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CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EQUINOS São animais mamíferos, portanto apresentam pelos, glândulas sudoríparas para termorregulação eficiente, glândulas mamárias e sistema nervoso bem desenvolvido. Pertence à ordem dos PERISSODÁCTILOS (animais de casco com um número ímpar de dedos). As fêmeas são chamadas de ÉGUA, o macho não-castrado de GARANHÃO, os machos castrados de CAPÃO e o filhote de POTRO. MEDICINA PREVENTIVA É a idealização de programas profiláticos das doenças, que conjuntamente com as práticas de bom manejo resultam em vários benefícios na criação equina visando a redução de animais doentes. 2.1 - MANEJO É essencial baias adequadas (tamanho apropriado para o animal e forrada com maravalha, devendo ser trocada 1x por semana) e arejadas, limpeza eficiente, controle de ectoparasitas, alimentação balanceada (deve ser alimentado com até 1-3% do seu PV, a proporção é de 6:4 de volumoso e concentrado, com água fresca e sal mineral à vontade), isolamento de animais doentes e recém chegados (até 7 dias) e atenção ao trânsito de animais. 2.2 - VACINAÇÃO Fator essencial para um bom programa preventivo de doenças é a realização da vacinação contra as doenças infecciosas. Reduz a morbidade e mortalidade na maioria dos planteis equinos. As vacinas podem ser encontradas isoladamente para aplicação ou até de forma associada (triplíce: tétano, encefalomielite e influenza). A escolha da vacina depende da situação do animal. POTROS devem ser vacinados quando não mais tiverem a imunidade passiva (adquirida via colostral) atuante e já forem imunicompetentes, portanto a partir dos 3 ou 4 meses de idade. Normalmente, para facilitar o manejo do planteis, costuma-se vacinar junto à data de desmama, ou seja, por volta dos 5 ou 6 meses de idade. A REVACINAÇÃO deve ser sempre realizada um mês após a primo vacinação em todos os potros, que após este período entram no mesmo programa do restante do plantel. Um fato importante é quando se realiza a INTRODUÇÃO DE UM NOVO ANIMAL na criação, ou mesmo quando da aquisição de um equino que não tenha histórico prévio de vacinações, neste caso, recomenda-se a vacinação de todas as afecções supracitadas e também a revacinação um mês após a primeira vacinação, mesmo sendo o animal um adulto. VACINAS OBRIGATÓRIAS: TÉTANO Doença causada pela neurotoxina tetânica, produzida pelo Clostridium tetani, sendo muito difícil, se não quase impossível, o tratamento de animais doentes, resultando em morte na maioria dos casos. É necessário vacinas os animais anualmente. A imunização é garantida por até 5 ou mais anos. ENCEFALOMIELITE Doença transmitida por insetos hematófagos dos depósitos naturais como aves e animais silvestres para o cavalo, causada por três tipos de vírus: leste, oeste e Venezuelana (esta última pode ser transmitida entre cavalos, através dos insetos hematófagos, mas ainda não foi relatada no Brasil). É considerada uma zoonose, portanto pode ser transmitida aos humanos também. Quando ataca os cavalos tem o potencial de levar a óbito acima de 90% dos casos. A vacinação deve ser aplicada anualmente. CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS I EQUINOS INFLUEZA doença altamente contagiosa do trato respiratório equino. A maior dificuldade é a inabilidade das vacinas atuais de conferirem imunidade por um longo período. Os animais com alto risco de exposição ao agente devem ser vacinados semestralmente ou a cada quatro meses. Como regra internacional, os animais aglomerados em hípicas ou hipódromos devem ser vacinados semestralmente. RAIVA mesmo que não seja uma enfermidade comum nos cavalos, pode aparecer em regiões endêmicas, sendo fatal, além de ser uma zoonose, mesmo que não haja descrição da transmissão cavalo-homem. Todos os cavalos devem ser vacinados anualmente. O Ministério da Agricultura brasileiro requer a vacinação semestral em regiões com alta incidência de casos. HERPES VÍRUS EQUINO maior causador de abortamento nas éguas, além de afecções respiratórios em potros e cavalos adultos. As éguas devem ser vacinadas no 5º, 7º e 9 º mês de gestação, mas já existem vacinas indicadas para uma única dose durante a gestação. No restante dos animais do plantel, assim como a vacina da Influenza, deve ser administrada semestralmente, pois assim diminui a incidência de casos. 2.3 - VERMIFUGAÇÃO Torna-se fundamental a vermifugação periódica, nos equinos, devido aos seus hábitos alimentares, sendo herbívoros por natureza e, portanto, mais susceptíveis aos parasitas intestinais e suas reinfestações, pois normalmente se alimenta em pastagens bastante contaminadas por ele próprio ou por outros animais do grupo. Muitas espécies de parasitas intestinais podem acometer os cavalos, sendo os vermes nematóides (vermes redondos) os mais importantes, mas alguns vermes cestoides (chatos) além de larvas de determinados grupos de moscas podem trazer muitos problemas como cólicas, hiporexia, queda de rendimento, anemia, diarréias, deficiência de crescimento, aneurisma verminótico, etc. Para escolha de um vermífugo deve-se considerar as características individuais como: idade, estado nutricional, grau de exposição aos parasitas, assim como características ambientais como o clima, além da eficácia do produto e da estratégia de controle. Um fato que não pode deixar de ser citado na realidade nacional é a escolha do princípio ativo de