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NUTRIÇÃO 
FUNCIONAL E 
FITOTERAPIA 
Luciana de Souza
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
S719n Souza, Luciana de.
 Nutrição funcional e fitoterapia / Luciana de Souza, 
 Daniela Graciela Aguirre Martínez. – Porto Alegre : 
 SAGAH, 2017.
 243 p. : il. ; 22,5 cm. 
 ISBN 978-85-9502-128-0
 1. Nutrição funcional. 2. Fitoterapia. I. Martínez, 
 Daniela Graciela Aguirre. II. Título.
CDU 613.2+615.322
Revisão técnica:
Sandra Muttoni
Nutricionista e Professora. Especialista em Nutrição Clínica e Dietética
pelo Instituto Metodista de Educação e Cultura (IMEC)
Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela
Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE)
Mestre em Medicina - Ciências Pneumológicas pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Iniciais_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 2 07/07/2017 16:57:24
Introdução à nutrição 
funcional: histórico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Conhecer como os alimentos funcionais entraram na indústria
alimentícia.
 Reconhecer a introdução dos alimentos funcionais nos países
estrangeiros.
 Identi� car a história dos alimentos funcionais no Brasil.
Introdução
Durante décadas, a indústria dos alimentos buscou melhorar sua linha 
de produção com aditivos químicos, visando a garantir maior tempo de 
validade e qualidade dos produtos. Porém, com o tempo, viu-se que 
todos esses aditivos são prejudiciais à saúde, e a alimentação passou a 
ser associada à saúde, introduzindo-se, assim, a nutrição funcional como 
aliada desse novo pensamento.
Neste capítulo, você vai descobrir de que forma os alimentos funcio-
nais entraram na indústria alimentícia. Vai estudar a introdução desses 
alimentos em diversos países e identificar sua história no Brasil.
U1_C01_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 13 07/07/2017 16:53:30
Os alimentos funcionais e a indústria 
alimentícia
Anos de 1950 e 1960
Nas décadas de 1950 e 1960, a indústria de alimentos buscou melhorar sua 
produção com o desenvolvimento de novos aditivos, como conservantes, esta-
bilizantes, espessantes e corantes, a fi m de garantir maior tempo de validade e 
melhor aparência dos produtos. Com isso, também aumentaria seu faturamento.
Foi também na década de 1960 que surgiram os primeiros estudos cien-
tíficos comprovando a ligação entre alimentação e saúde, apontando para os 
impactos negativos do excesso de gordura e açúcar.
Anos de 1970 e 1980
Nas décadas de 1970 e 1980, o enfoque dos estudos sobre alimentos foi relativo 
à eliminação de componentes prejudiciais à saúde. Foram elaborados a cerveja 
sem álcool e o café descafeinado e produzidos alimentos com baixos teores 
de energia, açúcares e gorduras, que são os produtos light e diet.
Na metade da década de 1980, os alimentos passaram a ser relacionados 
à saúde, como sinônimos de bem-estar e redutores de riscos de doenças, 
tornando-se veículos para uma melhor qualidade de vida. Foi nesse contexto 
que surgiram os “alimentos funcionais”.
Ainda na década de 1980, fortemente atreladas à cultura alimentar oriental 
– cuja população sempre acreditou no poder terapêutico da união de uma dieta 
balanceada e do poder das ervas –, pesquisas apoiadas pelo governo japonês 
mostravam as potencialidades que alguns alimentos tinham de influenciar as 
funções fisiológicas humanas.
A ideia de que os alimentos podiam ter propriedades terapêuticas não é recente. 
Há milhares de anos, as antigas culturas chinesa, indiana, egípcia e grega trabalhavam 
muito com o conceito de comida-remédio, atribuindo propriedades preventivas e/
ou curativas aos alimentos. A famosa frase declarada pelo grego Hipócrates, há 2.500 
anos – “Faça do seu alimento seu medicamento” – prova esse fato. 
 Nutrição funcional e fitoterapia 14
U1_C01_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 14 07/07/2017 16:53:30
O que pode ser considerado novo é a utilização do termo “alimentos fun-
cionais” e o interesse de explorar mais amplamente o potencial dos alimentos 
para reduzir o risco de determinadas doenças e o tratamento científico e 
legislativo dado à questão. O termo “alimento funcional” foi introduzido no 
Japão, em meados dos anos 1980. Em aparência, eram alimentos similares 
aos convencionais, sendo usados como parte de uma dieta normal, e que de-
monstram benefícios fisiológicos e/ou reduzem o risco de doenças crônicas, 
além de suas funções nutricionais básicas.
