Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 - BASES HISTÓRICAS DA CONTABILIDADE A contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo. Existem diversos registros em que as civilizações antigas já possuíam um esboço de técnicas contábeis. Em termos de registro histórico é importante destacar a obra Summa de Arithmetica, Geometrica, Proportioni et Proportionalita, do Frei Luca Pacioli, publicado em Veneza em 1494 (pouco depois da invenção da imprensa e um dos primeiros impressos no mundo). Esta obra descreve, num dos seus capítulos, um método empregado por mercadores de Veneza no controle de suas operações, posteriormente denominado método das partidas dobradas ou método de Veneza. Nos séculos seguintes ao livro de Pacioli a contabilidade expandiu sua utilização para instituições como a Igreja e o Estado e foi um importante instrumento no desenvolvimento do capitalismo, conforme opinião de importantes estudiosos como o sociólogo Max Weber. No entanto as técnicas e as informações ficavam restritas ao dono do empreendimento, pois os livros contábeis eram considerados sigilosos. Isto limitou consideravelmente o desenvolvimento da ciência uma vez que não existia troca de idéias entre os profissionais. Mais recentemente, com o desenvolvimento do mercado acionário e a fortalecimento da sociedade anônima como forma de sociedade comercial, a contabilidade passou a ser considerada também como um importante instrumento para a sociedade. Diz-se que o usuário das informações contábeis já não é mais somente o proprietário; outros usuários hoje também tem interesse em saber sobre uma empresa: sindicatos, governo, fisco, investidores, credores etc. 1.1 - IMPLANTAÇÃO NO BRASIL Foi implantada por D João VI, quando da transferência da Corte de Portugal para cá. No entanto, com o passar do tempo, foi relegada a segundo plano na administração pública, sendo revivida por D Pedro I por ocasião do I Império. Em 1914, após um período de esquecimento na República, o Brasil, necessitando de um empréstimo do exterior, recorreu ao governo inglês que, dentre as exigências para liberação do mesmo, solicitou uma demonstração da receita e despesa da União. Às pressas, foram reunidos alguns técnicos em finanças que elaboraram o Sistema de Contabilidade Pública que é utilizado até os dias de hoje, observando-se, é claro, as mudanças legais ocorridas nesse período. Atualmente, a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) impõe o modelo contábil empregado por todos os tipos de empresa, sejam elas de qualquer espécie. 2 - CONCEITO DA CONTABILIDADE “A Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio em suas variações quantitativas e qualitativas, tratando das funções, do cálculo , do registro e análise destas variações.” 3 - A FINALIDADE DA CONTABILIDADE A finalidade da contabilidade é registrar, controlar e demonstrar os fatos ocorridos no patrimônio, objetivando fornecer informações sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. 4 - OBJETIVOS DA CONTABILIDADE Objetivo da contabilidade é planejar e colocar em prática um sistema de informação para uma organização, com ou sem fins lucrativos. 5 – OBJETO O objeto de estudo da Contabilidade é o patrimônio. O patrimônio, que é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculadas a uma pessoa física ou jurídica, é o elemento sobre o qual se exercitam as funções contábeis. A Contabilidade atua sobre este conjunto de valores, acompanhando sua evolução, suas variações e os efeitos da ação administrativa. Como pessoa física define a pessoa natural, o indivíduo, o ser humano. Pessoa jurídica é a pessoa de existência abstrata, pessoa moral. A pessoa jurídica vem da reunião de duas ou mais pessoas físicas que se associam para um determinado fim, assinando um contrato, que é arquivado em repartição pública especializada, como por exemplo: Junta Comercial Estadual, Cartório de Notas, etc. 6 – CAMPO DE ATUAÇÃO O campo de atuação da Contabilidade é muito amplo, visto que a complexidade das atividades industriais, agrícolas, comerciais, bancárias e de prestação de serviços no mundo de hoje, fez com que inúmeros registros e controles fossem criados. A Contabilidade capta, registra e interpreta fatos que afetam as situações patrimoniais, financeiras ou econômicas, de qualquer entidade. 7 - CARACTERÍSTICAS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS Clara e Objetiva: a empresa se baseia nela para atingir seus objetivos, e de fácil compreensão para seus usuários, que podem ser conhecedores do assunto ou não. Precisa: sem erros, que levem o administrador/gestor a tomar decisões equivocadas. Tempestiva: A informação deve servir de apoio em tempo oportuno, na ocorrência do fato, para que medidas sejam tomadas a tempo. 8 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL Assim, a pessoa física, a empresa, a entidade de fins não-lucrativos e as pessoas de Direito Público, como os órgãos pertencentes à administração direta, somente controlam seus patrimônios, atingem seus fins e são passíveis de uma boa administração utilizando-se da Contabilidade. Ex: Empregados da empresa, Sócios e acionistas, Administradores e outros responsáveis pelas decisões, Fornecedores e emprestadores de dinheiro, Governo, Pessoas em Geral. 9 - LEGISLAÇÃO QUE REGULA A CONTABILIDADE 1. Lei n. 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações): Dispõe em seus artigos sobre os critérios a serem adotados na elaboração das demonstrações financeiras dando-se destaque a escrituração, grupos do Ativo e Passivo e respectivas funções de contas. 1. Decreto-lei n. 1.598/76 Regulamenta as normas impostas pela Lei 6.404/76. 1. Normas Brasileiras de Contabilidade - NBC Constituem-se em disposições que servem de orientação técnica ao exercício profissional. 10 – PRINCÍPIOS CONTÁBEIS Conceito: Princípio é uma premissa, uma verdade absoluta e inquestionável. O Princípio Contábil é a condição essencial para que a Contabilidade exista. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS Resolução CFC nº 750/93 O conselho Federal de Contabilidade através da Resolução CFC nº 750/93 definiu os Princípios Contábeis aplicáveis às Demonstrações Contábeis. São: a) o da ENTIDADE; b) o da CONTINUIDADE; c) o da OPORTUNIDADE; d) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; * e) o da AUTALIZAÇÃO MONETÁRIA; f) o da COMPETÊNCIA; g) o da PRUDÊNCIA. Princípio da Entidade O princípio da Entidade reconhece o Patrimônio Líquido como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Exemplo: Sr. Manoel é dono da empresa A, ele não pode contabilizar pagamentos de sua residência a título de despesas na sua empresa, porque as entidades não se confundem. Princípio da Continuidade A Continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. O Princípio da Continuidade determina o prazo de duração da empresa, porém apesar de muitas empresas não terem um prazo de encerramento determinado, muitas optam pelo seu encerramento, pois não apresentam razões favoráveis para continuar suas atividades. Exemplo: A empresa do Sr. Manoel, quando foi constituída, informou que seu prazo de duração era indeterminado, porém, diante de dificuldades econômicas enfrentadas na sua administração, pode requerer-se o seu fim, mesmo esperando-se, na sua constituição, uma continuidade das atividades da empresapor muitos anos. Princípio da Oportunidade O Princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram. Exemplo: o contador do Sr. Manoel deve registrar os fatos contábeis de encerramento da empresa X, na data de sua ocorrência, de maneira íntegra e tempestiva, para que seus usuários, com base