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Aula 02 Parte 02 Comercio Internacional

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CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ 
www.pontodosconcursos.com.br 1
Oi, pessoal. 
 
Na aula anterior, além das formas de pagamento, eu deveria ter abordado a 
matéria de seguros, mas, por causa da idade, eu me esqueci (rs). Por isso, a aula 
de hoje é um complemento da aula anterior. 
Assim como as formas de pagamento, a matéria de seguros não foi pedida no edital 
de AFRFB, mas apenas no de ATRFB. 
 
14. SEGURO NO COMÉRCIO INTERNACIONAL 14.1. SEGURO DE CRÉDITO À 
EXPORTAÇÃO 
 
Antes de falar do seguro de crédito à exportação, vejamos algumas generalidades 
do contrato de seguro. Em primeiro lugar, o contrato de seguro é regulado pelo 
Decreto-Lei 73/66, o qual sofreu importantes alterações pela Lei Complementar 
126/2007. 
Seguro é (como se já não soubéssemos...) aquele contrato em que a seguradora se 
obriga para com o segurado, mediante o recebimento do prêmio, a indenizar os 
beneficiários indicados no contrato, na hipótese de ocorrência de um sinistro. 
São intervenientes no contrato de seguro: 
1) Seguradora – empresa legalmente constituída para assumir e gerir riscos. 
Só pode assumir a forma de sociedade anônima. É a pessoa jurídica que 
assume a responsabilidade de determinados riscos, especificados no 
contrato de seguro, e paga a indenização aos beneficiários. 
2) Segurado – É o dono do bem, podendo ser uma pessoa física ou jurídica. 
3) Estipulante – É a pessoa física ou jurídica que contrata um seguro para 
outrem. 
4) Beneficiário – É aquele indenizado num eventual sinistro com o bem 
segurado. 
 
O exemplo que sempre dou em aula é: João, pai de Antônio e avô de Pedro, 
contrata um seguro de vida para Antônio, cujo beneficiário é Pedro. 
Neste exemplo, João é estipulante (celebrou o contrato), Antônio é o segurado (a 
vida é dele) e Pedro é o beneficiário (ele receberá a indenização em caso de 
sinistro). 
 
Os elementos do contrato de seguro são: 
1) Prêmio 
Apesar do nome bonito, prêmio é o dinheiro que sai do nosso bolso (é um 
“prêmio” só para a seguradora...) 
2) Risco 
É algo a que o bem segurado está sujeito e que independe da vontade das 
partes envolvidas, podendo ocorrer a qualquer tempo e em qualquer lugar, 
sendo algo possível, porém futuro e incerto. É para se precaver do risco que 
o seguro é celebrado. Por isso, diz-se que o risco é o objeto do seguro 
(“Sem risco não há seguro”). 
O risco tem que ser futuro. Tente, por exemplo, fazer seguro para o seu 
carro que foi roubado ontem. Quando você disser à seguradora ou à 
corretora o que você foi fazer lá, o sujeito vai olhar para a sua cara e vai 
dizer “Cê tá de palhaçada comigo, é? Cê acha que eu sou trouxa, só porque 
eu sou argentino?” 
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O risco tem que ser possível. Imagine fazer um seguro contra coisa 
impossível de ocorrer. Seria jogar dinheiro no lixo, ou melhor, seria 
enriquecer a seguradora. Haveria um total desequilíbrio contratual. A 
seguradora receberia o prêmio, mas nunca precisaria pagar a indenização. 
O risco tem que ser incerto. Não dá para fazer seguro sobre coisa certa de 
acontecer, pois, neste caso, o contrato seria também desequilibrado, mas 
para o outro lado, pois SEMPRE a seguradora receberia 10 moedas de 
prêmio e teria que pagar 1.000 moedas de indenização. 
3) Sinistro 
É aquilo que a gente espera que nunca aconteça. Mas, caso ocorra, gera o 
direito à indenização. É a concretização do risco. 
4) Indenização 
É o valor pago ao beneficiário, pela seguradora, por causa de sinistro 
ocorrido sobre o bem segurado. 
5) Franquia 
É a parcela que deve ser suportada pelo segurado e que não é coberta pelo 
seguro. É uma forma de desestimular reembolsos de pequenas quantias, 
reduzindo os gastos das seguradoras e, conseqüentemente, reduzindo o 
valor dos prêmios para os próprios segurados. 
A lógica da franquia é dizer para o segurado o seguinte: “Ô rapaz, não 
venha me aporrinhar com qualquer bobagenzinha que ocorra com seu carro 
ou com sua unha não. Você se vire, senão vai me dar um trabalho de louco 
para te indenizar um valor ridículo.” 
 
