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Contabilidade basica aplicada a administração

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1 - BASES HISTÓRICAS DA CONTABILIDADE 
A contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo. Existem diversos registros em que 
as civilizações antigas já possuíam um esboço de técnicas contábeis. Em termos de registro 
histórico é importante destacar a obra Summa de Arithmetica, Geometrica, Proportioni et 
Proportionalita, do Frei Luca Pacioli, publicado em Veneza em 1494 (pouco depois da invenção 
da imprensa e um dos primeiros impressos no mundo). 
Esta obra descreve, num dos seus capítulos, um método empregado por mercadores de 
Veneza no controle de suas operações, posteriormente denominado método das partidas 
dobradas ou método de Veneza. 
Nos séculos seguintes ao livro de Pacioli a contabilidade expandiu sua utilização para 
instituições como a Igreja e o Estado e foi um importante instrumento no desenvolvimento do 
capitalismo, conforme opinião de importantes estudiosos como o sociólogo Max Weber. No 
entanto as técnicas e as informações ficavam restritas ao dono do empreendimento, pois os 
livros contábeis eram considerados sigilosos. 
Isto limitou consideravelmente o desenvolvimento da ciência uma vez que não existia troca de 
idéias entre os profissionais. Mais recentemente, com o desenvolvimento do mercado 
acionário e a fortalecimento da sociedade anônima como forma de sociedade comercial, a 
contabilidade passou a ser considerada também como um importante instrumento para a 
sociedade. 
Diz-se que o usuário das informações contábeis já não é mais somente o proprietário; outros 
usuários hoje também tem interesse em saber sobre uma empresa: sindicatos, governo, fisco, 
investidores, credores etc. 
1.1 - IMPLANTAÇÃO NO BRASIL 
Foi implantada por D João VI, quando da transferência da Corte de Portugal para cá. No 
entanto, com o passar do tempo, foi relegada a segundo plano na administração pública, 
sendo revivida por D Pedro I por ocasião do I Império. 
Em 1914, após um período de esquecimento na República, o Brasil, necessitando de um 
empréstimo do exterior, recorreu ao governo inglês que, dentre as exigências para liberação 
do mesmo, solicitou uma demonstração da receita e despesa da União. 
Às pressas, foram reunidos alguns técnicos em finanças que elaboraram o Sistema de 
Contabilidade Pública que é utilizado até os dias de hoje, observando-se, é claro, as mudanças 
legais ocorridas nesse período. 
Atualmente, a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) impõe o modelo contábil 
empregado por todos os tipos de empresa, sejam elas de qualquer espécie. 
2 - CONCEITO DA CONTABILIDADE 
“A Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio em suas variações quantitativas e 
qualitativas, tratando das funções, do cálculo , do registro e análise destas variações.” 
3 - A FINALIDADE DA CONTABILIDADE 
A finalidade da contabilidade é registrar, controlar e demonstrar os fatos ocorridos no 
patrimônio, objetivando fornecer informações sobre sua composição e variações, bem como 
sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. 
4 - OBJETIVOS DA CONTABILIDADE 
Objetivo da contabilidade é planejar e colocar em prática um sistema de informação para uma 
organização, com ou sem fins lucrativos. 
5 – OBJETO 
O objeto de estudo da Contabilidade é o patrimônio. O patrimônio, que é um conjunto de 
bens, direitos e obrigações vinculadas a uma pessoa física ou jurídica, é o elemento sobre o 
qual se exercitam as funções contábeis. A Contabilidade atua sobre este conjunto de valores, 
acompanhando sua evolução, suas variações e os efeitos da ação administrativa. 
Como pessoa física define a pessoa natural, o indivíduo, o ser humano. Pessoa jurídica é a 
pessoa de existência abstrata, pessoa moral. A pessoa jurídica vem da reunião de duas ou mais 
pessoas físicas que se associam para um determinado fim, assinando um contrato, que é 
arquivado em repartição pública especializada, como por exemplo: Junta Comercial Estadual, 
Cartório de Notas, etc. 
6 – CAMPO DE ATUAÇÃO 
O campo de atuação da Contabilidade é muito amplo, visto que a complexidade das atividades 
industriais, agrícolas, comerciais, bancárias e de prestação de serviços no mundo de hoje, fez 
com que inúmeros registros e controles fossem criados. 
A Contabilidade capta, registra e interpreta fatos que afetam as situações patrimoniais, 
financeiras ou econômicas, de qualquer entidade. 
7 - CARACTERÍSTICAS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS 
Clara e Objetiva: a empresa se baseia nela para atingir seus objetivos, e de fácil compreensão 
para seus usuários, que podem ser conhecedores do assunto ou não. 
Precisa: sem erros, que levem o administrador/gestor a tomar decisões equivocadas. 
Tempestiva: A informação deve servir de apoio em tempo oportuno, na ocorrência do fato, 
para que medidas sejam tomadas a tempo. 
8 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 
Assim, a pessoa física, a empresa, a entidade de fins não-lucrativos e as pessoas de Direito 
Público, como os órgãos pertencentes à administração direta, somente controlam seus 
patrimônios, atingem seus fins e são passíveis de uma boa administração utilizando-se da 
Contabilidade. 
Ex: Empregados da empresa, Sócios e acionistas, Administradores e outros responsáveis pelas 
decisões, Fornecedores e emprestadores de dinheiro, Governo, Pessoas em Geral. 
9 - LEGISLAÇÃO QUE REGULA A CONTABILIDADE 
1. Lei n. 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações): 
Dispõe em seus artigos sobre os critérios a serem adotados na elaboração das demonstrações 
financeiras dando-se destaque a escrituração, grupos do Ativo e Passivo e respectivas funções 
de contas. 
1. Decreto-lei n. 1.598/76 
Regulamenta as normas impostas pela Lei 6.404/76. 
1. Normas Brasileiras de Contabilidade - NBC 
Constituem-se em disposições que servem de orientação técnica ao exercício profissional. 
10 – PRINCÍPIOS CONTÁBEIS 
Conceito: Princípio é uma premissa, uma verdade absoluta e inquestionável. O Princípio 
Contábil é a condição essencial para que a Contabilidade exista. 
PRINCÍPIOS CONTÁBEIS 
Resolução CFC nº 750/93 
O conselho Federal de Contabilidade através da Resolução CFC nº 750/93 definiu os Princípios 
Contábeis aplicáveis às Demonstrações Contábeis. São: 
a) o da ENTIDADE; 
b) o da CONTINUIDADE; 
c) o da OPORTUNIDADE; 
d) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; 
* e) o da AUTALIZAÇÃO MONETÁRIA; 
f) o da COMPETÊNCIA; 
g) o da PRUDÊNCIA. 
Princípio da Entidade 
O princípio da Entidade reconhece o Patrimônio Líquido como objeto da Contabilidade e 
afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular 
no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um 
conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou 
sem fins lucrativos. 
Exemplo: Sr. Manoel é dono da empresa A, ele não pode contabilizar pagamentos de sua 
residência a título de despesas na sua empresa, porque as entidades não se confundem. 
Princípio da Continuidade 
A Continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável, devem ser 
consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e 
qualitativas. 
O Princípio da Continuidade determina o prazo de duração da empresa, porém apesar de 
muitas empresas não terem um prazo de encerramento determinado, muitas optam pelo seu 
encerramento, pois não apresentam razões favoráveis para continuar suas atividades. 
Exemplo: A empresa do Sr. Manoel, quando foi constituída, informou que seu prazo de 
duração era indeterminado, porém, diante de dificuldades econômicas enfrentadas na sua 
administração, pode requerer-se o seu fim, mesmo esperando-se, na sua constituição, uma 
continuidade das atividades da empresapor muitos anos. 
Princípio da Oportunidade 
O Princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do 
registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e 
com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram. 
Exemplo: o contador do Sr. Manoel deve registrar os fatos contábeis de encerramento da 
empresa X, na data de sua ocorrência, de maneira íntegra e tempestiva, para que seus 
usuários, com base nessas informações, também registrem esses fatos nas suas empresas. 
Princípio do Registro pelo Valor Original 
Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações 
com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do país. 
Exemplo: Sr. Manoel comprou uma moto no valor de R$ 8.000,00 e financiou este valor em 12 
meses, pagando R$ 200,00 de juros por me. O contador 
irá registrar o bem (moto) pelo seu valor original de R$ 8.000,00 e não pelo valor total que será 
pago. Cabendo os registros de juros serem feitos quando se realizarem. 
