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Psi_Educacional

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Prévia do material em texto

Vera Lúcia do Amaral
Psicologia da EducaçãoD I S C I P L I N A
A Psicologia e sua importância 
para a Educação
Autora
aula
01
Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da 
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Reitor
José Ivonildo do Rêgo
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Secretária de Educação a Distância
Vera Lúcia do Amaral
Secretaria de Educação a Distância- SEDIS
Coordenadora da Produção dos Materiais
Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Projeto Gráfico
Ivana Lima
Revisores de Estrutura e Linguagem
Eugenio Tavares Borges
Jânio Gustavo Barbosa
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Revisora das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Revisoras de Língua Portuguesa
Janaina Tomaz Capistrano
Sandra Cristinne Xavier da Câmara
Revisora Tipográfica
Nouraide Queiroz
Ilustradora
Carolina Costa
Editoração de Imagens
Adauto Harley
Carolina Costa
Diagramadores
Bruno de Souza Melo
Dimetrius de Carvalho Ferreira
Ivana Lima
Johann Jean Evangelista de Melo
Adaptação para Módulo Matemático
André Quintiliano Bezerra da Silva
Kalinne Rayana Cavalcanti Pereira
Thaísa Maria Simplício Lemos
Imagens Utilizadas
Banco de Imagens Sedis 
(Secretaria de Educação a Distância) - UFRN
Fotografias - Adauto Harley
Stock.XCHG - www.sxc.hu
Amaral, Vera Lúcia do.
 Psicologia da educação / Vera Lúcia do Amaral. - Natal, RN: EDUFRN, 2007.
208 p.: il.
 Conteúdo: A psicologia e sua importância para a educação – A inteligência – A vida afetiva: emoções e 
sentimentos – Crescimento e desenvolvimento – A psicologia da adolescência – A formação da identidade: 
alteridade e estigma – Como se aprende: o papel do cérebro – Como se aprende: a visão dos teóricos da 
educação – Estratégias e estilos de aprendizagem: a aprendizagem no adulto – A dinâmica dos grupos e o processo 
grupal – A família – A escola como espaço de socialização – Sexualidade – A questão das drogas – Os meios 
de comunicação de massa.
1. Psicologia. 2. Psicologia educacional. 3. Didática. I. Título.
ISBN: 978-85-7273-370-0
CDU 159.9
RN/UF/BCZM 2007/49 CDD 150
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”
Aula 01  Psicologia da Educação
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Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da 
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
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Reitor
José Ivonildo do Rêgo
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Secretária de Educação a Distância
Vera Lúcia do Amaral
Secretaria de Educação a Distância- SEDIS
Coordenadora da Produção dos Materiais
Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Projeto Gráfico
Ivana Lima
Revisores de Estrutura e Linguagem
Eugenio Tavares Borges
Jânio Gustavo Barbosa
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Revisora das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Revisoras de Língua Portuguesa
Janaina Tomaz Capistrano
Sandra Cristinne Xavier da Câmara
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Nouraide Queiroz
Ilustradora
Carolina Costa
Editoração de Imagens
Adauto Harley
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Bruno de Souza Melo
Dimetrius de Carvalho Ferreira
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Johann Jean Evangelista de Melo
Adaptação para Módulo Matemático
André Quintiliano Bezerra da Silva
Kalinne Rayana Cavalcanti Pereira
Thaísa Maria Simplício Lemos
Imagens Utilizadas
Banco de Imagens Sedis 
(Secretaria de Educação a Distância) - UFRN
Fotografias - Adauto Harley
Stock.XCHG - www.sxc.hu
Amaral, Vera Lúcia do.
 Psicologia da educação / Vera Lúcia do Amaral. - Natal, RN: EDUFRN, 2007.
208 p.: il.
 Conteúdo: A psicologia e sua importância para a educação – A inteligência – A vida afetiva: emoções e 
sentimentos – Crescimento e desenvolvimento – A psicologia da adolescência – A formação da identidade: 
alteridade e estigma – Como se aprende: o papel do cérebro – Como se aprende: a visão dos teóricos da 
educação – Estratégias e estilos de aprendizagem: a aprendizagem no adulto – A dinâmica dos grupos e o processo 
grupal – A família – A escola como espaço de socialização – Sexualidade – A questão das drogas – Os meios 
de comunicação de massa.