São características do contrato de seguro, valendo para qualquer das várias 
espécies: 
1) Consensual – o contrato se torna perfeito e obrigatório no consenso. Basta 
o consenso para o contrato ser considerado válido. 
Observação: quando um tipo de contrato não é consensual, ele é classificado 
como “Real”, tornando-se perfeito somente se houver, simultaneamente, o 
consenso e a entrega da coisa. Um exemplo de contrato real está no 
parágrafo único do artigo 541 do Código Civil: a doação verbal somente será 
considerada válida se, além do consenso, houver imediatamente a entrega 
da coisa. 
Art. 541 – A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento 
particular. 
Parágrafo único – A doação verbal será válida, se, versando sobre bens 
móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição. 
2) Bilateral – gera direitos e obrigações para as duas partes. Observação: 
quando um tipo de contrato não é bilateral, ele é classificado como 
“unilateral”. Exemplo de contrato unilateral: doação, pois somente gera 
direitos para uma das partes e obrigações para a outra parte. 
3) Aleatório – a prestação da seguradora somente ocorrerá se houver o 
sinistro, ou seja, a prestação não é certa. 
Observação: Quando um tipo de contrato não é aleatório, ele é classificado 
como “Comutativo”. Comutativos são os contratos onde as prestações são 
certas e equivalentes, como os contratos de compra e venda. 
4) Oneroso – pois não é gratuito 
5) Formal – a forma escrita é exigida em lei 
6) De adesão – De acordo com o Código de Defesa do Consumidor: “Contrato 
de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade 
competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos 
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ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar 
substancialmente seu conteúdo.” 
Observação: quando um tipo de contrato não é por adesão, ele é 
classificado como “por colaboração”. Os contratos por colaboração são 
elaborados em conjunto pelas partes contratantes. 
7) Típico – Previsto em lei 
8) De boa-fé – a seguradora confia nas informações do segurado. No entanto, 
se a seguradora descobre que o segurado mentiu ou omitiu algo que teria 
influenciado na celebração do contrato, ela pode se eximir do pagamento da 
indenização. 
 
São dois os instrumentos do seguro: 
- Proposta, a qual representa a vontade do segurado. É aquilo que a 
gente preenche na frente do corretor e que possui todas as nossas 
verdades; e 
- Apólice, a qual representa a concretização do contrato de seguro e é 
emitida pelo segurador depois de ter analisado nossa proposta. 
 
O que acontece quando, após a seguradora ter indenizado o segurado em virtude 
de um sinistro, o bem segurado for recuperado? Por exemplo, quando uma 
seguradora paga a indenização ao importador por causa de extravio da mercadoria. 
A resposta se baseia no direito de sub-rogação. O que é isso? 
Depois que a seguradora indeniza o segurado, assume a mercadoria como sua, ou 
seja, ela se sub-roga nos direitos do importador, e “corre atrás” daquele que foi 
responsável pelo extravio. Se o meu carro danificado foi indenizado pela 
seguradora, agora ela vai buscar o reembolso daquele que foi o responsável pelo 
dano. 
Sub-rogação é, portanto, o direito de o segurador tomar posse das mercadorias 
indenizadas e de recorrer contra o responsável pelo sinistro. É necessário que 
ocorra primeiro a indenização para que o segurador possa ter o direito de sub-
rogação. 
 
