Buscar

tecnologia de alimentos - Mercado Alimentos Funcionais Desafios Tendencias

Prévia do material em texto

MERCADO DE ALIMENTOS FUNCIONAIS 
 DESAFIOS E TENDÊNCIAS. 
 
Dra. Jocelem Mastrodi Salgado 
Profa. Titular de Nutrição – ESALQ/USP 
Presidente da Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais 
 
Márcio Aurélio de Almeida, Médico Veterinário 
. Mestrando em Ciência e Tecnologia de Alimentos. ESALQ/USP. 
 
 
Introdução: 
 
A explosão do interesse dos consumidores em alimentos específicos ou 
componentes alimentares fisiologicamente ativos, também denominados alimentos funcionais 
é justificada pela necessidade de melhoria da saúde. Obviamente, todos os alimentos são 
funcionais, visto que proporcionam sabor, aroma e valor nutritivo. Durante a última década, o 
termo funcional, aplicado aos alimentos, tem assumido diferente conotação que é a de 
proporcionar um benefício fisiológico adicional, além daquele de satisfazer as necessidades 
nutricionais básicas. (HASLER, 1998). 
Alimentos funcionais não podem ser desenvolvidos simplesmente pela adição ou 
mistura de ingredientes apropriados. Efeitos decorrentes do processamento, bem como os 
atributos sensoriais que afetam a qualidade final do produto devem ser considerados. A 
aparência, odor, textura e sabor têm importante papel na escolha e ingestão dos alimentos. 
Embora o corpo humano necessite de vários componentes para preservar sua integridade 
estrutural e funcional, a grande maioria das pessoas come e bebe aquilo que é de sua 
preferência, conferindo, assim, ao sabor, fundamental papel na escolha e consumo dos 
alimentos. Apesar disso, a ingestão de alimentos não é apenas dirigida por razões hedônicas, 
mas influenciada por uma série de fatores relacionados. (CASÉ et al, 2005). 
No que se refere aos alimentos funcionais, é relevante considerar que devem ser 
consumidos na dieta usual e precisam ter, como componentes ativos, substâncias naturais que, 
além de seus efeitos básicos nutritivos, devem aumentar o bem estar e a saúde, desde que estes 
sejam reforçados por bases científicas, tais substâncias podem ser ingredientes naturais 
funcionais ou o acréscimo de ingredientes de forma a aumentar uma característica já existente 
no alimento. (ROBERFROID, 2002). 
Desta forma, alimento funcional é aquele semelhante em aparência ao 
convencional, que deve ser consumido como parte da dieta usual, produzindo efeitos 
metabólicos ou fisiológicos úteis na manutenção de uma boa saúde física e mental, podendo 
auxiliar na redução do risco de doenças crônico-degenerativas, além de suas funções 
nutricionais básicas. (LAJOLO, 2003). 
 
