Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 1 Introdução ........................................................................................ 01 Tipos de auditoria . ............................................................................. 02 Procedimentos específicos de auditoria contábil (1/2) . ............................ 17 Lista de questões ............................................................................... 30 Bibliografia ........................................................................................ 36 Introdução Prezado Aluno, Bem vindo à sétima aula do Curso Regular de Auditoria Contábil – Teoria e Exercícios. Seguindo o cronograma inicialmente proposto, veremos hoje os seguintes assuntos: • Tipos de auditoria: auditoria de conformidade, auditoria operacional e avaliação de programas de governo; auditoria de sistemas contábeis e financeiros informatizados; auditoria fiscal; e • Procedimentos específicos de auditoria contábil (1/2). Dentro do tópico procedimento específicos de auditoria contábil, hoje falaremos sobre superavaliação e subavaliação; ativos ocultos ou fictícios; passivos ocultos ou fictícios; presunção de omissão de receitas; saldo credor de caixa; suprimentos não-comprovados, diferenças em levantamentos quantitativos por espécie; diferenças em levantamentos econômicos ou financeiros e omissão do registro de pagamentos efetuados. Na próxima aula, veremos a segunda parte desse tópico, onde trataremos dos procedimentos específicos de auditoria dos componentes patrimoniais. Como de costume, colocaremos as questões discutidas durante a aula no final do arquivo, caso você queira tentar resolver as questões antes de ver os comentários. Não esqueça, participe do Fórum de dúvidas, que é um dos diferenciais do Ponto. Lá você poderá tirar suas dúvidas, auxiliar outras pessoas e nos ajudar no aprimoramento dos nossos cursos. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 2 Tipos de auditoria Durante toda a nossa discussão até aqui, focamos sempre a auditoria contábil, cujo objetivo é avaliar as demonstrações contábeis de uma entidade. Contudo, a auditoria tem diversas vertentes e ramificações: auditoria governamental, auditoria operacional, auditoria de gestão, auditoria especial, auditoria de sistemas, auditoria fiscal, auditoria ambiental etc. Vamos, agora, aproveitar a oportunidade para falar um pouco sobre as principais características de diferentes tipos de auditoria e ver como isso pode ser cobrado na sua prova. Auditoria Governamental Antes de definir auditoria governamental, é interessante apresentar para você as EFS e a INTOSAI1. As Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) são as instituições do Estado responsáveis por executar a auditoria governamental. Aqui no Brasil, esse papel é exercido por instituições como o Tribunal de Contas da União (TCU). Essas instituições verificam as demonstrações financeiras, a obediência às normas, regulamentos e buscam salvaguardar ativos de fraudes e desvios de recursos no setor público. Enfim, são os auditores externos e internos dessa grande “empresa” que é o governo. Já a INTOSAI é entidade internacional que congrega as EFS e emite normas e regulamentos que orientam as atividades e procedimentos de auditoria governamental. Dessa forma, segundo a INTOSAI, a auditoria governamental é a atividade independente e objetiva que, através da aplicação de procedimentos específicos, tem a finalidade de emitir opinião sobre a adequação das contas governamentais, assim como apresentar comentários sobre o desempenho organizacional e o resultado dos programas de governo. Veja que, de forma semelhante à auditoria independente das demonstrações contábeis, a auditoria governamental também se caracteriza por uma atuação autônoma (independente) com dois objetivos específicos: • emitir uma opinião sobre a adequação das contas governamentais (=auditoria de regularidade ou auditoria de conformidade); e 1 International Organization of Supreme Audit Institutions Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 3 • avaliar e apresentar recomendações sobre o desempenho das atividades e programas governamentais (=auditoria de desempenho ou auditoria operacional ou auditoria de otimização de recursos) Dessa forma, as auditorias de regularidade objetivam avaliar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão do ente público, certificando-se, por exemplo, que as entidades responsáveis cumpriram sua obrigação de prestar contas, que as decisões administrativas foram tomadas com probidade e que os dispositivos legais e normativos estão sendo seguidos. Já, a auditoria de desempenho preocupa-se em verificar a economia, a eficiência e a eficácia da gestão pública. Portanto, fique atento: a auditoria governamental pode ser de regularidade ou de desempenho e o que as diferencia é o seu escopo. A primeira foca os critérios de legalidade e legitimidade, enquanto que a segunda foca os critérios de economicidade, eficácia, eficiência e efetividade. As EFS devem buscar executar auditorias de conformidade ou de desempenho em todas as organizações públicas, de modo a realizar o exame das Contas de Governo de forma mais efetiva. Segundo a Secretaria Federal de Controle Interno2, a auditoria governamental pode ser classificada em 5 (cinco) tipos: 1. Auditoria de Avaliação da Gestão: objetiva emitir uma opinião com vistas a certificar a regularidade das contas públicas. Compreende, entre outros, aspectos como o exame das peças que instruem os processos de tomada ou prestação de contas; exame da documentação comprobatória dos atos e fatos administrativos; verificação da eficiência dos sistemas de controles administrativo e contábil; verificação do cumprimento da legislação pertinente; e avaliação dos resultados operacionais e da execução dos programas de governo quanto à economicidade, eficiência e eficácia dos mesmos. 2. Auditoria de Acompanhamento da Gestão: realizada ao longo dos processos de gestão, com o objetivo de atuar em tempo real sobre os atos efetivos e os efeitos potenciais positivos e negativos de uma entidade, evidenciando melhorias e economias existentes no processo ou prevenindo gargalos ao desempenho da sua missão institucional. 2 Instrução Normativa no 01 de 06 de abril de 2001, da Secretaria Federal de Controle Interno Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 4 3. Auditoria Contábil: objetiva opinar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações refletem, adequadamente, a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas. Compreende o exame dos registros e documentos e na coleta de informações e confirmações, mediante procedimentos específicos. Tem por objeto, também, verificar a efetividade e a aplicação de recursos externos, oriundos de agentes financeiros e organismos internacionais, por unidades ou entidades públicas executoras de projetos celebrados com aqueles organismos com vistas a emitir opiniãosobre a adequação e fidedignidade das demonstrações financeiras. 4. Auditoria Operacional: consiste em avaliar as ações gerenciais e os procedimentos relacionados ao processo operacional, com a finalidade de emitir uma opinião sobre a gestão quanto aos aspectos da eficiência, eficácia e economicidade, procurando auxiliar a administração na gerência e nos resultados, por meio de recomendações, que visem aprimorar os procedimentos, melhorar os controles e aumentar a responsabilidade gerencial. 5. Auditoria Especial: objetiva o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizadas para atender determinação expressa de autoridade competente. Classificam-se nesse tipo os demais trabalhos auditoriais não inseridos em outras classes de atividades. Ainda, segundo a SFC, a auditoria é executada das seguintes formas: I. Direta – trata-se das atividades de auditoria executadas diretamente por servidores em exercício nos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, sendo subdividas em: a. centralizada – executada exclusivamente por servidores em exercício nos Órgão Central ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. b. descentralizada – executada exclusivamente por servidores em exercício nas unidades regionais ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. c. integrada – executada conjuntamente por servidores em exercício nos Órgãos Central, setoriais, unidades regionais e/ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 5 II. Indireta – trata-se das atividades de auditoria executadas com a participação de servidores não lotados nos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, que desempenham atividades de auditoria em quaisquer instituições da Administração Pública Federal ou entidade privada. a. compartilhada – coordenada