Buscar

Direito Civil I – Revisão 1ª prova

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Civil I – Revisão 1ª prova
Prescrição e Decadência
Origem da prescrição
A prescrição tem origem no Direito Romano e está ligada à ideia de ação (actio), que era muito importante para os romanos. Eles não conheciam o direito subjetivo (possibilidade de pretender algo de forma garantida pelo ordenamento jurídico). As ações estavam previstas em lei (Período das Legis Actiones). Haviam muitos interesses e não haviam leis suficientes para garantir esses interesses. O pretor criava as ações por meio de fórmulas e colocava o tempo, o prazo. Se passava esse prazo, o titular perdia o direito a ação.
Objetivo
A prescrição visa a segurança jurídica.
Reformulação
A prescrição sofreu uma reformulação pelos processualistas modernos, que estudaram a fundo o direito de ação. É um direito subjetivo público autônomo ao direito subjetivo que se pretende ser tutelado.
Autônomo pois, por exemplo, os direitos da personalidade são imprescritíveis, mas o direito à indenização pela violação ao meu direito de honra (se ela for lesada) tem prazo para prescrever. Passado esse prazo, permanecerei com o meu direito à honra intacto, mas o direito à indenização estará prescrito, mas não extingue o direito de ação. Poderei agir, mas posso ser impedido pelo devedor. Por isso, autônomos.
Direito da tutela jurisdicional
Houve um tempo que a justiça era privada (lei de talião, olho por olho, dente por dente). Nesse tempo, haviam muitas injustiças, necessitando que o Estado se fortalecesse para exercer a função de intervir. Então, o Estado se fortaleceu, e pôs fim aos conflitos dizendo do direito (“juris dição”), acabando com a justiça privada (exceto no caso de legítima defesa, até hoje). O Estado deu o direito de invocar o direito da tutela jurisdicional, isto é, o direito de ação. A prescrição não extingue o direito de ação (ele é autônomo).
Teorias
Existem 3 teorias sobre o conceito de prescrição:
1ª teoria – a prescrição é a perda da pretensão (a pretensão é poder fazer valer um direito que foi violado). 
A pretensão só existe se tiver o direito subjetivo e ele for violado.
2ª teoria – a prescrição é a perda da responsabilidade (sujeição patrimonial que visa assegurar o cumprimento de uma dívida)
3ª teoria – gera, para o devedor, um direito potestativo de obstar (de impedir) a pretensão por parte do credor.
Qual a teoria no ordenamento jurídico brasileiro?
Embora o artigo 189 dê a entender que a prescrição extingue a pretensão, ao analisar o ordenamento como um todo (CPC 2015), vemos a prescrição como um direito potestativo do devedor de obstar a pretensão por parte do credor.
Renúncia
Pode-se renunciar à prescrição desde que não haja prejuízo de terceiro. Ela pode ser expressa: que decorre de uma manifestação de vontade externada pela parte beneficiada pela prescrição (o devedor). Ou pode ser tácita: quando o beneficiário da prescrição pratica atos com ela incompatíveis. (exemplo: o pagamento de uma dívida prescrita)
Só pode renunciar à prescrição se ela já estiver consumada. Não pode haver, num contrato que as partes renunciam à prescrição. É nula toda e qualquer cláusula contratual que dispõe essa renúncia. Os prazos prescricionais estão previstos em lei e não podem ser alterados pelas vontade das partes. 
Requisitos
Para que haja a prescrição, são necessários 4 fatos:
Violação a um direito – nasce aqui a pretensão
Decurso de um lapso temporal (de um prazo, de um tempo)
Inércia do titular do direito violado – a inércia se caracteriza pelo não exercício da pretensão dentro do prazo
Ausência de causas impeditivas, suspensivas ou interruptivas
Causa impeditiva – é aquela que impede o início do decurso do prazo prescricional.
Causa suspensiva – é aquela que paralisa o prazo já em curso. 
Se a causa suspensiva desaparecer, o prazo volta a correr de onde parou. A suspensão pode ocorrer mais de uma vez.
Causa interruptiva – é aquela que paralisa o prazo já em curso.
Se a causa interruptiva desaparecer, o prazo volta a correr do início. A interrupção ocorre apenas uma vez.
A mesma causa pode ser impeditiva ou suspensiva (ex.: casamento)
Causas impeditivas e suspensivas
Os artigos 197 a 201 do Código Civil trata das causas que impedem ou suspendem a prescrição. 
O artigo 197 dispõe que não corre a prescrição entre cônjuges, na constância da sociedade conjugal (por analogia, estende-se à união estável, necessitando, portanto, reconhecer judicialmente a união estável, para ter a data correta).
Também não corre a prescrição entre ascendentes e descendentes, entre tutelados e curatelados e seus tutores ou curadores, durante o poder familiar e durante a tutela ou curatela, respectivamente.
O artigo 198 dispõe que não corre a prescrição contra:
