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PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 1 NOTAS DE AULAS ELETRÔNICA DE POTÊNCIA I UNIDADE III – CONVERSORES CA/CC CONTROLADOS RETIFICADORES CONTROLADOS Prof. Flávio Maurício de Souza 21/2017 PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 2 3.1 – INTRODUÇÃO Os circuitos retificadores controlados são basicamente equivalentes aos retificadores não controlados substituindo os diodos por SCR – retificador controlado de silício. O objetivo destes retificadores é controlar a tensão média de saída sem variar a tensão AC de entrada. Para isto é necessário variar o ângulo de disparo dos SCR´s o que é obtido através de um circuito auxiliar capaz de gerar pulsos adequados e sincronizados com a rede AC de entrada que serão aplicados ao gatilho dos SCR´s do circuito retificador. Da mesma forma que os não controlados, podemos ter também as configurações monofásicas e polifásicas nas versões meia onda e onda completa. 3.2 – CARACTERÍSTICAS DOS TIRISTORES – SCR, TRIAC E GTO A) RETIFICADOR CONTROLADO DE SILÍCIO - SCR Estrutura interna e circuitos equivalentes PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 3 Considerando a analogia com transistores, podemos ter: Considerando somente S1 fechada, (Ig = 0 e VAA < VBO) Ic1 = 1 Ie1+ Icbo1 ; como Ie1 = IA Ic1 = 1 IA + Icbo1 (1) Ic2 = 2 Ie2+ Icbo2 ; como Ie2 = IK = IA Ic2 = 2 IA + Icbo2 (2) Como Ic1 + Ic2 = IA IA = 1 IA + Icbo1 + 2 IA + Icbo2 IA - 1 IA - 2 IA = Icbo2+ Icbo1 IA = (Icbo2+ Icbo1) / [1 – (1 + 2)] (3) PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 4 Como temos T1 e T2 cortados, Ic1 = Ic2 = 0 Então IA = Icbo2+ Icbo1 dependendo somente das componentes de fuga dos dois transistores. Portanto, para somente S1 fechada, temos: VA = VAA e IA = 0 SCR bloqueado Observando a expressão 3, para que IA dependa somente da carga devemos fazer (1 + 2) tender para 1, assim IA tenderá para . Para atingir este objetivo, devemos aumentar Ic1 e Ic2 Desta forma, teremos os seguintes valores: VA = 0 e IA = VAA / RL SCR conduzindo O objetivo de qualquer método de disparo é proporcionar esta condição: (1 + 2) 1 Métodos de disparo 1) Disparo pelo gatilho Mantendo S1 fechada e fechando S2, teremos as seguintes situações: T2 começa a conduzir pois Ig = Ib2 (anteriormente Ib2 = 0), consequentemente T1 também entra em condução pois surge Ic1 e Ic2. A partir deste ponto Ib2 fica maior porque no ponto X Ig soma-se com Ic1 e faz T2 conduzir mais pois aumentou o valor de Ib2. Deste modo a cada ciclo desse processo de realimentação teremos um aumento da condução de T1 e T2 com um consequentemente aumento de Ic1 e Ic2 implicando em aumento de 1 e 2. Quando a condição de (1 + 2) = 1 for alcançada, teremos atingindo o disparo do SCR. Após esta situação acontecer a corrente Ig pode ser retirada que o processo de realimentação mantém o SCR disparado. Sendo assim a corrente Ig pode ser retirada ou seja pode-se abrir S2 que o SCR permanecerá no estado ligado. Portanto, RG, S2 e VGG podem ser substituídos por um circuito gerador de pulsos, cuja duração do pulso seja suficiente somente para iniciar o processo de realimentação. Na prática basta Ter duração suficiente para que a corrente Ia alcance o valor de IL corrente de latching ou de travamento. 2) Disparo por sobretensão (Ig = 0) À medida que se aumenta a tensão VA, este aumento reflete-se totalmente em “d2” uma vez que “d1” e “d3” estão polarizados diretamente. Haverá um valor de tensão VA = VBO que o campo elétrico da junção reversamente polarizada, acelera os portadores minoritários que a cruzam, a tal ponto que um fenômeno PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 5 de avalanche se estabelece provocando um aumento da corrente de anodo. Este procedimento, nem sempre destrutivo, raramente é utilizado na prática devido ao elevado valor de VBO. 3) Disparo por transiente de