nessas informações, também registrem esses fatos nas suas empresas. Princípio do Registro pelo Valor Original Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do país. Exemplo: Sr. Manoel comprou uma moto no valor de R$ 8.000,00 e financiou este valor em 12 meses, pagando R$ 200,00 de juros por me. O contador irá registrar o bem (moto) pelo seu valor original de R$ 8.000,00 e não pelo valor total que será pago. Cabendo os registros de juros serem feitos quando se realizarem. * Princípio da Atualização Monetária Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajuste da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. (Este princípio vigorou até o final do exercício de 1995, quando as empresas foram proibidas do uso da correção monetária em suas Demonstrações Contábeis.) Exemplo: quando o Sr. Manoel comprou a moto, seu valor era de R$ 8.000,00, porém, este bem (a moto) tem uma alteração do seu valor original se comparado com seu preço de mercado atual. Logo, o contador deve atualizar monetariamente esse ativo. Princípio da Competência As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrer, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. Exemplo: O Sr. Manoel deve registrar na Contabilidade a compra da moto na data da sua realização, independentemente de ter pagado o valor total ou não. Princípio da Prudência Exemplo: a Sra. Matilde comprou ações pelo valor de R$ 5.000,00, porém, quando comparou com o preço de mercado percebeu que essas ações valiam R$ 5.500,00. O registro contábil conforme o Princípio da Prudência determina que esse valor de ATIVO seja registrado pelo menor valor, ou seja, R$ 5.000,00. 11 - O PATRIMÔNIO O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações avaliáveis, em moeda pertencente a uma pessoa física ou jurídica; e bens como coisas materiais capazes de satisfazer as necessidades humanas e suscetíveis de avaliação econômica. 11.1 - BENS: São valores materiais de propriedade da empresa que estão em sua posse. Como exemplos, podemos citar: o dinheiro no cofre, as máquinas e ferramentas, as mercadorias no estoque, etc. Dividem-se em: Bens materiais ou tangíveis: Os bens materiais ou tangíveis são aqueles de existências físicas, palpáveis ao homem, tais como: 1. Edifícios e todas as construções necessárias à empresa; 2. A maquinaria e os instrumentos; 3. Os móveis e utensílios; 4. Os meios de transportes. Bens imateriais ou intangíveis: Os bens imateriais ou intangíveis são aqueles que, servindo a vários exercícios financeiros não estão representados por qualquer elemento material, pois não possuem corpo, não tem matéria. A saber: 1. Patentes de invenção; 2. Marcas; 3. Direitos autorais; 4. Fundo de comercio (goodwil) etc. OUTRAS DENOMINAÇÕES PARA OS BENS: 1. Bens Numerários:Entendem-se como bens numerários o dinheiro e tudo aquilo que pode se transformar em dinheiro imediatamente. Estão neste grupo as ‘ordens de pagamento’, os cheques a receber os vales postais a receber, os depósitos bancários de livre movimento, etc. 1. Bens de Venda: Os bens de venda estão ligados aos objetivos da empresa e se constituem na principal função de uma entidade de fins lucrativos. Dizemos que os bens de venda constituem o objetivo do negócio. Assim temos, de acordo com o tipo da empresa, um bem de venda próprio, a saber: a) Mercadorias, nas empresas comerciais; b) Produtos, nas empresas industriais; c) Títulos de Renda, nas empresas de investimentos; d) Imóveis, nas empresas imobiliárias. Não importa as qualidades específicas que estes bens irão ter em outros Patrimônios, mas sim para aquele que os vende com objetivo de lucro. Portanto, um imóvel comprado, pode servir para a empresa compradora como uma imobilização ou um bem fixa, mas para a empresa imobiliária, que tem como objetivo a compra e venda de imóveis, será sempre um bem de venda. Para a empresa que comprou uma mesa para uso de seu escritório, aquele é um bem fixo, mas para a loja que vendeu, trata-se de um bem de venda. 1. Bens de Renda: Podemos dizer que este tipo de bem é exatamente o contrário do anterior, ou seja, os bens de venda. Se aqueles constituem o objeto do negócio, estes são exatamente o inverso, ou seja, não se enquadram nas atividades normais de uma empresa, embora contribuam para o enriquecimento do Patrimônio Líquido. Assim, numa empresa mercantil, o objetivo de seu negócio é comprar e vender mercadorias e obter, como é lógico, com estas transações o lucro, mas se uma empresa desse gênero adquire ações de outra Companhia, está adquirindo bem de renda, ou seja, bens que lhe proporcionarão uma receita extraordinária, acessória àquela que se destinam. 1. Bens de Uso: São os elementos a serem utilizados exclusivamente no dia a dia de trabalho da Organização, como por exemplo, computadores, balcões, prateleiras etc. 11.2 - DIREITOS - são os valores de propriedade da empresa que estão na posse de terceiros. Este grupo compreende os valores numerários cujo recebimento está sujeito em um prazo determinado. Todas as transações econômicas entre as empresas são traduzidas em moeda corrente e se resumem em recebimento e desembolso de valores numerários. Mas nem sempre estas transações são feitas pela troca imediata por dinheiro e gera daí um direito para aqueles que entregaram algo e que deveriam receber em troca seu correspondente em dinheiro, como o dinheiro depositado no banco, valores a receber de terceiros por vendas efetuadas a prazo, etc. Esses Direitos geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a Receber. Elemento Expressão Duplicatas a receber Promissórias a receber Aluguéis a receber 11.3 - OBRIGAÇÕES - são os valores que estão na posse da empresa, mas que são de propriedade de terceiros, como os empréstimos bancários, os impostos a pagar, os valores a pagar referente a compras efetuadas a prazo, etc. Essas Obrigações geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a Pagar. Elemento Expressão Duplicatas a pagar Promissórias a pagar Aluguéis a pagar O Patrimônio está dividido em duas partes: Ativo e Passivo. No ativo estão os bens e direitos, e, no passivo, as obrigações. A diferença entre o ativo e o passivo denomina-se Patrimônio Líquido, que na representação patrimonial às empresas aparece vinculado ao passivo, e chamamos de equação patrimonial ou equilíbrio patrimonial. ATIVO PASSIVO Bens + Direitos Obrigações Patrimônio Líquido Total Total Dizemos que o patrimônio líquido (PL) representa a diferença entre o ativo e passivo. Por exemplo. ATIVO PASSIVO R$ 2.000,00 R$ 200,00 PL: R$ 1.800,00 Total: 2.000,00 Total: 2.000,00 11.4 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO Patrimônio Bens Obrigações Direitos 12 - SITUAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMONIAIS Sob o aspecto contábil, o patrimônio é composto doativo e passivo. Denomina ativo ao conjunto de bens e direitos e, de passivo ao conjunto das obrigações. Como podemos verificar, existem dois tipos de obrigações para as empresas: as obrigações para com terceiros (fornecedores) e as obrigações para com os sócios (capital). Estas últimas são a partes que realmente pertence aos proprietários, a qual chama de Situação Líquida ou ainda Patrimônio Líquido. A situação líquida modifica-se com o desenvolvimento das atividades da empresa, pois a ela serão somados os lucros não distribuídos ou dela serão subtraídos os prejuízos. Situações Líquidas Típicas: No decorrer de suas atividades, pode a Organização apresentar três posições de situação líquida, como veremos a seguir: 1. Situação Líquida Positiva: Ocorre quando os bens e direitos superam as obrigações para com terceiros, também chamada de Positiva, Ativa ou Superavitária. 