O mercado de alimentos funcionais tem crescido muito nos últimos anos. No ano 2000, 
no mundo todo, esse mercado apresentou um potencial de vendas de cerca de US$ 70 
bilhões/ano. No Japão, onde o conceito de alimento funcional surgiu nos anos 1980, 
já existem cerca de 200 tipos diferentes de alimentos funcionais. Além do mercado 
japonês, o de países europeus e o norte-americano apresentam muitas novidades 
no segmento. No Brasil, o mercado ainda é tímido, embora esteja em crescimento, e 
ocupa uma posição defasada em relação a países como Japão, Estados Unidos e da 
Europa. No entanto, apresenta enorme potencial de crescimento.
A introdução dos alimentos funcionais nos 
países estrangeiros
Japão
Conforme os estudos de alguns autores, foram os japoneses que “inventaram” 
os alimentos funcionais. O médico Minora Shirota, por exemplo, descobriu 
os benefícios da bactéria Lactobacillus casei para a regulação do trânsito 
intestinal na década de 1930, quando trabalhava junto aos pobres e malnutridos.
O Japão, então, foi o pioneiro na formulação de um processo de regula-
mentação específico para os alimentos funcionais. Conhecidos como Foods 
for Specied Health Use (FOSHU, isto é, “alimentos para uso específico de 
saúde”), são qualificados e trazem um selo de aprovação do Ministério da 
Saúde e Previdência Social japonês. 
15Introdução à nutrição funcional: histórico
U1_C01_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 15 07/07/2017 16:53:31
FOSHU é definido como “qualquer alimento que exerça um impacto po-
sitivo na saúde, performance física ou estado mental de um indivíduo em 
adição ao seu valor nutritivo”. Para poder apresentar essas alegações em seus 
rótulos, os fabricantes deveriam passar por análise e aprovação governamental, 
devendo atender às seguintes exigências: 
  o consumo do alimento deve exercer um efeito melhorador ou regula-
dor de algum processo biológico ou mecanismo de prevenção a uma 
doença específica; 
  ser um ingrediente ou alimento convencional (não comprimidos ou 
cápsulas); 
  ser consumido como integrante de uma dieta normal.
Países europeus
Em ação conjunta com outros órgãos, a Comissão Europeia, coordenada pelo 
International Life Sciense Institute Europe (ILSI Europe), criou o Projeto 
Ciência dos Alimentos Funcionais na Europa (Functional Food Sciense in 
Europe [FUFOSE]) em 1998 e concluído em 1999. O projeto apresentou 
uma forma de relacionar as alegações em alimentos funcionais com sólidas 
evidências científi cas, classifi cando-as em alegações de melhora da função e 
alegações de redução de risco.
A Comunidade Europeia não considera os alimentos funcionais como uma categoria 
de alimentos, mas como um conceito amplo. Portanto, não existe um respaldo legal 
em suas legislações para esses produtos, que devem ser enquadrados nos princípios 
gerais das Leis de Regulamentação Geral de Alimentos ou de Produtos Inovadores, 
incluindo a responsabilidade pela segurança alimentar, rastreabilidade e notificações.
A regulamentação europeia é muito mais detalhada do que a americana, 
exigindo que uma alegação de saúde só pode ser apresentada se as seguintes 
informações também constarem no rótulo do produto:
 Nutrição funcional e fitoterapia 16
U1_C01_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 16 07/07/2017 16:53:31
  a indicação da importância de uma dieta variada e balanceada e um 
estilo de vida saudável;
  a quantidade do alimento e o padrão de consumo necessário para al-
cançar o benefício proposto;
  indicaçãopara pessoas que devam evitar o uso do alimento (quando 
apropriado);
  aviso sobre produtos que poderão apresentar risco à saúde se forem 
consumidos em excesso.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o conceito de alimentos funcionais começou a ser difun-
dido a partir dos anos de 1990, quando o Instituto Nacional do Câncer Ameri-
cano criou um programa para fi nanciamento de pesquisas sobre componentes 
presentes nos alimentos, principalmente os fi toquímicos existentes em frutas 
e verduras, que pudessem apresentar atividade anticancerígena.
Em relação aos alimentos funcionais, os Estados Unidos não têm uma 
definição específica ou regulamentação, e o produto é regulado no mesmo 
contexto dos alimentos convencionais pela Food and Drug Administration 
(FDA).