Os absolutamente incapazes (menores de 16 anos), os ausentes do País em serviço público (União, Estados e Municípios) e os serventes das forças armadas, em tempo de Guerra ou situações que demandam o deslocamento (mesmo que interno). Se for a favor dessas pessoas, corre normalmente.
Ao retirar os deficientes do artigo 3º (incapazes), o Estatuto do Deficiente acabou por prejudicá-los quanto à prescrição, pois agora ela pode correr contra os deficientes mentais. Mas, entende-se que essa não é a ratio legis, a razão de ser da lei, portanto, não corre a prescrição contra deficientes mentais.
O artigo 199 dispõe que não corre igualmente a prescrição se tiver uma causa suspensiva pendendo, pois impede de ter efeito. Também não corre igualmente se não venceu o prazo (não houve violação do direito, que é um dos requisitos da prescrição) ou se está pendendo ação de evicção (perda de um bem em virtude de uma decisão judicial)
O artigo 200 trata de ação que tem consequências jurídicas tanto para o cível quanto para o penal. Para o prazo prescricional correr, deve-se ter sentença definitiva no âmbito penal primeiro.
Causas interruptivas
O artigo 202 trata das causas interruptivas, que só podem ocorrer uma vez. São elas:
Por despacho (decisão) de um juiz, mesmo que incompetente, que ordenar a citação (convoca o réu a se defender), se o interessado o fizer corretamente (no prazo e na forma da lei). A interrupção retroage à data da propositura da ação (para que não fique dependendo do juiz)
Por protesto, que é um instrumento utilizado para forçar o devedor. Tanto o judicial (falado no I e no parágrafo anterior) quanto o cambial (pelo cartório)
Pela habilitação de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores.
Por qualquer ato judicial que constitua em mora (atraso injustificado no cumprimento da obrigação) o devedor.
Um ato inequívoco, mesmo que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor (confissão de dívida)
Prescrição intercorrente
É a que ocorre no âmbito, no curso do processo, entre a propositura e o desfecho final, entre a ação e a sentença.
Há 3 requisitos:
Estar na fase de execução ou cumprimento de decisão judicial
Suspensão por 1 (ano) pela ausência de bens do executado
A inércia do autor ou exequente (quem cobra) por todo esse período no qual houve a suspensão do processo 
Prazos
A prescrição está, indissociavelmente, ligada à ideia e prazo (lapso temporal – requisitos)
O artigo 205 fixa o prazo de 10 anos como prazo prescricional geral. Nos casos em que a lei fixou prazo menor, utiliza-se deles.
O artigo 206 trata das situações em que os prazos prescricionais variam de 1 a 5 anos:
1 ano (tratado no § 1º)
Hotéis, restaurantes e bares.
Segurado e seguradora (exceto DPVAT – 3 anos – inciso IX)
2 anos (tratado do §2º)
Dívidas alimentícias vencidas e não pagas
3 anos (tratado no §3º)
Aluguel de prédios (imóveis) urbanos ou rústicos
Prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias
Ressarcimento de enriquecimento sem causa
Reparação civil (direito que a vítima tem de ser ressarcida pelo dano causado por outra pessoa, sobretudo se culposamente foi causado)
CDC colocacomo sendo de 5 anos essa reparação
4 anos (tratado no §4º)
Tutela (a partir da aprovação das contas do Tutor)
5 anos (tratado no §5º)
Cobrança de dívidas líquidas (certa quanto à existência e determinada quanto ao seu montante)
Decadência
É também chamada de caducidade. A decadência faz perecer o próprio direito e está atrelada aos direitos potestativos (poder de interferir em uma esfera jurídica alheia, sem que a pessoa possa fazer algo, a não ser se submeter). Os direitos potestativos não são passíveis de violação.
Existem duas espécies de decadência: 
Decadência legal: é a que está prevista/fixada em lei
Ex: artigo 178 CC, 7 dias para desistir da compra etc.
Decadência convencional: é a pactuada/convencionada entre as partes
Ex: compra do carro com 30 dias para devolução.
Diferenças: O juiz de ofício não pode reconhecer a decadência convencional, apenas a legal (e deve reconhecê-la). A decadência legal não pode ser renunciada, a convencional pode. O prazo da decadência legal está fixado em lei, quanto o prazo da decadência convencional é convencionado.
A decadência corre contra todos (exceção: art. 198, I, CC – decadência não corre contra os incapazes).
Os prazos decadenciais estão previstos em dispositivos diversos. Todos os prazos que não estão previstos nos artigos 205 e 206 do CC (prescricionais) são decadenciais. O prazo decadencial começa a correr no nascimento do direito (potestativo), em contrapartida o prazo prescricional começa a correr a partir da violação do direito (subjetivo) (ou conhecimento da violação do direito, como vêm sido entendido)
Diferenças entre prescrição e decadência
	
