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CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS I - EQUINOS (UAM)

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CARACTERÍSTICAS 
GERAIS DOS EQUINOS 
São animais mamíferos, portanto apresentam 
pelos, glândulas sudoríparas para termorregulação 
eficiente, glândulas mamárias e sistema nervoso 
bem desenvolvido. Pertence à ordem dos 
PERISSODÁCTILOS (animais de casco com um 
número ímpar de dedos). As fêmeas são 
chamadas de ÉGUA, o macho não-castrado de 
GARANHÃO, os machos castrados de CAPÃO e o 
filhote de POTRO. 
MEDICINA PREVENTIVA 
É a idealização de programas profiláticos das 
doenças, que conjuntamente com as práticas de 
bom manejo resultam em vários benefícios na 
criação equina visando a redução de animais 
doentes. 
2.1 - MANEJO 
É essencial baias adequadas (tamanho apropriado 
para o animal e forrada com maravalha, devendo 
ser trocada 1x por semana) e arejadas, limpeza 
eficiente, controle de ectoparasitas, alimentação 
balanceada (deve ser alimentado com até 1-3% do 
seu PV, a proporção é de 6:4 de volumoso e 
concentrado, com água fresca e sal mineral à 
vontade), isolamento de animais doentes e recém 
chegados (até 7 dias) e atenção ao trânsito de 
animais. 
2.2 - VACINAÇÃO 
Fator essencial para um bom programa preventivo 
de doenças é a realização da vacinação contra as 
doenças infecciosas. Reduz a morbidade e 
mortalidade na maioria dos planteis equinos. As 
vacinas podem ser encontradas isoladamente para 
aplicação ou até de forma associada (triplíce: 
tétano, encefalomielite e influenza). A escolha da 
vacina depende da situação do animal. 
 
 
 
 
 
POTROS devem ser vacinados quando não mais 
tiverem a imunidade passiva (adquirida via 
colostral) atuante e já forem imunicompetentes, 
portanto a partir dos 3 ou 4 meses de idade. 
Normalmente, para facilitar o manejo do planteis, 
costuma-se vacinar junto à data de desmama, ou 
seja, por volta dos 5 ou 6 meses de idade. 
A REVACINAÇÃO deve ser sempre realizada um 
mês após a primo vacinação em todos os potros, 
que após este período entram no mesmo programa 
do restante do plantel. 
Um fato importante é quando se realiza a 
INTRODUÇÃO DE UM NOVO ANIMAL na 
criação, ou mesmo quando da aquisição de um 
equino que não tenha histórico prévio de 
vacinações, neste caso, recomenda-se a 
vacinação de todas as afecções supracitadas e 
também a revacinação um mês após a primeira 
vacinação, mesmo sendo o animal um adulto. 
VACINAS OBRIGATÓRIAS: 
TÉTANO 
Doença causada pela neurotoxina tetânica, 
produzida pelo Clostridium tetani, sendo muito 
difícil, se não quase impossível, o tratamento de 
animais doentes, resultando em morte na maioria 
dos casos. É necessário vacinas os animais 
anualmente. A imunização é garantida por até 5 ou 
mais anos. 
ENCEFALOMIELITE 
Doença transmitida por insetos hematófagos dos 
depósitos naturais como aves e animais silvestres 
para o cavalo, causada por três tipos de vírus: 
leste, oeste e Venezuelana (esta última pode ser 
transmitida entre cavalos, através dos insetos 
hematófagos, mas ainda não foi relatada no 
Brasil). É considerada uma zoonose, portanto pode 
ser transmitida aos humanos também. Quando 
ataca os cavalos tem o potencial de levar a óbito 
acima de 90% dos casos. A vacinação deve ser 
aplicada anualmente. 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS I 
EQUINOS 
 
INFLUEZA 
doença altamente contagiosa do trato respiratório 
equino. A maior dificuldade é a inabilidade das 
vacinas atuais de conferirem imunidade por um 
longo período. Os animais com alto risco de 
exposição ao agente devem ser vacinados 
semestralmente ou a cada quatro meses. Como 
regra internacional, os animais aglomerados em 
hípicas ou hipódromos devem ser vacinados 
semestralmente. 
 
RAIVA 
mesmo que não seja uma enfermidade comum nos 
cavalos, pode aparecer em regiões endêmicas, 
sendo fatal, além de ser uma zoonose, mesmo que 
não haja descrição da transmissão cavalo-homem. 
Todos os cavalos devem ser vacinados 
anualmente. O Ministério da Agricultura brasileiro 
requer a vacinação semestral em regiões com alta 
incidência de casos. 
 
HERPES VÍRUS EQUINO 
maior causador de abortamento nas éguas, além 
de afecções respiratórios em potros e cavalos 
adultos. As éguas devem ser vacinadas no 5º, 7º e 
9 º mês de gestação, mas já existem vacinas 
indicadas para uma única dose durante a 
gestação. No restante dos animais do plantel, 
assim como a vacina da Influenza, deve ser 
administrada semestralmente, pois assim diminui a 
incidência de casos. 
 
 
 
 
 
 
2.3 - VERMIFUGAÇÃO 
Torna-se fundamental a vermifugação periódica, 
nos equinos, devido aos seus hábitos alimentares, 
sendo herbívoros por natureza e, portanto, mais 
susceptíveis aos parasitas intestinais e suas 
reinfestações, pois normalmente se alimenta em 
pastagens bastante contaminadas por ele próprio 
ou por outros animais do grupo. 
Muitas espécies de parasitas intestinais podem 
acometer os cavalos, sendo os vermes 
nematóides (vermes redondos) os mais 
importantes, mas alguns vermes cestoides 
(chatos) além de larvas de determinados grupos de 
moscas podem trazer muitos problemas como 
cólicas, hiporexia, queda de rendimento, anemia, 
diarréias, deficiência de crescimento, aneurisma 
verminótico, etc. 
Para escolha de um vermífugo deve-se considerar 
as características individuais como: idade, estado 
nutricional, grau de exposição aos parasitas, assim 
como características ambientais como o clima, 
além da eficácia do produto e da estratégia de 
controle. Um fato que não pode deixar de ser 
citado na realidade nacional é a escolha do 
princípio ativo de acordo com o preço proposto no 
mercado, o que pode prejudicar a realização de um 
bom programa. 
PROGRAMA DE VERMIFIGUÇÃO: 
A idealização de um bom programa deveria levar 
em conta o nível de parasitose dos cavalos, sendo 
aplicado vermífugo apenas naqueles animais com 
significante número de ovos nas fezes. 
O diagnóstico do grau de infestação dos animais é 
feito pela contagem de ovos por grama de fezes 
(OPG). Considera-se um nível aceitável de ovos 
nas fezes um total de 300 a 400 OPG, já que a 
vermifugação dos animais com estes níveis é 
efetiva para o tratamento individual e também para 
minimizar a contaminação das pastagens. 
• Potros: é importante agrupar os potros 
jovens desde o primeiro mês de vida no 
controle parasitário. É necessária a 
repetição do produto a cada mês até a 
desmama, já que animais jovens tendem a 
praticar naturalmente a coprofagia 
• Animais adultos: vermifugação com 
intervalos de 60-90 dias regularmente, na 
dependência da composição do produto, 
pode ser bastante eficaz 
Vermífugos: 
Contra nematoides: 
São medicamentos do grupo das Lactonas. 
Atuam interrompendo a transição neural do verme, 
causando paralisia e morte 
• Moxidectin – gel oral – 0,4mg/kg – cada 90 
dias 
• Ivermectina – pasta oral – 0,2mg/kg – cada 
60 dias 
 