Alegações da FDA para propriedades funcionais
A FDA estabeleceu três categorias de alegações relacionadas às propriedades 
funcionais dos alimentos:
  Alegações de saúde: descrevem a relação entre um alimento, um com-
ponente de um alimento ou um ingrediente de um suplemento dietético 
e a redução do risco de uma doença ou condição relacionada à saúde. 
Para poder apresentar essa alegação, é fundamental a existência de 
um componente específico relacionado ao controle de uma doença. 
Afirmações sobre o papel de categorias genéricas (como frutas ou 
vegetais) sobre a saúde não são consideradas alegações de saúde, mas 
de orientação dietética. 
  Alegações de conteúdo de nutrientes: apresentam o teor de substâncias 
dietéticas ou nutrientes de um produto em si ou comparado a outro 
alimento, através de termos como “livre de”, “alto”, “baixo” ou “mais”, 
“reduzido”, entre outros. Essas alegações só podem ser utilizadas para 
17Introdução à nutrição funcional: histórico
U1_C01_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 17 07/07/2017 16:53:31
nutrientes ou substâncias dietéticas com valor estabelecido para a dose 
diária.
  Alegações de estrutura ou funcionalidade: referem-se ao papel de 
nutrientes ou ingredientes dietéticos que afetam a estrutura normal 
ou funcional de humanos, por exemplo, “cálcio é importante para o 
desenvolvimento de ossos fortes”. Essas alegações também podem 
caracterizar a forma como o componente atua sobre uma determinada 
função, como “fibras mantêm a regularidade do intestino” ou “antio-
xidantes mantêm a integridade celular”. Esse mesmo tipo de alegação 
permite descrever um benefício relacionado a uma doença causada 
pela deficiência de determinado nutriente, por exemplo, vitamina C e 
escorbuto, desde que seja informada a importância dessa doença nos 
Estados Unidos.
A história dos alimentos funcionais no Brasil
Década de 1990
No Brasil, desde o início da década de 1990, já existiam na Secretaria de Vi-
gilância Sanitária pedidos de análise para fi ns de registro de diversos produtos 
alimentícios, até então não reconhecidos como alimentos, considerando o 
conceito tradicional de alimento.
Com o tempo, além do aumento do número de pedidos, aumentou também 
a sua variedade, os apelos e a divulgação desses produtos nos meios de comu-
nicação. A Vigilância Sanitária, sempre utilizando o princípio da precaução, 
posicionou-se de forma contrária à aprovação e utilização desses produto 
funcionais como alimentos.
Somente a partir de 1998, depois de muito trabalho e pesquisa, e contando 
com a contribuição de várias instituições e pesquisadores das áreas de nu-
trição, toxicologia, tecnologia de alimentos e outras, foi proposta e aprovada 
pela Vigilância Sanitária a regulamentação técnica para análise de novos 
alimentos e ingredientes, incluídos os chamados “alimentos com alegações 
de propriedades funcionais e ou de saúde”.
Assim, os regulamentos técnicos aprovaram diretrizes básicas para:
  avaliação de risco e segurança de novos alimentos;
  análise e comprovação de propriedades funcionais e/ou de saúde, 
alegadas em rotulagem de alimentos.
 Nutrição funcional e fitoterapia 18
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Em 1999, com a mudança no enfoque de análise dos alimentos – que passa 
a considerar o critério de risco –, a Vigilância Sanitária decidiu constituir a 
Comissão Técnico-Científica de Assessoramento em Alimentos Funcionais 
e Novos Alimentos (CTCAF). Tal comissão tinha a função de subsidiar a 
Diretoria de Alimentos e Toxicologia nas decisões relacionadas a esse tema. 
O desenvolvimento do trabalho dessa comissão gerou, ao longo de cinco 
anos, a realização de eventos e a elaboração de informes técnicos, visando 
sempre à atualização de conceitos científicos reconhecidos pela comunidade 
internacional.
Os princípios que norteiam as ações de avaliação pela CTCAF são:
  avaliação de segurança e análise de risco com base em critérios 
científicos;
  avaliação da eficácia da alegação com base em evidências científicas;
  não definição de alimentos funcionais e aprovação de alegações de 
propriedade funcional dos alimentos;
  avaliação caso a caso, com base em conhecimentos científicos atuais;
  comprovação da segurança do produto e eficácia da alegação, cuja 
responsabilidade é do fabricante;
  alegações em consonância com as diretrizes das Políticas de Saúde do 
Ministério da Saúde, tais como a Política Nacional de Alimentação e 
Nutrição (PNAN) e a Política de Promoção de Saúde (PPS);
  alegações não podem fazer referência à prevenção, tratamento e cura 
de doenças, conforme art. 56 do Decreto-lei nº 986/69, item 3.5 da 
Resolução nº 18/99 e item 3.1 (f) da Resolução RDC nº 259/02;
  alegações devem ser de fácil entendimento e compreensão pelos 
consumidores.