1. Psicologia. 2. Psicologia educacional. 3. Didática. I. Título.
ISBN: 978-85-7273-370-0
CDU 159.9
RN/UF/BCZM 2007/49 CDD 150
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”
Aula 01  Psicologia da Educação
Apresentação
A partir desta aula, iniciaremos nosso percurso pelo mundo da subjetividade. Nesta disciplina, iremos discutir temas da Psicologia que tenham interesse para o educador e para a Educação. Vamos conhecer o que é o homem, como ele se constitui, como 
ele aprende e se relaciona com os outros. Para tando, selecionamos temas interessantes 
como a inteligência, as emoções, o crescimento e o desenvolvimento do ser humano, e, em 
especial, a aprendizagem, para a qual dedicamos um conjunto de aulas.
Outro bloco de temas diz respeito à chamada Psicologia Social: os grupos sociais, 
os processos de socialização na família e na escola, a questão das drogas e a sexualidade. 
Todos esses temas vão nos ajudar a compreender melhor nossos alunos e como podemos 
interagir com eles. 
Nesta aula, discutiremos um tema que, por mais que possa parecer óbvio, quase nunca 
paramos para questioná-lo: quem é o homem? O que caracteriza o humano? 
Objetivos
Conceituar Psicologia, dentro das diversas 
perspectivas.
Entender de que maneira a Psicologia está presente 
nas mais diversas áreas do conhecimento.
Perceber como a subjetividade permeia nossas 
interpretações do mundo e de nós mesmos.
Reconhecer a importância da Psicologia na 
formação do professor.
2 Aula 01  Psicologia da Educação Aula 01  Psicologia da Educação
Afinal, para quê estudar 
Psicologia?
Esta é uma pergunta que você deve estar se fazendo agora. Qual a finalidade de se estudar esse tema em um curso de licenciatura, que deveria estar abordando temas mais específicos? Será necessário estudar assuntos sobre os quais se pode ler em 
qualquer revista não especializada?
Em primeiro lugar, atente para o fato de que você está sendo formado para ser um 
professor. Que vai lidar com gente (e gente é uma coisa reconhecidamente complicada!). 
Um bom professor é aquele que tem um conhecimento profundo do conteúdo que deve 
ministrar, mas também sabe lidar com sua turma, de modo a envolvê-la no processo 
de aprendizagem. E, com certeza, os conhecimentos específicos de sua área, apesar de 
extremamente importantes para sua formação, não lhe ensinam a lidar com gente. Em 
segundo lugar, será que o que se lê em revistas não especializadas são, de fato, Psicologia? 
As matérias veiculadas pelo Fantástico e por outros programas da TV do mesmo tipo são 
suficientemente sérias e/ou científicas, ou ficam apenas no nível do senso comum? Os livros 
de auto-ajuda ajudam a alguém mais, além dos seus próprios autores?
O que é, então, Psicologia?
No nosso cotidiano, estamos acostumados a usar o termo Psicologia em vários sentidos: 
“fulano de tal consegue as coisas porque tem muita psicologia”, “vou conversarcom fulaninha 
porque ela tem muita psicologia e me entende”, “eu lido com meu filho com muita psicologia”. 
Esses são exemplos de frases que usamos ou já ouvimos em algum momento.
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Atividade 1
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Aula 01  Psicologia da Educação Aula 01  Psicologia da Educação
A Psicologia enquanto área do conhecimento científico somente se constituiu muito 
recentemente, há pouco mais de 100 anos. Para isso, foi necessário delimitar o seu objeto de 
estudo, estabelecer métodos e técnicas específicas, divulgados numa linguagem científica, 
e, assim, superar o conhecimento espontâneo do senso comum.
Poderíamos dizer que o objeto de estudo da Psicologia é o Homem. Mas, esse também 
é o objeto de estudo de outras Ciências, como a Antropologia, a Sociologia e todas as demais 
Ciências Humanas. Se perguntarmos a um psicólogo qual o objeto específico da Psicologia, 
ele pode nos dar pelo menos dois tipos de respostas. 
