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PARCIAL I MEDIDAS II

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TESTE DE BENDER (B-SPG) E DFH-SCALA SISTO: VALIDADE POR GRUPOS CONTRASTANTES
O presente artigo visa apontar evidências de validação do Teste de Bender (B-SPG) e do DFH-Escala Sisto, onde foram aplicados os instrumentos com 244 alunos, com idades de 7 a 10 anos, e média de 8 anos, sendo esses estudantes da primeira a quarta série do ensino fundamental de uma escola pública do estado de São Paulo.
O procedimento para a aplicação dos testes, se deu de forma coletiva e foi realizada em sala no período das aulas, em um horário previamente cedido pelas professoras. Os testes apresentaram diferenciações entre os grupos extremos formados com base nas pontuações do DFH e os escores do Teste de Bender, onde para investigar a discriminação das medidas feitas do teste Gestáltico de Bender, foram separados grupos de pontuação extremas do DFH por idade e sexo no geral. Um dado observado é nas diferenças de idades, onde, embora significativas, foram pequenas.
O método de testes utilizados, por um lado, valeu-se do argumento de que ambos os instrumentos teriam aspectos comuns entre si, enquanto que por outro, a literatura que se dispõe sobre o Bender e inteligência tem revelado que o Teste Gestáltico pode ser usado para se obter uma ideia da capacidade intelectual de crianças.
Qualquer que seja o teste psicológico deve apresentar características próprias que lhe garantam avaliações mais adequadas ao que este estará sendo proposto, assegurando que os resultados obtidos pelos instrumentos sejam os mais verídicos possíveis.
No momento em que entendemos o teste BENDER (B-SPG) como o instrumental técnico capaz de auxiliar na análise do fenômeno psicológico evidenciado, este deve contemplar quatro características básicas: ser válido, fidedigno, padronizado e normatizado. Observa-se, no decorrer da história do Bender, que seu constructo a nível visomotor ou emocional, foi identificado por muitos que estudaram seu desenvolvimento enquanto instrumento de avaliação. Todavia, torna-se urgente continuar o estudo no tocante à padronização e normas de correção. Estudo importante, neste sentido, foi o de Sisto, Noronha e Santos (2005), pois possibilitou retomar o Bender enquanto instrumental técnico, além de estimular os pesquisadores a novas investigações.
Importante salientar este aspecto: um estudo com vistas à análise dos parâmetros psicométricos que regem o instrumento é a base da investigação científica na avaliação psicológica. Sem isto, o instrumental técnico de toda e qualquer avaliação se torna obsoleto e sem sentido. Lauretta Bender tornou viável a possibilidade do Bender identificar processos maturativos a nível neurológico.
Com base nos fatos propostos pelo presente artigo, pode-se questionar até que ponto as correlações encontradas do B-SPG com o DFH-Escala Sisto, de fato sugerem associações com a inteligência, tal como medida nas Matrizes Progressivas de Raven, ou, em outros termos com o fator g. Ao lado disso, Sisto (2005) encontrou evidências para o DFH-Escala Sisto em relação ao desenvolvimento cognitivo pelas provas piagetianas, indicando que este teste relacionou-se com a maturidade intelectual em crianças. Há que se considerar ainda o fato de ambos os instrumentos serem de realização, envolvendo a habilidade artística das crianças.
Todos os resultados obtidos nesse artigo foram estabelecidos somente em crianças de escolas públicas, impossibilitando inferir os resultados para alunos de escolas privadas, por apresentarem características socioeconômicas diferentes que talvez pudesse alterar em partes dos resultados obtidos.
Por fim, pensa-se então que a tarefa atual seja a de dar seguimento a este trabalho, potencializando o Bender como instrumento sensível ao constructo que se propõe: seja na avaliação dos processos visomotores, ou na identificação de características emocionais.
O TESTE DAS MATRIZES PROGRESSIVAS COLORIDAS DE RAVEN
O Teste das Matrizes Progressivas de Raven (MPR) é uma prova de inteligência que existe disponível em três versões diferentes:
A forma Geral (Standard Progressive Matrices - SPM)
A forma Especial ou Colorida (Coloured Progressive Matrices – CPM)
A forma Avançada (Advanced Progressive Matrices – APM)
Basicamente o Teste das Matrizes de Raven constitui um conjunto de tarefas não verbais, com o objetivo de medir a aptidão do sujeito para entender relações entre figuras. Todos os itens do teste foram projetados de modo a que a sua solução ocorra do ponto de vista perceptivo, espacial ou lógico de uma configuração. Embora Raven não tivesse desenvolvido uma teoria detalhada para fundamentar suas Matrizes, orientou-se na sua construção por alguns princípios associados a 3 vertentes históricas: a teoria dos dois fatores de Spearman, (fator g), a teoria de Gestalt e a teoria do Desenvolvimento Cognitivo de Piaget. Sob influência dos fundamentos da escola inglesa de análise fatorial, Raven identificou nas suas provas um fator principal relacionado com a capacidade de comparar, raciocinar analogicamente e pensar de forma lógica, independentemente da informação anteriormente adquirida.