Mudanças dos hábitos de consumo 
 
Embora 80% dos norte-americanos avaliem seu estado de saúde como excelente, 
muito bom ou bom, 58% dizem que são satisfeitos ou extremamente satisfeitos com seu 
estado de saúde (INTERNATIONAL FOODS INFORMATION COUNCIL, 2008). Esta 
situação indica que muitos desses indivíduos que se consideram saudáveis, percebem que 
ainda falta algo para melhorar. De fato, mais norte-americanos dizem que estão fazendo 
 1
mudanças para melhorar a saúde de suas dietas se compararmos com 2006, visto 70% estão 
fazendo um esforço para melhora e bem estar, 65% a saúde física e 70% para perder o peso. 
As mudanças que têm feito para melhorar a saúde de sua dieta incluem 29% em 2007 contra 
21% em 2006 e o consumo crescente (36% em 2007 contra 23% em 2006) de alimentos e 
bebidas específicas. Os consumidores acreditam nos benefícios oferecidos por alimentos e por 
bebidas, incluindo melhora da saúde ,do coração, manutenção e melhora do vigor, energia ou 
o aumento do vigor físico, melhora da saúde digestiva, melhora da função do sistema 
imunológico, fornecendo níveis mais elevados de saciedade, reduzindo o risco de doenças 
específicas, entre outros. Ainda, mais de 80% deles afirmam que, atualmente, consomem ou 
teriam interesse em consumir alimentos ou bebidas incrementados com tais benefícios. 
Ocasionalmente, quando decidem sua compra, significativamente mais consumidores 
mencionam saúde de um produto como um fator que influencie sua decisão para comprar um 
alimento ou bebida, procura pelo sabor ou gosto e preço. A conveniência também foi 
mencionada por mais da metade dos consumidores. (INTERNATIONAL FOODS 
INFORMATION COUNCIL, 2008). 
Na América Latina, tanto a população adulta como a infantil são vitimadas pela 
obesidade e co-morbidades crônicas, que se associam à ocorrência de duzentos mil mortes por 
ano. (CLACO, 1998). Dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade 
(MACCHI, 2002), demonstraram aumento significativo de crianças com sobrepeso e riscos à 
saúde, atingindo 34% nas meninas de classe média das regiões Sul e Sudeste do Brasil. 
As duas principais fontes de alteração do estado nutricional no sentido da 
promoção da obesidade são os maus hábitos alimentares e o sedentarismo, diretamente 
influenciados por hábitos de vida pouco saudáveis (GALLAHUE, 1987; FISBERG, 1995; 
OLIVEIRA, CUNHA, MARCHINI, 1996; WHO, 1997; CLACO, 1998; SIGULEM, 
DEVINCENZI, LESSA, 2000; OPAS, 2000; DAVISON, BIRCH, 2001; PELLANDA et al., 
2002; VILLARES, RIBEIRO, SILVA, 2003; VIUNISKI, 2003; WHO, 2003; JANNSEN, 
KATZMARZYK, BOYCE, 2004). Acompanhando o processo de urbanização e 
modernização, as pessoas mudaram seus hábitos, passando a consumir dietas mais calóricas, 
comidas prontas ou semi-prontas, lanches rápidos, “salgadinhos” e “fast foods” preparados 
com maior quantidade de carboidratos, gorduras saturadas, insaturadas e colesterol, aliados à 