pelo Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal com o auxílio de órgãos/instituições públicas ou privada. b. terceirizada – executada por instituições privadas, ou seja, pelas denominadas empresas de auditoria externa. III. Simplificada – trata-se das atividades de auditoria realizadas, por servidores em exercício nos Órgãos Central, setoriais, unidades regionais ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, sobre informações obtidas por meio de exame de processos e por meio eletrônico, específico das unidades ou entidades federais, cujo custo-benefício não justifica o deslocamento de uma equipe para o órgão. Essa forma de execução de auditoria pressupõe a utilização de indicadores de desempenho que fundamentam a opinião do agente executor das ações de controle. Auditoria Operacional Vimos que a auditoria de desempenho (=operacional) procura avaliar a economia, a eficiência, a eficácia e a efetividade da gestão em todos os seus níveis, e tem por objetivo identificar se: • a administração desempenhou suas atividades com economia, de acordo com princípios e práticas administrativas corretas (=economicidade); • os recursos humanos, financeiros e de qualquer outra natureza foram utilizados com eficiência (=eficiência); • há eficácia do desempenho das entidades auditadas em relação ao alcance de seus objetivos (=eficácia); e • avaliar o verdadeiro efeito de suas atividades em comparação com o efeito esperado (=efetividade). Este tipo de procedimento consiste numa atividade de assessoramento ao gestor, com vistas a aprimorar as práticas dos atos e fatos administrativos, sendo desenvolvida de forma tempestiva. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 6 Outra acepção interessante de auditoria operacional é a do Tribunal de Contas da União, que define a Auditoria de Natureza Operacional como a avaliação sistemática dos programas, projetos, atividades e sistemas de gestão, e a divide em duas modalidades: a auditoria de desempenho operacional e a avaliação de programa. O objetivo da auditoria de desempenho operacional é examinar a ação do gestor quanto aos aspectos da economicidade, eficiência e eficácia, enquanto a avaliação de programa busca examinar a efetividade de programas e projetos. A auditoria de desempenho operacional está voltada para o exame da ação administrativa quanto aos aspectos da economicidade, eficiência e eficácia e tem como foco principal os seguintes aspectos: • como os órgãos e entidades adquirem, protegem e utilizam seus recursos; • as causas de práticas antieconômicas e ineficientes; • o cumprimento das metas previstas; e • a obediência aos dispositivos legais aplicáveis aos aspectos da economicidade, eficiência e eficácia da gestão. Portanto, o foco da auditoria de desempenho operacional é o processo de gestão nos seus múltiplos aspectos – de planejamento, de organização, de procedimentos operacionais e de acompanhamento gerencial, inclusive quanto aos seus resultados em termos de metas alcançadas. Já, o objetivo da avaliação de programa é examinar a efetividade dos programas e projetos. Enquanto a auditoria de desempenho operacional verifica, além da eficiência operativa, o grau de cumprimento das metas, comparando metas previstas com metas realizadas, a avaliação de programa busca apurar em que medida as ações implementadas lograram produzir os efeitos pretendidos pela administração. Por exemplo, uma auditoria de desempenho operacional em um programa de nutrição infantil procurará verificar o alcance das metas propostas, sugerindo, eventualmente, o aumento da eficiência do programa mediante uma seleção mais adequada dos beneficiários e uma melhoria dos sistemas de aquisição, distribuição e oferta de alimentos. Contudo, nada dirá sobre se essas correções diminuirão a desnutrição. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 7 Por outro lado, a avaliação de programa procurará estabelecer em que medida o programa consegue melhorar a situação nutricional da população alvo (=relação causa-efeito) – se houve mudanças, a magnitude das mesmas e que segmentos da população-alvo foram afetados. Auditoria das Demonstrações Contábeis Já falamos bastante sobre auditoria contábil, não? A auditoria das demonstrações contábeis, como se pode inferir pelo próprio nome, envolve a obtenção e a avaliação de evidências para emissão de uma opinião sobre a adequação das demonstrações contábeis de uma entidade. Esse tipo de auditoria é fundamental para o correto funcionamento dos mercados de capitais, pois permite que investidores e credores baseiem suas decisões em informações de qualidade, que expressam com clareza a real situação das empresas em termos de direitos, obrigações e procedimentos contábeis adotados. O Conselho Federal de Contabilidade é o responsável pela normatização geral que guia a execução desse tipo de auditoria – emite as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica (NBC TA). As NBC TA’s são escritas no contexto da auditoria de demonstrações contábeis executada por um auditor independente. Contudo, elas devem ser adaptadas conforme necessário às circunstâncias, sendo responsabilidade do auditor garantir o cumprimento de todas as obrigações legais, regulatóriase profissionais devidas. De acordo com a NBC TA 200, o objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. Portanto, a opinião do auditor expressa se as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável, ou seja, em conformidade com as práticas contábeis e com a legislação aplicável à determinada entidade. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 8 Quadro comparativo entre os principais tipos de auditoria Auditoria das Demonstrações Contábeis (Auditoria Financeira) Auditoria de Conformidade (Auditoria de Compliance) Auditoria Operacional (Auditoria de Gestão ou de Desempenho) Emitir uma opinião sobre a adequação das demonstrações contábeis de uma entidade Avaliar se as atividades de uma entidade, sejam elas financeiras ou operacionais, obedecem a regras ou a regulamentos previamente estabelecidos Avaliar a eficiência e a eficácia das atividades operacionais de uma entidade Auditoria Fiscal O termo auditoria fiscal ou tributária é normalmente utilizado para definir as ações de fiscalização tributária desenvolvida pela administração fiscal (Receita Federal, fiscos estaduais e municipais). Nessa acepção, a auditoria fiscal é aquela voltada para a análise do correto cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes. Assim, só pode ser realizada por servidor público empregado no ente tributante, conforme artigo 142 do Código Tributário Nacional: “Compete privativamente a autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor aplicação da penalidade cabível.” Contudo, o seu conceito poderá ser diferente em função da posição do sujeito que executa a auditoria. Se este tipo de auditoria for executada por um auditor externo ou por um auditor interno, a auditoria fiscal é considerada uma parte restrita das auditorias desenvolvidas por aqueles profissionais prestadores de serviços. Nesse caso, tem por objetivo o exame e a avaliação de planejamento tributário e da eficiência e eficácia dos procedimentos e controles adotados para a operação, pagamento e recuperação de impostos, taxas e quaisquer ônus de natureza fisco-tributária que incida nas operações e bens da empresa. Compreende a revisão dos cálculos dos tributos diretos (Imposto sobre a Renda e Contribuição Social) e os indiretos (ICMS, IPI, ISS e outros), e a Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 9 certificação de que os procedimentos adotados pela empresa atendem às legislações vigentes. Os trabalhos executados na área tributária geram recomendações para utilização das melhores alternativas legais para a economia e recuperação de impostos, pagos a mais ou indevidamente. Auditoria de Sistemas Contábeis e Financeiros Informatizados Como a maioria das atividades nas empresas está vinculada direta ou indiretamente ao processamento eletrônico de dados, os sistemas de informação representam os suportes indispensáveis para as estratégias de desenvolvimento e sobrevivência dos negócios e das organizações. O surgimento de novas tecnologias, de novos modelos de negócios e da constante evolução do mercado, contribuiu para que as empresas mantivessem em suas redes de informação aplicações obsoletas, repetidas ou deficientes. Portanto, deve haver uma preocupação constante das empresas em promover a contínua evolução de seus sistemas. É essa complexidade das atividades de uma empresa que leva à criação de auditorias especializadas. Nesse contexto, a auditoria de sistemas avalia o ambiente de processamento de dados para identificar e avaliar os possíveis riscos (erros, falhas, irregularidades, ineficiência etc.) que estejam ocorrendo, ou que possam ocorrer, e faz recomendações para correção e melhoria dos controles internos para diminuição dos riscos levantados. Em suma, Auditoria de Sistemas é o ramo da auditoria que revisa e avalia os controles internos dos sistemas de informação da empresa. A auditoria de sistemas objetiva se certificar, por exemplo, que: • as informações são corretas e oportunas; • existe um processamento adequado das operações; • as informações estão protegidas contra fraudes; • existe proteção das instalações e equipamentos; • existe a proteção contra situações de emergência (paralisação de processamento, perda de arquivos, inundações, incêndios etc.). Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 10 Dessa forma, permite uma ação preventiva e corretiva, para confirmar a veracidade dos registros e a confiabilidade dos comprovantes, dados e informações. Importante destacar que seja qual for o grau de informatização que uma empresa possa ter, o objetivo da auditoria não se altera. Assim, não importa se a escrituração é totalmente manual, mecanizada ou informatizada, a tecnologia de auditoria aplicada é a mesma. A questão está apenas em observar determinados detalhes, em especial, quanto à segurança dos dados. Veja a importância da segurança em um ambiente computadorizado, nesse ambiente, diferentemente de um ambiente em que a escrituração é feita de forma manual, onde uma alteração fraudulenta poderia implicar na rasura do registro, é possível alterar um dado sem deixar rastros, por isso, as fraudes aumentaram, consideravelmente, nas empresas que adotam sistemas computadorizados. O uso de computadores muda o processo de registro de dados, de consulta ou obtenção de informações e arquivos. Os controles internos passam por algumas alterações (o risco de controle é alterado) e os riscos inerentes se acentuam. Dessa forma, muda para o auditor a avaliação do controle interno e especialmente dos riscos referidos (erros que escapam aos controles internos). Assim, antes de elaborar o planejamento de auditoria, o auditor deve conhecer a qualidade do sistema de informação da entidade auditada, tal sondagem visa verificar: a qualidade do hardware (=equipamentos); do software (=programas de computador, tais como: aplicativos, banco de dados, sistemas de gestão etc.); da segurança da informação (física e lógica), das defesas contra ataques (vírus, acesso indevido, hackers etc.); do treinamento das pessoas que utilizam esses sistemas; das redes etc. Para isso, o auditor deve ter um mínimo de conhecimento de informática, dispor de uma equipe que bem conheça a execução de tarefas por computador e até, conforme o caso, contratar especialistas de maior nível. Vamos ver algumas questões sobre esse assunto: 01. (ESAF/APOFP – SEFAZ SP/2009) Sobre a auditoria de natureza operacional, é correto afirmar: (A) tem por objetivo certificar as contas do gestor público, apurando eventuais responsabilidades. Auditoria Regular – Teoria eExercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 11 (B) é realizada, tão somente, com base na verificação das demonstrações contábeis. (C) compreende duas modalidades: auditoria de desempenho operacional e avaliação de programas. (D) no âmbito da administração indireta, só pode ser realizada por auditores independentes contratados mediante licitação. (E) é aplicável, apenas, no âmbito da administração direta. Resolução: Vamos analisar item a item: Item A - O objetivo da auditoria operacional não é certificar as contas do gestor público (essa seria a auditoria de avaliação de gestão), mas avaliar o desempenho da administração pública por meio de critérios de economicidade, eficiência, eficácia e efetividade. Item B - A auditoria operacional vai bem além da mera verificação das demonstrações contábeis e, como vimos, avalia o resultado finalístico da gestão. Item C - Perfeito! Vimos que a auditoria operacional pode ser classificada em de desempenho e de avaliação de programas. Item D - Está errado. O TCU e a CGU realizam esse tipo de auditoria tanto na administração direta quanto na administração indireta. Item E - Errado, conforme explicado no item anterior. Logo, o gabarito é o item C. 02. (FAURGS/AFTE – SEFAZ RS/2006) É correto afirmar que a auditoria que incide em todos os níveis de gestão sob o ponto de vista da economia, eficiência e eficácia, nas suas fases de execução e supervisão é a (A) auditoria administrativa. (B) auditoria operacional. (C) auditoria interna. (D) auditoria contábil. (E) auditoria integrada. Resolução: Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 12 Vimos que a auditoria de desempenho (=operacional) procura avaliar a economia, a eficiência, a eficácia e a efetividade da gestão em todos os seus níveis. Logo, o gabarito da questão é o item B. Fique atento para esse tipo de auditoria e suas características, pois a grande maioria das questões sobre o assunto são relacionadas a ela. 03. (FCC/ Analista - Área Pericial: Contabilidade – MPU/2007) O tipo de auditoria cujo objetivo é evidenciar melhorias e economias existentes nos atos efetivos praticados pelos administradores públicos ao gerir uma unidade orçamentária e, ao mesmo tempo, prevenir gargalos que a impeçam de desempenhar adequadamente sua missão institucional é denominado auditoria (A) Operacional. (B) Especial. (C) de Avaliação de Gestão. (D) Contábil. (E) de Acompanhamento de Gestão. Resolução: Nesse caso, trata-se de auditoria de acompanhamento da gestão. Lembre que essa auditoria caracteriza-se pelo caráter concomitante da sua execução com o procedimento auditado e tem como objetivo atuar em tempo real sobre os atos efetivos, evidenciando melhorias e economias existentes no processo ou prevenindo gargalos ao desempenho da sua missão institucional. O gabarito é, portanto, item E. 04. (FCC/ Analista - Área Pericial: Contabilidade – MPU/2007) Os indicadores de gestão do Sistema de Controle Interno da União são informações obtidas com a aplicação de fórmulas que fornecem indícios de eficiência, eficácia, legalidade e economicidade de como são conduzidas as operações. A eficácia pode ser definida como (A) a aderência dos atos e fatos de gestão praticados aos normativos legais e técnicos que os regem. (B) a variação positiva da relação custo/benefício, na qual se busca a otimização dos resultados com a escolha dos menores custos em relação aos maiores benefícios. (C) o grau de cumprimento das metas fixadas para um determinado objeto de uma ação em relação ao previsto, em um determinado período. (D) a medida da relação entre os recursos efetivamente utilizados para a realização de uma meta, frente a padrões estabelecidos. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 13 (E) a capacidade de registrar, fornecer e manter adequadamente os dados, informações e a memória de cálculo utilizados na geração dos próprios indicadores. Resolução: Essa questão aborda definições como legalidade, eficiência, e eficácia. Esses critérios são muito utilizados em questões de auditoria de regularidade e operacional. Vejamos cada um dos itens: Item A: a aderência dos atos e fatos de gestão praticados aos normativos legais e técnicos que os regem (=legalidade). Item B: a variação positiva da relação custo/benefício, na qual se busca a otimização dos resultados com a escolha dos menores custos em relação aos maiores benefícios. (=eficiência). Item C: o grau de cumprimento das metas fixadas para um determinado objeto de uma ação em relação ao previsto, em um determinado período (=eficácia). Item D: a medida da relação entre os recursos efetivamente utilizados para a realização de uma meta, frente a padrões estabelecidos. (=eficiência) Item E: a capacidade de registrar, fornecer e manter adequadamente os dados, informações e a memória de cálculo utilizados na geração dos próprios indicadores. (=registros adequados) Logo, a resposta correta é o item C. 05. (UnB/CESPE - TCE/RN Inspetor de Controle Externo, Especialidade: Administração, Contabilidade, Direito ou Economia - 2009) – A auditoria governamental visa estabelecer a melhoria e a homogeneização dos procedimentos administrativos e dos controles internos das unidades da administração direta e indireta, daí resultando a padronização dos processos de licitação e dos contratos firmados com entidades privadas. Resolução: Vimos que o objetivo da auditoria governamental não é o proposto pelo enunciado. A finalidade da auditoria governamental é avaliar a gestão e a aplicação de recursos públicos visando sua adequação aos aspectos de legalidade e legitimidade, bem como os critérios de economicidade, eficácia, eficiência e efetividade. Portanto, questão incorreta. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 14 06. (UnB/CESPE/TCE – AC Analista de Controle Externo – Especialidade: Administração Pública e/ou de Empresas/2008) Assinale a opção correta acerca dos tipos de auditoria e de suas funções e objetivos. A) A auditoria de avaliação de gestão é responsável por certificar a regularidade das contas e verificar os contratos, com o objetivo de controlar e emitir opinião sobre as transações no que diz respeito à sua economicidade e eficiência. B) A auditoria de acompanhamento da gestão é responsável por avaliar a gestão do ano imediatamente anterior quanto aos atos efetivos e os potenciais efeitos positivos e negativos de uma entidade, com o objetivo de subsidiar a gestão subseqüente. C) A auditoria operacional é responsável por verificar o processo de gestão com o objetivo de evidenciar as melhorias existentes e prevenir gargalos no desempenho da missão institucional. D) A auditoria contábil é responsável por verificar a efetiva aplicação de recursos externos oriundos de agentes financeiros por entidades públicas executoras de projetos celebrados com esses agentes, com a finalidade de emitir opinião sobre a adequação e fidedignidade das demonstrações financeiras. E) A auditoria especial é responsável por examinar somente fatos relevantes, com o objetivo de atender determinação expressa de autoridade competente. Resolução: Vamos resolver essa questão item a item: A) A auditoria de avaliação de gestão é responsável porcertificar a regularidade das contas e verificar os contratos, com o objetivo de controlar e emitir opinião sobre as transações no que diz respeito à sua economicidade e eficiência. A primeira parte do enunciado dessa assertiva está correta, mas a auditoria de avaliação de gestão não tem por objetivo controlar as transações, mesmo porque elas já foram realizadas. B) A auditoria de acompanhamento da gestão é responsável por avaliar a gestão do ano imediatamente anterior quanto aos atos efetivos e os potenciais efeitos positivos e negativos de uma entidade, com o objetivo de subsidiar a gestão subsequente. Vimos que a auditoria de acompanhamento da gestão é realizada ao longo dos processos de gestão, com o objetivo de atuar em tempo real e não no ano imediatamente anterior como afirma o enunciado. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 15 C) A auditoria operacional é responsável por verificar o processo de gestão com o objetivo de evidenciar as melhorias existentes e prevenir gargalos no desempenho da missão institucional. A finalidade da auditoria operacional é emitir uma opinião sobre a gestão quanto aos aspectos da eficiência, eficácia e economicidade, e não evidenciar as melhorias existentes. D) A auditoria contábil é responsável por verificar a efetiva aplicação de recursos externos oriundos de agentes financeiros por entidades públicas executoras de projetos celebrados com esses agentes, com a finalidade de emitir opinião sobre a adequação e fidedignidade das demonstrações financeiras. Item correto. Vimos que essa é uma das finalidades da auditoria contábil. E) A auditoria especial é responsável por examinar somente fatos relevantes, com o objetivo de atender determinação expressa de autoridade competente. A questão está errada, pois além de relevantes os fatos ou situações têm que ter natureza incomum ou extraordinária. 07. (UnB/CESPE/PMT - Agente Fiscal de Tributos Municipais/2008) - A auditoria contábil utiliza técnicas e procedimentos que permitem atestar a veracidade e a adequação dos registros e demonstrações, mas não se restringe à escrituração da entidade objeto dos trabalhos da auditoria. Resolução: O enunciado nos traz o objetivo da auditoria contábil que é a emissão de uma opinião sobre a adequação das demonstrações de uma entidade. A segunda parte do enunciado também está correta, a auditoria contábil não se restringe aos registros da entidade, uma vez que se utiliza de procedimentos que envolvem confirmações externas com clientes, fornecedores, partes relacionadas etc. 08. (UnB/CESPE/TCU - ACE – Área e Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria Governamental/2007) - Considere-se que, em cumprimento a decisão do TCU, tenha sido elaborado relatório de auditoria na área de licitações e contratos de determinado tribunal e tenham sido constatadas as seguintes falhas na condução de procedimentos licitatórios: edital de licitação com imposições restritivas à competição; prévio cadastramento de licitantes no sistema integrado de cadastramento unificado de fornecedores; exigências, durante a fase de habilitação de licitantes, de documentos não-previstos em lei específica; falta de critério de aceitabilidade Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 16 dos preços unitário e global. Nesse caso, a situação descrita caracteriza uma auditoria operacional. Resolução: Trata-se de uma auditoria de conformidade e não operacional, que buscou avaliar a legalidade e legitimidade dos atos de gestão realizados no referido processo licitatório. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 17 Procedimentos específicos de auditoria contábil (1/2) Superavaliação e Subavaliação Você já sabe que o auditor utiliza procedimentos substantivos para a obtenção de evidências quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade. Dessa forma, verifica se as transações e saldos registrados nas demonstrações retratam corretamente os fatos contábeis, de acordo com as normas contábeis vigentes no país. Ora, muito provavelmente, a primeira coisa que nos vem à cabeça é querer saber se os valores estão corretos, exatos. O auditor deve saber que o saldo de uma conta do balanço patrimonial (BP) ou da demonstração do resultado do exercício (DRE) pode estar errado para mais (superavaliação) ou para menos (subavaliação). Devido a esse risco, as contas da contabilidade, por intermédio dos procedimentos substantivos, devem ser testadas nesses dois sentidos, ou seja, para mais ou para menos. Segundo a doutrina, a experiência tem demonstrado que é mais prático dirigir os testes principais de superavaliação para as contas devedoras (normalmente, as contas do ativo e despesas) e os de subavaliação para as contas credoras (geralmente, contas do passivo e receitas). Você, nessa altura do campeonato, já está craque em contabilidade e deve saber que os fatos contábeis são registrados por meio das partidas dobradas, assim, quando se testam as contas devedoras para superavaliação, as contas credoras também estão sendo testadas indiretamente nessa mesma direção. Por exemplo, se durante o exame das demonstrações contábeis de uma empresa, para o ano findo em 31-12-20X0, o auditor descobre que as despesas de pessoal estão superavaliadas, em função de os salários do mês de janeiro de 20X1 terem sido provisionados indevidamente em 20X0, é evidente que a conta credora de salários a pagar, classificada no passivo circulante, também está superavaliada. Da mesma forma, quando se testam as contas credoras para subavaliação, as contas devedoras estão sendo testadas secundariamente nessa mesma direção. Por exemplo, por ocasião da auditoria da conta credora de fornecedores a pagar (testado para subavaliação), o auditor descobre que uma fatura de compra de matéria-prima não foi registrada na contabilidade; Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 18 consequentemente, as contas de fornecedores a pagar e matéria-prima (conta devedora classificada no grupo de estoque do ativo circulante está subavaliada). Vamos ver outros exemplos: a) Teste principal para superavaliação do ativo e teste secundário para superavaliação de receita: Na auditoria da conta duplicatas a receber (ativo circulante), o auditor constatou que uma venda realizada em 20X1 foi contabilizada em 20X0. Como consequência, a conta de duplicatas a receber (teste principal) e a conta de receita bruta na venda de bens (teste secundário) estavam superavaliadas. b) Teste principal para subavaliação do passivo e teste secundário para subavaliação do ativo: Na auditoria da conta de fornecedores a pagar (passivo circulante), o auditor notou que uma nota fiscal de competência de 20X0, referente à compra de uma máquina, foi registrada somente na ocasião de seu efetivo pagamento em 20X1. Por conseguinte, a conta de fornecedores a pagar (teste principal) e a conta de máquinas do ativo imobilizado (teste secundário) estavam subavaliadas. Contudo, esse não é o único tipo de impropriedade que é possível encontrar. Existe também a possibilidade de uma conta devedora estar superavaliada causando a subavaliaçãode outra conta devedora. Isso ocorre, por exemplo, quando o lançamento contábil é feito na conta errada. De forma análoga, o mesmo pode acontecer para contas credoras. Por exemplo, o auditor pode constatar que os imóveis de propriedade da entidade foram registrados na conta Investimentos, quando o correto seria no