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Manejo Sanitário em ovinos Prof. Dr. Luiz Fernando C. Cunha Filho XIX Semana da Zootecnia UNOESTE UNOPAR UNOPAR -- Universidade Norte do ParanáUniversidade Norte do Paraná REPRODUÇÃO Produção Animal = reprodução + sanidade + nutrição PROFISSIONALISMO Introdução – A preservação e promoção da saúde de um rebanho, implicam no conhecimento das doenças. O que é manejo sanitário? VERMÍFUGOS VACINAS MANEJO SANITÁRIO UFPEL Doenças Parasitárias A verminose gastrintestinal é a principal doença em pequenos ruminantes, e Haemonchus contortus o principal. A eimeriose é de baixa morbidade, porém determina prejuízos significativos em animais jovens. A sarna apartir da década de 80, com a introdução das avermectinas deixou de ser um problema na ovinocultura, inclusive determinou o desuso dos banheiros sarnicidas. A oestrose é de baixa morbidade, apresentando boa resposta as avermectinas e aos organofosforados. QuimoI. GrossoOesophagostomum QuimoI. DelgadoMoniezia Quimo/mucoI. DelgadoStrongyloides SangueI. DelgadoNematodirus Sangue, muco e quimo I. DelgadoCooperia SangueAbomasoTrichostrongylus SangueAbomasoOstertagia SangueAbomasoHaemonchus alimentaçãohabitatparasitas Helmintos gastrintestinais em pequenos ruminantes Fonte: Soccol, V.T. (1997) Doenças Parasitárias Haemocose Eimeriose Oestrose Hipoproteinemia Edema submandibular Mucosas hipocoradas Anemia Haemonchus contortus Haemoncose Eimeriose ou Coccidiose Diarréia Desidratação Melena Oestrose L1 da mosca Oestros ovis Falso “torneio” Sinusite/encefalite Verão – quente e úmido Vermifugação MilbemicinasMilbemicinas MoxydectinMoxydectin idemidem AvermectinasAvermectinas AbamectinAbamectin IvermectinIvermectin DoramectinDoramectin Potencializa aPotencializa a ação do GABA.ação do GABA. ImidazotazóisImidazotazóis LevamisolLevamisol Agonista Agonista colinérgicocolinérgico BenzimidazóisBenzimidazóis AlbendazoleAlbendazole OxfendazoleOxfendazole FenbedazoleFenbedazole Inibição no Inibição no metabolismo metabolismo energéticoenergético Grupo químicoGrupo químico Princípios ativos Princípios ativos Mecanismo de açãoMecanismo de ação Amplo espectroAmplo espectro OrganoOrgano FosforadosFosforados TriclorfonTriclorfon Inibição daInibição da acetilcolinesteraseacetilcolinesterase NitrofenóisNitrofenóis DisofenolDisofenol NitroxinilNitroxinil Idem Idem SalicilanidasSalicilanidas ClosantelClosantel RafoxanidaRafoxanida Inibição daInibição da fosforilaçãofosforilação oxidativaoxidativa Grupo químicoGrupo químico Princípios ativos Princípios ativos Mecanismo de açãoMecanismo de ação Espectro restritoEspectro restrito Métodos de vermifugação Tempo fixo – cada 28/30 dias; Controle pela OPG – monitoramento a cada 15/30 dias; Dosificações estratégicas; Método Famacha; Supernutrição; Homeopatia. Ciclo Biológico Vermifugação Estratégica Método Famacha Orientação da vermifugação apartir da observação da mucosa ocular quinzenal/semanal. Neste método somente os animais com alto grau de infestação por verminoses são vermifugados. Surgiu em 1997 – África do Sul – Van Wyk, et al. forte correlação coloração da conjuntiva ocular e o hematócrito. A principal finalidade do método Famacha é reduzir o número de aplicações, consequentemente o custo e retardando o aparecimento da resistência anti- helmíntica Limitações – ??? GRAU COLORAÇÃO HEMATÓCRITO CRITÉRIOS FAMACHA A 1 VERMELHO ROBUSTO ACIMA 28 NÃO TRATAR B 2 VERMELHO ROSADO 23 A 27 NÃO TRATAR C 3 ROSA 18 A 22 TRATAR D 4 ROSA PÁLIDO 13 A 17 TRATAR E 5 BRANCO ABAIXO 12 TRATAR Qual o melhor vermífugo? O