveram algum papel importante na vida do sujeito, talvez por um longo tempo, ou mes- mo recentemente. As atitudes, os sentimentos e as ações também se relacionam com tais ex- periências (Rapaport,1965). Bem, em princípio, isso é o que espera o psicólogo. Na verdade, muitas vezes, o sujeito foge dos conflitos, mascara, nega, se defende ou “só expressa indiretamente seus conteúdos ideacionais essenciais”, e, assim, sua resposta nem sempre “constitui necessariamente o ma- terial essencial e vital da vida do sujeito” (Ra- paport,1965, p.262). O MANEJO DO TAT O manejo clínico do TAT, ou a sua elaboração, é um processo que consta de análise, interpre- tação, síntese dinâmica e diagnóstico. Análise Analisar um TAT consiste em destacar as mo- dalidades do discurso que precedem à cons- trução das diversas narrativas, produzidas a partir das diferentes lâminas. A forma como os relatos são construídos e comunicados ao clínico possibilita o acesso aos mecanismos de defesa do ego. Através da sua análise, pode-se obter informações acerca da normalidade, ou da patologia, nas diferentes organizações da personalidade, e, também, tem-se o acesso à problemática de cada sujeito, a sua conflitiva, a sua subjetividade, que o torna único, em re- lação com o outro e com o meio. Na análise do TAT, o psicólogo deve exami- nar as histórias do sujeito e a sua conduta du- rante a testagem. A história representa o con- teúdo manifesto e subentende um conteúdo latente, que reflete os dinamismos subjacen- tes da personalidade do sujeito (Rapaport, 1965). A partir de ambos, da história e da con- duta do sujeito durante a testagem, é possível abstrair dados significativos. Pela análise de conteúdo, o psicólogo des- membra cada história nos conteúdos expres- sos no tema central, chegando à identificação do herói, ao reconhecimento de seus motivos, tendências e necessidades, à exploração de seus estados interiores, ao exame das pressões am- bientais e do desfecho. Identificação do herói: Segundo Murray (1977), o primeiro passo, na análise de uma história, é a identificação do herói. Este é o personagem com quem o sujeito se identifica. leonardo Underline leonardo Underline leonardo Highlight 402 JUREMA ALCIDES CUNHA Ele é, também, via de regra, o mais parecido com o sujeito, não só quanto ao sexo e faixa etária, como no que se refere a sentimentos, motivos, dificuldades e emoções. Na maioria das vezes, o herói é representa- do por um personagem. Contudo, pode ocor- rer que o sujeito se identifique com mais de um personagem. Isso pode se verificar de dife- rentes formas. Em primeiro lugar, a identificação do sujei- to pode modificar-se no decorrer da história, com o aparecimento de diversos heróis: primei- ro, segundo, etc. Em segundo lugar, pode haver heróis com- petidores (por exemplo, um policial e um la- drão). Neste caso, um deles pode estar repre- sentando forças do superego (o policial que faz cumprir a lei) contra impulsos anti-sociais (ladrão). É a expressão de uma situação confli- tiva interna, configurando um conflito entre duas instâncias da personalidade, projetado no conteúdo manifesto da verbalização. Em terceiro lugar, o sujeito pode narrar uma história que contenha outra: o herói conta uma história, em que observa outro herói, com quem simpatiza e a quem admira, e que, nesta história, desempenha um papel principal. Por exemplo, na lâmina 7MF, um sujeito do sexo feminino pode narrar uma história sobre uma mulher que, por sua vez, conta uma história sobre outra, que cuida de uma criança, que é uma mãe amiga, etc. Neste caso, há um herói primário (a mulher que conta uma história) e um secundário (a outra mulher, que cuida de uma criança). Eventualmente, aparece apenas um herói, mas o sujeito se identifica com um persona- gem do sexo oposto, expressando deste modo essa parte de sua personalidade. As características demográficas (sexo, ida- de, etc.) e físicas (aparência, etc.) do herói su- gerem aspectos da imagem – real ou ideal – que o sujeito tem de si mesmo. Outros perso- nagens podem representar identificações múl- tiplas do sujeito. As