 
SEGURO DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO (SCE) 
 
O Seguro de Crédito à Exportação é a únicamodalidade de seguro pedida no 
edital. É regulamentado pelo Decreto 3.937/2001, que assim dispunha: 
“Art. 1o - O Seguro de Crédito à Exportação – SCE – tem por objetivo 
segurar as exportações brasileiras de bens e serviços contra os riscos 
comerciais, políticos e extraordinários que possam afetar as transações 
econômicas e financeiras vinculadas a operações de crédito à 
exportação.” 
 
O SCE veio para eliminar o risco do vendedor ao conceder crédito para seus 
compradores. O risco de o exportador brasileiro não receber o valor da operação no 
prazo dado atrapalhava muito as nossas exportações. Nem todas as empresas 
brasileiras estavam dispostas a correr o risco do calote. Por isso, não exportavam. 
Foi então que o governo brasileiro resolveu criar esta modalidade de seguro, que 
passou a ser considerada um incentivo às exportações. 
Pelo SCE, o exportador faz um seguro e assim se cobre dos riscos do não-
recebimento do valor da exportação. Pergunto: por que o importador não pagaria 
ao exportador brasileiro? Existem três possíveis situações: 
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1) Porque é um caloteiro safado ou foi à falência, por exemplo; 
2) Porque o governo atrapalhou o processo; OU 
3) Por motivos extraordinários, ou seja, porque houve, por exemplo, um 
furacão, um terremoto, uma guerra ou uma erupção vulcânica, 
inviabilizando o pagamento. 
 
No primeiro caso, diz-se que houve a concretização de um risco COMERCIAL. No 
segundo, risco POLÍTICO. No terceiro, risco EXTRAORDINÁRIO. 
Em 2008, o Decreto 3.937/2001 sofreu importante alteração com o Decreto 
6.452. Aquele artigo 1o, transcrito anteriormente, ganhou nova redação: 
“Art. 1o O Seguro de Crédito à Exportação - SCE tem a finalidade de 
garantir as operações de crédito à exportação contra os riscos comerciais, 
políticos e extraordinários que possam afetar: 
I - a produção de bens e a prestação de serviços destinados à 
exportação brasileira; 
II - as exportações brasileiras de bens e serviços. 
Parágrafo único. O SCE poderá ser utilizado por exportadores, instituições 
financeiras e agências de crédito à exportação que financiarem, 
refinanciarem ou garantirem a produção de bens e a prestação de serviços 
destinados à exportação brasileira, bem como as exportações brasileiras de 
bens e serviços.” 
 
Veja que, anteriormente ao Decreto 6.452, somente as exportações propriamente 
ditas estavam seguradas. Mas, atualmente, também pode ser feito seguro para 
cobrir a fase pré-embarque, ou seja, a produção de bens e serviços que ainda serão 
efetivamente exportados. 
É o caso, por exemplo, da firma brasileira que recebe um pedido de encomenda do 
exterior. Considerando os riscos na produção do bem a ser exportado, a firma pode 
celebrar um seguro e, assim, começar o processo produtivo sem medos. Caso haja 
alguma quebra no processo produtivo, seja pela falta de insumos no mercado 
mundial, seja por qualquer outro evento que impossibilite a produção dos bens, 
haverá a indenização pela seguradora. 
Mais um detalhe: o parágrafo único do artigo acima dispõe que não só os 
exportadores podem celebrar o contrato de SCE, mas também aqueles que: 
i. financiam (ou refinanciam) a produção e a exportação de bens e 
serviços. 
Por exemplo, o banco que empresta recursos para financiar a 
produção do exportador possui o risco de tal financiamento 
não ser quitado. Por isso, o banco pode celebrar um contrato 
de SCE. 
ii. garantem a produção e a exportação de bens e serviços. 
Não só os bancos que financiam podem fazer o SCE, mas 
também os que são avalistas ou fiadores desses empréstimos. 
Se o banco Itaú é avalista do financiamento dado pelo 
Bradesco ao exportador ABC, o Itaú pode celebrar um SCE 
para cobrir o seu risco. 
 