1) A Psicologia estuda o comportamento humano, uma vez que é através do comportamento 
que expressamos nossas manifestações interiores. Quando estamos felizes, expressamos 
essa felicidade através de comportamentos, expressões faciais, gesticulações. Quando 
estamos preocupados ou raivosos, também é através do nosso comportamento que 
manifestamos esses sentimentos.
2) A Psicologia preocupa-se com as manifestações de nosso inconsciente, com aqueles 
comportamentos, lembranças, pensamentos que temos e não sabemos explicar por que, 
nem sabemos exatamente de onde vêm.
E para você, o que é Psicologia? Anote o que você compreende por Psicologia.
4 Aula 01  Psicologia da Educação Aula 01  Psicologia da Educação
Respostas tão divergentes como essas vão nos mostrar que a Psicologia é ainda uma 
Ciência em construção, ao ponto de alguns autores preferirem falar em Psicologias, no plural. 
Nesta disciplina, iremos conceber a Psicologia como o estudo da subjetividade humana, 
sendo esse o seu objeto de estudo principal. É o estudo do Homem em todas as suas 
expressões, sejam as visíveis, como o comportamento, sejam as invisíveis, como nossos 
pensamentos; sejam as nossas sigularidades, a maneira particular como cada pessoa se 
apresenta ao mundo, sejam as genéticas, que trazemos como carga biológica. Todos esses 
aspectos conferem ao homem uma maneira particular de ser, de sentir, de se expressar, de 
se posicionar diante dos fatos da vida.
Inconsciente – O conceito de insconsciente na Psicologia foi trazido por 
Sigmund Freud (pronuncia-se “Fróide”), e inaugura uma vertente da Psicologia 
chamada Psicanálise. Para Freud o adjetivo inconsciente é o conjunto dos 
conteúdos não presentes na consciência, aos quais somente se tem acesso de 
forma indireta, como através dos sonhos. Esses conteúdos seriam o resultado 
de experiências infantis, que foram reprimidas por serem extremamente 
dolorosas para o indivíduo.
Figura 1 – Sigmund Freud
“A subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de nós vai 
constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências 
da vida social e cultural; é uma síntese que nos identifica, de um lado, por 
ser única, e nos iguala, de um outro, na medida em que os elementos que 
a constituiem são experienciados no campo comum da objetividade social” 
(BOCK, 1999, p. 23).
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Atividade 2
Atividade 3
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Aula 01  Psicologia da Educação Aula 01  Psicologia da Educação
Então, apesar de pertencermos a um gênero, o humano, E de termos uma estrutura 
biológica que nos faz igual a tantos outros do nosso gênero, somos essencialmente diferentes. 
Quantas vezes nos perguntamos por que dois filhos dos mesmos pais, criados da mesma 
maneira, podem ser tão diferentes. O que nos faz diferentes? O que nos faz únicos? O que nos 
faz tão singulares? Nossa subjetividade é que constitui o nosso modo de ser, nossa maneira 
particular de sentir, de pensar, de fazer. Nossa subjetividade é o que nos faz únicos.
Como você se descreveria? Como é o seu “jeito”, a sua maneira de ser?
Observe um grupo de pessoas: seus colegas, seus irmãos, seus alunos. Tente 
descrever o “jeito” deles, observando as particularidades de cada um. O que os 
distingue dos outros quanto a suas atitudes, maneiras de ser?
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Atividade 4
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Aula 01  Psicologia da Educação Aula 01  Psicologia da Educação
O que você acabou de descrever em relação você e às pessoas do grupo que observou 
foi justamente a subjetividade, sua e dos outros. Por mais que tenhamos alguma característica 
que se pareça com a de uma outra pessoa, sempre seremos, no conjunto, uma pessoa 
diferente e singular. E mesmo quando observamos características de um grupo, quando 
vemos que temos características semelhantes ao nosso grupo, mesmo assim, podemos 
observar particularidades que são somente nossas. São essas características que nos confere 
identidade. Por exemplo, podemos dizer que o povo nordestino, de uma maneira geral, tem 
uma forte religiosidade. No entanto, esse traço cultural vai se apresentar de uma forma 
particular em cada um de nós. Parece, então, que os aspectos da cultura são importantes na 
formação da subjetividade particular, como veremos a seguir (Veja a representação artística 
da diversidade do povo brasileiro no quadro de Tarsila do Amaral).
