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Transcription 08/05/2017 – 1ª parte Condução da dor Condução da dor da periferia até o SNC. A dor aguda, é a dor de alarme, o tal do “ai” (mecanismo de proteção). Onde essa for pode acabar naquele momento ou continuar até cronificar. Para que não cronifique utilizamos de meios como o uso de gelo, analgésicos, etc.. A crônica é a dor continua. DOR CRÔNICA • RESULTANTE DA PERSISTÊNCIA DE ESTÍMULOS NOCIVOS OU DISFUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO. • NÃO ÉUMA VERSÃO PROLONGADA DE DOR AGUDA; • PERDE A FUNÇÃO BIOLÓGICA; • É UMA HIPEREXCITABILIDADE DOS NEURÔNIOS QUE DESPOLARIZAM ESPONTANEAMENTE. Então, a célula está em repouso, -70mV, onde temos sódio do lado de fora e potássio do lado de dentro. Quando há o estímulo, o sódio vai entrar pelo canal de sódio e o potássio sai. Quando o sódio entra na célula é o potássio sai, a célula irá mudar seu potencial, tendo de positivar, que é a despolarização. E a célula sai de -70mv, para -60 mV, -50 mV... 0, até, +40mV. Quando o limite passa do zero, tem a entrada do cálcio e quando ele entra, ele será responsável por manter a hiperexcitabilidade, até o ponto de matar a célula. Então essa hiperexcitabilidade se torna uma excitotoxicidade. Quando despolariza, o objetivo é de conduzir dor. Portanto quanto mais despolarizar mais se conduz a dor. Então, temos que reverter essa despolarização, para voltar ao repouso que é o fenômeno chamado de repolarização. Essa repolarização é feita através da bomba de Na/K ATPase, onde entram dois potássios e saem 3 sódios além de restabelecer o cálcio de volta para o retículo ou mandando para fora da célula. Célula em repouso = -70mV, célula em despolarização vai até +40mV para conduzir mais rapidamente o impulso elétrico e o estímulo doloroso. Essa variação elétrica pode ser chamada na dor, de LIMIAR DE DOR ou LIMIAR DE EXCITABILIDADE. Quando o potencial de repouso está em -70mV e vai para +40mV, pois despolarizou. O limiar do indivíduo reduz. Quando se está mais próximo do zero, menor é o limiar, e por qualquer estímulo consegue disparar a dor. O limiar curto de excitabilidade significa estar mais próximo do zero e mais sensível a dor. Quando se está em -70mV, no repouso, e o cloro que é negativo e está do lado de fora da célula começa a entrar ou o potássio sozinho sai da célula, sem o sódio entrar ou os dois juntos teremos a HIPERPOLARIZAÇÃO (-70, -80, -90, -100...). Quanto mais distante do zero estiver, MAIOR O LIMIAR DE EXCITABILIDADE e assim menos sensível a dor, pois precisará de um estímulo muito maior para ir de -100 até +40, por exemplo. O limiar alto de excitabilidade significa estar mais distante do zero e mais resistente a dor. No indivíduo que estava com alguma dor, ao utilizar medicamentos como analgésicos, p.ex. o limiar que estava baixo, agora vai aumentando melhorando os sintomas dolorosos. E a próxima vez que houver um mesmo estímulo que o de antes, não terá mais reclamações de dor. Entretanto, o limiar de excitabilidade é diferente para cada pessoa pois cada um tem um limite diferente de dor. A entrada do cálcio na célula é importante na condução da dor pois aumenta o transporte das vesículas. Pacientes que sofrem de Lepra, p.ex, tem terminações nervosas livres lesionadas então a condução da periferia, medula até o SNC fica extremamente prejudicada e o paciente passa a não sentir dor. Uma situação seria colocar a mão no fogo e não sentir a palma da mão queimar. DOR A dor, aguda ou crônica, traz respostas orgânicas negativas como: alteração do sono, depressão, ansiedade, espasmos musculares, hipertensão, arritmias cardíacas, náuseas e vômitos (ex: pessoa que está tendo um infarto). Primeiro movimento ao pisar em um prego: é o de retirada, o arco reflexo. Segundo movimento seria olhar para ver se o prego está no chão ou no seu pé. A dor central tem dois componentes quando a pessoa pisou no prego e tirou o pé, o que aconteceu foi: O estímulo vem das terminações nervosas, entra por trás da medula (a medula está na forma de H, H- medular) e a terminação nervosa livre (1ª fibra ou fibra sensorial) entra pelo corno dorsal da medula espinhal e acaba (setas vermelhas) na parte de trás mesmo da medula. Quando essa terminação acaba, o estímulo é passado para outro neurônio, que é interneurônio também na parte de trás da medula. Esse interneurônio fará sinapse com um outro neurônio maior, que passa para a região ventral (corno ventral) e vai se dividir para baixo, para chegar até o músculo esquelético (fazendo o indivíduo tirar a perna), essa fibra vai se chamar