Contra cestoides: 
São medicamentos do grupos das Pirimidinas. 
Causam a depleção de absorção dos vermes. 
• Palmoato de Pirantel – pasta oral - 
6,6mg/kg – pelo menos duas vezes ao ano, 
principalmente nos animais jovens 
• Praziquantel – pasta oral – 2,5mg/kg – 
normalmente associado à Ivermectina. 
 
 
 
Associado a aplicação de vermífugo em todos os 
animais do plantel deve-se realizar o rodízio de 
pastagens, além de limpeza adequada das baias, 
destino adequado do material recolhido das baias 
em esterqueiras, e se possível, recolher 
regularmente as fezes dos piquetes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEONATOLOGIA 
CUIDADOS BÁSICOS COM O NEONATO: 
NASCIMENTO 
O parto das éguas ocorre preferencialmente 
durante a madrugada, o que dificulta o 
acompanhamento e “facilita” a proteção do 
neonato, evitando assim qualquer perturbação. O 
início do parto é marcado geralmente por uma 
queda de temperatura corpórea da égua. 
Após o nascimento os potros passam por várias 
alterações fisiológicas adaptando-se a vida extra-
uterina. Quando o feto ultrapassa a pelveda mãe, 
ocorre a dilatação do pulmão seguida da aspiração 
do ar para dentro das vias aéreas, o diafragma se 
contrai e se forma a pressão intra-torácica 
negativa. Alguns fatores estimulam a respiração: 
ausência de imersão, estímulos da mãe (lamber), 
frio, luz, diminuição da pressão de O2 e aumento 
de CO2. 
 
Parâmetros: 
• FC: 60-80 bpm 
• FR: 30-60 mpm 
• TC: 38.5 - 39.5°C 
 
Os potros normais devem ficar em pé (decúbito 
esternal) em até 2h. Seu sistema nervoso 
periférico já é desenvolvido pois as bainhas de 
mielina dos neurônios já estão mielinizadas. O 
reflexo de sucção é imediato. 
Apgar: 
• 0-4 (alto risco) 
• 5-7 (médio risco) 
• 8-10 (normal) 
 
 
INGESTÃO DE COLOSTRO 
Fundamental para transferência passiva de 
imunoglobulinas da égua para o potro, já que a 
placenta das éguas é do tipo epiteliocorial, 
impedindo a transferência de anticorpos durante a 
gestação, além de vários outros nutrientes 
essenciais ao desenvolvimento do neonato. 
O IgG é absorvido seletivamente por células 
epiteliais especializadas no intestino delgado 
dos neonatos, principalmente nas primeiras 24 
horas, já que a partir deste período estas células 
são substituídas resultando na perda da 
capacidade de absorção de imunoglobulinas. A 
égua também após o primeiro dia de lactação 
começa a substituir a produção de colostro por 
leite para o restante da fase de lactação. 
Agalaxia, a morte da égua, inabilidade de mamar, 
dificuldade em ficar em estação são um dos fatores 
que podem suprimir o potro jovem da ingestão do 
colostro. O ideal é a formação de um banco de 
colostro, ordenhando-se cerca de 250ml em 
éguas recém-paridas e posterior congelamento 
para conservação, podendo ser utilizado para os 
potros que não tiveram a possibilidade de ingerir o 
colostro da própria mãe, após descongelamento 
em banho maria a 37ºC. 
CAUTERIZAR O COTO UMBILICAL 
É fundamental que nas primeiras horas após o 
nascimento, se realize a cauterização química do 
coto umbilical, a fim de se prevenir a entrada de 
patógenos e possíveis infecções (locais = 
onfaloflebite e generalizadas = septicemia). 
A cauterização é feita com solução de iodo fraco 
(3-10%) e spray repelente e cicatrizante, até o 
umbigo ressecar totalmente e cicatrizar. A queda 
do coto após a cicatrização demora de 7-10 dias. 
Não é necessário o corte ou amarra do cordão 
umbilical (5cm de comprimento é o ideal após o 
parto). 
CERTIFICAR QUE O NEONATO DEFECOU 
O MECÔNIO 
As primeiras fezes são formadas ainda na vida 
intrauterina: restos celulares de descamação do 
trato gastrointestinal ainda em formação, líquido 
amniótico (que é deglutido pelo feto) e secreção 
lipídica e biliar do próprio fígado. 
Logo após o nascimento, é natural que o neonato 
evacue o mecônio pelo estímulo de ficar em 
estação, caminhar atrás da mãe e por ingerir o 
colostro que também tem propriedades laxativas. 
A retenção do mecônio é marcada por dispnéia. 
A retenção é nociva ao organismo do neonato já 
que pode resultar numa obstrução intestinal e um 
sério problema digestório, que pode até levar a 
óbito. O neonato quando apresenta dificuldades ao 
defecar, geralmente, apresenta: cauda em 
bandeira e contrações abdominais frequentes. 
O tratamento é feito por medicações à base de 
óleos minerais ou vegetais: Fleet enema ® 
 