relações que se estabele- cem entre o herói e os demais personagens podem refletir atitudes conscientes ou incons- cientes do sujeito frente aos mesmos, bem como podem revelar os papéis que estes de- sempenham (de frustração, de estimulação, etc.). Quando não são introduzidas relações interpessoais, pode-se levantar a hipótese de pobreza quanto à sociabilidade e às relações objetais. Em relação ao herói, é importante identifi- car traços e tendências, bem como atitudes frente à autoridade. Em termos de traços e ten- dências, é possível se relacionar: a) superiori- dade (capacidade, prestígio, poder); b) inferio- ridade (incapacidade, desprestígio, debilidade); c) extroversão; d) introversão. Algumas das atitudes frente à autoridade, facilmente iden- tificáveis, são: a) domínio, submissão; b) de- pendência, independência; c) medo, agressão; d) gratidão, ingratidão; e) orgulho, humilda- de, etc. Motivos, tendências e necessidades do(s) herói(s): As necessidades podem ser expressas como impulsos, desejos ou intenções ou, ain- da, como traços de conduta manifestos nas histórias. A necessidade é um constructo que repre- senta uma força, de modo a transformar uma situação insatisfatória existente. A necessida- de gera um estado de tensão que conduzirá à ação, reduzindo a tensão inicial e restabelecen- do o equilíbrio. Pode ser produzida por forças internas ou externas, sendo sempre acompa- nhada por um sentimento ou emoção (Mur- ray, 1977). O autor relacionou 28 necessidades (ou ten- dências), classificadas segundo a direção ou objetivo (motivos). Essas necessidades são iden- tificadas na conduta do herói, traduzindo-se por: a) ações de iniciativa do herói, em relação a objetos, situações e pessoas, ou b) reações do herói às ações de outras pessoas. As necessidades por ele relacionadas, defi- nidas por suas manifestações na conduta do herói, no manual, são as seguintes: realização, aquisição, aventura, curiosidade, construção, oposição, excitação, nutrição, passividade, gozo lúdico, retenção, sensualidade, conheci- mento, afiliação, agressão, domínio, exposição, proteção, reconhecimento, rejeição, sexo, so- corro, humilhação, autonomia, evitação da culpa, deferência, evitação de dano e exibicio- nismo. PSICODIAGNÓSTICO – V 403 Estados interiores do herói: Neste item, é importante a identificação dos estados interio- res do herói, procurando examinar que tipos de afetos se manifestam, em que direção e de que forma. Também é preciso analisar como surgem e como se resolvem. Além disso, é ne- cessário analisar que estados interiores pare- cem importantes. Como são as manifestações de amor e de sentimentos de culpa? Que con- flitos aparecem? Os conflitostransparecem através da ação de forças e/ou tendências opostas da persona- lidade. Estas podem se expressar pela oposi- ção entre as necessidades, pela presença de heróis com traços opostos ou pelas oposições manifestas nos personagens. Refletem o choque de forças de diferentes instâncias da personalidade e se evidenciam, mais nitidamente, entre pares de opostos: pas- sividade/atividade, dependência/independên- cia, realidade/prazer, etc. Assim, o conflito transparece na ação de forças conscientes e inconscientes da personalidade, em busca de objetivos incompatíveis. O conflito também pode ocorrer entre os impulsos do sujeito, nor- mas e valores do grupo social ao qual perten- ce, que foram ou não internalizados. Se inter- nalizados, vão aparecer como sanções do su- perego. Senão, vão se manifestar como medo de castigo, de perda da liberdade ou medo de perda de outras condições importantes, mas sem envolvimento de culpa. A ação do superego pode ser identificada nas expressões de culpa, ficando implícito que um castigo é merecido, seja autocastigo, ou não. Também pode surgir na forma de auto- justificativa, em termos de aprovação e desa- provação, crítica e na exigência de reparação. A intensidade do conflito também precisa ser avaliada. A vulnerabilidade a um conflito costuma transparecer através de forte mobili- zação afetiva, com a emergência de sinais de ansiedade e/ou com