Estado, Sociedade e Políticas Públicas

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

AULA 6 - ATIVIDADE 4 – Procure identificar algumas políticas que se enquadram nos grupos acima e indique se o controle social que atua na política ocorre do Estado/Governo sobre a Sociedade ou no sentido inverso. Argumente a favor de seu enquadramento.
As Políticas Públicas atualmente são, precipuamente, realizadas por organizações civis, tais como as ONGs. Foi uma forma encontrada pela sociedade de se organizar de forma a suprir as demandas reprimidas e alcançar os objetivos pretendidos pelos atores sociais envolvidos nestas demandas.
Um exemplo claro é a SUIPA – Sociedade Internacional de Proteção Animal – tem sede no Rio de Janeiro e realiza um serviço de proteção e assistência animal. Retirando de circulação animais de rua, praticando a esterilização como forma de controle populacional e prestando um serviço de assistência veterinária a preços simbólicos. Serviço esse há muito tempo exigido pela sociedade ao Estado, que de certa forma fica insensível a essa demanda. Parece não ser dada a devida importância por parte dos sucessivos governos a política de proteção e controle populacional dos animais de rua e nem a assistência veterinária popular já encontrada em outros estados da federação.
O governo estadual apenas faz uma campanha anual de vacinação antirrábica, visando tão somente ao controle desta doença, já que a superpopulação de cães e gatos de rua que ele mesmo (o Estado) não controla, facilita a disseminação desta doença.
Portanto, estamos diante de uma política pública cuja origem é a sociedade civil organizada em direção ao Estado que se mostrou ineficiente na solução da demanda pretendida.
Outro exemplo, dessa vez mais afeta ao campo da saúde humana é a APOE Campos - Associação de Proteção e Orientação aos Excepcionais – Organização privada sem fins lucrativos que dá atendimento a crianças e adolescentes com deficiência intelectual ou física, com projetos específicos para cada faixa etária, atendimento por psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais e outros especialistas. Os maiores de 18 anos são contemplados com os projetos de qualificação e inserção no mercado de trabalho em parceria com empresas conveniadas à entidade.
Desta forma, estamos diante de mais uma política deflagrada pela sociedade civil de maneira a desonerar o Estado, numa incumbência na área de saúde e apoio às PCDs – Pessoas Com Deficiência – que seria sua atribuição, em um Estado mais intervencionista.
Outro exemplo, porém na área cultural, cujo fomento por vezes é insuficientemente propiciado pelo Estado, encontra estímulo na iniciativa da própria sociedade, como é o caso da Orquestrando a Vida, organização privada sem fins lucrativos que é uma contrapartida social da Escola de Música Centro de Cultura Musical de Campos, que propicia estudo musical em sua maioria a jovens da periferia campista, onde existe a oportunidade desses jovens aprenderem não só uma forma de expressão cultural ou uma profissão mas, principalmente, tem um refúgio seguro contra a vida nas ruas, participando de orquestras e bandas sinfônicas da cidade.
Mais um caso onde o Estado fica desonerado de uma de suas funções, a iniciativa da própria sociedade é que mobiliza recursos para promover uma função social em direção ao Estado.
Por outro lado, temos as políticas de governo que, embora também se proponham a solucionar e satisfazer as demandas da sociedade, são concebidas, elaboradas implementadas e desenvolvidas pelo próprio ente governamental, seja diretamente ou por delegação política.
Neste caso, podemos citar como exemplo atualíssimo, e gerador de grande polêmica pela própria sociedade, o programa Bolsa Família. Embora originalmente existissem programas sociais no mesmo sentido, de elevar a renda das pessoas pobres, miseráveis e abaixo da linha de pobreza absoluta, o Programa Bolsa Família integrou esses vários programas regionalizados e os concentrou no governo federal, com a chegada do governo atual do PT, primeiro na figura do presidente Luís Inácio da Silva e atualmente com a presidente Dilma Rousseff.
Esse é um claro exemplo de política governamental, onde a decisão política de criação, implementação e controle parte daqueles que integram o poder estatal, no caso a União.
Outro exemplo de política de governo está na facilitação do crédito imobiliário, fomentado pela CEF – Caixa Econômica Federal – onde existia uma demanda muito acentuada pela aquisição da casa própria e que era dificultoso (quase impossível) ao cidadão pobre adquirir seu imóvel próprio, dada sua baixa renda e mesmo a classe média encontrava dificuldade ao pleitear o crédito. Os critérios de acesso ao crédito por essa camada da população foi alterado também pela política implementada pela atual gestão governamental, com a adoção dos programas Minha Casa, Minha Vida, influenciando diretamente no crescimento dos investimentos imobiliários e a consequente absorção de mão-de-obra, impactando positivamente no decréscimo do índice de desemprego, além do mais, esse nicho de mercado propicia uma alta demanda na indústria, seja ela de materiais básicos (commodities) ou manufaturados.
Para complementar, embora não fosse requerido, segue apenas um exemplo de política de Estado, muito bem sucedida, diga-se de passagem, com a criação dos Juizados Especiais, que são uma parte do Poder Judiciário (embora o Poder Judiciário seja indivisível) onde se pretende resolver conflitos de menor valor pecuniário (no caso dos Juizados Especiais Cíveis) ou de Menor Potencial Ofensivo (no caso dos Juizados Especiais Criminais).
Os juizados estaduais foram criados pela Lei 9.099 de 26/09/1995 para dar maior celeridade aos processos e um acesso mais amplo. No mesmo diapasão, foram instituídos os juizados federais pela Lei nº 10.259 de 12/07/2001, também com o mesmo intuito, de propiciar um acesso mais fácil, menos oneroso, mais célere e, portanto, com uma prestação jurisdicional mais eficiente no âmbito federal.
Como se percebe, essa política pode ser considerada de Estado, pois foi criada pelo Congresso Nacional, perfazendo todo o procedimento formal exigido e, portanto, independendo de quem estava no exercício do poder.