Quando toda a cadeia produtiva e financiadora tem acesso a seguros, todos 
trabalham de forma mais tranqüila, atingindo-se então o objetivo final: o aumento 
das exportações brasileiras. 
Veja a nova redação dos artigos do Decreto 3.937, de 2001, que definem os 
riscos comerciais, os políticos e os extraordinários: 
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“Art. 2o – Consideram-se riscos comerciais as situações de 
insolvência do devedor, caracterizando-se esta quando: 
I – ocorrer mora pura e simples do devedor por prazo igual ou superior a 
180 (cento e oitenta) dias do vencimento da data da primeira parcela 
não-paga, desde que não provocada pelos fatos enumerados nos incisos 
I a VI do art. 3o; 
II – executado o devedor, seus bens revelarem-se insuficientes ou 
insuscetíveis de arresto, seqüestro ou penhora; 
III – decretada a falência ou a concordata do devedor ou outro ato 
administrativo ou judicial de efeito equivalente; 
IV – celebrado acordo do devedor com o segurado, com anuência da 
seguradora, para pagamento com redução do débito. 
Parágrafo único. Excetuam-se do prazo estabelecido no inciso I deste 
artigo as operações destinadas ao setor aeronáutico. (Incluído pelo 
Decreto nº 6.623, de 2008) 
Art. 3o – Consideram-se riscos políticos e extraordinários a 
ocorrência, isolada ou cumulativamente, das seguintes situações: 
I – mora pura e simples do devedor público por prazo igual ou superior 
a 180 (cento e oitenta) dias do vencimento da primeira parcela não-
paga; 
II – rescisão arbitrária, pelo devedor público, do contrato garantido; 
III – moratória geral decretada pelas autoridades do país do devedor 
ou de outro país por intermédio do qual o pagamento deva ser efetuado; 
IV – qualquer outro ato ou decisão das autoridades de um outro país 
que impeça a execução do contrato garantido; 
V – por decisão do Governo Brasileiro, de governos estrangeiros ou de 
organismos internacionais, posterior aos contratos firmados, resulte a 
impossibilidade de se realizar o pagamento pelo devedor; 
VI – superveniência, fora do Brasil, de guerra, revolução ou motim, de 
catástrofes naturais, tais como ciclones, inundações, terremotos, 
erupções vulcânicas e maremotos, que impeçam a execução do contrato 
garantido. 
VII - impossibilidade de pagamento por parte dos Bancos Centrais dos 
países participantes do Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos - 
CCR, por prazo superior a cento e vinte dias das Compensações 
Quadrimestrais. 
VIII - qualquer ato ou decisão das autoridades de um outro país 
solicitando o cumprimento de garantias bancárias relacionadas à 
exportação, por entender que o exportador não cumpriu total ou 
parcialmente suas obrigações. 
... 
§ 2o Excetuam-se do prazo estabelecido no inciso I deste artigo as 
operações destinadas ao setor aeronáutico. (Incluído pelo Decreto nº 
6.623, de 2008) 
 
Art. 4o As situações a que se referem os arts. 2o e 3o deste Decreto 
abrangem também os seguintes casos: 
I - interrupção das obrigações contratuais do devedor por cento e oitenta 
dias, durante o período compreendido entre a data em que os contratos 
foram firmados e a data em que deveriam ser efetivados o embarque 
dos bens e a prestação dos serviços destinados à exportação, ou 
finalizadas as obrigações contratuais do segurado, definido esse evento 
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como risco de fabricação; (Redação dada pelo Decreto nº 6.452, de 
2008) 
II - impossibilidade de fazer retornar as mercadorias não vendidas no 
exterior, quando se tratar de exportação em consignação, feiras, 
mostras, exposições e similares; (Redação dada pelo Decreto nº 6.452, 
de 2008) 
III - inadimplemento das obrigações contratuais do exportador, nos casos 
de garantia de execução, garantia de reembolso de adiantamento de 
recursos e garantia de termos e condições de oferta, para operações de 
exportação de bens de capitalou de serviços, ou, ainda, para operações de 
exportação de bens de consumo e de serviços do setor de defesa com prazo 
de até quatro anos.” (NR) (Incluído pelo Decreto nº 6.452, de 2008) 
 