tensão (dv/dt) Em um SCR em polaraização direta, sem aplicação de um pulso de disparo, verifica-se que uma das junções está reversamente polarizada (“d2”), havendo portanto uma distribuição de cargas nas proximidades desta junção. Pode-se associar a esta distribuição de cargas (carga armazenada) um efeito capacitivo. A grosso modo diríamos que na junção existe um capacitor carregado (Cag). A relação entre a corrente e a tensão em um capacitor é ic = Cdv/dt. Isto significa que só teremos uma corrente Ic se ocorrer uma variação instantânea na tensão. Se isto ocorrer, O SCR poderá ser disparado pois esta correntes será injetada no gatilho. Como este transiente ocorre aleatoriamente, este método de disparo é indesejável e portanto deve ser evitado. Para protegê-lo, coloca-se um circuito RC em paralelo cujo valor do capacitor é maior do que Cag. Este circuito é denominado de Snubber 4) Disparo por aumento de temperatura A corrente de fuga em dispositivos de silício, dobra a cada aumento de 10C na temperatura. Verifica-se observando a expressão (3) que se ocorrer um aumento considerável da temperatura, haverá um aumento de (Icbo2+ Icbo1), possibilitando o estabelecimento da ação regenerativa que faz (1 + 2) tender para 1, disparando o SCR. 5) Disparo por luz Este tipo de disparo só ocorre para SCR’s especiais denominados de LASCR. A incidência de energia radiante sob a forma de fótons sobre uma “janela” adequadamente colocada no SCR, pode dispará-lo. PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 6 A justificativa para este disparo é que a radiação incidente provoca o aparecimento de pares elétrons-lacunas que irão aumentar a corrente de fuga que já circula pela junção fazendo com que (1 + 2) tenda para 1, estabelecendo a ação regenerativa que dispara o SCR. Os tempos de ligamento e desligamento dos SCR são relativamente elevados, o que produz consideráveis perdas por comutação. Por isso, a utilização de SCRs é restrita a aplicações de frequência não muito elevadas. A necessidade de circuitos de comutação forçada e a menor velocidade são as grandes desvantagens dos SCRs. Nos dias de hoje, devido aos avanços na tecnologia dos transistores de potência MOSFET e IGBT, o SCR tem sua utilização restrita a circuitos retificadores de linha, relés de estado sólido e conversores de altíssimas potências (na casa das dezenas de MVA), como transmissão de energia CC em alta tensão (HVDC), acionamento de grandes motores de vários MVA, etc. A tabela a seguir ilustra resumidamente as características de alguns dispositivos. Código VRRM / VDRM ITAV VT tq Tiristores de linha 30TPS16 1600V 20A 1,3V 110s 180RKI80 800V 180A 1,35V 100s ST1230C16 1600V 1745A 1,62V 200s Tiristores Rápidos IRFK7212 1200V 71A 2,40V 25s SKFH150/8 800V 150A2,45V 20s PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 7 B) GATE TURN OFF – TIRISTOR GTO O GTO é um tiristor que possui capacidade de desligamento através do terminal de gate. Seus símbolos mais comuns e sua característica estática v x i idealizada estão mostrados na Figura 2.10. a) GTO b) Característica Estática A K G v AK i A 0 ON/OFF A K G Assim como o SCR, basta um pulso de corrente positiva em seu gate para o ligamento, o qual é mantido mesmo após retirada a corrente de gate. O GTO também desliga caso a corrente de anodo caia abaixo do valor mínimo de manutenção (IH). Para efetuar o desligamento do GTO, um pulso de corrente negativa deve ser aplicado no gate. Embora o GTO não necessite de circuitos de comutação forçada como os SCRs, a corrente que deve ser aplicada ao gate para efetuar o desligamento é grande, apenas de 2 a 5 vezes menor do que a corrente de anodo a ser comutada. Isto faz com que os circuitos de acionamento de gate sejam maiores, mais complexos e mais caros, o que é uma séria desvantagem. Além disso, os GTOs não toleram altas taxas de crescimento da tensão (dv/dt), o que traz a