Imobilizado. Como consequência a conta devedora Investimentos está superavaliada e a conta devedora Imobilizado está subavaliada. Vejamos mais alguns exemplos: a) Teste principal para superavaliação do ativo e teste secundário para subavaliação da despesa: Na auditoria da conta de máquinas e equipamentos (ativo imobilizado), o auditor verificou que foram debitadas no ativo peças de reposição, que, de acordo com os princípios contábeis, deveriam ser registradas como despesas. Portanto, a conta máquinas e equipamentos (teste principal) está superavaliada e o grupo de despesas (teste secundário) subavaliado. b) Teste principal para subavaliação do passivo e teste secundário para superavaliação do passivo: No exame da conta empréstimos a pagar, o auditor constatou que um financiamento foi registrado indevidamente na conta fornecedores a pagar. Portanto, a conta de empréstimos a Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 19 pagar (teste principal) estava subavaliada e a conta fornecedores a pagar (teste secundário) estava superavaliada. Bom, vamos ver algumas questões sobre esse assunto: 09. (FGV/SEFAZ RJ - Fiscal de Rendas/2009) - O contador da Cia. Quartzo Rosa incorreu em um erro no reconhecimento da apropriação da receita de juros sobre o investimento em debêntures, deixando de contabilizar a receita de juros no ano corrente. Antes que qualquer ajuste seja efetuado, esse erro gera o seguinte efeito no patrimônio da empresa: (A) subavalição do ativo, do lucro líquido e do patrimônio líquido. (B) subavaliação do passivo, do patrimônio líquido e do lucro líquido. (C) superavaliação do ativo, do lucro líquido e do patrimônio líquido. (D) superavaliação do passivo, do patrimônio líquido e do lucro líquido. (E) subavaliação do ativo e do resultado e superavaliação do patrimônio líquido. Resolução: Segundo o enunciado não foi feita a apropriação da receita de juros sobre investimentos em debêntures. Desta forma, a conta “Juros a Receber” (Ativo) está subavaliada, bem como sua contrapartida, a conta “Receita Financeira” (Resultado). Dessa forma, a falta desse lançamento terá como efeito um resultado do período subavaliado (ou um lucro líquido menor ou um prejuízo maior), e, por conseguinte, um patrimônio líquido subavaliado (menor) e um ativo total também subavaliado (menor). Portanto, o gabarito da questão é a letra A. 10. (ESAF/AFRFB/2009) - A empresa Parcial S.A. realizou o estorno da Reserva de Reavaliação, conforme permissibilidade estabelecida pela Lei n. 11.638/2007. No entanto, o contador não realizou o estorno dos impostos pertinentes à reavaliação. Dessa forma pode-se afirmar que: a) a conta de reserva de reavaliação está superavaliada. b) a conta de investimento reavaliação está adequada. c) a conta de imposto de renda diferido está superavaliada. d) a conta de lucros acumulados está superavaliada. e) a conta de resultado do exercício está subavaliada. Resolução: Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 20 Segundo o art. 6º da Lei nº 11.638/07, os saldos existentes nas reservas de reavaliação deverão ser mantidos até a sua efetiva realização ou estornados até o final do exercício social de 2008 (exercício seguinte à publicação da Lei). Nesse caso, o enunciado informa que os impostos não foram estornados. Sobre o valor da reavaliação incide o Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ, referido imposto no momento da contabilização da reavaliação é lançado na conta “imposto de renda diferido”, pois, só será transferido para a despesa na medida da realização da reserva. Como referido imposto não foi revertido no momento do estorno da reavaliação, a conta “imposto de renda diferido” está maior do que deveria ser, ou seja, o saldo da conta está superavaliado. Gabarito da questão: Letra C. 11. (ESAF/AFRFB/2009) - A empresa de prestação de serviços NBA Informática S.A. tem seus processos integrados sistemicamente. A folha de salários é integrada à contabilidade mensalmente. No mês de julho de 2009, não foi feita a parametrização no sistema, para contabilização de uma nova verba de horas extras a pagar, de 100% de acréscimo. A folha de pagamentos apresentava remuneração de R$ 20.000,00 nessa verba. Dessa forma, pode-se afirmar que: a) o passivo está superavaliado e o resultado está subavaliado. b) o ativo está subavaliado e o passivo está superavaliado. c) o passivo está subavaliado e o resultado está subavaliado. d) os saldos estão adequados sem subavaliação ou superavaliação. e) o passivo está superavaliado e o resultado está superavaliado. Resolução: Sabemos que devido ao fato de as transações na contabilidade serem registradas pelo sistema de partidas dobradas, quando se testam as contas devedoras para a superavaliação, as contas credoras também estão sendo testadas, indiretamente, na mesma direção. O mesmo ocorre nos testes para subavaliação. O enunciado da questão nos informa, resumidamente, que não foi feito o lançamento das horas extras referentes ao período, assim: A conta credora “horas extras a pagar” (conta do passivo) está subavaliada; por conseguinte, sua contrapartida, a conta devedora “despesas com horas extras” (conta de resultado) também está subavaliada. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 21 Porém, o gabarito, letra C, afirma que o resultado está subavaliado, o que não é verdade, o que está subavaliado, como vimos, é o saldo da conta de resultado: “despesas com horas extras”. Ao contrário do que afirma a letra inicialmente apontada como gabarito da questão, o resultado do período, em virtude da não contabilização das despesas com horas extras, está superavaliado, ou seja, está maior do que o devido. Portanto, a questão não tem resposta correta, e foi corretamente anulada pela ESAF. Gabarito da questão: Anulada. 12. (FCC – SEFAZ/SP - Agente Fiscal de Rendas – 2009) - O auditor externo está realizando auditoria em uma empresa do setor industrial, na área de ativo imobilizado. Ao analisar os parâmetros do sistema de cálculo da depreciação da conta Móveis e Utensílios do Escritório Administrativo, constata que a taxa de depreciação, que deveria ser de 5% ao ano, foi cadastrada como 10% ao ano. Dessa forma, o auditor pode concluir que a) a conta de Estoque de Produtos Acabados, no período, está subavaliada. b) a conta de Depreciação Acumulada, no período, está subavaliada. c) a Despesa de Depreciação, no período, está superavaliada. d) a Depreciação Acumulada está com o saldo acumulado correto. e) o Custo das Mercadorias Vendidas está superavaliado. Resolução: Por fim, para encerrar esse assunto vamos resolver uma questão da FCC. Para resolvê-la precisamos, além dos conhecimentos de auditoria, alguns conhecimentos contábeis. O enunciado fala que a empresa contabilizou erroneamente a depreciação da conta “Móveis e Utensílios do Escritório Administrativo”, com essa informação já eliminamos as assertivas A e E, pois essa conta, por se tratar de “despesa administrativa” não influencia nemestoque de produtos acabados nem o custo de mercadorias vendidas. O enunciado fala, ainda, que a taxa foi lançada a maior, ou seja, aumentou o valor da depreciação, portanto, as assertivas B e D estão erradas, uma vez que, o valor da depreciação acumulada aumentou (=superavaliação). Só sobrou a assertiva C, realmente o valor com despesa de depreciação no período foi lançado à maior, ou seja, houve uma superavaliação da conta depreciação acumulada e da conta de despesa de depreciação. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 22 Ativos Ocultos ou Fictícios; Passivos Ocultos ou Fictícios Durante a aplicação dos testes substantivos (procedimentos substantivos), um tipo específico de impropriedade que pode ser constatado, estamos falando de ativos e passivos, ocultos ou fictícios. Dizemos que há um Ativo Fictício quando se constatam bens e direitos que somente existem no Balanço Patrimonial, mas de fato não constam no patrimônio da empresa. Em outras palavras, é algo que não existe (=fictício). De forma análoga, definimos Passivo Fictício como obrigações que somente constam nas demonstrações, mas de fato não existem ou já foram quitadas. Por outro lado, a situação inversa pode ocorrer: direitos e obrigações que de fato existem não são registrados na contabilidade da empresa. Nesse caso, temos, respectivamente, Ativos Ocultos e Passivos Ocultos. Agora, perguntamos para você: existe alguma relação entre essas definições e os testes de superavaliação e subavaliação? Parece que sim, não é mesmo? Ora, quando estamos diante de Ativos e Passivos Fictícios, lidamos com direitos e obrigações que estão presentes nas demonstrações contábeis, mas que não existem, inflacionando o valor dessas contas (=contas superavaliadas). Já quando nos deparamos com Ativos e Passivos Ocultos, estamos