	PRESCRIÇÃO
	DECADÊNCIA
	
OBJETO
	
Extingue a pretensão
	
Extingue o direito
	
DIREITO
	
Direito subjetivo (gera um dever, podendo ser violado)
	
Direito potestativo (gera uma sujeição, não podendo ser violado)
	
PRAZO
	
É fixado por lei, todos nos artigos 205 e 206
Pode ser suspenso, interrompido ou impedido
Começa a correr no momento de violação do direito
	
Pode ser estabelecido por lei ou pela vontade das partes
Não pode ser suspenso, interrompido ou impedido (salvo contra incapazes)
Começa a correr no momento de nascimento do direito
	
ANÁLISE PELO JUIZ
	
Juiz não pode reconhecê-la se a parte não disser
	
A decadência legal deve ser reconhecida, enquanto a caducidade convencional não pode
	
RENÚNICIA
	
Após a consumação, pode ser renunciada, desde que não prejudique terceiros
	
A decadência legal não pode ser renunciada, nem após a sua consumação. A convencional pode ser renunciada.
O termo “imprescritível” abrange os dois institutos. O direito de ter paternidade reconhecida é um direito imprescritível, mas, por ser direito potestativo, não está sujeito à prescrição, e sim à decadência.
Teoria Geral das Obrigações
Conceito e evolução histórica
Obrigação, em termos gerais, é o dever de fazer alguma coisa, o comprometimento de uma pessoa a uma situação. 
Em Roma, o conceito de obrigação era: obrigação era o vínculo entre devedor e credor que tem por objeto uma prestação de dar, fazer ou não fazer.
Antes, era uma responsabilidade (garantia do cumprimento da dívida) pessoal, ou seja, o devedor respondia com o próprio corpo. Também era uma responsabilidade intransmissível. Além disso era uma relação de subordinação. O devedor estava numa posição inferior em relação ao credor, não havia igualdade.
Atualmente, é uma responsabilidade patrimonial, o devedor responde com o seu patrimônio. Por ser uma relação patrimonial, as obrigações podem ser transmitidas. Atualmente, é uma relação de paridade. Nenhuma parte é subordinada à outra, têm-se iguais condições. 
Essa mudança se deu por causa dos:
Princípios atinentes às relações obrigacionais
Dignidade da pessoa humana
A pessoa passa a ser o centro do ordenamento jurídico. 
Para o direito das obrigações, isso delimita a responsabilidade do devedor, assegura ao devedor um mínimo existencial (parcela necessária para ter uma existência digna) – ex: impenhorabilidade do bem de família.
Além de delimitar a responsabilidade do devedor, limita o exercício do crédito por parte do credor. 
Direitos para o devedor e deveres para o credor, assim não há mais subordinação.
Boa-fé objetiva
A boa-fé objetiva é tida como uma norma de conduta. É um caráter ético que obriga as partes a agir corretamente uma em relação a outra.
Funções da boa-fé objetiva
Integrativa – preencher eventuais lacunas
Interpretativa – deve nortear o trabalho do intérprete jurídico (artigo 113 CC)
Limitativa – limita/norteia o comportamento das partes. Da função limitativa, decorrem deveres (instrumentais, anexos ao dever de realizar a prestação)
Informação
Lealdade
Cooperação 
A boa-fé objetiva deve ser observada antes, durante e depois da relação obrigacional (art. 422) – ex: recall da montadora
Os deveres devem ser observados pelo credor e pelo devedor (é uma relação de cooperação, de paridade)
Como saber quem é o devedor e o credor? A pessoa a quem cabe o cumprimento da prestação é o devedor.
Função Social
Proveniente do Estado Social. Tem, por objetivo, romper com o individualismo jurídico, isto é, exercer o direito conforme, apenas, os interesses do seu titular. E como base tem a explicação de que o homem não é autossuficiente, o que fazemos repercute no todo.
