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04.08 11.08

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04/08 - Leonardo
- Proteção Penal aos interesses sociais trata de bens jurídicos transindividuais, não tem como definir o número de pessoas a quem atingirá, não são individualizáveis. São bens jurídicos cuja titularidade atinge toda a coletividade, como um todo, como, por exemplo, falsificação de dinheiro ou documental (são crimes que colocam em risco a confiança que a coletividade dispensa, como por exemplo, na veracidade dos documentos).
* Crimes contra o sentimento religioso - Art. 208, CP.
- Por sentimento religioso temos que compreender a medida de respeito e reverência em uma sociedade civilizada. Ou seja, ainda que não seja seguida uma determinada religião, deve ser tomada uma medida de reverência, as crenças devem ser respeitadas. 
- A legitimidade da proteção penal do Estado depende de uma percepção subjetiva.
- A partir da Constituição Federal, em seu artigo 5º, VI trás a liberdade de crença, ou seja, não se trata de reverência, mas sim de respeito. Esse sentimento religioso trata da ideia de liberdade, de tolerância, ou seja, não interferir na crença religiosa do outro. 
- Deste modo, quando ocorre um crime contra o sentimento religioso, se tem um crime que atenta à liberdade de crença prevista na Constituição Federal. 
- É um crime de tipo misto cumulativo, pois possui diversas condutas determinadas que não guardam relação entre si. São três condutas, e se o agente praticar mais de uma delas, responderá independentemente, ou seja, incorrerá em concurso material. 
- As condutas são: escarnecer, impedir/perturbar ou vilinpediar.
a). Escarnecer: ridicularizar, menosprezar, fazer pouco caso, submeter a pessoa a uma atitude de humilhação perante terceiros. Não basta escarnecer a crença da pessoa, a caracterização do crime se dá quando o escárnio é direcionado a pessoa determinada. Deve ser realizado, também, em ambiente público, não precisando necessariamente ser meio físico, meios eletrônicos também caracterizam a conduta. Por fim, deve o escárnio ser realizado, necessariamente, em razão da crença ou da função religiosa da pessoa. É um crime de natureza formal, pois não precisa atingir um resultado, bastando a prova inequívoca de que ocorrera a conduta do escárnio contra uma pessoa determinada em ambiente público. Obs.: o criminoso, de fato, não tem a intenção de ridicularizar a honra subjetiva da vítima, mas sim sua crença religiosa, fazendo-o, assim, de forma indireta (com dolo). Não cabe tentativa por ser crime de natureza comunicacional.
b). Impedir/perturbar: deve ser realizado com relação a cerimônia religiosa ou ato de culto, quando se fala de cerimônia se fala de um ato solene que faz parte de uma liturgia oficial de uma religião determinada; já o ato de culto é uma manifestação privada, particular de religiosidade (ex.: novena, reza do terço na casa de uma pessoa). O impedimento é uma conduta que gera a impossibilidade de realização do ato; já a perturbação é uma conduta que permite que o ato se desenrole, mas sem seu funcionamento regular (ocorre um transtorno). Obs.: o impedimento deve ser sempre ilícito, não autorizado; no caso da Igreja Católica, por exemplo, o impedimento faz parte do ato religioso.
c). Vilipendiar: tratar com desprezo ou desdém, rebaixar culto ou prática de culto ou objeto de culto (ex.: crucifixo; escapulário; ebó; etc.). Também se traduz numa manifestação de desvalor, pela qual, indiretamente, deseja-se atingir a crença através da pessoa. É formal, pois não precisa que haja uma lesão efetiva na coisa. A jurisprudência exige o dolo direto, há um desapreço do plano subjetivo, o dolo eventual não satisfaz.

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