Vejamos os incisos do artigo 4o. 
O inciso I é para cobrir aquelas quebras de produção provocadas pelo próprio 
comprador (devedor). Por exemplo, imagine que o exportador brasileiro e o 
importador estrangeiro combinaram que, na fase final de produção, o importador 
iria entregar alguns insumos para o acabamento final do produto. Caso o 
importador descumpra essa sua obrigação, o exportador poderá, depois do prazo 
previsto na norma, acionar o seguro de crédito (caso o tenha celebrado, é claro). 
Podemos ver no inciso II do artigo 4o que o seguro de crédito pode ser contratado 
para cobrir o risco de alguém exportar um bem em consignação, e, posteriormente, 
não o conseguir trazer de volta. 
As garantias citadas no inciso III foram cobradas nos editais de AFRFB até 2005, 
mas não foram pedidas nos editais de 2009 para AFRFB e ATRFB. 
Em poucas linhas, o que são essas garantias? São indenizações que o vendedor do 
bem ou do serviço tem que entregar, caso: 
- não execute o serviço direitinho ou não entregue o bem vendido para o exterior 
(garantia de execução); 
- receba um dinheiro antecipado do comprador estrangeiro e não cumpra o 
contrato: além da garantia de execução, será executada também a garantia de 
reembolso do adiantamento de recursos; e 
- não assine o contrato de venda, depois de ser escolhido na licitação internacional, 
ou seja, recusou-se a manter a oferta (garantia de oferta). 
Nas três garantias que o exportador deu, ele será obrigado a pagar a indenização. 
No entanto, caso ele tenha feito um seguro, é a seguradora que vai pagar por ele. 
 
Nos riscos comerciais, o problema se deu com o importador (“insolvência do 
devedor”), como vemos no artigo 2o. O inciso VI do artigo 3o trata dos riscos 
extraordinários. Os demais incisos do artigo 3o tratam dos riscos políticos, que 
englobam riscos surgidos a partir de governos (qualquer governo) ou organizações 
internacionais. 
No Brasil, este seguro foi, durante muitos anos, monopólio da SBCE – Seguradora 
Brasileira de Crédito à Exportação. No entanto, hoje existem várias seguradoras 
oferecendo esta modalidade de seguro. 
 
Na prova de ATRFB/2009, caiu a seguinte questão sobre SCE: 
O objetivo precípuo do Seguro de Crédito à Exportação (SCE) é: 
a) dar garantias aos importadores e instituições financeiras no exterior que tenham 
financiado exportações ao mercado brasileiro contra riscos comerciais, políticos e 
extraordinários. 
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b) garantir, ao exportador, acesso a financiamento no montante referente ao valor 
de bens exportados em face de atraso ou inadimplência, por parte do importador, 
provocado(a) por circunstâncias políticas e econômicas. 
c) dar garantias aos exportadores e instituições financeiras que financiam a 
produção de bens e a prestação de serviços destinados às exportações brasileiras 
bem como as exportações brasileiras de bens e serviços contra riscos comerciais, 
políticos e extraordinários. 
d) fornecer, ao exportador brasileiro, crédito para a contratação de seguro que 
garanta proteção à mercadoria a ser exportada contra riscos associados ao seu 
manuseio e transporte desde o embarque à sua entrega ao importador no país de 
destino. 
e) garantir ao importador, em situações emergenciais, condições facilitadas e 
imediatas de acesso a crédito para o pagamento, ao exportador nacional, de uma 
operação de importação. 
 