3.1 - PRINCIPAIS AFECÇÕES SISTÊMICAS 
SEPTICEMIA 
Causa a morte da maioria dos neonatos nas 
primeiras semanas (7 dias) de vida. É uma doença 
sistêmica causada pela disseminação 
hematógena de microrganismos ou dos 
subprodutos pelo organismo do neonato. A 
demonstração clínica pode ser variável por tratar-
se de uma doença multifatorial que envolve vários 
sistemas orgânicos. 
Normalmente essa afecção ocorre como resultado 
de uma pré-infecção in utero ou ainda pós-parto 
por inoculação oral, respiratória ou umbilical, 
podendo transformar-se de uma infecção 
generalizada para localizada, atingindo 
principalmente os pulmões (pneumonia) ou 
articulações (artrites). 
Principais agentes: 
• Actinobacillus equuli 
• Escherichia coli 
• Streptococcus sp 
• Klebsiella sp 
HISTÓRICO 
Abortamento ou morte de outros potros pode ser 
relatado, assim como superpopulação e más 
condições de higiene, além de apatia e diminuição 
das mamadas no próprio neonato. 
Prematuridade neonatal (nascimento em idade 
gestacional menor de 320 dias), não ingestão do 
colostro ou mesmo falta de cuidados com o coto 
umbilical. 
SINTOMAS 
Sintomas comportamentais: letargia, depressão, 
diminuição nas mamadas e decúbito. 
DIAGNÓSTICO: 
PARÂMETROS ANORMAIS 
Febre, taquicardia, taquipneia e alterações nos 
sons pulmonares, diarreia, desidratação, hiporexia 
e apatia 
EXAMES LABORATORIAIS 
• Leucócitos > 12000/ul 
• Proteínas Totais > 500 mg/dl 
• Fibrinogênio > 500 mg/dl 
• Glicemia < 90 mg/dl 
• Quando em acometimento pulmonar: 
lavado traqueal para coleta de material 
bacteriológico e citológico 
TRATAMENTO 
• Tratamento sintomático 
• Antibiótico: Ceftiofur (5-10mg/kg, IM – SID) 
• Fluidoterapia 
• Alimentação parenteral 
• Administração de plasma hiperimune 
• Equilíbrio térmico (quando em febre, 
Dipirona - 22mg/kg) 
ISOERITRÓLISE NEONATAL 
Acomete de 1-2% dos neonatos. É a 
incompatibilidade sanguínea da égua com o do 
potro, levando a uma reação de hipersensibilidade 
tipo II. 
Doença caracterizada pela alteração na 
imunização materno-fetal, ligada ao fator Rh. É 
uma síndrome que ocorre nos potros recém-
nascidos por incompatibilidade sanguínea entre 
o potro e a égua. 
A doença se dá por incompatibilidade do fator Rh 
da mãe e do feto nos casos em que fêmeas Rh- 
gestam filhos Rh+ . É mediada a partir dos 
anticorpos maternos, que são transferidos via 
colostro, e que respondem contra os eritrócitos do 
potro. Os potros neonatos nascem assintomáticos 
e após a primeira mamada em cerca de 12 a 72 
horas apresentam depressão, fraqueza e 
diminuição dos reflexos de sucção ou mamada e 
deglutição. 
HISTÓRICO 
Apatia logo após o parto e icterícia nas primeiras 
horas ou dias após o nascimento. 
SINTOMAS 
• Mucosas pálidas ou ictéricas 
• Apatia, fraqueza, hiporexia, taquicardia e 
taquipneia 
• Hemoglobinúria 
TRATAMENTO 
• Cessar a ingestão do colostro materno pelo 
potro por 48h e iniciar a dieta láctea na 
quantidade correspondente a 10% do PV a 
cada 2h 
• Transfusão sanguínea 
• Fluidoterapia para corrigir a desidratação 
• Antibióticoterapia 
 
 
3.2 - PRINCIPAIS AFECÇÕES DO SISTEMA 
RESPIRATÓRIO 
PNEUMONIA POR RHODOCOCCUS EQUI 
É a causa mais comum de afecção pulmonar grave 
nos potros. A infecção ocorre nas primeiras 
semanas de vida, mas não apresenta sinais 
clínicos graves até cerca de 2 a 4 meses de idade. 
Este microrganismo é um contaminante do solo e 
muitas vezes enzoóticos nas fazendas e haras, 
podendo infectar os potros jovens por via alimentar 
ou respiratória. É comparada à tuberculose por 
formar um grande número de abcessos 
pulmonares caseosos (pneumonia 
granulomatosa) o que dificulta o tratamento pela 
inabilidade da maioria dos antibióticos penetrarem 
estas formações de parede lipídicas. 
HISTÓRICO 
Potros com idade de 1 a 4 meses com sinais de 
doença respiratória ou diarréia e óbito de potros 
por rhodococcus em anos anteriores. 
Uma das primeiras reclamações pode ser a apatia 
e a “ronqueira” respiratória devido ao acúmulo 
de secreção traqueal. 
 
SINTOMAS 
• Os potros apresentam um estado geral bom 
no início da doença 
• Tosse improdutiva e dispneia 
• Apatia, hiporexia e febre 
DIAGNÓSTICO: 
• Tosse improdutiva, assim como dispneia e 
reflexo de tosse positiva 
• Auscultação pulmonar: estertoração 
(sibilante) em toda a área pulmonar e 
laringo-tranqueal além de ruído úmido pela 
presença de secreções na traquéia 
• Lavado traqueal para cultura e 
antibiograma 
• RX e US 
EXAMES LABORATORIAIS 
• Leucócitos >15.000 cel/mm³ 
• Fibrinogênio > 1000 mg/dl 
TRATAMENTO 
• Antibióticos: Rifampicina e Eritromicina 
(5mg/kg e 25 mg/kg - VO, TID) ou 
Rifampicina e Azitromicina (10mg/kg, VO, 
SID por 5 dias e depois em dias alternados) 
• AINES 
• Tratamento suporte 
PREVENÇÃO 
• Plasma hiperimune em regiões endêmicas 
• Vacinação de éguas no final da gestação 
• Melhoras as condições sanitárias, assim 
como evitar a superpolução e 
empoeiramento 
 
3.3 - PRINCIPAIS AFECÇÕES DO SISTEMA 
DISGESTÓRIO 
SÍNDROME CÓLICA 
 A síndrome cólica é uma série de sintomas 
inespecíficos que podem ser por: retenção de 
mecônio, uroperitônio, úlcera gastrointestinal, 
obstrução instestinal com estrangulamento 
vascular, compactação por corpos estranhos e 
ascarídeos, defeitos congênitos do TGI, AINEs que 
resultam em estresse, dor abdominal e sialorreia. 
 