A Função Social surge a partir do pressuposto que o titular do direito, ao exercê-lo, deve levar em conta não só os seus interesses, mas, também, os interesses do grupo social do qual ele faz parte.
Eficácia intrínseca – diz respeito às partes. Uma das partes, ao exercer seu direito, deve observar os interesses da outra parte
Eficácia extrínseca – diz respeito ao todo. As partes de uma relação não podem levar em conta só os seus interesses, mas o interesse do grupo social que se inserem. E o grupo social deve respeitar os interesses das partes.
Estado Democrático de Direito
É um equilíbrio entre o Estado Social e Estado Liberal (preâmbulo da Constituição). Nenhum se sobressai, direitos individuais e direitos sociais serão respeitados. O Estado age como um agente regulamentador.
Definição de obrigação
Em Roma, definia-se como vínculo. Mas “relação” é mais abrangente.
Atualmente: 
Relação jurídica dinâmica e de cooperação, na qual ambos são sujeitos de direitos e deveres, tendo por objeto uma prestação de caráter patrimonial que deve ser exercida em consonância com as regras e os princípios existentes no ordenamento, respeitando sempre a dignidade humana das pessoas envolvidas.
Análise estrutural da obrigação
São elementos que compõe uma relação obrigacional:
Elemento subjetivo: sujeitos da relação (devedor e credor).
Elemento objetivo: prestação (comportamento) de dar, fazer, ou não fazer.
Elemento imaterial: o vínculo que liga o devedor ao credor. É imperceptível pelos sentidos, mas existe no ponto de vista jurídico.
O credor é a quem interessa a realização da prestação. O devedor é a quem cabe a realização da prestação.
Alguns autores costumam distinguir o objeto imediato e o objeto mediato. Aquele é a prestação, o último é o bem ou meio através do qual a prestação será realizada.
Ex: doação do celular (celular é o objeto mediato), advogado e cliente (imediato é a prestação do serviço, mediato é o serviço)
A prestação tem a característica de ser sempre suscetível de avaliação econômica.
No vínculo entre devedor e credor, há uma série de direitos e deveres
Deveres: débito (dever de realizar a prestação devida)
Direitos: crédito (direito de exigir a prestação)
O direito de crédito que se contrapõe a um débito é patrimonial. Direito da personalidade é extra patrimonial.
A responsabilidade está ligada ao débito, ela é patrimonial e só surge se a prestação não é cumprida.
Regra geral – na relação entre devedor e credor existe tanto o débitoquanto a responsabilidade. (há a exceção da obrigação natural e da relação do fiador com o locatário, por exemplo)
O vínculo entre o devedor e o credor pode ser composto de outros elementos como:
Direito Potestativo: poder ou prerrogativa de interferir na esfera jurídica de outra pessoa, sem que ela possa fazer nada, a não ser se sujeitar (não pode ser violado)
Ônus: necessidade de fazer algo para atender o próprio interesse (sempre inexigível)
O ônus se aproxima da noção de dever, mas não se confunde com ele. O dever é a necessidade de fazer algo para atender o interesse alheio (sempre exigível)
Fonte das Obrigações
A maioria das obrigações nasce com a celebração de um contrato (negócio jurídico): acordo entre vontades, que visa a produção de efeitos no mundo jurídico, não necessariamente escrito (pode ser tácita ou verbal).