Breve avanço dos alimentos funcionais no 
Brasil, no século XXI
  2005 – Selo de qualidade da soja: No Brasil, a Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o alerta em 2005, que dizia: “o 
consumo diário de, no mínimo, 25 g de proteína de soja pode ajudar a 
reduzir o colesterol. Seu consumo deve estar associado a uma alimen-
tação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”. Alegações com relação 
a isoflavonas da soja, tanto de conteúdo (“contém isoflavona”, por 
19Introdução à nutrição funcional: histórico
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exemplo), quanto de propriedades funcionais, de saúde e terapêuticas, 
para cura e prevenção de doenças, continuam proibidas.
  2006 – Sem gordura trans: nos Estados Unidos, começa a divulgação 
de que a gordura trans seria mais prejudicial do que a saturada. O alerta 
foi realizado em embalagens de alimentos e restaurantes.
  2010 – Ração humana: a ração humana era um preparado de cereais e 
sementes moídos, principalmente linhaça e quinoa, que, se consumido 
no lugar de algumas refeições durante o dia, prometia resultados quase 
milagrosos para as medidas. Receitas de preparação do alimento em casa 
começaram a circular na internet, e versões prontas passaram a constar 
nos estoques de supermercados. Em 2011, a Anvisa saiu em ataque ao 
produto – ou pelo menos à forma como ele era vendido até então.
  2013 – Campanha para redução do iodo: a obrigatoriedade de acrescentar 
iodo ao sal é de 1953, época em que, devido à deficiência do composto na 
dieta, boa parte da população apresentava “papo”, e muitas crianças ti-
nham deficiência mental endêmica (conhecid também como cretinismo), 
causada pela falta do mineral na fase intrauterina. À época, a medida 
foi comemorada e defendida, inclusive pela Organização Mundial da 
Saúde, pois o iodo está diretamente relacionado ao bom funcionamento 
da tireoide. Problemas como o hipo ou o hipertireoidismo, ocasionados, 
entre outras coisas, pela carência do nutriente, são os culpados pelo 
aparecimento do bócio endêmico (nome correto do “papo”). No entanto, 
alguns especialistas alegam hoje que o excesso de iodo pode, no lugar 
de prevenir doenças da tireoide, favorecer o aparecimento delas.
Desde o surgimento dos alimentos funcionais, até hoje, ocorreram várias mudanças 
nos seus conceitos e suas recomendações. Com isso, umaalimentação equilibrada, 
tendo os alimentos funcionais como complementação de um estilo de vida saudável, 
é um modo de usufruir dos seus benefícios, minimizando um possível efeito colateral 
que possa ser descoberto futuramente.
 Nutrição funcional e fitoterapia 20
U1_C01_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 20 07/07/2017 16:53:32
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decreto-lei/Del0986.htm>. Acesso em: 20 jun. 2017.
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pdf/sausoc/v10n2/02.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2017.
ARAI, S. Studies on functional foods in Japan: state of the art. Bioscience, biotechnology, 
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COSTA, N. M. B.; ROSA, C. O. B. Alimentos funcionais: componentes bioativos e efeitos 
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GOUVEIA, F. Indústria de alimentos: no caminho da inovação e de novos produtos. 
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MONTEIRO, É. de O.; MARIN, C. T. Alimentos funcionais. RBM, São Paulo, v. 67, nesp., abr. 
2010. Disponível em: <http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_ma-
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NITZKE, J. A. Alimentos funcionais: uma análise histórica e conceitual. In: DORR, A. C.; 
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RAUD, C. Os alimentos funcionais: a nova fronteira da indústria alimentar análise 
das estratégias da danone e da nestlé no mercado brasileiro de iogurtes. Revista de 
Sociologia Política, Curitiba, v. 16, n. 31, p. 85-100, nov. 2008.
VIEIRA, A. C. P.; CORNÉLIO, A. R.; SALGADO, J. M. Alimentos funcionais: aspectos re-
levantes para o consumidor. Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 1123, 29 jul. 2006.
Referência
 funcional e fitoterapia 21 Nutrição
U1_C01_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 22 07/07/2017 16:53:34

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