DIARRÉIA 
Afecção muito comum nos potros e muitas vezes 
autolimitante. É causada por diferentes agentes 
parasitários: 
• Vermes: Strongyloides westeri 
• Bactérias: Salmonella, Escherichia coli e 
Clostridium perfringes 
• Vírus: Rotavírus e Coronavírus 
HISTÓRICO 
Fezes amolecidas e queda de apetite, diminuindo 
as mamadas. Normalmente em propriedade com 
manejo sanitário ruim ou mesmo superpopulação 
de animais. 
SINTOMAS 
• Diarréia fétida ou não, apresentando fezes 
de cores alteradas e muito liquidas 
• Glúteos sem pelos e avermelhados 
• Apatia, alterações de temperatura corpórea, 
desidratação, taquicardia, taquipnéia 
DIAGNÓSTICO: 
É importante diferenciar se é uma doença 
localizada (apenas diarreia) ou generalizada 
(septicemia). 
EXAMES LABORATORIAIS 
• Hemograma para acompanhamento 
• Coprocultura bacteriológica 
• Coproparasitológico 
TRATAMENTO 
• Fluidoterapia para reidratação 
• Manutenção da ingestão de leite 
• Antibiótico após a confirmação de infecção 
bacteriana 
• Agentes adsorventes e protetores de 
mucosa: Saliciato de Bismuto, Caulim, 
Pectina e Carvão Ativado 
• Probióticos 
 
 
 
 
 
3.4 - PRINCIPAIS AFECÇÕES DO SISTEMA 
NERVOSO 
SÍNDROME DA ASFIXIA NEONATAL 
(PERINATAL) 
É a asfixia ou hipóxia cerebral dos neonatos. 
Ocorre geralmente em neonatos envolvidos em 
partos distócicos e demorados (também ocorre em 
partos normais), com aspiração de líquido 
placentário, anemia materna, de anormalidades e 
insuficiências placentárias e aspiração de mecônio. 
Todos estes fatores culminam em diminuição ou 
inibição da oxigenação do sistema nervoso central, 
hemorragia, edema e necrose tecidual. 
HISTÓRICO 
Potro moribundo e sem reflexos após o 
nascimento, além de distocia em alguns casos. 
SINTOMAS E DIAGNÓSTICO 
Amplamente variável na dependência do grau das 
lesões nervosas. 
• Apatia 
• Decúbito, hipotonia e dispneia 
• Rigidez espásticas dos membros, tremores, 
perturbação nervosa e até convulsões 
• Perda da relação com a mãe 
TRATAMENTO 
• UTI para manutenção das funções vitais 
• Fluidoterapia, oxigenioterapia e 
termoterapia 
• AINE: DMSO (Dimetilsulfóxido) de 0.5-
1g/kg a 10% em solução de glicose IV 
• Antibióticos de amplo espectro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA 
CARDIOVASCULAR 
As doenças cardiovasculares são raras em 
equinos. O equino possui uma excelente reserva 
cardíaca, em repouso a sua FC é de 30-40 bpm e, 
em atividade física pode chegar à máxima de 240 
bpm sem perder o DC e sem qualquer prejuízo à 
saúde. Por essa reserva cardíaca, as 
manifestações clínicas das doenças cardíacas são 
geralmente diagnosticadas cronicamente. A esteira 
é um instrumento utilizado como meio de 
diagnóstico em doenças cardíacas em equinos. 
É comum o aparecimento de doenças no sistema 
circulatório secundárias à doenças cardíacas, 
podendo ser localizadas ou generalizadas. Esses 
sintomas são de manifestações clínicas mais 
facilmente diagnosticadas. 
 
ANAMENESE/HISTÓRICO CLÍNICO: 
Queixa principal, sobre o manejo e as instalações, 
contato com ectoparasitas, vermifugação, 
vacinação, doenças prévias, tratamentos prévios e 
sangramentos (ex: Epixtase, é um sangramento 
que cessa) e hemorragias (sangramento que não 
cessa ou demora para cessar). 
 
EXAME FÍSICO 
• Inspeção: mucosas (pálidas, congestas, 
ictéricas ou cianóticas) e de possíveis 
edemas 
• Palpação: pulso, temperatura local e de 
edema 
• Auscultação cardíaca: auscultar no lado 
esquerdo as válvulas, pulmonares (3°EIC), 
aórtica (4°EIC) e mitral (5°EIC) – PAM. E 
no lado direito, válvula tricúspide no 3° EIC. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
• Hemograma e proteínas totais 
• ECG e ECO 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇAS VACULARES GENERALIZADAS 
EDEMA DE MEMBROS POR 
CONFINAMENTO 
Doença causada pelo pouco movimento dos 
equinos que permanecem por longos períodos 
confinados em baias, acarretando edemas nos 
membros. No histórico desses animais, é relatado 
a sua longa permanência em baias, gerando o 
edema dos membros, mas que melhoram logo 
após o trabalho. É mais comum em animais 
atletas. 
MANIFESTAÇÕES CÍNICAS 
• Edema distal dos membros, normalmente 
nos posteriores ou nos quatro membros 
locomotores. Godet (+): forma-se uma 
depressão que não se desfaz após a 
descompressão ou demora. 
• A região do edema se encontra fria e sem 
dor 
TRATAMENTO 
• Pomadas frias de: mentol, cânfora ou 
DMSO. Elas estimulam a drenagem 
linfática e inibem a perda de líquidos ao 
interstício. 
• Água vegeto-mineral 
• Duchas frias 
• Ligas de descanso como prevenção (causa 
uma pequena compressão nos membros) 
no período da noite 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PÚRPURA HEMORRÁGICA 
Reação de hipersensibilidade frente a antígeno-
anticorpo que acomete a parede de vasos 
sanguíneos pela infecção prévia de bactérias ou 
vírus. Gera vasculite. Streptococcus equi, arterite 
viral, influenza e pneumonias por Rhodococcus. O 
histórico é geralmente de surtos há 2-4 semanas 
de animais infectados por garrotilho (Streptoccus 
equi) ou por Rhodococcus equi. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Lesões hemorrágicas de pele e mucosas 
(principalmente nas regiões distais dos 
membros e abdômen ventral) 
• Eritema e edema quente 
• Dor e febre 
• Taquicardia e taquipneia 
• Apatia 
• Hiporexia 
TRATAMENTO 
• ANTB quando infecção por Garrotilho: 
Penicilina (40.000 UI/Kg/IM/BID) 
• AIE: Dexametasona (0.06-0.2 mg/Kg) 
• Tratamento suporte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BABESIA EQUINA (PIROPLASMOSE) 
É uma doença transmitida através das picada do 
carrapato (Boophilus microplus, Anocenter nitens e 
Amblyomma cajennense) causada por protozoários 
hemoparasitas distintos: Babesia equi (Theileira 
equi) e a Babesia coballi. Os equinos podem ser 
infectados simultaneamente pelos dois agentes. É 
raro, mas possível, a sua transmissão via 
transplacentária pela Babesia equi. É uma doença 
de carácter endêmico. O histórico é geralmente 
pela redução do desempenho do animal, apatia, 
anorexia, inchaço dos membros e edema prepucial 
nos machos. Os equinos ainda podem ser 
portadores assintomáticos. É uma infecção 
oportunista que se manifesta em condições de 
estresse 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Febre (apresenta picos, principalmente no 
final da tarde) 
• Mucosas ictéricas 
• Membros ou baixo ventre com edema 
• Hiporexia 
DIAGNÓSTICO 
Forma rápida e direta através de esfregaço 
sanguíneo para observação dos protozoários. 
Provas sorológicas como a Fixação de 
Complemento e ELISA também podem ser 
usados. 
No hemograma pode ser observado anemia pela 
destruição das hemácia (diminuição da 
hemoglobina e do hematócrito) 
TRATAMENTO 
• Antiprotozoário: Dipropionato de 
Imidocarb (4.0 mg/Kg/ IM, dividir em 2 
aplicações por 3 dias). A posologia 
depende do tipo de Babesia ou do grau de 
parasitismo. Cuidado com efeitos 
colinérgicos, como sialorreia, cólica e 
espasmódicas. 
• Butilbrometo de Escopolamina 
(Buscopan®):usado para dores abdominais 
(0.3 mg/Kg). 
• Tratamento suporte: fluidoterapia e 
protetores hepáticos 
• Anemia grave: transfusão sanguínea 
 