O ato ilícito (artigo 186 – toda ação ou omissão, voluntária ou culposa, praticada em desconformidade com nosso ordenamento jurídico) também é uma fonte. Quando o dano é causado, surge a obrigação de reparar o dano causado (artigo 907)
Existe também uma terceira fonte: ato unilateral (artigo 854) – declaração unilateral de vontade é todo ato humano lícito, mas que não provém de um acordo ou de convergência de dois ou mais comportamentos.
Ex: gestão de negócios, pagamento indevido, enriquecimento sem causa, promessa de recompensa.
Roll é taxativo (numerus clausos – fechado, não admite outras fontes) ou exemplificativo (numerus apertus – aberto, admite outras fontes). A doutrina vem entendendo que é exemplificativo.
Alguns autores entendem que é possível acrescentar uma 4ª fonte: a lei
Será que a lei, por si só, é capaz de gerar uma obrigação? O que a lei faz é tão somente estabelecer normas jurídicas (suporte fático hipotético). Prevê fatos e atribui consequências jurídicas. Normas isoladas não criam obrigações.
O fato se concretiza (fato jurídico, fato previsto hipoteticamente em uma norma)
Outra doutrina que entende o fato jurídico como fonte das obrigações (fato + norma). Abrange as fontes previstas (são espécies de fatos jurídicos) no Código Civil e as complementa.
Ato jurídico no sentido estrito é um acontecimento natural também capaz de gerar efeitos no mundo jurídico.
Se a pergunta envolver a doutrina: outras fontes são admitidas.
Prisão Civil
A prisão civil se diferencia da prisão penal, pois tem o objetivo de constranger o devedor a pagar. E, quando paga, é posto em liberade.
Atualmente, o credor, o beneficiário da pensão alimentícia, o autor da ação escolhe qual artigo vai se dar o processo: artigo 528 do Novo CPC que autoriza a prisão ou artigo 911 do Novo CPC que não autoriza.
Cita o devedor para justificar em até 3 dias (comprovar que já pagou, pagar ou comprovar que não tem condições de pagar).
A prisão vai de 1 a 3 meses.
O artigo 139 do Novo CPC, em seu inciso IV, faculta poderes ao juiz. Ele pode usar desses meios atípicos para constranger o devedor a pagar a prisão: protesto SPC ou SERASA, suspensão da CNH, retenção do passaporte etc.
Diferença entre Direito de Crédito e Direitos Reais
O direito de crédito tem por objeto uma prestação de dar, fazer ou não fazer. É um direito relativo (oponível inter partes). Existem em nosso ordenamento inúmeros, podemos criar (numerus apertus).
Os direitos reais têm por objeto o próprio bem (móvel ou imóvel). São absolutos (oponíveis erga omnes, em relação a todos). Existem em nosso ordenamento em números limitados, não podemos criar (numerus clausus).
Os direitos reis têm o chamado poder de sequela, isto é, poder perseguir e reaver a coisa onde quer que ela esteja.
A garantia do bem móvel é chamada de penhora. A garantia do bem imóvel é chamada de hipoteca (direitos reais).
Para o direito real ser exercido, independe da cooperação de quem quer que seja. O direito de crédito necessita da colaboração do devedor, ele depende disso para ser exercido.
O direito de crédito é transitório pela sua própria natureza, já nasce com o objetivo de se extinguir. Os direitos reais tendem a permanência.
Obrigação Propter Rem 
É a obrigação em razão de uma coisa. Está entre o direito real e o direito de crédito.
Vincula a pessoa pelo fato de ela ser titular de algo.
A natureza jurídica da obrigação propter rem se aproxima do direito real por estar atrelada a uma coisa, mas ela tem por objeto uma prestação, o que a aproxima do direito de crédito. 
O entendimento dominante é esse. É um terceiro gênero.
Classificações das Obrigações