prática cada vez menor de atividades físicas (SALLIS e GLANZ, 2006; ANDRADE, 
PEREIRA e SICHIERI, 2003; PATRICK et al., 2004; THOMPSON et al., 2004; MOAYERI 
et al., 2006; ZALILAH et al., 2006). 
A associação da obesidade com hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, 
diabete melitus tipo 2, síndrome metabólica, doenças osteo-articulares, neoplasias, entre 
outras, promove aumento da mortalidade em idades cada vez mais precoces (GOLDBERG et 
al., 2000, JOSUÉ, 2007). 
Dessa, forma, a perda da saúde justifica a produção de alimentos funcionais, visto 
que este tem sido o maior argumento para adoção deste tipo de dieta, com lançamento de 
produtos industrializados diferenciados. Hábitos alimentares adequados e consumo de 
alimentos pobres em gorduras saturadas e ricos em fibras, juntamente com um estilo de vida 
saudável, repleto de exercícios físicos regulares, ausência de fumo e moderação no álcool, 
passa a ser peça chave na diminuição do risco de doenças e na promoção de qualidade de 
vida. (ABIA, 2005). 
 
Ética para a produção de alimentos funcionais 
 
O setor de alimentos vem, ao longo dos últimos anos, despertando a atenção de 
governos, indústrias, economistas e, principalmente, consumidores, sobre o papel que os 
alimentos devem representar para a saúde da população. Com o aumento da expectativa de 
 2
vida dos brasileiros e ao mesmo tempo o crescente aparecimento de doenças crônicas como 
obesidade, hipertensão, osteoporose, diabetes e câncer, é crescente a preocupação com uma 
alimentação saudável, em função do conceito de que alimentação saudável pode prevenir a 
ocorrência de doenças. Mundialmente, nota-se a inquietação de governos com a relação 
alimentação - nutrição-saúde, principalmente no estabelecimento de programas e projetos de 
longo prazo para modificar hábitos alimentares e sensibilizar setores industriais de alimentos 
para o lançamento de produtos industrializados diferenciados.(ABIA, 2005). 
Na maioria dos casos, a ação dos compostos funcionais de interesse na 
alimentação é conhecida por estudos epidemiológicos que estabelecem associações mais ou 
menos fortes entre a ingestão destas sustâncias e a prevenção de certas enfermidades. 
Também na medicina naturalista e nas tradicionais orientações têm se aportado idéias para a 
utilização de certas sustâncias como ingredientes funcionais (PALANCA et al 2006) 
Entretanto, o consumidor é a peça chave no cenário da aceitaçãode alimentos 
funcionais. Sendo ele quem adquire o produto, ele quem determina se esta classe de alimentos 
irá se estabelecer ou não, cabendo aos envolvidos, indústrias de alimentos, órgãos 
governamentais e associações de consumidores, exercerem adequadamente seus papéis de 
difusores de informações, promotores de mudanças de hábitos e, especificamente para os 
envolvidos no desenvolvimento de produtos, disponibilizarem produtos sensorialmente 
interessantes(Moraes2007). 
 