DOENÇAS VACULARES LOCALIZADAS 
TROMBOFLEBITE 
É uma afecção adquirida, normalmente por 
processos iatrogênicos como cateterismo ou 
venopunção repetitiva por agulha causando 
inflamação e trombose de vasos, mais 
frequentemente a veia jugular. No histórico do 
animal ocorre a utilização repetitiva de uma mesma 
veia para a aplicação de medicamentos ou 
administrações de fármacos irritantes. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Tumefação do vaso acometido 
• Calor e dor dos tecidos perivasculares 
• Oclusão da veia por trombose 
• Edema na região da veia acometida 
EXAMES COMPLEMENTARES 
• Hemograma: hiperfibrinogenemia e 
leucocitose neutrofílica 
• US (confirmação para trombose) 
TRATAMENTO 
• Compressas quentes no local acometido 
• Pomada anti-inflamatória: DMSO 
• Pomadas descongestionantes: Reparil® 
ou Gelopen® 
• Pomadas à base de heparina: 
Trombofob® 
• Enfermagem adequada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA 
RESPIRATÓRIO 
VIAS AÉREAS ANTERIORES: 
1 - SINUSITE 
É o acúmulo de exsudato dentro das cavidades 
sinusais que ocorre geralmente como resultado de 
infecções bacterianas, virais, fúngicas ou até de 
problemas dentários primário ou secundário. 
A cavidade nasal nos equinos é formada pelas 
(conchais dorsais, médios e ventrais; maxilares; 
frontais e esfenopalatinos), mas a maioria das 
afecções clinicamente importantes envolve os 
seios maxilares e frontais. 
A sinusite secundária é geralmente causada por 
problemas odontológicos (dentes fraturados, 
infundíbulos pérvios e periostite alveolar) pela 
íntima associação entre o seio maxilar e as raízes 
dos dentes. 4° PM e 1-2° M. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Descarga nasal unilateral e crônica que 
pode aumentar com o exercício e de odor 
fétido 
• Pode haver febre 
• Hiporexia 
• Cefaleia (abaixar a cabeça causa dor por 
aumento da circulação) 
• Alteração do contorno facial 
• Dor à percussão ou com maciço do seio 
acometido 
DIAGNÓSTICO 
• RX dos seios paranasais (bolsa com 
acúmulo de substâncias) e dos dentes 
(quando lesados sofrem reabsorção óssea) 
• Endoscopia 
TRATAMENTO 
• ANTB sistêmico: Sulfa + Trimetropim 
(20-30 mg/Kg/VO/BID) 
• AINE: Cetoprofeno (2.2 mg/Kg/SID/IM/IV) 
• Lavagens locais via sonda ou endoscópio 
• Cirurgia em casos mais graves 
 
 
2 - GARROTILHO (ADENITE EQUINA) 
Doença bacteriana causada pelo Streptococcus 
equi, é uma subespécie equina da bactéria β-
hemolítica gram (+). Essa bactéria atinge o trato 
respiratório anterior de equinos, acometendo 
animais de todas as idades, embora com maior 
prevalência nos potros ou < 5 anos de idade. É 
uma doença endêmica, de alta morbidade e baixa 
mortalidade. Normalmente o agente é inalado ou 
ingerido em secreções muco-purulentas ou por 
fômites contaminados de animais doentes, 
podendo incubar-se por até uma semana. 
O nome garrotilho faz referência ao sufocamento. 
Os animais acometidos por esta doença e não 
tratados parecem estar sendo estrangulados por 
garrote devido ao aumento dos linfonodos 
retrofaríngeos e submandibulares que obstruem a 
faringe. 
O histórico é baseado no acometimento de um 
grande número de animais jovens do plantel que 
apresentam depressão, inapetência, descarga 
nasal e muitas vezes inchaço da região 
submandibular, que pode ser a primeira citação 
dos proprietários. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Descarga nasal mucosa ou muco-purulenta 
• Apatia e febre 
• Tosse e disfagia 
• Linfoadenopatia dos linfonodos 
submandibulares ou retrofaríngeos (firmes 
e doloridos) 
• Pode haver ruptura dos linfonodos 
(abscedação) 
DIAGNÓSTICO 
• Cultura das secreções 
TRATAMENTO 
• ANTB: Penicilina (20.000-40.000 
UI/Kg/BIDIM) 
• AINE 
• Antipiréticos: Dipirona (22 mg/Kg/IV/IM) 
• Se houver abscedação dos linfonodos 
utilizar curativos locais 
 
