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Aula 05 Comercio Internacional

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Curso On-Line Comércio Internacional 2010 
Professor: Luiz Roberto Missagia 
 
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
 
1
AULA 05 
 
(PONTOS 8.1 E 8.2 DO PROGRAMA DE AFRFB/2009) 
(PONTO 9 DO PROGRAMA DE ATRFB/2009) 
 
REGRAS GERAIS DO SH 
O assunto “Classificação Aduaneira” foi iniciado na aula anterior, com a 
apresentação do histórico do Sistema Harmonizado (SH). Na aula de hoje, iremos 
apresentar as regras gerais de interpretação (RGI) do sistema harmonizado, e a 
Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Mas afinal de contas o SH foi criado pra 
quê mesmo? O Sistema Harmonizado de Designação e Classificação de 
Mercadorias, ou simplesmente SH, foi criado para ser coerente e uniforme, ou 
seja, deve assegurar que cada mercadoria somente corresponda a uma única 
classificação, de forma simples e inequívoca. 
Por exemplo: se a classificação determinada para suco de laranja congelado 
for a 2009.21, qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo e a qualquer tempo, 
deveria enquadrar tal produto sempre nesse código. 
Agora vejam que interessante. Todo e qualquer produto existente na 
natureza deve ser passível de ser classificado, inclusive aqueles que venham a 
existir. É isso mesmo !!! Só para citar um exemplo, quando os transistores foram 
descobertos, não havia um código para transistores. Mas eles deveriam ser 
enquadrados, mesmo assim, em algum código. Por isso o sistema é considerado 
completo e por isso existem algumas posições residuais (“outros....”). 
Até algum tempo atrás, tivemos problemas nas Alfândegas brasileiras com 
as importações dos equipamentos multifuncionais, até então inovadores. São 
máquinas que possuem funções conjugadas de impressora, copiadora, scanner, fax. 
Não havia uma posição específica para enquadrar os equipamentos multifuncionais. 
O fazer? Como enquadrar o produto? 
Quando o importador elabora uma declaração de importação (DI), ele 
declara a classificação do seu produto, sujeito à aceitação pela autoridade 
aduaneira. Na época, havia uma grande discussão em torno da classificação das 
multifuncionais. Havia posição para copiadora, para fax, para impressora, mas não 
para multifuncionais. Qual a solução? 
Para que o sistema seja completo, quando não houver algo com a descrição 
exatamente do jeito que se quer, as REGRAS GERAIS vão direcionar para procurar 
o código mais adequado. 
Por esse motivo, as Regras Gerais de Interpretação do SH (RGI) 
prevêem o enquadramento de produtos cuja descrição não é encontrada de forma 
exata na Nomenclatura (na posição dos produtos mais semelhantes – regra 4). 
Prevêem também como classificar produtos combinados (regra 3), como é o caso 
do kinderovo, lembram? (ovo de chocolate com um brinquedo dentro). Como se 
classifica isso? Como chocolate ou como brinquedo? E as multifuncionais? Há uma 
regra para enquadrar na posição que confira ao produto a sua característica 
essencial, quando possível de determinar. 
Bom, só pra terminar o caso, posteriormente houve uma mudança na 
Nomenclatura, quando foi inserido um código para as máquinas multifuncionais, a 
partir de 2007. 
Assim, as regras gerais estão aí para garantir que um determinado produto 
seja sempre classificado, e sempre no mesmo código numérico do SH. 
Curso On-Line Comércio Internacional 2010 
Professor: Luiz Roberto Missagia 
 
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
 
2
Bom, o Sistema Harmonizado possui Regras Gerais que asseguram uma 
uniforme interpretação legal. Por meio destas regras é estabelecido um 
procedimento de classificação de acordo com a hierarquia da mercadoria dentro do 
SH, de maneira que uma mercadoria deve primeiramente ser enquadrada em 
sua posição, em seguida na subposição de primeiro nível, e somente depois 
na subposição de segundo nível. 
A seguir apresentaremos as Regras Gerais de Interpretação do Sistema 
Harmonizado. 
 
Apresentação das Regras Gerais 
 
A CLASSIFICAÇÃO DAS MERCADORIAS NA NOMENCLATURA REGE-SE PELAS 
SEGUINTES REGRAS: 
 
RGI-1. OS TÍTULOS DAS SEÇÕES, CAPÍTULOS E SUBCAPÍTULOS TÊM 
APENAS VALOR INDICATIVO. PARA OS EFEITOS LEGAIS, A 
CLASSIFICAÇÃO É DETERMINADA PELOS TEXTOS DAS POSIÇÕES E 
DAS NOTAS DE SEÇÃO E DE CAPÍTULO E, DESDE QUE NÃO SEJAM 
CONTRÁRIAS AOS TEXTOS DAS REFERIDAS POSIÇÕES E NOTAS, 
PELAS REGRAS SEGUINTES. 
 
Conforme visto na aula anterior, o SH é dividido em 96 capítulos, cada um 
possuindo um título. Por questões de apresentação, e para facilitar a localização 
dos códigos, os capítulos são agrupados em seções, num total de 21. 
Por exemplo, vejamos a Seção XV do SH: 
SEÇÃO XV METAIS COMUNS E SUAS OBRAS 
Notas de Seção 
Capítulos: 
72 Ferro fundido, ferro ou aço 
73 Obras de ferro fundido, ferro ou aço 
74 Cobre e suas obras 
75 Níquel e suas obras 
76 Alumínio e suas obras 
77 (Reservado para uma eventual utilização futura no SH) 
78 Chumbo e suas obras 
79 Zinco e suas obras 
80 Estanho e suas obras 
81 Outros metais comuns; ceramais (“cermets”); obras dessas matérias 
82 Ferramentas, artefatos de cutelaria e talheres, e suas partes, de 
metais comuns 
83 Obras diversas de metais comuns 
 
Alguns capítulos são divididos em subcapítulos, como é o caso do capítulo 
72: 
I – PRODUTOS DE BASE; PRODUTOS QUE SE APRESENTEM SOB A FORMA 
DE GRANALHA OU PÓ 
Posições 7201 a 7205 
II – FERRO E AÇO NÃO LIGADOS 
Posições 7206 a 7217 
III – AÇOS INOXIDÁVEIS 
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3
Posições 7218 a 7223 
IV – OUTRAS LIGAS DE AÇOS, EM LINGOTES OU OUTRAS FORMAS 
PRIMÁRIAS; PRODUTOS SEMIMANUFATURADOS, DE OUTRAS LIGAS DE AÇOS 
Posições 7224 a 7229 
 
O capítulo 72 é subdividido em subcapítulos, mas estes servem apenas para 
agrupar melhor as posições quando há muitas em um só capítulo (no caso do 
capítulo 72 são 29 posições). 
O subcapítulo não compõe o código do SH. O código do SH contempla 
um total de 6 dígitos, sendo os dois primeiros o capítulo, o terceiro e o quarto a 
posição dentro do capítulo, o quinto a subposição de 1º nível e o sexto a 
subposição de 2º nível. 
Voltando à RGI-1, esta afirma que os títulos possuem valor apenas 
indicativo. O que vale são os textos das posições e das notas. Títulos de capítulo, 
de subcapítulo e de seção têm apenas valor indicativo. Isso quer dizer o seguinte: o 
título da Seção XV é “METAIS COMUNS E SUAS OBRAS”; mesmo assim, pode haver 
um produto feito de metal comum que não será enquadrado nesta Seção. 
Como ilustração, vejamos uma nota da Seção XV, que diz: “A presente 
Seção não compreende as armações de guarda-chuvas e outros artefatos, da 
posição 6603”. Viram? Uma armação de guarda-chuva de metal poderia, em 
princípio, ser classificada em algum capítulo da Seção XV (se fosse de alumínio 
seria no 76, por exemplo). Porém, a Nota de Seção acima afastou completamente 
essa possibilidade, remetendo o enquadramento de guarda-chuvas e suas partes e 
acessórios para a posição 6603, independentemente da matéria constitutiva. 
Por meio do exemplo acima, chega-se à conclusão de que, para classificar 
corretamente uma mercadoria, devemos procurar uma das Seções (basta olhar no 
índice). Antes de procurar pelos capítulos, deve-se ler as notas de Seção, pois estas 
podem excluir o produto daquela Seção, como foi o caso das armações de guarda-
chuvas. Além disso, a nota indicou a classificação correta. Depois de encontrada a 
Seção, o passo natural seria encontrar um capítulo dentro da Seção, ler as notas de 
capítulo, para finalmente partir para a leitura dos textos das posições e encontrar a 
posição mais adequada. 
Por essa regra, se o texto de uma posição diz “barras de ferro”, você, em 
princípio, só vai poder enquadrar ali barras de ferro, e não de madeira. Os textos 
das posiçõese subposições e as notas de Seção e de Capítulo definem a 
classificação fiscal, conforme a regra 1, e não há hierarquia entre eles. 
A regra 1 se aplica quando encontramos um texto de posição que englobe o 
produto que estamos querendo classificar, desde que as notas de seção e de 
capítulo não excluam a mercadoria da seção ou do capítulo. Caso não encontremos 
nenhuma posição possível de enquadrar nosso produto, teremos de partir para a 
leitura das regras seguintes. 
Vejamos a regra 2, que é subdividida em 2-a e 2-b. 
 
RGI-2A QUALQUER REFERÊNCIA A UM ARTIGO EM DETERMINADA POSIÇÃO 
ABRANGE ESSE ARTIGO MESMO INCOMPLETO OU INACABADO, 
DESDE QUE APRESENTE, NO ESTADO EM QUE SE ENCONTRA, AS 
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO ARTIGO COMPLETO OU 
ACABADO. ABRANGE IGUALMENTE O ARTIGO COMPLETO OU 
ACABADO, OU COMO TAL CONSIDERADO NOS TERMOS DAS 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
 
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DISPOSIÇÕES PRECEDENTES, MESMO QUE SE APRESENTE 
DESMONTADO OU POR MONTAR. 
 
RGI-2B QUALQUER REFERÊNCIA A UMA MATÉRIA EM DETERMINADA 
POSIÇÃO DIZ RESPEITO A ESSA MATÉRIA, QUER EM ESTADO PURO, 
QUER MISTURADA OU ASSOCIADA A OUTRAS MATÉRIAS. DA MESMO 
FORMA, QUALQUER REFERÊNCIA A OBRAS DE UMA MATÉRIA 
DETERMINADA ABRANGE AS OBRAS CONSTITUÍDAS INTEIRA OU 
PARCIALMENTE DESSA MATÉRIA. A CLASSIFICAÇÃO DESTES 
PRODUTOS MISTURADOS OU ARTIGOS COMPOSTOS EFETUA-SE 
CONFORME OS PRINCÍPIOS ENUNCIADOS NA REGRA 3. 
 