fibra motora. A 1ª fibra ou sensorial, se comunica com o interneuronio, que se comunica com a 2ª fibra ainda na parte dorsal, que passa para frente e se divide. Uma das divisões vai para o musculo (fibra motora) e outra vai subir para o tálamo, e essa divisão que vai para o tálamo faz parte do TRATO ESPINO TALÂMICO (TET). O tálamo é a “CPU” da dor. A dor central pode ser classificada em dois tipos de dor: dor espinhal (sai do pé do indivíduo, se comunica com o interneurônio e se comunica com o segundo e descende, atuando na fibra motora, fazendo com que ele retire o pé, sem sentir muita dor ou nenhuma). A espinhal é a protetiva, do arco reflexo. Dor supra-espinhal ou talâmica: chega até o tálamo. Estímulo não nocivo: não é para machucar. Mas faz o limiar diminuir, caso haja uma lesão mais de uma vez no mesmo lugar com a mesma intensidade. Por que o limiar diminuiu? Pois as fibras já estão sensibilizadas naquela região por mediadores que irão causar despolarização. Hiperalgesia: diminui o limiar por que bateu em algo ou por uma doença. Não é considerado patologia. DORSAL VENTRAL Dor pode ser chamada de nocicepção ou algesia. O limiar não diminui “do nada”, o limiar diminui pela presença de mediadores químicos. Em contato mais próximo com a epiderme, está o neurônio. A diferença entre o neurônio com bainha de mielina e sem, está na velocidade de condução. Aquele que possui a bainha, conduz mais rápido. Fibra A∆ → neurônio mielinizado Fibra C → não mielinizado As duas conduzem dor, mas uma chega mais rápido no corno dorsal espinhal, ao chegar no final da terminação nessa região, essas fibras liberam mediadores que irão “acordar” o interneuronio para passar o estímulo e por aí vai seguindo o estímulo, como já foi mencionado acima. Nós poussuimos quatro fibras: Fibra C: sensação tátil Fibra Aα e Aβ: não conduzem dor, mas elas são responsáveis pelo freio da dor. Lâminas que fazem parte do corno dorsal da medula espinhal. São ao total 11 lâminas. A fibra dos mecanorreceptores chegam primeiro e fazem 4 sinapses (Laminas 3,4,5 e 6). Depois chega a fibra A∆ e fibra C que conduzem dor. Entre as lâminas 1 até 6 teremos os interneurônios. Na parte de trás da medula, as fibras Adelta, C e fibras alfa e beta, acabam nas lâminas do corno dorsal. O interneurônio passa o estímulo para a 2ª fibra que irá sair do corno dorsal e no ventral vai se dividir. As lâminas 2 e 3 são onde tem maior concentração de interneurônios que farão a conexão do impulso que está NEURÔNIO MIELINIZADO NEURÔNIO AMIELINIZADO chegando com o impulso que vai passar. Elas duas juntas formam uma área do cérebro chamada de substância gelatinosa. Os interneurônios que estão no corpo dorsal e principalmente os que fazem parte da substância gelatinosa, são INIBITÓRIOS e consequentementeirão inibir ou não a 2ª fibra. Se a 1ª fibra estimula o interneurônio ocorre inibição e a condução da dor diminui. Se a 1ª fibra inibe o interneurônio ocorre estimulação e a condução da dor aumenta. Se a 1ª fibra é A∆ ou fibra C, que conduzem dor, essas fibras irão inibir o interneurônio e com isso o estímulo passa para a 2ª fibra de forma mais rápida. As fibras α e β vão estimular os interneurônios inibitório para inibir a condução da dor. Esse é o primeiro freio da dor, essas fibras chegam mais rápido que a Adelta e a C, então elas estimulam os interneuronios inibitórios e o limiar vai para -90mV, p.ex. Quando as fibras Adelta e C chegam, o limiar já está alto e a condução da dor é mais lenta. Por que mesmo protegido pelas fibras alfa e beta a pessoa ainda sente dor? Por que o estímulo é muito forte. As fibras alfa e beta estimulam os interneuronios inibitórios a HIPERPOLARIZAREM (pela entrada de cloreto ou saída de potássio) com a 2ª fibra para conduzirem mais lentamente a dor para o tálamo. Espetou o dedo o estímulo chega até a medula mas não ascende para o tálamo, ele só descende para a fibra motora, fazendo com que a pessoa tire o dedo do lugar que espeta, p.ex. neuronio sensorial no aparelho gastrointestinal: sobe até a medula, volta e tem o estímulo. Então o neuronio pós ganglionar pode ser serotoninérgico, colinérgico, dar dor de barriga mas não necessariamente há a dor. Agora, na cólica tem a dor, pois o estímulo chegou até o tálamo. Então dependendo do estímulo pode ter algo como um reflexo diarreico sem dor pois não chega ao tálamo ou na cólica, sentindo dor pois chega ao tálamo. Na dor de estímulo maior o limiar está curto, próximo ao zero. Seguindo pelo trato espino talâmico que pode ser lateral ou medial. A partir de uma determinada região subindo para o cérebro