 
 
3 - GRIPE EQUINA 
Doença causada por diferentes tipos virais, mas 
principalmente os vírus da influenza equina (Aequi 
1 e 2) e o herpes vírus tipos 1 e 4. 
A Influenza equina acomete mais comumente 
equinos de 2 a 3 anos de idade, sendo o período 
de incubação de 1 a 3 dias e a contaminação por 
contato direto, aerosol e fômites. Já o Herpes 
vírus pode apresentar-se sob duas formas, sendo 
o tipo 1 também relacionado a afecções como 
abortamento, mieloencefalite e morte neonatal; 
mas relacionado à enfermidades respiratórias 
estão os dois tipos, acometendo preferencialmente 
potros e animais até 1 ano de idade que se 
contaminam da mesma forma que na influenza 
equina. 
O histórico é baseado na inapetência, depressão, 
além de tosse são os sinais mais comumente 
relatados. Em animais atletas pode haver o relato 
de queda de rendimento, assim como planteis de 
criação pode-se ter o histórico de abortamento. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Perda de rendimento 
• Apatia e febre 
• Corrimento nasal mucoso 
• Tosse seca e profunda 
• Epífora e ceratoconjuntivite 
• Mialgias 
 
TRATAMENTO 
• Inibir o estresse 
• Manter hidratação e estado nutricional 
• Repouso 
• AINE: Fenilbutazona (4,4 mg/Kg/BID/VO 
por 5 dias) 
• Antipiréticos: Dipirona (22 mg/Kg/IV/IM) 
• Prevenção: vacinação. Realizar programas 
para animais atletas ou alojados em vilas 
hípicas 1x por semestre. 
 
 
 
 
VIAS AÉREAS POSTERIORES: 
1 - DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA 
CRÔNICA 
Também chamado de obstrução recorrente das 
vias aéreas (ORVA/ORA). A doença não tem 
predileção por sexo, contudo afeta cavalos acima 
de 8 anos de idade e as raças mais acometidas 
são Quarto de Milha e Apaloosa. A obstrução é 
decorrente da inflamação da vias aéreas, 
resultante da inalação de partículas de poeira, 
oriundas principalmente do feno e da cama das 
baias. 
Ocorre uma reação de hipersensibilidade (I e III) 
específica a antígenos presentes na poeira, por 
isso, o confinamento dos animais em baias 
associado ao estresse de treinamentos ou 
transporte precipitam o aparecimento da doença 
ou diminuem o intervalo entre as crises. Animais à 
pasto não possuem essa doença. Existem fatores 
predisponentes como infecções virais, fungos 
(Aspergillus fumigatus), infecções por vermes 
pulmonares e fatores genéticos. A afecção se 
caracteriza por períodos de obstrução da vias 
aéreas (principalmente dos brônquios) por 
contração do músculo liso e acúmulo de secreção 
mucosa, fragmentos celulares e exsudato. O 
histórico é baseado principalmente nos períodos 
matutinos e noturnos, intolerância ao exercício e 
apatia. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Dispnéia com esforço respiratório 
• Reflexo da tosse muito positivo 
• Tosse associada ao exercício e 
alimentação 
• Intolerância ao exercício 
• Auscultação pulmonar (forçada) com 
presença de sibilos 
DIAGNÓSTICO 
• Endoscopia para colheira do material 
exsudato abundante na traqueia que condiz 
com reações inflamatórias 
TRATAMENTO 
• Broncodilatadores: Clambuterol (0.8 
ug/Kg/VO/BID) 
• AIE em crises: Predinisolona (2mg/Kg/SID) 
• Alterações no manejo (reduzir poeira, 
melhorar a limpeza e molhar feno e ração) 
DERMATOLOGIA 
PELE 
Faz parte do sistema tegumentar e é o maior 
órgãos do corpo, sendo assim, é o órgãos de maior 
exposição e sujeito a diferentes tipos de 
agressões. A pela é responsável pela proteção, 
caracterização fenotípica, identificação, produção 
de anexos (crina, crista, unha, casco, chifre e 
corno etc.), termorregulação, secreção por 
glândulas sudoríparas e sebáceas, produção de 
vitamina D e sistema sensorial. 
ESTRUTURAS: 
EPIDERME 
A epiderme é uma camada com profundidade 
diferente conforme a região do corpo. Zonas 
sujeitas a maior atrito. A principal célula é o 
queratinócito que produz queratina (proteína 
resistente e impermeávelresponsável pela 
proteção), existe também os melanócitos 
(produtores de melanina, um pigmento castanho 
que absorve os raios UV). A epiderme não possui 
vasos sanguíneos, porque se nela houvesse vasos 
ficaria mais sujeita a ser "penetrada" por 
microrganismos. Os nutrientes e oxigénio chegam 
à epiderme por difusão a partir de vasos 
sanguíneos da derme. 
DERME 
A derme é um tecido conjuntivo que sustenta a 
epiderme. É constituído por elementos fibrilares, 
como o colágeno e a elastina e outros elementos 
da matriz extracelular, como proteínas estruturais, 
glicosaminoglicanos, íons e água de solvatação. 
Os fibroblastos são as células envolvidas com a 
produção dos componentes da matriz extracelular. 
É na derme que se localizam os vasos sanguíneos 
que nutrem a epiderme, vasos linfáticos, nervos e 
os órgãos sensoriais a eles associados. 
HIPODERME 
A hipoderme, já não faz parte da pele. É 
constituída por tecido adiposo que protege contra o 
frio. É um tecido conjuntivo frouxo ou adiposo que 
faz conexão entre a derme e a fáscia muscular e a 
camada de tecido adiposo é variável. Funções: 
reservatório energético; isolante térmico; modela 
superfície corporal; absorção de choque e fixação 
dos órgãos. 
EXAME DA PELE 
HISTÓRIA CLÍNICA 
Raça, idade, sexo, utilização do animal, tipo de 
criação, manejo dos animais, materiais e 
instalações, além das condições e a queixa 
principal. 
EXAME FÍSICO 
Além do exame físico completo, buscar 
detalhadamente sintomas alterados no sistema 
tegumentar, não só localmente em relação às 
alterações principais, mas em todo o corpo do 
animal. O exame é basicamente pela inspeção e 
palpação. Avaliar local e tamanho das lesões, além 
da presença ou não de secreção. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Raspado da pele para exame direto ou cultura para 
bactérias e fungos, além de biópsia para 
histopatológico. Para neoplasias usa-se PAAF para 
avaliação citológica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corpo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_ultravioleta
https://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A1geno
https://pt.wikipedia.org/wiki/Elastina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fibroblastos
PROBLEMAS GRANULOMATOSOS 
1 - TECIDO DE GRANULAÇÃO 
EXUBERATE 
É uma ferida prévia e normalmente profunda, 
mais comumente encontrado nos membros, 
principalmente nas regiões distais, devido à pouca 
mobilidade da pele e alta mobilidade da região 
resultando em contração limitada da ferida, 
portanto favorecendo a inibição de uma importante 
fase da cicatrização que é a contração da ferida. 
Possui aparência de “carne esponjosa”. 
A partir da ferida se estabelece o tecido de 
granulação que consiste primariamente em vasos 
sanguíneos neoformados, fibroblastos e produtos 
de fibroblastos, incluindo o colágeno fibrilar, 
elastina, fibronectina, proteases, 
glicosaminoglicanos sulfatadas e não-sulfatadas. O 
tecido de granulação é produzido três a quatro dias 
após a indução da lesão. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Ausência de prurido, irritação local ou dor 
• Volume exacerbado 
• Exuberância do tecido de granulação (não-
cicatrização) 
• Coloração e de sangramento fácil 
DIAGNÓSTICO 
• Biópsia (diagnóstico diferencial para 
neoplasias e habronemose cutânea). Na 
biópsia deve-se encontrar grande presença 
de fibroblastos e vasos neoformados 
TRATAMENTO 
O objetivo do tratamento é diminuir o tecido 
granulomatoso exuberante a fim de permitir 
adequada epitelização. 
• Cauterização química/cirúrgica (cuidado 
com hemorragias) 
• Formol 
• Pomadas à base de AIEs 
 