Alimentos Funcionais: papel na economia. 
 
Os principais mercados para alimentos funcionais hoje são o Japão, os Estados 
Unidos e a Europa. Estima-se que o mercado mundial de alimentos funcionais movimentou, 
em 2005, em torno de US$ 60 bilhões na Europa, Japão e Estados Unidos — só neste último 
ele representou US$ 15 bilhões. Nos EUA, em 1980, o extrato de soja (ou leite de soja) 
propiciou um faturamento de US$ 2 milhões aos processadores. Em 2001, atingiu US$ 500 
milhões. Já em 2006, os produtos enriquecidos com soja somaram US$ 2,5 bilhões. A 
participação proporcional dos alimentos funcionais também é crescente. Nos EUA, em 1998, 
foi estimado em US$ crescimento de 10,7% em relação ao ano anterior. No mercado 
mundial, em 1999, a taxa anual de crescimento foi estimada em 11%. No Brasil, em 2005, o 
mercado foi avaliado em US$ 600 milhões. Os produtos diet e light, presentes no mercado 
desde o início da década de 90, atingiram vendas anuais ao redor de US$ 4 bilhões, em 2005. 
Desse volume, o mercado de produtos funcionais representou 14% e na indústria de 
alimentos, 0,8%. Sendo assim, juntos, os segmentos de diet e light, e funcionais somam 6,3% 
do volume de vendas da indústria brasileira da alimentação. Dos R$ 88,2 bilhões que as 
fábricas brasileiras do setor faturaram no ano de 2006, apenas R$ 700 milhões (0,8%) foram 
provenientes das vendas de alimentos funcionais. No entanto, enquanto o ramo de alimentos 
deve crescer entre 4,5% e 5% neste ano, os funcionais devem ter expansão de 12% a 14% 
(ABIA, 2005). 
Apesar da crescente expansão deste mercado, é preciso discutir aqui o processo de 
regulamentação dos produtos, o estabelecimento de bases tecnológicas e científicas para o seu 
maior desenvolvimento e a viabilidade de uma produção em escalas maiores. 
Como um exemplo dessa situação, no mundo e no Brasil, as vendas do Activia®, 
que auxilia o funcionamento do intestino, avançam 40% ao ano. Mas esse crescimento no 
mercado brasileiro ainda não é suficiente para fazer o país ganhar mais peso no faturamento 
global da Danone®. A fatia brasileira, hoje, é de menos de 4%, devido ao baixo consumo de 
iogurte no Brasil (cerca de 6 quilogramas por habitante por ano). Na França, o consumo anual 
per capita alcança 30 quilogramas e na Argentina, 16. Nesse contexto, a Danone® investirá 
cerca de R$ 115 milhões para publicidade este ano, 35% mais que em 2007 além de R$ 100 
 3
milhões na ampliação de capacidade de fábrica. Para 2008, o foco da Danone® no Brasil 
ainda será o Activia®, produto líder no segmento de iogurte funcional, com 92% do mercado 
brasileiro, concorrendo com o Nesvita® e o Biofibras®, produzido pela Nestlé® e Batavo®, 
respectivamente. Mesmo assim, o Activia® é encontrado em apenas 7% dos lares brasileiros. 
Na Europa, outros funcionais como o Actimel® (ajuda a reforçar as defesas do organismo) e 
o Danacol® (limita a absorção de colesterol) são representativos nas vendas da empresa. 
Outro desafio é fazer deslanchar as vendas de produtos de nutrição infantil no Brasil, uma das 
principais apostas da Danone® após a compra da Numico®, sendo o foco trabalhar com a 
comunidade médica e aos poucos introduzir no varejo. (GLOBAL RESEARCH, 2008). 
Os iogurtes probióticos têm mostrado o mais rápido crescimento no setor de 
produtos lácteos nos últimos cinco anos graças a seus benefícios para a saúde e a sua 
apresentação conveniente que está permitindo que eles atravessem fronteiras e cheguem a 
competir com os populares refrigerantes. A tendência dos probióticos está sendo 
particularmente explorada na Suécia, com uma série de companhias lançando iogurtes 
orgânicos ou bioiogurtes em 2003 e 2004, como os produtos Primaliv® (da Skånemejerier®) 
e o Verum® (da Norrmejerier®). A Arla Foods® também introduziu uma gama de produtos 
probióticos com Culturas um iogurte para beber, um iogurte natural e uma coalhada - que tem 
o objetivo de competir diretamente com o Proviva®, da Skånemejerier® e também com 
outras bebidas saudáveis e iogurtes do mercado. Na Espanha, o iogurte sempre esteve ligado à 
saúde, há muitas pequenas companhias no mercado espanhol e o foco em um produto nicho é 
uma forma de escapar do domínio da Danone®, essas firmas geralmente lançam produtos 
onde grandes companhias têm uma presença pequena. A Leche Pascual® acabou de entrar no 
mercado de iogurtes e tem menos de 1% de participação desse mercado, então, decidiu ir 
direto ao setor de iogurtes de valor agregado, especialmente produtos Premium (probióticos). 
Outro ingrediente inovador que vem sendo usado pelas indústrias de lácteos inclui aqueles 
que reduzem o colesterol e que, apesar de ainda representarem uma categoria muito nova, 
estão apresentando um rápido crescimento, a companhia francesa Vedial® lançou um iogurte 
que reduz o colesterol sob a marca St Hubert Ilô®, que foi imediatamente seguido da 
introdução pela Danone® com uma nova gama de iogurtes anti-colesterol, vendidos sob a 
marca Danacol®. A nova linha conta com o suporte de uma forte campanha na televisão e na 
imprensa francesa. O rótulo do produto também mostra aprovação pelas autoridades de saúde 
da Franca (l'Agence Française de Sécurité Sanitaire des produits de Santé). No Reino Unido, 
onde metade da população sofre de altos níveis de colesterol, a Unilever® lançou uma 
extensão de sua linha da marca de produtos que reduzem o colesterol Flora Pro-activ® no 
começo de 2004 em iogurtes, e a marca Benecol® também vem promovendo sua versão. 
(MILKPOINT, 2004). 
 