* Princípio da Atualização Monetária 
Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos 
registros contábeis através do ajuste da expressão formal dos valores dos componentes 
patrimoniais. (Este princípio vigorou até o final do exercício de 1995, quando as empresas 
foram proibidas do uso da correção monetária em suas Demonstrações Contábeis.) 
Exemplo: quando o Sr. Manoel comprou a moto, seu valor era de R$ 8.000,00, porém, este 
bem (a moto) tem uma alteração do seu valor original se comparado com seu preço de 
mercado atual. Logo, o contador deve atualizar monetariamente esse ativo. 
Princípio da Competência 
As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que 
ocorrer, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de 
recebimento ou pagamento. 
Exemplo: O Sr. Manoel deve registrar na Contabilidade a compra da moto na data da sua 
realização, independentemente de ter pagado o valor total ou não. 
Princípio da Prudência 
Exemplo: a Sra. Matilde comprou ações pelo valor de R$ 5.000,00, porém, quando comparou 
com o preço de mercado percebeu que essas ações valiam R$ 5.500,00. O registro contábil 
conforme o Princípio da Prudência determina que esse valor de ATIVO seja registrado pelo 
menor valor, ou seja, R$ 5.000,00. 
11 - O PATRIMÔNIO 
O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações avaliáveis, em moeda pertencente 
a uma pessoa física ou jurídica; e bens como coisas materiais capazes de satisfazer as 
necessidades humanas e suscetíveis de avaliação econômica. 
11.1 - BENS: São valores materiais de propriedade da empresa que estão em sua posse. Como 
exemplos, podemos citar: o dinheiro no cofre, as máquinas e ferramentas, as mercadorias no 
estoque, etc. Dividem-se em: 
 Bens materiais ou tangíveis: Os bens materiais ou tangíveis são aqueles de existências 
físicas, palpáveis ao homem, tais como: 
1. Edifícios e todas as construções necessárias à empresa; 
2. A maquinaria e os instrumentos; 
3. Os móveis e utensílios; 
4. Os meios de transportes. 
 Bens imateriais ou intangíveis: Os bens imateriais ou intangíveis são aqueles que, 
servindo a vários exercícios financeiros não estão representados por qualquer 
elemento material, pois não possuem corpo, não tem matéria. A saber: 
1. Patentes de invenção; 
2. Marcas; 
3. Direitos autorais; 
4. Fundo de comercio (goodwil) etc. 
OUTRAS DENOMINAÇÕES PARA OS BENS: 
1. Bens Numerários:Entendem-se como bens numerários o dinheiro e tudo aquilo que 
pode se transformar em dinheiro imediatamente. Estão neste grupo as ‘ordens de 
pagamento’, os cheques a receber os vales postais a receber, os depósitos bancários 
de livre movimento, etc. 
1. Bens de Venda: 
Os bens de venda estão ligados aos objetivos da empresa e se constituem na principal função 
de uma entidade de fins lucrativos. Dizemos que os bens de venda constituem o objetivo do 
negócio. Assim temos, de acordo com o tipo da empresa, um bem de venda próprio, a saber: 
a) Mercadorias, nas empresas comerciais; 
b) Produtos, nas empresas industriais; 
c) Títulos de Renda, nas empresas de investimentos; 
d) Imóveis, nas empresas imobiliárias. 
Não importa as qualidades específicas que estes bens irão ter em outros Patrimônios, mas sim 
para aquele que os vende com objetivo de lucro. 
Portanto, um imóvel comprado, pode servir para a empresa compradora como uma 
imobilização ou um bem fixa, mas para a empresa imobiliária, que tem como objetivo a 
compra e venda de imóveis, será sempre um bem de venda. 
Para a empresa que comprou uma mesa para uso de seu escritório, aquele é um bem fixo, mas 
para a loja que vendeu, trata-se de um bem de venda. 
1. Bens de Renda: 
Podemos dizer que este tipo de bem é exatamente o contrário do anterior, ou seja, os bens de 
venda. 
Se aqueles constituem o objeto do negócio, estes são exatamente o inverso, ou seja, não se 
enquadram nas atividades normais de uma empresa, embora contribuam para o 
enriquecimento do Patrimônio Líquido. 
Assim, numa empresa mercantil, o objetivo de seu negócio é comprar e vender mercadorias e 
obter, como é lógico, com estas transações o lucro, mas se uma empresa desse gênero adquire 
ações de outra Companhia, está adquirindo bem de renda, ou seja, bens que lhe 
proporcionarão uma receita extraordinária, acessória àquela que se destinam. 
1. Bens de Uso: São os elementos a serem utilizados exclusivamente no dia a dia de 
trabalho da Organização, como por exemplo, computadores, balcões, prateleiras etc. 
11.2 - DIREITOS - são os valores de propriedade da empresa que estão na posse de terceiros. 
Este grupo compreende os valores numerários cujo recebimento está sujeito em um prazo 
determinado. 
Todas as transações econômicas entre as empresas são traduzidas em moeda corrente e se 
resumem em recebimento e desembolso de valores numerários. 
Mas nem sempre estas transações são feitas pela troca imediata por dinheiro e gera daí um 
direito para aqueles que entregaram algo e que deveriam receber em troca seu 
correspondente em dinheiro, como o dinheiro depositado no banco, valores a receber de 
terceiros por vendas efetuadas a prazo, etc. 
Esses Direitos geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a 
Receber. 
Elemento Expressão 
Duplicatas a receber 
Promissórias a receber 
Aluguéis a receber 
11.3 - OBRIGAÇÕES - são os valores que estão na posse da empresa, mas que são de 
propriedade de terceiros, como os empréstimos bancários, os impostos a pagar, os valores a 
pagar referente a compras efetuadas a prazo, etc. 
Essas Obrigações geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a 
Pagar. 
Elemento Expressão 
Duplicatas a pagar 
Promissórias a pagar 
Aluguéis a pagar 
O Patrimônio está dividido em duas partes: Ativo e Passivo. No ativo estão os bens e direitos, 
e, no passivo, as obrigações. A diferença entre o ativo e o passivo denomina-se Patrimônio 
Líquido, que na representação patrimonial às empresas aparece vinculado ao passivo, e 
chamamos de equação patrimonial ou equilíbrio patrimonial. 
ATIVO PASSIVO 
Bens 
+ 
Direitos 
Obrigações 
 Patrimônio Líquido 
Total Total 
Dizemos que o patrimônio líquido (PL) representa a diferença entre o ativo e passivo. Por 
exemplo. 
ATIVO PASSIVO 
R$ 2.000,00 R$ 200,00 
 PL: R$ 1.800,00 
Total: 2.000,00 Total: 2.000,00 
11.4 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO 
Patrimônio 
Bens Obrigações 
Direitos 
12 - SITUAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMONIAIS 
Sob o aspecto contábil, o patrimônio é composto doativo e passivo. Denomina ativo ao 
conjunto de bens e direitos e, de passivo ao conjunto das obrigações. 
Como podemos verificar, existem dois tipos de obrigações para as empresas: as obrigações 
para com terceiros (fornecedores) e as obrigações para com os sócios (capital). Estas últimas 
são a partes que realmente pertence aos proprietários, a qual chama de Situação Líquida ou 
ainda Patrimônio Líquido. 
A situação líquida modifica-se com o desenvolvimento das atividades da empresa, pois a ela 
serão somados os lucros não distribuídos ou dela serão subtraídos os prejuízos. 
Situações Líquidas Típicas: 
No decorrer de suas atividades, pode a Organização apresentar três posições de situação 
líquida, como veremos a seguir: 
1. Situação Líquida Positiva: Ocorre quando os bens e direitos superam as obrigações 
para com terceiros, também chamada de Positiva, Ativa ou Superavitária. 
1. Situação Líquida Negativa: Ocorre quando as obrigações para com terceiros superam 
a soma dos bens e direitos. Também conhecida como Negativa, Passiva, Deficitária ou 
Passivo a descoberto. 
1. Situação Líquida Nula (ou compensada): Ocorre quando os bens e direitos se igualam 
às obrigações para com terceiros. 
. 
13 - ASPECTOS QUALITATIVO E QUANTITATIVO 
1. Aspecto Qualitativo 
Este aspecto consiste em qualificar os bens, Direitos e Obrigações. 