acordo com o preço proposto no mercado, o que pode prejudicar a realização de um bom programa. PROGRAMA DE VERMIFIGUÇÃO: A idealização de um bom programa deveria levar em conta o nível de parasitose dos cavalos, sendo aplicado vermífugo apenas naqueles animais com significante número de ovos nas fezes. O diagnóstico do grau de infestação dos animais é feito pela contagem de ovos por grama de fezes (OPG). Considera-se um nível aceitável de ovos nas fezes um total de 300 a 400 OPG, já que a vermifugação dos animais com estes níveis é efetiva para o tratamento individual e também para minimizar a contaminação das pastagens. • Potros: é importante agrupar os potros jovens desde o primeiro mês de vida no controle parasitário. É necessária a repetição do produto a cada mês até a desmama, já que animais jovens tendem a praticar naturalmente a coprofagia • Animais adultos: vermifugação com intervalos de 60-90 dias regularmente, na dependência da composição do produto, pode ser bastante eficaz Vermífugos: Contra nematoides: São medicamentos do grupo das Lactonas. Atuam interrompendo a transição neural do verme, causando paralisia e morte • Moxidectin – gel oral – 0,4mg/kg – cada 90 dias • Ivermectina – pasta oral – 0,2mg/kg – cada 60 dias Contra cestoides: São medicamentos do grupos das Pirimidinas. Causam a depleção de absorção dos vermes. • Palmoato de Pirantel – pasta oral - 6,6mg/kg – pelo menos duas vezes ao ano, principalmente nos animais jovens • Praziquantel – pasta oral – 2,5mg/kg – normalmente associado à Ivermectina. Associado a aplicação de vermífugo em todos os animais do plantel deve-se realizar o rodízio de pastagens, além de limpeza adequada das baias, destino adequado do material recolhido das baias em esterqueiras, e se possível, recolher regularmente as fezes dos piquetes. NEONATOLOGIA CUIDADOS BÁSICOS COM O NEONATO: NASCIMENTO O parto das éguas ocorre preferencialmente durante a madrugada, o que dificulta o acompanhamento e “facilita” a proteção do neonato, evitando assim qualquer perturbação. O início do parto é marcado geralmente por uma queda de temperatura corpórea da égua. Após o nascimento os potros passam por várias alterações fisiológicas adaptando-se a vida extra- uterina. Quando o feto ultrapassa a pelveda mãe, ocorre a dilatação do pulmão seguida da aspiração do ar para dentro das vias aéreas, o diafragma se contrai e se forma a pressão intra-torácica negativa. Alguns fatores estimulam a respiração: ausência de imersão, estímulos da mãe (lamber), frio, luz, diminuição da pressão de O2 e aumento de CO2. Parâmetros: • FC: 60-80 bpm • FR: 30-60 mpm • TC: 38.5 - 39.5°C Os potros normais devem ficar em pé (decúbito esternal) em até 2h. Seu sistema nervoso periférico já é desenvolvido pois as bainhas de mielina dos neurônios já estão mielinizadas. O reflexo de sucção é imediato. Apgar: • 0-4 (alto risco) • 5-7 (médio risco) • 8-10 (normal) INGESTÃO DE COLOSTRO Fundamental para transferência passiva de imunoglobulinas da égua para o potro, já que a placenta das éguas é do tipo epiteliocorial, impedindo a transferência de anticorpos durante a gestação, além de vários outros nutrientes essenciais ao desenvolvimento do neonato. O IgG é absorvido seletivamente por células epiteliais especializadas no intestino delgado dos neonatos, principalmente nas primeiras 24 horas, já que a partir deste período estas células são substituídas resultando na perda da capacidade de absorção de imunoglobulinas. A égua também após o primeiro dia de lactação começa a substituir a produção de colostro por leite para o restante da fase de lactação. Agalaxia, a morte da égua, inabilidade de mamar, dificuldade em ficar em estação são um dos fatores que podem suprimir o potro jovem da ingestão do colostro. O ideal é a formação de um banco de colostro, ordenhando-se cerca de 250ml em éguas recém-paridas e posterior congelamento para conservação, podendo ser utilizado para os potros que não tiveram a possibilidade de ingerir o colostro da própria mãe, após descongelamento em banho maria a 37ºC. CAUTERIZAR O COTO UMBILICAL É fundamental que nas primeiras horas após o nascimento, se realize a cauterização química do coto umbilical, a fim de se prevenir a entrada de patógenos e possíveis infecções (locais = onfaloflebite e generalizadas = septicemia). A cauterização é feita com solução de iodo fraco (3-10%) e spray repelente e cicatrizante, até o umbigo ressecar totalmente e cicatrizar. A queda do coto após a cicatrização demora de 7-10 dias. Não é necessário o corte ou amarra do cordão umbilical (5cm de comprimento é o ideal após o parto). CERTIFICAR QUE O NEONATO DEFECOU O MECÔNIO As primeiras fezes são formadas ainda na vida intrauterina: restos celulares de descamação do trato gastrointestinal ainda em formação, líquido amniótico (que é deglutido pelo feto) e secreção lipídica e biliar do próprio fígado. Logo após o nascimento, é natural que o neonato evacue o mecônio pelo estímulo de ficar em estação, caminhar atrás da mãe e por ingerir o colostro que também tem propriedades laxativas. A retenção do mecônio é marcada por dispnéia. A retenção é nociva ao organismo do neonato já que pode resultar numa obstrução intestinal e um sério problema digestório, que pode até levar a óbito. O neonato quando apresenta dificuldades ao defecar, geralmente, apresenta: cauda em bandeira e contrações abdominais frequentes. O tratamento é feito por