 
A regra 2 determina que as referências a uma matéria (ex: ferro) em uma 
posição dizem respeito a esta em qualquer situação, em estado puro, misturado, 
esteja o produto incompleto, inacabado, desmontado ou por montar. 
Classificação do produto desmontado é a mesma do montado, e a do 
incompleto é a mesma do completo, desde que contenha as características 
essenciais do produto. Imagine uma televisão toda desmontada, faltando um ou 
outro parafuso, ou o vidro. Isso é uma televisão? Pois é. O SH entende que sim, 
estando presentes as partes essenciais. Aí vai classificar como televisão, ou seja, 
na mesma posição que uma televisão montada. 
Vou contar para vocês um caso que ocorreu comigo. Um importador trouxe 
um produto chamado “blocos para pranchas de surfe”, e classificou no capítulo 39 
(obras de plástico), em uma posição cujo texto dizia: “blocos irregulares de 
poliuretano ....”. 
Bom, peguei minha prancheta e fui ao armazém conferir a mercadoria. De 
fato eram blocos para confecção de pranchas de surfe. Porém, não tinham nada de 
irregulares. Havia tamanhos padronizados, para fabricação de pranchinha, prancha 
média, pranchão etc. Isso quer dizer que a mercadoria se encontrava em uma tal 
fase do processo produtivo, que dali em diante somente poderia tomar forma uma 
prancha de surfe, apesar de o importador ter alegado que aquele produto servia 
para outras coisas. Quando perguntei que coisas, ele disse: ”painéis de automóveis, 
por exemplo”. 
Bom, aquela matéria até poderia servir para fazer painéis de carro, mas 
naquele estágio certamente que já estava pronto para fabricar pranchas de surfe, 
mesmo que ainda faltando processos importantes como aplicação de resina, 
“shape”, colocação de quilhas etc. Daí eu concluí tratar-se de esboços de pranchas 
de surfe. E daí? 
Daí que percorri a nomenclatura e não encontrei uma posição para esboços de 
pranchas de surfe. Então, pela regra 2-A, o produto deveria ser classificado como 
se prancha de surfe fosse, por tratar-se de um artigo incompleto ou inacabado e 
apresentar as características essenciais do produto final. 
Determinei que o importador reclassificasse seu produto para a posição 9506, 
onde se enquadram as pranchas de surfe. Não precisa nem perguntar que o II 
(imposto de importação) e o IPI (imposto sobre produtos industrializados) eram 
bem maiores nessa nova posição, e o importador teve que desembolsar uma 
tremenda grana para pagar as diferenças de tributos e as multas. 
O importante é vocês aprenderem sobre a regra, que remete os produtos 
inacabados, incompletos ou desmontados para a mesma posição dos artigos 
acabados, completos ou montados, desde que apresentem as características 
essenciais do produto final. Isso porque eu não poderia dizer que uma folha de 
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plástico retangular duro seria um esboço de prancha de surfe. Nesse caso eu teria 
que classificar no capítulo 39 (obras de plástico), entenderam? 
E se o produto for constituído parte de uma matéria e parte de outra? 
Exemplo: cadeira com estrutura de ferro e assento de madeira. Como se classifica 
isso? Como artigos de madeira ou como artigos de ferro? 
Como as regras devem ser utilizadas na seqüência, ou seja, há uma 
hierarquia entre as mesmas, primeiro deve-se usar a regra 1. Então, procura-se na 
nomenclatura uma posição cujo texto diga: “cadeira de ferro e de madeira”. Caso 
encontre essa posição, o problema está resolvido. Mas e se não encontrar? Bom aí 
vamos à regra 2, mais especificamente a regra 2-B. 
Na verdade, a regra 2-B não classifica nada, pois, segundo ela, o 
enquadramento de um produto desse tipo poderia ser tanto na posição de artigos 
de madeira (capítulo 44) quanto na posição de artigos de ferro (capítulo 73). A 
própria regra 2-B remete para a regra 3. 
 
RGI-3 QUANDO PAREÇA QUE A MERCADORIA PODE CLASSIFICAR-SE EM 
DUAS OU MAIS POSIÇÕES POR APLICAÇÃO DA REGRA 2 b) OU POR 
QUALQUER OUTRA RAZÃO, A CLASSIFICAÇÃO DEVE EFETUAR-SE DA 
FORMA SEGUINTE: 
 
RGI-3A A POSIÇÃO MAIS ESPECÍFICA PREVALECE SOBRE AS MAIS 
GENÉRICAS. TODAVIA, QUANDO DUAS OU MAIS POSIÇÕES SE 
REFIRAM, CADA UMA DELAS, A APENAS UMA PARTE DAS MATÉRIAS 
CONSTITUTIVAS DE UM PRODUTO MISTURADO OU DE UM ARTIGO 
COMPOSTO, OU A APENAS UM DOS COMPONENTES DE SORTIDOS 
ACONDICIONADOS PARA VENDA A RETALHO, TAIS POSIÇÕES 
DEVEM CONSIDERAR-SE, EM RELAÇÃO A ESSES PRODUTOS OU 
ARTIGOS, COMO IGUALMENTE ESPECÍFICAS, AINDA QUE UMA 
DELAS APRESENTE UMA DESCRIÇÃO MAIS PRECISA OU COMPLETA 
DA MERCADORIA. 
 
RGI-3B OS PRODUTOS MISTURADOS, AS OBRAS COMPOSTAS DE MATÉRIAS 
DIFERENTES OU CONSTITUÍDAS PELA REUNIÃO DE ARTIGOS 
DIFERENTES E AS MERCADORIAS APRESENTADAS EM SORTIDOS 
ACONDICIONADOS PARA VENDA A RETALHO, CUJA CLASSIFICAÇÃO 
NÃO SE POSSA EFETUAR PELA APLICAÇÃO DA REGRA 3 a), 
CLASSIFICAM-SE PELA MATÉRIA OU ARTIGO QUE LHES CONFIRA A 
CARACTERÍSTICA ESSENCIAL, QUANDO FOR POSSÍVEL REALIZAR 
ESTA DETERMINAÇÃO. 
 
RGI-3C NOS CASOS EM QUE AS REGRAS 3 a) e 3 b) NÃO PERMITAM 
EFETUAR A CLASSIFICAÇÃO, A MERCADORIA CLASSIFICA-SE NA 
POSIÇÃO SITUADA EM ÚLTIMO LUGAR NA ORDEM NUMÉRICA, 
DENTRE AS SUSCETÍVEIS DE VALIDAMENTE SE TOMAREM EM 
CONSIDERAÇÃO 
 
 
Em relação à característica essencial do produto, quem define isso é a 
autoridade aduaneira no momento do desembaraço, com base em laudo técnico, 
valor, peso, volume, importância, utilização do bem etc. Assim, por exemplo, como 
vocês classificariam um pirulito importado por uma empresa que vende produtos de 
confeitaria, que vem acondicionado em uma embalagem junto com uma 
calculadora? Isso mesmo, estamos falando de um caso real! O produto é: pirulito 
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com calculadora. Vocês acham que existe uma posição contemplando o produto 
“pirulito com calculadora” na NCM? É claro que não! 
 
E daí? Como se faz então? Bom, temos duas possibilidades. Classificar em 
uma posição de produtos de confeitaria (doces) ou em uma posição de produtos 
eletrônicos. O que vocês acham? Qual a característica essencial do produto em 
questão? Após muita discussão, houve um entendimento na Receita Federal deque 
a essência do produto estava na calculadora. As crianças queriam adquirir aquele 
pirulito por causa da calculadora, e não somente por causa do pirulito. Então, 
decidiu-se enquadrar o mesmo na posição de calculadora, utilizando a regra 3-B. 
Deu pra entender? 
 
Vejamos o caso da cadeira de ferro e de madeira. Como o produto é composto 
ou misturado, a classificação será dada por: 
 
a) a mais específica, que prevalece sobre a mais genérica 
b) a que conferir a característica essencial 
c) pelo código maior na nomenclatura 
 
Isso quer dizer que, se houver uma posição que se refira a móveis de ferro e 
madeira, e outra de cadeiras de ferro e madeira, a mais específica é a posição de 
cadeiras (regra 3-a). 
Mas e se só tiver “móveis de ferro” e “móveis de madeira”? Complicou. Aí 
tenho que usar a regra 3-B. Quem está dando a característica essencial ao 
produto? O ferro ou a madeira? Só vendo a mercadoria e analisando tudo, inclusive 
quantidade e preço de cada material, para decidir se a característica essencial do 
produto é conferida pelo ferro ou pela madeira. 
E se eu considerar que os 2 são igualmente essenciais? Aí tenho que ir para a 
regra 3-C (a regra do desespero!!!). Classifico naquela que der o código mais alto. 
Daria móveis de ferro. É o código hein, pessoal! Não tem nada a ver com alíquota 
mais alta, pelo amor de Deus!!! Você pode ter de reclassificar um produto para 
uma posição que terá uma alíquota menor. Isso quer dizer que o importador terá 
direito à restituição do tributo (II) pago a maior. Fazer o quê... De qualquer forma, 
ele não se livrará de uma multa por classificação incorreta. 
Repetindo (isso é muito importante), código mais alto é o maior número 
na Nomenclatura, entre dois possíveis. É o caso da Regra 3-C. Se a mercadoria 
parece se classificar em mais de um código e eu não consigo enquadrar em uma 
posição pela característica essencial nem por outras regras precedentes, vai pelo 
código mais alto. Não há hierarquia, pois eu só comparo posição com posição, 
subposição com subposição e assim por diante. Assim, por exemplo, um objeto 
metade de ferro e metade de plástico, onde eu não consiga definir qual a matéria 
que dá a característica essencial ao produto (ferro ou plástico), poderia se 
classificar em duas posições (3926 - Obras de Plástico ou 7326 - Obras de Ferro). A 
Regra 3-C usa como critério de desempate o código mais alto. Assim, nesse caso, 
tal produto seria classificado na posição 7326 (Obras de Ferro), por ser o código 
mais alto entre os dois possíveis, OK?. 
Vejamos a próxima regra. 
 