o surgimento de defesas para manejá-la, as quais podem ser eficazes, ou não. Também é importante identificar o tipo de ansiedade que se faz presente (persecutó- ria? de separação, de abandono? outra?) e sa- ber em que circunstâncias surge, como se ex- pressa e se consegue ser resolvida. Há, entretanto, outros tipos de manifesta- ções afetivas que precisam ser analisados com cuidado, para se chegar a um bom entendi- mento dinâmico, que pode servir de subsídio para o diagnóstico diferencial. Por exemplo, é essencial estar atento para aspectos disfóricos e maníacos, presentes no protocolo. Como aparecem? Como se sucedem e se resolvem? Pressões do ambiente: É essencial identifi- car as pressões que o herói percebe como ad- vindas do ambiente e os efeitos das mesmas. As pressões são determinantes do meio ex- terno, que podem facilitar ou impedir a satis- fação da necessidade, representando a forma como o sujeito vê ou interpreta seu meio. Para Murray (1938), a personalidade é o agente or- ganizador e administrador do indivíduo, cuja função é a de integrar conflitos e pressões, vi- sando à satisfação das necessidades. Nas verbalizações do TAT, é essencial iden- tificar as pressões que o herói percebe como advindas do ambiente e os efeitos das mes- mas. Em primeiro lugar, é preciso examinar os personagens ou outros elementos, justificados pela realidade da lâmina, que são ou não apro- veitados no contexto da história. Em segundo lugar, é importante reconhecer aqueles presen- tes no estímulo, mas que se apresentam de forma distorcida. Em terceiro lugar, deve-se identificar os personagens ou objetos, não sus- citados pelos elementos de realidade da lâmi- na, mas que são introduzidos pelo sujeito, jus- tificados pela imaginação, mas freqüentemente a serviço de objetivos defensivos. O ponto bá- sico a ser considerado é se o sujeito percebe o seu ambiente para dificultar, obstaculizar ou, pelo contrário, para favorecer as necessidades, os motivos ou as intenções do herói. Especial- mente importantes parecem ser os elementos utilizados, distorcidos ou acrescentados, com o fim de obstruir o confronto com um deter- minado estímulo ou conflito, bem como per- ceber como tais pressões são enfrentadas, des- viadas, negadas ou deformadas, enfim, che- gar a uma compreensão dinâmica da situação. Murray (1977) relacionou algumas das prin- cipais pressões, reais ou fantasiadas, que o sujeito recebe e que representariam as neces- 404 JUREMA ALCIDES CUNHA sidades das pessoas com as quais ele se rela- ciona: aquisição, afiliação, agressão, conheci- mento, deferência, conformismo, respeito, domínio, exemplo, exposição, proteção, rejei- ção, retenção, sexo, socorro, carência, perigo físico, ataque físico. Desfecho: Qual o desenlace? Há vários des- fechos possíveis, que vão indicar como o herói resolve as suas dificuldades, os seus conflitos, como trabalha com suas necessidades internas e como enfrenta as pressões que provêm do ambiente. O examinador pode identificar o êxito ou o fracasso na resolução das dificuldades, verifi- cando qual a proporção existente entre os fi- nais felizes e infelizes, claros e indecisos, oti- mistas e pessimistas, mágicos e realistas ou, ainda, convencionais. Pode-se examinar se o herói demonstra insight das suas dificuldades, se dissocia no desfecho, ou integra suas per- cepções, conseguindo chegar a conclusões, ou não. O desfecho, além de permitir a avaliação da adequação ou não à realidade, fornece al- guns dados para a formulação das indicações terapêuticas. Assim, por exemplo, nas verbali- zações, se o herói demonstrar capacidade de auto-observação, de flexibilidade para mudan- ça de atitudes, de insight, de adaptação e, ain- da, se suas relações interpessoais são basea- das no diálogo e é um personagem ativo, pode- se recomendar uma terapia de esclarecimen- to. Ao contrário, se o herói é dependente, pre- cisa ser orientado, a psicoterapia aconselhável seria a de apoio. Contudo, nesta decisão de- vem ser consideradas tanto a história do pa- ciente como informações do exame das fun- ções do ego (Freitas, 1997). Tema: Portuondo (1977a) define tema como “a ‘interação’ entre uma ‘necessidade’ (ou fu- são de necessidades) do herói e uma ‘força’ (ou fusão de forças) do ambiente, unida ao desfecho (triunfo ou fracasso do herói)” (p.23). O tema pessoal pode adequar-se, ou não, aos significados padronizados das lâminas. O tema pessoal, não-padronizado, pode revelar a linha de pensamento do sujeito. Rapaport (1965) propôs três regras para a avaliação do significado do tema nas histórias. Em primeiro lugar, quanto mais uma história se desvia do material padronizado, tanto mais significativo e importante será o seu conteúdo ideacional. Em segundo lugar, quanto maior for o número de histórias que se desviam dos significados padronizados, menor é a proba- bilidade de que uma, em particular, expresse a história interna do sujeito. Em terceiro lugar, um grande número de histórias que se desvi- am dos significados padronizados pode indi- car a presença de patologia. Exemplos de análise de conteúdo em ver- balizações Caso 1: Informações básicas: Trata-se de um rapaz de 19 anos, solteiro, filho único, cujo pai é médi- co. Refere ter namorada, de quem “gosta mui- to” (sic). Durante o ensino médio, diversas ve- zes manifestou a vontade de cursar Engenha- ria Civil. Contudo, seus pais sempre desejaram que fosse médico e que, após a graduação, fosse se especializar no exterior. O jovem fez vestibular para Medicina, sendo aprovado. Não obstante, ao longo do primeiro semestre, sen- tiu-se “desmotivado, tendo tirado notas bai- xas”. Então, decidiu procurar uma psicóloga para “conversar e descobrir o que estava acon- tecendo com ele” (sic). Lâmina l: “O jovem estuda música e gosta de música desde pequeno. Certo dia, estudan- do as partituras musicais, começou a tocar. Parou logo... não conseguiu tocar mais. Estava difícil. Os professores estavam observando e insistiram para que ele tocasse. Ele ficou triste e pensou: ‘Preciso ir em frente... O que vai me acontecer, se não conseguir? Estão exigindo muito de mim’. Ficou quieto, pensando no que fazer. Por um lado, quer tocar, mas receia não conseguir. E logo ele, que sempre foi tão estu- dioso... E fica assim durante o tempo todo da aula”. Título: O jovem estudioso e o violino. Herói: O jovem estudioso, com traços de incapacidade e de introversão. É submisso, sen- temedo, não tem confiança em si. PSICODIAGNÓSTICO – V 405 Motivos, tendências e necessidades do he- rói: O herói sente necessidade de realização pessoal e de conhecimento. Quer pensar, re- fletir, para resolver suas dificuldades. Estados interiores: Está inseguro e quer se sentir seguro quanto ao que é importante em seus estudos. Sempre foi estudioso, aten- dendo às suas expectativas e às dos profes- sores (pais). Submissão e desejo de indepen- dência. Quer se sentir seguro, confiante em si, mas não consegue. Este é o seu conflito. O afeto predominante é de tristeza. Mas há também sinais de ansiedade: sente-se exigi- do, pressionado e tem medo de não conse- guir. Há ansiedade de perda de aprovação, de amor (“O que vai me acontecer, se não conseguir?”). As defesas mais evidentes são repressão e negação. O superego é severo: é exigente consigo mesmo. Pressões do ambiente: Nas relações inter- pessoais, sente pressões de aquisição, de co- nhecimento, de afiliação, de respeito e de pro- teção. Desfecho: O herói não resolve seu conflito, suas dificuldades. Reage às pressões com pas- sividade (fica em silêncio, parado). Tema: O tema é de um jovem inseguro dian- te das pressões pessoais e sociais. Lâmina 6MF: “Um jovem... é, é jovem. Ele está muito triste, porque não está conseguin- do um bom desempenho no trabalho. Não compreende bem os livros que precisa ler, para levar para a frente o trabalho, com precisão. Fica calado. Aí chega a sua mãe. Ela vê o filho quieto, andando de um lado para outro. Ela pergunta o que é que está acontecendo. O jo- vem pensa. Diz que não é nada. Mas não agüenta e começa a chorar. A mãe pergunta por que chora. ‘O que aconteceu?’