que funcione (Teste de resistência); Melhor relação custo/benefício; Baixa toxicidade; Resistência Anti-helmíntica 2 lotes – T1 tratado e C1 controle. Animais – todas as categorias e com no mínimo 200 OPG (45 dias sem vermifugação). Anti-helmíntico- via de aplicação e dose conforme fabricante (avermectina 0,2 mg/kgPV; albendazole 4,5 mg/kgPV). Exame Coprocológico – OPG e coprocultura (dias 0 e 14). Dissertação mestrado (CUNHA FILHO, 1997) Resistência Anti-helmíntica Randomização Animais – identificados e no mínimo 10 por lote. Dia 0 – pesar todos e aplicar vermífugo no lote tratado(T). Coprocultura com “pool” do lote. Dia 14 – OPG, coprocultura e tratar lote controle. Resistência Anti-helmíntica Análise estatística Média aritmética antes e depois tratamento Teste de redução da contagem de ovos por grama de fezes (RCOF) - Fórmula de Boersema & Pandey (1997). RCOF% = (1-T2/T1 x C1/C2) x 100, onde T e C correspondem as médias aritméticas da contagem de ovos dos grupos tratados e controle. Os números 1 e 2 designam a contagem antes e depois do tratamento, respectivamente Acima de 90% eficiente, abaixo RESISTENTE ANA HELENA Principais Enfermidades Necrobacilose podal Ceratoconjuntivite Linfadenite caseosa Brucelose Ectima contagioso Enterotoxemia Toxemia da gestação Mastite Urolitíase Fotossensibilização Necrobacilose podal Foot rot Pé podre Manqueira Broca Miíases Definição Esta é uma doença infecciosa de ovinos e caprinos (bovinos) que se caracteriza por inflamação dos tecidos sensíveis dos pés e ocasiona claudicação grave. Necrobacilose podal Etiologia(Fator derminante) Fusobacterium necrophorum (habitante da T. Digestivo) Dichelobacter Nodosus (Ovinos) Dichelobacter melaninogenicus (Bovinos) Conhecendo o Casco Epiderme interdigital Casco mole Casco duro Casco: corte transversal Banda coronária Parede Lamina Camada de cornificação Fatores pré-disponentes Excesso de umidade. Cascos claros. Animais pesados. Terrenos pedregosos/solo argiloso. Superlotação. Epidemiologia Doença de caráter infecto contagioso, tendo como reservatório animais infectados, acomete animais de todas as idades e raças. No Brasil maior ocorrência em outono e primavera ou períodos chuvosos. Cosmopolita, grande importância em pequenos ruminantes. Transmissão Foot rot Patogênia F. necrophorum presente no espaço interdigital causa lesão iniciais típica de podermatite facilitando o desenvolvimento do D. nodosus - lesão progride para parte posterior do casco promovendo o deslocamento, podendo disseminar para cápsulas articulares e osso. Sinais Clínicos Claudicação grave Crescimento dos talões - achinelamento Hiperplasia interdigital Úlceras de Sola ou Talão Abscessos de Sola Queda da lã Febre - sepse pneumonia 2ª Tratamento Lavar com água e sabão Casqueamento Curetagem profunda Água oxigenada (H2O2) Subst. Caustica(Iodo 10% Sulf. Cobre ou Zinco) Curativo diariamente, utilizar botinha de esparadrapo se curetagem for profunda, trocar a cada 2 dias e utilizar após loção cicatrizante ao invés de iodo. ATB Controle e Profilaxia Diminuir contato com excesso de umidade Comprar animais sadios, quarentena Tratamento e isolamento dos enfermos Pedilúvio com sulf. de Zn a 5%, ou Formol a 5% Casqueamento periódico Melhora em manejos, menos estresse elesões Vacinação(50%) – Footvac – 2mL Apara de casco Pé-de-Lúvio – formol 5% Aprisco – piso ripado Esterqueira É uma doença de portador estacional Infecciosa contagiosa, cosmopolita, afeta todas as idade, podendo atingir prevalência elevada em confinamentos, mais comum no verão e outono no Brasil e de baixa mortalidade