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Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes Cálculo dos momentos de inércia de superfícies Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 1- Momento de 2ª ordem (momento de inércia) de superfícies planas Nas aulas anteriores determinamos o centróide de uma área considerando o primeiro momento de área em relação a um eixo; Isto é, para o cálculo tínhamos que avaliar uma integral do tipo: . Em uma integral do segundo momento de uma área em torno de um eixo, tal como , se chama momento de inércia de uma área. Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 1- Momento de 2ª ordem (momento de inércia) de superfícies planas O momento de inércia tem origem sempre que é feita a relação entre tensão normal ( σ ), que atua na seção transversal de uma viga elástica, e o momento externo aplicado M, que causa a curvatura da viga. Da Teoria da Mecânica dos materiais , pode-se mostrar que a tensão na viga varia linearmente com sua distância de um eixo que passa pelo centróide C da área da seção transversal da viga, isto é, σ = k.z. A intensidade da força atuante no elemento de área dA, é, portanto, dF = σ.dA = k.z.dA. Como esta força está localizada a uma distância z do eixo y, o momento de dF em relação ao eixo y é dM = dF.z = k.x2.dA. O momento resultante de toda a distribuição da tensão é igual ao momento M aplicado. Como consequência, M = k ∫ z2. dA. Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 1- Momento de 2ª ordem (momento de inércia) de superfícies planas O momento de inércia é uma média ponderada dos quadrados das distâncias de cada elemento de massa em relação ao eixo de referência. Significa que, para um momento de inércia grande, a massa está afastada do eixo, e portanto o torque necessário pra fazê-la girar será maior. Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 1- Momento de 2ª ordem (momento de inércia) de superfícies planas Por definição, os momentos de inércia de uma área diferencial dA em relação aos eixos x e y são , respectivamente. Para a área inteira A, os momentos de inércia são determinados por integração; ou seja, Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 1- Momento de 2ª ordem (momento de inércia) de superfícies planas Também podemos formular essa quantidade para dA em relação ao ‘polo’ O ou eixo z. Isso é conhecido como momento de inércia polar. Ele é definido como , onde r é a distância perpendicular do polo (eixo z) até o elemento dA. Para a área inteira, o momento de inércia polar é: A relação entre é possível por que Por essas equações podemos observar que sempre serão positivos, pois envolvem o produto da distância ao quadrado e área . Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes Considerando um caso em que é proporcional à area e que varia linearmente com a distância y AkyF ∆=∆ y: distância do elemento de área ao eixo x eixo x: eixo neutro, passa pelo centróide da seção A∆ A∆ F∆ y x y F∆ A∆ Sejam: Força distribuída em um elemento de área F∆ A∆ Seção transversal qualquer de uma viga C F∆ 1- Momento de 2ª ordem (momento de inércia) de superfícies planas Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 1- Momento de 2ª ordem (momento de inércia) de superfícies planas caso de uma viga de seção reta uniforme submetida, nas extremidades, a 2 binários iguais e opostos (flexão pura): dAkydF ⋅= M M No eixo neutro (eixo x): forças nulas Acima do eixo neutro: forças de compressão Abaixo do eixo neutro: forças de tração A∆ F∆ F∆ y x y Seção transversal qualquer da viga C ∫∫ ==∫= ydAkkydAdFRR resultante de forças na seção Centróide C: 0== yx x ∫∫∫ === dAykdAkyydFM x 22Mx momento fletor na seção em torno de x Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 1- Momento de 2ª ordem (momento de inércia) de superfícies planas ∫= ydAkR AyQydA x ==∫Mas: Qx: momento estático da seção em relação ao eixo x 0=R0=y 0=xQ Resultante das forças é nula, há apenas o momento fletor M, em torno do eixo x ∫= dAykM x 2 ∫= dAyIx 2 Momento de 2ª ordem ou momento axial de inércia da seção em relação ao eixo y ( ) 0≥xI ∫= dAxI y 2 Momento de 2ª ordem ou momento axial de inércia da seção em relação ao eixo x ( ) 0≥yI xkQR = Analogamente: Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 2- Cálculo dos momentos de inércia por integração ∫= dAyIx 2 ∫= dAxI y 2 Momentos Axiais de inércia de uma superfície de área A dAydI x 2= dxdydA = Cálculo com integral dupla: Cálculo com integral simples: dAxdI y 2= dAydIx 2=( )dyxadA −= ydxdA = dAxdI y 2= Obs: todos os pontos do elemento estão a uma mesma distância y do eixo x Obs: todos os pontos do elemento estão a uma mesma distância x do eixo y xx IdI ∫= ∫= yy dII ∫∫= dxdyyI x 2 ∫∫= dxdyxI y 2 ( ) ydxayI x ∫ −= 2 xdyxI y ∫= 2 Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 2- Cálculo dos momentos de inércia por integração Exemplo de Aplicação: Determine o momento de inércia para a área retangular mostrada na Figura abaixo, em relação ao eixo centroidal x’. O elemento diferencial mostrado na figura ao lado é escolhido para integração. Por causa do seu local e de sua orientação, o elemento inteiro está a uma distância y’ do eixo x’. Aqui, é necessário integrar a partir de y’ = -h/2 para y’ = h/2. Como dA = b.dy’, então, Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 3- Teorema dos Eixos Paralelos O teorema dos eixos paralelos pode ser usado para determinar o momento de inércia de uma área em relação a qualquer eixo que seja paralelo a um eixo passando pelo centroide e em relação ao momento de inércia conhecido. A Primeira integral representa