diante de direitos e obrigações que existem, mas não foram registrados nas demonstrações contábeis, diminuindo o real valor dessas contas (= contas subavaliadas). Vejamos um quadro que resume toda nossa discussão: Ativo Fictício Bens e direitos que somente existem no Balanço Patrimonial, mas de fato não constam no patrimônio da empresa. superavaliação Ativo Oculto Bens e direitos que existem de fato e não são apresentados no Balanço Patrimonial. subavaliação Passivo Fictício São as obrigações que somente constam nas demonstrações, mas de fato não existem ou já foram quitadas. superavaliação Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 23 Passivo Oculto São obrigações que existem e não estão contabilizadas nas demonstrações. subavaliação Vamos ver como isso pode ser cobrado: 13. (ESAF – SEFIN/Natal – Auditor de Tributos Municipais - 2008) - O auditor fiscal, ao avaliar o extrato bancário da conta, pela qual a empresa realiza suas cobranças, constata que o volume de recursos existentes nessa conta, somados às cobranças em aberto, superam em 20% o total do faturamento do mês contabilizado na conta de vendas. Com essa informação pode o auditor concluir que: a) o saldo da conta caixa se encontra negativo. b) existem ativos ocultos na empresa. c) existe evidência de suprimentos não comprovados. d) existe omissão de pagamentos efetuados pela empresa. e) os registros estão adequados, sendo necessário somente conciliar as contas. Resolução: Item A: errado. A questão nada fala sobre a conta Caixa e não temos nenhum elemento para afirma que se encontra com saldo credor. Item B: correto. Vamos analisar o que está acontecendo… Há mais ativos ($$ em conta + cobranças em aberto) do que aqueles registrados (faturamento contabilizado no mês). Enfim, há ativos não registrados (=ocultos). Item C: errado. Esse item poderia causar certa confusão. Realmente, quando nos deparamos com uma situação em que há mais recursos em caixa do que os registrados, pode ser um indício de falta de origem para justificar os suprimentos de disponíveis (caixa, bancos etc.). É o famoso “caixa dois”. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 24 Contudo, caro concursando, a situação descrita é um indício e não uma evidência. Pois a existência de ativos ocultos pode ser dar por outros motivos diferentes do “caixa dois”, como um simples erro de escrituração. Item D: errado. Os pagamentos efetuados pela empresa não influenciam os saldos de Contas a Receber e de Conta Banco específica para recebimento de clientes. Item E: errado. Esse item é bem mais fácil de eliminar, não é? Os registros não estão adequados. 14. (ESAF – SEFIN/Natal – Auditor de Tributos Municipais - 2008) - A empresa Séria Ltda. está adquirindo terreno para construção de sua sede. No processo de aquisição, em decorrência do terreno localizar-se em área ocupada por empresa que produzia produtos poluentes, solicitou que fossem feitos exames do solo, os quais evidenciaram a contaminação. O valor estimado da multa ambiental para esse tipo de contaminação é de R$ 2.000.000,00. Não foram encontrados registros de provisões ou reservas para o fato, evidenciando para o auditor um: a) ativo fictício. b) ativo oculto. c) passivo fictício. d) passivo oculto. e) omissão de receita. Resolução: Dado o que já vimos, ficou fácil responder essa questão, não é mesmo? A historinha do enunciado nos conta que existe um passivo que não foi reconhecido nas demonstrações contábeis, portanto, trata-se de um passivo oculto. Gabarito, letra D. Presunção de omissão de receitas, saldo credor de caixa, suprimentos não-comprovados, diferenças em levantamentos quantitativos por espécie, diferenças em levantamentos econômicos ou financeiros, omissão do registro de pagamentos efetuados. Vamos tratar agora do tópico “omissão de receitas” e sua presunção baseada no saldo credor de caixa, nos suprimentos não-comprovados, em diferenças de Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 25 levantamentos quantitativos, econômicos ou financeiros e na omissão de pagamentos efetuados. A omissão de receitas representa a falta da escrituração contábil de créditos da empresa, mais popularmente conhecido como “caixa 2”. Assim, por exemplo, a venda de produtos ou a prestação de serviços sem a respectiva emissão da nota fiscal ou, ainda, a sua emissão por um valor menor que o real (subfaturamento) representa uma entrada de numerário no caixa que fica a margem da contabilidade. Não é preciso se esforçar para perceber que a intenção por detrás da omissão de receitas é burlar o pagamento de impostos, assim, a presunção de omissão de receitas encontra-se disciplinada no Regulamento do Imposto de Renda (RIR - Decreto nº 3.000/99). O legislador caracterizou a presunção legal de omissão de receitas, ressalvada ao contribuinte a prova da improcedência (=direito de defesa), quando for detectada a ocorrência de uma das três hipóteses a seguir: Indicação na escrituração de saldo credor de caixa (procedimento: auditoria do caixa); Falta de escrituração de pagamentos efetuados (procedimento: auditoria de compras); e Manutenção no passivo de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja comprovada (procedimento: auditoriado passivo). Indício e Presunção Por indício entende-se o fato ou parte de um fato certo que se liga a outro fato que se quer provar. É um sinal, um vestígio, uma pista que aponta na direção da situação investigada. Já na presunção o que importa é o resultado do raciocínio lógico, baseado em fato conhecido (indício), no qual se busca deduzir a presumível ocorrência de um outro fato, este desconhecido. Desta forma, assume-se como verdade válida em todos os casos o fato considerado verdadeiro na grande maioria das situações semelhantes. Saldo credor de caixa Na qualidade de conta contábil representada no lado ativo do balanço patrimonial, caracterizando o numerário disponível na empresa para utilização Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 26 imediata, o Caixa deve se apresentar, sempre, com saldo devedor ou, na pior das hipóteses, saldo nulo. Situação normal das contas no BP (salvo as contas retificadoras): Ativo Passivo Saldo Devedor Saldo Credor Patrimônio Líquido Saldo Credor Jamais, em situações normais, a conta caixa deverá apresentar saldo credor, pois, tal situação indica a realização de pagamentos em montante superior ao disponível para tanto. Caso isso ocorra, sem que haja uma falha contábil que justifique tal procedimento, está caracterizada a utilização de numerário não contabilizado, ou seja, a omissão de receita. O saldo credor de caixa ou “estouro de caixa”, portanto, indica que essa conta encontra-se com saldo anormal, atípico à sua natureza. Suprimentos de Caixa O procedimento comumente adotado para promover o ingresso de recursos financeiros no caixa da empresa tem origem no ciclo de operações vinculadas ao seu objeto social (tais como vendas e recebimentos de duplicatas, por exemplo). Nos casos em que tais recursos mostram-se insuficientes para honrar as operações, torna-se necessário obter capital de fontes externas, o que pode ser realizado junto a estabelecimentos de crédito (contratos de financiamento, desconto de duplicatas, entre outras) ou mesmo junto aos proprietários ou administradores da empresa, por intermédio de operações de empréstimos ou aumento de capital. Convém ressaltar que em princípio, não há ilegalidade em se obter recursos junto aos sócios e proprietários de empresas, em operações com o objetivo de aporte de recursos ou “suprimento de caixa”. O que pode comprometer a lisura da operação é a falta de comprovação de seu efetivo ingresso na empresa ou da capacidade econômica de receita anteriormente obtida. Então, o suprimento não-comprovado caracteriza-se como o ingresso de numerário oriundo do “caixa 2” devido à insuficiência do caixa oficial, utilizando-se como contrapartida contábil uma operação fictícia, não comprovada, como por exemplo, aumento de capital ou empréstimo a pagar. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 27 O auditor quando for analisar os suprimentos de caixa deve verificar se: o empréstimo efetivado por pessoa jurídica se encontra devidamente contabilizado na empresa que o procedeu; e a pessoa física que procedeu o empréstimo possuía capacidade financeira ou dispunha de recursos suficientes para tanto. O RIR dispõe que provada à omissão de receita, por indícios na escrituração do contribuinte ou qualquer outro elemento de prova, a autoridade tributária poderá arbitrá-la (=presumir um valor) com base no valor dos recursos de caixa fornecidos à empresa por administradores, sócios da sociedade não anônima, titular da empresa individual, ou pelo acionista controlador da companhia, se a efetividade da entrega e a origem dos recursos não forem comprovadamente demonstradas. Falta de Emissão de Nota Fiscal A falta de emissão de documento idôneo, no momento da efetivação das operações de venda de mercadorias, prestação de serviços, operações de alienação de bens móveis, locação de bens móveis e imóveis ou quaisquer outras transações realizadas com bens ou serviços, bem como a sua emissão com valor inferior ao da operação, caracteriza omissão de receita ou de rendimentos. Levantamento Quantitativo por Espécie A omissão de receita poderá, também, ser determinada a partir de levantamento por espécie de quantidade de matérias-primas e produtos intermediários utilizados no processo produtivo da pessoa jurídica. Para apurar as diferenças em levantamentos quantitativos por espécie, positiva ou negativa, faz-se a comparação entre a soma das quantidades de produtos em estoque no início do período + a quantidade de produtos fabricados com as matérias-primas e produtos intermediários utilizados, e a soma das quantidades de produtos cuja venda houver sido registrada na escrituração contábil da empresa com as quantidades em estoque, no final do período de apuração, constantes do Livro de Inventário. Considera-se receita omitida, neste caso, o valor resultante da multiplicação das diferenças de quantidade de produtos ou de matérias-primas e produtos intermediários pelos respectivos preços médios de venda ou de compra, conforme o caso, em cada período de apuração abrangido pelo levantamento. Levantamentos econômicos ou financeiros Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 28 A legislação também considera omissão de receita as diferenças encontradas em levantamentos econômicos ou financeiros, caracterizadas como os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa jurídica não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Para efeitos tributários o valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo do imposto a que estiverem sujeitos, submeter-se-ão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualmente, observado que não serão considerados os decorrentes de transferência de outras contas da própria pessoa jurídica. Falta de Escrituração de Pagamentos No grupo de valores a pagar encontram-se os valores representativos das contas a pagar, registrados no grupo passivo do balanço patrimonial, cujas contas mais comuns são denominadas: Duplicatas a Pagar, Contas a Pagar, Empréstimos a Pagar, Impostos a Pagar, Salários a Pagar e outras. Caracterizam-se por meio dessas contas os denominados débitos de funcionamento e de financiamento. Por débitos de funcionamento consideram-se as operações normais relativas ao objeto social da empresa sendo identificados pelas Duplicatas a Pagar representados contabilmente pela Conta Fornecedores, já os débitos de financiamentos são identificados pelos empréstimos bancários representadas pelas Promissórias a Pagar e Contratos de Financiamentos. Ocorre a falta da escrituração quando a empresa registra uma dívida como a pagar na contabilidade, quando, na verdade, já foi paga. A dívida paga, portanto, consta no Passivo Circulante, caracterizando o denominado Passivo Fictício que já estudamos. Assim, a falta de escrituração de pagamentos efetuados pela pessoajurídica, assim como a manutenção, no passivo, de obrigações cuja exigibilidade não seja comprovada, caracterizam, também, omissão de receita. Vamos analisar algumas questões sobre esse assunto: Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 29 15. (FGV/TCM RJ – Auditor/2008) - Durante a aplicação dos procedimentos atinentes à espécie, o auditor detectou, com base nos documentos contábeis, que em determinado dia a conta “caixa” da entidade apresentava saldo contábil credor. Em relação a esse fato, assinale a melhor explicação. a) Trata-se de ativo fictício, uma vez que há valores registrados que, de fato, inexistem. b) Trata-se de passivo oculto, tendo em vista que dívidas contratadas foram registradas erroneamente no passível exigível a longo prazo. c) Corresponde a “estouro de caixa”, situação decorrente, por exemplo, de receitas recebidas, mas não contabilizadas. d) Corresponde a “estouro de caixa”, decorrente, por exemplo, de mercadorias adquiridas e pagas, mas não contabilizadas. e) Corresponde ao que culturalmente chamamos de “caixa 2”, prát- ica sabidamente conhecida e permitida pela legislação. Resolução: Vimos que a situação em que o caixa apresenta um saldo contábil credor é conhecida como “estouro de caixa” e ocorre quando sai mais dinheiro do caixa do que entra (na contabilidade, não fisicamente). O recebimento de receitas sem a devida contabilização pode ser uma das causas, pois o dinheiro existe fisicamente e quando é feito o pagamento, e este é contabilizado, o saldo passa a ser credor. Portanto, o gabarito é a letra C. 16. (ESAF/ 2001/ Auditor do Tesouro Municipal - Prefeitura de Natal – RN) - No encerramento do exercício social, o balanço patrimonial apresentava a rubrica contábil “Caixa” com saldo credor. Indique a opção que pode justificar essa situação. a) pagamentos a fornecedores não contabilizados b) empréstimos concedidos não contabilizados c) recebimentos de numerários não contabilizados d) adiantamentos recebidos de clientes e) compras a prazo canceladas O enunciado nos diz que a conta caixa apresentava saldo credor, então, foram feitos mais pagamentos do que recebimentos, ou seja, houve mais saídas contabilizadas de dinheiro do que entradas contabilizadas de dinheiro. Faltou a origem dos recursos utilizados. Vamos analisar as opções: Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 30 Item A – errado. Pagamentos feitos e não contabilizados geram efeito contrário ao disposto no enunciado, ou seja, o saldo ficaria devedor (a maior) e não credor. Item B – errado. É a mesma situação do item A, uma saída de caixa não contabilizada, deixa o saldo devedor maior do que deveria ser. Item C – certo. A entrada de numerário sem a devida contabilização e a posterior saída contabilizada causa o saldo credor no caixa, ou seja, saiu mais dinheiro do caixa do que entrou. Item D – errado. Pagamento antecipado de clientes contabilizados são operações normais e desde que regularmente contabilizados não causam saldo credor. Item E – errado. Compras a prazo canceladas, além de serem operações normais, não afetam a conta caixa. Bom... nossa aula termina por aqui. A gente se vê na próxima semana. Forte abraço, e Fernando Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 31 Lista de Questões 01. (ESAF/APOFP – SEFAZ SP/2009) Sobre a auditoria de natureza operacional, é correto afirmar: (A) tem por objetivo certificar as contas do gestor público, apurando eventuais responsabilidades. (B) é realizada, tão somente, com base na verificação das demonstrações contábeis. (C) compreende duas modalidades: auditoria de desempenho operacional e avaliação de programas. (D) no âmbito da administração indireta, só pode ser realizada por auditores independentes contratados mediante licitação. (E) é aplicável, apenas, no âmbito da administração direta. 02. (FAURGS/AFTE – SEFAZ RS/2006) É correto afirmar que a auditoria que incide em todos os níveis de gestão sob o ponto de vista da economia, eficiência e eficácia, nas suas fases de execução e supervisão é a (A) auditoria administrativa. (B) auditoria operacional. (C) auditoria interna. (D) auditoria contábil. (E) auditoria integrada. 03. (FCC/ Analista - Área Pericial: Contabilidade – MPU/2007) O tipo de auditoria cujo objetivo é evidenciar melhorias e economias existentes nos atos efetivos praticados pelos administradores públicos ao gerir uma unidade orçamentária e, ao mesmo tempo, prevenir gargalos que a impeçam de desempenhar adequadamente sua missão institucional é denominado auditoria (A) Operacional. (B) Especial. (C) de Avaliação de Gestão. (D) Contábil. (E) de Acompanhamento de Gestão. 04. (FCC/ Analista - Área Pericial: Contabilidade – MPU/2007) Os indicadores de gestão do Sistema de Controle Interno da União são informações obtidas com a aplicação de fórmulas que fornecem indícios de eficiência, eficácia, legalidade e economicidade de como são conduzidas as operações. A eficácia pode ser definida como (A) a aderência dos atos e fatos de gestão praticados aos normativos legais e técnicos que os regem. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 32 (B) a variação positiva da relação custo/benefício, na qual busca-se a otimização dos resultados com a escolha dos menores custos em relação aos maiores benefícios. (C) o grau de cumprimento das metas fixadas para um determinado objeto de uma ação em relação ao previsto, em um determinado período. (D) a medida da relação entre os recursos efetivamente utilizados para a realização de uma meta, frente a padrões estabelecidos. (E) a capacidade de registrar, fornecer e manter adequadamente os dados, informações e a memória de cálculo utilizados na geração dos próprios indicadores. 