necessidade da utilização obrigatória de circuitos snubbers de desligamento. A partir de certo valor da corrente de anodo o controle do desligamento pelo gate é perdido, portanto cuidados devem ser tomados para que sobrecorrentes não estejam presentes. Em outras palavras: o GTO é capaz de suportar surtos de corrente mas não é capaz de corta-los através do gate. A capacidade de bloqueio de tensão no sentido reverso é muito pequena, isto é, o GTO praticamente não é capaz de bloquear tensões negativas. A queda de tensão direta dos GTO é ligeiramente maior do que a dos SCRs (de 2V a 3V), e a capacidade de controle de potência é quase tão elevada quanto: existem GTOs capazes de bloquear vários kilovolts e conduzir vários kiloamperes. Os tempos de desligamento são menores do que o dos SCRs (tipicamente de 5 a 25s), de maneira que os GTOs podem operar em frequências maiores. PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 8 Devido a essas características, os GTOs somente são utilizados em aplicações de altíssimas potências (vários MVA), como em choppers e inversores trifásicos para tração elétrica, por exemplo. . A tabela abaixo mostra resumidamente as características de alguns dispositivos. Tabela 2.4 Código VDRM ITAV VT tq dv/dt(cr) FG1000BV-90BA 4500V 400A 4V 20s 1000V/s FG6000AU-120D 6000V 1500A 6V 30s 1000V/s PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 9 3.3 - RETIFICADORES MONOFÁSICOS CONTROLADOS A) RETIFICADOR MONOFÁSICO DE MEIA-ONDA (carga R+L+E) VOMED = (1/2) [ E dt + VMAX Sent dt + E dt] VOMED = VMAX / 2 [ (Cosd – Cos e) + a(d +2 -e)] onde a = E/ VMAX OBS.: 1 < d < 2 polarização direta do SCR 1 = ArcSen a 2 = 180 - 1 PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 10 DESENVOLVIMENTO DO ÁBACO DE PUSCHLOWSKI Considerando o retificador monofásico controlado de meia onda, abaixo: Teremos durante a condução do SCR 𝑣𝑠 = 𝑉𝑚𝑎𝑥 𝑆𝑒𝑛𝜔𝑡 = 𝑅𝑖𝑜 + 𝐿 𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑡 + 𝐸 Esta é uma equação diferencial cuja solução é da forma: 𝑖𝑜 = 𝑉𝑚𝑎𝑥 𝑍 𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡 − 𝜑) − 𝐸 𝑅 + 𝐴 𝑒− 𝑅𝑡 𝐿 𝑉𝑚𝑎𝑥 𝑍 𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡 − 𝜑) Componente alternada defasada de 𝐸 𝑅 Componente contínua 𝐴 𝑒− 𝑅𝑡 𝐿 Componente exponencial decrescente As condições de contorno estabelecem o valor da constante A. Assim, a forma final de io, incluindo d (o ângulo de disparo) será: 𝑖𝑜 = 𝑉𝑚𝑎𝑥 𝑍 [ 𝐶𝑜𝑠𝜑. 𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡 − 𝜑) − 𝐸 𝑉𝑚𝑎𝑥 ] + 𝑉𝑚𝑎𝑥 𝑍 [ 𝐸 𝑉𝑚𝑎𝑥 − 𝐶𝑜𝑠𝜑. 𝑆𝑒𝑛(𝜃𝑑 − 𝜑)]𝑒 𝜔𝑡−𝜃𝑑 𝑡𝑔𝜑 ] PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 11 O ângulo de corte será encontrado para t = onde io = 0 e 𝑎 = 𝐸 𝑉𝑚𝑎𝑥 Assim: [ 𝐶𝑜𝑠𝜑. 𝑆𝑒𝑛( − 𝜑) − 𝑎] + [𝑎 − 𝐶𝑜𝑠𝜑. 𝑆𝑒𝑛(𝜃𝑑 − 𝜑)]𝑒 −𝜃𝑑 𝑡𝑔𝜑 ] = 0 Equação transcendental do tipo: f( d,, Cos,a) = 0 Solução numérica ou ábaco de Puschlowski. O ábaco permite encontrar quaisquer variáveis conhecendo-se as outras três. PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 12 PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 13 1º EXERCÍCIO a) Utilizando o ábaco de Puschlowski, preencha a tabela abaixo: d e a Cos 1 2 120 0 0 190 0,4 0,4 100 160 0,6 70 230 0,6 240 0,2 0,2 b) Sendo dados, E = 35,92 Volts, Vs = 127v/60 Hz, R = 5, d = 60, qual deverá ser o valor de L que provoque o bloqueio do SCR em 214 em um RM1/2 onda? c) Faça o esboço dos gráficos de Vo e Io, sendo dados Vs = 127v/60 Hz, E = 107,76V, R = 12 , L = 23,87mH e d = 70 para um RM1/2 onda. d) Considerando o retificador monofásico de meia onda no qual R = 15, L = 91,16 mH, E = 107,76 V alimentado pela rede de 127 V/60 Hz e o SCR disparando em 100, pede-se: os valores de 1 e 2 o valor de e o valor de VOMED o valor de IOMED B) RETIFICADOR MONOFÁSICO DE ONDA COMPLETA (carga R+L+E) PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 14 VOMED = 2x (1/2) [ VMAX Sent dt + E dt] VOMED = VMAX / [ (Cosd – Cos e) + a(d + -e)] PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 15 Regimes de condução de corrente na carga: Descontínuo a corrente na carga se anula durante um intervalo (exemplo acima) (d +) > e O SCR corta quando a corrente de carga se anula Contínuo a corrente na carga nunca se anula (d +) < e O SCR corta com o disparo do outro Crítico a corrente na carga se anula exatamente quando um SCR é disparado cortando aquele que estava conduzindo. A corrente na carga só se anula por um instante. (d +) = e Portanto, somente para condução contínua ou crítica de corrente na carga, teremos: Mesma forma de onda de tensão na carga (d +) = e VOMED = VMAX / [Cosd – Cos (d +)] = VMAX / [(2 Cosd)] VOMED = 2VMAX / (Cosd)PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 16 2º EXERCÍCIO a) Considere o circuito e os dados abaixo. Pede-se : o regime de condução de corrente na carga a forma de onda de tensão na carga o valor de Vomed alterar o regime de condução de corrente sem alteração da carga a forma de onda de tensão na carga e sobre um dos SCR para o caso anterior DADOS Vs = 127 V/60 Hz d = 90 R = 10 ; L= 60mH; E=36 Volts b) Simule o circuito acima e comprove os resultados encontrados PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 17 3.4- RETIFICADORES POLIFÁSICOS CONTROLADOS A) RETIFICADOR TRIFÁSICO DE MEIA-ONDA – (carga R+L+E) Funcionamento O circuito acima é um conversor bidirecional em tensão e unidirecional em corrente, podendo funcionar como retificador (Vmed>0) e como inversor não autônomo (Vmed<0). O valor médio da tensão, corrente e potência de saída varia segundo o ângulo de disparo dos scr’s. O circuito de comando deve ser tal que permita deslocar os pulsos de disparo em relação ao sistema trifásico de referência (rede). Este circuito deve enviar 3 pulsos defasados entre si de 120°, podendo-se deslocar cada um desses pulsos de 0° a 180° de uma maneira contínua. Considerando a carga com características R+L+E, podemos ter três regimes de funcionamento do conversor: Condução contínua a corrente io se mantém devido a indutância da carga, durante todo o período num valor não nulo. Condução descontínua a corrente se anula e permanece nula por um intervalo do período PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 18 Condução crítica a corrente na carga se anula exatamente quando um SCR é disparado cortando aquele que estava conduzindo. A corrente na carga só se anula por um instante. O funcionamento em um dos três regimes depende do ângulo de disparo e das características da carga. Exemplo de forma de onda de tensão na carga para um regime de condução DESCONTÍNUO de corrente na carga d = 90 e e = 195 Determinação da expressão de VOMED VOMED = 3x (1/2)[ VMAXFN Sent dt + E dt] VOMED = 0,477 VMAXFN [ (Cosd – Cos e) + a(d +120-e)] PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 19 De um modo geral, procura-se diminuir a ondulação da corrente e da tensão na carga e consequentemente este regime é sempre que possível evitado. Entretanto, a condução descontínua poderá ocorre no controle de velocidade de motores cc e em alguns casos particulares notadamente quando o valor de E é elevado ou o ângulo de disparo é elevado ou ainda quando o valor de L é pequeno. Análise para condução contínua ou crítica Condição: e ≥ d +120 VOMED = 0,477 VMAXFN {[ Cosd – Cos (d +120) + a(d +120-d +120)]} VOMED = 0,477 VMAXFN [Cosd – Cos (d +120) ] Observação: Para facilitar os cálculos quando se deseja encontrar d, chama-se d = d’+30 onde d’ tem sua origem no cruzamento das fases (30). Assim VOMED = 0,827 VMAXFN [ Cos(d’+30) – Cos (d’ +150)] Aplicando a relação: Cos (a+b) = Cos a Cos b – Sen a Sen b Obtém-se: VOMED = 0,827 VMAXFN Cos d’ Análise: - Para 0 < d’ < 90 VOMED >0 - Para d’ = 90 VOMED = 0 - Para 90 < d’ < 180 VOMED <0 PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 20 3º EXERCÍCIO Para o circuito retificador trifásico controlado de