RGI-4 AS MERCADORIAS QUE NÃO POSSAM SER CLASSIFICADAS POR 
APLICAÇÃO DAS REGRAS ACIMA ENUNCIADAS CLASSIFICAM-SE NA 
POSIÇÃO CORRESPONDENTE AOS ARTIGOS MAIS SEMELHANTES. 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
 
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Essa regra foi estabelecida para permitir a classificação de qualquer coisa que 
exista no universo, e mais, aquela que porventura venha a existir também. 
 
Será que uma posição que se refira a iates contempla também as lanchas? E 
uma posição que se refira a colchões, edredões, travesseiros, pufes e almofadas? 
Será que contempla também os sacos de dormir? 
 
A regra 4 diz que sim. Se não encontrarmos posição específica para um 
produto, poderemos encaixá-lo na posição que contemple os artigos mais 
semelhantes. 
 
Porém, essa regra é muito pouco utilizada, já que a grande maioria dos 
capítulos contém posições e subposições que chamamos de “residuais”, pois seu 
texto começa com “outros...”. 
 
 
Vejamos a regra 5. 
 
 
5. ALÉM DAS DISPOSIÇÕES PRECEDENTES, AS MERCADORIAS ABAIXO 
MENCIONADAS ESTÃO SUJEITAS ÀS REGRAS SEGUINTES: 
 
5-a) OS ESTOJOS PARA APARELHOS FOTOGRÁFICOS, PARA 
INSTRUMENTOS MUSICAIS, PARA ARMAS, PARA INSTRUMENTOS DE 
DESENHO, PARA JÓIAS E RECEPTÁCULOS SEMELHANTES, 
ESPECIALMENTE FABRICADOS PARA CONTEREM UM ARTIGO 
DETERMINADO OU UM SORTIDO, E SUSCETÍVEIS DE UM USO 
PROLONGADO, QUANDO APRESENTADOS COM OS ARTIGOS A QUE 
SE DESTINAM, CLASSIFICAM-SE COM ESTES ÚLTIMOS, DESDE QUE 
SEJAM DO TIPO NORMALMENTE VENDIDO COM TAIS ARTIGOS. ESTA 
REGRA, TODAVIA, NÃO DIZ RESPEITO AOS RECEPTÁCULOS QUE 
CONFIRAM AO CONJUNTO A SUA CARACTERÍSTICA ESSENCIAL. 
 
5-b) SEM PREJUÍZO DO DISPOSTO NA REGRA 5 a), AS EMBALAGENS 
CONTENDO MERCADORIAS CLASSIFICAM-SE COM ESTAS ÚLTIMAS 
QUANDO SEJAM DO TIPO NORMALMENTE UTILIZADO PARA O SEU 
ACONDICIONAMENTO. TODAVIA, ESTA DISPOSIÇÃO NÃO É 
OBRIGATÓRIA QUANDO AS EMBALAGENS SEJAM CLARAMENTE 
SUSCETÍVEIS DE UTILIZAÇÃO REPETIDA. 
 
 
Pela regra 5-a, o estojo é considerado como acessório do principal, devendo 
se classificar junto com o artigo, desde que não seja o essencial no conjunto (ex: 
estojo de violino classifica junto com o violino). Se o estojo for de ouro, aí ele não é 
mais mero acessório, e será classificado separadamente, como artigos de ouro. 
Pela regra 5-b, embalagens se classificam junto com o conteúdo, desde que 
não sejam de uso repetido. É o caso de importação de um determinado gás. Ele vai 
vir dentro de um cilindro, é claro. Em princípio, seria tudo enquadrado como gás, 
mas se o cilindro for reutilizável, classifica-se separado (ferro, alumínio, cobre etc.). 
Essa regra será complementada pela Regra Geral Complementar n° 2 da 
Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM (RGC-2). 
As embalagens normais dos produtos, de uma única utilização (ex: caixas, 
sacos, isopores, latas), não são classificadas em separado, seguindo a mesma 
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classificação do principal. Ex: O papel do maço de cigarro não é classificado 
separadamente. Classifica-se tudo como cigarro. 
Basicamente o que dizem as regras 5A e 5B é o seguinte: O que vier junto 
com o produto principal, mas que componha o mesmo normalmente, não vai se 
classificar separado dele. Assim, um violão que venha com um estojo de couro é 
classificado como violão (principal). Isso é a regra 5A (regra dos estojos). Já um 
aparelho de som que venha em uma caixa de papelão é classificado como aparelho 
de som. Isso é a regra 5B (regra das embalagens). 
 
 
6. A CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS NAS SUBPOSIÇÕES DE UMA 
MESMA POSIÇÃO É DETERMINADA, PARA EFEITOS LEGAIS, PELOS 
TEXTOS DESSAS SUBPOSIÇÕES E DAS NOTAS DE SUPOSIÇÃO 
RESPECTIVAS, ASSIM COMO, MUTATIS MUTANDIS, PELAS REGRAS 
PRECEDENTES, ENTENDENDO-SE QUE APENAS SÃO COMPARÁVEIS 
SUBPOSIÇÕES DO MESMO NÍVEL. PARA OS FINS DA PRESENTE 
REGRA, AS NOTAS DE SEÇÃO E DE CAPÍTULO SÃO TAMBÉM 
APLICÁVEIS, SALVO DISPOSIÇÕES EM CONTRÁRIO. 
 
As regras de 1 a 5 são utilizadas para se encontrar uma posição (4 dígitos) 
na Nomenclatura. E o quinto e o sexto dígitos? Daí por diante, tudo que foi aplicado 
para posição vale também para subposição. Isso quer dizer que o processo de 
classificação compreende vários ciclos. Primeiro você determina a posição conforme 
as regras 1 a 5. Achou a posição? Exemplo: 3401. Aí você não sai mais dela. O 
próximo passo é a determinação da subposição de 1° nível. Que regras vou usar? 1 
a 5, é claro. Depois, vem a subposição de 2° nível, utilizando as mesmas regras 1 a 
5. Pronto. Definiu os 6 dígitos do código SH. 
Na hora de encontrar a classificação, nunca devem ser comparadas uma 
subposição de 1º nível com uma de 2º nível. A classificação é um processo 
hierárquico, onde, definida a posição (4 dígitos), busca-se o quinto dígito. Somente 
após a definição do quinto dígito é que partimos para a determinação do sexto. 
Depois que eu encontro a posição correta (4 dígitos), tenho que achar a 
subposição de 1º nível (quinto dígito). Assim, por exemplo, se achei a posição 8471 
como a correta, só tenho que me importar em ler ostextos das subposições 
(8471.1, 8471.2, 8471.3,...). Somente depois da definição da subposição de 1° 
nível é que eu parto para a comparação dos textos das subposições de 2° nível. 
Essa é a sequência correta. 
Quanto ao termo “salvo disposição em contrário”, a regra 6 diz que para 
achar a subposição valem também as notas de seção e de capítulo, exceto se, por 
exemplo, houver uma nota de subposição especificando algo em outro sentido. 
NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL (NCM) 
O SH foi concebido para se tornar uma nomenclatura de utilização mundial. 
Por esse motivo, seus criadores decidiram que a codificação não poderia ser 100% 
rígida. Para que a padronização se mantivesse, decidiram que os países signatários 
poderiam apenas acrescentar mais dígitos aos seis já definidos pelo SH para cada 
produto. 
Isso quer dizer que os países da OMC (que adotou o SH como Nomenclatura 
oficial) podem adotar e criar suas Nomenclaturas, desde que estas contenham, no 
mínimo, os 06 (seis) dígitos do SH. 
O Brasil, que é signatário do SH desde 1986, já possuiu uma nomenclatura 
própria de 10 dígitos (6 do SH e mais 4 nacionais). Era a Nomenclatura 
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Brasileira de Mercadorias (NBM). Porém, com a implantação do Mercosul, o 
Brasil passou a utilizar, desde 1995, uma nomenclatura padronizada com os demais 
países membros do bloco. Aliás, vocês estudarão, nesse curso, que uma 
nomenclatura padronizada é condição para a existência de uma união aduaneira, 
como o Mercosul. 
Assim, a NCM foi criada pelos países do Mercosul de forma a padronizar a 
nomenclatura regional, detalhando o SH um pouco mais (inclusão de mais dois 
dígitos), e instituindo, a partir dela, a TEC (Tarifa Externa Comum), onde, a 
cada código da NCM estaria vinculada uma alíquota do imposto de importação 
unificada entre os países membros (com as devidas exceções). 
Segundo informação constante do site do Ministério do Desenvolvimento 
(MDIC), “a TEC deve incentivar a competitividade dos Estados Partes e seus níveis 
tarifários devem contribuir para evitar a formação de oligopólios ou de reservas de 
mercado. Também foi acordado que a TEC deveria atender aos seguintes critérios: 
a) ter pequeno número de alíquotas; b) baixa dispersão; c) maior homogeneidade 
possível das taxas de promoção efetiva (exportações) e de proteção efetiva 
(importação); d) que o nível de agregação para o qual seriam definidas as alíquotas 
era de seis dígitos”. 
A NCM passou então a ser adotada como nomenclatura única nas operações 
de comércio exterior, ou seja, é obrigatoriamente utilizada pelos países membros 
do Mercosul, nas operações de importação e de exportação, entre si ou 
quando envolvam terceiros países. 
Assim, em relação às datas, antes da NCM, a NBM era a Nomenclatura 
Brasileira de Mercadorias, base para tarifas do II e do IPI. A partir de 01/01/95, 
começou a vigorar a NCM, que é a base para a TEC (alíquota do II). Em 95 e 96, a 
NBM ainda valia para o IPI. A partir de 01/01/97 a NCM também passou a ser a 
base para o IPI, extinguindo a vigência da NBM. Então a NBM teve uma sobrevida 
em 95 e 96 em relação ao IPI. Em relação ao SH, a Convenção foi subscrita em 
14/06/83, tendo sido emendada em junho de 1986. Nessa ocasião, estabeleceu-se 
o início de vigência para 01/01/1988. Não creio que seja necessário todo esse 
detalhamento, mas nunca se sabe, não é mesmo? 
Voltando à NCM, por exemplo, uma mercadoria exportada pela Alemanha 
para o Brasil será submetida a dois despachos: o primeiro será o despacho de 
exportação na Alemanha, quando a mercadoria será classificada no código da União 
Européia, a ser analisado pela aduana alemã, segundo as normas deles. O segundo 
será quando a mercadoria chegar ao Brasil, momento em que será submetida a 
despacho de importação, a ser analisado pelas autoridades brasileiras, sendo 
classificada na NCM. Tanto a NCM quanto a nomenclatura européia são baseadas 
no SH, portanto importador e exportador sabem que os 6 primeiros dígitos dos 
códigos são iguais. 
Outro exemplo. Uma importação brasileira de tecidos da China. O tecido 
será enquadrado em que Nomenclatura? Na NCM. E uma exportação brasileira de 
café para a Alemanha? Também na NCM. E uma importação brasileira de carne 
argentina? Na NCM. E uma exportação de aço brasileiro para o Uruguai? Na NCM. 
Repare. Estamos falando de importações e exportações brasileiras, pois é isso que 
importa para a aduana brasileira. Os demais países do Mercosul vão utilizar esse 
mesmo código (NCM) para registrar suas importações e exportações. E a 
Alemanha, quando registrar a importação do café brasileiro? Que Nomenclatura 
utiliza? A Nomenclatura comum da União Européia, que é também baseada no SH. 
Não é confuso. Você, como servidor da Receita Federal, caso vá trabalhar na 
importação ou na exportação, só utilizará uma Nomenclatura. A NCM. 
Agora prestem atenção: no momento de definir a NCM correta de uma 
importação, pode ser que a alíquota do imposto de importação associada a um dos 
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códigos seja maior do que a outra. Isso não tem nada a ver com regras de 
classificação. A classificação deve ser definida independentemente da alíquota a ela 
associada. O fiscal não deve pautar a decisão de alterar a classificação declarada 
pelo importador devido à alíquota do imposto de importação. Por outro lado, o 
importador também não deveria se preocupar com isso, mas é óbvio que, por 
questões financeiras, dependendo do correto enquadramento de uma mercadoria, o 
valor dos tributos devidos, e consequentemente o custo da sua operação, pode 
variar bastante de uma NCM para outra. 
O SH permite que os países signatários utilizem suas próprias 
nomenclaturas, desde que estas possuam como base os 6 dígitos (inalterados) do 
SH. Assim, os países não utilizam nomenclaturas diferentes do SH, mas sim 
nomenclaturas que mantiveram o núcleo do SH e receberam acréscimo de dígitos 
no código e/ou de regras adicionais. 
Cada país (ou bloco econômico) só precisa conhecer a sua nomenclatura, 
que pautará suas importações e exportações. Do outro lado da negociação haverá 
um outro país com outra nomenclatura. 
A estrutura da NCM é composta por 8 dígitos, sendo os 6 primeiros do SH e 
os dois últimos criados pelo Mercosul para definir o item (7º dígito) e o subitem 
(8º dígito). Assim, por exemplo, o código 3303.00 do SH se refere a “perfumes e 
águas-de-colônia”. Como os países do Mercosul preferiram criar um código para 
perfume e outro para água-de-colônia, a solução foi criar a seguinte codificação: 
3303.00 PERFUMES E ÁGUAS-DE-COLÔNIA 
3303.00.10 Perfumes (extratos) 
3303.00.20 Águas-de-colônia 
 