Agora, vamos observar um grupo mais amplo: o povo nordestino. Você acha 
que nós, nordestinos, temos alguma característica quanto ao modo de ser que 
nos distingue de outros brasileiros?
Figura 2 – Operários
�Aula 01  Psicologia da Educação Aula 01  Psicologia da Educação
A Psicologia estuda o Homem em relação a seus aspectos peculiares e por isso tem que 
se debruçar sobre o estudo da sua mente, mas não pode deixar de lado o aspecto biológico 
e social, a maneira como ele se insere na sociedade e por que se insere dessa forma. Como 
você pode ver, a Psicologia é um ramo das Ciências Humanas abrangente e amplo. 
Se somos tão diferentes, mesmo estando entre iguais, o que gerou essas diferenças?
Como se constitui a subjetividade
Se entendemos que a subjetividade engloba todas as peculiaridades imanentes à condição de ser sujeito, ela envolve as capacidades sensoriais, afetivas, imaginativas e racionais de uma determinada pessoa, o que chamamos de seu “mundo interno”. E 
como é que se forma esse meu “mundo interno”? Será que já nascemos com ele? 
Muitas vezes, identificamos em nós mesmos traços, comportamentos, maneiras de 
ser iguais a de nossos pais. Costumamos dizer “tal pai, tal filho”, indicando que haveria uma 
transmissão genética dessas características. Mas, quando nos identificamos com maneiras 
de pensar o mundo de pessoas da nossa comunidade, quando organizamos nosso “mundo 
interior” a partir de valores morais e éticos e passamos a pautar o nosso comportamento por 
esses valores, trata-se de aspectos que não podem ser explicados pela genética.
É na relação com o mundo que o sujeito se constitui como tal, que se desenvolvem as 
possibilidades humanas. É inserido nesse “mundo externo” que o homem vai organizar o seu 
universo de valores e significados, que por sua vez vão moldar suas capacidades imaginativas, 
racionais e afetivas. Assim, toda pessoa é uma complexa unidade natural e cultural. 
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Atividade 5
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Aula 01  Psicologia da Educação Aula 01  Psicologia da Educação
A subjetividade, então, também não pode ser um conceito explicável apenas a partir da 
Psicologia. Ela está inserida em um corpo com funções biológicas e psicológicas, mas é um 
corpo de um sujeito que interage com o seu ambiente, familiar e social, que transforma esse 
ambiente e é transformado por meio dessa interação. 
Se a subjetividade é o resultado da interação entre o indivíduo e o seu meio, podemos 
entender que ela começa a se moldar a partir dos processos de socializaçãoprimários da 
criança, na família, na escola, na comunidade, e segue pela vida em um processo dinâmico.
Vamos retomar as características que observamos no povo nordestino. Que 
aspectos do “mundo externo” nordestino podem ter influenciado na formação 
dessas características?
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Atividade 6
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Aula 01  Psicologia da Educação Aula 01  Psicologia da Educação
Quem é o homem e o que 
caracteriza o humano
Há um filme muito interessante chamado “O 
Homem Bicentenário (1999)”, baseado em 
um livro de Isaac Asimov (1976). Nele, um 
robô, por um defeito de fabricação, é capaz 
de ter sentimentos e emoções, além de 
paulatinamente ir tomando consciência de 
sua condição não-humana. Ao longo de 200 
anos, utilizando a tecnologia das diferentes 
épocas, ele vai conseguindo modificar sua 
aparência física, para tornar-se mais e mais 
parecido com um homem. Após ter sua aparência, suas atividades, sua vida 
social e familiar em tudo igual as das outras pessoas, ele passa a lutar para 
ser reconhecido oficialmente como humano. O Conselho que governa o 
mundo nessa época nega sistematicamente tal reivindicação.
Como você justificaria a posição do Conselho? Por que não considerá-lo 
humano?
10 Aula 01  Psicologia da Educação Aula 01  Psicologia da Educação
Um dos equÍvocos freqüentemente observado é tratar o homem como independente 
de sua condição histórica e social. Idéias como as de Rousseau (filósofo suíço que viveu 
no século XVIII) de que o homem teria uma essência originalmente boa, ou de que as suas 
interações sociais seriam fruto de um “instinto gregário”, o que justificaria sua vida em 
sociedade, são ainda observadas em algumas postulações. Na Medicina, por exemplo, 
apesar da máxima de que “não existem doenças, mas doentes”, o paciente ainda é visto 
como igual a todos os portadores da mesma enfermidade. Ao ir a um médico, alguma vez lhe 
foi perguntado sobre sua história? Será que a forma como se vive a vida não teria influência 
na aquisição de uma doença?