meia-onda, determine a) Os valores de: E, 1 e 2 b) O valor de e c) A forma de onda de tensão na carga d) O valor de VOMED e) O novo valor de d a partir do qual teremos mudança no regime de condução de corrente na carga (sem alteração nos outros valores) f) O valor de VOMED para o item e g) a forma de onda de tensão sobre um dos SCR’s considerando o item e. Dados; VFN = 127V/60Hz, d =90, a=0,4 e Cos = 0,8 PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 21 B) RETIFICADOR TRIFÁSICO DE ONDA COMPLETA – PONTE MISTA – RTSCOC Funcionamento O circuito acima recebe o nome de retificador trifásico semicontrolado de onda PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 22 completa. Semicontrolado porque, pela posição dos componentes, o semiciclo positivo de cada uma das fases de entrada é retificado e controlado e o negativo é somente retificado. Por ser um circuito misto, é um conversor unidirecional em tensão e corrente, pois a cada ciclo, um diodo e um scr do mesmo ramo, funcionam como diodo de roda- livre evitando o aparecimento de tensão instântanea negativa na carga. O circuito de comando deve ser tal que permita deslocar os pulsos de disparo em relação ao sistema trifásico de referência (rede). Este circuito deve enviar 3 pulsos defasados entre si de 120°, podendo-se deslocar cada um desses pulsos de 0° a 180° de uma maneira contínua. Podemos ter também os três regimes de condução de corrente na carga, contínuo, crítico e descontínuo, em função da carga e do ângulo de disparo. O princípio de funcionamento do circuito é o seguinte: O circuito de comando aplica pulso de disparo ao scr que está diretamente polarizado. Este conduzirá com o diodo mais diretamente polarizado (fase mais negativa no caso do desenho). A tensão resultante na carga será sempre fase- fase. Devido ao efeito de roda-livre “natural”, este circuito não funciona como INA. Determinação da expressão de VOMED VOMED = (3/2)[ VMAX Sent dt + E dt ] VOMED = (3/2) [VMAX (-Cos 180 + Cos d’) + E(d’ + 120 - e’)] Então: VOMED =( 3/2)[ VMAXFF (1 + Cos d’) + E( d’ +120°- e)] onde: d’ = d – 30 e’ = e – 30 VMAXFF = valor máximo da tensão fase-fase PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 23 Para condução contínua ou crítica e’ = d’+ 120 Então: VOMED =( 3/2)[ VMAXFF (1 + Cos d’)] Para d’ = 0 d =30 VOMED = 0,9554 VMAXFF (mesmo valor para um retificador não controlado) PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 24 C) RETIFICADOR TRIFÁSICO DE ONDA COMPLETA TOTALMENTE CONTROLADO – PONTE DE GRAETZ PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 25 Funcionamento O circuito acima é birecional em tensãoe unidirecional em corretne, podendo, portanto funcionar como retificador e imversor não-autônomo (INA). Os scr’s pares retificam e controlam os semiciclos positivos da cada fase de entrada e os ímpares, os negativos. Temos sempre dois scr’s conduzindo em série: um do grupo positivo e outro do grupo negativo. A tensão na carga será sempre fase-fase. O circuito de comando deverá aplicar pulsos aos scr’s com 60 de duração e repetir este pulso 60 após aplicação, para cada scr. Este procedimento garante o início de funcionamento do circuito. O exemplo acima é para um d = 120°, condução descontínua de corrente na carga. Determinação da expressão de VOMED VOMED = (6/2) [ VMAX Sent dt + E dt] VMAX fase-fase dx = d + 30 ex = e + 30 d, e fase-neutro dx, ex fase-fase Portanto, VOMED = (3/) [VMAX( Cosdx - Cosex) + E(dx + 60° - ex)] Para condução contínua ou crítica (mesma forma de onda de tensão na carga) ex = dx + 60 Então: VOMED = (3/) {VMAX[Cosdx - Cos (dx + 60)]} PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 26 Como dx = d + 30 e lembrando que d’ = d – 30 dx = d’ + 60 VOMED = (3/) { VMAX [Cos (d’ + 60) – Cos (d’ + 120)]} Aplicando: Cos (a+b) = Cos a Cosb – Sena Senb VOMED = (3/) VMAX Cos d’ VOMED = 0,9554 VMAX Cos d’ 4º EXERCÍCIO a) Considerando