Tendência e desafios 
 
Produtos lácteos, especialmente leites fermentados e iogurtes, estão entre os 
alimentos com mais aplicações para as culturas probióticas. A BB-12® é a bactéria probiótica 
que pode ser encontrada em produtos lácteos no Brasil e no mundo. Os queijos são os novos 
alvos da utilização aplicação. Na Itália, a Ciambello® lançou um queijo contendo a bactéria 
probiótica .Naquele país, o consumo total de queijo alcançou 1.368.000 toneladas - 23,4 kg 
per capita - em 2005, um crescimento de 2,18% em relação ao ano anterior. Dessa forma, o 
queijo, como outros produtos lácteos, é um bom meio para bactérias probióticas e as bactérias 
pode ser usada juntamente com outras as culturas normalmente presentes nos diferentes 
queijos, sem afetar seu sabor ou estrutura. Obviamente, com um queijo probiótico, os 
consumidores teriam a vantagem de ingerir a bactéria probiótica sem alterar seus hábitos 
alimentares. (CHR. HANSEN, 2007). 
 4
Em 2005, o mercado europeu de iogurte de soja representou 12% dos 1,9 bilhões 
de Euros de produtos à base de soja, como alternativa aos lácteos, e vem registrando 
crescimento de 17% ao ano. Com base neste dado já existem no mercado culturas probióticas 
de fermentação para produtos não-lácteos. Durante as duas últimas décadas, muitos 
fabricantes de alimentos no mundo, especialmente os laticinistas, lançaram com sucesso 
produtos contendo as cepas probióticas e agora, com o objetivo de ir ao encontro da crescente 
demanda dos consumidores por produtos à base de soja, passam a desenvolver as versões não-
lácteas. Duas culturas de fermentação não lácteas para a produção de iogurte de soja já estão 
disponíveis para comercialização: as culturas YF-L01 DF e YF-S21 DF. Para aqueles que 
apresentam intolerância à lactose, os ingredientes não-lácteos são bem aceitos e podem 
facilmente incorporarem-se à dieta. Além disso, como parteda tendência global de “saúde”, 
observa-se um amplo interesse por produtos à base de soja, corroborado pelo aumento dos 
preços e, às vezes, problemas no abastecimento, (CHR. HANSEN, 2008). Além disso, os 
alimentos à base de soja tiveram o sabor melhorado e estão livres de colesterol e lactose, 
oferecendo benefícios significativos à saúde. Adicionando ingredientes não-lácteos podem 
melhorar ainda mais o produto à base de soja. 
As novas culturas de fermentação livres de ingredientes lácteos são eficazes em 
produtos à base de soja e, como resultado, elas podem contribuir para melhores produtos não 
lácteos, e são culturas de fácil inoculação não necessitando de ativação sendo usadas 
diretamente nos produtos à base de soja. (CHR. HANSEN, 2008). 
Não existem dados concretos, até o momento, se o fenômeno dos alimentos 
funcionais tenha resultado nos benefícios desejados. Com freqüência, no mercado de 
alimentos, são encontrados, produtos sem atividade funcional comprovada, que acabam 
gerando desconfiança nos consumidores (PALANCA et al 2006). 
A Harvard School of Public Health e a International Food Information Council 
Foundation recentemente distribuíram uma série de diretrizes de comunicação, direcionadas 
aos cientistas, editores de revistas científicas, jornalistas, grupos de interesse e outros para 
melhorar a compreensão pública da ciência emergente. As diretrizes têm a intenção de ajudar a 
assegurar que os resultados das pesquisas sobre nutrição, segurança alimentar e saúde sejam 
comunicados de uma maneira clara, equilibrada e não desorientadora (FINEBERG E ROWE, 
1998). Finalmente, aqueles alimentos cujos benefícios à saúde são corroborados por 
embasamento científico, têm o potencial para ser um componente de uma importância cada 
vez maior para um estilo de vida saudável e benéfico ao público e a indústria de alimentos 
(HASLER, 1998). 
 
Conclusão 
 
Pesquisas com alimentos funcionais não irão trazer os avanços para a saúde sem 
que os benefícios dos alimentos sejam efetivamente comprovados e passem a ser de domínio 
público. Com a melhora dos padrões de vida, a população está se transformando em uma 
população obesa, dependente de medicamentos, ou seja, com uma vida com menos saúde. 
Doenças poderiam ser evitadas associando-se dieta equilibrada, hábitos de vida saudáveis e 
alimentos funcionais. 
Sem dúvida, o mercado de alimentos funcionais é de vulto e apenas o trabalho 
multidisciplinar e o empenho multiorganizacional (indústria, academia e governo) trarão as 
informações funcionais de forma mais clara e esclarecedora para o consumidor, o principal 
alvo dessas intervenções de promoção da saúde e prevenção de doenças. 
 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 5
 
ANDRADE RG; PEREIRA RA; SICHIERI R. Consumo alimentar de adolescentes com e 
sem sobrepeso do Município do Rio de Janeiro. Cad Saúde Publica. 2003; 19:1485-1495p. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO Abia. Mercado 
Brasileiro dos alimentos industrializados, 2005 disponível na Internet via WWW.URL: 
http://www.anuarioabia.com.br/editorial_05.htm
 
CASÉ, F. DELIZA, R. ROSENTHAL, A., MANTOVANI, D. FELBERG, I., Produção de 
leite de soja enriquecido com cálcio. Tecnologia de Alimentos, Campinas, 25(1): 86-91, jan. 
-mar. 2005. 
 