A FORMA GERAL DAS MATRIZES PROGRESSIVAS
A forma original denominada Matrizes Progressivas Standard foi planejada para abranger todas as faixas de desenvolvimento intelectual, desde o momento em que a criança é capaz de compreender a ideia de encontrar o pedaço que falta para completar um desenho.
MATRIZES PROGRESSIVAS COLORIDAS – CPM)
A escala colorida recebe este nome porque a maior parte de seus itens são impressos com um fundo colorido, cujo objetivo é atrair a atenção e motivar as crianças pequenas.
As Matrizes Progressivas Coloridas são conhecidas no Brasil como Escala Especial, que é constituída por três séries de 12 itens: A, Ab e B. Os itens estão dispostos em ordem de dificuldade crescente em cada série, sendo cada série mais difícil do que a série anterior. No início de cada série são sempre colocados itens mais fáceis, cujo objetivo é introduzir o examinando num novo tipo de raciocínio, que vai ser exigido para os itens seguintes. 
Este teste foi elaborado tendo como base o referencial da teoria bifatorial de Charles Spearman e tem como objetivo avaliar o que o autor define como capacidade intelectual geral – fator “g”. Na verdade, as Matrizes Progressivas pretendem avaliar um dos componentes do fator “g”, a capacidade edutiva. 
A capacidade edutiva consiste em extrair novos insights (compreensões) e informações do que já é percebido ou conhecido.
O outro componente é a capacidade reprodutiva, que é avaliada por testes de vocabulário.
MATRIZES PROGRESSIVAS AVANÇADAS – (APM)
Empregada para testar pessoas com capacidade intelectual superior à média, é mais usada para pessoas com escolaridade universitária.
COMPOSIÇÃO E DIMENSÕES AVALIADAS 
Segundo Simões, 2000, no que diz respeito às dimensões avaliadas, torna-se problemático delimitar, em concreto, o que mede determinado teste.
De acordo com o manual da prova as 3 séries das MPCR destinam-se a medir os processos cognitivos de crianças abaixo dos 11 anos de idade, sendo toda a prova concebida para medir, o mais eficazmente possível, a maturidade intelectual e o desenvolvimento mental. Tal objetivo só se pode atingir quando a pessoa está suficientemente apta a usar este tipo de pensamento como um método de inferência constante (Raven, Court & Raven, 1998).
PUBLICO ALVO:
Pessoas que, por algum motivo, apresentem limitações ao nível da utilização da linguagem;
Pessoas detentoras de incapacidade física, afasias, paralisia cerebral, surdez, bem como em pessoas com comprometimento intelectual ou deterioração cognitiva;
Pessoas com nível cultural e profissional baixos e tc.
Vale ressaltar que as MPCR podem ser aplicadas em crianças com a idades compreendidas entre os 4 e os 12 anos, embora as amplitudes de idades variem nos vários estudos (Simões, 2000).
VANTAGENS E POTENCIALIDADES
São testes detentores de numerosos estudos normativos em inúmeros países;
Sendo constituído por itens não verbais,
pode ser aplicado a minorias étnicas e socioculturais;
Avaliam a inteligência ou raciocínio não verbais, reconhecidos como aptidões fundamentais em diversos contextos de vida;
É um instrumento apelativo, especialmente na sua versão colorida, sendo de fácil e relativamente rápida aplicação, pois não requer linguagem verbal na sua execução.
LIMITAÇÕES
Pode-se dizer que não existem instrumentos psicológicos isentos de limitações, pelo que as MPR não são exceção. 
As principais críticas residem, igualmente, no facto de se verificar uma ausência de um número razoável de itens de dificuldade intermédia.
TESTE DE INTELIGÊNCIA R1 – FORMA B E G36
A inteligência tem conquistado o interesse de pesquisadores desde o início da psicologia como ciência moderna. Especialmente no que se refere à avaliação da inteligência, seu início e desenvolvimento se deram ao mesmo tempo em que a Psicologia se estabelecia como área de conhecimento (Anastasi & Urbina, 2000).