Pelo que já vimos sobre a constituição da subjetividade dos sujeitos, o homem não pode 
ser concebido como um ser natural, mas sim como o produto de sua história, da sua cultura. E 
é por isso que, por exemplo, o seu modo de vida interfere na manifestação de suas doenças.
Afirmar que o homem é um ser sócio-histórico não significa recusar a sua condição 
biológica. O homem pertence a uma espécie animal e todos nós recebemos de nossos ancestrais 
uma herança de genes que determina nosso corpo e as características de nossa espécie. Duas 
evidências científicas relativamente recentes, no entanto, nos mostram a importância do meio 
na constituição desse indivíduo: por um lado, os estudos da Genética nos ensinam que os 
genes se manifestam de diferentes maneiras, dependendo das condições ambientais. Por outro 
lado, a recente Neurociência aponta a plasticidade cerebral, mostrando que os neurônios se 
organizam e desenvolvem suas conexões, dependendo de estímulos e vivências ambientais.
Assim, é a condição biológica do homem que possibilita que ele, ao apropriar-se de 
elementos fornecidos pela sua cultura, adquira aptidões que satisfaçam as suas necessidades 
físicas e sociais. 
Alguns autores afirmam que “o homem aprende a ser homem”. Isso significa que ao 
nascer a criança ainda deve desenvolver sua humanidade, o que somente pode se dar em 
contato com outras pessoas, com seu meio, com sua cultura. Compreender o homem dessa 
forma é admiti-lo como um sujeito multideterminado.
Um exemplo disso pode ser observado no filme “O Enigma de Kaspar Hauser (1974)”, 
no qual um homem que é mantido encarcerado até os 18 anos apresenta imensas dificuldades 
de adaptação social. 
11Aula 01  Psicologia da Educação Aula 01  Psicologia da Educação
E o que caracteriza exatamente o humano? Bock (1999, p. 175) destaca três 
características como essencialmente humanas.
1. O trabalho e o uso de instrumentos 
Podemos dizer que outros animais executam tarefas, às vezes até bastante complexas, 
como as colméias das abelhas e as teias das aranhas, mas a execução dessas tarefas não 
envolve o planejamento e a noção de finalidade da mesma. O trabalho para o homem depende 
de sua vontade, de seu pensamento, da consciência da tarefa que executa. Mesmo quando faz 
algum trabalho forçado, escravo, o homem tem a consciência de que seu trabalho é assim.
Alguns animais são capazes de manipular instrumentos e podem ser treinados para 
utilizá-los, no entanto, são também utilizações mecânicas, sem conhecimento do conceito 
do objeto que manipulam.
2. A criação e a utilização da linguagem
Os psicólogos são unânimes em reconhecer a importância da linguagem como elemento 
fundamental na tomada de consciência dos homens. Evolutivamente, no entanto, a linguagem 
teve vários antecedentes até estar plenamente desenvolvida. Foram cerca de 5 milhões de anos 
para que os nossos antepassados aprendessem a transformar um objeto em instrumento 
de trabalho (conferir-lhe um objetivo determinado), a registrá-lo simbolicamente no Sistema 
Nervoso Central (tomar consciência) e a dar-lhe um nome (surgimento da linguagem). Para 
Bock, “a descoberta de que a vocalização poderia ser utilizada na comunicação equivale, nos 
tempos atuais, à descoberta dos chips eletrônicos” (1999, p. 175).
Por outro lado, vários estudos com chipanzés discutem a ocorrência de rudimentos 
de um comportamento intelectual semelhante ao do homem. Koehler (um dos principais 
teóricos da Psicologia, responsável pela fundação de um dos seus ramos, a Psicologia da 
Gestalt), em seus clássicos estudos, conclui que a ausência da fala e a pobreza de imagens 
dos chipanzés são fatores decisivos na sua incapacidade de desenvolvimento cultural. Para 
Vygotsky (1999), a estreita relação entre pensamento e fala seria característica dos humanos 
e estaria ausente nos antropóides. 