Pronto. Por meio do desmembramento de um código SH (3303.00) em dois 
itens, o Mercosul pode estabelecer alíquotas distintas para perfumes e águas-de-
colônia. Assim, uma importação brasileira de um perfume americano será declarada 
pelo importador à aduana brasileira no código NCM 3303.00.10. Já o exportador 
americano fará uma declaração (de exportação) às autoridades americanas na 
nomenclatura americana, que eu não sei qual é, mas certamente os seis primeiros 
dígitos serão 3303.00. Deu pra entender? 
Por outro lado, o código 3305.10 do SH se refere a xampus. O Mercosul não 
se interessou em desmembrar esse código, mantendo enquadrado no mesmo todo 
e qualquer tipo de xampu. Como não houve o desmembramento, o código NCM 
para xampus ficou 3303.10.00, ou seja, houve a inserção de dois zeros ao final, 
sem que fosse necessária a subdivisão em itens e subitens. 
Resumindo, o desdobramento da subposição se encerra no SH (6 dígitos). 
Veja só, o SHdefiniu o código 3303.00 como Perfumes e Águas de Colônia. O 
Brasil, no contexto do Mercosul, preferiu estabelecer alíquotas do imposto de 
importação distintas para perfumes e águas de colônia. O que ele fez então? Na 
criação da NCM (2 dígitos a mais) decidiu desdobrar o código 3303.00 em 2 itens 
(3303.00.10 e 3303.00.20). Isso é perfeitamente possível. A NCM está aí pra isso. 
O que não poderia, no SH, é existir um código do tipo 3303.01, por exemplo. 
Além dos dois dígitos inseridos pela NCM, o Mercosul também criou duas 
regras gerais complementares, que valem para classificar o produto na NCM. 
Assim, quando um importador, por exemplo, quiser saber a alíquota de um 
produto, terá de enquadrá-lo na NCM (8 dígitos). Para isso, primeiramente deve 
encontrar os 6 primeiros dígitos (código SH), utilizando as 6 regras gerais de 
interpretação (RGI). Encontrado o código de 6 dígitos, deve utilizar as duas regras 
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gerais complementares (RGC) do Mercosul para definir o sétimo e o oitavo dígitos 
da NCM. 
Não se esqueçam NUNCA de que o SH possui 6 dígitos. Porém, a nossa 
Nomenclatura (NCM), que é baseada no SH, possui mais 2 dígitos regionais (item e 
subitem), incluídos pelo Mercosul, totalizando 8 (oito) dígitos, e mais duas regras 
gerais complementares (RGC-1 e RGC-2). Como determino o item e o subitem? 
Pelas regras. 
O SH é um código padronizado mundialmente. Todos os países da OMC 
utilizam nomenclaturas com base no SH. Reparem. Com base quer dizer, com, no 
mínimo, os 6 dígitos do SH e mais quantos quiser para desdobrar em códigos 
regionais. O Brasil utiliza a mesma Nomenclatura que os países do Mercosul. É a 
NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), que tem dois dígitos regionais além dos 
6 do SH. Isso quer dizer que qualquer importação ou exportação brasileira de/para 
qualquer país, será enquadrada em um código da NCM, não somente quando as 
transações forem com países do Mercosul, entendeu? O código NCM padronizado 
quer dizer que os países do Mercosul utilizam a mesma tabela que o Brasil, a NCM, 
para enquadrar suas importações e exportações. 
Vamos às regras: 
 
 
REGRAS GERAIS COMPLEMENTARES (RGC) – da NCM 
 
RGC-1 AS REGRAS GERAIS PARA INTERPRETAÇÃO DO SISTEMA 
HARMONIZADO SE APLICARÃO, MUTATIS MUTANDIS, PARA 
DETERMINAR DENTRO DE CADA POSIÇÃO OU SUBPOSIÇÃO, O 
ITEM APLICÁVEL E, DENTRO DESTE ÚLTIMO, O SUBITEM 
CORRESPONDENTE, ENTENDENDO-SE QUE APENAS SÃO 
COMPARÁVEIS DESDOBRAMENTOS REGIONAIS (ITENS E 
SUBITENS) DO MESMO NÍVEL. 
 
Trata-se de uma regra análoga à Regra 6 do SH. Isso quer dizer que se 
aplicam também as regras 1 a 5 do SH para definir os itens e subitens da NCM. 
Vejam o ciclo novamente: depois que eu defini os 6 primeiros dígitos do SH, eu 
utilizo novamente as regras 1 a 5 para determinar o item e o subitem. 
O termo “mutatis mutandis” quer dizer “mudando o que deve ser mudado”. 
Assim, para encontrar o item, as regras 1 a 5 do SH devem ser lidas trocando-se a 
palavra “posição” pela palavra “item”. Em seguida, após a definição do item, devem 
ser utilizadas novamente as regras 1 a 5 do SH para encontrar o subitem, 
trocando-se a palavra “posição” por “subitem”. 
 
RGC-2 AS EMBALAGENS CONTENDO MERCADORIAS E QUE SEJAM 
CLARAMENTE SUSCETÍVEIS DE UTILIZAÇÃO REPETIDA, 
MENCIONADAS NA REGRA 5 B), SEGUIRÃO SEU PRÓPRIO 
REGIME DE CLASSIFICAÇÃO SEMPRE QUE ESTEJAM SUBMETIDAS 
AOS REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS DE ADMISSÃO 
TEMPORÁRIA OU DE EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA. CASO 
CONTRÁRIO, SEGUIRÃO O REGIME DE CLASSIFICAÇÃO DAS 
MERCADORIAS. 
 
De maneira muito resumida, Admissão Temporária é um regime aduaneiro 
especial que ampara a importação de alguma mercadoria que, em princípio, ficará 
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no país só por algum tempo (importação não definitiva). Não paga imposto. Em 
princípio, vai voltar ao exterior. É o caso dos automóveis de fórmula 1 que vêm 
para o Grande Prêmio de Interlagos. Já pensou se tivéssemos que exigir tributo 
para cada um daqueles carros? Não sei porquê, mas acho que nunca mais haveria 
uma corrida no Brasil.... Outro exemplo são os cilindros contendo gás. Imaginem 
que o importador comprou só o gás e vai devolver o cilindro ao exterior. É o caso 
de admissão temporária para o cilindro e importação definitiva para o gás. 
Se lembram da RGI 5-B do SH? Ela diz que: “SEM PREJUÍZO DO DISPOSTO 
NA REGRA 5 a), AS EMBALAGENS CONTENDO MERCADORIAS CLASSIFICAM-SE 
COM ESTAS ÚLTIMAS QUANDO SEJAM DO TIPO NORMALMENTE UTILIZADO PARA O 
SEU ACONDICIONAMENTO. TODAVIA, ESTA DISPOSIÇÃO NÃO É OBRIGATÓRIA 
QUANDO AS EMBALAGENS SEJAM CLARAMENTE SUSCETÍVEIS DE UTILIZAÇÃO 
REPETIDA”. 
A questão é a seguinte: as regras do SH são direcionadas aos países que 
ratificaram a Convenção do SH. A obrigatoriedade da regra 5-B quando as 
embalagens são de uso repetido se refere aos países a utilizarem ou não, e não ao 
fiscal classificar do jeito que quiser. Aí vem o Mercosul com a RGC-2 da NCM e 
estabelece que, quando as embalagens forem de uso repetido (ex: cilindro para 
gás) e estiver sob um regime especial de admissão temporária ou exportação 
temporária, aí vai se classificar separado (o cilindro e o gás). O espírito da coisa é 
este: o SH deixou uma lacuna para os países normatizarem, e o Mercosul criou sua 
regra própria. 
A regra 5-B é a regra das embalagens. Para definir o item e o subitem, 
utiliza-se a RGC-2, que estabelece que, quando houver um produto com 
embalagens de utilização repetida, como é o caso de cilindros retornáveis contendo 
gases importados, se a embalagem estiver submetida ao regime de admissão 
temporária ou de exportação temporária, então será classificada pelo seu próprio 
regime. Isso quer dizer que o gás será classificado como gás e o cilindro de acordo 
com sua matéria constitutiva (ferro, alumínio, cobre etc.). 
Atenção! Essa regra só vale se o recipiente estiver sob um regime não 
definitivo (admissão temporária ou exportação temporária). Caso a empresa esteja 
importando de forma definitiva (comprando) o gás com cilindro e tudo, sem 
devolver o recipiente, aí será tudo classificado como gás, que é o principal do 
conjunto (regra 3B). É isso. O mesmo vale para exportação temporária, no sentido 
inverso. 
Então, só classificamos o recipiente separado se este estiver amparado pelo 
regime de admissão temporária / exportação temporária. Sendo de uso repetido, 
normalmente ele vem em admissão temporária. Mas e se não vier em admissão 
temporária? Isso quer dizer que foi uma compra (importação definitiva) de um 
cilindro (de uso repetido) com gás dentro. Aí classifica tudo como gás. 
Resumindo, quando você vai classificar um produto importado, você tem 
que enquadrá-lo nos 8 dígitos da NCM, certo? O SH definiu 6 regras gerais, mas 
uma delas (a 5B) deixa uma abertura para os países signatários utilizarem regras 
complementares. Foi o caso do Mercosul, que criou a RGC-2, e assim, se o cilindro 
vier como admissão temporária, será classificado em separado mesmo. Só 
classificará junto com o gás se vier em definitivo, mesmo que seja do tipo 
reutilizável. 
 