1. Aspecto Quantitativo 
Este aspecto consiste em dar a esses Bens, Direitos e Obrigações seus respectivos valores, 
levando-nos a conhecer o valor do Patrimônio da Organização. Assim: 
PATRIMÔNIO 
ASPECTO 
QUALITATIVO 
ASPECTO 
QUANTITATIVO 
ASPECTO 
QUALITATIVO 
ASPECTO QUANTITATIVO 
BENS OBRIGAÇÕES 
Dinheiro R$ 10.000,00 Duplicatas a pagar R$ 7.000,00 
Veículos R$ 45.000,00 Empréstimos a pagar R$ 3.000,00 
Estoque(mercadorias) R$ 20.000,00 Impostos a pagar R$ 4.000,00 
DIREITOS 
Duplicata a receber R$ 2.000,00 
Empréstimos a receber R$ 5.000,00 
Obs: Com essas informações, é possível fazer uma idéia do tamanho do patrimônio da minha 
empresa, pois ficou esclarecido o que e quanto e empresa tem em Bens, Direitos e 
Obrigações. 
14 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
É o quarto grupo de elementos patrimoniais que, juntamente com os Bens, os Direitos e as 
obrigações, completarão a Demonstração Contábil denominada Balanço Patrimoniais. 
O total do grupo Patrimônio Líquido é igual ao valor da Situação Líquida da Organização. 
Assim, se Situação Líquida for positiva, o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente 
positivo. Por outro lado, se a Situação Líquida for negativa o total do grupo Patrimônio Líquido 
será igualmente negativo. 
Ainda, se a Situação Líquida for nula, o grupo Patrimônio Líquido também refletirá essa 
situação. 
Esse grupo, no Balanço Patrimonial de uma Organização, aparece sempre do lado direito, 
juntamente com as Obrigações. 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens Obrigações 
Direitos Patrimônio Líquido 
O patrimônio Líquido é composto pelos seguintes elementos: 
1. Capital 
2. Reservas 
3. Lucros ou prejuízos Acumulados 
Na fase de constituição da Organização, o Capital representa o dinheiro entregue pelos sócios 
ou pelo proprietário para formação do patrimônio inicial. Deste subgrupo, subtrai-se o capital 
a realizar, isto é, a diferença entre o capital que consta do contrato e o capital efetivamente 
entregue pelos sócios; 
As Reservas são formadas pela retenção de parte dos lucros da Organização, para utilizá-los 
futuramente no aumento de seu capital; 
Os Lucros Acumulados: é o principal objetivo das empresas. São a parte do lucro a que a 
empresa ainda não deu destinação. Caso a empresa apresente prejuízos, o valor 
correspondente ao prejuízo deverá ser subtraído desse grupo e classificado em prejuízos 
acumulados. 
Obs: No caso específico das Sociedades Anônimas, é obrigatório, por lei, uma retenção de 5% 
(cinco por cento) dos lucros obtidos, em cada Balanço até que esta parcela atinja a 20% (vinte 
por cento) do capital, o qual é chamada de ‘Reserva Legal’. 
13.1 - A EQUAÇÃO PATRIMONIAL 
Considerando os elementos integrantes do patrimônio, podemos, então, apresentar a equação 
patrimonial: 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO – PASSIVO 
1. Patrimônio Líquido: é a parte do patrimônio que pertence ao proprietário da empresa. 
São os Capitais Próprios. 
14 - ORIGEM E APLICAÇÃO DE RECURSOS 
Aplicação de recurso = ATIVO; 
Origem de recurso = PASSIVO; 
Ex: 
APLICAÇÃO 
Onde aplicar os recursos? 
ORIGEM 
Onde obter os recursos? 
Assim, a primeira preocupação do contabilista, antes de efetuar o registro da 
operação, será de analisá-lo e dissociá-lo em seus dois aspectos 
complementares: ORIGEM e APLICAÇÃO. 
Respondendo às seguintes perguntas: onde se originaram os recursos? Onde foram 
aplicados? 
OPERAÇÃO ANÁLISE 
 ORIGEM APLICAÇÃO 
Compra de um carro, 
à vista. 
Dinheiro em caixa Compra de um carro 
Compra de um carro, a prazo. Crédito junto à revenda ou ou à financeira Compra de um carro 
Pagtº do aluguel em 
Cheque 
Saldo bancário Pagamento do aluguel 
15 - AS TÉCNICAS CONTÁBEIS 
Para atingir seus objetivos, a contabilidade se utiliza de técnicas próprias que são: 
a) Escrituração: 
Técnica pela quais as ocorrências com efeitos no patrimônio são registradas. Algumas regras 
devem ser seguidas para que as informações possam ser aproveitadas e compreendidas por 
todos aqueles interessados. A escrituração é um meio utilizado para possibilitar, pela 
agregação dos diversos fatos ocorridos, a elaboração de demonstrativos capazes de formar a 
posição da riqueza patrimonial. 
b) Demonstrações Contábeis: 
Podem ser apresentadas sob diversos ângulos informativos. Algumas são, digamos, umas 
consolidações dos fatos registrados ou escriturados. 
O Balanço Patrimonial, por exemplo, mostra a situação do patrimônio, em determinado 
momento, resultante da escrituração de diversos fatos. 
A Demonstração do Resultado do Exercício também é resultante de diversos fatos, positivos e 
negativos, escriturados durante um ano. Mostra como a empresa se saiu naquele ano. 
O Inventário é outra demonstração e preocupa-se em mostrar a composição de alguns itens 
patrimoniais, analiticamente, alguns sem a utilização dos registros contábeis como, por 
exemplo, os estoques que são fisicamente verificados e outros com base nos registros 
contábeis como valores a receber e a pagar, valores que a empresa mantém nas instituições 
financeiras e outros. 
c) - Análise de Balanços: 
Técnica pela qual se determina a capacidade de pagamento da empresa, o grau de solvência, a 
evolução da empresa, a estrutura patrimonial e outras. Pela análise de balanços é possível 
comparar a situação da empresa dentro do setor que de faz parte. Apresenta quocientes úteis 
para os interessados na riqueza patrimonial, efetivos e potenciais, auxiliando-os, pela relação 
entre elementos naquele período e pela evolução durante os anos, a interpretar os 
demonstrativos apresentados. 
d) - Auditoria: 
Técnica pela qual é verificada a qualidade da informação prestada confirmando ou não, se os 
demonstrativos apresentados representam com fidelidade a situação patrimonial. Na auditoria 
examinam-se os documentos geradores da transformação patrimonial e a estrutura dos 
demonstrativos contábeis. 
Elaborando-se PARECER conclusivo sobre a correta utilização dos procedimentos e princípios 
contábeis, inclusive a fidedignidade da informação. A auditoria pode ser interna ou externa. 
16 - APLICAÇÕES DAS TÉCNICAS CONTÁBEIS 
Estudaremos agora a aplicação das técnicas contábeis, ou seja, os meios e métodos utilizados 
pela Contabilidade para o registro dos fatos administrativos. 
17 - CONTAS 
É o nometécnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos e Obrigações) e aos 
elementos de resultado (Despesas e Receitas). 
É função da contabilidade é registrar os fatos administrativos que acontecem numa empresa. 
Estes fatos devem ser registrados separadamente, de acordo com sua natureza. Os 
agrupamentos de registros dos fatos administrativos de uma mesma natureza denominam-se 
contas. 
Cada tipo de conta recebe uma denominação permanente, um título, um nome que identifica 
claramente a natureza dos fatos que ela representa. Assim, lendo o nome das diferentes 
contas, teremos a idéia imediata do que elas represetam dos fatos que registram. 
Podemos citar como exemplo, os seguintes nomes de contas: 
1. CAIXA: essa conta registra todo o movimento de entrada e saída do dinheiro da 
empresa. 
1. DESPESAS DE PESSOAL: registra todas as despesas efetuadas pela empresa para 
pagamento de seus empregados. 
1. FORNECEDORES: representa o que a empresa deve a terceiros, pelas compras 
efetuadas a prazo. 
17.1 - CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS 
As contas classificam-se em dois grandes grupos: as contas patrimoniais e contas de resultado. 
1. CONTAS PATRIMONIAIS 
São as contas que representam os Bens, Direitos e Obrigações da Organização. Serão ativas se 
representarem bens e direitos, e passivas, se representarem obrigações. 
As contas patrimoniais ativas terão sempre saldo devedor, e as contas patrimoniais passivas 
terão sempre saldo credor. 
1. CONTAS DE RESULTADO 
São as contas que representam as Despesas e as Receitas da empresa. Aparecem durante o 
exercício social encerrando-se no final do mesmo. Não fazem parte do Balanço Patrimonial, 
mas permitem apurar o resultado do exercício. 
Estas contas serão Devedoras, se representarem despesas, e terão sempre saldo devedor; 
será Credoras, se representarem receitas e terão sempre saldo credor. 