1. Situação Líquida Negativa: Ocorre quando as obrigações para com terceiros superam a soma dos bens e direitos. Também conhecida como Negativa, Passiva, Deficitária ou Passivo a descoberto. 1. Situação Líquida Nula (ou compensada): Ocorre quando os bens e direitos se igualam às obrigações para com terceiros. . 13 - ASPECTOS QUALITATIVO E QUANTITATIVO 1. Aspecto Qualitativo Este aspecto consiste em qualificar os bens, Direitos e Obrigações. 1. Aspecto Quantitativo Este aspecto consiste em dar a esses Bens, Direitos e Obrigações seus respectivos valores, levando-nos a conhecer o valor do Patrimônio da Organização. Assim: PATRIMÔNIO ASPECTO QUALITATIVO ASPECTO QUANTITATIVO ASPECTO QUALITATIVO ASPECTO QUANTITATIVO BENS OBRIGAÇÕES Dinheiro R$ 10.000,00 Duplicatas a pagar R$ 7.000,00 Veículos R$ 45.000,00 Empréstimos a pagar R$ 3.000,00 Estoque(mercadorias) R$ 20.000,00 Impostos a pagar R$ 4.000,00 DIREITOS Duplicata a receber R$ 2.000,00 Empréstimos a receber R$ 5.000,00 Obs: Com essas informações, é possível fazer uma idéia do tamanho do patrimônio da minha empresa, pois ficou esclarecido o que e quanto e empresa tem em Bens, Direitos e Obrigações. 14 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO É o quarto grupo de elementos patrimoniais que, juntamente com os Bens, os Direitos e as obrigações, completarão a Demonstração Contábil denominada Balanço Patrimoniais. O total do grupo Patrimônio Líquido é igual ao valor da Situação Líquida da Organização. Assim, se Situação Líquida for positiva, o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente positivo. Por outro lado, se a Situação Líquida for negativa o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente negativo. Ainda, se a Situação Líquida for nula, o grupo Patrimônio Líquido também refletirá essa situação. Esse grupo, no Balanço Patrimonial de uma Organização, aparece sempre do lado direito, juntamente com as Obrigações. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens Obrigações Direitos Patrimônio Líquido O patrimônio Líquido é composto pelos seguintes elementos: 1. Capital 2. Reservas 3. Lucros ou prejuízos Acumulados Na fase de constituição da Organização, o Capital representa o dinheiro entregue pelos sócios ou pelo proprietário para formação do patrimônio inicial. Deste subgrupo, subtrai-se o capital a realizar, isto é, a diferença entre o capital que consta do contrato e o capital efetivamente entregue pelos sócios; As Reservas são formadas pela retenção de parte dos lucros da Organização, para utilizá-los futuramente no aumento de seu capital; Os Lucros Acumulados: é o principal objetivo das empresas. São a parte do lucro a que a empresa ainda não deu destinação. Caso a empresa apresente prejuízos, o valor correspondente ao prejuízo deverá ser subtraído desse grupo e classificado em prejuízos acumulados. Obs: No caso específico das Sociedades Anônimas, é obrigatório, por lei, uma retenção de 5% (cinco por cento) dos lucros obtidos, em cada Balanço até que esta parcela atinja a 20% (vinte por cento) do capital, o qual é chamada de ‘Reserva Legal’. 13.1 - A EQUAÇÃO PATRIMONIAL Considerando os elementos integrantes do patrimônio, podemos, então, apresentar a equação patrimonial: PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO – PASSIVO 1. Patrimônio Líquido: é a parte do patrimônio que pertence ao proprietário da empresa. São os Capitais Próprios. 14 - ORIGEM E APLICAÇÃO DE RECURSOS Aplicação de recurso = ATIVO; Origem de recurso = PASSIVO; Ex: APLICAÇÃO Onde aplicar os recursos? ORIGEM Onde obter os recursos? Assim, a primeira preocupação do contabilista, antes de efetuar o registro da operação, será de analisá-lo e dissociá-lo em seus dois aspectos complementares: ORIGEM e APLICAÇÃO. Respondendo às seguintes perguntas: onde se originaram os recursos? Onde foram aplicados? OPERAÇÃO ANÁLISE ORIGEM APLICAÇÃO Compra de um carro, à vista. Dinheiro em caixa Compra de um carro Compra de um carro, a prazo. Crédito junto à revenda ou ou à financeira Compra de um carro Pagtº do aluguel em Cheque Saldo bancário Pagamento do aluguel 15 - AS TÉCNICAS CONTÁBEIS Para atingir seus objetivos, a contabilidade se utiliza de técnicas próprias que são: a) Escrituração: Técnica pela quais as ocorrências com efeitos no patrimônio são registradas. Algumas regras devem ser seguidas para que as informações possam ser aproveitadas e compreendidas por todos aqueles interessados. A escrituração é um meio utilizado para possibilitar, pela agregação dos diversos fatos ocorridos, a elaboração de demonstrativos capazes de formar a posição da riqueza patrimonial. b) Demonstrações Contábeis: Podem ser apresentadas sob diversos ângulos informativos. Algumas são, digamos, umas consolidações dos fatos registrados ou escriturados. O Balanço Patrimonial, por exemplo, mostra a situação do patrimônio, em determinado momento, resultante da escrituração de diversos fatos. A Demonstração do Resultado do Exercício também é resultante de diversos fatos, positivos e negativos, escriturados durante um ano. Mostra como a empresa se saiu naquele ano. O Inventário é outra demonstração e preocupa-se em mostrar a composição de alguns itens patrimoniais, analiticamente, alguns sem a utilização dos registros contábeis como, por exemplo, os estoques que são fisicamente verificados e outros com base nos registros contábeis como valores a receber e a pagar, valores que a empresa mantém nas instituições financeiras e outros. c) - Análise de Balanços: Técnica pela qual se determina a capacidade de pagamento da empresa, o grau de solvência, a evolução da empresa, a estrutura patrimonial e outras. Pela análise de balanços é possível comparar a situação da empresa dentro do setor que de faz parte. Apresenta quocientes úteis para os interessados na riqueza patrimonial, efetivos e potenciais, auxiliando-os, pela relação entre elementos naquele período e pela evolução durante os anos, a interpretar os demonstrativos apresentados. d) - Auditoria: Técnica pela qual é verificada a qualidade da informação prestada confirmando ou não, se os demonstrativos apresentados representam com fidelidade a situação patrimonial. Na auditoria examinam-se os documentos geradores da transformação patrimonial e a estrutura dos demonstrativos contábeis. Elaborando-se PARECER conclusivo sobre a correta utilização dos procedimentos e princípios contábeis, inclusive a fidedignidade da informação. A auditoria pode ser interna ou externa. 16 - APLICAÇÕES DAS TÉCNICAS CONTÁBEIS Estudaremos agora a aplicação das técnicas contábeis, ou seja, os meios e métodos utilizados pela Contabilidade para o registro dos fatos administrativos. 17 - CONTAS É o nometécnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos e Obrigações) e aos elementos de resultado (Despesas e Receitas). É função da contabilidade é registrar os fatos administrativos que acontecem numa empresa. Estes fatos devem ser registrados separadamente, de acordo com sua natureza. Os agrupamentos de registros dos fatos administrativos de uma mesma natureza denominam-se contas. Cada tipo de conta recebe uma denominação permanente, um título, um nome que identifica claramente a natureza dos fatos que ela representa. Assim, lendo o nome das diferentes contas, teremos a idéia imediata do que elas represetam dos fatos que registram. Podemos citar como exemplo, os seguintes nomes de contas: 1. CAIXA: essa conta registra todo o movimento de entrada e saída do dinheiro da empresa. 1. DESPESAS DE PESSOAL: registra todas as despesas efetuadas pela empresa para pagamento de seus empregados. 