3. A compreensão do mundo onde se vive
Quando observamos determinada cena ao nosso redor, somos capazes de refletir sobre 
o que está ocorrendo, analisar o fato, tomar decisões com relação a ele. Isso significa que 
compreendemos o que ocorre na nossa realidade, mas, mais do que isso, fazemos relações, 
juntamos fatos, projetamos as conseqüências futuras. Além disso, somente o homem é 
capaz de se questionar sobre si mesmo, de se perguntar “quem eu sou?” e “de onde vim?”, 
ou seja, ter consciência de si mesmo. E é justamente essa consciência de si e do mundo em 
que vive, juntamente com suas emoções e sentimentos, que constituem sua subjetividade.
12 Aula 01  Psicologia da Educação Aula 01  Psicologia da Educação
Para o pedagogo brasileiro Paulo Freire (1981), somente o homem é capaz de 
transcender. E sua transcendência não é um dado apenas de sua qualidade “espiritual”, mas 
o resultado exclusivo da transitividade de sua consciência, que permite distinguir um “eu” 
de um “não-eu”. O homem, diferentemente dos outros animais, não apenas vive, mas existe 
porque não apenas está no mundo, mas está com ele.
Por que Psicologia na 
Educação?
Quando pensamos em educação nos vêm à mente coisas como as atividades que desenvolvemos na escola, a aquisição de conhecimento, o adestramento de habilidades. No entanto, estamos aqui pensando em um conceito mais amplo da 
palavra: Educação como um processo de desenvolvimento do homem. Em primeiro lugar, é 
preciso destacar a palavra “processo” dessa definição, a qual significa estar em movimento, 
inacabado. Em segundo lugar, se pensarmos nos aspectos que envolvem o desenvolvimento 
do homem, vamos entender que Educação envolve um acúmulo histórico de valores e cultura 
de uma sociedade. A Educação, então, é uma prática social.
Mas, sobretudo, é importante ressaltar que a Educação ocorre entre pessoas e, se a 
Psicologia se preocupa justamente em estudar o Homem e sua subjetividade, é necessário 
que se lance mão desses conhecimentospara melhor compreender o processo educativo. 
Assim, uma conceituação que responde à questão inicial é dada por Coll (2004, p. vii) 
[...] a psicologia da educação (é) uma disciplina-ponte entre a Educação e a Psicologia, 
cujo objeto de estudo são os processos de mudança [...] que ocorrem nas pessoas 
em consequencia de sua participação em uma ampla gama de situações ou atividades 
educacionais.
Para esse autor, a Psicologia da Educação “se ocupa fundamentalmente de mudanças 
vinculadas aos processos de aprendizagem, de desenvolvimento e desocialização” 
(2004, p. vii). 
Esse é o percuso que iniciamos nesta aula... 
13
Resumo
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Aula 01  Psicologia da Educação Aula 01  Psicologia da Educação
Auto-avaliação
Duas conhecidas frases refletem bem o que acabamos de discutir. Uma é o 
provérbio popular “pau que nasce torto não tem jeito, morre torto”; a outra é de 
J. J. Rousseau: “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”. Discuta essas 
frases, comparando-as.
A partir do que foi estudado, responda à questão: o que é o homem?
Qual a importância do estudo da subjetividade em cursos de Licenciaturas?
Referências
AMARAL, Tarsila do. Operários. 1933. 1 quadro, óleo sobre tela, 150 x 205cm. Coleção do 
Governo do Estado de São Paulo. Disponível em <http://www.tarsiladoamaral.com.br/index_
frame.htm> Acesso em: 30 jul. 2007
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. vT. Psicologias: uma introdução ao estudo 
de psicologia. São Paulo: Saraiva, 1999.
COLL, C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. Desenvolvimento psicológico e educação. Porto 
Alegre: Artemd, 2004.
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
Nesta primeira aula, iniciamos a discussão sobre o homem, destacando como 
aspecto principal a ser abordado o estudo da subjetividade. Discutimos também 
o que caracteriza o homem, em contraposição com outros animais. Por fim, 
apresentamos um conceito de psicologia da educação e sua importância nos 
cursos de formação de professores.
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Anotações
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