Despesas: decorrem do consumo de Bens e da utilização de serviços. Por exemplo: a energia 
elétrica consumida, os materiais de limpeza consumidos, o café consumido, os materiais de 
expediente consumidos, a utilização dos serviços telefônicos etc. 
Exemplos de Contas de Despesas: 
Água e Esgoto Material de Expediente 
Aluguéis Passivos Juros Passivos 
Café e Lanches Luz 
Contribuição de Previdência Material de Limpeza 
Descontos Concedidos salários 
Despesas Bancárias Prêmios de Seguro 
Fretes e Carretos Telefone 
Impostos Honorários 
Receitas: Decorrem da venda de Bens e da prestação de serviços. Existem em número menor 
que as despesas, sendo as mais comuns representadas pelas seguintes contas: 
Exemplos de Contas de Receitas: 
Aluguéis Ativos Vendas 
Descontos Obtidos Receitas de Serviços 
Juros Ativos 
Existem Contas de Resultado que podem aparecer tanto no grupo das Despesas quanto no 
grupo das Receitas. É o caso dos Aluguéis, dos Juros e dos Descontos. 
CONTAS DESPESAS RECEITAS 
Aluguéis Passivos Ativos 
Descontos Obtidos Concedidos Obtidos 
Juros Passivos Ativos 
Diferença entre contas patrimoniais e de resultado: 
Contas PATRIMONIAIS Contas de RESULTADO 
BENS 
DIREITOS 
OBRIGAÇÕES 
CUSTO 
DESPESA 
RECEITA 
17.2 - FUNÇÃO DAS CONTAS 
A função de cada conta é representar graficamente a variação patrimonial que um fato 
promoveu no Patrimônio da empresa. Essa variação pode ser a débito ou a crédito da conta. 
A diferença entre o débito e o crédito de uma conta, chama-se saldo. O saldo de uma conta 
pode ser devedor ou credor. O saldo de uma conta é devedor, quando o débito é maior que o 
crédito. O saldo de uma conta é credor quando o crédito é maior que o débito. 
18 - DETERMINAÇÃO DO DÉBITO E DO CRÉDITO 
Na linguagem contábil, a palavra débito e crédito raramente correspondem à linguagem 
comum. Isto é: 
Débito na linguagem comum significa: 
1. Dívida 
2. Situação negativa 
3. Estar em débito com alguém 
4. Estar devendo para alguém etc. 
Crédito na linguagem comum significa: 
1. Ter crédito com alguém 
1. Situação positiva 
2. Poder comprar a prazo etc. 
18.1 - LANÇAMENTOS A DÉBITO E A CRÉDITO 
Como já vimos às operações ocasionam aumentos e diminuições do Ativo, do Passivo e do 
Patrimônio Líquido. 
As contas possuem dois lados (direito e esquerdo); dessa forma, os aumentos podem ser 
registrados em um lado e as diminuições no outro. A natureza da conta é que irá determinar o 
lado a ser utilizado para os aumentos e o lado para as diminuições. 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Aumenta pelo Débito 
Diminui pelo Crédito 
Aumenta pelo Crédito 
Diminui pelo Débito 
Contas de natureza devedora e/ou saldo 
devedor 
Contas de natureza credora e/ou saldo 
credor 
1. O lado do Ativo é igual a Débito porque as contas que o compõem são de natureza 
devedora. 
2. O lado do Passivo é igual a Crédito porque as contas que o compõem são de natureza 
credora. 
Contas de Resultado 
DESPESAS RECEITAS 
DébitoCrédito 
Exemplo: 
Se comprarmos uma máquina à vista, por exemplo, movimentaremos a conta Caixa - pela 
saída de dinheiro para pagamento da máquina - e a conta Máquinas - pela entrada da 
maquina. Agora, vamos saber em qual das contas vamos efetuar o débito e em qual vamos 
efetuar o crédito. 
A conta que representa a aplicação de recursos é debitada e a que representa a origem do 
recurso é creditada. Podemos esquematizar o raciocínio acima da seguinte forma: 
Aplicação de Recursos = Débito 
Origem dos Recursos = Crédito 
Outra forma de se determinar o débito ou o crédito de certa conta, será saber a origem da 
mesma, ou seja, se ela é um bem ou direito (Ativo), uma obrigação (Passivo) ou se representa 
um elemento do Patrimônio Líquido positivo (Receita) ou negativo (Despesa). 
Como já foi visto anteriormente, o Ativo é composto das contas com saldo devedor e o Passivo 
das contas com saldo credor. O Patrimônio Líquido Positivo (Receitas) é sempre creditado e, 
portanto o seu saldo é sempre credor. Patrimônio Líquido Negativo (Despesas), sempre 
debitado e, portanto, o seu saldo será sempre devedor. 
As contas têm um valor inicial, ou seja, o primeiro lançamento que se faz em determinada 
conta terá que ser de acordo com a sua origem. Assim, uma conta que represente um bem ou 
direito terá o seu valor inicial. 
Sempre a débito, pois se trata de uma conta do Ativo. Inversamente, as contas que 
representam obrigações terão o seu valor inicial a crédito, pois se tratam de contas do Passivo. 
As contas do Patrimônio líquido, como já vêm, são unilaterais, ou seja, as despesas debitadas e 
as receitas sempre creditadas. 
Desse modo, exemplificando, se pela primeira vez vamos utilizar a conta ‘CAIXA’ teremos que 
fazê-lo a débito, pois se trata de um bem, e, portanto, Ativo. 
Se igualmente usamos pela primeira vez a conta ‘FORNECEDORES’ vamos creditá-la, pois ela 
constitui uma obrigação e, portanto, Passivo. 
Assim, partindo de um valor inicial, as contas bilaterais (Ativo e Passivo) vão sendo debitadas e 
creditadas com o seu saldo variando a cada operação da seguinte forma: 
ANOTA-SE NO DÉBITO: 
1. Os aumentos do Ativo 
2. As reduções do Passivo 
3. Os aumentos do Patrimônio Líquido Negativo (despesas) 
ANOTA-SE NO CRÉDITO: 
1. As reduções do Ativo 
2. Os aumentos do Passivo 
3. Os aumentos do Patrimônio Líquido Positivo (receitas) 
Para melhor entendimento: 
a) A conta do Ativo tem o valor inicial a débito e aumentam o seu saldo com os débitos e 
diminuem com os créditos. 
b) A conta do Passivo tem o valor inicial a crédito, aumentando seu saldo com os créditos e 
diminuindo com os débitos. 
c) A conta do Patrimônio Líquido Positivo tem o seu valor inicial a crédito, serão sempre 
creditadas e seu saldo aumentará sempre.d) A conta do Patrimônio Líquido Negativo tem o seu valor inicial a débito, serão sempre 
debitadas e seu saldo aumentará sempre. 
19 - PLANO DE CONTAS 
Toda empresa, ao iniciar suas atividades, deve organizar um plano de contas, ou seja, a relação 
de todas as contas que ela vai utilizar no decorrer de suas atividades. 
Estas contas são classificadas de acordo com os grupos a que elas pertencem. Portanto, plano 
de contas é a relação das contas utilizadas por uma empresa em sua atividade, agrupadas 
segundo a sua natureza. 
De acordo com suas atividades e seus objetivos, as empresa ao organizarem seus planos de 
contas, devem procurar evidenciar os fatos que mais lhe interessam, criando para eles contas 
específicas. No futuro, as informações que a empresa deseja obter da contabilidade 
dependerão da boa esquematização do plano de contas. Se a empresa, por exemplo, deseja 
por em evidência determinado tipo de despesa, deve criar uma conta só para ela, deixando de 
englobá-la em outras despesas. 
A classificação do aspecto quantitativo é feita segundo a Lei das Sociedades Anônimas (Lei 
6.404/76 de 15 de dezembro de 1976) que adotou critério de classificação quantitativa do 
Patrimônio das empresas constituídas sob aquela forma e que serve como regra geral para a 
disposição dos Balanços Patrimoniais de todas as empresas. 
Já vimos anteriormente que as contas se dividem em dois grandes grupos: o grupo das contas 
patrimoniais e o das contas de resultado. 
O grupo das contas patrimoniais divide-se em contas ativas, que representam os bens e 
direitos, e contas passivas, que representam as obrigações. 
As contas que formam o Ativo da empresa dividem-se nos seguintes grupos e subgrupos: 
1. CIRCULANTE - Agrupa as contas que representam as disponibilidades da empresa e os 
direitos a curto prazo, ou seja, os realizáveis dentro de um ano após o balanço. Como 
exemplos, podemos citar as contas caixa e duplicatas a receber. 
2. REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - Agrupa as contas que representam os direitos 
realizáveis a longo prazo, isto é, realizáveis num prazo superior a um ano após o 
balanço. Podemos citar como exemplo um empréstimo que a empresa concede com 
prazo superior a doze meses. 
3. PERMANENTE - representa os bens móveis e imóveis da empresa não destinados à 
venda. 
Subdivide-se nos seguintes subgrupos: 
1. INVESTIMENTOS: representam as participações da empresa em outras sociedades, 
como ações e incentivos fiscais. Representam também os imóveis não destinados ao 
uso da empresa e projetos de reflorestamento; 
2. IMOBILIZADO: agrupa as contas que representam os bens destinados à manutenção 
das atividades da empresa, tais como: terrenos, prédios, máquinas, veículos, etc. 
3. DIFERIDO: representam os gastos com instalações, projetos e despesas financeiras, 
que serão apropriadas em exercícios futuros, pois vão propiciar resultados por vários 
anos de atividades da empresa. 
Do grupo PERMANENTE, subgrupo IMOBILIZADO deve subtrair as depreciações acumuladas, 
que é o valor da desvalorização dos bens, do desgaste provocado pelo seu uso. Essa 
depreciação é calculada com base no tempo de duração dos bens, observando-se os índices ou 
as percentagens determinadas pela legislação. 
As contas que formam o Passivo da empresa dividem-se nos seguintes grupos e subgrupos: 
1. CIRCULANTE - Agrupa as contas que representam obrigações da empresa e que 
deverão ser pagas dentro de um ano após o Balanço, como fornecedores, obrigações 
tributárias, empréstimos bancários, etc. 
2. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO - Agrupa contas que representam que a empresa deverá 
pagar, decorrido um ano após o Balanço, tais como empréstimos bancários a longo 
prazo. 
3. RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS - representa receitas referentes a exercícios 
futuros, porém recebidas antecipadamente, tais como o recebimento de um aluguel 
antes do prazo de vencimento. 
4. PATRIMÔNIO LÍQUIDO - também chamado de situação líquida, como vimos 
anteriormente, representa as obrigações da empresa para com os sócios, acrescidas 
das reservas formadas no decorrer de suas atividades. 
O Patrimônio Líquido subdivide-se em: 
1. CAPITAL: representa o dinheiro entregue pelos sócios para formação do patrimônio 
inicial. Deste subgrupo, subtrai-se o capital a realizar, isto é, a diferença entre o capital 
que consta do contrato e o capital efetivamente entregue pelos sócios; 
2. RESERVAS DE CAPITAL: representam as reservas oriundas da correção monetária do 
capital. Esta correção monetária é calculada segundo índices baixados pela legislação 
vigente; 
3. RESERVAS DE LUCROS: formadas pela retenção de lucros por parte da empresa, para 
utilizá-los futuramente no aumento de seu capital; 
4. LUCROS ACUMULADOS: é a parte do lucro a que a empresa ainda não deu destinação. 
Caso a empresa apresente prejuízos, o valor correspondente ao prejuízo deverá ser 
subtraído desse grupo e classificado em prejuízos acumulados. 
Os fatos contábeis devem ser classificados dentro de um sistema metódico e organizados para 
que a contabilização dos mesmos seja feita de uma maneira uniforme. Assim, é necessário que 
se tenha em qualquer empresa um plano de contas razoável, que constitui princípio elementar 
de organização de qualquer sistema contábil eficiente. 
A inexistência de um Plano de Contas dá margem a improvisações que podem produzir 
inconvenientes sérios. Um bom Plano de Contas contém os seguintes elementos básicos: 
a) Elenco de contas; 
b) Função atribuída a cada conta; 
c) Funcionamento (quando deve ser debitada e quando deve ser creditada). 
Ao se elaborar um Plano de Contas é necessário se estudar a natureza da entidade a que ele 
vai pertencer, colhendo-se os seguintes dados: 
a) Forma jurídica da entidade; 
b) Ramo de atividade; 
c) Sistema de operações; 
d) Volume de Negócios; 
e) Exigências de ordem legal. 
De posse desses elementos ou de outros considerados relevantes e necessários, em cada caso, 
torna-se possível à confecção do plano. Para facilitar a identificação das contas, adota-se um 
código numérico para cada uma. Esse código é composto de, no máximo, seis números e 
através dele se pode saber de imediato a que grupo a conta pertence: 
 primeiro número: indica o grupo ( 1 - Ativo; 2 - Passivo; 3 - Despesas; 4 - Receitas) 
 segundo número: indica a divisão; 
 terceiro número: indica a subdivisão 
 quarto número em diante indica mais de uma subdivisão e/ou número da conta 
propriamente dita 
Exemplo: 
1. Conta 1114.01 Duplicatas a receber, onde: 
1 = Indica o grupo do Ativo 
11 = Indica a primeira divisão do grupo do Ativo, que é Circulante. 
111 = Indica a primeira subdivisão do Ativo Circulante, que é Disponível. 
1114 
= Indica a quarta divisão dentro do Ativo Circulante Disponível, que é créditos por 
vendas. 
1114.01 = indica o número da conta 
Aparecem ainda, no plano, determinadas contas precedidas de um sinal de menos (-). Este 
sinal identifica as contas redutoras. Elas têm por finalidade corrigir, retificar, o saldo de outras 
contas. 
O saldo da conta redutora é subtraído da conta a que ela se refere, e com isso, obtém-se o 
saldo líquido. 
Quando estudarmos os processos de depreciação, provisionamento, amortização e exaustão, 
ficarão mais claras a função dessas contas. 
PLANO DE CONTAS 
CONTAS PATRIMONIAIS 
ATIVO 
11 CIRCULANTE: (Disponibilidades e Direitos de 
Curto Prazo) 
111 Disponível: (ACD: Liquidez Imediata) 
1111 Caixa 
1112 Bancos Conta Movimento 
 Banco do Brasil S/A 
1113 Aplicações Financeiras a curto prazo 
 Caderneta de poupança 
 Aplicações em fundos 
1114 Créditos por vendas 
 Duplicatas a receber (clientes) 
 (-) Duplicatas descontadas 
 (-)Provisão para devedores duvidosos 
 Contas a receber 
1115 Adiantamento Diversos 
 Adiantamentos sobre salários 
 Adiantamentos sobre 13º salário 
 Adiantamentos sobre férias 
PASSIVO 
21 CIRCULANTE (Dívidas ou débitos 
vencíveis no exercício seguinte, após 
fechamento do balanço.) 
211 Obrigações 
2111 Obrigações operacionais 
 Fornecedores (Duplicatas a 
pagar) 
 Financiamentos a pagar 
 Contas a pagar 
2112 Obrigações trabalhistas 
 Salários e ordenados a pagar 
 FGTS a recolher 
 INSS a recolher 
 13º salários a pagar 
 Contribuição sindical a recolher 
 IRRF a recolher 
2113 Obrigações financeiras 
 Empréstimos bancários 
1116 Impostos a recuperar 
 IR sobre aplicação financeira 
 ICMS a recuperar 
 IRRF 
1117 Despesas pagas antecipadamente 
 Assinatura de jornais e revistas 
 Juros sobre operações financeiras 
 Seguros pagos antecipadamente 
 Aluguel a vencer 
 Despesas a vencer 
1118 Estoques 
 Mercadorias para revenda 
 Produtos 
 Material de expediente 
 Embalagens 
 (-) Provisão para perdas com estoque 
1119 Bancos conta vinculada 
1119.01Caixa Econômica Federal 
12 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO: (Direitos realizáveis 
em dois ou mais exercícios, após o fechamento do 
balanço.) 
121 Créditos por vendas 
 Duplicatas a receber (clientes) 
 (-) Duplicatas descontadas 
 (-) Provisão para devedores duvidosos 
 Contas a receber 
122 Empréstimos compulsórios diversos 
 Empréstimo compulsório sobre veículos 
 Empréstimos a 
Coligadas/Controladas/Subsidiárias 
(independente do prazo) 
 Juros a pagar sobre 
financiamentos 
 IOF a pagar 
 Taxas bancárias a pagar 
2114 Obrigações fiscais 
 Cofins a recolher 
 PIS a recolher 
 ICMS a recolher 
 IRPJ a recolher 
 Contribuição social a recolher 
2115 Outras obrigações 
 Seguros a pagar 
 Fretes a pagar 
 Aluguéis a pagar 
 Títulos a pagar 
212 Provisões 
 Provisão para o 13º salário 
 Provisão para o FGTS sobre o 
13º salário 
 Provisão para férias 
 Provisão para IRPJ 
 Provisão para o INSS sobre as 
férias 
213 Participações 
 Participação de 
administradores 
 Participação de empregados 
22 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO: (Dívidas 
ou débitos, pagáveis em dois ou mais 
exercícios após fechamento do 
balanço) 
221 Obrigações operacionais 
 Empréstimos a Sócios/diretores (independente 
do prazo) 
 Investimentos Incentivados 
13 PERMANENTE (AP - CF: Componentes patrimoniais 
adquiridos com intenção de permanência.) 