Quanto à exigibilidade da prestação
Obrigação natural é inexigível judicialmente. 
Ex.: jogo (resultado final depende diretamente da habilidades dos envolvidos) e aposta (resultado final independe diretamente da habilidades dos envolvidos) não regulamentados pelo estado. Os que são regulamentados são uma obrigação civil como qualquer outra (exigível judicialmente)
Obrigação natural é a que falta a responsabilidade (possibilidade de o credor ir ao patrimônio do devedor para buscar satisfazer seu direito de crédito, satisfazer a prestação). Há um débito, se foi pago voluntariamente, não pode pedir de volta (repetição do indébito). O artigo 814 do CC dispõe que essas dívidas não obriga o pagamento, mas não pode ter a repetição do indébito, salvo se houver trapaça ou o perdente for incapaz).
Qual a natureza da obrigação natural? Alguns dizem que é meramente moral (posição minoritária) e outros que é uma obrigação jurídica imperfeita, por faltar a responsabilidade (posição majoritária)
Ex: dar uma cesta básica (doação e cumprir preceito moral)
Pagar uma aposta (pagamento, existe débito, existe o dever de realizar a prestação)
Quanto ao objeto
Obrigação de dar
É a obrigação que consiste na entrega (a coisa pertence ao devedor) ou restituição (a coisa pertence ao credor) de algo.
No nosso sistema romano-germânico, entende-se que a propriedade de bem móvel é transferida pela tradição e de bem imóvel por registro.
Coisa certa
Obrigação de dar coisa certa é a que recai sobre o objeto que está completamente individualizado (bem infungível).
Art. 313 – o credor não é obrigado a receber prestação diversa da devida, ainda que seja mais valiosa.
Art. 233 – o acessório (artigo 94) segue a sorte do principal (mesmo que não mencionado), salvo disposição em contrário.
A pertença (artigo 93) é parte integrante do bem principal. A regra é oposta. A pertença não segue o principal, salvo disposição em contrário.
Impossibilidade da prestação
Exemplo: vendi o meu carro e, antes da tradição, ele foi queimado.
Deve-se analisar, primeiramente, se houve culpa. Se houver culpa, o devedor responde por perdas e danos. Se não houver, a obrigação irá se resolver, se extinguir, as partes voltam para o estado inicial.
Mas quem vai arcar com o prejuízo? Regra: “res perit domino” – a coisa perece para o dono. O dono vai amargar o prejuízo. (entregar – devedor, restituir – credor)
Deterioração
É a danificação do objeto, não é a perda (impossibilidade total do objeto).
O credor não é obrigado a receber o objeto. Ele pode recusar. Aí entende-se que teve perda.
Então, aplica-se a regra da perda. Teve culpa? Responde por perdas e danos. Não teve culpa? Negócio se extingue.
A única diferença é que o credor pode receber o bem/objeto. Mas o bem é do devedor até a tradição, então o prejuízo é do devedor (dono). O credor, nesse caso, tem direito ao abatimento no preço.
Melhoramento ou acréscimo à coisa
Ex.: vendi um sítio, logo após, a via que dá acesso a ele foi pavimentada (melhoramento)
Vendi uma égua manga larga, na hora, viu que estava prenha (acréscimo)
Se para esse melhoramento houve algum dispêndio/gasto do devedor, aplica-se as regras referentes à benfeitorias (obra ou despesa com objetivo de melhorar, embelezar ou restaurar a coisa). Se foi de boa-fé e sendo uma benfeitoria do tipo necessária ou útil, tem direito à indenização. 
Art. 237 – pertence aodevedor (ele tem o ônus e o bônus)
Coisa incerta
A obrigação de dar coisa incerta é a que recai sobre o objeto que não está totalmente individualizado, embora seja passível de individualização.