o H medular deixa de existir. Quando a dor chega no tálamo, o tálamo manda a dor para cima e para baixo. Para cima, ele manda o estímulo para o sistema límbico (amigdala, hipocampo..) que controla o nosso comportamento afetivo- motivacional, ou seja, a maneira como se relaciona com a dor. Exemplo: Afetivo: “nem fala comigo hoje, pois estou com dor de cabeça” Motivacional: “vou sair, ninguém tem nada a ver com a minha dor” O tálamo também manda para o córtex sensorial, que recebe a informação tátil do corpo. Estímulo subiu ao tálamo (duas vias ascendentes – que causam dor): tálamo – sistema limbico ; tálamo – sistema sensorial. Teoria do portão: existiria um portão no corno dorsal da medula que freava a dor. Ficaram com essa teoria até descobrirem quem morava nos interneuronios inibitórios, que são os opióides endógenos. 1º freio da dor: Alfa e beta estimulam os interneurônios inibitórios na substância gelatinosa, inibindo a condução da dor. Quando essas fibras são estimuladas liberamos opióides endógenos, que é um analgésico endógeno chamado de ENDORFINA (“a tal da morfina endógena”). Quando nos cortamos, diminuimos o limiar da dor pela liberação de mediadores: bradicinina, prostaglandina, substância P, por exemplo, e por isso o local ferido fica mais sensível. A via descendente (algésica): tálamo, substância cinzenta periaquedutal (PAG). Quando chega no PAG, começa a via descendente inibitória da dor, que é o 2º freio. 2º freio: quando o tálamo estímula o PAG, que estimula o 2º sistema analgésico, e termina na substância gelatinosa dos interneuronios estimulando mais uma vez. Quando alguém encosta o dedo em alguém, o estímulo não é nocivo, é inócuo. Agora, se a pessoa se machuca (com uma martelada, p.ex.) e alguém encosta nesse lugar onde houve a batida, a pessoa agora sente dor. O estímulo continua sendo inócuo, pois a intensidade continua sendo a mesma, porém houve alteração no limiar pela liberação dos mediadores como prostaglandinas, substância P, bradicinina que são liberadas nas terminações nervosas livres. MEDIADORES QUÍMICOS ESTIMULADORES x SENSIBILIZADORES As lesões periféricas causadas por trauma, calor, eventos cirúrgicos, provocam dor por ação de importantes mediadores químicos liberados pelos vasos sanguíneos, sistema imunológico e terminações nervosas. A sensibilização diminui o limiar, mas não é capaz de deflagrar o processo da dor. Estimuladores: conduzem efetivamente a dor, independente do limiar. Estimuladores (SUBSTÂNCIAS ALGÉSICAS): GLUTAMATO, SUBSTÂNCIA P, BRADICININA, ÓXIDO NÍTRICO Sensibilizadores: PROSTAGLANDINA, SEROTONINA Os nociceptores são os receptores para esses mediadores. A serotonina da periferia e das plaquetas, é sensibilizadora da dor pois diminui o limiar e ajuda a propagar a dor. Na fibra C, quando inibe o interneurobio, estimula a despolarização da 2º fibra. NOCICEPTORES Sistema do controle de portão: fibras alfa e beta chegando antes, aumentando o limiar por causar hiperpolarização do neurônio. Quando chegam, inibem o interneuronio, mas já está a -100mV. Chegou no tálamo, tálamo – sistema límbico, tálamo – córtex sensorial, tálamo – via descendente inibitória, que vai chegar no PAG e que estimula a substância gelatinosa e por isso diminui a dor, aumentando o limiar. O PAG estimula uma área que está abaixo dele, chamada de núcleo da Rafe que tem neurônios serotoninérgicos e neurônios encefalinérgicos (outra família de opioides endógenos). Aí desce e chega na substância gelatinosa. Via descendente: Tálamo – PAG – Núcleo da Rafe – Substância gelatinosa O núcleo da rafe libera serotonina e encefalinas no corpo dorsal da substância gelatinosa. Os neurônios serotoninérgicos + neurônios encefalinergicos fazem parte do funículo dorso lateral. Antes do estímulo chegar no tálamo, ele já passou pelo núcleo reticular paragigantocelular (NRPG) que estimula o núcleo da rafe. O núcleo da rafe é estimulado pelo PAG e pelo NRPG, ou seja, libera mais serotonina e mais encefalinas. Serotonina Na periferia: é sensibilizadora das terminações e conduz a dor Na via descendente: é ANALGÉSICA, pois quando o PAG é estimulado há a liberação de serotonina do núcleo da Rafe, junto com as encefalinas. Então, temos dois analgésicos até o momento os opióides e a serotonina. Os opióides são divididos em duas famílias: encefalinas e endorfinas. O 3º freio é liberado por um NT analgésico quanto maior for a intensidade do estímulo, maior é liberado noradrenalina do locus ceruleus (LC). Sangue quente (NÃO EXISTE) o que acontece é a grande quantidade de opioides endógenos liberados na circulação sanguinea.