131 Investimentos 
1311 Ações de outras companhias 
1312 Incentivos fiscais 
 Participação em outras empresas 
 Reflorestamento 
 (-) Provisão para perdas com investimentos 
1313 Imóveis de renda 
1314 Obras de Arte 
1315 Marcas e Patentes (compradas) 
132 Imobilizado 
1321 Bens materiais 
 Móveis e Utensílios 
 Máquinas e equipamentos 
 Veículos 
 Instalações 
 Computadores 
 Imóveis 
 Terrenos 
1322 Depreciações acumuladas 
 (-) Depreciação acumulada sobre móveis e 
utensílios 
 (-) Depreciação acumulada sobre máquinas 
 (-) Depreciação acumulada sobre 
equipamentos 
 (-) Depreciação acumulada sobre veículos 
 (-) Depreciação acumulada sobre instalações 
 Fornecedores (Duplicatas a 
pagar) 
 Financiamentos a pagar 
 Contas a pagar 
222 Obrigações financeiras 
 Empréstimos e financiamentos 
 Juros a pagar sobre 
financiamento 
 IOF a pagar 
 Taxas bancárias a pagar 
23 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS 
FUTUROS: (Receitas recebidas e não 
incorridas) 
231 Receitas futuras 
 Vendas diferidas 
 (-) Custo de vendas diferidas 
 Impostos sobre vendas 
diferidas 
24 PATRIMÔNIO LIQUIDO 
241 Capital 
 Capital social 
 (-) Capital a realizar 
242 Reservas 
2421 Reservas de Capital 
2421.1 Correção monetária do capital 
2422 Reservas de reavaliação 
 Reavaliação de bens do Ativo 
2423 Reservas de Lucros 
 Reserva legal 
 Reserva para investimento 
 Reserva para contingentes 
243 Lucros e Prejuízos 
 (-) Depreciação acumulada sobre 
computadores 
 (-) Depreciação acumulada sobre imóveis 
1323 Bens imateriais 
 Marcas e Patentes 
 Luvas comerciais 
 (-) Amortizações 
1324 Direitos de exploração mineral/florestal 
1324.1 - provisão para exaustão 
133 Diferido: (Despesa incorrida e paga que deverá 
beneficiar vários exercícios.) 
1331 Gastos 
 Gastos com organização (despesas pré 
operacionais) 
 Gastos com reorganização 
 Gastos com implantação de sistemas 
 Gastos com pesquisas 
 Benfeitorias diversas 
 (-) Amortizações acumuladas 
 Lucro do exercício 
 Lucros acumulados 
 Prejuízos 
 (-) Prejuízo do exercício 
 (-) Prejuízos acumulados 
 (-) Ações na Tesouraria 
CONTAS DE RESULTADO 
3 DESPESAS 
31 DESPESAS OPERACIONAIS 
311 Despesas administrativas 
 Salários e ordenados 
 13º Salário 
 INSS 
 FGTS 
 Gratificações 
 Seguro contra acidentes do 
trabalho 
 Férias 
 Aluguéis 
4 RECEITAS 
41 RECEITAS OPERACIONAIS 
411 Vendas 
 Vendas de mercadorias à vista 
 Venda de mercadorias a prazo 
 Venda de bens do Ativo Permanente 
412 Receitas financeiras 
 Juros recebidos 
 Descontos obtidos 
 Rendimentos de aplicações financeiras 
 Variações monetárias ativas 
 Juros sobre aplicações financeiras 
 Condução 
 Luz 
 Água 
 Material de escritório 
 Assinaturas de jornais e revistas 
 Telefone 
 Depreciações 
 Amortizações 
 Material de limpeza 
312 Deduções sobre vendas 
 Devoluções de vendas 
 Descontos concedidos 
 ICMS sobre vendas 
 Cofins 
 PIS 
313 Despesas financeiras 
 Juros pagos 
 Despesas bancárias 
 IOF 
 CPMF 
 Variações monetárias 
314 Despesas com vendas 
 Viagens e estadias 
 Fretes e carretos 
 Provisão para devedores duvidosos 
 Comissões sobre vendas 
 Propaganda e publicidade 
315 Despesas tributárias 
 Impostos e taxas diversos 
 Contribuição sindical patronal 
32 DESPESAS NÃO OPERACIONAIS 
 Reversão da provisão para devedores 
duvidosos 
42 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 
4211. 4 Recuperação de despesas 
 Lucro na venda de bens do Ativo 
 Dividendos recebidos 
 aluguéis recebidos 
 Prejuízo na venda de bens do Ativo 
 Multas diversas 
 Despesas diversas 
33 CUSTOS 
331 MERCADORIAS 
 Compras à vista 
 Compras a prazo 
 (-) Devoluções de compras 
 (-) ICMS sobre compras 
 Custo das mercadorias vendidas 
(CMV) 
20 - ESCRITURAÇÃO 
A Escrituração é uma técnica contábil que consiste no registro, em livros próprios, de todos os 
fatos administrativos resultantes da gestão do patrimônio da entidade. 
21 - LIVROS DE ESCRITURAÇÃO 
São muitos os livros utilizados pelas entidades: a quantidade e a espécie variam de acordo com 
seu porte, forma jurídica e do ramo de atividade que essas entidades exercem. 
Classificação dos livros de Escrituração: 
I - Quanto à utilidade 
 Principais: utilizados para o registro de todos os eventos do dia-a-dia da entidade, 
como ocorre com os livros Diários e Razão. 
 Auxiliares: utilizados para o registro de eventos específicos, como os livros Caixa, 
Contas Correntes, Registro de Duplicatas e Razão Auxiliar em UFIR, além de todos os 
livros fiscais que podem servir de suporte para a escrituração do Diário. 
II - Quanto à natureza 
 Cronológicos: aqueles em que os registros são efetuados obedecendo a rigorosa 
ordem cronológica de dia, mês e ano. 
 Sistemáticos: livros destinados ao registroda mesma natureza como todos os livros de 
escrituração, com exceção do livro Diário. 
III - Quanto a finalidade 
 Obrigatórios: exigidos pela legislação comercial, tributária e societária. Ex: livros 
Diários, Registro de Duplicatas, livram de Apuração do Lucro Real (LALUR), Registro de 
Apuração do ICMS, Registro de Ações Endossáveis etc. 
 Facultativos: livros que as entidades utilizam sem que haja exigência legal. Ex: livro 
Caixa, (exceto para as entidades que optarem pela tributação com base no lucro 
presumido), Contas Correntes, Controle de Contas a Receber, Controle de Contas a 
Pagar etc. 
Outras informações importantes: 
Ë importante lembrar que a legislação brasileira pode dispensar determinadas entidades da 
escrituração de livros obrigatórios. 
Ex: 
1. A Lei 9.317/96 dispensou as Microempresas e as Empresas de Pequeno Porte da 
escrituração comercial. 
2. A Lei 8.541/92 dispensa da escrituração contábil e fiscal as pessoas jurídicas que 
optarem pela tributação com base no lucro presumido. 
1. O Livro Diário por registrar todos os eventos que ocorrem no dia-a-dia das entidades, 
é o livro mais importante sob o ponto de vista legal. 
2. O Razão, por permitir o controle em separado de cada conta, é o livro mais importante 
sob o ponto de vista contábil. 
22 - MÉTODO DE ESCRITURAÇÃO 
Método de Escrituração é a forma de registro dos atos e dos fatos Administrativos. 
O método das partidas dobradas 
De uso universal, esse método permite o controle de todos os elementos patrimoniais bem 
como das variações do Patrimônio Líquido, que poderão resultar em Lucro ou Prejuízo. 
É o método utilizado no registro contábil das operações. Consiste na existência de um ou mais 
débitos para cada crédito, ou vice-versa, sendo que, a soma dos débitos tem que ser de igual 
valor à soma dos créditos. É por esse motivo que se diz que um Balanço "fecha", ou seja, o 
total do ativo é igual ao total do passivo. 