NOTAS COMPLEMENTARES 
Assim como o SH possui as notas de seção, de capítulo, de posição e de 
subposição, a NCM também criou algumas notas, que são chamadas notas 
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complementares. As notas do SH servem para definir o código SH (6 dígitos), 
enquanto que as notas complementares servem para definir os dois últimos dígitos 
da NCM (item e subitem). 
NOTAS EXPLICATIVAS AO SH (NESH) 
O Sistema Harmonizadopossibilita a classificação de todo e qualquer 
produto em um código. Por esse motivo, alguns de seus capítulos são 
extremamente técnicos, com um linguajar pouco conhecido para a maioria de seus 
usuários (ex: produtos químicos, reatores, equipamentos de informática e 
telecomunicações etc.). Assim, os criadores do SH decidiram elaborar alguns textos 
para facilitar o enquadramento de produtos nos códigos. Chamaram isso de notas 
explicativas ao SH (NESH). Pessoal, as NESH são textos explicativos que auxiliam o 
processo de classificação fiscal. São adotadas universalmente, e de fato são muito 
úteis, mas são elementos subsidiários. 
As NESH compreendem a interpretação oficial do SH. São elaboradas pela 
OMA (Organização Mundial das Aduanas). Devem ser utilizadas subsidiariamente 
na determinação da classificação fiscal das mercadorias (Decreto 6.759/2009 – 
Regulamento Aduaneiro - RA - art. 94, parágrafo único). 
Art. 94. A alíquota aplicável para o cálculo do imposto é a 
correspondente ao posicionamento da mercadoria na Tarifa 
Externa Comum, na data da ocorrência do fato gerador, uma 
vez identificada sua classificação fiscal segundo a 
Nomenclatura Comum do Mercosul. 
Parágrafo único. Para fins de classificação das mercadorias, a 
interpretação do conteúdo das posições e desdobramentos da 
Nomenclatura Comum do Mercosul será feita com observância 
das Regras Gerais para Interpretação, das Regras Gerais 
Complementares e das Notas Complementares e, 
subsidiariamente, das Notas Explicativas do Sistema 
Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, 
da Organização Mundial das Aduanas (Decreto-Lei no 1.154, 
de 1o de março de 1971, art. 3o, caput) 
Na prática, trata-se de um elemento dirimidor de dúvidas suscitadas pelos 
textos da Nomenclatura (Regras, Notas, Posições, Subposições), os quais nem 
sempre podem ser semanticamente exaustivos. 
O Conselho (CCA/OMA) não atribuiu às NESH valor jurídico, por considerar 
que levaria muito tempo para os países assimilarem e incorporarem às suas 
legislações as alterações constantemente efetuadas. Porém, estas são utilizadas e 
respeitadas por todos os países que adotam a Nomenclatura. Deve-se salientar que 
as NESH não são comentários invariáveis e exaustivos sobre todo o alcance das 
posições e subposições do SH. 
Resumindo, as NESH NÃO se confundem com as Notas de Seção, de 
Capítulo e Complementares. Enquanto estas definem a classificação conforme reza 
a Regra 1 do SH, juntamente com os textos das posições, aquelas (NESH) são 
apenas textos elucidativos sobre o alcance dos textos das posições. Tanto é assim 
que a Convenção do SH não lhes atribuiu valor jurídico. A própria linguagem das 
Notas Explicativas (NESH) é mais informal. São citados diversos exemplos. Mesmo 
assim, seu uso é bastante difundido entre os agentes intervenientes do comércio 
exterior, principalmente por nós, da aduana. 
Para visualizar isso na prática, é interessante dar uma conferida na IN/RFB 
807/2008, na página da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br). Procurem 
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em Legislação/Por Ato Legal/Atos de 2008/Instruções Normativas, que vocês terão 
uma boa idéia do que são essas Notas Explicativas. 
 
PARECERES DE CLASSIFICAÇÃO 
Os Pareceres de Classificação traduzem a interpretação oficial do CCA/OMA, 
tomada pelo Comitê do SH e aprovada segundo dispõe a Convenção. Assim como 
as NESH, também não possuem caráter jurídico, mas são utilizados e respeitados 
pelos países que adotam a Nomenclatura. 
A Receita Federal publicou a Consolidação dos Pareceres de Classificação, 
aprovando “o texto consolidado, traduzido para a língua portuguesa, do Compêndio 
de Pareceres de Classificação do Comitê do SH adotados pela Organização Mundial 
das Alfândegas”, passando a adotar o Compêndio como “elemento subsidiário 
fundamental para a classificação de mercadorias similares às nele descritas”. 
Esses Pareceres também não possuem valor jurídico definido pela OMA. 
Servem, assim como as NESH, como apoio à classificação. São elaborados quando 
um país está classificando uma mercadoria de um jeito e outro país classifica de 
outra forma. Aí a OMA elabora um Parecer e define qual é o seu entendimento. 
Não há hierarquia entre NESH e Pareceres de Classificação. A nenhum 
dos dois textos foi atribuído valor jurídico pela Convenção do SH, apesar de 
largamente utilizados pelos países como apoio para definir a classificação fiscal. 
Se houver dois ou mais países classificando uma mesma mercadoria de 
forma distinta, e isso estiver prejudicando alguém (um exportador, por exemplo), 
há um remédio para isso, que são os Pareceres de Classificação do SH, onde são 
definidas (mesmo que sem valor jurídico), pelo Comitê do SH, classificações de 
produtos que geraram dúvidas. 
Sugiro que todos dêem uma espiada no Anexo Único da IN/RFB 873/2008, 
na página da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br). Procurem em 
Legislação/Por Ato Legal/Atos de 2008/Instruções Normativas, que vocês terão 
uma boa idéia do que são esses Pareceres. 
 
PROCESSO DE CONSULTA DE CLASSIFICAÇÃO 
Pessoal, entendemos que o examinador não deverá exigir o conhecimento 
de etapas de um processo de consulta de classificação fiscal, mas achamos que 
vale a pena fornecer o conceito básico. 
Imaginem que um importador traz uma mercadoria e o fiscal Fulano 
classifica essa mercadoria no código 8471.80.90. Não se esqueçam de que a 
competência para decidir a classificação fiscal é da RECEITA FEDERAL!!! O 
importador só indica a classificação que ele adotou (é semelhante à declaração de 
IR, que você declara ao fisco o que ganhou durante o ano). O fiscal pode aceitar ou 
não. Bom, aí o importador muda a classificação, paga uma multa e consegue levar 
embora sua mercadoria. 
Duas semanas depois, novo lote do mesmo produto chega às mãos do fiscal 
Beltrano (pode ser até na mesma unidade da RFB, ou até na mesma sala), que 
entende que a classificação é 8471.80.10, e cobra multa do importador. Ele pode 
fazer isso? O pior é que pode! É claro que o importador provavelmente não vai 
concordar, e o fiscal (Beltrano) terá que autuar a empresa para exigir o crédito 
tributário. Isso parece meio absurdo. 
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Bom, o que nos interessa nisso? É que, para esse tipo de mercadoria que 
gera muitas dúvidas de classificação fiscal, o importador tem um procedimento à 
sua disposição chamado de CONSULTA DE CLASSIFICAÇÃO FISCAL. Funciona como 
se ele apresentasse todas as informações sobre um produto (antes de importar, é 
claro) para a própria Receita Federal, que por meio de um órgão regional decidirá 
por uma classificação. Isso quer dizer que, dali pra frente, quando o importador 
trouxer novamente a mesma mercadoria, ele vai juntar uma cópia dessa decisão, 
informar na sua declaração de importação e esfregar na cara do fiscal e dizer: ”olha 
aqui, meu amigo, a classificação que eu estou utilizando já foi decidida para o 
código tal por meio deste processo, portanto trate de aceitá-la.”. E o fiscal terá que 
aceitar. Isso é uma consulta. 
O importador, ao registrar sua declaração de importação, informará que a 
classificação que ele está utilizando foi objeto de consulta. Há também um sistema 
na RFB ("Decisões") que contempla todas as decisões de todos os processos, 
inclusive de classificação fiscal. Basta digitar o nome da mercadoria para saber se 
ela já foi objeto de consulta anterior. 
Somente a empresa que protocolizou a consulta é que pode "obrigar" que o 
despacho de importação seja baseado nela. É como uma ação judicial, onde 
somente o interessado tem direito,certo? Assim, se a Vale do Rio Doce registrou 
uma consulta que define um determinado tipo de tubo de ferro como NCM = 
7613.20.90, ela declarará sempre suas importações daquele produto neste código 
NCM, e não há discussão sobre isso. 
E se outra empresa trouxer o mesmo produto? Bom, é razoável que a 
consulta seja seguida, mesmo sendo de outra empresa, mas a aduana pode 
contestar e classificar em outro código. Isso não faz muito sentido, mas se você 
pensar em termos de ação judicial, vai entender. 
NOMENCLATURA DE VALOR ADUANEIRO E ESTATÍSTICO (NVE) 
O assunto valoração aduaneira é estudado nesse curso em tópico próprio. 
Imaginem que a receita quer realizar um controle rígido de preços declarados pelos 
importadores (valoração aduaneira). Ora, isso poderia ser feito com base em cada 
código NCM, não é mesmo? Então, por exemplo, se a Receita quer analisar preços 
de importações de aparelhos de DVDs, vocês acham que todos os DVDs serão 
classificados na mesma posição NCM? Em princípio sim. Então, DVDs de marcas 
diferentes ficarão na mesma NCM? Sim, pois a classificação não tem nada a ver 
com marca ou com preço. 
Então, se eu quiser realizar um controle sobre preços de importados de 
forma a diferenciá-los bem uns dos outros, talvez, para algumas posições, eu 
precise estabelecer um conjunto de atributos e de especificações para cada 
NCM. 
O que são os atributos? São características do produto, por exemplo: marca, 
potência, recursos etc. E as especificações? Se referem a cada atributo. Assim, para 
o código NCM 8527.31.90, foi criado o atributo MARCA, que terá as seguintes 
especificações possíveis: AIWA, PHILIPS, PHILCO, SONY ou LG. O atributo 
POTÊNCIA terá as seguintes especificações: ATÉ 100 W; de 101 W A 200 W; acima 
de 200 W. 
Nem toda NCM possui atributos e especificações associados (código NVE), 
mas, quando possuir, a sua informação pelo importador é obrigatória, para facilitar 
o controle que a Receita Federal realiza sobre os preços declarados pelo 
importador, entendeu? Isso foi criado para tentar reduzir as fraudes de 
subvaloração (preços declarados a menor). 
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Funciona assim: quando uma declaração de importação é registrada, para 
aparelhos de som, por exemplo, o importador é obrigado a declarar aqueles 
atributos e especificações que o sistema exigir. Aí, o próprio sistema vai checar os 
preços declarados e confrontar com uma base de preços para aqueles produtos, 
considerando os atributos e especificações. Se houver uma discrepância muito 
grande, a declaração de importação do sujeito será encaminhada para o que se 
chama de procedimento especial de controle (equivale à “malha fina” do imposto de 
renda). 
Concluindo, com os atributos bem especificados, ficaria bem mais fácil 
realizar o exame de valor aduaneiro. 
 
