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Profº Orlando Sodré Gomes M e c â n ic a 1 Aula 8 2015.1 C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.1 MOMENTO DE SEGUNDA ORDEM Consideremos as forças distribuídas ΔF cujas intensidades ΔF são proporcionais aos elementos de área ΔA sobre as quais essas forças atuam e, ao mesmo tempo, variam linearmente com a distância entre ΔA e um dado eixo. Por exemplo, uma viga de seção transversal uniforme sujeita a dois binários iguais e opostos aplicados em cada extremidade da viga. Dizemos que tal viga está sob flexão pura e pela Mecânica dos Materiais, as forças internas em qualquer seção da viga são forças distribuídas cujas intensidades ΔF = ky ΔA variam linearmente com a distância y entre o elemento de área ΔA e um eixo que passa pelo centróide da seção. Esse eixo x é conhecido como eixo neutro da seção. C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.1 MOMENTO DE SEGUNDA ORDEM As forças sobre um dos lados da seção dividida pelo eixo neutro são forças de compressão, ao passo que sobre o outro lado são forças de tração e sobre o próprio eixo neutro as forças são nulas. A resultante R das forças elementares ΔF sobre a seção é: Onde, esta última integral é o MOMENTO DE PRIMEIRA ORDEM. C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.1 MOMENTO DE SEGUNDA ORDEM A intensidade M desse binário, ou seja, o Momento Fletor deve ser igual à soma dos momentos ΔMx = yΔF = ky²ΔA das forças elementares. Onde, esta última integral é o MOMENTO DE SEGUNDA ORDEM. Portanto, os MOMENTOS DE SEGUNDA ORDEM ou MOMENTOS DE INÉRCIA de uma superfície A em relação ao eixo x e y são os seguintes: C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.2 MOMENTO DE INÉRCIA POR INTEGRAÇÃO Para calcular Ix, escolhe-se a faixa paralela ao eixo x, de modo que todos os pontos da faixa estão à mesma distância y do eixo x. O momento de inércia dIx da faixa é, então, obtido multiplicando-se a área dA da faixa por y². Para calcular Iy, escolhe-se a faixa paralela ao eixo y, de modo que todos os pontos da faixa estão à mesma distância x do eixo y. MOMENTO DE INÉRCIA DE UMA SUPERFÍCIE RETANGULAR C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.2 MOMENTO DE INÉRCIA POR INTEGRAÇÃO Para se determinar o momento de inércia dIx em relação ao eixo x de uma faixa retangular paralela ao eixo y. Estabelecendo que b = dx e h = y em: MOMENTOS DE INÉRCIA IX E IY DE UMA FAIXA ELEMENTAR C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA EXEMPLO 1: Determine o momento de inércia de um triângulo em relação à sua base. Como todas as porções da faixa estão à mesma distância do eixo y, temos: Usando triângulos semelhantes, temos: Integrando dIx de y = 0 até y = h, obtemos: Uma faixa diferencial paralela ao eixo x é escolhida com área dA. 4.2 MOMENTO DE INÉRCIA POR INTEGRAÇÃO C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.2 MOMENTO DE INÉRCIA POR INTEGRAÇÃO EXEMPLO 2: Determine os momentos de inércia da área retangular em relação aos eixos do centróide x0 e y0. Invertendo os símbolos, o momento de inércia Iy em relação ao eixo y0 é: Para o cálculo do momento de inércia Ix em relação ao eixo x0, uma faixa horizontal de área b.dy é escolhida. C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.2 MOMENTO DE INÉRCIA POLAR É uma integral de grande importância em problemas referentes à torção de eixos cilíndricos e em problemas que tratam da rotação de placas: Sendo r a distância entre 0 e o elemento de área dA. Essa integral é o Momento de Inércia Polar J0 da superfície A em relação ao “polo” 0. O momento de inércia polar pode ser calculado a partir dos momentos de inércia retangulares Ix e Iy . Se, r² = x² + y², temos: C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.2 MOMENTO DE INÉRCIA POLAR EXEMPLO 1: Determine o momento de inércia polar centroidal de uma superfície circular por integração direta. C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.2 RAIO DE GIRAÇÃO As distâncias kx e ky são denominadas Raios de Giração da superfície em relação aos eixos x e y: Se, Então, C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.2 RAIO DE GIRAÇÃO EXEMPLO 1: Calcule o raio de giração kx em relação à sua base. Não se deve confundir kx com a ordenada do centróide: C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.2 RAIO DE GIRAÇÃO EXEMPLO 2: Determine os