o circuito RTTCOC e dos dados abaixo, pede-se: o tipo de regime de condução o valor de Vmed o efeito de um diodo funcionando com “ roda-livre” o que deve ser feito para alterar o regime de condução DADOS Cos = 0,2, E = 72 Volts, Vff = 220 v e d = 105° b) Considerando os resultados do exercício anterior, pede-se: PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 27 a forma de onda de tensão sobre a carga a forma de onda de tensão sobre o SCR2 3.5 – CIRCUITO DE COMANDO A) INTRODUÇÃO O funcionamento adequado de um conversor estático está diretamente relacionado com o projeto e o bom funcionamento do seu circuito de comando (ou circuito de disparo). Está parte do conversor é tão importante que atualmente existem circuitos integrados dedicados a executar esta função como é o caso do TCA 785, do CA 3059 e do LM 3524. Pode-se, entretanto projetar circuitos de comando utilizando componentes discretos com transistores de unijunção (UJT e PUT) , CI 555 e também com transistores bipolares. Neste estudo serão tratados somente os circuitos de comando para conversores CA/CC. O circuito de comando de um conversor CA/CC estático tem a função de enviar aos gatilhos dos SCR’s os sinais de disparo com valores e formas adequadas. Ao projetar um circuito de comando, deve-se observar as seguintes condições básicas: Os sinais aplicados ao gatilho devem ser capazes de produzirem o disparo sem risco de danificação; Os sinais devem obedecer a uma organização seqüencial em função de critérios impostos pelo tipo de conversor. Em alguns casos, o circuito de comando deve executar outras funções não básicas como supressão do sinal após o disparo, deslocamento de fase, repetição de pulsos, etc. Na implementação de circuitos de comando, além da perfeita adequação do sinal de disparo ao tipo de SCR utilizado, deve-se garantir imunidade a ruídos. Isto pode ser conseguido trançando os fios que ligam o sinal de gatilho e distanciando- os dos cabos de potência. A forma ideal do sinal de comando é o pulso por causa das seguintes características: Proporciona menor dissipação na junção gate-catodo; Permite maior precisão e segurança com relação ao instante de disparo. PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 28 B) CARACTERÍSTICAS DO GATE Comparando a junção gate-catodo de um SCR com uma junção PN comum, obtém-se as seguintes características: Queda de tensão direta mais elevada; Corrente reversa maior; Maior limitação às tensões de bloqueio inverso; Maior dispersão nas características para um mesmo tipo de elemento. Esta última característica aliada às limitações de dissipação de potência da junção, define três regiões de operação conforme a figura a seguir. As regiões de operação são: Região 1 – disparo impossível Região 2 – disparo incerto Região 3 – disparo certo O ponto de operação da junção deve se situar na região 3. VGFM Máxima tensão direta que pode ser aplicada ao gatilho IGM Máxima corrente direta que pode ser aplicada ao gatilho Rg Resistência dinâmica da junção gate-catodo PGM Limite de potência máxima que o sinal aplicada ao gate não deve exceder VGTmin ë o mínimo valor de tensão para a mais baixa temperatura de junção a ser considerada, que aplicada sobre o gate do SCR garante o seu disparo IGTmin equivalente para a corrente PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 29 VGTnm Abaixo deste valor, garantidamente nenhum SCR irá disparar C) ACIONAMENTO DO GATILHO No acionamento do gatilho de um SCR é de primordial importância a redução da dissipação de potência na junção gate-catodo. Uma maneira de alcançar este objetivo é aplicar pulsos para o disparo. O fabricante fornece os valores de potência máxima admissível no gate para o comando por pulsos. Neste tipo de comando consegue-se redução na dissipação de potência embora se utilize uma potência de pico elevada. Análise do comando por pulsos: PGav = PG x ( potência média para sinais retangulares) onde PG = VG x IG (potência na junção) = t/T VG = IG x Rg = [ Es/ (Rs + Rg)] x Rg PG = [ Es/ (Rs + Rg)] x Rg x [ Es/ (Rs + Rg)] PG = [ Es/ (Rs + Rg)]2 x Rg Portanto : PGAV = [ Es/ (Rs + Rg)]2 x Rg x PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 30 Da expressão PGAV = PG x , obtém-se as diversas potências da junção, variando-se . O fabricante fornece PGAV e PGM. Geralmente PGM corresponde a = 0,1. Quanto menor , menor dissipação média na junção. 