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Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 1 Introdução . ...................................................................................... 01 Procedimentos específicos de auditoria contábil – Ativo . ......................... 02 Procedimentos específicos de auditoria contábil – Passivo e PL . ............... 17 Procedimentos específicos de auditoria contábil – Resultado . ................... 25 Lista de questões . ............................................................................. 33 Bibliografia . ...................................................................................... 38 Introdução Caro Aluno, Vamos à nossa penúltima aula do Curso Regular de Auditoria Contábil – Teoria e Exercícios. Hoje, continuaremos discutindo um tema que começamos a abordar na aula passada – procedimentos específicos de auditoria contábil. Na aula passada, falamos sobre superavaliação e subavaliação de contas; ativos e passivos ocultos e fictícios; e saldo credor de caixa. Pois bem, agora, falaremos das técnicas e procedimentos utilizados na auditoria dos diversos grupos contábeis: Ativo, Passivo, PL e Resultado. Como de costume, colocaremos as questões discutidas durante a aula no final do arquivo, caso você queira tentar resolvê-las antes de ver os comentários. Não esqueça, participe do Fórum de dúvidas, que é um dos diferenciais do Ponto. Lá você poderá tirar suas dúvidas, auxiliar outras pessoas e nos ajudar no aprimoramento dos nossos cursos. Vamos em frente! Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 2 Procedimentos específicos de auditoria contábil - Ativo Vamos iniciar nossa discussão sobre a auditoria das contas do ativo. Inicialmente, temos que saber que a Lei nº 11.941/09, alterou a Lei nº 6.404/76, modificando a classificação das contas no Balanço Patrimonial. De acordo com a nova lei no ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: • ativo circulante; e • ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Dentro do ativo circulante as contas que nos interessam são: as disponibilidades (caixa e bancos), contas a receber (e PDD) e estoques. Já, no ativo não circulante nos ateremos às contas referentes aos investimentos, imobilizado e intangível. Já vimos que o auditor deve saber que o saldo de uma conta do balanço patrimonial (BP) ou da demonstração do resultado do exercício (DRE) pode estar errado para mais (superavaliação) ou para menos (subavaliação). Devido a esse risco, as contas da contabilidade, por intermédio dos testes substantivos, devem ser testadas nesses dois sentidos, ou seja, para mais ou para menos. Nunca é demais lembrar que segundo a doutrina, a experiência tem demonstrado que é mais prático dirigir os testes principais de superavaliação para as contas devedoras (normalmente, as contas do ativo e despesas) e os de subavaliação para as contas credoras (geralmente, contas do passivo e receitas). Inicialmente, antes de falar sobre os procedimentos específicos, vamos nos lembrar da revisão do controle interno, que tem a finalidade de determinar qual a confiabilidade depositada no controle interno da entidade, isso é necessário para a definição de quais os procedimentos de auditoria serão mais adequados e em qual extensão serão utilizados. Entre os vários tipos de controle, podemos citar alguns que servem de fortalecimento do controle interno para a área do disponível: • segregação de funções entre custódia de valores e a contabilização; • sistema de autorização e aprovação para pagamentos; Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 3 • conciliações bancárias periódicas e revisadas por pessoa independente da sua preparação; • utilização de duas pessoas independentes para assinatura dos cheques; etc. Bom… agora, quais são os objetivos da auditoria específicos para essas áreas? Caixas e Bancos Já sabemos que os ativos são classificados por ordem decrescente de grau de liquidez, sendo que Caixas e Bancos estão na “primeira linha” do lado ativo, no Balanço Patrimonial. Enfim, são os ativos de maior liquidez, de forma que não há restrições quanto ao seu uso imediato. Por ser uma conta do ativo, os testes de auditoria são dirigidos para superavaliação e, além disso, o principal objetivo desses testes é verificar a existência do ativo. Dessa forma, mesmo que haja um bom sistema de controle interno (=baixo risco de controle), o auditor deve fazer um maior número de testes que o normal, devido ao alto risco inerente dessas contas. Portanto, preste atenção nesse detalhe! Caixas e Banco são os ativos mais sensíveis e de maior risco, portanto o auditor deve dar especial atenção a essas contas. De tal forma que a finalidade dos exames vai além de apurar se realmente existem todas as disponibilidades mencionadas no balanço, devendo averiguar se existem todas aquelas que deveriam existir. Para atingir seus objetivos o auditor utiliza alguns procedimentos específicos, os mais comuns são: • Contagem de caixa: consiste na contagem dos valores (dinheiro, cheques, títulos de pronta liquidez) em poder do caixa. Recomenda-se fazer essa contagem de surpresa, em data próxima ao balanço. • Confirmação de saldos bancários: trata-se de uma carta de confirmação dos saldos das contas endereçada aos bancos, para averiguar se os saldos existentes na contabilidade da empresa conferem com aqueles que estão nos extratos bancários. • Corte (Cut-off) de cheques: o corte é uma interrupção na continuidade das operações, ou seja, consiste em anotar os últimos cheques emitidos antes do exame da auditoria, de forma que o auditor tenha um referencial temporal para que possa avaliar as demonstrações. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 4 • Testes de conciliações bancárias: consiste em verificar as transações registradas pela empresa e não registradas pelos bancos e vice-versa. • Testes das transferências bancárias: corresponde a conciliações bancárias entre diferentes bancos. Clientes Sabemos que Contas a Receber representam os direitos adquiridos por vendas a prazo de bens e serviços, e a auditoria nessa área tem como alguns de seus objetivos apurar se: • as contas são autênticas e têm origem em transações relacionadas com vendas; • os valores apresentados são efetivamente realizáveis; • não há devoluções, descontos, abatimentos ou qualquer outro ônus a ser considerado; e • há avaliação prudente do montante de contas a receber, levando em consideração as provisões para devedores duvidosos (PDD). • O valor da PDD está em conformidade com a estimativa da probabilidade das quantias que deixarão de ser pagas por inadimplência dos devedores. Em resumo, os principais pontos que o auditor deve cobrir são existência, avaliação e classificação desse grupo de contas. Vejamos quais são os procedimentos de auditoria mais utilizados para atingir esses objetivos: • Confirmação de contas a receber de clientes (circularização): a partir de uma listagem de todos os títulos a receber, é possível obter a confirmação direta do devedor sobre os saldos em aberto. • Testes de avaliação das contas a receber: avaliação do valor líquido realizável dos recebíveis. Por meio de exames documentais e cálculos,é possível comparar mapas de idades das duplicatas e índices de recebimento do período atual com períodos anteriores. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 5 Uma das finalidades desse procedimento é averiguar a adequação das perdas já conhecidas e das perdas estimadas que constituem a PDD. • Testes das duplicatas descontadas: identificação das duplicatas descontadas por meio de confirmação bancária. Estoque Estoques são os bens destinados à venda ou à fabricação, relacionados com os objetivos e atividades da empresa, sendo importantes na apuração do lucro líquido de cada exercício social (pois compõem o Custo das Mercadorias Vendidas – CMV ou o Custo dos Produtos Vendidos - CPV) e na determinação do valor do capital circulante líquido do Balanço Patrimonial. O auditor, nesse momento, tem a oportunidade de desenvolver recomendações construtivas, visando o aprimoramento dos controles e a redução de custos da empresa. Entretanto, sabemos que o principal objetivo da auditoria independente não é fazer recomendações, mas emitir uma opinião sobre a adequação das demonstrações contábeis, incluindo os Estoques. Dessa forma, podemos afirmar que a finalidade principal desses procedimentos é verificar se: • os estoques existem; • existem ônus sobre os estoques; • há obsolescência, defeitos e má conservação; e • os critérios de avaliação são adequados. Portanto, os principais procedimentos aplicados pelo auditor são: • Verificação da existência física: inspeções físicas e acompanhamento das contagens para assegurar-se da real existência dos bens que compõem os estoques. • Acompanhamento do inventário físico: o auditor deve acompanhar a contagem física dos bens e confronto dos resultados com os registros contábeis. • Cortes (cut-off): definição do momento em que os registros contábeis refletem o inventário, ou seja, consiste em definir uma data-limite para interromper a contabilização de novas transações. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 6 O corte (=cut-off) consiste em determinar o momento em que os registros contábeis e os documentos relacionados refletem o levantamento do inventário. Esse tipo de procedimento é bem intuitivo. Ora, se coloque no lugar do auditor que irá acompanhar um inventário. A empresa não interrompe suas atividades durante a auditoria, ou seja, há um fluxo constante de mercadorias entrando e saindo do estoque. Dessa forma, é importante definir um momento, uma data, um “corte” nas operações da empresa para servir de referencial para o auditor. Escolhido esse momento, e estando todos os registros em dia, verifica-se a última anotação constante dos registros que indicará os materiais que, até ali, farão parte do inventário. Lançamentos posteriores corresponderiam a mercadorias não registradas até o momento do “corte” e que, portanto, não devem ser inventariados. Dessa forma, mercadorias adquiridas no período posterior, por exemplo, não podem constar no período em análise. • Testes de avaliação de estoques: revisão do sistema de alocação de custos aos estoques (UEPS ou PEPS) e conferência de cálculos. Investimentos Continuando com os procedimentos específicos, vamos falar sobre aqueles utilizados nas contas do grupo Investimentos. Você já deve saber que os investimentos da empresa são constituídos por aplicações financeiras, participação no capital social de outras empresas e outros investimentos. As empresas, como parte de sua política, aplicam recursos em títulos e outros direitos, com objetivos diversos, tais como tornar rentável o excesso temporário de dinheiro disponível e estender o leque de suas operações por meio de participação no capital social de outras companhias. Estaremos interessados, principalmente, no último caso, aquele que trata dos investimentos relevantes de uma empresa. Nesse sentido, o auditor deverá examinar e avaliar os investimentos relevantes para poder opinar sobre a real situação patrimonial e financeira de uma empresa. Não é nosso foco discutir os critérios legais para contabilização desses investimentos, mas entender qual é o objetivo da auditoria nessa área e que procedimentos devem ser utilizados. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 7 É intuitivo o fato de que, se uma empresa detém parte do ativo de outra, a saúde econômica desta terá reflexos na daquela. Essa influência será maior ou menor, conforme o vulto do investimento. De tal forma que o objetivo do exame nessa área é verificar o comportamento dos investimentos relevantes realizados pela empresa auditada. Os principais procedimentos utilizados são: • Exame documental dos títulos de investimento: consiste em verificar os documentos comprobatórios da existência dos investimentos como cautelas de ações, certificados e contratos sociais. • Verificação da contabilização do investimento: conferência de cálculos, levando em consideração as aquisições e variações dos investimentos, confrontando com os registros contábeis e com as representações formais da administração (=carta de responsabilidade da administração). • Avaliações dos investimentos em coligadas e controladas: avaliar a aplicação do Método de Equivalência Patrimonial - MEP, verificando: − descrição dos investimentos (companhia, natureza da ação, participação etc.); − aquisições e baixas de ações e/ou quotas no período; − ajustes de equivalência patrimonial (ágios, deságios etc.) Imobilizado Os bens do imobilizado representam, geralmente, uma parcela significativa dos ativos da empresa. Esses bens têm uma permanência prolongada na entidade e são destinados à manutenção de suas atividades. Sabemos que esses ativos são contabilizados por todos os custos envolvidos em sua aquisição e instalação, em alguns casos esses custos são acrescidos também de reavaliação. Aqui já podemos notar um dos principais objetivos da auditoria nessa área: avaliação da existência e da correta contabilização do ativo, identificando possíveis superavaliações. Além disso, você sabe que esses bens são deduzidos da depreciação, que é um processo de apropriação de custos e despesas e consequentemente redução do valor contábil do ativo. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 8 Portanto, notamos outro ponto de interesse para a auditoria: a necessidade de averiguar a adequação do processo de depreciação, identificando possíveis subavaliações dessas contas. Vejamos os principais procedimentos que o auditor pode aplicar nesse grupo de contas: • Verificação da existência física do bem: inspeção física para avaliar se os bens realmente existem e o seu estado de conservação. • Verificação da propriedade e da existência de ônus: exame documental dos certificados de propriedade de veículos e certidões atualizadas dos registros de imóveis. • Verificação do valor do Imobilizado: identificar o real valor do ativo. Bom... chega de teoria e vamos ver como tudo isso pode ser cobrado nas provas. 01. (ESAF – SEFAZ/SP - Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas - 2009) - A inspeção física, por meio da contagem de numerário, é procedimento básico de auditoria aplicável à verificação em conta do: (A) Ativo Circulante. (B) Ativo Realizável a Longo Prazo. (C) Ativo Permanente. (D) Passivo Circulante. (E) Patrimônio Líquido. Resolução: Depois do quevimos, essa é bem fácil, não? A contagem dos valores (dinheiro, cheques, títulos de pronta liquidez) é utilizada para verificar a existência dos ativos circulantes de maior liquidez como os valores em caixa, pois são os mais sujeitos à utilização indevida. Portanto, o item correto é a letra “A”. 02. (FCC –SEFAZ/SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS I – 2006) - Para certificar-se que direitos de crédito efetivamente existem em determinada data, o auditor independente utiliza, principalmente, o procedimento de (A) revisão analítica de recebíveis. (B) inspeção de ativos tangíveis. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 9 (C) circularização dos devedores da companhia. (D) conferência do cálculo dos créditos. (E) observação de processo de controle. Resolução: O principal procedimento de auditoria aplicável nas contas Clientes para verificar a existência de direitos de crédito é a confirmação externa, também chamada de circularização. Gabarito, letra ‘c’. 03. (FGV/Fiscal da Receita Estadual do Amapá/2010) - Assinale a alternativa que indique os procedimentos de auditoria aplicáveis à conta Provisão para Devedores Duvidosos. (A) Inspeção documental para exame dos documentos de pagamentos e recebimentos e solicitação de informações aos bancos mediante circularização. (B) Revisão de cálculos por meio da conferência da exatidão aritmética do valor e inspeção para verificação dos documentos que serviram de base para fixação dos critérios de cálculo. (C) Inspeção de documentos e revisão dos cálculos para a verificação dos valores lançados nos investimentos. (D) Inspeção de documentos e revisão dos cálculos no caso de depreciação e amortização acumulada. (E) Revisão de cálculos e investigação e confirmação das operações por meio de circularização de informações financeiras. Resolução: A única assertiva que nos traz um procedimento aplicável à conta de PDD é a “B”, por meio da revisão do cálculo e da inspeção dos documentos que suportaram esse cálculo, o auditor irá verificar se o valor provisionado está condizente com a probabilidade de perdas devido à inadimplência dos devedores. 04. (ESAF / 2002 / Auditor-Fiscal da Receita Federal - AFRF) - A Cia. Miudezas vende, em média, 70% de seus produtos a prazo e possui cerca de 5 mil clientes. O perfil de seus clientes é o de pessoas que possuem renda familiar de até 10 salários mínimos. Na análise da constituição de provisão para devedores duvidosos do saldo de clientes da Cia. Miudezas, o auditor deve (A) circularizar um percentual significativo de clientes, questionando quanto à posição em atraso e suas justificativas. (B) analisar individualmente o máximo possível a carteira de clientes da empresa e tirar suas conclusões pessoais. (C) segregar a carteira de clientes em função de períodos de contas vencidas, medindo tendências e probabilidades de perdas. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 10 (D) efetuar testes globais sobre o saldo de clientes, uma vez que as perdas efetivas do setor variam de 5 a 10 % das vendas. (E) estabelecer um valor adicional de provisão para cobrir perdas prováveis, de modo que não afete o fluxo de caixa projetado. Resolução: Vamos analisar cada um dos itens. Primeiro, temos que ter em mente que se trata de um empresa que vende grande parte da sua produção a prazo (70%) para diferentes clientes (cerca de 5 mil), com baixo-média renda. Como o auditor deve se assegurar que a conta PDD está correta? Item A: errado. Circularizar um percentual significativo de clientes, nesse caso, não seria uma boa solução, pois seria pouco eficiente. Imagine mandar cartas para milhares de clientes e depois analisar as respostas. Item B: errado. Analisar individualmente cada cliente também seria pouco eficiente. Mais uma vez, são milhares de pessoas e uma análise caso-a-caso seria muito custosa. Item C: certo. Essa seria uma boa opção: estratificar a população de clientes e construir mapas de idades com indicadores de insolvência pode ajudar a chegar a uma boa estimativa do PDD. Item D: errado. Essa informação não foi dada (perdas efetivas do setor variam de 5 a 10 % das vendas). Além disso, com uma carteira de clientes tão grande e diversificada, aplicar um percentual único não seria uma boa opção. Item E: errado. Esse procedimento em nada ajuda a avaliar o valor correto do PDD. 05. (FCC –SEFAZ/PB – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – 2006) - Em relação ao Inventário Físico de Estoques a ser realizado pelas empresas, é responsabilidade do auditor: Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 11 (A) sempre acompanhar e aplicar testes que confirmem a existência física dos elementos registrados nas contas contábeis da empresa auditada. (B) quando o valor dos estoques for expressivo em relação à posição patrimonial e financeira da empresa, o auditor deve acompanhar o inventário físico executando testes de confirmação das contagens físicas e procedimentos complementares necessários. (C) acompanhar e colaborar na execução do inventário físico, quando a empresa for industrial elaborando os ajustes necessários nas demonstrações contábeis. (D) proceder ao inventário físico, apresentando as divergências para que a empresa possa realizar os ajustes e elaborar as demonstrações contábeis. (E) confirmar que os ajustes apurados no inventário físico tenham sido contabilizados, sendo desobrigado de acompanhar o inventário físico em qualquer situação. Resolução: Normalmente, os estoques representam valores expressivos em relação à posição patrimonial e financeira, principalmente em empresas industriais e comerciais. Já, em empresas de serviços os estoques geralmente não são de grande monta, muitas vezes, limitados a itens de material de consumo. Assim, quando o valor dos estoques for relevante o auditor deve efetuar o acompanhamento do inventário físico e executar procedimentos adicionais se necessário. Vamos analisar item a item: Assertiva A – errada. Nem sempre o auditor precisa acompanhar o inventário físico. Assertiva B – é o gabarito da questão. Assertiva C – errada. A primeira parte do enunciado está correta, porém não cabe ao auditor elaborar ajustes nas demonstrações. Assertiva D – errada. Não cabe ao auditor proceder o inventário físico para que a empresa possa elaborar suas demonstrações, essa é uma incumbência da própria empresa. Assertiva E – errada. A primeira parte do enunciado está correta, porém não está correto afirmar que o auditor está desobrigado de acompanhar o inventário em qualquer situação, vimos que quando o valor do estoque for relevante ele deve fazer esse acompanhamento. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 12 06. (FCC – ARCE/CE – Contador - 2006) - Ao realizar auditoria em empresa comercial, o auditor externo percebe que o sistema de custeio da empresa não garante a apropriação dos custos nos estoques e a sua transferência para resultado adequadamente, nem controla a quantidade física destes bens. Estando com o tempo limitado, um dos procedimentos mais eficientes para confirmação da quantidade física representativa dos estoques constantes no balanço auditado seria: (A) realizar inventário físico no final do período para confirmação das quantidades. (B) realizar o procedimento da circularização junto a fornecedores para confirmar as quantidadesfornecidas. (C) somar o valor do estoque inicial, mais as compras, menos as devoluções de compras e menos o estoque final, obtendo a quantidade. (D) proceder o custeio para a empresa de forma a apresentar o valor e a quantidade a ser considerada nas demonstrações contábeis. (E) somar todas as quantidades das notas fiscais de compras de mercadorias e subtrair todas as quantidades de mercadorias das notas fiscais de vendas. Resolução: Sempre que possível, o auditor deve acompanhar o inventário físico realizado no final período, isso irá poupar tempo e recursos, evitando que novas contagens tenham que ser feitas depois. Portanto, gabarito é a letra ‘a’. 07. (ESAF / 2002 / Auditor-Fiscal da Receita Federal - AFRF) - Durante o acompanhamento de um inventário físico de estoques, o auditor deve efetuar o cut-off para: (A) determinar o momento em que os registros contábeis auxiliares, bem como os documentos com eles relacionados, refletem o levantamento do inventário. (B) comprovar que efetivamente todos os itens a serem inventariados estão adequadamente acondicionados no almoxarifado da empresa. (C) determinar o momento em que as três últimas compras e as três últimas vendas de mercadorias ocorreram durante o inventário. (D) comprovar que os procedimentos adotados pela administração para a contagem de estoques são adequados às práticas usuais. (E) comprovar que os documentos de compras de mercadorias estão suportados por documentação suporte às necessidades da empresa. Resolução: Vamos analisar cada um dos itens... O gabarito é o item A: o auditor deve efetuar o cut-off para determinar o momento em que os registros contábeis auxiliares, bem como os documentos com eles relacionados, refletem o levantamento do inventário. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 13 O item B está errado, pois o cut-off não serve para verificar o acondicionamento no almoxarifado da empresa. Já o item C está errado, pois o auditor deve verificar a última compra e a última venda e não as “três últimas”. Os itens D e E estão errados, pois o “corte” não objetiva comprovar os procedimentos de contagem ou de suporte documental, mas para estabelecer uma data limite, um momento referencial para análise. 08. (NCE/UFRJ / 2004 / Auditoria Geral do MS) - Uma técnica de auditoria independente chamada de cut-off é utilizada, entre outros, para (A) apurar o patrimônio líquido. (B) calcular o valor de reserva de reavaliação. (C) efetuar inventários, controlando as últimas entradas e saídas de estoques. (D) apurar o good will. (E) Elaborar o planejamento fiscal visando pagar menos tributos. Resolução: Depois do que já discutimos, ficou fácil “matar” essa questão, não é? O cut-off é um procedimento que pode ser utilizado na auditoria das contas de Estoque, durante o acompanhamento do inventário, estabelecendo uma data de referência e controlando as entradas e saídas de mercadorias. Portanto, o único item que atende o que vimos é a letra “C”. 09. (FCC / 2007 / TCE/MG – Inspetor de Controle Externo) – Adaptada - Na auditoria dos investimentos classificados em longo prazo pela empresa auditada, o auditor não obteve evidências que suportem a contabilização. Nesse caso, o auditor pode (A) solicitar representação formal, fazendo com que a administração declare sua intenção de manutenção do investimento em longo prazo. (B) limitar o escopo de seu trabalho, não se manifestando sobre os investimentos da empresa. (C) determinar que o evento seja esclarecido em nota explicativa, demonstrando os efeitos gerados. (D) determinar a baixa do investimento, visto que não existe definição para sua realização. (E) registrar o investimento em curto prazo e exigir da empresa a retificação, atendendo a norma contábil. Resolução: Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 14 Vamos analisar cada um dos itens... Item A: certo. Como vimos, a representação formal, com o advento das novas normas de auditoria, substituiu a carta de responsabilidade da administração, que é um documento emitido pela administração que tem como um de seus objetivos servir como evidência para o auditor de fatos que não podem ser comprovados por outras fontes. Quando o auditor verifica a contabilização dos investimentos ele precisa, às vezes, de evidências que garantam que determinadas aplicações da empresa serão mantidas no longo prazo. Por exemplo, como o auditor pode obter evidências sobre a intenção da empresa em manter seus investimentos em determinadas ações no longo prazo? Uma das maneiras é por meio da representação formal, na qual a empresa formaliza (por escrito) que tem essa intenção e, portanto, o investimento está corretamente classificado. Item B: errado. O auditor não vai limitar o escopo do seu trabalho, ele tem que aplicar todos os procedimentos necessários para obter as evidências que precisa para fundamentar sua opinião. Item C: errado. Não há motivo para determinar que se faça uma nota explicativa – não há nenhuma contingência, incerteza ou outro fato relevante, não registrado nos balanços que justifique isso. Item D: errado. Também está errado, não há motivo para determinar a baixa dos investimentos. Item E: errado. Caro amigo, o auditor não registra, não modifica, não inclui, não exclui, enfim, ele não tem poder para alterar as demonstrações contábeis. O auditor apenas emite uma opinião! Lembre-se sempre disso. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 15 10. (FCC – PGE/RJ – TÉCNICO SUPERIOR DE ANÁLISE CONTÁBIL -2009) - O auditor da Empresa AvaGeral S.A. constatou que a licença para uso de um software, destinado a movimentação de robôs de solda de produtos fabricados pela empresa, usado ou vendido somente com esse equipamento, foi contabilizado no Intangível. O valor do bem e do software foram destacados na nota fiscal. Com relação a esse fato, o auditor deve recomendar (A) sua ativação no investimento para poder mensurar o seu retorno. (B) a validação do procedimento em decorrência de poder identificar a parcela do imobilizado e a parte referente ao ativo intangível. (C) que o valor seja contabilizado no resultado, visto não trazer benefícios futuros. (D) a reclassificação para o ativo imobilizado juntamente com o bem. (E) que o valor seja contabilizado como despesa por não ser possível calcular o retorno a ser gerado. Resolução: Segundo a Lei das S.A. no ativo imobilizado devem ser contabilizados os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da empresa. Por sua vez, no intangível devem ser contabilizados os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da empresa ou exercidos com essa finalidade. Os robôs de solda utilizados na linha de produção são bens corpóreos utilizados na manutenção das atividades da empresa, portanto, devem ser contabilizados no imobilizado. A licença para o uso de software é um bem incorpóreo, destinado à manutenção das atividades da empresa, e, portanto, desde que o valor seja passível de destaque, de individualização, pode ser contabilizado no intangível. Gabarito, letra ‘b’. 11. (CESPE/Auditor - Unipampa/2009) - A auditoria das disponibilidades tem por objetivo determinar se os títulos de propriedade do capital social foram adequadamente autorizados e emitidos. Resolução: A auditoria de disponibilidades está relacionada às contas do ativo circulante, sem relação com o fato de os títulosde propriedade do capital social estarem adequadamente autorizados e emitidos. Portanto, a assertiva está errada. 12. (CESPE/SEBRAE Nacional - Analista Técnico - C. Contábeis/2008) Em uma auditoria de estoques, antes de iniciar o trabalho, o auditor deve proceder ao corte, que consiste em verificar os controles sobre os estoques que vão ser inventariados, anotando as últimas entradas e as últimas saídas. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 16 Esse processo tem por finalidade assegurar que a movimentação de última hora dos estoques não afete a integridade do inventário. Resolução: Perfeito. Trata-se da descrição de corte (=cut-off) que discutimos na aula. Item correto. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 17 Procedimentos específicos de auditoria contábil – Passivo e PL Da mesma forma que no ativo, a Lei nº 11.941/09, que alterou a Lei nº 6.404/76, modificou a classificação das contas do passivo no Balanço Patrimonial. De acordo com a nova lei, no passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: • passivo circulante; • passivo não circulante; e • patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. Auditoria do passivo A auditoria dos passivos tem a finalidade de: • Determinar se são pertencentes à empresa (a empresa realmente é a devedora?); • Determinar se foram utilizados os princípios de contabilidade; • Determinar a existência de ativos dados em garantia ou vinculações aos passivos; e • Determinar se estão corretamente classificados no Balanço Patrimonial e se as divulgações cabíveis foram expostas por notas explicativas. Revisão do controle interno Como já foi dito nesta aula, a revisão do controle interno tem a finalidade de determinar a confiabilidade depositada pelo auditor para a determinação dos procedimentos de auditoria, a extensão dos trabalhos e o momento de sua aplicabilidade. Muito embora o controle interno seja variável de companhia para companhia, é recomendável que a administração estabeleça pontos fortes de controle que lhe concedam segurança. Mesmo assim, não há garantias de que erros não ocorrerão, porém, um controle interno eficiente deve minimizar a probabilidade de sua ocorrência. Por exemplo, na área dos passivos, entre outros podem ser estabelecidos os seguintes controles internos: • Segregação de funções entre o setor de contas a pagar e a tesouraria; • Segregação de funções entre o setor de contas a pagar e setor de compras; Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 18 • Sistema de autorização e aprovação para compras e pagamentos; • Utilização de duas pessoas independentes para a assinatura de cheques; • Cancelamento da documentação comprobatória após o pagamento; • Controle de pagamentos para evitar atrasos e consequente multa ou juros de mora; • Etc. O auditor, ao avaliar o controle interno, deve dar atenção especial quanto à existência de pontos fortes de controle interno e de sua efetiva obediência, para que possa medir os riscos envolvidos e os procedimentos de auditoria praticáveis para a obtenção de sua opinião independente. Um problema relevante nessa área diz respeito a eventual omissão de passivos. Ao realizar seus testes de eficiência dos controles internos, o auditor deve estar atento a essa possibilidade. Os passivos omissos, tais como duplicatas emitidas sem lastro (faturamentos “frios”), são práticas muito comuns de que as empresas em dificuldades lançam mão. Por outro lado, os controles internos deverão oferecer condições, também, para impedir o pagamento dúplice de fornecimento, que é uma das formas de alcance bastante usada por empregados desonestos. Procedimentos de auditoria Os procedimentos de auditoria a serem utilizados pelo auditor para a obtenção dos objetivos são dependentes da avaliação do controle interno e da materialidade, ou seja, da importância de cada conta contábil para as demonstrações tomadas em conjunto. Vejamos agora quais são os procedimentos de auditoria mais comuns nas contas do passivo para atingir esses objetivos: Procedimentos Aplicação Inspeção física • Contagem das contas a pagar • Contagem dos títulos a pagar Confirmação direta (circularização) • Dos fornecedores • Dos empréstimos a pagar • Das contas a pagar Inspeção de documentos originais • Exame documental das faturas / notas fiscais • Exame documental dos contratos de empréstimos • Exame documental das guias de impostos etc. Recálculo • Dos impostos a pagar • Dos juros a pagar Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 19 • Da composição dos fornecedores • Das provisões de férias, 13º salário etc. Escrituração • Exame da conta razão dos fornecedores e do contas a pagar • Exame da contabilização do período de competências Investigação • Exame da documentação de compras • Exame dos passivos com saldos devedores (=saldo virado) • Exame das aprovações de compras • Exame das aprovações de pagamentos Observação • Classificação adequada das contas • Observação de ativos dados em garantia etc. O exame de auditoria na área de passivos, como em qualquer outra área, tem por finalidade atingir os objetivos previamente determinados. Dessa forma, o programa de auditoria deve ser desenhado com o intuito de evitar trabalhos desnecessários ou que não atendam aos objetivos definidos. Uma vez definido o programa de auditoria, durante a execução do trabalho o auditor deve estar alerta para evitar possíveis trabalhos desnecessários ou deixar de realizar trabalhos não programados, porém importantes. Caso isso venha a ocorrer o programa deverá ser modificado para atender a eventuais trabalhos não programados. Ou seja, o planejamento não é estanque, ele pode ser mudado no decorrer dos trabalhos conforme surja essa necessidade. Na auditoria do passivo, devemos dar atenção especial ao procedimento de confirmação, pois é um dos mais utilizados para a determinação de que o passivo registrado no contas a pagar é real e pertence mesmo a empresa (pertencer, nesse caso, quer dizer que a empresa realmente é devedora daquele valor). Uma vez determinada a utilização do procedimento de confirmação para as contas a pagar, devem-se levar em consideração: • Data-base de confirmação; e • Amplitude do teste de confirmação Nunca é demais lembrar que as considerações referentes à data-base e à amplitude do teste de confirmação são dependentes da avaliação e efetividade dos controles internos. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 20 O pedido de confirmação empregado usualmente é a forma positiva em branco (ou seja, sem mencionar os valores) que traz maiores subsídios quanto à existência de passivos não registrados. Adicionalmente, uma vez que, nem todos os pedidos de confirmação serão efetivamente devolvidos, dependendo do resultado obtido daqueles efetivamente recebidos, o auditor pode proceder ao exame alternativo, que engloba o exame documental: • que comprove a existência de contas a pagar: ex. nota fiscal de compra; • que comprove por parte do credor seu crédito junto à empresa:ex. fatura / duplicata; • da realização do contas a pagar: ex. aviso bancário de pagamento, duplicata quitada. Com relação às respostas recebidas, o auditor deve estar atento para quaisquer informações apostas nas confirmações por credores. Estas informações denominadas como gratuitas devem ser minuciosamente examinadas, pois podem revelar a existência de desvios, apropriações indébitas, contas a pagar irreais ou incorreções. Além desses procedimentos, na área dos passivos, o auditor deve estar atento aos eventos subsequentes que possam afetar as contas do passivo e, ainda, às possíveis contingências. Auditoria do Patrimônio Líquido A auditoria do patrimônio líquido tem as seguintes finalidades: • Determinar se as ações ou títulos de propriedade do capital social foram adequadamente autorizados e emitidos; • Determinar se todas as normas descritas nos estatutos sociais, as obrigações sociais e legais foram cumpridas; • Determinar se foram utilizados os princípios de contabilidade; • Determinar a existência de restrições de uso das contas patrimoniais; • Determinar se o patrimônio líquido está corretamente classificado no balanço patrimonial, se as divulgações cabíveis foram expostas por notas explicativas. Revisão do controle interno Já vimos que a revisão do controle interno tem a finalidade de determinar ao auditor qual a confiabilidade depositada para efeitos da definição dos procedimentos de auditoria a serem aplicados, a extensão dos trabalhos e o momento de sua aplicação. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 21 Veja alguns exemplos de controles internos que podem ser implantados nessa área: • Segregação de funções entre a guarda física de cautelas e pessoas autorizadas a assinar; • Assinatura de cheques para pagamento de dividendos por duas pessoas independentes; • Segregação de funções entre o departamento de ações e a contabilidade; • Etc. Procedimentos de auditoria Não esqueça que os procedimentos de auditoria a serem utilizados pelo auditor para a obtenção dos objetivos são dependentes da avaliação do controle interno e da materialidade do item analisado. Vejamos quais são os procedimentos de auditoria mais utilizados para atingir esses objetivos: Testes Aplicação Inspeção física • Contagem das cautelas em branco • Contagem dos canhotos de cautela emitidos Confirmação • Da participação acionária • Dos advogados sobre aspectos legais e societários ou de quaisquer passivos que possam afetar o patrimônio líquido Inspeção de documentos originais • Exame documental das cautelas emitidas, resgatadas, desdobradas • Exame das atas de assembléias e reuniões • Exame dos registros nas juntas comerciais • Exame dos estatutos sociais Recálculo • Da reserva legal • Das participações a partes beneficiárias • Da distribuição de dividendos etc. Escrituração • Exame da conta razão de lucros, da reserva legal e de outras reservas etc. Investigação • Exame do desdobramento das cautelas Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 22 • Exame dos dividendos distribuídos • Exame da aprovação de alteração do capital Observação • Classificação adequada das contas • Observação de ativos dados em garantia etc. Da mesma forma que nas outras áreas, o exame de auditoria na área do patrimônio líquido tem por finalidade atingir os objetivos planejados. Dessa forma, o programa de auditoria deve ser desenhado com o intuito de evitar trabalhos desnecessários ou que não atendam aos objetivos definidos. Os exames de auditoria voltados à área do patrimônio líquido, particularmente, às sociedades anônimas, e, em menor extensão, às outras sociedades regidas por contratos sociais, levam o auditor a entrar em contato com normas ou regulamentos oficiais e estatutos societários. Nem sempre o auditor possui experiência suficiente para o completo entendimento das implicações legais e fiscais impostas por estas normas, regulamentos e estatutos. Em quaisquer casos de dúvidas ou interpretações, o auditor deve recorrer às fontes externas, tais como advogados, para melhor fundamentar sua opinião ou reformular conceitos. Ao examinar as demonstrações contábeis de uma empresa, o auditor deve adquirir conhecimentos antecipados sobre contratos ou estatutos sociais, de forma que lhe sejam úteis quanto a possíveis bases de participação nos lucros, serviços e atividades desenvolvidas pela companhia, nível de participação acionária, entre outros. 13. (ESAF / 2001 / SEFIN/NATAL – Auditor do Tesouro Municipal) Adaptada - O procedimento de auditoria independente que consiste na obtenção de informações junto às instituições que emprestaram recursos financeiros à entidade auditada é denominado: (A) procedimento analítico substantivo (B) testes de controle (C) investigação e confirmação (D) eventos subsequentes (E) carta de gerência Resolução: Cremos que a essa altura do curso não pode haver maiores dúvidas quanto a essa questão. Os itens “D” e “E” podem ser eliminados prontamente, pois não são procedimentos de auditoria. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 23 O procedimento analítico substantivo consiste na verificação do comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas. Testes de controle são utilizados para a avaliação do controle interno da empresa. Portanto, os itens “A” e “B” estão errados. Acabamos de ver nessa aula alguns procedimentos que podem ser utilizados nas contas do passivo, entre eles, os procedimentos de investigação e confirmação. Dissemos, ainda, que a confirmação é o procedimento mais utilizado. Portanto, o gabarito é a letra “C”. 14. (ESAF / 2001 / SEFIN/NATAL – Auditor do Tesouro Municipal) – Adaptada - Um funcionário da entidade auditada, em conluio com o fornecedor, realizou pagamentos por serviços não prestados. Esse fato: (A) constitui uma limitação inerente dos sistemas de controles internos. (B) será detectado nos exames de auditoria de “circularização” de fornecedores. (C) será detectado nos exames de auditoria de pagamentos subsequentes. (D) será detectado no acompanhamento do inventário físico de estoques. (E) constitui uma das hipóteses de emissão de opinião com ressalva. Resolução: Se os controles internos estabelecidos pela entidade não são efetivos a possibilidade da ocorrência desse tipo de situação é muito grande e sabemos que o conluio, pela sua própria característica, é de difícil detecção. A forma mais eficaz de se prevenir esse tipo de prática é o estabelecimento de um sistema de controle interno que efetivamente funcione. O caso em questão representa, portanto, uma limitação do sistema de controle interno da entidade. Gabarito, letra “A”. 15. (ESAF – Auditor-Fiscal da Receita Federal- AFRF – 2002.2) - Adaptada - O auditor, por meio de uma listagem de dividendos, confere a exatidão dos valores de pagamentos desses, com as respectivas autorizações dadas em atas de reuniões de diretoria ou de assembléias de acionistas. Esse procedimento chama-se: (A) inspeção (B) observação (C) investigação (D) recálculo Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 24 (E) confirmação Resolução: A questãotrata do pagamento de dividendos autorizados em atas de reuniões de diretoria ou de assembléias de acionistas, pergunta qual o procedimento de auditoria adequado para conferir a exatidão do pagamento. Ou seja, para conferir se o valor em dinheiro pago representa o percentual autorizado. Pelo enunciado subentende-se que o primeiro procedimento já foi feito, ou seja, o exame dos documentos originais (atas) Ora, então falta a conferência da exatidão dos valores pagos, ou seja, o procedimento do recálculo. Letra “D”. 16. (CESPE/Auditor - Unipampa/2009) - Uma das formas de o auditor obter confirmação independente, em relação às provisões registradas, é a circularização dos consultores jurídicos. Resolução: Vimos que, na auditoria do passivo, devemos dar atenção especial ao procedimento de confirmação, pois é um dos mais utilizados para a determinação de que o passivo registrado no contas a pagar é real e pertence mesmo a empresa. Isso se aplica às contingências passivas que a entidade possa estar exposta. Portanto, circularizar advogados e consultores jurídicos a respeito da probabilidade de ocorrência das contingências é um procedimento de auditoria do passivo. Portanto, a assertiva está correta. 17. (CESPE/Analista de Controle Externo - TCU/2008) A circularização de ativos sempre se revela mais eficaz, pois o credor tem mais interesse em confirmar seu crédito ou, até mesmo, em apontar possíveis irregularidades. Resolução: Apesar de a confirmação ser um procedimento adequado para verificar a existência de ativos como Contas a Receber, não é verdade afirmar que se trata de um procedimento mais eficaz, pois o credor tem mais interesse em confirmar o crédito. A questão acabou trocando “ativos” por “passivos”. Na verdade, o credor está relacionado ao Contas a Pagar (conta do passivo). Logo, o item está errado. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 25 Procedimentos específicos de auditoria contábil – Resultado A auditoria de receitas, despesas e custos compreende os valores registrados na demonstração de resultado do exercício, a receita decorrente das transações com mercadorias e serviços, os débitos nas contas de estoques, referentes a compras de matérias-primas, os custos incorridos na fabricação ou aquisição de produtos para a venda, as despesas em geral, a tributação incidente etc. O teste dessas transações consiste em o auditor verificar se os valores foram registrados dentro do regime de competência, se foram aprovados, se estão de acordo com a natureza dos negócios da companhia, se existe documentação suportando a operação e se a classificação contábil foi adequada e se todas as despesas incorridas para a realização das receitas foram devidamente apropriadas. Adicionalmente, as receitas são testadas para subavaliação, ou seja, o auditor parte do documento para o razão geral, enquanto as despesas e os custos são auditados para superavaliação, o que significa que o auditor deve partir do razão geral para o documento. Mas, porque o auditor deve adotar esses direcionamentos? Ora, é natural que a empresa queira pagar menos tributos, então, a tendência da fraude, ou mesmo, do erro, é que a receita seja subavaliada e os custos e despesas sejam superavaliados. Procedimentos de Auditoria Os procedimentos de auditoria aplicados pelo auditor na área de resultado dividem-se basicamente em três tópicos, a saber: • Exame de contas correlatas do balanço patrimonial; • Estudo e avaliação do controle interno e teste de procedimentos; e • Estudo, análise e exame das contas de resultado. Exame das contas correlatas do balanço patrimonial O exame das contas correlatas do balanço patrimonial nada mais é do que o relacionamento harmônico do sistema contábil de partidas dobradas, cujo efeito se revela tanto no balanço quanto no resultado. Estudo e avaliação do controle interno e teste de procedimentos Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 26 No estudo e avaliação do controle interno e testes de procedimentos, são enfocados a existência de três grandes ciclos que merecem a apreciação do auditor e que têm influencia significativa, quer no balanço patrimonial quer no resultado, que são: ciclo de vendas, ciclo de compras e ciclo de folha. A efetividade dos controles internos deve indicar nas fases envolvidas de cada ciclo a presteza das informações de forma conveniente ao bom andamento do trabalho e que todas as pessoas envolvidas em cada setor tenham todas as informações necessárias e em tempo hábil. Dentro de cada um dos ciclos desenvolvidos inclui-se a contabilidade que é responsável pelo registro de todas as operações que serão refletidas nas demonstrações financeiras. O teste de procedimentos realizado de forma adequada e com uma cobertura razoável permite, portanto, que, além de se confirmar a efetividade dos controles internos, se determine também que as informações contábeis refletidas em suas demonstrações financeiras sejam adequadas, uma vez que sejam atingidos os objetivos da existência e efetividade dos controles internos e a fluidez necessária para todos os setores envolvidos e a contabilização em tempo hábil. Para os ciclos examinados por ocasião do estudo e avaliação do controle interno e teste de procedimento com cobertura adequada, o trabalho relativo à auditoria do resultado deveria ser complementativo, uma vez que já foram analisadas as contas do ativo e do passivo, observando-se, dependendo das necessidades do auditor, os seguintes itens: • Ciclo de vendas: análise comparativa das vendas por produtos, comportamento de mercado, analise da rentabilidade por produto, discussão com a gerência de vendas quanto às variações ou aos aspectos relevantes etc.; • Ciclo de compras: complementação através de exame documental para compras, caso seja necessário, e exame de compras de matérias de despesas, caso relevantes etc.; • Ciclo de folha: análise mensal da distribuição da folha e encargos, discussão com a gerência sobre variações ocorridas ou aspectos relevantes etc. Estudo, análise e exame das contas de resultado Representa o estudo e análise do comportamento das receitas, custos e despesas do período em exame e, em casos específicos, o exame documental suporte das receitas, custos e despesas contabilizados no resultado. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 27 Podem ser aplicados, por exemplo, os seguintes procedimentos: • Revisão das contas do razão para identificação de possíveis valores duvidosos ou incomuns e investigação dos itens observados; • Análise comparativa das contas de receitas, custos e despesas e investigações de variações importantes; • Análise detalhada das contas de receitas, custos e despesas para possíveis exames documentais; • Análise das vendas por produto, quando ao comportamento de mercado; e • Análise de lucro, produto por produto. Atenção especial deve ser dada a contas que pareçam anormais, ou que muitas vezes não dispõem de suporte documental adequado, tais como: viagens, manutenção e reparos, serviços legais, serviços de terceiros, royalties, despesas diversas, despesas não classificadas etc. Orientação para auditoria Quando da auditoria de resultado, é conveniente que o auditor faça uma adequada reflexão dos exames já praticados, quer no balanço patrimonial, quer nos exames preliminares que envolveram o estudo e a avaliação do controle interno e testes de procedimentos, para que não sejam realizadosexames em duplicidade. Com base neste raciocínio, a conta de provisão para devedores duvidosos, por exemplo, que foi examinada na auditoria das contas a receber, não seria analisada na auditoria de resultado, pois se constituiria em duplicidade de exame. Em verdade, o único procedimento de auditoria aplicável a esta circunstância seria a amarração dos papéis de trabalhos envolvidos na auditoria das duas áreas citadas. É conveniente que todo o trabalho de auditoria a ser realizado nas contas de resultado seja cuidadosamente planejado, pois existirão casos em que, mesmo que as contas envolvidas tenham sido analisadas, a profundidade pode não ter sido adequada. Nesse caso, o procedimento de auditoria aplicável seria o de complementação ao exame já realizado como a cobertura de valores ou saldos ainda não analisados. A título de ilustração: os juros pagos ou incorridos sobre empréstimos podem ter sido parcialmente analisados na auditoria das instituições financeiras com base nos saldos remanescentes, o que poderá não cobrir a totalidade ou a cobertura necessária desejada. Análise e verificação das contas de resultado Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 28 Então, vamos ver mais detalhadamente a análise das contas de resultado. Ao examinar as contas de receita, custos e despesas, o auditor, via de regra, prepara uma análise da conta em exame, retroagindo nos registros contábeis, com o intuito de exigir as provas documentais adequadas e os lançamentos detalhados. De posse da documentação comprobatória, seu exame é feito em profundidade, de forma a determinar que as operações tenham sido adequadamente autorizadas, que tenham sido obedecidos os princípios contábeis e que sejam normais em relação à companhia. Como já foi falado, o auditor deve dispor de suficiente conhecimento dos controles internos daquela companhia para distinguir que as autorizações tenham sido adequadas e normais, e dispor de conhecimentos contábeis para julgar o correto lançamento contábil e a operação em si. As contas de receita e despesas são examinadas por amostragem e, como regra geral, antes de ser feito o exame documental é recomendável que o auditor faça uma leitura do razão para determinar a existência de itens anormais ou que lhe chamem a atenção. Receitas As receitas de uma empresa são divididas em operacionais e outras receitas. As receitas operacionais são oriundas da atividade principal da companhia, por exemplo, pode ser oriunda da venda de mercadorias se for uma empresa comercial ou da prestação de um serviço, se for uma empresa prestadora de serviços. Essas receitas normalmente requerem a emissão de nota fiscal. As outras receitas podem ser financeiras, oriundas de rendimentos auferidos em função de os recursos da empresa serem utilizados por terceiros ou, ainda, ganhos auferidos fora da atividade principal da companhia, como, por exemplo, venda de bens do ativo imobilizado, venda de sucata etc. Reconhecimento da receita As receitas são reconhecidas no resultado do exercício por ocasião da passagem da propriedade da mercadoria para terceiros, ou quando da prestação dos serviços. Recebimentos ocorridos antes do reconhecimento das receitas devem ser contabilizados no passivo. Exceção a essa regra são as transações envolvendo contratos a longo prazo, em que os lucros poderão ser reconhecidos quando o contrato estiver substancialmente completado ou de acordo com o andamento do projeto. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 29 Vejamos os principais procedimentos que o auditor pode aplicar nessas transações: • Selecionar notas fiscais de venda ou prestação de serviço para teste e ver a aprovação dos créditos; • Comparar as notas com os pedidos; conferir o preço; checar a soma e o cálculo dos impostos (ICMS, ISS, IPI) e inspecionar a documentação de embarque das mercadorias; e • Verificar a escrituração e a contabilização da nota fiscal. O objetivo principal desses procedimentos de auditoria é identificar subavaliações nas contas de receita. Essas subavaliações podem ocorrer da seguinte maneira: • Não-contabilização de notas fiscais de venda ou prestação de serviços (=omissão de receitas); e • Soma menor dos registros de vendas (=subfaturamento). O auditor deverá ficar atento para diferenças anormais no inventário físico de produtos acabados (quantidades inventariadas em número inferior às apresentadas no registro de estoque), as quais poderiam evidenciar vendas não contabilizadas. Teste das outras receitas As receitas financeiras são testadas basicamente em conjunto com a auditoria do grupo de aplicações financeiras, que vimos quando falamos de investimentos. As demais receitas como, por exemplo, de venda do ativo imobilizado são testadas por ocasião da auditoria do imobilizado que vimos na auditoria do ativo. Despesas e custos A auditoria de despesas e custos é dividida da seguinte forma: • Despesas que são testadas em conexão com as contas do balanço patrimonial; • Aquisição de matérias-primas e serviços; • Custo das vendas; • Impostos; • Folha de pagamento; • Outras despesas e gastos gerais de fabricação. Despesas testadas em conexão com as contas do balanço patrimonial Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 30 O auditor deve, sempre que possível, testar as transações que influenciam o lucro ou prejuízo líquido do período, em conexão com a auditoria das contas do balanço patrimonial. Por exemplo: Balanço Patrimonial DRE Contas a receber • Despesa com devedores duvidosos; Ativo imobilizado • Depreciações, exaustões e amortizações; • Valor contábil de bens do ativo imobilizado baixados; Obrigações • Despesa de imposto de renda; • Despesa com férias; Empréstimos • Despesas com juros; Teste das aquisições de matérias-primas e serviços Para os débitos relacionados ao razão geral, referentes à compra de bens e serviços, o auditor deve executar os procedimentos de auditoria abaixo discriminados: • Conferir o débito selecionado com a ficha de lançamento contábil; • Conferir o valor selecionado no registro com a documentação de compra; • Examinar a documentação comprobatória da compra e atente quanto a sua autenticidade; • Conferir a nota fiscal de compra do fornecedor com o pedido de compra e/ou contrato; • Inspecionar o registro de cotação de preços (a fim de certificar-se de que a empresa comprou nas melhores condições); • Ver pedidos de cotação de preços aos fornecedores (a fim de assegurarse de que as informações do registro de cotação de preços são corretas); • Inspecionar a requisição de compra (com o objetivo de verificar se realmente houve a necessidade de compra); • Conferir a aprovação de compra; • Verificar se a empresa recebeu a mercadoria ou se o serviço foi prestado; • Verificar se a compra está de acordo com a natureza dos negócios da empresa; • Verificar a adequação da classificação contábil (todos os custos incorridos na compra de um ativo devem ser contabilizados como custo desse ativo); • Verificar se a compra foi registrada dentro do regime de competência; • Observar se os impostos recuperáveis incidentes na compra estão corretos e não foram alocados ao custo de matéria-prima, e sim debitados no grupo de contas de impostos a receber. Teste do custo de vendas Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto eFernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 31 O custo dos produtos vendidos ou das vendas representa valores transferidos do estoque e, em última análise, consiste na seguinte diferença: EI + CP – EF = CPV, onde EI = Estoque inicial; CP = compras de matérias-primas, mão-de-obra e gastos gerais de fabricação; EF = Estoque final; CPV = Custo dos produtos vendidos. As entradas e os saldos inicial e final dos estoques são testados diretamente para superavaliação e indiretamente para subavaliação, por ocasião da auditoria das contas do balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício. Teste das despesas com impostos (ICMS, IPI, ISS, etc.) Para as despesas com impostos selecionados para teste no razão geral, o auditor deve proceder da seguinte forma: • Verificar se estão de acordo com a legislação vigente; • Conferir os cálculos; • Verificar escrituração nos livros fiscais, quando aplicável; • Inspecionar guias quitadas. Testes das outras despesas e gastos gerais de produção Para os débitos selecionados do razão geral, o auditor deve efetuar os seguintes procedimentos de auditoria: • Conferir o valor selecionado com a ficha de lançamento contábil; • Verificar se a classificação contábil é adequada; • Inspecionar a documentação comprobatória (notas fiscais, contratos, recibos, guias etc.) e observar se é autêntica e se o gasto ou despesa está de acordo com a natureza dos negócios da companhia; • Ver a aprovação do gasto ou da despesa e atentar se a contabilização está de acordo com o regime de competência; Cumpre destacar que, no caso de empresas prestadoras de serviços, o auditor deve realizar os critérios de apuração dos serviços prestados e comprovar os débitos selecionados para teste. Finalmente, vamos ver uma questão sobre auditoria de contas de resultado para fechar nossa aula de hoje... Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 32 18. (FGV/Fiscal da Receita Estadual do Amapá/2010) - Assinale a alternativa que apresente o objetivo específico da auditoria do resultado: (A) comprovar se compras de mercadoria estão de acordo com os objetivos da empresa. (B) confirmar se os pagamentos realizados foram conciliados. (C) verificar se as despesas correspondentes às receitas realizadas foram apropriadas no período. (D) comprovar a correta apropriação das despesas em obediência ao regime de caixa. (E) conferir a exatidão dos registros contábeis dos estoques de mercadorias. Resolução: Assertiva A – Os testes nas contas de resultado visam à comprovação da exatidão dos lançamentos contábeis não tem nada a ver com os objetivos da empresa. Item errado. Assertiva B – A confirmação dos pagamentos efetuados diz respeito ao Passivo e não ao Resultado. Assertiva C – Esse é o gabarito da questão, vimos que os testes nas contas de resultado tem como objetivo a verificação da apropriação das despesas e das receitas do período. Assertiva D – Os testes nas contas de resultado têm como objetivo comprovar a correta apropriação das despesas, porém o regime é o de competência e não de caixa. Item errado. Assertiva E – A conta de estoque faz parte do Ativo e não do Resultado. Bom, amigo, finalizamos aqui nossa aula. Um grande abraço, e Fernando Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 33 Lista de Questões 01. (ESAF – SEFAZ/SP - Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas - 2009) - A inspeção física, por meio da contagem de numerário, é procedimento básico de auditoria aplicável à verificação em conta do: (A) Ativo Circulante. (B) Ativo Realizável a Longo Prazo. (C) Ativo Permanente. (D) Passivo Circulante. (E) Patrimônio Líquido. 02. (FCC –SEFAZ/SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS I – 2006) - Para certificar-se que direitos de crédito efetivamente existem em determinada data, o auditor independente utiliza, principalmente, o procedimento de (A) revisão analítica de recebíveis. (B) inspeção de ativos tangíveis. (C) circularização dos devedores da companhia. (D) conferência do cálculo dos créditos. (E) observação de processo de controle. 03. (FGV/Fiscal da Receita Estadual do Amapá/2010) - Assinale a alternativa que indique os procedimentos de auditoria aplicáveis à conta Provisão para Devedores Duvidosos. (A) Inspeção documental para exame dos documentos de pagamentos e recebimentos e solicitação de informações aos bancos mediante circularização. (B) Revisão de cálculos por meio da conferência da exatidão aritmética do valor e inspeção para verificação dos documentos que serviram de base para fixação dos critérios de cálculo. (C) Inspeção de documentos e revisão dos cálculos para a verificação dos valores lançados nos investimentos. (D) Inspeção de documentos e revisão dos cálculos no caso de depreciação e amortização acumulada. (E) Revisão de cálculos e investigação e confirmação das operações por meio de circularização de informações financeiras. 04. (ESAF / 2002 / Auditor-Fiscal da Receita Federal - AFRF) - A Cia. Miudezas vende, em média, 70% de seus produtos a prazo e possui cerca de 5 mil clientes. O perfil de seus clientes é o de pessoas que possuem renda familiar de até 10 salários mínimos. Na análise da constituição de provisão Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 34 para devedores duvidosos do saldo de clientes da Cia. Miudezas, o auditor deve (A) circularizar um percentual significativo de clientes, questionando quanto à posição em atraso e suas justificativas. (B) analisar individualmente o máximo possível a carteira de clientes da empresa e tirar suas conclusões pessoais. (C) segregar a carteira de clientes em função de períodos de contas vencidas, medindo tendências e probabilidades de perdas. (D) efetuar testes globais sobre o saldo de clientes, uma vez que as perdas efetivas do setor variam de 5 a 10 % das vendas. (E) estabelecer um valor adicional de provisão para cobrir perdas prováveis, de modo que não afete o fluxo de caixa projetado. 