CHR. HANSEN, A terra do queijo entra na era dos probióticos, noticia on line dia 
16/09/2007, disponível na Internet via: WWW.URL: http://www.chr-
hansen.com.br/noticias/news_single/article/a-terra-do-queijo-entra-na-era-dos-
probioticos.html. 
 
CHR. HANSEN, Chr. Hansen lança culturas probióticas e culturas de fermentação para 
produtos não lácteos, noticia on line dia 22/042008, disponível na Internet via: WWW.URL: 
http: // www.chr-hansen. com.br / noticias / news_single /article/chr-hansen-lanca- culturas- 
probioticas- e- culturas- de- fermentacao- para-produtos-nao-lacteos.html 
 
CONVENÇÃO LATINO-AMERICANA PARA CONSENSO EM OBESIDADE (CLACO). 
Consenso Latino-Americano em Obesidade, 1, 1998, Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: 
Ministério da Saúde, 1998. 
DAVISON KK; BIRCH LL. Childhood overweight: a contextual model and 
recommendations for future research. The International Association for the Study of 
Obesity. 2001; 2:159-171p. 
 
FINEBERG, H.V. AND ROWE, S. Improving public understanding: Guidelines for 
communicating emerging science on nutrition, food safety and health. J. Natl. Cancer 
Inst. 90: 194-199. 1998. 
FISBERG M. Obesidade na infância e adolescência. São Paulo: Fundação BYK, 1995. 
 
GALLAHUE DL. Developmental physical education for today’s elementary school 
children. New York: Macmillan Publishing Company; Londres: Collier Macmillan, 1987. 
 
GLOBALRESEARCH. Produtos Alimentícios mais enxuta, Danone mostra planos no 
Louvre. noticia on line dia 05/05/2008, disponível na Internet 
via:WWW.URL:HTTP:WWW.GLOBALRESEARCH.COM.BR/NOVO/CONTEUDO.ASP?
CONTEUDO=14709 
 
GOLDBERG TBL; COLLI AS; CURI PR. Dobras cutâneas na faixa etária de 10 a 19 
anos. In:_______.Crescimento e desenvolvimento pubertário em crianças e adolescentes 
brasileiros. São Paulo: Ed. Brasileira de Ciência, v.5, 2000. 
 
 6
HASLER C. M. Functional Foods for Health Program, Department of Food Science and 
Human Nutrition da University of Illinois, Urbana, Illinois, Food Technology 52(2):57-62, 
1998. 
 
INTERNATIONAL FOODS INFORMATION COUNCIL, 2007 Consumer Attitudes 
toward Functional Foods/Foods for Health—Executive Summary, consultado dia 
29/05/2008, disponivel na internet via: http :// ific. org / research / funcfoodsres 07 . cfm 
 
JANNSEN I; KATZMARZYK PT; BOYCE WF. Overweight and obesity in Canadian 
adolescents and their associations with dietary habits and physical activity patterns. J 
Adolesc Health. 2004; 35:360-367p. 
 
JOSUÉ L.M.A. Perfil motor de escolares sobrepesos e obesos de ambos os sexos na faixa 
etária de 9 e 10 anos. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Medicina de Botucatu, 
Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2007. 
 
LAJOLO, F.M. Um olho no prato outro no futuro. Jornal da Unicamp, Campinas, n. 237, 
p.3-4, 10 Nov 2003. Entrevista concedida a Luiz Sugimoto. Disponível em: 
<http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/jornalPDF/237pag03.pdf>. 
 
MACCHI A. Obesidade: crianças lutam contra a balança. Diário do Grande ABC Online, 
Santo André, 20 abr. 2002. Disponível em: <http://www.dgabc.com.br/ 
setecidades/setecidades0.idc?conta1=276213>. Acesso em: 20 abr. 2002. 
 