. Ele diz: ‘Não adianta, não consigo mais fazer nada bem fei- to no trabalho. Quero sair do emprego’. E pede a ela que avise o chefe de que não vai mais trabalhar. A mãe diz que ele deve tentar. Mas não adianta. Ele pede, ele implora que ela te- lefone e avise seu chefe. Tem que estudar mui- to, para trabalhar... É pesado demais! E a mãe fica ali, calada, preocupada. O filho continua sem saber o que fazer”. Título: O jovem que não sabe o que fazer. Herói: Um jovem, com traços de incapaci- dade, de introversão, de submissão, de depen- dência. Motivos, tendências e necessidades do he- rói: Sente necessidade de conhecimento, de reconhecimento, de proteção e de socorro. Estados interiores: Está em conflito, porque se sente incapaz de um bom desempenho. Sen- te-se exigido demais: o que pode dar não con- diz com o que exigem dele. Não tem autono- mia para resolver o problema e pede ajuda à mãe. Há desejo de autonomia, mas há depen- dência materna. O afeto predominante é tris- teza. Mas há ansiedade: sente-se pressionado, com medo. A ansiedade manifesta-se como temor do fracasso, de perda de prestígio pela incapacidade pessoal e de perda de aprovação. Utiliza as defesas de repressão e negação. O superego é severo, exigente consigo mesmo. Pressões do ambiente: Agressão, conheci- mento. Desfecho: Não consegue resolver o confli- to. Pede auxílio à mãe, mas nada ocorre. Tema: O filho que comunica à mãe que não consegue mais lidar com o seu ambiente. Pre- cisa de ajuda. Caso 2: Informações básicas: Trata-se de uma mulher adulta, com 45 anos, casada, com uma filha viva (19 anos), e um filho falecido há três me- ses, com 21 anos. Seu filho teve leucemia. Fo- ram três anos de tratamento, mas morreu. Foi encaminhada para atendimento psicológico em um ambulatório hospitalar. Refere “sentir-se angustiada, infeliz, com uma tristeza insupor- tável (sic)”. Lâmina 2: “Essa jovem mulher sai para es- tudar. Uma vez, ela teve muitos sonhos: queria casar, trabalhar fora, ter filhos. Ela deixou sua família lá no interior e foi para a cidade estu- dar. Mas os sonhos que se realizaram duraram pouco: uma dor muito grande se atravessou, e ela fez tudo para vencer a morte. Agora segue só com sua dor. Está desesperada. Não tem ninguém. E a dor é forte demais...será que ela errou? Acho que esta história terminou”. 406 JUREMA ALCIDES CUNHA Título: A mulher que teve seu sonho inter- rompido. Herói: Uma jovem mulher, com traços de incapacidade, debilidade e introversão. Sente- se dependente, sem perspectivas, com medo. Motivos, tendências e necessidades do he- rói: Sente necessidade de proteção, de socor- ro, de evitação da culpa, de realização pessoal. Estados interiores: Está desesperada, sen- te-se culpada porque não conseguiu evitar uma morte. Seus sonhos e projetos de vida desmo- ronaram. Sente-se só, com muito medo de não conseguir enfrentar a dor. Tenta fugir, negar (a história terminou). Sente-se culpada (Será que errou?). O superego é severo. É exigente con- sigo. “Não conseguiu vencer a morte, e errou”. Pressões do ambiente: Sente-se só, com pressões de rejeição, carência e perigo. Desfecho: O herói não resolve seu conflito: “Não tem ninguém”. Foge do enfrentamento da realidade. “A história terminou”. Está sem perspectiva. Tema: O tema é o de uma jovem mulher que se sente só diante da dor da morte. Lâmina 7 MF: “Uma mulher... ela senta no sofá e lembra da sua criança pequena... Eu se- gurava ela no colo e era a mais feliz das mu- lheres. Ninguém me contou que isso ia termi- nar. Mas terminou... Não cuidei direito da crian- ça. Ela se foi... Estou desesperada... Só ficou um brinquedo, um sofá vazio, tão vazio como meu coração. É que eu só tinha esse sonho, o de ter a criança, e não ficou nada... A mulher do sofá espera a sua mãe... Mas não foi boa filha, e a mãe não chega. Vai levar sua vida só de formalidades daqui para frente... sem sonhar...sem sofrer. Deu...” Título: A mulher sofredora e formal. Herói: Uma mulher sozinha, com traços de incapacidade e de introversão; sem confiança em si. Motivos, tendências e necessidades do he- rói: O herói, a mulher, sente necessidades de afiliação, de proteção, de socorro, de evitação da culpa e de