medicações à base de óleos minerais ou vegetais: Fleet enema ® 3.1 - PRINCIPAIS AFECÇÕES SISTÊMICAS SEPTICEMIA Causa a morte da maioria dos neonatos nas primeiras semanas (7 dias) de vida. É uma doença sistêmica causada pela disseminação hematógena de microrganismos ou dos subprodutos pelo organismo do neonato. A demonstração clínica pode ser variável por tratar- se de uma doença multifatorial que envolve vários sistemas orgânicos. Normalmente essa afecção ocorre como resultado de uma pré-infecção in utero ou ainda pós-parto por inoculação oral, respiratória ou umbilical, podendo transformar-se de uma infecção generalizada para localizada, atingindo principalmente os pulmões (pneumonia) ou articulações (artrites). Principais agentes: • Actinobacillus equuli • Escherichia coli • Streptococcus sp • Klebsiella sp HISTÓRICO Abortamento ou morte de outros potros pode ser relatado, assim como superpopulação e más condições de higiene, além de apatia e diminuição das mamadas no próprio neonato. Prematuridade neonatal (nascimento em idade gestacional menor de 320 dias), não ingestão do colostro ou mesmo falta de cuidados com o coto umbilical. SINTOMAS Sintomas comportamentais: letargia, depressão, diminuição nas mamadas e decúbito. DIAGNÓSTICO: PARÂMETROS ANORMAIS Febre, taquicardia, taquipneia e alterações nos sons pulmonares, diarreia, desidratação, hiporexia e apatia EXAMES LABORATORIAIS • Leucócitos > 12000/ul • Proteínas Totais > 500 mg/dl • Fibrinogênio > 500 mg/dl • Glicemia < 90 mg/dl • Quando em acometimento pulmonar: lavado traqueal para coleta de material bacteriológico e citológico TRATAMENTO • Tratamento sintomático • Antibiótico: Ceftiofur (5-10mg/kg, IM – SID) • Fluidoterapia • Alimentação parenteral • Administração de plasma hiperimune • Equilíbrio térmico (quando em febre, Dipirona - 22mg/kg) ISOERITRÓLISE NEONATAL Acomete de 1-2% dos neonatos. É a incompatibilidade sanguínea da égua com o do potro, levando a uma reação de hipersensibilidade tipo II. Doença caracterizada pela alteração na imunização materno-fetal, ligada ao fator Rh. É uma síndrome que ocorre nos potros recém- nascidos por incompatibilidade sanguínea entre o potro e a égua. A doença se dá por incompatibilidade do fator Rh da mãe e do feto nos casos em que fêmeas Rh- gestam filhos Rh+ . É mediada a partir dos anticorpos maternos, que são transferidos via colostro, e que respondem contra os eritrócitos do potro. Os potros neonatos nascem assintomáticos e após a primeira mamada em cerca de 12 a 72 horas apresentam depressão, fraqueza e diminuição dos reflexos de sucção ou mamada e deglutição. HISTÓRICO Apatia logo após o parto e icterícia nas primeiras horas ou dias após o nascimento. SINTOMAS • Mucosas pálidas ou ictéricas • Apatia, fraqueza, hiporexia, taquicardia e taquipneia • Hemoglobinúria TRATAMENTO • Cessar a ingestão do colostro materno pelo potro por 48h e iniciar a dieta láctea na quantidade correspondente a 10% do PV a cada 2h • Transfusão sanguínea • Fluidoterapia para corrigir a desidratação • Antibióticoterapia 3.2 - PRINCIPAIS AFECÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO PNEUMONIA POR RHODOCOCCUS EQUI É a causa mais comum de afecção pulmonar grave nos potros. A infecção ocorre nas primeiras semanas de vida, mas não apresenta sinais clínicos graves até cerca de 2 a 4 meses de idade. Este microrganismo é um contaminante do solo e muitas vezes enzoóticos nas fazendas e haras, podendo infectar os potros jovens por via alimentar ou respiratória. É comparada à tuberculose por formar um grande número de abcessos pulmonares caseosos (pneumonia granulomatosa) o que dificulta o tratamento pela inabilidade da maioria dos antibióticos penetrarem estas formações de parede lipídicas. HISTÓRICO Potros com idade de 1 a 4 meses com sinais de doença respiratória ou diarréia e óbito de potros por rhodococcus em anos anteriores. Uma das primeiras reclamações pode ser a apatia e a “ronqueira” respiratória devido ao acúmulo de secreção traqueal. SINTOMAS • Os potros apresentam um estado geral bom no início da doença • Tosse improdutiva e dispneia • Apatia, hiporexia e febre DIAGNÓSTICO: • Tosse improdutiva, assim como dispneia e reflexo de tosse positiva • Auscultação pulmonar: estertoração (sibilante) em toda a área pulmonar e laringo-tranqueal além de ruído úmido pela presença de secreções na traquéia • Lavado traqueal para cultura e antibiograma • RX e US EXAMES LABORATORIAIS • Leucócitos >15.000 cel/mm³ • Fibrinogênio > 1000 mg/dl TRATAMENTO • Antibióticos: Rifampicina e Eritromicina (5mg/kg e 25 mg/kg - VO, TID) ou Rifampicina e Azitromicina (10mg/kg, VO, SID por 5 dias e depois em dias alternados) • AINES • Tratamento suporte PREVENÇÃO • Plasma hiperimune em regiões endêmicas • Vacinação de éguas no final da gestação • Melhoras as condições sanitárias, assim como evitar a superpolução e empoeiramento 3.3 - PRINCIPAIS AFECÇÕES DO SISTEMA DISGESTÓRIO SÍNDROME CÓLICA A síndrome cólica é uma série de sintomas inespecíficos que podem ser por: retenção de mecônio, uroperitônio, úlcera gastrointestinal, obstrução instestinal com estrangulamento vascular, compactação por corpos estranhos e ascarídeos, defeitos congênitos do TGI, AINEs que resultam em estresse, dor abdominal e sialorreia. DIARRÉIA Afecção muito comum nos potros e muitas vezes autolimitante. É causada por diferentes agentes parasitários: • Vermes: Strongyloides westeri • Bactérias: Salmonella, Escherichia coli e Clostridium perfringes • Vírus: Rotavírus e Coronavírus HISTÓRICO Fezes amolecidas e queda de apetite, diminuindo as mamadas. Normalmente em propriedade com manejo sanitário ruim ou mesmo superpopulação de animais. SINTOMAS • Diarréia fétida ou não, apresentando fezes de cores alteradas e muito liquidas • Glúteos sem pelos e avermelhados • Apatia, alterações de temperatura corpórea, desidratação, taquicardia, taquipnéia DIAGNÓSTICO: É importante diferenciar se é uma doença localizada (apenas diarreia) ou generalizada (septicemia). EXAMES LABORATORIAIS • Hemograma para acompanhamento • Coprocultura bacteriológica • Coproparasitológico TRATAMENTO • Fluidoterapia para reidratação • Manutenção da ingestão de leite • Antibiótico após a confirmação de infecção bacteriana • Agentes adsorventes e protetores de mucosa: Saliciato de Bismuto, Caulim, Pectina e Carvão Ativado • Probióticos 3.4 - PRINCIPAIS AFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO SÍNDROME DA ASFIXIA NEONATAL (PERINATAL) É a asfixia ou hipóxia cerebral dos neonatos. Ocorre geralmente em neonatos envolvidos em partos distócicos e demorados (também ocorre em partos normais), com aspiração de líquido placentário, anemia materna, de anormalidades e insuficiências placentárias e aspiração de mecônio. Todos estes fatores culminam em diminuição ou inibição da oxigenação do sistema nervoso central, hemorragia, edema e necrose tecidual. HISTÓRICO Potro moribundo e sem reflexos após o nascimento, além de distocia em alguns casos. SINTOMAS E DIAGNÓSTICO Amplamente variável na dependência do grau das lesões nervosas. • Apatia • Decúbito, hipotonia e dispneia • Rigidez espásticas dos membros, tremores, perturbação nervosa e até convulsões • Perda da relação com a mãe TRATAMENTO • UTI para manutenção das funções vitais • Fluidoterapia, oxigenioterapia e termoterapia • AINE: DMSO (Dimetilsulfóxido) de 0.5- 1g/kg a 10% em solução de glicose IV • Antibióticos de amplo espectro SISTEMA CARDIOVASCULAR As doenças cardiovasculares são raras em equinos. O equino possui uma excelente reserva cardíaca, em repouso a sua FC é de 30-40 bpm e, em atividade física pode chegar à máxima de 240 bpm sem perder o DC e sem qualquer prejuízo à saúde. Por essa reserva cardíaca, as manifestações clínicas das doenças cardíacas são geralmente diagnosticadas cronicamente. A esteira é um instrumento utilizado como meio de diagnóstico em doenças cardíacas em equinos. É comum o aparecimento de doenças no sistema circulatório secundárias à doenças cardíacas, podendo ser localizadas ou generalizadas. Esses sintomas são de manifestações clínicas mais facilmente diagnosticadas. ANAMENESE/HISTÓRICO CLÍNICO: Queixa principal, sobre o manejo e as instalações, contato com ectoparasitas, vermifugação, vacinação, doenças prévias, tratamentos prévios e sangramentos (ex: Epixtase, é um sangramento que cessa) e hemorragias (sangramento que não cessa ou demora para cessar). EXAME FÍSICO • Inspeção: mucosas (pálidas, congestas, ictéricas ou cianóticas) e de possíveis edemas • Palpação: pulso, temperatura local e de edema • Auscultação cardíaca: auscultar no lado esquerdo as válvulas, pulmonares (3°EIC), aórtica (4°EIC) e mitral (5°EIC) – PAM. E no lado direito, válvula tricúspide no 3° EIC. EXAMES COMPLEMENTARES • Hemograma e proteínas totais • ECG e ECO DOENÇAS VACULARES GENERALIZADAS EDEMA DE MEMBROS POR CONFINAMENTO Doença causada pelo pouco movimento dos equinos que permanecem por longos períodos confinados em baias, acarretando edemas nos membros. No histórico desses animais, é relatado a sua longa permanência em baias, gerando o edema dos membros, mas que melhoram logo após o trabalho. É mais comum em animais atletas. MANIFESTAÇÕES CÍNICAS • Edema distal dos membros, normalmente nos posteriores ou nos quatro membros locomotores. Godet (+): forma-se uma depressão que não se desfaz após a descompressão ou demora. • A região do edema se encontra fria e sem dor TRATAMENTO • Pomadas frias de: mentol, cânfora ou DMSO. Elas estimulam a drenagem linfática e inibem a perda de líquidos ao interstício. • Água vegeto-mineral • Duchas frias • Ligas de descanso como prevenção (causa uma pequena compressão nos membros) no período da noite PÚRPURA HEMORRÁGICA Reação de hipersensibilidade frente a antígeno- anticorpo que acomete a parede de vasos sanguíneos pela infecção prévia de bactérias ou vírus. Gera vasculite. Streptococcus equi, arterite viral, influenza e pneumonias por Rhodococcus. O histórico é geralmente de surtos há 2-4 semanas de animais infectados por garrotilho (Streptoccus equi) ou por Rhodococcus equi. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Lesões hemorrágicas de pele e mucosas (principalmente nas regiões distais dos membros e abdômen ventral) • Eritema e edema quente • Dor e febre • Taquicardia e taquipneia • Apatia • Hiporexia TRATAMENTO • ANTB quando infecção por Garrotilho: Penicilina (40.000 UI/Kg/IM/BID) • AIE: Dexametasona (0.06-0.2 mg/Kg) • Tratamento suporte BABESIA EQUINA (PIROPLASMOSE) É uma doença transmitida através das picada do carrapato (Boophilus microplus, Anocenter nitens e Amblyomma cajennense) causada por protozoários hemoparasitas distintos: Babesia equi (Theileira equi) e a Babesia coballi. Os equinos podem ser infectados simultaneamente pelos dois agentes. É raro, mas possível, a sua transmissão via transplacentária pela Babesia equi. É uma doença de carácter endêmico. O histórico é geralmente pela redução do desempenho do animal, apatia, anorexia, inchaço dos membros e edema prepucial nos machos. Os equinos ainda podem ser portadores assintomáticos. É uma infecção oportunista que se manifesta em condições de estresse MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Febre (apresenta picos, principalmente no final da tarde) • Mucosas ictéricas • Membros ou baixo ventre com edema • Hiporexia DIAGNÓSTICO Forma rápida e direta através de esfregaço sanguíneo para observação dos protozoários. Provas sorológicas como a Fixação de Complemento e ELISA também podem ser usados. No hemograma pode ser observado anemia pela destruição das hemácia (diminuição da hemoglobina e do hematócrito) TRATAMENTO • Antiprotozoário: Dipropionato de Imidocarb (4.0 mg/Kg/ IM, dividir em 2 aplicações por 3 dias). A posologia depende do tipo de Babesia ou do grau de parasitismo. Cuidado com efeitos colinérgicos, como sialorreia, cólica e espasmódicas. • Butilbrometo de Escopolamina (Buscopan®):usado para dores abdominais (0.3 mg/Kg). • Tratamento suporte: fluidoterapia e protetores hepáticos • Anemia grave: transfusão sanguínea DOENÇAS VACULARES LOCALIZADAS TROMBOFLEBITE É uma afecção adquirida, normalmente por processos iatrogênicos como cateterismo ou venopunção repetitiva por agulha causando inflamação e trombose de vasos, mais frequentemente a veia jugular. No histórico do animal ocorre a utilização repetitiva de uma mesma veia para a aplicação de medicamentos ou administrações de fármacos irritantes. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Tumefação do vaso acometido • Calor e dor dos tecidos perivasculares • Oclusão da veia por trombose • Edema na região da veia acometida EXAMES COMPLEMENTARES • Hemograma: hiperfibrinogenemia e leucocitose neutrofílica • US (confirmação para trombose) TRATAMENTO • Compressas quentes no local acometido • Pomada anti-inflamatória: DMSO • Pomadas descongestionantes: Reparil® ou Gelopen® • Pomadas à base de heparina: Trombofob® • Enfermagem adequada SISTEMA RESPIRATÓRIO VIAS AÉREAS ANTERIORES: 1 - SINUSITE É o acúmulo de exsudato dentro das cavidades sinusais que ocorre geralmente como resultado de infecções bacterianas, virais, fúngicas ou até de problemas dentários primário ou secundário. A cavidade nasal nos equinos é formada pelas (conchais dorsais, médios e ventrais; maxilares; frontais e esfenopalatinos), mas a maioria das afecções clinicamente importantes envolve os seios maxilares e frontais. A sinusite secundária é geralmente causada por problemas odontológicos (dentes fraturados, infundíbulos pérvios e periostite alveolar) pela íntima associação entre o seio maxilar e as raízes dos dentes. 4° PM e 1-2° M. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Descarga nasal unilateral e crônica que pode aumentar com o exercício e de odor fétido • Pode haver febre • Hiporexia • Cefaleia (abaixar a cabeça causa dor por aumento da circulação) • Alteração do contorno facial • Dor à percussão ou com maciço do seio acometido DIAGNÓSTICO • RX dos seios paranasais (bolsa com acúmulo de substâncias) e dos dentes (quando lesados sofrem reabsorção óssea) • Endoscopia TRATAMENTO • ANTB sistêmico: Sulfa + Trimetropim (20-30 mg/Kg/VO/BID) • AINE: Cetoprofeno (2.2 mg/Kg/SID/IM/IV) • Lavagens locais via sonda ou endoscópio • Cirurgia em casos mais graves 2 - GARROTILHO (ADENITE EQUINA) Doença bacteriana causada pelo Streptococcus equi, é uma subespécie equina da bactéria β- hemolítica gram (+). Essa bactéria atinge o trato respiratório anterior de equinos, acometendo animais de todas as idades, embora com maior prevalência nos potros ou < 5 anos de idade. É uma doença endêmica, de alta morbidade e baixa mortalidade. Normalmente o agente é inalado ou ingerido em secreções muco-purulentas ou por fômites contaminados de animais doentes, podendo incubar-se por até uma semana. O nome garrotilho faz referência ao sufocamento. Os animais acometidos por esta doença e não tratados parecem estar sendo estrangulados por garrote devido ao aumento dos linfonodos retrofaríngeos e submandibulares que obstruem a faringe. O histórico é baseado no acometimento de um grande número de animais jovens do plantel que apresentam depressão, inapetência, descarga nasal e muitas vezes inchaço da região submandibular, que pode ser a primeira citação dos proprietários. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Descarga nasal mucosa ou muco-purulenta • Apatia e febre • Tosse e disfagia • Linfoadenopatia dos linfonodos submandibulares ou retrofaríngeos (firmes e doloridos) • Pode haver ruptura dos linfonodos (abscedação) DIAGNÓSTICO • Cultura das secreções TRATAMENTO • ANTB: Penicilina (20.000-40.000 UI/Kg/BIDIM) • AINE • Antipiréticos: Dipirona (22 mg/Kg/IV/IM) • Se houver abscedação dos linfonodos utilizar curativos locais 3 - GRIPE EQUINA Doença causada por diferentes tipos virais, mas principalmente os vírus da influenza equina (Aequi 1 e 2) e o herpes vírus tipos 1 e 4. A Influenza equina acomete mais comumente equinos de 2 a 3 anos de idade, sendo o período de incubação de 1 a 3 dias e a contaminação por contato direto, aerosol e fômites. Já o Herpes vírus pode apresentar-se sob duas formas, sendo o tipo 1 também relacionado a afecções como abortamento, mieloencefalite e morte neonatal; mas relacionado à enfermidades respiratórias estão os dois tipos, acometendo preferencialmente potros e animais até 1 ano de idade que se contaminam da mesma forma que na influenza equina. O histórico é baseado na inapetência, depressão, além de tosse são os sinais mais comumente relatados. Em animais atletas pode haver o relato de queda de rendimento, assim como planteis de criação pode-se ter o histórico de abortamento. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Perda de rendimento • Apatia e febre • Corrimento nasal mucoso • Tosse seca e profunda • Epífora e ceratoconjuntivite • Mialgias TRATAMENTO • Inibir o estresse • Manter hidratação e estado nutricional • Repouso • AINE: Fenilbutazona (4,4 mg/Kg/BID/VO por 5 dias) • Antipiréticos: Dipirona (22 mg/Kg/IV/IM) • Prevenção: vacinação. Realizar programas para animais atletas ou alojados em vilas hípicas 1x por semestre. VIAS AÉREAS POSTERIORES: 1 - DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA Também chamado de obstrução recorrente das vias aéreas (ORVA/ORA). A doença não tem predileção por sexo, contudo afeta cavalos acima de 8 anos de idade e as raças mais acometidas são Quarto de Milha e Apaloosa. A obstrução é decorrente da inflamação da vias aéreas, resultante da inalação de partículas de poeira, oriundas principalmente do feno e da cama das baias. Ocorre uma reação de hipersensibilidade (I e III) específica a antígenos presentes na poeira, por isso, o confinamento dos animais em baias associado ao estresse de treinamentos ou transporte precipitam o aparecimento da doença ou diminuem o intervalo entre as crises. Animais à pasto não possuem essa doença. Existem fatores predisponentes como infecções virais, fungos (Aspergillus fumigatus), infecções por vermes pulmonares e fatores genéticos. A afecção se caracteriza por períodos de obstrução da vias aéreas (principalmente dos brônquios) por contração do músculo liso e acúmulo de secreção mucosa, fragmentos celulares e exsudato. O histórico é baseado principalmente nos períodos matutinos e noturnos, intolerância ao exercício e apatia. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Dispnéia com esforço respiratório • Reflexo da tosse muito positivo • Tosse associada ao exercício e alimentação • Intolerância ao exercício • Auscultação pulmonar (forçada) com presença de sibilos DIAGNÓSTICO • Endoscopia para colheira do material exsudato abundante na traqueia que condiz com reações inflamatórias TRATAMENTO • Broncodilatadores: Clambuterol (0.8 ug/Kg/VO/BID) • AIE em crises: Predinisolona (2mg/Kg/SID) • Alterações no manejo (reduzir poeira, melhorar a limpeza e molhar feno e ração) DERMATOLOGIA PELE Faz parte do sistema tegumentar e é o maior órgãos do corpo, sendo assim, é o órgãos de maior exposição e sujeito a diferentes tipos de agressões. A pela é responsável pela proteção, caracterização fenotípica, identificação, produção de anexos (crina, crista, unha, casco, chifre e corno etc.), termorregulação, secreção por glândulas sudoríparas e sebáceas, produção de vitamina D e sistema sensorial. ESTRUTURAS: EPIDERME A epiderme é uma camada com profundidade diferente conforme a região do corpo. Zonas sujeitas a maior atrito. A principal célula é o queratinócito que produz queratina (proteína resistente e impermeávelresponsável pela proteção), existe também os melanócitos (produtores de melanina, um pigmento castanho que absorve os raios UV). A epiderme não possui vasos sanguíneos, porque se nela houvesse vasos ficaria mais sujeita a ser "penetrada" por microrganismos. Os nutrientes e oxigénio chegam à epiderme por difusão a partir de vasos sanguíneos da derme. DERME A derme é um tecido conjuntivo que sustenta a epiderme. É constituído por elementos fibrilares, como o colágeno e a elastina e outros elementos da matriz extracelular, como proteínas estruturais, glicosaminoglicanos, íons e água de solvatação. Os fibroblastos são as células envolvidas com a produção dos componentes da matriz extracelular. É na derme que se localizam os vasos sanguíneos que nutrem a epiderme, vasos linfáticos, nervos e os órgãos sensoriais a eles associados. HIPODERME A hipoderme, já não faz parte da pele. É constituída por tecido adiposo que protege contra o frio. É um tecido conjuntivo frouxo ou adiposo que faz conexão entre a derme e a fáscia muscular e a camada de tecido adiposo é variável. Funções: reservatório energético; isolante térmico; modela superfície corporal; absorção de choque e fixação dos órgãos. EXAME DA PELE HISTÓRIA CLÍNICA Raça, idade, sexo, utilização do animal, tipo de criação, manejo dos animais, materiais e instalações, além das condições e a queixa principal. EXAME FÍSICO Além do exame físico completo, buscar detalhadamente sintomas alterados no sistema tegumentar, não só localmente em relação às alterações principais, mas em todo o corpo do animal. O exame é basicamente pela inspeção e palpação. Avaliar local e tamanho das lesões, além da presença ou não de secreção. EXAMES COMPLEMENTARES Raspado da pele para exame direto ou cultura para bactérias e fungos, além de biópsia para histopatológico. Para neoplasias usa-se PAAF para avaliação citológica. https://pt.wikipedia.org/wiki/Corpo https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_ultravioleta https://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A1geno https://pt.wikipedia.org/wiki/Elastina https://pt.wikipedia.org/wiki/Fibroblastos PROBLEMAS GRANULOMATOSOS 1 - TECIDO DE GRANULAÇÃO EXUBERATE É uma ferida prévia e normalmente profunda, mais comumente encontrado nos membros, principalmente nas regiões distais, devido à pouca mobilidade da pele e alta mobilidade da região resultando em contração limitada da ferida, portanto favorecendo a inibição de uma importante fase da cicatrização que é a contração da ferida. Possui aparência de “carne esponjosa”. A partir da ferida se estabelece o tecido de granulação que consiste primariamente em vasos sanguíneos neoformados, fibroblastos e produtos de fibroblastos, incluindo o colágeno fibrilar, elastina, fibronectina, proteases, glicosaminoglicanos sulfatadas e não-sulfatadas. O tecido de granulação é produzido três a quatro dias após a indução da lesão. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Ausência de prurido, irritação local ou dor • Volume exacerbado • Exuberância do tecido de granulação (não- cicatrização) • Coloração e de sangramento fácil DIAGNÓSTICO • Biópsia (diagnóstico diferencial para neoplasias e habronemose cutânea). Na biópsia deve-se encontrar grande presença de fibroblastos e vasos neoformados TRATAMENTO O objetivo do tratamento é diminuir o tecido granulomatoso exuberante a fim de permitir adequada epitelização. • Cauterização química/cirúrgica (cuidado com hemorragias) • Formol • Pomadas à base de AIEs 2 - HABRONEMOSE CUTÂNEA (FERIDA DE VERÃO) A habronemose cutânea é causada por larvas do nematóide Habronema spp. que parasita equinos. O gênero Habronema apresenta duas espécies a Habronema muscae e a Habronema majus. É uma doença sazonal (primavera-verão) de ocorrência esporádica e sem preferência de sexo, raça ou idade. É comum o histórico de uma ferida que não cicatriza, exuberante e que desenvolve-se no verão. O ciclo evolutivo do Habronema é indireto, usando como vetor a mosca doméstica (Musca domestica) e a mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans).As fêmeas do Habronema fazem a ovipostura de ovos embrionados, que são eliminados com as fezes, ou há a eclosão de larvas no intestino e são então eliminadas larvas. No meio ambiente as larvas (L1) são ingeridas por larvas da mosca doméstica que vivem no estrume. Temos então o desenvolvimento concomitante da mosca e da larva do Habronema. Cerca de duas semanas mais tarde, temos as moscas adultas com a larva infectante (L3) do Habronema. Essas moscas ao pousarem em feridas abertas na pele do equino depositam as larvas, gerando a habronemose cutânea. As larvar podem penetrar na pele intacta ou mucosas. As larvas mortas ainda são capazes de causar uma reação de hipersensibilidade na pele. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Ferida comum em membros, ventre, canto do olho, prepúcio, processo uretral ou em ferida prévia • Ulceração, exsudato e prurido DIAGNÓSTICO • Biópsia: presença de formas larvais e infiltrado eosinofílico intenso TRATAMENTO • AIE: Prednisolona (1mg/Kg/dia/7-10 dias) • Ivermectina (0.2mg/Kg/VO/10-14 dias) • Redução das lesões granulomatosas • Excisão cirúrgica (se necessário) • Cáusticos químicos e crioterapias nos locais lesionados • Controle de moscas no ambiente 3 - SARCÓIDE É o tumor não-maligno que aparece espontaneamente ou após ferida prévia, podendo ser simples ou múltiplos. O desenvolvimento do sarcóide é uma combinação de fatores como: exposição ao agente viral, traumatismo cutâneo e predisposição genética. É uma lesão de carácter granulomatosa progressiva e com histórico de recidiva após tratamento. Atinge qualquer sexo ou idade (mais comum <4 anos). Pode ocorrer em qualquer lugar do corpo, mas principalmente em cabeça, orelhas, membros e parte ventral do abdômen. É um doença facilmente confundível com infecções fúngicas subcutâneas ou profundas, habronemose cutânea, tecido de granulação exuberante e neoplasias, sendo necessário um diagnóstico preciso. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Lesões verrucosas, tem menos de 6cm de diâmetro, podendo ser séssil, placóide ou pedunculado • Lesões esponjosas (fibroblásticas) que se apresentam de forma nodular até grandes tumores com superfície alterada • Combinações mistas DIAGNÓSTICO • Biópsia: proliferação fibroblástica da derme (o que difere das verrugas) ou hiperplasia dérmica TRATAMENTO • Imunoterapia (infiltração com BCG) intralesional ou ao redor da lesão • Criocirurgia • Excisão cirúrgica (risco de recidiva) PROBLEMAS NODULARES 1 - PAPILOMATOSE (VERRUGAS) É uma neoplasia benigna de origem viral (DNA- Papilomavírus). A doença pode ser transmitida pelo contato direto, por fômites contaminados ou pertences (escovas, panos, barbeadores, tosqueadeiras, freios). Acometem com maior frequência potros, equinos jovens (< 3 anos) e animais imunodeprimidos. As regiões comumente afetadas são: narinas, boca, ao redor dos olhos, membros, orelhas (placa aural) e genitais. Os papilomas apresentam tamanhos variados, geralmente entre 0,5 cm e 20 cm, sendo únicos ou de múltiplas brotações, com coloração rosada e/ou esbranquiçada. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Na inspeção pode-se notar formações bastante características, sendo comumente múltiplas. DIAGNÓSTICO • Biópsia: proliferação epitelial sem proliferação do tecido conjuntivo TRATAMENTO • É uma doença autolimitante • Remoção cirúrgica ou cauterização química • Na orelha: glicerina iodata • Auto-vacinas e auto-hemoterapia 2 - MELANOMA Neoplasia mais característica de animais tordilhos (mas outras pelagens também podem apresentar esta neoplasia), provenientes dos melanócitos oumelanoblastos. Comum em animais tordilhos, com mais de 10 anos de idade e raças árabe, Lusitano e Percheron. Pode ter envolvimento heridtário. São tumores característicos de animais velhos, podendo ser encontrados em qualquer região do corpo, mas principalmente na região do períneo e cola da cauda. Podem ocorrer de forma solitária ou múltipla, apresentando-se sempre de forma nodular e firme. Nos casos crônicos podem ulcerar formando feridas que secretam líquido de coloração negra. Normalmente nos equinos tem características de benignidade, portanto também pode ser denominado de melanocitoma. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Lesões pequenas, firmes ou nodulares DIAGNÓSTICO Para confirmação diagnóstico pode ser realizada biópsia, mas normalmente os sinais clínicos são evidentes. TRATAMENTO • Cimetidina (2,5 mg/Kg, TID por 3 meses). É feita manutenção (1,6 mg/Kg/VO/SID) • Exerece precoce • Disquesia: adequar manejo alimentar • Imunoterapia: autovacinas ou vacinas 3 - DERMATITE POR PICADA DE INSETOS E CARRAPATOS Grande número de insetos pode causar reações cutâneas nos equinos. A picada destes insetos pode causar doença de diferentes maneiras, primariamente pela lesão direta à picada, e em segundo lugar, alguns insetos maiores podem causar a formação de erupções e nódulos doloridos ou pruriginosos, além de serem vetores da contaminação secundária por bactérias, fungos e outros parasitas da pele. A maioria destes insetos parasita regiões como membros, tórax e baixo ventre, que são regiões onde o cavalo tem dificuldade de espanta-los quando sobre o corpo (cabeça e cauda não alcançam). Mosquitos: • Culicoides (mosquitopólvora) • Tabanus (mosca do cavalo) • Stomoxys calcitrans (mosca do estábulo) • Haematobia irritans (mosca do chifre) • Abelhas e vespas Carrapatos: • Amblyomma cajanense • Anocenter nitens No histórico é comum o aparecimento de pápulas em várias partes do corpo, principalmente nas épocas quentes do ano. Alteração comportamental do cavalo mostram irritação pela dor ou coceira das picadas e consequente reação alérgica. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Presença de pápulas em várias regiões do corpo e em grande número (pela ação mecânica do agente + reação de hipersensibilidade I e IV) TRATAMENTO • AIE: Dexametasona – 0,05 A 0,1 mg/Kg • Manejo para controle dos insetos • Baias teladas e repelentes • Inseticidas PROBLEMAS NÃO-PRURIGINOSOS E ALOPÉCICOS 1 - DERMATOFILOSE (QUEIMADURA DE CHUVA) Dermatite superficial causada por uma bactéria gram-positiva, não resistente a ácidos, ramificante e filamentosa, denominada Actinomiceto (Dermatophilus congolensis). É a afecção mais comum de equinos criados à pasto (soltos). É uma doença que independe de idade, sexo ou raça. A bactéria é normalmente encontrada na pele dos quinos, mas se encontra latente até condições de proliferação. Esta doença normalmente desaparece em clima seco, devendo-se evitar o contato de animais livres de infecção com fômites. O desenvolvimento da lesão depende da umidade crônica do animal/lugar e de ferimentos na pele. O histórico é baseado se o animal é exposto à chuvas constantes, possui lesões crostosas de pele, acometendo apenas animais de pasto ou estabulados, mas que são banhados frequentemente. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Emaranhados de pelo crostosos e úmidos (lesão em forma de pincel) principalmente em região de dorso e garupa. São lesões facilmente arrancáveis. • Sob os pelos soltos a pele encontra-se úmida, amarelada e exsudativa DIAGNÓSTICO Raspado de pele e crostas para coloração de Gram. É comum encontrar sinais da presença bacteriana pelo achado de cocos ou filamentos bacterianos. TRATAMENTO • Higienização da pele e retirada das crostas • Banhos anti-sépticos: Peróxido de benzoíla • Diminuir a umidade do local • ANTBs em casos graves 2 - DERMATOFITOSE (TINHA) Doença fúngica causada pelo Tricophyton mentagrophytes, T. verrucosum, M. gypseum e raramente pelo Microsporum canis, que são considerados microrganismos queratolíticos, não invasivos, não sobrevivendo às intensas reações inflamatórias do hospedeiro, sendo consideradas por isto, doenças auto-limitantes. A transmissão ocorre por contato direto de animal a animal, ou indiretamente através de fômites contaminados, como: instrumentos de tratamento do exterior dos animais, esporas, estabulação, cercas, comedouros, cama, os arreios, as raspadeiras e os cobertores. Os esporos podem viver sobre a pele sem causar lesões, e este tipo de “animais portadores” pode agir como importante fonte de infecção. É uma doença zoonótica. Fatores como: má nutrição, superpopulação de animais, idade (jovens e idosos) e situações estressantes podem ser predisponentes à infecção. O período de incubação pode ser de várias semanas, sendo que os esporos podem permanecer na pele incapazes de causar a doença, até que tenham as condições adequadas. No histórico é comum o relato de queda de pelos, formando zonas circulares. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Alopecia circular • Engrossamento da pele • Pápulas DIAGNÓSTICO • Raspado de pele para exame direto via microscópio ou cultura fúngica TRATAMENTO • Shampoo anti-séptico: Peróxido de benzoíla ou Clorexidina) • Soluções à base de iodo fraco: Iodine®, Povidine® e Biocid®
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