1. FORNECEDORES: representa o que a empresa deve a terceiros, pelas compras efetuadas a prazo. 17.1 - CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS As contas classificam-se em dois grandes grupos: as contas patrimoniais e contas de resultado. 1. CONTAS PATRIMONIAIS São as contas que representam os Bens, Direitos e Obrigações da Organização. Serão ativas se representarem bens e direitos, e passivas, se representarem obrigações. As contas patrimoniais ativas terão sempre saldo devedor, e as contas patrimoniais passivas terão sempre saldo credor. 1. CONTAS DE RESULTADO São as contas que representam as Despesas e as Receitas da empresa. Aparecem durante o exercício social encerrando-se no final do mesmo. Não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas permitem apurar o resultado do exercício. Estas contas serão Devedoras, se representarem despesas, e terão sempre saldo devedor; será Credoras, se representarem receitas e terão sempre saldo credor. Despesas: decorrem do consumo de Bens e da utilização de serviços. Por exemplo: a energia elétrica consumida, os materiais de limpeza consumidos, o café consumido, os materiais de expediente consumidos, a utilização dos serviços telefônicos etc. Exemplos de Contas de Despesas: Água e Esgoto Material de Expediente Aluguéis Passivos Juros Passivos Café e Lanches Luz Contribuição de Previdência Material de Limpeza Descontos Concedidos salários Despesas Bancárias Prêmios de Seguro Fretes e Carretos Telefone Impostos Honorários Receitas: Decorrem da venda de Bens e da prestação de serviços. Existem em número menor que as despesas, sendo as mais comuns representadas pelas seguintes contas: Exemplos de Contas de Receitas: Aluguéis Ativos Vendas Descontos Obtidos Receitas de Serviços Juros Ativos Existem Contas de Resultado que podem aparecer tanto no grupo das Despesas quanto no grupo das Receitas. É o caso dos Aluguéis, dos Juros e dos Descontos. CONTAS DESPESAS RECEITAS Aluguéis Passivos Ativos Descontos Obtidos Concedidos Obtidos Juros Passivos Ativos Diferença entre contas patrimoniais e de resultado: Contas PATRIMONIAIS Contas de RESULTADO BENS DIREITOS OBRIGAÇÕES CUSTO DESPESA RECEITA 17.2 - FUNÇÃO DAS CONTAS A função de cada conta é representar graficamente a variação patrimonial que um fato promoveu no Patrimônio da empresa. Essa variação pode ser a débito ou a crédito da conta. A diferença entre o débito e o crédito de uma conta, chama-se saldo. O saldo de uma conta pode ser devedor ou credor. O saldo de uma conta é devedor, quando o débito é maior que o crédito. O saldo de uma conta é credor quando o crédito é maior que o débito. 18 - DETERMINAÇÃO DO DÉBITO E DO CRÉDITO Na linguagem contábil, a palavra débito e crédito raramente correspondem à linguagem comum. Isto é: Débito na linguagem comum significa: 1. Dívida 2. Situação negativa 3. Estar em débito com alguém 4. Estar devendo para alguém etc. Crédito na linguagem comum significa: 1. Ter crédito com alguém 1. Situação positiva 2. Poder comprar a prazo etc. 18.1 - LANÇAMENTOS A DÉBITO E A CRÉDITO Como já vimos às operações ocasionam aumentos e diminuições do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido. As contas possuem dois lados (direito e esquerdo); dessa forma, os aumentos podem ser registrados em um lado e as diminuições no outro. A natureza da conta é que irá determinar o lado a ser utilizado para os aumentos e o lado para as diminuições. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Aumenta pelo Débito Diminui pelo Crédito Aumenta pelo Crédito Diminui pelo Débito Contas de natureza devedora e/ou saldo devedor Contas de natureza credora e/ou saldo credor 1. O lado do Ativo é igual a Débito porque as contas que o compõem são de natureza devedora. 2. O lado do Passivo é igual a Crédito porque as contas que o compõem são de natureza credora. Contas de Resultado DESPESAS RECEITAS DébitoCrédito Exemplo: Se comprarmos uma máquina à vista, por exemplo, movimentaremos a conta Caixa - pela saída de dinheiro para pagamento da máquina - e a conta Máquinas - pela entrada da maquina. Agora, vamos saber em qual das contas vamos efetuar o débito e em qual vamos efetuar o crédito. A conta que representa a aplicação de recursos é debitada e a que representa a origem do recurso é creditada. Podemos esquematizar o raciocínio acima da seguinte forma: Aplicação de Recursos = Débito Origem dos Recursos = Crédito Outra forma de se determinar o débito ou o crédito de certa conta, será saber a origem da mesma, ou seja, se ela é um bem ou direito (Ativo), uma obrigação (Passivo) ou se representa um elemento do Patrimônio Líquido positivo (Receita) ou negativo (Despesa). Como já foi visto anteriormente, o Ativo é composto das contas com saldo devedor e o Passivo das contas com saldo credor. O Patrimônio Líquido Positivo (Receitas) é sempre creditado e, portanto o seu saldo é sempre credor. Patrimônio Líquido Negativo (Despesas), sempre debitado e, portanto, o seu saldo será sempre devedor. As contas têm um valor inicial, ou seja, o primeiro lançamento que se faz em determinada conta terá que ser de acordo com a sua origem. Assim, uma conta que represente um bem ou direito terá o seu valor inicial. Sempre a débito, pois se trata de uma conta do Ativo. Inversamente, as contas que representam obrigações terão o seu valor inicial a crédito, pois se tratam de contas do Passivo. As contas do Patrimônio líquido, como já vêm, são unilaterais, ou seja, as despesas debitadas e as receitas sempre creditadas. Desse modo, exemplificando, se pela primeira vez vamos utilizar a conta ‘CAIXA’ teremos que fazê-lo a débito, pois se trata de um bem, e, portanto, Ativo. Se igualmente usamos pela primeira vez a conta ‘FORNECEDORES’ vamos creditá-la, pois ela constitui uma obrigação e, portanto, Passivo. Assim, partindo de um valor inicial, as contas bilaterais (Ativo e Passivo) vão sendo debitadas e creditadas com o seu saldo variando a cada operação da seguinte forma: ANOTA-SE NO DÉBITO: 1. Os aumentos do Ativo 2. As reduções do Passivo 3. Os aumentos do Patrimônio Líquido Negativo (despesas) ANOTA-SE NO CRÉDITO: 1. As reduções do Ativo 2. Os aumentos do Passivo 3. Os aumentos do Patrimônio Líquido Positivo (receitas) Para melhor entendimento: a) A conta do Ativo tem o valor inicial a débito e aumentam o seu saldo com os débitos e diminuem com os créditos. b) A conta do Passivo tem o valor inicial a crédito, aumentando seu saldo com os créditos e diminuindo com os débitos. c) A conta do Patrimônio Líquido Positivo tem o seu valor inicial a crédito, serão sempre creditadas e seu saldo aumentará sempre.d) A conta do Patrimônio Líquido Negativo tem o seu valor inicial a débito, serão sempre debitadas e seu saldo aumentará sempre. 