reconhecimento. Precisa de aju- da, para vencer sua dor e diminuir sua culpa. Estados interiores: Está desesperada porque perdeu sua criança. Dedicou-se ao seu sonho de ser mãe, com exclusividade. Mas sente cul- pa, acha que falhou: falhou como mãe e como filha. Quer ser ajudada, mas não se acha mere- cedora da ajuda. Este é o seu conflito. O afeto é a tristeza, o desespero. Sente ansiedade e solidão. O superego é severo: a culpa é intensa. As defesas predominantes são a negação e a ra- cionalização. É muito exigente consigo mes- ma. Há ansiedade de perda do amor e de apro- vação. Pressões do ambiente: Sente pressões de afiliação, proteção, perigo, rejeição. Desfecho: O herói não resolve seu conflito. Não tem com quem compartilhar sua dor. Nega. “Vai viver só de formalidades.” A confli- tiva persiste. Reage às pressões com confor- mismo. Tema: O tema é o de uma mulher desespe- rada e sozinha diante das pressões e da dor da perda. Análise formal: Segundo Murray (1977), a análise formal do TAT deve considerar os se- guintes itens: a) atitude frente ao teste: disponibilidade ou não; tranqüilidade; temor; b) atitude frente ao psicólogo: colaboração; hostilidade; críticas ao psicólogo e ou ao tes- te; boa vontade; c) atitude frente às lâminas: o sujeito cum- pre as instruções ou não; ajusta a história ao que a lâmina explora ou não; produz omis- sões, adições ou distorções dos estímulos da lâmina; e d) manifestações de conduta: linguagem; tempo de reação; velocidade na voz ou lenti- dão; pausas, hesitações; desejos de fumar, de sair da sala; transpiração; tiques; clareza da lin- guagem; tipo de vocabulário, etc. Interpretação A análise das verbalizações do sujeito permite o reconhecimento de dados significativos, sen- do possível a interpretação dos mesmos. Inter- pretar, conforme Murray (1977), significa “tra- duzir os motivos (problemas, necessidades, pressões, etc.), encontradosno repertório das histórias, em termos dos fatores internos e ex- PSICODIAGNÓSTICO – V 407 ternos da personalidade do sujeito (sentimen- tos, tendências e atitudes íntimas subjacentes; ambiente, pessoas, objetos que operam sobre ele)” (p. 61). Desta maneira, a postura inter- pretativa deve orientar-se para o conhecimen- to da dinâmica da personalidade do sujeito. Exige do psicólogo conhecimentos sólidos da psicologia dinâmica e experiência clínica (Ra- paport, 1965). Além disso, para interpretar o TAT, é indis- pensável o conhecimento da história pessoal do caso, porque a precisão e a riqueza das con- clusões do teste têm uma correlação direta com este material. Por outro lado, para chegar à compreensão da personalidade, é necessário o exame do re- pertório completo de histórias, para avaliar a consistência entre os conteúdos. Na interpretação do TAT, o psicólogo não deve buscar, apenas, a comprovação da parti- cipação do sujeito nas formas de conduta do grupo normativo ou, ainda, verificar se há des- vio significativo dos mesmos. Importa obter a gestalt do conjunto das respostas, relacionan- do as coincidências e os desvios das normas aperceptivas e temáticas. Cada dado significativo deve ser compre- endido no conjunto dinâmico, incluindo o que o antecede, sua intensidade e suas con- seqüências. Quando o psicólogo encontra um motivo, uma seqüência dinâmica em uma história, deve examinar a possibilidade de sua repetição nas demais. Para esclarecer esta afirmação, tome- mos como exemplo verbalizações ao TAT de uma jovem de 22 anos. Na Lâmina 2, sua res- posta foi: “A moça olha para a mulher do cam- po e pensa que talvez esta seja feliz, vivendo para o lar e para os filhos”. Na Lâmina 7MF, disse: “A mãe, bem jovem, conta uma história para a sua filha, em que a boneca-mãe estu- dou muito, mas ficou feliz mesmo quando cui- dou da boneca-filha”. Na Lâmina 5, sua verba- lização foi de que: “A mãe saiu correndo do trabalho para a sua casa, porque sabia que era ali que estava a sua felicidade. Abriu a porta e até se emocionou de alegria”. Neste caso, e ape- nas após o exame desta seqüência, pode-se afir- mar que essa jovem, indecisa entre a escolha do