5º EXERCÍCIO Um SCR tem as seguintes características de gate: VGFM = 10 V; IGM = 5 A; PGAV = 1 W. a) calcule PGM para o disparo por pulsos b) calcule para PG = 2 W PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 31 D) MODOS DE COMANDO Geralmente, o instante da produção do pulso que dispara o SCR é o resultado da comparação de duas tensões denominadas de tensão de comando Vc e tensão de referência Vr. A maneira de efetuar a comparação entre Vc e Vr é que determina os modos de comandos. Comando horizontal É aquele no qual a tensão de comando Vc, geralmente senoidal, é defasada progressivamente da tensão de referência Vr que é a imagem da tensão senoidal de entrada do conversor (aquela que se deseja converter em CC). O instante do disparo é dado pela passagem por zero da tensão Vc em relação a origem de Vr. O defasamento é obtido atravésde malha RC. Exemplo: Circuito de controle de iluminação – Dimmer Comando vertical O instante de disparo é determinado pela comparação de Vr (geralmente uma tensão em rampa – linear com o tempo)) e uma tensão de controle Vc (geralmente uma tensão contínua). O instante de disparo é definido pela interseção das duas tensões. Este comando é o mais utilizado porque é de fácil implementação e possui uma relação linear entre o ângulo de disparo (d) e a tensão de controle Vc. Quando é utilizado em conversores CA/CC a rampa é sincronizada com a tensão alternada de tal forma a produzir pulsos sincronizados. Os CI’s dedicados TCA 780 e TCA 785 utilizam o modo vertical para geração de pulsos. PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 32 E) ORGANIZAÇÃO BÁSICA DE UM CIRCUITO DE COMANDO Diagrama em blocos Legenda Bloco 1: Bloco adaptador Funções: filtragem, adaptação do nível de tensão, isolamento e geração da rampa no comando vertical Vs é a tensão alternada de entrada ou uma amostra dela Exemplo PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 33 Bloco 2: Bloco comparador Funções: Compara Vc e Vr determinando o instante do pulso (d) Bloco 3: Bloco gerador de pulsos Funções: determina a forma e duração dos pulsos de saída. Pode gerar um “trem de pulsos” se Vf for um gerador de onda quadrada trabalhando em alta frequência. PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 34 Bloco 4 – Circuito de ataque Funções: Isolamento entre os circuitos de potência e comando e em alguns casos funciona como amplificador de corrente para acionar SCR de potência elevada. F) ESTUDO DO CIRCUITO INTEGRADO - TCA 785 O CI TCA 785 é um circuito integrado analógico desenvolvido exclusivamente para gerar pulsos e controlar o ângulo de disparo de tiristores (SCR e TRIAC) continuamente entre 0 e 180 em aplicações para controle de tensão de saída em retificadores controlados e controladores de fase. Sua estrutura interna e a possibilidade externa de seleção do ponto de chaveamento, permitem um grande número de opções de funcionamento, evitando um circuito externo volumoso. Principais características - Faixa de alimentação de 8 a 18 volts; - Consumo interno de corrente de 5 mA; - Duas saídas independentes com corrente de até 250 mA; - Duas saídas adicionais complementares; - Possibilidade de inibição dos pulsos de saída; - Duração dos pulsos de disparo determinado por capacitores externo. PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 35 Pinagem 1. terra 2. saída de pulsos (saída 15 invertida) 3. saída de pulsos 4. saída