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Notas: Equações Diferenciais Lineares de Segunda Ordem As equações diferenciais homogêneas lineares de segunda-ordem são equações do seguinte tipo: a d2y dt + b dy dt + cy = 0 (1) Estamos interessados em encontrar soluções para este problema. Para tanto, considere a função: y (t) = ke�t (2) Vamos mostrar que y (t) resolve a equação diferencial acima para uma escolha adequada de �: Primeiramente, note que: dy dt = �ke�t e d2y dt2 = �2ke�t Assim, temos que y (t) resolve a equação diferencial se, e somente se: a � �2ke�t � + b � �ke�t � + cke�t = 0, o que implica que: a�2 + b�+ c = 0 (3) Esta equação é denominada equação característica associada à (1) : Para encontrar a solução geral do problema, vamos utilizar o seguinte teorema: Teorema (Solução Geral da Equação Homogênea). A solução geral de uma equação diferen- cial homogênea linear de segunda ordem é dada pela combinação linear de quaisquer duas soluções particulares independentes. 1 A seguir, vamos considerar todos os três possíveis casos para a equação característica. Caso 1. Se � = b2 � 4ac > 0, então: � = �b�p� 2a Assim, temos que: y1 (t) = k1e �1t (4) e y2 (t) = k2e �2t (5) são duas soluções particulares linearmente independentes. Do teorema acima, segue que a solução geral é dada por: y (t) = k1e �1t + k2e �2t (6) Caso 2. Se � = b2 � 4ac = 0, então: � = � b 2a Assim, temos que: y1 (t) = k1e �t (7) é uma solução particular. Além disso, é possível mostrar que: y2 (t) = k2te �t (8) também é uma solução particular da equação diferencial (1).1 1Este resultado foi demonstrado em classe. 2 Do teorema acima, segue que a solução geral é dada por: y (t) = k1e �t + k2te �t (9) Caso 3. Se � = b2 � 4ac < 0, então: � = �b� ip� 2a Vamos expressar essas raízes como: � = �� �i; onde � = � b2a é a parte real e � = p � 2a é a parte imaginária. Assim, temos que: y1 (t) = k1e (�+�i)t e y2 (t) = k2e (���i)t são duas soluções particulares linearmente independentes. Utilizando a fórmula de Euller2 , podemos re-escrever as expressões acima como:3 y1 (t) = k1e �te�ti ) y1 (t) = k1e�t[cos (�t) + i:sen (�t)] (10) e y2 (t) = k2e �te��ti ) y2 (t) = k2e�t[cos (�t)� i:sen (�t)] (11) 2A fórmula de Euller nos diz que: ei' =cos'+ i:sen' (vide apêndice). 3Note que cos(��t) =cos(�t) e sen(��t) = �sen(�t) : 3 Do teorema acima, segue que a solução geral é dada por: y (t) = k1e �t[cos (�t) + i:sen (�t)] + k2e�t[cos (�t)� i:sen (�t)] Re-arranjando, obtemos: y (t) = e�t[(k1 + k2)cos (�t) + (k1 � k2) i:sen (�t)] Esta expressão consiste na solução formal da equação diferencial (1) para quaisquer constantes k1 e k2, reais ou complexas. Note, porém, que esta fórmula ainda depende de uma parte imaginária. Como estamos interessados em uma solução real, vamos escolher k1 = c1 + ic2 e k2 = c1 � ic2, de forma que: y (t) = e�t[2c1cos (�t) + 2c2i2sen (�t)]; ou seja: y (t) = e�t[2c1cos (�t)� 2c2sen (�t)]; Portanto, neste caso, a solução geral (real) é dada por: y (t) = e�t[K1cos (�t) +K2sen (�t)]; (12) onde K1 = 2c1 e K2 = �2c2 são duas constantes reais arbitrárias. 4 Apêndice: Números Complexos Um número complexo a + bi pode ser representado no plano cartesiano (plano complexo) da seguinte maneira: Uma forma alternativa de expressar o número complexo a + bi é representálo em termos de suas coordenadas polares (r; �): Neste caso, o número complexo é caracterizado como função da sua norma ou módulo: r = p a2 + b2 e do ângulo �: cos � = ar e sen� = b r 5 Em particular, observe que, como a = r cos � e b = rsen�, temos que: a+ bi = r(cos � + i:sen�) Esta expressão é denominada representação em coordenadas polares de a+ bi: Em nosso estudo sobre equações diferenciais, encontramos a expressão ea+ib. Como podemos interpretar um número complexo quando ele aparece como expoente? A fórmula de Euller nos diz que: e'i = cos'+ isen' ou geometricamente: A demonstração deste resultado baseia-se em expansões de Taylor (ver p.871-872 do livro texto). 6
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