sendo de grande importância econômica. Ceratoconjuntivite Sinonímia: “Queratite”, “Querato- Conjuntivite”, Mal do Olho, Doença do Olho Branco, “Pink Eye” Fatores pré determinantes Fotoexposição dos animais, Irritação causada por poeira, Ressecamento da superfície corneal (ventos) transporte Ação mecânica de pastos secos, Moscas e outros vetores, superlotação, deficiência de alimentos verdes. Superlotação Etiologia(Fator Determinante) Bactérias Micoplasma conjuntivae, Moraxella spp, Listéria spp, Clamydia psittacci ovis * Vírus - Herpesvírus Fungos - Aspergillus Patogenia As cepas produzem fímbrias e exotoxinas responsáveis pela manifestação patológica. A enfermidade inicia-se quando o Agente, componente da microbiota ocular do animal, sintetiza as fímbrias de aderência. Essas fímbrias reconhecem receptores específicos presentes na conjuntiva, conduto lacrimal e córnea, fixando- se a eles. Patogenia Patogenia As exotoxinas iniciam a lesão celular desencadeiando um processo inflamatório que provoca edema de córnea e migração de células inflamatórias causando opacidade corneal, perda parcial da visão, epífora, bleforoespasmo e úlcera corneal. Em casos mais graves, ruptura do globo ocular com cegueira permanente. Sinais Clínicos Congestão dos vasos corneais, Blefarite e edema da conjuntiva, Epífora, fotofobia, blefaroespasmo Queda na produção. Opacidade torna-se muito extensa recobrindo toda a córnea cuja coloração varia do azul ao branco. Corrimento lacrimal torna-se purulento. Úlcera córnea Diagnóstico Clínico Anamnese Verificar os fatores determinantes e os pré determinantes. Diagnóstico laboratorial “Swab” estéril e raspagem da conjuntiva. Diagnóstico Úlcera Cornea Para verificar se tem ulcera córnea faz-se o teste de Fluoresceína. O método: Instilar 2 gotas de fluoresceína, Massagear as pálpebras por 30 segundos, Retirar excesso com solução fisiológica e observar um pigmento verde na córnea, caso o animal esteja com úlcera. Diagnóstico diferencial Conjuntivite traumática Carcinoma de células escamosas ou espinocelular Entrópio e Ectrópio Fotossensibilização Cegueira cortical - poliencefalomalácia Entrópio: Característica congenita Pode afetar até 80% dos cordeiros entre 1 a 3 semanas; É frequentemente bilateral e, se não for corrigido resulta em ulceração e vascularização de córnea; Tratamento de eleição Antibiótico de baixo peso olecular (gentamicina, oxitetraciclina, penicilina) subconjuntival com injeção de insulina, repete após 72h da 1ª aplicação se necessário. Dose: 0,5 mL (ovinos) em cada olho, com ajuda de colírio anestésico (tetracaína 0,5%). Utilizar corticóides somente na ausência de úlcera córnea Acetilcisteína para combater a colagenase Aplicar Vit. A e E. Medidas Isolamento dos enfermos Tratar sempre os 2 olhos, Tratar todo o rebanho como prevenção. Profilaxia Diminuir número de moscas circulantes Isolar animal doente / quarentena Evitar superlotações Alimentação verde (Vit A) Aumentar a granulometria da ração Profilaxia Vacina Kevac, 2 mL para ovinos e caprinos em animais com mais de 60 dias – mês de maio Perdas econômicas Surtos da Ceratoconjuntivite Infecciosa ovina e caprina em uma propriedade média, mesmo bem conduzidos em relação as medidas curativas, podem absorver cerca de 30% da mão-de-obra existente, redução no crescimento e desenvolvimento de até 20% e custos de medicação da ordem de R$ 5,00 (US$ 3) por animal tratado, e Perdas indiretas(incalculáveis- reprodução). Zoonose ECTIMA CONTAGIOSO EM OVINOS DEFINIÇÃO Doença Dermatotrópica e Zoonótica Afeta: Ovinos e Caprinos Agente