o momento de inércia da área em relação ao eixo centroidal, Īx . A segunda integral é zero, pois o eixo x’ passa pelo centroide C da área; Como a terceira integral representa a área total A, o resultado final é, portanto: Uma expressão semelhante pode ser escrita para Iy , ou seja : E Finalmente, para o momento de inércia polar: Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 'AAI 3- Teorema dos Eixos Paralelos ∫= dAyI AA 2 ' Seja uma superfície de área A C: centróide da superfície BB’: eixo baricêntrico (onde passa C) AA’: eixo qualquer paralelo ao eixo BB’ y: distância do elemento de área dA ao eixo AA’ y’: distância do elemento de área dA ao eixo BB’ d: distância entre os eixos paralelos AA’ e BB’ : momento de inércia da superfície em relação ao eixo AA’ Mas: dyy += ' ( ) ∫ ∫++∫=∫ +=∫= dAddAyddAydAdydAyI AA 22 22' '2'' Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 3- Teorema dos Eixos Paralelos ∫ ∫++∫= dAddAyddAyI AA 22 ' '2' Momento de inércia da superfície em relação ao eixo AA’: ' 2' BBIdAy =∫ ∫ dAy' AdA =∫ Momento de inércia da superfície em relação ao eixo BB’ Momento estático em relação ao eixo BB’ 0' =∫ dAyEixo BB’ passa pelo centróide Portanto: 2 '' AdII BBAA += Teorema de Steiner o momento de inércia em relação a um eixo qualquer AA’ é igual ao momento de inércia em relação ao eixo baricêntrico BB’(paralelo a AA’) mais o produto Ad2 da área A pelo quadrado da distância d entre os dois eixos. Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 3- Teorema dos Eixos Paralelos 2 0 AdJJ C += Momento polar de inércia da superfície em relação a O (Jo) é igual ao momento polar de inércia dessa superfícies em relação ao seu centróide C ( ) mais o produto Ad2 da área A pelo quadrado da distância d entre O e C. Seja uma superfície de área A CJ Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 3- Teorema dos Eixos Paralelos Exemplo de Aplicação: Determine o momento de inércia para a área retangular mostrada na Figura abaixo, em relação ao eixo xb que passa pela base do ratângulo. Aplicando o Teorema dos eixos paralelos, temos: Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 3- Teorema dos Eixos Paralelos Exemplo de Aplicação: Determine o momento de inércia para a área retangular mostrada na Figura abaixo, em relação ao pólo sobre o eixo z’ perpendicular ao plano x’ - y’ que passa através do centroide C. Para obter o momento de inércia polar em relação ao ponto C, devemos obter primeiro Īy’ , da mesma maneira que foi obtido Īx’. Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 4 - Raio de Giração de uma Área Uma grandeza geométrica relacionada com o momento de inércia é o raio de giração. Definições: 1 - Considere um retângulo de comprimento infinito, com a mesma área da figura original e a mesma inércia. O raio de giração mede a que distância do eixo terá de estar esse retângulo para que tenha a mesma inércia da figura original. 2 - O significado físico do raio de giração pode ser melhor entendido da seguinte maneira: Se um corpo rígido com massa m tem um momento de inércia I em torno de um eixo, ele se comporta com se toda a sua massa estivesse rotacionando a uma distância k deste eixo. Notar que este eixo não é necessariamente aquele que passa pelo centro de massa. 3 - O raio de giração é uma distância ao eixo que, para a mesma quantidade de massa, produz um momento de inércia igual ao do corpo analisado. Em outras palavras, se toda a massa do corpo estivesse concentrada no raio de giração, o momento de inércia produzido por esse corpo fictício teria o mesmo valor do momento de inércia real do corpo. Ele serve basicamente para se descartar as informações relativas à distância variável de cada ponto com relação ao eixo, tomando-se uma "média" do corpo como um todo. Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes 4 - Raio de Giração de uma Área Superfície de área A que tem momento de inércia Superfície concentrada numa faixa estreita (de área A) paralela ao eixo x, cujo momento de inércia Ix, deve ser igual à da superfície original. Superfície concentrada numa faixa estreita (de área A) paralela ao eixo y, cujo momento de inércia Iy , é igual à da superfície original. Superfície concentrada numa faixa circular estreita (de área A) cujo momento polar de inércia Jo , é igual à da superfície original. a) b) c) Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes Exercícios de Aplicação 1- Determine, por integração direta, o momento de inércia da superfície sombreada, em relação ao eixo y. Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes Exercícios de Aplicação Temos: Resposta: Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes Exercícios de Aplicação 2- Determine, por integração direta, o momento de inércia da superfície sombreada, em relação ao eixo y e x. Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes Exercícios de Aplicação Resposta: Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes Exercícios de Aplicação 3- Determine o momento de inércia em torno do eixo x da área circular apresentada na figura abaixo. Solução 1 Solução 2 Mecânica Técnica – Aula 08 Prof. Gilberto Gomes Exercícios Complementar DESAFIO - Determine, por integração direta, o momento de inércia da superfície sombreada, em relação ao eixo y. Número do slide 1 Número do slide 2 Número do slide 3 Número do slide 4 Número do slide 5 Número do slide 6 Número do slide 7 Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 Número do slide 22 Número do slide 23 Número do slide 24 Número do slide 25 Número do slide 26
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