raios de giração kx e ky da área sombreada: O valor de k é determinado por substituição de x = a e y = b na equação y = kx². Temos b = ka² e k = b/a². Logo, a equação da curva fica: Momento de Inércia Ix : C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.2 RAIO DE GIRAÇÃO EXEMPLO 2: Continuação. Momento de Inércia Iy : C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.2 RAIO DE GIRAÇÃO EXEMPLO 2: Continuação. Raios de Giração Kx e Ky : C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.3 TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS Considere o momento de inércia I de uma superfície A em relação a um eixo AA’. Onde y é a distância entre um elemento de superfície de área dA e AA’, temos: Traça-se um eixo BB’ paralelo a AA’ passando pelo centróide C e eixo é denominado de eixo centroidal. C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.3 TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS Onde, y’ é a distância entre o elemento dA e BB’, temos y = y’ + d, sendo d a distância entre os eixos AA’ e BB’. Momento de Inércia: Raio de Giração: Momento de Inércia Polar: Raio de Giração Polar: C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.3 TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS EXEMPLO 1: Utilizando o teorema dos eixos paralelos determine o momento de inércia IT de uma superfície circular em relação a uma linha tangente ao círculo da figura abaixo. O momento de inércia de uma superfície circular em relação a um eixo centroidal é: C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.3 TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS EXEMPLO 2: Utilizando o teorema dos eixos paralelos determine o momento de inércia centroidal de uma superfície quando se conhece o momento de inércia da superfície em relação a um eixo paralelo. C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.3 MOMENTO DE INÉRCIA DE FIGURAS COMPOSTAS O momento de inércia de uma superfície que consiste em vários dos formatos mostrados na TABELA abaixo, pode ser obtido pelo uso das fórmulas dadas: C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.3 MOMENTO DE INÉRCIA DE FIGURAS COMPOSTAS C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.3 MOMENTO DE INÉRCIA DE FIGURAS COMPOSTAS C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.3 MOMENTO DE INÉRCIA DE FIGURAS COMPOSTAS C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.3 MOMENTO DE INÉRCIA DE FIGURAS COMPOSTAS As propriedades das SEÇÕES TRANSVERSAIS de diversos formatos estruturais são dadas na TABELA abaixo: C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA 4.3 MOMENTO DE INÉRCIA DE FIGURAS COMPOSTAS C UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA EXEMPLO 1: A resistência de uma viga em perfil I 360 x 57,8 é aumentada ao se anexar uma placa de 225 x 18,75 mm à sua aba superior, como mostrado na figura. a) Determine o Momento de Inércia e o Raio de Giração da seção composta em relação a um eixo paralelo à placa passando pelo centróide C da seção. 4.3 MOMENTO DE INÉRCIA DE FIGURAS COMPOSTAS 225 mm 18,75 mm 358 mm 172 mm A = (225 mm)(18,75 mm) = 4.218.75 mm² y = ½(358 mm) + 1/2(18,75 mm) = 188,38 mm 188,38 mm Seção Área, mm² y, mm yA, mm² Placa Perfil I 4.218,75 188,38 794.728,13 7.230 0 0 ΣA = 11.448,75 ΣyA = 794.728,13 YΣ A = Σy A Y(11.448,75) = 794.728,13 Y = 69,42 mmC UNIDADE 4 – MOMENTO DE INÉRCIA EXEMPLO 1: Continuação Momento de Inércia – O teorema dos eixos paralelos é aplicado na determinação dos momentos de inércia do Perfil I e da Placa em relação ao eixo x’. 4.3 MOMENTO DE INÉRCIA DE FIGURAS COMPOSTAS Para Perfil I Para Placa Para Seção Composta Raio de Giração – Temos: Ix’ = Ix + AY² = 160 x 10 + (7.230) (69,42)² = 194.842.356,20 mm 6 4 Ix’ = Ix + Ad² = 1/12 (225)(18,75)³ + (4.218,75)(188,38 - 69,42)² = 59.825.159,19 mm 4 Ix’ = 194.842.356,20 + 59.825.159,19 = 254.667.515,40 mm 4 Kx’ = 149,14 mm K²x’ = Ix’ / A = 254.667.515,40 mm / 11.448,75 mm² = 22244,13 mm 2 4 Introdução à Engenharia. Florianópolis: UFSC, 2000. Referências Bibliográficas • MERIAM, J. L. e KRAIGE, L. G. Mecânica para Engenharia: Estática. 6ª. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011. • BEER, F. P. e JOHNSTON, E. R. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Estática. 9ª. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2012.
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