 
 
 
 
2 - HABRONEMOSE CUTÂNEA (FERIDA 
DE VERÃO) 
A habronemose cutânea é causada por larvas do 
nematóide Habronema spp. que parasita equinos. 
O gênero Habronema apresenta duas espécies a 
Habronema muscae e a Habronema majus. 
É uma doença sazonal (primavera-verão) de 
ocorrência esporádica e sem preferência de sexo, 
raça ou idade. É comum o histórico de uma ferida 
que não cicatriza, exuberante e que desenvolve-se 
no verão. 
O ciclo evolutivo do Habronema é indireto, usando 
como vetor a mosca doméstica (Musca domestica) 
e a mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans).As 
fêmeas do Habronema fazem a ovipostura de ovos 
embrionados, que são eliminados com as fezes, ou 
há a eclosão de larvas no intestino e são então 
eliminadas larvas. No meio ambiente as larvas (L1) 
são ingeridas por larvas da mosca doméstica que 
vivem no estrume. Temos então o 
desenvolvimento concomitante da mosca e da 
larva do Habronema. Cerca de duas semanas mais 
tarde, temos as moscas adultas com a larva 
infectante (L3) do Habronema. Essas moscas ao 
pousarem em feridas abertas na pele do equino 
depositam as larvas, gerando a habronemose 
cutânea. 
As larvar podem penetrar na pele intacta ou 
mucosas. As larvas mortas ainda são capazes de 
causar uma reação de hipersensibilidade na pele. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Ferida comum em membros, ventre, canto 
do olho, prepúcio, processo uretral ou em 
ferida prévia 
• Ulceração, exsudato e prurido 
DIAGNÓSTICO 
• Biópsia: presença de formas larvais e 
infiltrado eosinofílico intenso 
TRATAMENTO 
• AIE: Prednisolona (1mg/Kg/dia/7-10 dias) 
• Ivermectina (0.2mg/Kg/VO/10-14 dias) 
• Redução das lesões granulomatosas 
• Excisão cirúrgica (se necessário) 
• Cáusticos químicos e crioterapias nos 
locais lesionados 
• Controle de moscas no ambiente 
3 - SARCÓIDE 
É o tumor não-maligno que aparece 
espontaneamente ou após ferida prévia, podendo 
ser simples ou múltiplos. O desenvolvimento do 
sarcóide é uma combinação de fatores como: 
exposição ao agente viral, traumatismo cutâneo e 
predisposição genética. É uma lesão de carácter 
granulomatosa progressiva e com histórico de 
recidiva após tratamento. Atinge qualquer sexo ou 
idade (mais comum <4 anos). 
Pode ocorrer em qualquer lugar do corpo, mas 
principalmente em cabeça, orelhas, membros e 
parte ventral do abdômen. É um doença facilmente 
confundível com infecções fúngicas subcutâneas 
ou profundas, habronemose cutânea, tecido de 
granulação exuberante e neoplasias, sendo 
necessário um diagnóstico preciso. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Lesões verrucosas, tem menos de 6cm de 
diâmetro, podendo ser séssil, placóide ou 
pedunculado 
• Lesões esponjosas (fibroblásticas) que se 
apresentam de forma nodular até grandes 
tumores com superfície alterada 
• Combinações mistas 
DIAGNÓSTICO 
• Biópsia: proliferação fibroblástica da 
derme (o que difere das verrugas) ou 
hiperplasia dérmica 
TRATAMENTO 
• Imunoterapia (infiltração com BCG) 
intralesional ou ao redor da lesão 
• Criocirurgia 
• Excisão cirúrgica (risco de recidiva) 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROBLEMAS NODULARES 
1 - PAPILOMATOSE (VERRUGAS) 
É uma neoplasia benigna de origem viral (DNA-
Papilomavírus). A doença pode ser transmitida 
pelo contato direto, por fômites contaminados ou 
pertences (escovas, panos, barbeadores, 
tosqueadeiras, freios). Acometem com maior 
frequência potros, equinos jovens (< 3 anos) e 
animais imunodeprimidos. 
As regiões comumente afetadas são: narinas, 
boca, ao redor dos olhos, membros, orelhas (placa 
aural) e genitais. Os papilomas apresentam 
tamanhos variados, geralmente entre 0,5 cm e 20 
cm, sendo únicos ou de múltiplas brotações, com 
coloração rosada e/ou esbranquiçada. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Na inspeção pode-se notar formações bastante 
características, sendo comumente múltiplas. 
DIAGNÓSTICO 
• Biópsia: proliferação epitelial sem 
proliferação do tecido conjuntivo 
TRATAMENTO 
• É uma doença autolimitante 
• Remoção cirúrgica ou cauterização 
química 
• Na orelha: glicerina iodata 
• Auto-vacinas e auto-hemoterapia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 - MELANOMA 
Neoplasia mais característica de animais tordilhos 
(mas outras pelagens também podem apresentar 
esta neoplasia), provenientes dos melanócitos oumelanoblastos. Comum em animais tordilhos, com 
mais de 10 anos de idade e raças árabe, Lusitano 
e Percheron. Pode ter envolvimento heridtário. 
São tumores característicos de animais velhos, 
podendo ser encontrados em qualquer região do 
corpo, mas principalmente na região do períneo e 
cola da cauda. Podem ocorrer de forma solitária 
ou múltipla, apresentando-se sempre de forma 
nodular e firme. Nos casos crônicos podem ulcerar 
formando feridas que secretam líquido de 
coloração negra. Normalmente nos equinos tem 
características de benignidade, portanto também 
pode ser denominado de melanocitoma. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Lesões pequenas, firmes ou nodulares 
DIAGNÓSTICO 
Para confirmação diagnóstico pode ser realizada 
biópsia, mas normalmente os sinais clínicos são 
evidentes. 
TRATAMENTO 
• Cimetidina (2,5 mg/Kg, TID por 3 meses). 
É feita manutenção (1,6 mg/Kg/VO/SID) 
• Exerece precoce 
• Disquesia: adequar manejo alimentar 
• Imunoterapia: autovacinas ou vacinas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 - DERMATITE POR PICADA DE INSETOS 
E CARRAPATOS 
Grande número de insetos pode causar reações 
cutâneas nos equinos. A picada destes insetos 
pode causar doença de diferentes maneiras, 
primariamente pela lesão direta à picada, e em 
segundo lugar, alguns insetos maiores podem 
causar a formação de erupções e nódulos 
doloridos ou pruriginosos, além de serem vetores 
da contaminação secundária por bactérias, fungos 
e outros parasitas da pele. A maioria destes 
insetos parasita regiões como membros, tórax e 
baixo ventre, que são regiões onde o cavalo tem 
dificuldade de espanta-los quando sobre o corpo 
(cabeça e cauda não alcançam). 
Mosquitos: 
• Culicoides (mosquitopólvora) 
• Tabanus (mosca do cavalo) 
• Stomoxys calcitrans (mosca do estábulo) 
• Haematobia irritans (mosca do chifre) 
• Abelhas e vespas 
Carrapatos: 
• Amblyomma cajanense 
• Anocenter nitens 
No histórico é comum o aparecimento de pápulas 
em várias partes do corpo, principalmente nas 
épocas quentes do ano. Alteração comportamental 
do cavalo mostram irritação pela dor ou coceira 
das picadas e consequente reação alérgica. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Presença de pápulas em várias regiões do 
corpo e em grande número (pela ação 
mecânica do agente + reação de 
hipersensibilidade I e IV) 
TRATAMENTO 
• AIE: Dexametasona – 0,05 A 0,1 mg/Kg 
• Manejo para controle dos insetos 
• Baias teladas e repelentes 
• Inseticidas 
 