TABELA SIMPLIFICADA DE DESIGNAÇÃO E DE CODIFICAÇÃO DE 
PRODUTOS – TSP 
 
Algumas importações são consideradas por nosso governo como sendo 
simplificadas. Sendo assim, para evitar a complexidade de classificar o produto em 
um código NCM nesses casos, a IN/SRF 611/2006 criou a Tabela Simplificada de 
Designação e de Codificação de Produtos (TSP), para as seguintes situações, 
conforme o artigo 50 da referida Instrução Normativa: 
“Art. 50. A Tabela Simplificada de Designação e de Codificação de 
Produtos (TSP), constante do Anexo VIII a esta Instrução 
Normativa, poderá ser utilizada na formulação de DSI para o 
despacho aduaneiro: 
 
I- de bens submetidos ao Regime de Tributação Simplificada - 
RTS; 
II - de bagagem desacompanhada, sujeita ao pagamento de 
tributos; 
III - de bens objeto de imunidade; 
IV - de bens substituídos em decorrência de garantia; 
V - de admissão temporária de bens: 
a) de caráter cultural; 
b) destinados a espetáculos, exposições e outros eventos 
artísticos; 
c) destinados a competições ou exibições desportivas; 
d) destinados à prestação, por técnico estrangeiro, de assistência 
técnica a bens importados, em virtude de garantia; 
e) destinados à assistência e salvamento em situações de 
calamidade ou de acidentes de que decorram dano ou ameaça de 
dano à coletividade ou ao meio ambiente; 
f) destinados ao exercício temporário de atividade profissional de 
não residente; 
g) destinados ao uso do imigrante, enquanto não obtido o visto 
permanente; ou 
h) destinados ao uso de viajante não residente, desde que 
integrantes de sua bagagem. 
 
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Parágrafo único. As eventuais atualizações da TSP, bem como 
das hipóteses de sua utilização serão divulgadas por meio de Ato 
declaratório da Coana1.”. 
O termo DSI significa Declaração Simplificada de Importação. Pode ser 
utilizada em alguns casos especificados na IN/SRF 611/2006. 
A IN/SRF 611/2006 criou duas regras gerais para o enquadramento dos 
produtos em um dos códigos, que são de 4 dígitos. 
Regras gerais para a classificação de produtos na TSP 
Regra 1: Os produtos devem ser obrigatoriamente classificados por códigos 
de quatro dígitos. 
Regra 2: Caso um produto possa classificar-se em mais de um código na 
Tabela, tal produto deve ser classificado no código mais específico. Havendo 
códigos igualmente específicos, o produto classificar-se-á no código situado em 
último lugar na ordem numérica. 
 
A título de exemplo, vejamos os primeiros códigos da TSP: 
Capítulo 1 - Animais vivos, exceto para consumo humano; material de 
multiplicação animal 
01.10 Bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos 
01.20 Eqüinos, asininos e muares 
01.30 Suínos 
01.40 Caninos e felinos 
01.5 Aves 
01.51 Aves domésticas 
01.52 Aves silvestres 
01.6 Peixes, crustáceos e moluscos 
01.61 Peixes ornamentais de água doce ou salgada 
01.62 Outros peixes, crustáceos e moluscos aquáticos, de água doce ou 
salgada, para cultivo 
01.69 Outros peixes, crustáceos e moluscos, exceto para consumo humano. 
 
Outro exemplo: pense em um garfo para churrasco. Suponha que o cabo é 
de madeira e a ponta é de aço inox. Você procura um código para "garfos de 
madeira e aço" e não encontra. Você encontra "talheres de madeira" e "talheres de 
aço". Podemos dizer que ambos os códigos são igualmente específicos em relação à 
mercadoria. Agora, se houvesse uma terceira posição "talheres para churrasco", eu 
diria que essa posição é mais específica que as outras duas. 
 
Pessoal, muito cuidado com a TSP!!! Ela é a exceção da exceção!!! São 
casos “excepcionalíssimos”! São situações de pequeno valor, onde não vale a pena 
classificar. Só a considerem se aparecer explicitamente na questão. Caso contrário, 
esqueçam TSP. Por que está na aula então? Porque já apareceu em uma prova 
anterior, onde se queria o detalhe do detalhe. 
 
Assim, se perguntar na prova que a NCM é obrigatória, o que vocês 
responderiam? Que SIM, tanto para importações quanto para exportações. 
 
 
1 COANA é a Coordenação de Administração Aduaneira da Receita Federal do Brasil (RFB), sediada em 
Brasília. Na estrutura da RFB, aparecem as Coordenações. Cada Coordenação normatiza um assunto. A 
COANA cuida dos assuntos aduaneiros. 
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Aquelas situações previstas no artigo 50 da IN/SRF 611/2006 correspondem 
a valores de pequena monta, onde não vale a pena classificar na NCM, então pode 
ser utilizada a TSP. São casos muito específicos. É como se fossem exceções, 
plenamente previstas nas normas do Mercosul. 
 
 
NOMENCLATURA SIMPLIFICADA PARA MERCADORIAS APREENDIDASAnalogamente à situação da TSP, há outro caso no qual não se utiliza a 
classificação formal na NCM para enquadrar o produto importado ou exportado. É o 
caso de produtos sujeitos à aplicação da pena de perdimento. Por se tratar de caso 
de não incidência de tributos na importação, a classificação é simplificada, 
enquadrando-se o produto na tabela de designação e codificação fiscal, nos 
termos da IN/RFB 840/2008. 
A nomenclatura simplificada será utilizada quando houver apreensão de 
mercadorias diferentes, porém classificáveis em códigos da NCM pertencentes a um 
mesmo grupo da tabela referida no parágrafo anterior, e cujo valor unitário de cada 
mercadoria seja inferior ao equivalente a US$ 10,00 (dez dólares dos Estados 
Unidos da América), em moeda nacional, podendo ser adotada a quantificação em 
quilos (Kg). 
Vale a pena dar uma pequena olhada nesta Instrução Normativa, no site da 
Receita Federal. 
Pena de perdimento é a penalidade máxima que a administração 
aduaneira pode aplicar, quando é transferida a propriedade do bem do importador 
para a União. Ex: O importador está trazendo uma mercadoria proibida pela nossa 
legislação (essa prática é definida pelo Código Penal como crime de contrabando). 
Tomando conhecimento do fato, a aduana apreenderá o bem e aplicará a pena de 
perdimento. Aí o importador perde a mercadoria para a União, entendeu? Após 
aplicação da pena de perdimento, e trâmite do processo correspondente (com 
direito à defesa), a mercadoria será destinada pela administração. Uma das 
destinações possíveis é o leilão. Outra é a destruição. 
Creio que cabe um comparativo dessa nomenclatura simplificada com a TSP. 
A TSP (tratada pela IN/SRF 611/2006) é um sistema de codificação específico para 
casos de despachos onde se utiliza a DSI (Declaração Simplificada de Importação), 
e o legislador não viu necessidade de enquadrar cada produto na NCM, como é o 
caso de bagagem desacompanhada quando sujeita ao pagamento de tributos. Já a 
nomenclatura simplificada para mercadorias apreendidas (tratada pela IN/RFB 
840/2008) segue a mesma linha (sistema de codificação simplificado), só que se 
aplica a casos onde a mercadoria está sujeita à pena de perdimento. Quando for 
este o caso, o produto não está sujeito à incidência dos tributos na importação. 
Então pra que classificar? Apenas para efeito de contabilização de renúncia fiscal e 
estatísticas. Existe um princípio jurídico que reza que "quem pode o mais pode o 
menos". Então, teoricamente, poderia se utilizar a NCM sempre. Porém, para 
simplificar, a Receita Federal determinou a utilização das nomenclaturas 
alternativas nos casos previstos. 
 