05. (UnB/CESPE - TCE/RN Inspetor de Controle Externo, Especialidade: Administração, Contabilidade, Direito ou Economia - 2009) – A auditoria governamental visa estabelecer a melhoria e a homogeneização dos procedimentos administrativos e dos controles internos das unidades da administração direta e indireta, daí resultando a padronização dos processos de licitação e dos contratos firmados com entidades privadas. 06. (UnB/CESPE/TCE – AC Analista de Controle Externo – Especialidade: Administração Pública e/ou de Empresas/2008) Assinale a opção correta acerca dos tipos de auditoria e de suas funções e objetivos. A) A auditoria de avaliação de gestão é responsável por certificar a regularidade das contas e verificar os contratos, com o objetivo de controlar e emitir opinião sobre as transações no que diz respeito à sua economicidade e eficiência. B) A auditoria de acompanhamento da gestão é responsável por avaliar a gestão do ano imediatamente anterior quanto aos atos efetivos e os potenciais efeitos positivos e negativos de uma entidade, com o objetivo de subsidiar a gestão subseqüente. C) A auditoria operacional é responsável por verificar o processo de gestão com o objetivo de evidenciar as melhorias existentes e prevenir gargalos no desempenho da missão institucional. D) A auditoria contábil é responsável por verificar a efetiva aplicação de recursos externos oriundos de agentes financeiros porentidades públicas executoras de projetos celebrados com esses agentes, com a finalidade de emitir opinião sobre a adequação e fidedignidade das demonstrações financeiras. E) A auditoria especial é responsável por examinar somente fatos relevantes, com o objetivo de atender determinação expressa de autoridade competente. 07. (UnB/CESPE/PMT - Agente Fiscal de Tributos Municipais/2008) - A auditoria contábil utiliza técnicas e procedimentos que permitem atestar a veracidade e a adequação dos registros e demonstrações, mas não se restringe à escrituração da entidade objeto dos trabalhos da auditoria. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 33 08. (UnB/CESPE/TCU - ACE – Área e Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria Governamental/2007) - Considere-se que, em cumprimento a decisão do TCU, tenha sido elaborado relatório de auditoria na área de licitações e contratos de determinado tribunal e tenham sido constatadas as seguintes falhas na condução de procedimentos licitatórios: edital de licitação com imposições restritivas à competição; prévio cadastramento de licitantes no sistema integrado de cadastramento unificado de fornecedores; exigências, durante a fase de habilitação de licitantes, de documentos não-previstos em lei específica; falta de critério de aceitabilidade dos preços unitário e global. Nesse caso, a situação descrita caracteriza uma auditoria operacional. 09. (FGV/SEFAZ RJ - Fiscal de Rendas/2009) - O contador da Cia. Quartzo Rosa incorreu em um erro no reconhecimento da apropriação da receita de juros sobre o investimento em debêntures, deixando de contabilizar a receita de juros no ano corrente. Antes que qualquer ajuste seja efetuado, esse erro gera o seguinte efeito no patrimônio da empresa: (A) subavalição do ativo, do lucro líquido e do patrimônio líquido. (B) subavaliação do passivo, do patrimônio líquido e do lucro líquido. (C) superavaliação do ativo, do lucro líquido e do patrimônio líquido. (D) superavaliação do passivo, do patrimônio líquido e do lucro líquido. (E) subavaliação do ativo e do resultado e superavaliação do patrimônio líquido. 10. (ESAF/AFRFB/2009) - A empresa Parcial S.A. realizou o estorno da Reserva de Reavaliação, conforme permissibilidade estabelecida pela Lei n. 11.638/2007. No entanto, o contador não realizou o estorno dos impostos pertinentes à reavaliação. Dessa forma pode-se afirmar que: a) a conta de reserva de reavaliação está superavaliada. b) a conta de investimento reavaliação está adequada. c) a conta de imposto de renda diferido está superavaliada. d) a conta de lucros acumulados está superavaliada. e) a conta de resultado do exercício está subavaliada. 11. (ESAF/AFRFB/2009) - A empresa de prestação de serviços NBA Informática S.A. tem seus processos integrados sistemicamente. A folha de salários é integrada à contabilidade mensalmente. No mês de julho de 2009, não foi feita a parametrização no sistema, para contabilização de uma nova verba de horas extras a pagar, de 100% de acréscimo. A folha de pagamentos apresentava remuneração de R$ 20.000,00 nessa verba. Dessa forma, pode-se afirmar que: a) o passivo está superavaliado e o resultado está subavaliado. b) o ativo está subavaliado e o passivo está superavaliado. c) o passivo está subavaliado e o resultado está subavaliado. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 34 d) os saldos estão adequados sem subavaliação ou superavaliação. e) o passivo está superavaliado e o resultado está superavaliado. 13. (ESAF – SEFIN/Natal – Auditor de Tributos Municipais - 2008) - O auditor fiscal, ao avaliar o extrato bancário da conta, pela qual a empresa realiza suas cobranças, constata que o volume de recursos existentes nessa conta, somados às cobranças em aberto, superam em 20% o total do faturamento do mês contabilizado na conta de vendas. Com essa informação pode o auditor concluir que: a) o saldo da conta caixa se encontra negativo. b) existem ativos ocultos na empresa. c) existe evidência de suprimentos não comprovados. d) existe omissão de pagamentos efetuados pela empresa. e) os registros estão adequados, sendo necessário somente conciliar as contas. 14. (ESAF – SEFIN/Natal – Auditor de Tributos Municipais - 2008) - A empresa Séria Ltda. está adquirindo terreno para construção de sua sede. No processo de aquisição, em decorrência do terreno localizar-se em área ocupada por empresa que produzia produtos poluentes, solicitou que fossem feitos exames do solo, os quais evidenciaram a contaminação. O valor estimado da multa ambiental para esse tipo de contaminação é de R$ 2.000.000,00. Não foram encontrados registros de provisões ou reservas para o fato, evidenciando para o auditor um: a) ativo fictício. b) ativo oculto. c) passivo fictício. d) passivo oculto. e) omissão de receita. 15. (FGV/TCM RJ – Auditor/2008) - Durante a aplicação dos procedimentos atinentes à espécie, o auditor detectou, com base nos documentos contábeis, que em determinado dia a conta “caixa” da entidade apresentava saldo contábil credor. Em relação a esse fato, assinale a melhor explicação. a) Trata-se de ativo fictício, uma vez que há valores registrados que, de fato, inexistem. b) Trata-se de passivo oculto, tendo em vista que dívidas contratadas foram registradas erroneamente no passível exigível a longo prazo. c) Corresponde a “estouro de caixa”, situação decorrente, por exemplo, de receitas recebidas, mas não contabilizadas. d) Corresponde a “estouro de caixa”, decorrente, por exemplo, de mercadorias adquiridas e pagas, mas não contabilizadas. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 35 e) Corresponde ao que culturalmente chamamos de “caixa 2”, prática sabidamente conhecida e permitida pela legislação. 16. (ESAF/ 2001/ Auditor do Tesouro Municipal - Prefeitura de Natal – RN) - No encerramento do exercício social, o balanço patrimonial apresentava a rubrica contábil “Caixa” com saldo credor. Indique a opção que pode justificar essa situação. a) pagamentos a fornecedores não contabilizados b) empréstimos concedidos não contabilizados c) recebimentos de numerários não contabilizados d) adiantamentos recebidos de clientes e) compras a prazo canceladas Gabarito: 1. C 2. B 3. E 4. C 5. Errado 6. D 7. Certo 8. Errado 9. A 10. C 11. Nulo 12. C 13. B 14. D 15. C 16. C Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 07 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 36 Bibliografia INTOSAI. Declaração de Lima sobre Diretrizes para Preceitos de Auditoria. 1977. Código de Ética e Normas de Auditoria da INTOSAI; Tradução de Inaldo da Paixão Santos Araújo e Tribunal de Contas da União. Salvador: Tribunal de Contas do Estado da Bahia, 2005. Secretaria Federal de Controle Interno. Instrução Normativa nº 1, de 6 de abril de 2001. Define diretrizes, princípios, conceitos e aprova normas técnicas para a atuação do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. Brasília, 2001. Tribunal de Contas da União. Padrões de Auditoria de Conformidade. Portaria TCU 90/2003, atualizada pela Portaria-Segecex nº 26, de 19 de novembro de 2009. Tribunal de Contas da União. Teorias e Normas de Auditoria. Programa de Formação de Analista de Controle
Compartilhar