 
 
 
PROBLEMAS NÃO-PRURIGINOSOS E 
ALOPÉCICOS 
1 - DERMATOFILOSE (QUEIMADURA DE 
CHUVA) 
Dermatite superficial causada por uma bactéria 
gram-positiva, não resistente a ácidos, ramificante 
e filamentosa, denominada Actinomiceto 
(Dermatophilus congolensis). É a afecção mais 
comum de equinos criados à pasto (soltos). É uma 
doença que independe de idade, sexo ou raça. A 
bactéria é normalmente encontrada na pele dos 
quinos, mas se encontra latente até condições de 
proliferação. 
Esta doença normalmente desaparece em clima 
seco, devendo-se evitar o contato de animais livres 
de infecção com fômites. O desenvolvimento da 
lesão depende da umidade crônica do animal/lugar 
e de ferimentos na pele. O histórico é baseado se 
o animal é exposto à chuvas constantes, possui 
lesões crostosas de pele, acometendo apenas 
animais de pasto ou estabulados, mas que são 
banhados frequentemente. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Emaranhados de pelo crostosos e 
úmidos (lesão em forma de pincel) 
principalmente em região de dorso e 
garupa. São lesões facilmente arrancáveis. 
• Sob os pelos soltos a pele encontra-se 
úmida, amarelada e exsudativa 
DIAGNÓSTICO 
Raspado de pele e crostas para coloração de 
Gram. É comum encontrar sinais da presença 
bacteriana pelo achado de cocos ou filamentos 
bacterianos. 
TRATAMENTO 
• Higienização da pele e retirada das crostas 
• Banhos anti-sépticos: Peróxido de 
benzoíla 
• Diminuir a umidade do local 
• ANTBs em casos graves 
 
 
 
 
2 - DERMATOFITOSE (TINHA) 
Doença fúngica causada pelo Tricophyton 
mentagrophytes, T. verrucosum, M. gypseum e 
raramente pelo Microsporum canis, que são 
considerados microrganismos queratolíticos, não 
invasivos, não sobrevivendo às intensas reações 
inflamatórias do hospedeiro, sendo consideradas 
por isto, doenças auto-limitantes. 
A transmissão ocorre por contato direto de animal 
a animal, ou indiretamente através de fômites 
contaminados, como: instrumentos de tratamento 
do exterior dos animais, esporas, estabulação, 
cercas, comedouros, cama, os arreios, as 
raspadeiras e os cobertores. Os esporos podem 
viver sobre a pele sem causar lesões, e este tipo 
de “animais portadores” pode agir como importante 
fonte de infecção. É uma doença zoonótica. 
Fatores como: má nutrição, superpopulação de 
animais, idade (jovens e idosos) e situações 
estressantes podem ser predisponentes à 
infecção. 
O período de incubação pode ser de várias 
semanas, sendo que os esporos podem 
permanecer na pele incapazes de causar a 
doença, até que tenham as condições adequadas. 
No histórico é comum o relato de queda de pelos, 
formando zonas circulares. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Alopecia circular 
• Engrossamento da pele 
• Pápulas 
DIAGNÓSTICO 
• Raspado de pele para exame direto via 
microscópio ou cultura fúngica 
TRATAMENTO 
• Shampoo anti-séptico: Peróxido de 
benzoíla ou Clorexidina) 
• Soluções à base de iodo fraco: Iodine®, 
Povidine® e Biocid®

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