O construto de inteligência geral foi introduzido por Spearman em 1904, descrito como a discrepância compartilhada pelos resultados obtidos por uma pessoa por meio de uma bateria de testes cognitivos. Spearman desenvolveu a Teoria dos Dois Fatores, pressupondo que toda medida de inteligência envolve uma habilidade geral (fator g) e habilidades específicas (fatores s) e de fatores de grupo. Dentre os chamados fatores de grupo, incluiu a capacidade verbal, entre outras, passando a conceber uma estrutura hierárquica da inteligência.
CONJUNTO DAS TRÊS LEIS NOEGENÉTICAS:
A lei da apreensão da própria experiência diz que uma pessoa tem uma maior ou menor capacidade de observação de sua própria mente (Spearman, 1927, p. 154).
A lei de edução de relações afirma que quando uma pessoa tem em mente duas ou mais ideias quaisquer, tem também uma maior ou menor capacidade de incorporar em seu pensamento qualquer classe de relação essencial entre elas (Spearman, 1927, p. 155).
A lei de edução de correlatos postula que quando uma pessoa tem uma ideia qualquer junto com uma relação, também tem, ao mesmo tempo, uma maior ou menor capacidade de incorporar em seu pensamento uma ideia correlata (Spearman, 1927, p. 156).
Outro teórico como Cattell (1971, 1987) também admitiu que a inteligência poderia ser explicada com base em uma estrutura hierárquica. No entanto, afirmou que o fator g teria duas dimensões básicas, a dimensão Gf, ou inteligência fluida (raciocínio), e a dimensão Gc, ou inteligência cristalizada (conhecimento). A primeira dimensão sofreria um declínio ao longo dos anos, enquanto a segunda permaneceria estável.
Inteligência fluida (Gf): segundo Cattel (1987), incluiria a habilidade de raciocínio, a capacidade de resolver problemas novos, relacionar ideias, induzir conceitos abstratos e compreender implicações.
Inteligência cristalizada (Gc): engloba a habilidade associada à extensão e profundidade dos conhecimentos adquiridos de uma determinada cultura, por meio do investimento da capacidade geral em experiência e aprendizagem.
Atualmente se vive uma nova etapa de interesse pelo estudo da inteligência e suas medidas, especialmente porque elas são frequentemente consideradas como relacionadas a comportamentos socialmente valorizados.
É importante destacar que, ainda que se fale genericamente em validação de testes, no sentido estrito o que se valida são as inferências feitas das respostas dadas a um teste, que avalia determinados aspectos do comportamento das pessoas (Muñiz, 2004).
A demanda para a investigação sobre testes psicológicos que sejam adequados para sua utilização, de forma a medirem aquilo a que se propõe medir, ou seja, que apresentem validade para sua interpretação justifica o objetivo de identificar evidências de validade convergente entre duas medidas de inteligência, o Teste R1-Forma B e o G36.
O teste de inteligência R1 Forma B, sob a autoria de Sisto, Santos e Noronha (2004), apresenta, entre outras, evidência de validade de construto, obtida pela análise fatorial. Foi feito uma investigação com 752 participantes (50,3% do sexo feminino e 48,3% do sexo masculino) que frequentavam “Cursos para Jovens e Adultos”, oferecidos a pessoas com defasagem na escolaridade ou em fase de escolarização tardia. A média de idade dos participantes foi de 32,11 anos, com idade mínima de 15 anos e máxima de 76, com desvio padrão de 12,16.
A análise de cada item do R1-Forma B indicou a possibilidade de agrupá-los em algumas categorias, tradicionalmente usadas para o estudo de testes de inteligência. 
Fator 2 pareceram interpretáveis pela edução de relações e de correlatos, o que estaria em consonância com o fator g de Spearman.
Fator 1 análise qualitativa dos itens: apontou que o mesmo continha quatro itens de edução de relação e um de correlatos, além de sete itens que dependiam de aprendizagem cultural e de peculiaridades do meio ambiente, oito relacionados à igualdade ou similaridade gestáltica e três concernentes à continuidade gestáltica.
É possível supor que o G36 estaria fortemente associado ao Fator 2 do R1-Forma B, pois qualitativamente esse fator teria maior correspondência com as eduções caracterizadas por Spearman (1927). Ao mesmo tempo, também é possível supor uma baixa correlação com o Fator 1, cuja análise qualitativa apontou para componentes não tão característicos do fator g, mas retratariam muito mais o que foi denominado por Cattel de inteligência cristalizada.