Etiológico: Poxvirus Característica: Lesões crostosas nas junções muco cutâneas ECTIMA CONTAGIOSO EM OVINOS SINONÍMIA Boca Ferida, sapinho, boqueira Dermatite Postular - Inglaterra Estomatite Postular contagiosa - França OrF – Escócia Boca Crostosa - Austrália e Nova Zelândia Boqueira - Argentina e Uruguai Estomatite Ulcerativa, Sore Month - USA (PUGH, 2005 e TÓRTORA, 1987) ECTIMA CONTAGIOSO EM OVINOS ETIOLOGIA Família: Poxviridae Gênero: Parapoxvirus Tamanho :160-260nm DNA: fita dupla Possui: partículas envelopadas e não envelopadas e ambas são infecciosas (TORTORA et al, 2003) Figura: Parapoxvirus identificado em microscopia eletrônica. Fonte: SCHATZMAYR (2000) - Instituto Osvaldo Cruz. ECTIMA CONTAGIOSO EM OVINOS ESPÉCIES SUCEPTÍVEIS + - Ovinos e Caprinos Humanos Ruminantes silvestres Aves Bovinos Coelhos Cavalos Macacos Cães e Gatos ECTIMA CONTAGIOSO EM OVINOS TRANSMISSÃO Contato Indireto – lesões como porta de entrada para o vírus Contato Direto - contato entre os doentes Por Fômites - que contactam com os animais doentes Transmissão Inter-Humanos ECTIMA CONTAGIOSO EM OVINOS PATOGENIA Fluxo da Doença - similar em animais e seres humanos Período de Incubação - 3 a 14 dias Manifestou seis estágios - duração média de 1 semana (SMITH, 2006 e VIEIRA, 1967) Linfadenite caseosa Mal do caroço bolota queijinho Corynebacterium pseudotuberculoses Vacina autógena vacina comercial Profilaxia Vacina Linfovac lab. Vencofarma Condenação de carcaça Prejuízos Tratamento LancetarLancetar Brucelose epididimite aborto Placentite Diagnóstico- IDGA 1,40% + De 6 rebanhos / 2 com animais positivos Zanin et al, 2006 Mastite Ovinos – apostematosa Caprinos - gangrenosa Toxemia da gestação Morbidade baixa e letalidade alta Ovelhas final gestação, usualmente partos múltiplos Hipoglicemia (demanda de E) Morte fetal - toxemia Tratamento PGF 2α (100 mg/ cloprostenol) Dexametasona – 0,25 mg/ Kg P.V. (80% em 2 a 4 dias – P4 e PGF 2α) Cesareana Glicose IV – Propilenoglicol/glicerina Complexo aminoácido Indução parto + Urolitíase Machos Confinados Castrados Desiquilíbrio mineral (Ca:P) Cloreto de amônia 1% Fotossensibilização Eczema facial Dermatite auricular Descamação Tratamento 5 mL de corticosteroide bid/IM 10 mL aa + glicose/SC – Pele – unguentos Sombra Zinco orgânico VO 50mg/dia Mannhemia (Pasteurella) haemolytica Pleuropneumonia fibrinosa Esquema de vacinação para caprinos e ovinos Anual/ a partir de 4 meses de idade antes invernoPasteurelose Não vacinados aplicar duas doses com intervalo de quatro semanas, apartir da 3a semana de idade em filhos de mães não vacinadas e a partir da 10a semana de idade em filhos de mães vacinadas. Animais já vacinados revacinação anual e em gestantes 4 semanas antes do parto. Clostridiose Anual/ a partir de 4 meses de idade (só em regiões em que haja casos confirmados)Raiva única dose repetindo-se nas matrizes na próxima parição. Antes do desmame.Ectima contagioso A partir de três meses com reforço aos 30 dias e repetir anualmenteLinfadeniteA partir de três meses com reforço aos 30 dias e repetir anualmente no mês de maioCeratoconjuntivite A partir de três meses com reforço aos 30 dias e repetir anualmente no mês de outubroFoot rot Fonte: EMBRAPA Considerações Finais Sanidade, nutrição e reprodução – tripé da PRODUÇÃO ANIMAL; Monitorar a propriedade, medidas preventivas e curativas; Avaliar sanidade dos ovinos na aquisição; Sanidade – saúde do rebanho e segurança alimentar p/ consumidor. Universidade Norte do Paraná luiz.cunha@unopar.br OBRIGADO!OBRIGADO!
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