19 - PLANO DE CONTAS Toda empresa, ao iniciar suas atividades, deve organizar um plano de contas, ou seja, a relação de todas as contas que ela vai utilizar no decorrer de suas atividades. Estas contas são classificadas de acordo com os grupos a que elas pertencem. Portanto, plano de contas é a relação das contas utilizadas por uma empresa em sua atividade, agrupadas segundo a sua natureza. De acordo com suas atividades e seus objetivos, as empresa ao organizarem seus planos de contas, devem procurar evidenciar os fatos que mais lhe interessam, criando para eles contas específicas. No futuro, as informações que a empresa deseja obter da contabilidade dependerão da boa esquematização do plano de contas. Se a empresa, por exemplo, deseja por em evidência determinado tipo de despesa, deve criar uma conta só para ela, deixando de englobá-la em outras despesas. A classificação do aspecto quantitativo é feita segundo a Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76 de 15 de dezembro de 1976) que adotou critério de classificação quantitativa do Patrimônio das empresas constituídas sob aquela forma e que serve como regra geral para a disposição dos Balanços Patrimoniais de todas as empresas. Já vimos anteriormente que as contas se dividem em dois grandes grupos: o grupo das contas patrimoniais e o das contas de resultado. O grupo das contas patrimoniais divide-se em contas ativas, que representam os bens e direitos, e contas passivas, que representam as obrigações. As contas que formam o Ativo da empresa dividem-se nos seguintes grupos e subgrupos: 1. CIRCULANTE - Agrupa as contas que representam as disponibilidades da empresa e os direitos a curto prazo, ou seja, os realizáveis dentro de um ano após o balanço. Como exemplos, podemos citar as contas caixa e duplicatas a receber. 2. REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - Agrupa as contas que representam os direitos realizáveis a longo prazo, isto é, realizáveis num prazo superior a um ano após o balanço. Podemos citar como exemplo um empréstimo que a empresa concede com prazo superior a doze meses. 3. PERMANENTE - representa os bens móveis e imóveis da empresa não destinados à venda. Subdivide-se nos seguintes subgrupos: 1. INVESTIMENTOS: representam as participações da empresa em outras sociedades, como ações e incentivos fiscais. Representam também os imóveis não destinados ao uso da empresa e projetos de reflorestamento; 2. IMOBILIZADO: agrupa as contas que representam os bens destinados à manutenção das atividades da empresa, tais como: terrenos, prédios, máquinas, veículos, etc. 3. DIFERIDO: representam os gastos com instalações, projetos e despesas financeiras, que serão apropriadas em exercícios futuros, pois vão propiciar resultados por vários anos de atividades da empresa. Do grupo PERMANENTE, subgrupo IMOBILIZADO deve subtrair as depreciações acumuladas, que é o valor da desvalorização dos bens, do desgaste provocado pelo seu uso. Essa depreciação é calculada com base no tempo de duração dos bens, observando-se os índices ou as percentagens determinadas pela legislação. As contas que formam o Passivo da empresa dividem-se nos seguintes grupos e subgrupos: 1. CIRCULANTE - Agrupa as contas que representam obrigações da empresa e que deverão ser pagas dentro de um ano após o Balanço, como fornecedores, obrigações tributárias, empréstimos bancários, etc. 2. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO - Agrupa contas que representam que a empresa deverá pagar, decorrido um ano após o Balanço, tais como empréstimos bancários a longo prazo. 3. RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS - representa receitas referentes a exercícios futuros, porém recebidas antecipadamente, tais como o recebimento de um aluguel antes do prazo de vencimento. 4. PATRIMÔNIO LÍQUIDO - também chamado de situação líquida, como vimos anteriormente, representa as obrigações da empresa para com os sócios, acrescidas das reservas formadas no decorrer de suas atividades. O Patrimônio Líquido subdivide-se em: 1. CAPITAL: representa o dinheiro entregue pelos sócios para formação do patrimônio inicial. Deste subgrupo, subtrai-se o capital a realizar, isto é, a diferença entre o capital que consta do contrato e o capital efetivamente entregue pelos sócios; 2. RESERVAS DE CAPITAL: representam as reservas oriundas da correção monetária do capital. Esta correção monetária é calculada segundo índices baixados pela legislação vigente; 3. RESERVAS DE LUCROS: formadas pela retenção de lucros por parte da empresa, para utilizá-los futuramente no aumento de seu capital; 4. LUCROS ACUMULADOS: é a parte do lucro a que a empresa ainda não deu destinação. Caso a empresa apresente prejuízos, o valor correspondente ao prejuízo deverá ser subtraído desse grupo e classificado em prejuízos acumulados. Os fatos contábeis devem ser classificados dentro de um sistema metódico e organizados para que a contabilização dos mesmos seja feita de uma maneira uniforme. Assim, é necessário que se tenha em qualquer empresa um plano de contas razoável, que constitui princípio elementar de organização de qualquer sistema contábil eficiente. A inexistência de um Plano de Contas dá margem a improvisações que podem produzir inconvenientes sérios. Um bom Plano de Contas contém os seguintes elementos básicos: a) Elenco de contas; b) Função atribuída a cada conta; c) Funcionamento (quando deve ser debitada e quando deve ser creditada). Ao se elaborar um Plano de Contas é necessário se estudar a natureza da entidade a que ele vai pertencer, colhendo-se os seguintes dados: a) Forma jurídica da entidade; b) Ramo de atividade; c) Sistema de operações; d) Volume de Negócios; e) Exigências de ordem legal. De posse desses elementos ou de outros considerados relevantes e necessários, em cada caso, torna-se possível à confecção do plano. Para facilitar a identificação das contas, adota-se um código numérico para cada uma. Esse código é composto de, no máximo, seis números e através dele se pode saber de imediato a que grupo a conta pertence: primeiro número: indica o grupo ( 1 - Ativo; 2 - Passivo; 3 - Despesas; 4 - Receitas) segundo número: indica a divisão; terceiro número: indica a subdivisão quarto número em diante indica mais de uma subdivisão e/ou número da conta propriamente dita Exemplo: 1. Conta 1114.01 Duplicatas a receber, onde: 1 = Indica o grupo do Ativo 11 = Indica a primeira divisão do grupo do Ativo, que é Circulante. 111 = Indica a primeira subdivisão do Ativo Circulante, que é Disponível. 1114 = Indica a quarta divisão dentro do Ativo Circulante Disponível, que é créditos por vendas. 1114.01 = indica o número da conta Aparecem ainda, no plano, determinadas contas precedidas de um sinal de menos (-). Este sinal identifica as contas redutoras. Elas têm por finalidade corrigir, retificar, o saldo de outras contas. O saldo da conta redutora é subtraído da conta a que ela se refere, e com isso, obtém-se o saldo líquido. Quando estudarmos os processos de depreciação, provisionamento, amortização e exaustão, ficarão mais claras a função dessas contas. PLANO DE CONTAS CONTAS PATRIMONIAIS ATIVO 11 CIRCULANTE: (Disponibilidades e Direitos de Curto Prazo) 111 Disponível: (ACD: Liquidez Imediata) 1111 Caixa 1112 Bancos Conta Movimento Banco do Brasil S/A 1113 Aplicações Financeiras a curto prazo Caderneta de poupança Aplicações em fundos 1114 Créditos por vendas Duplicatas a receber (clientes) (-) Duplicatas descontadas (-)Provisão para devedores duvidosos Contas a receber 1115 Adiantamento Diversos Adiantamentos sobre salários Adiantamentos sobre 13º salário Adiantamentos sobre férias PASSIVO 21 CIRCULANTE (Dívidas ou débitos vencíveis no exercício seguinte, após fechamento do balanço.) 211 Obrigações 2111 Obrigações operacionais Fornecedores (Duplicatas a pagar) Financiamentos a pagar Contas a pagar 2112 Obrigações trabalhistas Salários e ordenados a pagar FGTS a recolher INSS a recolher 13º salários a pagar Contribuição sindical a recolher IRRF a recolher 2113 Obrigações financeiras Empréstimos bancários 1116 Impostos a recuperar IR sobre aplicação financeira ICMS a recuperar IRRF 1117 Despesas pagas antecipadamente Assinatura de jornais e revistas Juros sobre operações financeiras Seguros pagos antecipadamente Aluguel a vencer Despesas a vencer 1118 Estoques Mercadorias para revenda Produtos Material de expediente Embalagens (-) Provisão para perdas com estoque 1119 Bancos conta vinculada 1119.01Caixa Econômica Federal 12 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO: (Direitos realizáveis em dois ou mais exercícios, após o fechamento do balanço.) 