Um dos requisitos do negócio jurídico, para que não seja nulo, é ser um objeto determinado ou determinável ao menos quanto ao gênero e quantidade.
A obrigação de dar coisa incerta passa a ser obrigação de dar coisa certa. Essa transformação tem o nome de “concentração”
Concentração
A concentração pressupõe a escolha. De quem é a escolha? Depende do que for pactuado. Pode ser o credor, o devedor ou um terceiro. Se for omisso, a escolha cabe ao devedor (artigo 244).
Deve-se escolher o objeto de qualidade mediana, nem o melhor nem o pior. Pode ocorrer a perícia para avaliar a qualidade mediana. 
Depois da escolha, o credor deve ser cientificado da escolha (artigo 245).
Artigo 246 – perda ou deterioração não valem aqui (na opinião do professor, antes de o credor ser cientificado, e não antes da escolha como dispõe o artigo).
	A não ser que, no caso de perda ou deterioração, seja de um objeto de gênero raríssimo. Aqui, então, a obrigação se resolve.
Obrigação de fazer
A obrigação de fazer consiste na prestação de um serviço.
Fungível 
É a obrigação que pode ser cumprida por qualquer pessoa e não apenas pelo devedor. 
Ex: preciso de alguém para limpar a minha casa.
O credor aciona o devedor fixando um prazo para cumprir a obrigação, sob pena da execução por terceiro às custas do devedor (de urgência, sem autorização judicial, sem urgência, pedindo a autorização judicial)
Infungível 
É a obrigação que não pode ser cumprida por qualquer pessoa, apenas pelo devedor.
Como diferenciar a fungível da infungível? Olhar o contrato ou pela natureza do negócio. Ex: show do coldplay, mesmo sem estar no contrato, é infungível.
Impossibilidade
Se houver culpa, responde por perdas e danos. Se não houver culpa, a obrigação se extingue.
Inadimplemento 
É o descumprimento culposo da obrigação/prestação devida (voluntariamente)
Consequências:
Art. 247: devedor responde por perdas e danos.
Artigo 536 do Novo CPC: tutela ou execução específica – juiz de ofício ou a requerimento toma medidas para exigir a prestação devida. Ex: multa, busca e apreensão, remoção de pessoas etc.
Hoje, entende-se que “perdas e danos” é uma alternativa em benefício do credor, mas se ele quiser o serviço, busca a tutela específica.
Caso o devedor não cumpra a prestação, mesmo com a tutela específica, o credor opta por perdas e danos, por absoluta falta de opção.
A diferença é que, inicialmente, perdas e danos se tornaram uma alternativa.
Obrigação de não fazer
A obrigação de não fazer tem um caráter negativo, impõe uma abstenção. O devedor se compromete a não fazer.
Ex: ator da globo não pode se apresentar em outra emissora, condômino não pode modificar a calçada.
Impossibilidade
Quando o devedor é obrigado/constrangido a praticar o ato.
Se houve culpa, art. 251, responde por perdas e danos. Se não houver culpa, art. 250, a obrigação se extingue, as partes voltam ao estado anterior.
Inadimplemento
Quando o devedor, voluntariamente, faz o que não deveria fazer.
Às vezes a tutela não traz um resultado esperado/efetivo, não desfaz o que foi feito. Então o devedor responde por perdas e danos.
Se for possível desfazer o que foi feito (quando não deveria ter sido), o credor poderá acionar o devedor, fixar um prazo, pedir para desfazer às custas do devedor (art. 251)
Se tiver urgência, credor pode fazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, cobrando o ressarcimento depois (levando em conta a boa-fé, função econômica, função social etc.).

Outros materiais