05. (FCC –SEFAZ/PB – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – 2006) - Em relação ao Inventário Físico de Estoques a ser realizado pelas empresas, é responsabilidade do auditor: (A) sempre acompanhar e aplicar testes que confirmem a existência física dos elementos registrados nas contas contábeis da empresa auditada. (B) quando o valor dos estoques for expressivo em relação à posição patrimonial e financeira da empresa, o auditor deve acompanhar o inventário físico executando testes de confirmação das contagens físicas e procedimentos complementares necessários. (C) acompanhar e colaborar na execução do inventário físico, quando a empresa for industrial elaborando os ajustes necessários nas demonstrações contábeis. (D) proceder ao inventário físico, apresentando as divergências para que a empresa possa realizar os ajustes e elaborar as demonstrações contábeis. (E) confirmar que os ajustes apurados no inventário físico tenham sido contabilizados, sendo desobrigado de acompanhar o inventário físico em qualquer situação. 06. (FCC – ARCE/CE – Contador - 2006) - Ao realizar auditoria em empresa comercial, o auditor externo percebe que o sistema de custeio da empresa não garante a apropriação dos custos nos estoques e a sua transferência para resultado adequadamente, nem controla a quantidade física destes bens. Estando com o tempo limitado, um dos procedimentos mais eficientes para confirmação da quantidade física representativa dos estoques constantes no balanço auditadoseria: (A) realizar inventário físico no final do período para confirmação das quantidades. (B) realizar o procedimento da circularização junto a fornecedores para confirmar as quantidades fornecidas. (C) somar o valor do estoque inicial, mais as compras, menos as devoluções de compras e menos o estoque final, obtendo a quantidade. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 35 (D) proceder o custeio para a empresa de forma a apresentar o valor e a quantidade a ser considerada nas demonstrações contábeis. (E) somar todas as quantidades das notas fiscais de compras de mercadorias e subtrair todas as quantidades de mercadorias das notas fiscais de vendas. 07. (ESAF / 2002 / Auditor-Fiscal da Receita Federal - AFRF) - Durante o acompanhamento de um inventário físico de estoques, o auditor deve efetuar o cut-off para: (A) determinar o momento em que os registros contábeis auxiliares, bem como os documentos com eles relacionados, refletem o levantamento do inventário. (B) comprovar que efetivamente todos os itens a serem inventariados estão adequadamente acondicionados no almoxarifado da empresa. (C) determinar o momento em que as três últimas compras e as três últimas vendas de mercadorias ocorreram durante o inventário. (D) comprovar que os procedimentos adotados pela administração para a contagem de estoques são adequados às práticas usuais. (E) comprovar que os documentos de compras de mercadorias estão suportados por documentação suporte às necessidades da empresa. 08. (NCE/UFRJ / 2004 / Auditoria Geral do MS) - Uma técnica de auditoria independente chamada de cut-off é utilizada, entre outros, para (A) apurar o patrimônio líquido. (B) calcular o valor de reserva de reavaliação. (C) efetuar inventários, controlando as últimas entradas e saídas de estoques. (D) apurar o good will. (E) Elaborar o planejamento fiscal visando pagar menos tributos. 09. (FCC / 2007 / TCE/MG – Inspetor de Controle Externo) – Adaptada - Na auditoria dos investimentos classificados em longo prazo pela empresa auditada, o auditor não obteve evidências que suportem a contabilização. Nesse caso, o auditor pode (A) solicitar representação formal, fazendo com que a administração declare sua intenção de manutenção do investimento em longo prazo. (B) limitar o escopo de seu trabalho, não se manifestando sobre os investimentos da empresa. (C) determinar que o evento seja esclarecido em nota explicativa, demonstrando os efeitos gerados. (D) determinar a baixa do investimento, visto que não existe definição para sua realização. (E) registrar o investimento em curto prazo e exigir da empresa a retificação, atendendo a norma contábil. 10. (FCC – PGE/RJ – TÉCNICO SUPERIOR DE ANÁLISE CONTÁBIL - 2009) - O auditor da Empresa AvaGeral S.A. constatou que a licença para uso Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 36 de um software, destinado a movimentação de robôs de solda de produtos fabricados pela empresa, usado ou vendido somente com esse equipamento, foi contabilizado no Intangível. O valor do bem e do software foram destacados na nota fiscal. Com relação a esse fato, o auditor deve recomendar (A) sua ativação no investimento para poder mensurar o seu retorno. (B) a validação do procedimento em decorrência de poder identificar a parcela do imobilizado e a parte referente ao ativo intangível. (C) que o valor seja contabilizado no resultado, visto não trazer benefícios futuros. (D) a reclassificação para o ativo imobilizado juntamente com o bem. (E) que o valor seja contabilizado como despesa por não ser possível calcular o retorno a ser gerado. 11. (CESPE/Auditor - Unipampa/2009) - A auditoria das disponibilidades tem por objetivo determinar se os títulos de propriedade do capital social foram adequadamente autorizados e emitidos. 12. (CESPE/SEBRAE Nacional - Analista Técnico - C. Contábeis/2008) Em uma auditoria de estoques, antes de iniciar o trabalho, o auditor deve proceder ao corte, que consiste em verificar os controles sobre os estoques que vão ser inventariados, anotando as últimas entradas e as últimas saídas. Esse processo tem por finalidade assegurar que a movimentação de última hora dos estoques não afete a integridade do inventário. 13. (ESAF / 2001 / SEFIN/NATAL – Auditor do Tesouro Municipal) Adaptada - O procedimento de auditoria independente que consiste na obtenção de informações junto às instituições que emprestaram recursos financeiros à entidade auditada é denominado: (A) procedimento analítico substantivo (B) testes de controle (C) investigação e confirmação (D) eventos subsequentes (E) carta de gerência 14. (ESAF / 2001 / SEFIN/NATAL – Auditor do Tesouro Municipal) – Adaptada - Um funcionário da entidade auditada, em conluio com o fornecedor, realizou pagamentos por serviços não prestados. Esse fato: (A) constitui uma limitação inerente dos sistemas de controles internos. (B) será detectado nos exames de auditoria de “circularização” de fornecedores. (C) será detectado nos exames de auditoria de pagamentos subsequentes. (D) será detectado no acompanhamento do inventário físico de estoques. (E) constitui uma das hipóteses de emissão de opinião com ressalva. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 37 15. (ESAF – Auditor-Fiscal da Receita Federal- AFRF – 2002.2) - Adaptada - O auditor, por meio de uma listagem de dividendos, confere a exatidão dos valores de pagamentos desses, com as respectivas autorizações dadas em atas de reuniões de diretoria ou de assembléias de acionistas. Esse procedimento chama-se: (A) inspeção (B) observação (C) investigação (D) recálculo (E) confirmação 16. (CESPE/Auditor - Unipampa/2009) - Uma das formas de o auditor obter confirmação independente, em relação às provisões registradas, é a circularização dos consultores jurídicos. 17. (CESPE/Analista de Controle Externo - TCU/2008) A circularização de ativos sempre se revela mais eficaz, pois o credor tem mais interesse em confirmar seu crédito ou, até mesmo, em apontar possíveis irregularidades. 18. (FGV/Fiscal da Receita Estadual do Amapá/2010) - Assinale a alternativa que apresente o objetivo específico da auditoria do resultado: (A) comprovar se compras de mercadoria estão de acordo com os objetivos da empresa. (B) confirmar se os pagamentos realizados foram conciliados. (C) verificar se as despesas correspondentes às receitas realizadas foram apropriadas no período. (D) comprovar a correta apropriação das despesas em obediência ao regime de caixa. (E) conferir a exatidão dos registros contábeis dos estoques de mercadorias. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 A C B C B A A C A B 11 12 13 14 15 16 17 18 Errado Certo C A D Certo Errado C Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 08 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 38 Bibliografia BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC 1.203/09 - NBC TA 200 (Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria). ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Ed. Atlas, 2007. ATTIE, Wiliam. Auditoria – Conceitos e Aplicações. São Paulo: Ed. Atlas, 2009. BOYNTON, Marcelo Willian C. Auditoria. São Paulo: Ed. Atlas, 2002. BRAGA, Hugo Rocha & Almeida, Marcelo Cavalcanti. Mudanças Contábeis na Lei Societária. São Paulo: Ed. Atlas, 2009. Ricardo J. Manual
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