121 Créditos por vendas Duplicatas a receber (clientes) (-) Duplicatas descontadas (-) Provisão para devedores duvidosos Contas a receber 122 Empréstimos compulsórios diversos Empréstimo compulsório sobre veículos Empréstimos a Coligadas/Controladas/Subsidiárias (independente do prazo) Juros a pagar sobre financiamentos IOF a pagar Taxas bancárias a pagar 2114 Obrigações fiscais Cofins a recolher PIS a recolher ICMS a recolher IRPJ a recolher Contribuição social a recolher 2115 Outras obrigações Seguros a pagar Fretes a pagar Aluguéis a pagar Títulos a pagar 212 Provisões Provisão para o 13º salário Provisão para o FGTS sobre o 13º salário Provisão para férias Provisão para IRPJ Provisão para o INSS sobre as férias 213 Participações Participação de administradores Participação de empregados 22 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO: (Dívidas ou débitos, pagáveis em dois ou mais exercícios após fechamento do balanço) 221 Obrigações operacionais Empréstimos a Sócios/diretores (independente do prazo) Investimentos Incentivados 13 PERMANENTE (AP - CF: Componentes patrimoniais adquiridos com intenção de permanência.) 131 Investimentos 1311 Ações de outras companhias 1312 Incentivos fiscais Participação em outras empresas Reflorestamento (-) Provisão para perdas com investimentos 1313 Imóveis de renda 1314 Obras de Arte 1315 Marcas e Patentes (compradas) 132 Imobilizado 1321 Bens materiais Móveis e Utensílios Máquinas e equipamentos Veículos Instalações Computadores Imóveis Terrenos 1322 Depreciações acumuladas (-) Depreciação acumulada sobre móveis e utensílios (-) Depreciação acumulada sobre máquinas (-) Depreciação acumulada sobre equipamentos (-) Depreciação acumulada sobre veículos (-) Depreciação acumulada sobre instalações Fornecedores (Duplicatas a pagar) Financiamentos a pagar Contas a pagar 222 Obrigações financeiras Empréstimos e financiamentos Juros a pagar sobre financiamento IOF a pagar Taxas bancárias a pagar 23 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS: (Receitas recebidas e não incorridas) 231 Receitas futuras Vendas diferidas (-) Custo de vendas diferidas Impostos sobre vendas diferidas 24 PATRIMÔNIO LIQUIDO 241 Capital Capital social (-) Capital a realizar 242 Reservas 2421 Reservas de Capital 2421.1 Correção monetária do capital 2422 Reservas de reavaliação Reavaliação de bens do Ativo 2423 Reservas de Lucros Reserva legal Reserva para investimento Reserva para contingentes 243 Lucros e Prejuízos (-) Depreciação acumulada sobre computadores (-) Depreciação acumulada sobre imóveis 1323 Bens imateriais Marcas e Patentes Luvas comerciais (-) Amortizações 1324 Direitos de exploração mineral/florestal 1324.1 - provisão para exaustão 133 Diferido: (Despesa incorrida e paga que deverá beneficiar vários exercícios.) 1331 Gastos Gastos com organização (despesas pré operacionais) Gastos com reorganização Gastos com implantação de sistemas Gastos com pesquisas Benfeitorias diversas (-) Amortizações acumuladas Lucro do exercício Lucros acumulados Prejuízos (-) Prejuízo do exercício (-) Prejuízos acumulados (-) Ações na Tesouraria CONTAS DE RESULTADO 3 DESPESAS 31 DESPESAS OPERACIONAIS 311 Despesas administrativas Salários e ordenados 13º Salário INSS FGTS Gratificações Seguro contra acidentes do trabalho Férias Aluguéis 4 RECEITAS 41 RECEITAS OPERACIONAIS 411 Vendas Vendas de mercadorias à vista Venda de mercadorias a prazo Venda de bens do Ativo Permanente 412 Receitas financeiras Juros recebidos Descontos obtidos Rendimentos de aplicações financeiras Variações monetárias ativas Juros sobre aplicações financeiras Condução Luz Água Material de escritório Assinaturas de jornais e revistas Telefone Depreciações Amortizações Material de limpeza 312 Deduções sobre vendas Devoluções de vendas Descontos concedidos ICMS sobre vendas Cofins PIS 313 Despesas financeiras Juros pagos Despesas bancárias IOF CPMF Variações monetárias 314 Despesas com vendas Viagens e estadias Fretes e carretos Provisão para devedores duvidosos Comissões sobre vendas Propaganda e publicidade 315 Despesas tributárias Impostos e taxas diversos Contribuição sindical patronal 32 DESPESAS NÃO OPERACIONAIS Reversão da provisão para devedores duvidosos 42 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 4211. 4 Recuperação de despesas Lucro na venda de bens do Ativo Dividendos recebidos aluguéis recebidos Prejuízo na venda de bens do Ativo Multas diversas Despesas diversas 33 CUSTOS 331 MERCADORIAS Compras à vista Compras a prazo (-) Devoluções de compras (-) ICMS sobre compras Custo das mercadorias vendidas (CMV) 20 - ESCRITURAÇÃO A Escrituração é uma técnica contábil que consiste no registro, em livros próprios, de todos os fatos administrativos resultantes da gestão do patrimônio da entidade. 21 - LIVROS DE ESCRITURAÇÃO São muitos os livros utilizados pelas entidades: a quantidade e a espécie variam de acordo com seu porte, forma jurídica e do ramo de atividade que essas entidades exercem. Classificação dos livros de Escrituração: I - Quanto à utilidade Principais: utilizados para o registro de todos os eventos do dia-a-dia da entidade, como ocorre com os livros Diários e Razão. Auxiliares: utilizados para o registro de eventos específicos, como os livros Caixa, Contas Correntes, Registro de Duplicatas e Razão Auxiliar em UFIR, além de todos os livros fiscais que podem servir de suporte para a escrituração do Diário. II - Quanto à natureza Cronológicos: aqueles em que os registros são efetuados obedecendo a rigorosa ordem cronológica de dia, mês e ano. Sistemáticos: livros destinados ao registroda mesma natureza como todos os livros de escrituração, com exceção do livro Diário. III - Quanto a finalidade Obrigatórios: exigidos pela legislação comercial, tributária e societária. Ex: livros Diários, Registro de Duplicatas, livram de Apuração do Lucro Real (LALUR), Registro de Apuração do ICMS, Registro de Ações Endossáveis etc. Facultativos: livros que as entidades utilizam sem que haja exigência legal. Ex: livro Caixa, (exceto para as entidades que optarem pela tributação com base no lucro presumido), Contas Correntes, Controle de Contas a Receber, Controle de Contas a Pagar etc. Outras informações importantes: Ë importante lembrar que a legislação brasileira pode dispensar determinadas entidades da escrituração de livros obrigatórios. Ex: 1. A Lei 9.317/96 dispensou as Microempresas e as Empresas de Pequeno Porte da escrituração comercial. 2. A Lei 8.541/92 dispensa da escrituração contábil e fiscal as pessoas jurídicas que optarem pela tributação com base no lucro presumido. 1. O Livro Diário por registrar todos os eventos que ocorrem no dia-a-dia das entidades, é o livro mais importante sob o ponto de vista legal. 2. O Razão, por permitir o controle em separado de cada conta, é o livro mais importante sob o ponto de vista contábil. 