Se por algum motivo esses valores não batem é porque houve alguma falha ou no registro de 
uma partida (débito ou crédito) ou na soma destas. Para cada aplicação existe uma ou mais 
origens, para cada débito existe um ou mais créditos e vice-versa. 
Por meio desse método, os eventos são registrados inicialmente no livro Diário e, 
posteriormente, no livro Razão. 
Exemplo: 
Compra de um veículo à vista, no valor de R$ 30.000,00. 
Débito/Crédito Conta Valor 
Débito Veículo R$ 30.000,00 
Crédito Caixa R$ 30.000,00 
23 - REGIMES CONTÁBEIS 
Para se conhecer o resultado de um exercício é preciso confrontar o total das despesas com o 
total das receitas correspondentes ao respectivo exercício. 
Em um exercício pode-se efetuar o pagamento de despesas ocorridas no exercício anterior, 
ocorridas no próprio exercício ou que ainda irão ocorrer no exercício seguinte. 
O mesmo poderá ocorrer com as receitas: em determinado exercício pode-se receber dinheiro 
proveniente de receitas ocorridas no exercício anterior, no próprio exercício ou ainda 
proveniente de receitas que ocorrerão no exercício seguinte. 
É o regime contábil a ser adotado que definirá que despesas e receitas deverão ser 
consideradas na apuração do resultado do respectivo exercício. 
São dois os regimes contábeis conhecidos: Regime de Caixa e Regime de Competência. 
1. Regime de Caixa 
Na apuração do Resultado do exercício devem ser consideradas todas as despesas pagas e 
todas as receitas recebidas no respectivo exercício, independentemente da data da ocorrência 
de seus fatos geradores. 
Em outras palavras, por esse regime somente entrarão na apuração do resultado as despesas e 
as receitas que passaram pelo Caixa. 
1. Regime de Competência 
Desse regime decorre o Princípio da Competência de Exercícios, e por ele serão considerados, 
na apuração do Resultado do Exercício, as despesas incorridas e as receitas realizadas no 
respectivo exercício, tenham ou não sido pagas ou recebidas. 
De acordo com esse regime, não importa se as despesas ou receitas passaram pelo caixa 
(pagas ou recebidas); o que vale é a data da ocorrência dos respectivos fatos geradores. 
Exemplo: 
Foi apurado um total de Receita no valor de R$ 380.000,00, e despesa de R$ 145.890,00. Deste 
total foi recebido o valor de R$ 276.000,00 e pago R$ 123.000,00. A empresa teve 
Lucro/Prejuízo? 
Regime De Caixa Regime De Competência 
Receita 276.000,00 Receita 380.000,00 
Despesa 97.680,00 Despesa 145.890,00 
Lucro/Prejuízo 178.320,00 Lucro/Prejuízo 234.110,00 
24 - LANÇAMENTO 
Lançamento é o meio pelo qual se processo a escrituração contábil. Ë a forma mercantil de se 
processar o registro dos fatos no Livro Diário. Chamamos de lançamento a cada registro 
considerado individualmente. 
a) Elementos essenciais do lançamento: 
Os elementos do lançamento devem ser registrados na seguinte ordem: 
Local e Data: trata-se da anotação do nome da cidade onde está localizada a empresa e da 
data em que ocorreu o fato administrativo que está sendo lançado; 
Conta Devedora: é a conta que debitamos de conformidade com o fato que estamos lançando, 
isto é, a conta em que foram aplicados os recursos; 
Conta Credora: é a conta que creditamos, ou seja, aquela que deu origem aos recursos; 
Histórico: é a descrição do fato que estamos lançando. O histórico deve ser sucinto, mas deve 
conter todos os dados necessários para a identificação do fato; 
Valor: é a quantia que o fato movimentou. 
Exemplo: 
VOLTA REDONDA,01 DE FEVEREIRO DE 2002 
ACIONISTAS CONTA CAPITAL A REALIZAR 
" ESTOU APRENDENDO S/A " 
 a CAPITAL 
PELA CONSTITUIÇÃO DA EMPRESA ,DE 10.000 AÇÕES, NO VALOR DE 10,00 
CADA, PARA EXPLORAR O RAMO DE VENDAS DE APARELHOS DE 
GINÁSTICA, CONF REGISTRO NA 
JUCERJA............................................................................100.000,00 
OBS: por convenção, a letra a indica a conta que está sendo creditada no lançamento. 
25 - O Livro Diário: 
Nele, são registradas diariamente todas as operações que afetam a situação patrimonial da 
entidade. 
O Diário pode ser escriturado em folhas soltas, a maquina, com tinta copiativa, de modo que 
essas folhas sejam decalcadas no chamado Diário-copiador, um livro encadernado que, de 
antemão, é numerado tipograficamente e autenticado na Junta Comercial. 
A empresa que empregar escrituração mecanizada pode também substituir o Diário e os livros 
auxiliares por fichas, que, também de antemão, devem ser numeradas em seqüência por 
processo mecânico ou tipográfico e ser autenticadas na Junta Comercial. 
Por fim, caso a entidade adote o processo eletrônico de escrituração ( hoje muitíssimo 
difundido ), seus formulários contínuos, numerados mecânica ou tipograficamente, devem ser 
destacados e encadernados em forma de livro. 
O lançamento (isto é, registro ) de um fato no Diário dá-se apenas à vista de um documento 
que comprove a legitimidade da operação. Assim, não se admite ali nenhum lançamento sem 
pelo menos um comprovante (nota fiscal, recibo, título, contrato etc. ) que autentique a 
veracidade da transação registrada. Todo lançamento feito no Diário sem o respectivo 
comprovante é considerado fraude contábil. 
Mais uma observação: embora o Diário seja o primeiro a ser escriturado, os lançamentos 
poderão ser feitos em fichas de lançamentos ( chamadas slips ) e posteriormente passados 
para o Diário. 
26 - O Razão: 
Embora seja facultativo, o Razão é um livro inestimável, pois classifica pelas denominações as 
contas do Diário. Mediante o Razão, podemos a qualquer momento levantar um balancete de 
verificação, ou seja, uma relação de todas as contas. 
Trata-se de um livro sistemático, pois nele se destina uma página ou ficha para cada conta. É 
um procedimento que permite conhecero volume das operações de determinado elemento 
específico do patrimônio e os totais das contas que lhe trazem variações. 
Na escrituração manual, destinamos uma folha do Razão para cada conta. 
27 - RAZONETES: 
Os Razonete consistem numa simplificação do livro Razão. No Razão abre-se uma página para 
cada conta; lança-se o nome da conta e o movimento de débito e crédito; e; por fim, apura-se 
o saldo. Nos Razonete o processo é o mesmo. 
Ao apurar o saldo da conta num Razonete, deve-se ter o cuidado de traçar duas linhas 
paralelas, como no modelo seguinte. Essas linhas servem para diferenciar do saldo o 
movimento da conta. 
D Veículo C D Caixa C D Duplicata a pagar C 
31.000,00 15.500,00 15.500,00 
Saldo: 31.000,00 Saldo: 15.500,00 Saldo: 15.500,00 
Saldo: Saldo é a diferença entre o débito e o crédito da conta e fica do lado do valor maior “. 
O Caixa: 
O livro Caixa é de grande utilidade na administração das entidades, pois nele são registradas as 
entradas e saídas de numerário. 
A existência de dinheiro na empresa é representada pelo saldo devedor do caixa. O caixa 
evidentemente, jamais poderá desembolsar mais dinheiro do que possui. 
As entradas de dinheiro no livro Caixa são lançadas a débito, e as saídas a crédito. 
MODELO DE LIVRO CAIXA 
Doc nº Histórico Entradas saídas 
526 Referente ao pagamento da compra de um veículo R$ 15.500,00 
28 - BALANCETES: 
E o primeiro passo para o encerramento do exercício. Como já vimos anteriormente, e de 
acordo com o método das partidas dobradas, para cada débito temos um crédito de igual 
valor. 
Esse princípio também é observado na elaboração do balancete de verificação, pois nele a 
soma dos saldos credores deve ser igual à soma dos saldos devedores. 
O balancete de verificação é, portanto, feito com base nos saldos de todas as contas do livro 
razão. Para a apuração desses saldos, o livro Razão deverá estar em dia, isto é, conter todos os 
lançamentos correspondentes ao exercício que se pretende encerrar. 
Ao elaborarmos esse balancete, temos a possibilidade de detectar erros de lançamento. 
Encontrando algum erro, devemos proceder aos acertos necessários, conforme as técnicas de 
correção já estudadas anteriormente. 