estudo ou da profissão e a vida no lar, junto aos filhos, optou pela segunda alternativa. Reafirma-se, portanto, que um dado é sig- nificativo quando fica corroborado por duas ou mais histórias. No mesmo sentido, devem ser avaliadas as distorções, omissões e/ou as adi- ções de personagens e/ou de outros elementos. Elaboração da síntese Após o procedimento de análise, levando-se em consideração aspectos da observação, e da história, deve-se elaborar uma síntese, que tra- duza a dinâmica da personalidade do indiví- duo testado (Freitas, 1996). Uma análise em seqüência permite ao profissional a constru- ção gradativa de um quadro mais abrangente. Isso requer uma certa prática. Pode-se recorrer a um esquema de interpretação como, por exemplo temas abordados, características e necessidades dos heróis, que são reveladoras da auto-estima do sujeito. Pode-se identificar as possibilidades de ação na busca de resolu- ção das tramas do herói. É importante a análi- se do ambiente externo, saber que tipo de re- lações procura estabelecer, como reage às pres- sões externas. Aborda-se, também, relaciona- mentos específicos, tais como figuras paren- tais, relações sociais, heterossexuais, etc. A se- guir, importa relatar os conflitos do herói nas diversas lâminas; a presença da ansiedade per- turbadora e dos mecanismos de defesa comu- mente empregados. Finalmente, importa en- focar como ocorre a elaboração dos conflitos, que indica a disponibilidade do indivíduo po- der entrar em contato com seus conteúdos in- ternos; suas possibilidades de mudança e de crescimento pessoal. Para isso, os desfechos das histórias são particularmente reveladores da integração do ego (Freitas, 1995). Concluindo, a síntese deve descrever uma pessoa real e não uma coleção de itens isolados. Diagnóstico Pela própria natureza da técnica, o TAT é es- sencialmente indicado para o entendimento 408 JUREMA ALCIDES CUNHA dinâmico da personalidade. Assim, só secun- dariamente, oferece subsídios para a classifi- cação nosológica. Quando se pretende o entendimento dinâ- mico, a análise dos dados deve ser enfocada de modo a apresentar “um quadro global do mundo interno do indivíduo” (Rapaport, 1965, p.283), ou seja, é preciso compreender o sujei- to em função de suas principais áreas vitais, em suas relações familiares, em suas relações hetero ou homossexuais (com referência à sua vida afetiva, sexual e/ou matrimonial), em suas relações sociais (e anti-sociais) e com o traba- lho. Murray (1977) apresenta a orientação de Tomkins, para chegar a uma análise “do com- portamento da personalidade frente às princi- pais regiões existenciais” (p.101). Recomenda- se, sobretudo ao psicólogo iniciante, um estu- do cuidadoso desse material, para experiência no manejo dos dados, até que possa chegar ao seu próprio entendimento da dinâmica pes- soal do sujeito. Em relação a informações básicas para che- gar a um diagnóstico nosológico, se compa- rarmos os subsídios de Murray (1977), com base também em outros autores, e os de Ra- paport (1965) e de Portuondo (1970), podere- mos verificar que cada um dos autores se apóia na experiência dos demais, de maneira que uma tentativa de síntese incorrerá numa repetição de conteúdos. Por outro lado, tais informações são pouco sistemáticas. Ora esclarecem aspec- tos dinâmicos, ora são descritivas em termos das verbalizações de sujeitos que apresentam determinados estados afetivos, ora pretendem apontar indicadores diagnósticos para certo nível de funcionamento ou relacionam mani- festações encontradas em algum quadro clíni- co. São, portanto, bastante vagas, se levarmos em conta os critérios diagnósticos específicos, incluídos nas classificações nosológicas mais recentes. Assim, os subsídios encontrados nas obras citadas podem eventualmente auxiliar a corroborar outros achados. Não obstante, o TAT pode oferecer uma contribuição importante em termos de diag- nóstico, se considerarmos que refinamentos no entendimento dinâmico podem servir de subsídios básicos para um diagnóstico dife- rencial.
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