Comentários 
 
A finalidade do SCE é encontrada no artigo 1o do Decreto 3.937/2001, alterado 
pelo Decreto 6.452/2008: 
“Art. 1o - O Seguro de Crédito à Exportação - SCE - tem a finalidade de 
garantir as operações de crédito à exportação contra os riscos comerciais, 
políticos e extraordinários que possam afetar: 
I - a produção de bens e a prestação de serviços destinados à exportação 
brasileira; 
II - as exportações brasileiras de bens e serviços. 
Parágrafo único. O SCE poderá ser utilizado por exportadores, instituições 
financeiras e agências de crédito à exportação que financiarem, 
refinanciarem ou garantirem a produção de bens e a prestação de serviços 
destinados à exportação brasileira, bem como as exportações brasileiras de 
bens e serviços.” 
 
Em suma, o SCE é para garantir o exportador (ou aqueles que financiarem ou 
garantirem o exportador) contra os riscos de produção ou de venda. 
Inicialmente, o gabarito apresentado foi a letra B. Após os recursos, foi alterado 
para a letra C. 
 
A matéria de seguros não é muito cobrada em prova. Seguem TODAS as demais 
questões já cobradas sobre seguros: 
(ACE/97) O seguro de crédito à exportação tem a finalidade de 
a) assegurar a liquidação de obrigações financeiras contraídas junto ao sistema 
financeiro nacional, destinadas ao financiamento das exportações 
b) garantir ao exportador a indenização por perdas ocasionadas pelo não 
recebimento de crédito concedido a seus clientes no exterior 
c) ressarcir o importador de mercadorias brasileiras de eventuais danos ocorridos 
no embarque, transporte e despacho no exterior 
d) desonerar o exportador dos riscos de transporte das mercadorias embarcadas no 
Brasil 
e) cobrir os riscos nos casos de rescisão de contratos de fabricação e de exportação 
em consignação 
 
Comentários 
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Letra B. Resposta direta. 
As letras A e E estavam incorretas no dia da prova, mas hoje, tendo em vista o 
aumento do alcance do seguro de crédito à exportação em 2008, podem ser 
consideradas corretas também. 
 
(AFTN/98) O seguro de crédito à exportação é instrumento de política 
comercial que visa: 
a) garantir ao exportador o ressarcimento de valores referentes a operações 
comerciais não concretizadas por circunstâncias políticas 
b) garantir o exportador contra o risco de não pagamento pelo importador ou a não 
transferência de divisas 
c) conceder créditos para o importador, garantindo ao exportador a realização da 
venda 
d) indenizar o exportador por destruição ou avaria da mercadoria durante o 
embarque, quando não relacionada a acontecimentos catastróficos e a 
acontecimentos políticos 
e) garantir ao importador a cobertura contra avaria e danos que a mercadoria 
possa sofrer após embarcada 
 
Comentários 
 
Letra B. Resposta direta. 
No dia da prova, a letra A estava errada porque a operação comercial foi 
concretizada. A venda ocorreu! O que não foi concretizado para a cobertura do SCE 
é o recebimento pelo exportador. 
No entanto, hoje, com a mudança na legislação, não dá para dizer que a letra A 
está errada, pois o seguro passou a cobrir riscos pré-embarque. 
 
(ACE/2002) Os riscos cobertos pelo seguro de crédito às exportações 
incluem: 
a) circunstâncias imprevisíveis, como desastres naturais. 
b) acidentes e danos sofridos durante o transporte da mercadoria. 
c) danos sofridos durante permanência e manipulação em recinto alfandegário. 
d) situações que comprometem a capacidade de pagamento do importador, como 
falência, mora, revoluções e guerras. 
e) atrasos decorrentes de dificuldades no processamento das operações de 
pagamento. 
 
Comentários 
 
Gabarito: Letra D. 
A letra A está errada porque o SCE não cobre desastres naturais, mas o “não-
recebimento por desastres naturais”. Ok? 
 