As principais finalidades do balancete são: 
1. Apurar o saldo total das contas do Razão, mediante a diferença entre saldo credor e 
saldo devedor; 
2. Verificar a exatidão dos lançamentos do livro Razão. 
Para realizar um balancete de verificação, relacionam-se todas as contas do Livro Razão e seu 
respectivo saldo. Os balancetes podem ser Sintéticos, Analíticos ou complexos. 
Nos balancetes Sintéticos, lança-se apenas o saldo das contas. 
CONTAS SALDO 
 DEVEDOR CREDOR 
Veículo 31.000,00 
Caixa 15.500,00 
Duplicata a pagar 15.500,00 
Total 31.000,00 31.000,00 
Nos Balancetes Analíticos lança-se o movimento e o saldo das contas: 
CONTAS Movimento Saldo 
 Devedor Credor Devedor Credor 
Veículo 31.000,00 31.000,00 
Caixa 15.500,00 15.500,00 
Duplicata a pagar 15.500,00 15.500,00 
Total 31.000,00 31.000,00 31.000,00 31.000,00 
Os Balancetes Complexos visam demonstrar não apenas o movimento e o saldo das contas no 
mês, mas também o saldo dessas mesmas contas no mês imediatamente anterior. Dessa 
forma, tem-se uma visão clara das alterações ocorridas durante o período em análise: 
CONTA SALDO ANTERIOR MOVIMENTO SALDO ATUAL 
 Devedor Credor Devedor Credor Devedor Credor 
Caixa 440.000,00 15.500,00 424.500,00 
Bancos c/mov 350.000,00 350.000,00 
Capital 800.000,00 800.000,00 
Veículo 20.000,00 31.000,00 51.000,00 
Duplicata a pagar 10.000,00 15.500,00 25.500,00 
Total 220.000,00 810.000,00 31.000,00 31.000,00 825.500,00 825.500,00 
29 - DRE - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
29.1 - CONCEITO 
A Demonstração do Resultado do Exercício é a apresentação, em forma resumida, das 
operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, demonstradas de forma a 
destacar o RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO. 
29.2 - OBJETIVO 
Fornecer aos usuários das demonstrações financeiras da empresa os dados básicos e 
essenciais à análise da formação do resultado do exercício. 
MODELO D. R. E. 
Faturamento Bruto 
(-) IPI faturado 
(=) Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços 
(-) Vendas Conceladas 
(-) Abatimentos Concedidos e Descontos Incondicionais 
(-) Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas e Serviços 
(=) Receita Líquida de Vendas 
(-) Custo das Mercadorias ou Prod. Vendidos e/ou Serv. Prestados 
(=) Resultado Bruto (se positivo, LUCRO BRUTO) 
(-) Despesas Operacionais: 
Despesas com vendas 
Despesas Gerais e Administrativas 
Despesas Financeiras 
Outras Despesas e Receitas Operacionais 
(=) Resultado Operacional (se positivo, LUCRO OPERACIONAL) 
(+) Receitas Não Operacionais 
(-) Despesas Não Operacionais 
(+-)Resultado da Correção Monetária 
(=) Lucro do Período-Base Antes das Part. Contr Social e I.R. 
(-) Participações de Debenturistas 
(-) Participações de Empregados 
(-) Participações de Administradores 
(-) Participações de Partes Beneficiárias 
(-) Contrib. p/ Fundos de Assistência e Prev. dos Empregados 
(=) Lucro Antes da Contribuição Social 
(-) Contribuição Social Sobre o Lucro 
(=) Lucro do Antes do IR 
(-) Provisão para o Imposto de Renda 
(=) Lucro Líquido do Período 
 
Número de Ações 
Lucro Líquido por Ação 
30 - BALANÇO PATRIMONIAL 
O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações financeiras que deve exprimir, com clareza, a 
situação do patrimônio da empresa, num dado momento, Apresentando o Ativo, Passivo e 
Patrimônio Líquido. 
Segundo o Artigo 178 da Lei 6.404, no Balanço, as contas serão classificadas segundo os 
elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a 
análise da situação financeira da companhia. 
Ativo: 
O ativo compreende os bens e os direitos de uma empresa expressos em moeda. Caixa, Bancos 
(ambos constituem disponibilidades financeiras imediatas), Imóveis, Veículos, Equipamentos, 
Títulos a Receber são alguns dos bens e direitos que uma empresa normalmente Possui. Todos 
os elementos do ativo acham-se discriminados no lado esquerdo do Balanço Patrimonial. 
1º - No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos 
elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 
 Ativo circulante; 
 Ativo realizável a longo prazo; 
 Resultado de exercícios futuros; 
 Ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido. 
Passivo: 
O passivo compreende basicamente as Obrigações a Pagar, isto é, as quantias que a empresa 
deve a terceiros. Títulos a Pagar, Contas a Pagar, Fornecedores, Salários a Pagar, são algumas 
das obrigações assumidas normalmente por uma empresa. 
Todos os elementos componentes do passivo estão discriminados no lado direito do Balanço 
Patrimonial. 
2º - No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: 
 Passivo circulante; 
 Passivo exigível a longo prazo; 
 Resultados de exercícios futuros; 
 Patrimônio líquido, em capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, 
reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados 
3º - Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão 
classificados separadamente. 
As contas do Ativo, sujeitas à Depreciação, Amortização e à provisão para Riscos de Créditos, 
aparecerão no balanço Patrimonial deduzidas das respectivas Depreciações, Amortizações ou 
da Provisão para Riscos de Crédito. 
4º - No grupo Patrimônio Líquido, da conta Capital serão subtraídos: 
 A parcela do Capital ainda não realizado; 
 Valorcorrespondente às ações que se encontrarem em tesouraria. 
Além disso, do total do grupo do Patrimônio Líquido será subtraída a conta Prejuízos 
Acumulados. 
Patrimônio Líquido 
Definimos Patrimônio Líquido como sendo a diferença entre o valor do ativo e do passivo de 
uma empresa, em determinado momento. 
É composto de capital, reservas e lucros acumulados. O capital é a importância com que o 
empresário iniciou sua atividade. As reservas são valores contabilizados para diversas 
finalidades. 
Exemplo: 
1 Ativo 2 Passivo 
1.1 Circulante Valor 2.1 Circulante Valor 
1.1.1 Disponível 2.1.1 Duplicata a pagar 25.500,00 
1.1.1.1 Caixa 424.500,00 
1.2 Realizável a Longo Prazo 2.2 Exigível a Longo Prazo 
1.3 Permanente 2.3 Resultado de Exercício Futuro 
1.3.1 Investimento 
 2.4 Patrimônio Líquido 
1.3.2 Imobilizado 2.4.1 Capital 800.000,00 
1.3.2.1 Veículo 51.000,00 
1.3.3 Diferido 
Total 825.500,00 Total 825.500,00 
31 - ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS 
ATOS ADMINISTRATIVOS – São acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam 
alterações no Patrimônio: EX. Aval ou Fiança a Favor de Terceiros. 
Obs. Normalmente contabilizado em conta do Grupo de Contas de Compensação 
FATOS ADMINISTRATIVOS - São acontecimentos que afetam quantitativamente e 
qualitativamente o patrimônio da empresa, são os acontecimentos que provocam variações 
nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar o Patrimônio Liquido. 
Obs: Por modificarem o patrimônio, devem ser contabilizadas numa conta Patrimonial ou de 
resultado. 
Os Fatos Administrativos podem ser classificados em três grupos: 
FATOS ADMINISTRATIVOS PERMUTATIVOS – São aqueles que permutam os elementos 
componentes do Ativo e ou do Passivo , sem modificar o valor do Patrimônio Líquido. Pode 
ocorrer troca entre os elementos do Ativo, entre os elementos do Passivo e entre ambos ao 
mesmo tempo; os fatos permutativos envolvem apenas Contas Patrimoniais. 
FATOS ADMINISTRATIVOS MODIFICATIVOS-São aqueles que acarretam alterações, para mais 
ou para menos, no Patrimônio Liquido; envolvem apenas uma Conta Patrimonial (que 
representa Bem, Direito ou Obrigação ) e uma ou mais Contas de Resultado ou do Patrimônio 
Liquido. 
FATOS ADMINISTRATIVOS MISTOS – Envolve, ao mesmo tempo, um fato permutativo e um 
fato modificativo. Pode, portanto, acarretar alterações no Ativo e no Patrimônio Liquido, ou no 
Passivo e no Patrimônio Liquido, ou no Ativo, no Passivo e no Patrimônio Liquido ao mesmo 
tempo; envolvem mais de uma Conta Patrimonial e uma ou mais Contas de Resultados ou do 
Patrimônio Liquido.

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