25.08

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25.08
* Crimes Contra o Respeito aos Mortos
- Na Constituição Federal, em seu artigo 1º, inciso III, é imposto um dever de respeitar a dignidade da pessoa, onde conseguimos encontrar um fundamento para se preservar a memória daqueles que não estão mais entre nós, pois, em se tratando de garantia de respeito aos direitos fundamentais do indivíduo, ou seja, respeito por uma pessoa foi dotada de dignidade em vida, o fato desta deixar de ser uma pessoa em razão da morte, faz com que essa memória de dignidade seja transmitida acompanhando seus restos mortais, mesmo não estando mais no plano dos vivos. 
	
	Art. 209
	Art. 210
	Art. 211
	Art. 212
	Condutas
	Impedir; perturbar
	Violar; profanar
	Destruir; subtrair; ocultar
	Vilipendiar
	Objeto Material
	Enterro; cerimônia funerária (velório, cremação)
	Sepultura; urna funerária
	Cadáver; parte do cadáver
	Cadáver; cinzas
	Natureza
	Formal 
	Violação - material
Profanação - formal
	Material (D) e (S) 
Formal (O)
	Formal
	Elemento Subjetivo
	Dolo genérico 
	I – dolo genérico
II – dolo específico
III- dolo genérico (V) e dolo específico (P)
	Dolo genérico
	Genérico
	Penas
	Detenção de 1 mês a 1 ano ou multa
	Reclusão de 1 a 3 anos e multa
	Reclusão de 1 a 3 anos e multa
	Detenção de 1 a 3 anos e multa
Obs.: a missa de sétimo dia da Igreja Católica é considerada cerimônia religiosa e não cerimônia funerária. 
Obs.1: o crime formal, ao contrário do crime material, não exige um resultado; o dolo genérico não exige uma finalidade.
- Profanação significa querer retirar o caráter de sagrado de alguma coisa, desrespeitando algo de tal forma a transformar o que é sagrado em mundano; envolve qualquer conduta que enseje desrespeito ou desvalor do criminoso em detrimento daquele espaço ou objeto, negar o caráter simbólico sagrado de um local. Ex.: “pixar” a sepultura, praticar atos libidinosos em cima da sepultura, colocar o cachorro para fazer xixi na sepultura.
- Violar é no sentido de romper obstáculo, de violar a integridade de algo.
- Sepultura é algo que deve ser entendido no seu sentido amplo, ou seja, caracterizado como qualquer local em que se coloque os restos humanos de outrem.
- Com relação ao dolo específico, o legislador gostaria de dizer que o ato de violação ou profanação praticado no art. 210 agride especificamente a pessoa que está enterrada naquele local, contudo, o legislador não estabeleceu nenhum objetivo específico no tipo penal.
- Em relação ao 211, a ocultação é a conduta que tem efeito permanente, porque enquanto perdurar a localização incerta e não sabida existirá a consumação. Quanto a isso, também, só começa a contar a prescrição a partir do momento que o cadáver for encontrado, justamente em razão de ser o crime permanente e ainda se encontrar em execução enquanto do desaparecimento do cadáver.
Obs.: Parte da doutrina afirma que se no crime do 211 o dolo possuir finalidade econômica, será descaracterizado o tipo e tipificado em um crime patrimonial qualquer.
Exemplo de vilipêndio a cinzas de cadáver: “cheirar” as cinzas humanas. O vilipêndio é um crime formal, pois posso desrespeitá-lo sem que altere sua estrutura funcional, como, por exemplo, pixar todo um cadáver. 
No caso de concurso aparente de crimes, como, por exemplo, um indivíduo que retira o cadáver do local a fim de vilipendia-lo