Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EAE0207: Matemática Aplicada à Economia Aula 20: Equações Diferenciais de Segunda Ordem Marcos Y. Nakaguma 18/10/2017 1 Revisão Na aula passada, começamos o nosso estudo sobre as equações diferenciais homogênea de segunda-ordem: a d2y dt2 + b dy dt + cy = 0 (1) Nosso objetivo é encontrar a solução geral y (t) desta equação. Para tanto, de nimos a equação: aλ2 + bλ+ c = 0, (2) denominada equação característica de (1) . Denote por λ1 e λ2 as raízes desta equação. 2 Equações Diferenciais Homogêneas de Segunda-Ordem Teorema: A solução geral de uma equação diferencial homogênea linear de 2a ordem é dada pela combinação linear de quaisquer duas soluções particulares independentes. 3 Equações Diferenciais Homogêneas de Segunda-Ordem Raízes Reais Teorema 1: Considere a equação: a d2y dt2 + b dy dt + cy = 0 e suponha que as raízes λ1 e λ2 da equação característica aλ2 + bλ+ c = 0 sejam reais. i . Se λ1 6= λ2, então a solução geral da equação acima é dada por: y (t) = k1e λ1t + k2e λ2t ii . Se λ1 = λ2, então a solução geral da equação acima é dada por: y (t) = k1e λt + k2te λt 4 Equações Diferenciais Homogêneas de Segunda-Ordem Caso 1: Raízes Reais Distintas Exemplo 1: Resolva o seguinte problema de valor inicial: d2y dt2 � dy dt � 2y = 0, onde y (0) = 3 e dy (0) dt = 0. I Primeiro, devemos encontrar a solução geral do problema. A equação característica associada à equação diferencial acima é dada por: λ2 � λ� 2 = 0 As raízes desta equação são λ1 = 2 e λ2 = �1. Portanto, a solução geral é: y (t) = k1e 2t + k2e �t 5 Equações Diferenciais Homogêneas de Segunda-Ordem Caso 1: Raízes Reais Distintas (Cont.) I Para encontrar a solução particular, devemos avaliar as funções: y (t) = k1e 2t + k2e �t e dy (t) dt = 2k1e 2t � k2e�t no ponto 0. Assim, obtemos as seguintes equações: y (0) = k1 + k2 = 3 e dy (0) dt = 2k1 � k2 = 0 I Resolvendo o sistema acima para k1 e k2, obtemos: k1 = 1 e k2 = 2. Portanto, a solução do problema de valor inicial é: y (t) = e2t + 2e�t 6 Equações Diferenciais Homogêneas de Segunda-Ordem Caso 2: Raízes Reais Iguais Exemplo 2: Resolva o seguinte problema de valor inicial: d2y dt2 � 4dy dt + 4y = 0, onde y (0) = 2 e dy (0) dt = 5. I Primeiro, devemos encontrar a solução geral do problema. A equação característica associada à equação diferencial acima é dada por: λ2 � 4λ+ 4 = 0 As raízes desta equação são λ1 = λ2 = 2. Portanto, a solução geral é: y (t) = k1e 2t + k2te 2t 7 Equações Diferenciais Homogêneas de Segunda-Ordem Caso 2: Raízes Reais Iguais (Cont.) I Para encontrar a solução particular, devemos avaliar as funções: y (t) = k1e 2t + k2te 2t e dy (t) dt = 2k1e 2t + k2e 2t + 2k2te 2t no ponto 0. Assim, obtemos as seguintes equações: y (0) = k1 = 2 e dy (0) dt = 2k1 + k2 = 5 I Resolvendo o sistema acima para k1 e k2, obtemos: k1 = 2 e k2 = 1. Portanto, a solução do problema de valor inicial é: y (t) = 2e2t + te2t 8 Equações Diferenciais Homogêneas de Segunda-Ordem Raízes Complexas Teorema 2: Considere a equação: a d2y dt2 + b dy dt + cy = 0 e suponha que as raízes λ1 e λ2 da equação característica aλ2 + bλ+ c = 0 sejam complexas, com λ = α� βi . Então, a solução geral da equação acima é dada por: y (t) = eαt [k1 cos (βt) + k2sen (βt)] 9 Nota: Números Complexos Um número complexo a+ bi pode ser representado no plano cartesiano (plano complexo) da seguinte maneira: 10 Nota: Números Complexos Uma forma alternativa de expressar o número complexo a+ bi é representálo em termos de suas coordenadas polares (r , θ): 11 Nota: Números Complexos Neste caso, o número complexo é caracterizado como função da sua norma ou módulo: r = p a2 + b2 e do ângulo θ: cos θ = a r e senθ = b r Note que, como a = r cos θ e b = rsenθ, temos que: a+ bi = r(cos θ + i .senθ) Esta expressão é denominada representação em coordenadas polares de α+ βi . 12 Equações Diferenciais Homogêneas de Segunda-Ordem Caso 3: Raízes Complexas Exemplo 3: Resolva o seguinte problema de valor inicial: d2y dt2 + 2 dy dt + 2y = 0, onde y (0) = 0 e dy (0) dt = 1. I Primeiro, devemos encontrar a solução geral do problema. A equação característica associada à equação diferencial acima é: λ2 + 2λ+ 2 = 0 As raízes desta equação são dadas por: λ = �2� ip4 2 ) λ = �1� i Assim, α = �1 e β = 1 e, portanto, a solução geral é: y (t) = e�t [k1 cos (t) + k2sen (t)] 13 Equações Diferenciais Homogêneas de Segunda-Ordem Caso 3: Raízes Complexas (Cont.) I Para encontrar a solução particular, devemos avaliar as funções: y (t) = e�t [k1 cos (t) + k2sen (t)] e dy (t) dt = �e�t [k1 cos (t) + k2sen (t)] + e�t [�k1sen (t) + k2 cos (t)] no ponto 0. Assim, obtemos as seguintes equações: y (0) = k1 = 0 e dy (0) dt = �k1 + k2 = 1 I Resolvendo o sistema acima para k1 e k2, obtemos: k1 = 0 e k2 = 1. Portanto, a solução que satisfaz as condições iniciais é: y (t) = e�t sen (t) 14 Convergência Caso 1 (Raízes Reais Distintas): A solução y (t) = k1e λ1t + k2e λ2t é convergente independentemente das condições iniciais se, e somente se, λ1, λ2<0. Caso 2 (Raízes Reais Iguais): A solução y (t) = k1e λt + k2te λt é convergente independentemente das condições iniciais se, e somente se, λ<0. Caso 3 (Raízes Complexas): A solução y (t) = eαt [k1 cos (βt) + k2sen (βt)] é convergente independentemente das condições iniciais se, e somente se, α<0. (Nota: Neste caso, a trajetória é oscilatória.) 15
Compartilhar