MULTA POR ERRO DE CLASSIFICAÇÃO FISCAL 
O assunto infrações e penalidades aduaneiras não consta no programa dos 
concursos para auditor-fiscal e analista-tributário da RFB. Porém, vale a pena 
destacar que, tal é a importância da classificação fiscal para o comércio exterior, 
que o governo instituiu uma multa de 1% sobre o valor aduaneiro da mercadoria 
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classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas 
nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos para a 
identificação da mercadoria (artigo 711 do Decreto 6.759/2009 – Regulamento 
Aduaneiro). 
Isso quer dizer que o importador terá de saber todas essas regras para 
classificar a mercadoria, senão pagará multa por erro? Isso mesmo. E o fiscal 
também, pra poder cobrar a multa somente quando tiver certeza de que a 
classificação que o cara usou está errada. 
 
UTILIZAÇÃO DOS CAPÍTULOS 98 E 99 DO SH 
 
Os capítulos 98 e 99 do SH são reservados para que os países (partes 
contratantes) utilizem de forma independente. O Brasil utiliza alguns códigos de 
operações especiais na exportação. Assim, em uma operação de fornecimento de 
bordo a aeronaves ou navios, por exemplo, ocorre uma exportação, certo? O navio 
pára no Porto de Vitória e compra provisões de bordo (lanche, bebida, comida, 
frutas, verduras, papel higiênico etc.). Essa venda é uma exportação, certo? Cada 
item desses será classificado na NCM? Não. Por quê? Por questões de simplificação. 
Na declaração de exportação, no campo relativo à NCM, utiliza-se um código (ex: 
9999.9201), que representa um fornecimento de bordo. E assim o procedimento 
fica facilitado, deu pra entender? Esse é um exemplo de uso do capítulo 99. 
 
 
Resumo: 
 
 O Sistema Harmonizado possui 6 Regras Gerais de Interpretação (RGI), de 
utilização obrigatória. Muito simplificadamente, e em linguagem coloquial, as 
regras, que devem ser aplicadas na ordem seqüencial, dizem o seguinte: 
 RGI-1) Textos de posições e notas de seção e de capítulo definem a 
classificação. Já os títulos dos capítulos, das seções e dos subcapítulos só servem 
para indicar que um produto “pode” estar naquele capítulo, seção ou subcapítulo. 
 RGI-2A) Artigo incompleto ou inacabado classifica-se na mesma posição do 
completo ou acabado, desde que contenha as características essenciais do produto. 
O mesmo vale para o desmontado ou por montar. 
 RGI-2B) As referências a uma matéria na nomenclatura valem se a mesma 
está misturada ou composta com outros (as). A classificação desses artigos é pela 
regra 3. 
RGI 3) Quando pareça que um produto pode se classificar em mais de uma 
posição, utilize, na seqüência, as regras abaixo: 
 RGI 3A) A posição mais específica prevalece sobre a mais genérica. 
 RGI 3B) Classifica-se o produto pela matéria ou item que conferir a 
característica essencial ao mesmo. 
 RGI 3C) Classifica-se pelo código mais alto. 
 RGI 4) Classifica-se um produto não encontrado por aquele mais 
semelhante. 
 RGI 5A) Os estojos normalmente utilizados com o produto classificam-se 
junto com este. 
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 RGI 5B) As embalagens não reutilizáveis se classificam junto com o produto 
 RGI 6) Definida a posição, basta seguir novamente as regras 1 a 5 para 
encontrar a subposição. 
 
...... 
 
 A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) é utilizada pelos países 
membros do bloco para todas as suas importações e exportações. Tem como base 
o SH, possuindo 8 dígitos, sendo 6 do SH e mais 2 regionais (item e subitem), além 
de 2 regras gerais complementares (RGC). 
 
 RGC-1: Tudo o que foi dito para posição e subposição vale para encontrar 
item e subitem. 
 RGC-2: As embalagens de utilização repetida seguem seu próprio regime de 
classificação, ou seja, não seguem a classificação do conteúdo, quando submetidas 
a regime especial de admissão temporária ou exportação temporária. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. (AFRF/2003) Assinale a opção que completa corretamente a afirmativa 
abaixo. 
 No Brasil, a classificação tarifária é feita enquadrando-se a mercadoria ou 
produto no respectivo código da Nomenclatura, aplicando-se as regras de 
interpretação, segundo as quais a classificação é determinada 
 
a) pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que 
não sejam contrárias a esses textos, pelas demais regras gerais de interpretação, 
bem como pelas regras gerais complementares e, no caso da NVE (Nomenclatura 
de Valor e Estatística), pelos atributos e especificações da mercadoria, não tendo 
valor legal as Notas Explicativas do SH (NESH), os Pareceres do Comitê Técnico do 
SH e os Pareceres de Classificação da OMA (Organização Mundial de Alfândegas). 
b) pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e pelas 
demais regras gerais de interpretação, bem como pela regra geral complementar e, 
no caso da NVE (Nomenclatura de Valor e Estatística), pelos atributos,características e especificações da mercadoria, as Notas Explicativas do SH (NESH), 
e, subsidiariamente, os Pareceres do Comitê Técnico do SH e os Pareceres de 
Classificação da OMA (Organização Mundial de Alfândegas), devendo os órgãos da 
administração pública observar os Pareceres da OMA e as soluções dadas às 
consultas pela SRF. 
c) pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e pelas 
demais regras gerais de interpretação, bem como pelas regras gerais 
complementares e, no caso da NVE (Nomenclatura de Valor e Estatística), pelos 
atributos e características da mercadoria, não tendo valor legal as Notas 
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Explicativas do SH (NESH), os Pareceres do Comitê Técnico do SH e os Pareceres 
de Classificação da OMA (Organização Mundial de Alfândegas). 
 
d) pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que 
não sejam contrárias a esses textos, pelas demais regras gerais de interpretação, 
bem como pela Regra Geral Complementar (RGC-1) e, no caso da NVE 
(Nomenclatura de Valor e Estatística), pelos atributos e especificações da 
mercadoria, e subsidiariamente as Notas Explicativas do SH (NESH), os Pareceres 
do Comitê Técnico do SH e os Pareceres de Classificação da OMA (Organização 
Mundial de Alfândegas), devendo os órgãos da administração pública, ao solucionar 
consultas, observar os Pareceres da OMA e as orientações normativas da SRF. 
e) pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que 
não sejam contrárias a esses textos, pelas demais regras gerais de interpretação, 
bem como pelas regras gerais complementares e, no caso da NVE (Nomenclatura 
de Valor e Estatística), pelos atributos e especificações da mercadoria, não tendo 
valor legal as Notas Explicativas do SH (NESH), os Pareceres do Comitê Técnico do 
SH e os Pareceres de Classificação da OMA (Organização Mundial de Alfândegas), 
devendo os órgãos da administração pública observar os Pareceres da OMA, os 
laudos técnicos e as soluções dadas às consultas pela SRF ou em Certificado de 
Classificação para Fins de Fiscalização de Exportações. 
 
COMENTÁRIO 
a) (CORRETA) O início do texto da alternativa é a reprodução da regra 
1. Lembrem-se do artigo 94 do Regulamento Aduaneiro e do fato de 
que nem as NESH nem os Pareceres da OMA possuem valor jurídico. 
A NVE - Nomenclatura de Valor Aduaneiro e Estatística - é uma 
nomenclatura criada no âmbito da Receita Federal (IN/SRF 80/96 e 
alterações posteriores), que tem por finalidade identificar a 
mercadoria submetida a despacho aduaneiro de importação, para 
efeito de valoração aduaneira, e aprimorar os dados estatísticos de 
comércio exterior. 
A NVE tem por base a Nomenclatura Comum do MERCOSUL - NCM 
acrescida de atributos e suas especificações, identificados, 
respectivamente, por dois caracteres alfabéticos e quatro numéricos.; 
b) (ERRADA) Hoje são duas Regras Gerais Complementares (RGC-1 e 
RGC-2). Os órgãos da administração não DEVEM observar os 
Pareceres da OMA, pois estes não possuem valor jurídico. São 
elementos subsidiários. A NVE define atributos e especificações. As 
NESH também são subsidiárias. 
c) (ERRADA) NVE possui atributos e especificações. 
d) (ERRADA) são 2 regras gerais complementares (RGC-1 e RGC-2). 
Também os órgãos da administração não DEVEM observar os 
Pareceres da OMA, pois estes não possuem valor jurídico. 
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22
e) (ERRADA) Mais uma vez, os Pareceres da OMA não possuem valor 
jurídico. 
 
02 - (AFRF/2002-1) Identifique, no código tarifário abaixo, os dígitos que 
indicam a sub-posição tarifária. 
0703.90.01 
a) o primeiro e o segundo dígitos 
b) o segundo e o terceiro dígitos 
c) o terceiro e o quarto dígitos 
d) o quinto e o sexto dígitos 
e) o sétimo e o oitavo dígitos 
 
COMENTÁRIO: 
 
A vontade é dizer, sobre uma questão dessas, “SEM COMENTÁRIOS”, uma vez que, 
para quem percebeu, o camarada conseguiu colocar um código INEXISTENTE. Não 
há como aparecer o “01” no sétimo e oitavo dígitos, pois não há divisão em 
subitens se o item está FECHADO (sétimo dígito igual a zero). Fazer o quê... 
 
Bom, de qualquer forma, costumamos dizer que o candidato não deve brigar com a 
prova e se desesperar, mas sim imaginar o que o doido do examinador estava 
querendo com a questão. Nesse caso, o código apresentado era simplesmente 
IRRELEVANTE, pois perguntava quais eram os dígitos referentes à sub-posição 
tarifária. Aprendemos que são o quinto e o sexto dígitos, qualquer que seja o 
código, certo? 
 
Lembrando 
 
2 primeiros dígitos = capítulo (ex: 84) 
4 primeiros dígitos = posição dentro do capítulo (ex: 8471) 
Dígitos 5 e 6 = subposições de 1° e de 2° nível (ex: 8471.49) 
Dígitos 7 e 8 = item e subitem (ex: 8471.49.10) 
 
Resposta: Letra D 
 
 
03 - (AFRF/2002-1) Para efeito de classificação das mercadorias na 
Nomenclatura Comum do MERCOSUL e aplicação das Regras Gerais para a 
Interpretação do Sistema Harmonizado, quando inaplicável a RGI nº 1, o artigo 
desmontado ou por montar 
 
a) não pode ser classificado na posição do artigo completo ou acabado porque as 
Notas Explicativas do Sistema Harmonizado determinam sua classificação 
preponderante no artigo em referência. 
 
b) não é abrangido pela posição do artigo completo ou acabado porque nesse 
estado sua classificação far-se-á individualmente segundo as posições específicas 
de suas partes. 
 