É importante ressaltar que a partir deste estudo pode-se afirmar que a inteligência é uma das características mais importantes do ser humano e sua avaliação precisa ser apropriadamente realizada, em razão das implicações que um resultado errôneo pode trazer para o examinando.
Pode-se pensar em novos elementos para o debate sobre a avaliação da inteligência, em razão de possibilitar a constatação de evidências de validade baseadas na relação com outras variáveis, identificando um novo teste com alta correlação com outro já existente, para o qual existem estudos de validade realizados.
A contribuição está na identificação de um instrumento mais adequado para avaliar pessoas com baixo nível de escolarização, que tendem a ser prejudicadas quando submetidas a uma medida que não seja a mais apropriada para elas.
O TESTE GESTÁLTICO VISOMOTOR DE BENDER NA AVALIAÇÃO CLÍNICA DE CRIANÇAS
O Teste Guestáltico Visomotor de Bender é também conhecido como Teste de Bender, ou B-G (Bender Gestalt), ou BGVMT (Bender Gestalt Visual Motor Test). No Brasil, seu nome mais utilizado pelos psicólogos é Teste Bender ou ainda, de forma mais reduzida, simplesmente o Bender.
É um processo que consiste em relatar e entender a personalidade do sujeito e investigar indícios que possa proporcionar o prognostica do caso ou aproximações terapêuticas.
O instrumento é composto por nove cartões medindo 14,9 cm de comprimento por 10,1 cm de altura, cada um deles. Consiste de cartelas em cor branca, composta por figuras diferenciadas que estão desenhadas em cor preta. São estímulos formados por linhas contínuas ou pontos, curvas sinuosas ou ângulos.
O presente artigo tem como objetivo apresentar uma visão geral acerca dos diferentes sistemas de aplicação e interpretação do Teste Gestáltico Visomotor de Bender.
Em 1923, Max Wertheimer publica seus estudos sobre a percepção visual, tem por objetivo investigar a gênese da percepção da forma na criança. Entre 1932 e 1938, Lauretta Bender aproveitar dos desenhos de Wertheimer efetua os primeiros estudos sobre a maturação neurológica em crianças, tendo como foco a inteligência a partir desta maturação.
Segundo Kaefer (2006) ressalta que os primeiros instrumentos mais usados pelos psicólogos estão: Escala Wechsler de Inteligência para Crianças (WISC-III), Teste Gestáltico Visomotor Bender, Desenho da Figura Humana, Técnica de Rorschach e Teste das Fábulas.
Com início dos estudos de Bender, e possível apontar que todas as figuras dos instrumentos são controladas por três princípios básicos da Gestalt:
Três Princípios 
Fechamento
Da Proximidade
Da Continuidade
Um dos sistemas mais focalizado na literatura de Elisabeth Koppitz (1960/1989). É o mais renomado aqui no Brasil, sendo um sistema que se propõe a avaliar a maturidade visomotora.
Kacero (2005) destaca que o ato de focar em direção intencional (visomotor), é extremamente complexo no desenvolvimento do ser humano a partir de experiências vividas e/ou adquiridas ao longo da vida (maturacional).
Tendo como objetivo obter o nível de habilidade de todas as crianças com faixa etária entre 4 a 7 anos, através de desenhos elaborados, onde foi constado que apenas as crianças de 7 anos conseguiram objetivo esperado do teste. A finalidade da autora foi entender que tipos de erros poderiam ocorrer na percepção de um estímulo dado (as figuras do teste) e se estes seriam decorrentes de distúrbios a nível cerebral ou de imaturidade para perceber e reproduzir corretamente.
O mais importante é saber o que se quer investigar; ter claro qual o objetivo em usar o Bender, para depois buscar o sistema mais adequado de avaliação. Além de diferentes sistemas de correção, existem também diferenças no conjunto dos desenhos, tanto em relação aos detalhes formais, quanto ao número de unidades e número de desenhos. Deve-se estar atento para não usar a aplicação de um autor e o sistema de correção de outro. É preciso ter conhecimento teórico e técnico dos métodos para saber qual enfoque usar dependendo do objetivo.
Esta revisão, pois, serve de alerta quanto a estas questões quando desrespeito aplicação Estudos com o Bender existem de longa data. Serviram para confirmar o propósito do teste como instrumento estruturado para a avaliação de habilidades perceptomotoras e/ou projetivas em estudos fora do Brasil. Entretanto, torna-se fundamental que os profissionais brasileiros que o utilizam estejam atentos a estas diferentes formas de correção e não comentam erro de sobrepor estes mesmos sistemas, com a finalidade de avaliar o mesmo fenômeno, quando em seus trabalhos de pesquisa.

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