 
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RESUMO 
 
Intervenientes no contrato de seguro: 
1) Seguradora 
2) Segurado 
3) Estipulante 
4) Beneficiário 
 
Elementos do contrato deseguro: 
1) Prêmio 
2) Risco 
3) Sinistro 
4) Indenização 
5) Franquia 
 
Características do contrato de seguro: 
1) Consensual 
2) Bilateral 
3) Aleatório 
4) Oneroso 
5) Formal 
6) De adesão 
7) Típico 
8) De boa-fé 
 
O Seguro de Crédito à Exportação – SCE: 
1) Tem a finalidade de garantir as operações de crédito à exportação contra 
riscos comerciais (inerentes ao importador), políticos (inerente a governos ou 
instituições públicas) e extraordinários. 
2) Cobre os riscos que possam afetar: 
I - a produção de bens e a prestação de serviços destinados à exportação 
brasileira; 
II - as exportações brasileiras de bens e serviços. 
3) Pode ser contratado por: exportadores, instituições financeiras e agências de 
crédito à exportação. 
 
Bons estudos, 
Rodrigo Luz 
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QUESTÕES ANALISADAS NESTA AULA 
 
1- O objetivo precípuo do Seguro de Crédito à Exportação (SCE) é: 
a) dar garantias aos importadores e instituições financeiras no exterior que tenham 
financiado exportações ao mercado brasileiro contra riscos comerciais, políticos e 
extraordinários. 
b) garantir, ao exportador, acesso a financiamento no montante referente ao valor 
de bens exportados em face de atraso ou inadimplência, por parte do importador, 
provocado(a) por circunstâncias políticas e econômicas. 
c) dar garantias aos exportadores e instituições financeiras que financiam a 
produção de bens e a prestação de serviços destinados às exportações brasileiras 
bem como as exportações brasileiras de bens e serviços contra riscos comerciais, 
políticos e extraordinários. 
d) fornecer, ao exportador brasileiro, crédito para a contratação de seguro que 
garanta proteção à mercadoria a ser exportada contra riscos associados ao seu 
manuseio e transporte desde o embarque à sua entrega ao importador no país de 
destino. 
e) garantir ao importador, em situações emergenciais, condições facilitadas e 
imediatas de acesso a crédito para o pagamento, ao exportador nacional, de uma 
operação de importação. 
 
2- (ACE/97) O seguro de crédito à exportação tem a finalidade de 
a) assegurar a liquidação de obrigações financeiras contraídas junto ao sistema 
financeiro nacional, destinadas ao financiamento das exportações 
b) garantir ao exportador a indenização por perdas ocasionadas pelo não 
recebimento de crédito concedido a seus clientes no exterior 
c) ressarcir o importador de mercadorias brasileiras de eventuais danos ocorridos 
no embarque, transporte e despacho no exterior 
d) desonerar o exportador dos riscos de transporte das mercadorias embarcadas no 
Brasil 
e) cobrir os riscos nos casos de rescisão de contratos de fabricação e de exportação 
em consignação 
 
3- (AFTN/98) O seguro de crédito à exportação é instrumento de política 
comercial que visa: 
a) garantir ao exportador o ressarcimento de valores referentes a operações 
comerciais não concretizadas por circunstâncias políticas 
b) garantir o exportador contra o risco de não pagamento pelo importador ou a não 
transferência de divisas 
c) conceder créditos para o importador, garantindo ao exportador a realização da 
venda 
d) indenizar o exportador por destruição ou avaria da mercadoria durante o 
embarque, quando não relacionada a acontecimentos catastróficos e a 
acontecimentos políticos 
e) garantir ao importador a cobertura contra avaria e danos que a mercadoria 
possa sofrer após embarcada 
 
4- (ACE/2002) Os riscos cobertos pelo seguro de crédito às exportações 
incluem: 
a) circunstâncias imprevisíveis, como desastres naturais. 
b) acidentes e danos sofridos durante o transporte da mercadoria. 
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c) danos sofridos durante permanência e manipulação em recinto alfandegário. 
d) situações que comprometem a capacidade de pagamento do importador, como 
falência, mora, revoluções e guerras. 
e) atrasos decorrentes de dificuldades no processamento das operações de 
pagamento.

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