22 - MÉTODO DE ESCRITURAÇÃO Método de Escrituração é a forma de registro dos atos e dos fatos Administrativos. O método das partidas dobradas De uso universal, esse método permite o controle de todos os elementos patrimoniais bem como das variações do Patrimônio Líquido, que poderão resultar em Lucro ou Prejuízo. É o método utilizado no registro contábil das operações. Consiste na existência de um ou mais débitos para cada crédito, ou vice-versa, sendo que, a soma dos débitos tem que ser de igual valor à soma dos créditos. É por esse motivo que se diz que um Balanço "fecha", ou seja, o total do ativo é igual ao total do passivo. Se por algum motivo esses valores não batem é porque houve alguma falha ou no registro de uma partida (débito ou crédito) ou na soma destas. Para cada aplicação existe uma ou mais origens, para cada débito existe um ou mais créditos e vice-versa. Por meio desse método, os eventos são registrados inicialmente no livro Diário e, posteriormente, no livro Razão. Exemplo: Compra de um veículo à vista, no valor de R$ 30.000,00. Débito/Crédito Conta Valor Débito Veículo R$ 30.000,00 Crédito Caixa R$ 30.000,00 23 - REGIMES CONTÁBEIS Para se conhecer o resultado de um exercício é preciso confrontar o total das despesas com o total das receitas correspondentes ao respectivo exercício. Em um exercício pode-se efetuar o pagamento de despesas ocorridas no exercício anterior, ocorridas no próprio exercício ou que ainda irão ocorrer no exercício seguinte. O mesmo poderá ocorrer com as receitas: em determinado exercício pode-se receber dinheiro proveniente de receitas ocorridas no exercício anterior, no próprio exercício ou ainda proveniente de receitas que ocorrerão no exercício seguinte. É o regime contábil a ser adotado que definirá que despesas e receitas deverão ser consideradas na apuração do resultado do respectivo exercício. São dois os regimes contábeis conhecidos: Regime de Caixa e Regime de Competência. 1. Regime de Caixa Na apuração do Resultado do exercício devem ser consideradas todas as despesas pagas e todas as receitas recebidas no respectivo exercício, independentemente da data da ocorrência de seus fatos geradores. Em outras palavras, por esse regime somente entrarão na apuração do resultado as despesas e as receitas que passaram pelo Caixa. 1. Regime de Competência Desse regime decorre o Princípio da Competência de Exercícios, e por ele serão considerados, na apuração do Resultado do Exercício, as despesas incorridas e as receitas realizadas no respectivo exercício, tenham ou não sido pagas ou recebidas. De acordo com esse regime, não importa se as despesas ou receitas passaram pelo caixa (pagas ou recebidas); o que vale é a data da ocorrência dos respectivos fatos geradores. Exemplo: Foi apurado um total de Receita no valor de R$ 380.000,00, e despesa de R$ 145.890,00. Deste total foi recebido o valor de R$ 276.000,00 e pago R$ 123.000,00. A empresa teve Lucro/Prejuízo? Regime De Caixa Regime De Competência Receita 276.000,00 Receita 380.000,00 Despesa 97.680,00 Despesa 145.890,00 Lucro/Prejuízo 178.320,00 Lucro/Prejuízo 234.110,00 24 - LANÇAMENTO Lançamento é o meio pelo qual se processo a escrituração contábil. Ë a forma mercantil de se processar o registro dos fatos no Livro Diário. Chamamos de lançamento a cada registro considerado individualmente. a) Elementos essenciais do lançamento: Os elementos do lançamento devem ser registrados na seguinte ordem: Local e Data: trata-se da anotação do nome da cidade onde está localizada a empresa e da data em que ocorreu o fato administrativo que está sendo lançado; Conta Devedora: é a conta que debitamos de conformidade com o fato que estamos lançando, isto é, a conta em que foram aplicados os recursos; Conta Credora: é a conta que creditamos, ou seja, aquela que deu origem aos recursos; Histórico: é a descrição do fato que estamos lançando. O histórico deve ser sucinto, mas deve conter todos os dados necessários para a identificação do fato; Valor: é a quantia que o fato movimentou. Exemplo: VOLTA REDONDA,01 DE FEVEREIRO DE 2002 ACIONISTAS CONTA CAPITAL A REALIZAR " ESTOU APRENDENDO S/A " a CAPITAL PELA CONSTITUIÇÃO DA EMPRESA ,DE 10.000 AÇÕES, NO VALOR DE 10,00 CADA, PARA EXPLORAR O RAMO DE VENDAS DE APARELHOS DE GINÁSTICA, CONF REGISTRO NA JUCERJA............................................................................100.000,00 OBS: por convenção, a letra a indica a conta que está sendo creditada no lançamento. 25 - O Livro Diário: Nele, são registradas diariamente todas as operações que afetam a situação patrimonial da entidade. O Diário pode ser escriturado em folhas soltas, a maquina, com tinta copiativa, de modo que essas folhas sejam decalcadas no chamado Diário-copiador, um livro encadernado que, de antemão, é numerado tipograficamente e autenticado na Junta Comercial. A empresa que empregar escrituração mecanizada pode também substituir o Diário e os livros auxiliares por fichas, que, também de antemão, devem ser numeradas em seqüência por processo mecânico ou tipográfico e ser autenticadas na Junta Comercial. Por fim, caso a entidade adote o processo eletrônico de escrituração ( hoje muitíssimo difundido ), seus formulários contínuos, numerados mecânica ou tipograficamente, devem ser destacados e encadernados em forma de livro. O lançamento (isto é, registro ) de um fato no Diário dá-se apenas à vista de um documento que comprove a legitimidade da operação. Assim, não se admite ali nenhum lançamento sem pelo menos um comprovante (nota fiscal, recibo, título, contrato etc. ) que autentique a veracidade da transação registrada. Todo lançamento feito no Diário sem o respectivo comprovante é considerado fraude contábil. Mais uma observação: embora o Diário seja o primeiro a ser escriturado, os lançamentos poderão ser feitos em fichas de lançamentos ( chamadas slips ) e posteriormente passados para o Diário. 26 - O Razão: Embora seja facultativo, o Razão é um livro inestimável, pois classifica pelas denominações as contas do Diário. Mediante o Razão, podemos a qualquer momento levantar um balancete de verificação, ou seja, uma relação de todas as contas. Trata-se de um livro sistemático, pois nele se destina uma página ou ficha para cada conta. É um procedimento que permite conhecero volume das operações de determinado elemento específico do patrimônio e os totais das contas que lhe trazem variações. Na escrituração manual, destinamos uma folha do Razão para cada conta. 27 - RAZONETES: Os Razonete consistem numa simplificação do livro Razão. No Razão abre-se uma página para cada conta; lança-se o nome da conta e o movimento de débito e crédito; e; por fim, apura-se o saldo. Nos Razonete o processo é o mesmo. Ao apurar o saldo da conta num Razonete, deve-se ter o cuidado de traçar duas linhas paralelas, como no modelo seguinte. Essas linhas servem para diferenciar do saldo o movimento da conta. D Veículo C D Caixa C D Duplicata a pagar C 31.000,00 15.500,00 15.500,00 Saldo: 31.000,00 Saldo: 15.500,00 Saldo: 15.500,00 Saldo: Saldo é a diferença entre o débito e o crédito da conta e fica do lado do valor maior “. O Caixa: O livro Caixa é de grande utilidade na administração das entidades, pois nele são registradas as entradas e saídas de numerário. A existência de dinheiro na empresa é representada pelo saldo devedor do caixa. O caixa evidentemente, jamais poderá desembolsar mais dinheiro do que possui. As entradas de dinheiro no livro Caixa são lançadas a débito, e as saídas a crédito. MODELO DE LIVRO CAIXA Doc nº Histórico Entradas saídas 526 Referente ao pagamento da compra de um veículo R$ 15.500,00 28 - BALANCETES: E o primeiro passo para o encerramento do exercício. Como já vimos anteriormente, e de acordo com o método das partidas dobradas, para cada débito temos um crédito de igual valor. Esse princípio também é observado na elaboração do balancete de verificação, pois nele a soma dos saldos credores deve ser igual à soma dos saldos devedores. O balancete de verificação é, portanto, feito com base nos saldos de todas as contas do livro razão. Para a apuração desses saldos, o livro Razão deverá estar em dia, isto é, conter todos os lançamentos correspondentes ao exercício