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c) é classificado na posição do artigo completo ou acabado, montado ou por 
montar, sempre que apresente no estado em que se encontra, as características 
essenciais do artigo completo ou acabado. 
 
d) é abrangido pela posição do artigo completo ou acabado, montado ou por 
montar, desde que através de operação de ensamblagem, essa condição seja 
atestada pelo Assistente Técnico (perito oficial) credenciado pela Secretaria da 
Receita Federal. 
 
e) é abrangido pela posição do artigo completo ou acabado, montado ou por 
montar, desde que se comprove que os componentes do artigo executem a mesma 
função do artigo completo ou acabado, montado ou por montar. 
 
COMENTÁRIO: 
 
Pessoal, essa questão é retirada de forma literal da Regra 2. Se lembram? É a regra 
que determina que o artigo que vier desmontado será classificado como se 
montado fosse, na mesma posição, desde que reúna as características essenciais 
do produto montado ou completo. 
 
Antes que vocês perguntem, ensamblagem quer dizer montagem, ou reunião / 
inclusão de artigos. 
 
Resposta: Letra C 
 
Só uma lembrança: Se houver uma posição com o seguinte texto: “Aparelhos de TV 
desmontados”, e outra para “Aparelhos de TV montados”, é claro que a TV 
desmontada será classificada na primeira posição, mas aí eu não estaria aplicando 
a regra 2, mas sim a regra 1, sacou? Se encaixa no texto, classifica pela regra 1, 
não havendo necessidade de seguir nas regras 2,3,4,5 e 6 para achar a posição. 
 
 
4 – (AFRF/2005) Assinale a opção incorreta. 
 
a) O Sistema Harmonizado, composto por 21 Seções, constitui instrumento 
empregado internacionalmente para a classificação de mercadorias, a partir de uma 
estrutura de códigos e suas respectivas descrições. Os Capítulos 98 e 99 do referido 
Sistema, contudo, foram reservados para usos especiais dos países vinculados a 
ele. O Brasil emprega o Capítulo 99 para registrar operações como, por exemplo, 
de consumo de bordo de combustíveis. 
 
b) No que atine à interpretação do Sistema Harmonizado, quando uma mercadoria 
aparentementepossa ser classificada em duas ou mais posições, a classificação 
deve ser feita, em regra, pela posição mais genérica em detrimento das mais 
específicas. 
 
c) A classificação fiscal da mercadoria deve ser feita pelo próprio importador. Não 
obstante, em caso de dúvida sobre a classificação do bem, há previsão legal para 
que, respeitados parâmetros, seja formulada consulta à autoridade aduaneira com 
vistas à correta classificação da mercadoria. 
 
d) Dos oito dígitos que compõem a Nomenclatura Comum do Mercosul, os seis 
primeiros são formados pelo Sistema Harmonizado, ao passo em que o sétimo e 
oitavo dígitos correspondem a desdobramentos específicos definidos no âmbito do 
Mercosul. 
 
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24
e) Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos do Sistema Harmonizado têm 
apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação fiscal é determinada 
pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo. 
 
Comentário: 
 
a) (Correta) 
 
O capítulo 77 está reservado para utilização futura do SH quando descoberto um 
novo elemento na natureza, por exemplo) e os capítulos 98 e 99 para utilização das 
partes contratantes (os países que aderiram ao SH). A ESAF mais uma vez foi no 
detalhe quando citou na assertiva que o capítulo 99 é utilizado no Brasil para 
consumo de bordo de combustíveis. O fornecimento de consumo de bordo, para 
quem não sabe, é considerado como uma exportação. E a classificação fiscal, 
nesses casos, utiliza um código especial. A tabela está disponível no site do 
Ministério do Desenvolvimento (www.mdic.gov.br). 
 
 
 
b) (Incorreta) a regra 3-A diz exatamente o contrário da assertiva, ou seja: 
“quando pareça que uma ou mais mercadorias possam ser classificadas em mais de 
uma posição, a classificação deve ser feita, em regra, pela posição MAIS 
ESPECÍFICA, em detrimento da mais genérica. Vejamos o que diz a regra 
literalmente: 
 
3. QUANDO PAREÇA QUE A MERCADORIA PODE CLASSIFICAR-SE EM DUAS OU 
MAIS POSIÇÕES POR APLICAÇÃO DA REGRA 2 b) OU POR QUALQUER OUTRA 
RAZÃO, A CLASSIFICAÇÃO DEVE EFETUAR-SE DA FORMA SEGUINTE: 
 
3-a) A POSIÇÃO MAIS ESPECÍFICA PREVALECE SOBRE AS MAIS GENÉRICAS. 
TODAVIA, .... 
 
Vejam o exemplo: 
 
Imaginem uma mesa composta de madeira e ferro. Não há uma posição para 
“móveis de madeira e ferro”. Assim, a regra 1 não se aplica. Vamos à regra 2. Se 
existir uma posição para “móveis de qualquer material” e outra para “mesas de 
qualquer material”, é claro que a posição de mesas seria mais específica (regra 3-
A), e ali deveria ser enquadrado o produto.....” 
 
 
 
c) (Correta) Achei que nessa caberia recurso, pois a classificação não deve ser 
feita pelo IMPORTADOR, mas sim INDICADA pelo IMPORTADOR (é isso que o 
examinador provavelmente quis dizer). Quem classifica é a SRF. Trata-se de uma 
de nossas mais nobres atividades verificar se a classificação INDICADA pelo 
importador está correta ou não. Se estiver incorreta, inclusive (nós decidimos qual 
é a correta), cabe multa pelo erro de classificação. Vejamos o artigo: 
 
Mas, considerando que já é a segunda vez que a ESAF considera como certa uma 
afirmação como essas, passemos a interpretar como correta a afirmativa de que a 
classificação será feita pelo próprio importador. 
 
d) Correta. 
 
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25
A NCM tem por base o SH, que possui um código de 6 dígitos. A NCM acrescentou a 
estes seis dígitos mais dois, como acréscimo regional, que constituem o item e o 
subitem. A base do SH (6 dígitos) não varia nunca. Assim, o código NCM é 
composto por 8 dígitos. O item é indicado pelo 7º dígito e o subitem pelo 8º dígito. 
 
 
e) Correta. É a Regra Geral de Interpretação 1. Vejam o texto da regra: 
 
1. OS TÍTULOS DAS SEÇÕES, CAPÍTULOS E SUBCAPÍTULOS TÊM APENAS 
VALOR INDICATIVO. PARA OS EFEITOS LEGAIS, A CLASSIFICAÇÃO É 
DETERMINADA PELOS TEXTOS DAS POSIÇÕES E DAS NOTAS DE SEÇÃO E DE 
CAPÍTULO E, DESDE QUE NÃO SEJAM CONTRÁRIAS AOS TEXTOS DAS REFERIDAS 
POSIÇÕES E NOTAS, PELAS REGRAS SEGUINTES. 
....... 
Traduzindo a regra, o que vale para classificar são os textos das posições e das 
notas. Títulos de capítulo, de subcapítulo e de seção têm apenas valor indicativo. 
Por essa regra, se o texto da posição diz “móveis de madeira”, você, em princípio, 
só vai poder enquadrar ali móveis de madeira, e não de ferro. 
 
 
05 – (AFRF/2003) O Sistema Harmonizado distribui as mercadorias em: 
 
a) seções e capítulos, dos quais três foram reservados para utilização futura. Possui 
seis regras gerais de interpretação (RGI) e duas regras gerais complementares 
(RGC-1 e RGC-2). O texto de descrição das mercadorias é precedido de um código, 
composto de seis algarismos, separados da seguinte forma XXXX.XX, indicando os 
dois primeiros o capítulo, os quatro primeiros a posição, e os dois últimos, a 
subposição, que pode ser de primeiro nível ou de segundo nível ou composta. 
 
b) seções e capítulos, dos quais três foram reservados para utilização pelas partes 
contratantes, individualmente. Possui seis regras gerais de interpretação (RGI) e 
uma regra geral complementar (RGC-1). O texto de descrição das mercadorias é 
precedido de um código, composto de oito algarismos, separados da seguinte forma 
XXXX.XX.XX, indicando os dois primeiros o capítulo, os quatro primeiros a posição, 
o 5º e o 6º, a subposição, que pode ser de primeiro nível ou de segundo nível ou 
composta, e os dois últimos, o item e o subitem. 
 
c) seções e capítulos, dos quais um foi reservado para utilização pelas partes, 
individualmente, e dois foram reservados para utilização futura. Possui seis regras 
gerais de interpretação (RGI) e uma regra geral complementar (RGC-1). O texto de 
descrição das mercadorias é precedido de um código, composto de oito algarismos, 
separados da seguinte forma XX.XX.XX.XX, indicando os dois primeiros o capítulo, 
os quatro primeiros a posição, o 5º e o 6º, a subposição, que pode ser de primeiro 
nível ou de segundo nível ou composta, e os dois últimos, o item e o subitem. 
 
d) seções e capítulos, dos quais três foram reservados para utilização futura. Possui 
seis regras gerais de interpretação (RGI) e uma regra geral complementar (RGC-1). 
O texto de descrição das mercadorias é precedido de um código, composto de oito 
algarismos, separados da seguinte forma XXXX.XX.XX, indicando os dois primeiros 
o capítulo, os quatro primeiros a posição, o 5º e o 6º, a subposição, que pode ser 
de primeiro nível ou de segundo nível ou composta, e os dois últimos, o item e o 
subitem. 
 
e) seções e capítulos, dos quais um foi reservado para utilização futura e dois, para 
utilização pelas partes contratantes. Possui seis regras gerais de interpretação 
(RGI). O texto de descrição das mercadorias é precedido de um código, composto 
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26
de seis algarismos, separados da seguinte forma XXXX.XX, indicando os dois 
primeiros o capítulo, os quatro primeiros a posição, e os dois últimos, a subposição, 
que pode ser de primeiro nível ou de 
segundo nível ou composta. 
 
Comentário: 
 
Dois capítulos foram reservados para utilização pelas partes contratantes 
(98 e 99) e somente um capítulo foi reservado para utilização futura (77). O código 
SH é de 6 dígitos. Item e subitem compõem o código NCM. As regras 
complementares (RGC-1 e RGC-2) compõem a NCM, e não o SH. Sendo assim, a 
única alternativa que resta correta é a letra E. 
 
6 – (AFRF/2002-2) O contêiner encerrando em seu interior mercadorias 
despachadas para consumo de uma só

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