de pulsos (saída 14 invertida) 5. entrada do detetor de zero (sincronização) 6. inibição dos pulsos de saída (ativa em nível zero) 7. saída - soma lógica NOR das saídas 14 e 15 8. saída de tensão regulada de 3,1 volts 9. ajuste da corrente de carga do capacitor 10. entrada não inversora do comparador monitor de descarga 11. entrada da tensão de controle – Vc 12. ajuste da duração dos pulsos de saída ( saídas 14 e 15) 13. ajuste da duração dos pulsos de saída ( saídas 2 e 4) 14. saída de pulsos sincronizada com ciclo negativo 15. saída de pulsos sincronizada com ciclo positivo 16. alimentação PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 36 Descrição Os circuitos internos são alimentados pela fonte de tensão interna regulada em 3,1 volts, assegurando independência dos parâmetros essenciais das variações na tensão de alimentação. O consumo de corrente, cerca de 5 mA, é aproximadamente constante para toda faixa de valores da tensão de alimentação. A tensão regulada de 3,1 volts é transportada ao pino 8 através de uma resistência interna possibilitando nos circuitos trifásicos iguais condições para controle de todas as três fases, através da ligação paralela dos circuitos integrados. Para melhorar a supressão de RF, um capacitor pode ser colocado entre o pino 8 e o terra. A sincronização é obtida através de um detetor de zero altamente sensível conectado a um registrador de sincronismo. O gerador de rampa consiste essencialmente de uma fonte controlada de corrente constante que carrega linearmente um capacitor externo (C) conectado ao pino 10. A corrente desta fonte é determinada por uma resistência externa (R) ligada ao pino 9. O tempo de subida da rampa é determinado pela combinação RC. O comparador de controle compara a tensão de rampa com a do controle aplicada ao pino 11 e provoca a saída de pulsos de disparo via unidade lógica. Pulsos positivos de aproximadamente 30 s aparecem nas saídas A1( pino 14) e A2 (pino 15). A duração deste pulsos pode ser alterada através de capacitores ligados ao pino 12. Se o pino 12 for aterrado, a largura do pulso pode atingir 180. A saída A1 é sincronizada com o semiciclo negativo e A2 com o positivo. Estas duas saídas estão na configuração de seguidor de emissor e podem fornecer corrente de até 200 mA. As saídas invertidas de A1 e A2, pinos 2 e 4, estão configuradas em coletor aberto com corrente máxima de 1,5 mA e cuja duração dos pulsos pode ser alterada através do pino 13 com introdução de capacitores. Todas as saídas podem ser inibidas através do pino 6 conectado ao terra. A duração dos pulsos podem ser alteradas mediante capacitor ligado ao pino 12, segundo a tabela abaixo. C12 (pF) 100 220 330 680 1000 Duração (s) 80 130 200 370 550 PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 37 Obs. importante: A resistência interna do pino 11 é de 15 K em relação ao terra. Determinação da expressão de Vc(t) ic = C dVc/dt Como a carga do capacitor é a corrente constante, ic = I I = C dVc/dt Aplicando integral em ambos os lados: Idt = CdVc Vc = (I/C) t carga a corrente constante Vc é linear com o tempo (rampa) Determinação da expressão de Vcmax Como a rampa está sincronizada com a rede, o seu período T define Vcmax Para f = 60 Hz T = 16,6 ms Vcmax = (I/C) (T/2) = 8,33 ms x I/C Determinação da expressão de I I = V9/R9 I = 3,1/R9 Relação entre d e V11 (tensão de controle – Vc) (Vcmax / ) = (V11/d) d = (V11/ Vcmax) Relação linear PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 38 Exemplos de utilização do CI TCA 785 1) Retificador monofásico controlado de meia onda 2) Retificador monofásico controlado de onda completa PUCMINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto Politécnico – IPUC Curso: Eng. Eletrônica e de Telecomunicação Prof. Flávio Maurício de Souza 39 3) Retificador trifásicocontrolado de meia-onda
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