que se pretende encerrar. Ao elaborarmos esse balancete, temos a possibilidade de detectar erros de lançamento. Encontrando algum erro, devemos proceder aos acertos necessários, conforme as técnicas de correção já estudadas anteriormente. As principais finalidades do balancete são: 1. Apurar o saldo total das contas do Razão, mediante a diferença entre saldo credor e saldo devedor; 2. Verificar a exatidão dos lançamentos do livro Razão. Para realizar um balancete de verificação, relacionam-se todas as contas do Livro Razão e seu respectivo saldo. Os balancetes podem ser Sintéticos, Analíticos ou complexos. Nos balancetes Sintéticos, lança-se apenas o saldo das contas. CONTAS SALDO DEVEDOR CREDOR Veículo 31.000,00 Caixa 15.500,00 Duplicata a pagar 15.500,00 Total 31.000,00 31.000,00 Nos Balancetes Analíticos lança-se o movimento e o saldo das contas: CONTAS Movimento Saldo Devedor Credor Devedor Credor Veículo 31.000,00 31.000,00 Caixa 15.500,00 15.500,00 Duplicata a pagar 15.500,00 15.500,00 Total 31.000,00 31.000,00 31.000,00 31.000,00 Os Balancetes Complexos visam demonstrar não apenas o movimento e o saldo das contas no mês, mas também o saldo dessas mesmas contas no mês imediatamente anterior. Dessa forma, tem-se uma visão clara das alterações ocorridas durante o período em análise: CONTA SALDO ANTERIOR MOVIMENTO SALDO ATUAL Devedor Credor Devedor Credor Devedor Credor Caixa 440.000,00 15.500,00 424.500,00 Bancos c/mov 350.000,00 350.000,00 Capital 800.000,00 800.000,00 Veículo 20.000,00 31.000,00 51.000,00 Duplicata a pagar 10.000,00 15.500,00 25.500,00 Total 220.000,00 810.000,00 31.000,00 31.000,00 825.500,00 825.500,00 29 - DRE - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 29.1 - CONCEITO A Demonstração do Resultado do Exercício é a apresentação, em forma resumida, das operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO. 29.2 - OBJETIVO Fornecer aos usuários das demonstrações financeiras da empresa os dados básicos e essenciais à análise da formação do resultado do exercício. MODELO D. R. E. Faturamento Bruto (-) IPI faturado (=) Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços (-) Vendas Conceladas (-) Abatimentos Concedidos e Descontos Incondicionais (-) Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas e Serviços (=) Receita Líquida de Vendas (-) Custo das Mercadorias ou Prod. Vendidos e/ou Serv. Prestados (=) Resultado Bruto (se positivo, LUCRO BRUTO) (-) Despesas Operacionais: Despesas com vendas Despesas Gerais e Administrativas Despesas Financeiras Outras Despesas e Receitas Operacionais (=) Resultado Operacional (se positivo, LUCRO OPERACIONAL) (+) Receitas Não Operacionais (-) Despesas Não Operacionais (+-)Resultado da Correção Monetária (=) Lucro do Período-Base Antes das Part. Contr Social e I.R. (-) Participações de Debenturistas (-) Participações de Empregados (-) Participações de Administradores (-) Participações de Partes Beneficiárias (-) Contrib. p/ Fundos de Assistência e Prev. dos Empregados (=) Lucro Antes da Contribuição Social (-) Contribuição Social Sobre o Lucro (=) Lucro do Antes do IR (-) Provisão para o Imposto de Renda (=) Lucro Líquido do Período Número de Ações Lucro Líquido por Ação 30 - BALANÇO PATRIMONIAL O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações financeiras que deve exprimir, com clareza, a situação do patrimônio da empresa, num dado momento, Apresentando o Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Segundo o Artigo 178 da Lei 6.404, no Balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. Ativo: O ativo compreende os bens e os direitos de uma empresa expressos em moeda. Caixa, Bancos (ambos constituem disponibilidades financeiras imediatas), Imóveis, Veículos, Equipamentos, Títulos a Receber são alguns dos bens e direitos que uma empresa normalmente Possui. Todos os elementos do ativo acham-se discriminados no lado esquerdo do Balanço Patrimonial. 1º - No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: Ativo circulante; Ativo realizável a longo prazo; Resultado de exercícios futuros; Ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido. Passivo: O passivo compreende basicamente as Obrigações a Pagar, isto é, as quantias que a empresa deve a terceiros. Títulos a Pagar, Contas a Pagar, Fornecedores, Salários a Pagar, são algumas das obrigações assumidas normalmente por uma empresa. Todos os elementos componentes do passivo estão discriminados no lado direito do Balanço Patrimonial. 2º - No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: Passivo circulante; Passivo exigível a longo prazo; Resultados de exercícios futuros; Patrimônio líquido, em capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados 3º - Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente. As contas do Ativo, sujeitas à Depreciação, Amortização e à provisão para Riscos de Créditos, aparecerão no balanço Patrimonial deduzidas das respectivas Depreciações, Amortizações ou da Provisão para Riscos de Crédito. 4º - No grupo Patrimônio Líquido, da conta Capital serão subtraídos: A parcela do Capital ainda não realizado; Valorcorrespondente às ações que se encontrarem em tesouraria. Além disso, do total do grupo do Patrimônio Líquido será subtraída a conta Prejuízos Acumulados. Patrimônio Líquido Definimos Patrimônio Líquido como sendo a diferença entre o valor do ativo e do passivo de uma empresa, em determinado momento. É composto de capital, reservas e lucros acumulados. O capital é a importância com que o empresário iniciou sua atividade. As reservas são valores contabilizados para diversas finalidades. Exemplo: 1 Ativo 2 Passivo 1.1 Circulante Valor 2.1 Circulante Valor 1.1.1 Disponível 2.1.1 Duplicata a pagar 25.500,00 1.1.1.1 Caixa 424.500,00 1.2 Realizável a Longo Prazo 2.2 Exigível a Longo Prazo 1.3 Permanente 2.3 Resultado de Exercício Futuro 1.3.1 Investimento 2.4 Patrimônio Líquido 1.3.2 Imobilizado 2.4.1 Capital 800.000,00 1.3.2.1 Veículo 51.000,00 1.3.3 Diferido Total 825.500,00 Total 825.500,00 31 - ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS ATOS ADMINISTRATIVOS – São acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no Patrimônio: EX. Aval ou Fiança a Favor de Terceiros. Obs. Normalmente contabilizado em conta do Grupo de Contas de Compensação FATOS ADMINISTRATIVOS - São acontecimentos que afetam quantitativamente e qualitativamente o patrimônio da empresa, são os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar o Patrimônio Liquido. Obs: Por modificarem o patrimônio, devem ser contabilizadas numa conta Patrimonial ou de resultado. Os Fatos Administrativos podem ser classificados em três grupos: FATOS ADMINISTRATIVOS PERMUTATIVOS – São aqueles que permutam os elementos componentes do Ativo e ou do Passivo , sem modificar o valor do Patrimônio Líquido. Pode ocorrer troca entre os elementos do Ativo, entre os elementos do Passivo e entre ambos ao mesmo tempo; os fatos permutativos envolvem apenas Contas Patrimoniais. FATOS ADMINISTRATIVOS MODIFICATIVOS-São aqueles que acarretam alterações, para mais ou para menos, no Patrimônio Liquido; envolvem apenas uma Conta Patrimonial (que representa Bem, Direito ou Obrigação ) e uma ou mais Contas de Resultado ou do Patrimônio Liquido. FATOS ADMINISTRATIVOS MISTOS – Envolve, ao mesmo tempo, um fato permutativo e um fato modificativo. Pode, portanto, acarretar alterações no Ativo e no Patrimônio Liquido, ou no Passivo e no Patrimônio Liquido, ou no Ativo, no Passivo e no Patrimônio Liquido ao mesmo tempo; envolvem mais de uma Conta Patrimonial e uma ou mais Contas de Resultados ou do Patrimônio Liquido.
Compartilhar