MILKPOINT, Europa: Iogurtes levam à inovação no segmento de alimentos funcionais, 
noticia on line dia 21/10/2004, disponível na Internet via: 
WWW.URL:http://www.milkpoint.com.br/?noticiaID=21363&actA=7&areaID=50&secaoID
=169 
 
MOAYERI H; BIDAD K; AGHAMOHAMMADI A; RABBANI A; ANARI-SNAZEMI L 
ET AL. Overweight and obesity and their associated factors in adolescents in Tehran, 
Iran, 2004-2005. Eur J Ped. 2006; 165(7):489-493p. 
 
MORAES, V.H.F. Alegações sobre as propriedades funcionais do licopeno: um estudo 
com consumidores do município de Campinas/SP. 2007. 118p. Dissertação (Mestrado em 
Alimentos e Nutrição) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007. 
 
OLIVEIRA JED; CUNHA SFC; MARCHINI, JS. A desnutrição dos pobres e dos ricos: 
dados sobre alimentação no Brasil. São Paulo: Sarvier, 1996. 
 
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). Informativo sobre nutrição. 
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) - Brasil, 2000. Disponível em: 
<http://www.opas.org.br/sistema/fotos/nutricao.htm>. Acesso em 6 nov.2003. 
 
PALANCA, V. et al. Bases científicas para el desarrollo de productos cárnicos 
funcionales com actividad biológica combinada. Alimentos funcionales, Nutr Hosp. 
2006;21(2):199-202p. 
 
 7
PATRICK K; NORMAN GJ; CALFAS KJ; SALLIS JF; ZABINSKI MF, RUPP J ET AL. 
Diet, physical activity and sedentary behaviors as risk factors for overweight in 
adolescence. Arch Pediatr Adolesc Med. 2004;158(4): 385-390p. 
 
PELLANDA, L.C. et al. Doença cardíaca isquêmica: a prevenção inicia durante a 
infância. J Pediatr (Rio J). 2002. Disponível em: <http://www.jped.com.br//conteudo/02-78-
02-91/port.asp>. Acesso em: mai. 2002. 
 
ROBERFROID, M. Functional food concept and its application to prebiotics. Digestive 
and Liver Disease. v. 34, Suppl. 2, p. 105-10, 2002. 
 
SALLIS, J.F., GLANZ, K. The role of built environments in physical activity, eating, and 
obesity in childhood. Future Child. 2006; 16:89-108p. 
 
SIGULEM DM; DEVINCENZI MU; LESSA AC. Diagnóstico do estado nutricional da 
criança e do adolescente. J Pediatr (Rio J). 2000. Disponível em: 
<http://www.jped.com.br//conteudo/00-76-08-275/port.asp>. Acesso em: mai. 2002. 
 
THOMPSON OM, BALLEW C, RESNICOW K, MUST A, BANDINI LG, CYR H ET AL. 
Food purchased away from home as a predictor of change in BMI z-score among girls. 
Int J Obes. 2004; 8: 282-289p. 
 
VILLARES SMF, RIBEIRO MM, SILVA AG. Obesidade infantil e exercício. Rev Abeso. 
2003; 14, jun. 2003. Disponível em: 
<http://www.abeso.org.br/revista/revista13/obes_infantil.htm>. Acesso em: 6 nov.2003. 
 
VIUNISKI N. O manejo da obesidade infantil. Rev Abeso. 2003; 14, jun. 2003. Disponível 
em: <http://www.abeso.org.br/revista/revista14/obesidade_inf.htm> Acesso em: 6 nov.2003. 
 
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity and Overweight: WHO Global Strategy 
on Diet, Physical Activity and Health, 2003. Disponível em: 
<http://www.who.int/hpr/NPH/docs/gs_obesity.pdf >. Acesso em: 6 nov.2003. 
 
WORLD HEALTH ORGANIZATION. OBESITY: Preventing and Managing the Global 
Epidemic. WHO Consultation on Obesity, 1997. Disponível em: <www.who.int/ 
nut/Obesity%20Report’s%20Executive%20Summary.PDF>. Acesso em: jun. 2002. 
 
ZALILAH MS, KHOR GL, MIRNALINI K, NORIMAH AK, ANG M. Dietary intake, 
physical activity and energy expenditure of Malaysian adolescents. Singapore Med J. 
2006; 47: 491-498p. 
 8

Continue navegando