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Aula 43 Direito Administrativo Aula 08

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CURSO PREPARATÓRIO PARA O CARGO DE AUDITOR-FISCAL DA RFB 
PROF. FABIANO PEREIRA - DIREITO ADMINISTRATIVO 
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Olá! 
Sei que você deve estar muito apreensivo, preocupado com a gigantesca 
quantidade de matéria que ainda tem que ser estudada. Todavia, se o seu 
objetivo é realmente conseguir a aprovação no concurso da Receita Federal, o 
conselho que lhe dou é o seguinte: fique tranqüilo (a)! 
Digo isso porque o nervosismo e a ansiedade somente irão dificultar o 
seu estudo, criando obstáculos desnecessários à assimilação do conteúdo. 
Desse modo, procure programar o seu estudo e cumprir o cronograma que foi 
previamente estabelecido. Concentre-se no tópico que está sendo estudado 
atualmente, sem se preocupar com o conteúdo restante, pois, caso contrário, 
você não assimila nem um nem outro. 
Lembre-se de que é IMPRESCINDÍVEL resolver TODAS as questões 
apresentadas nas aulas, preferencialmente duas vezes (a segunda vez, na 
semana que antecede a data da sua prova), pois essa é a melhor tática para 
gabaritar as questões de qualquer banca examinadora, inclusive da ESAF. 
No mais, estou à sua disposição no fórum de dúvidas. O edital está 
chegando... 
 
Bons estudos! 
 
Fabiano Pereira. 
fabianopereira@pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
1. Considerações iniciais ............................................................. 03 
 
2. Conceito .................................................................................. 03 
 
3. Classificação ........................................................................... 05 
 3.1. Serviços públicos próprios e impróprios ....................... 05 
3.2. Quanto aos destinatários ou à maneira como concorrem para 
satisfazer ao interesse geral ............................................... 06 
3.3. Quanto ao objeto ......................................................... 07 
 
4. Competência para a prestação de serviços públicos ................ 08 
 
5. Requisitos ou princípios .......................................................... 09 
 
6. Formas e meios de prestação dos serviços públicos ................ 11 
 6.1. Concessão .................................................................... 12 
 6.2. Permissão .................................................................... 20 
 6.3. Autorização .................................................................. 22 
 
8. Revisão de véspera de prova – “RVP”...................................... 24 
 
9. Questões comentadas ............................................................. 42 
 
10. Relação de questões comentadas com gabarito .................... 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Considerações iniciais 
 
 Se fosse possível resumir as atividades do Estado em uma única 
expressão, poderíamos restringi-las a “serviços públicos”. Basicamente, o 
Estado tem por obrigação prestar serviços públicos à coletividade, satisfazendo 
as necessidades gerais manifestadas pelos indivíduos, isolada ou 
coletivamente. 
 O artigo 175 da Constituição Federal de 1988 declara expressamente que 
“incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de 
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços 
públicos”. 
 Conforme se constata no próprio texto constitucional, o Estado poderá 
prestar serviços públicos diretamente, através de seus respectivos órgãos 
públicos (neste caso teremos a centralização dos serviços), ou 
indiretamente, mediante a transferência da execução e/ou titularidade dos 
serviços para terceiros. Nesse último caso, o Estado poderá optar por transferir 
a titularidade e a execução do serviço para uma entidade da Administração 
Indireta (através de outorga), ou somente a execução do serviço a 
particulares (delegação), valendo-se da concessão, permissão ou autorização. 
 A fim de regular e garantir condições mínimas de acesso e qualidade na 
prestação dos serviços públicos, o parágrafo único, artigo 175, da CF/88, 
afirma que a lei será responsável por disciplinar: 
a) o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços 
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem 
como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão 
ou permissão; 
b) os direitos dos usuários; 
c) política tarifária; 
d) a obrigação de manter serviço adequado. 
 
2. Conceito 
 
 Não existe um consenso doutrinário sobre a definição de serviços 
públicos, pois o seu conteúdo varia de acordo com o tempo e o espaço no qual 
ele seja aplicado. Nem mesmo o texto constitucional ou a lei apresentam uma 
conceituação que possa servir de parâmetro para o desenvolvimento de uma 
teoria precisa. 
No Brasil, o conceito de serviços públicos é formulado em conformidade 
com a corrente adotada por cada doutrinador, e as principais delas são: 
 
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1ª) Escola essencialista: Para os adeptos desta corrente, serviço 
público é toda atividade que atenda direta e essencialmente à vida em 
coletividade. Nesses termos, para que um serviço seja considerado automática 
e obrigatoriamente público, basta que estejam presentes algumas 
características imprescindíveis. 
Essa corrente não é adotada no Brasil, pois existem alguns serviços que, 
apesar de satisfazerem o interesse coletivo, não podem ser considerados 
públicos. 
Exemplo: Quando o serviço de saúde é prestado por particulares, não 
pode ser considerado público e, portanto, será regido pelas regras do direito 
privado. 
2ª) Escola subjetivista: Neste caso, para que um serviço seja 
considerado público, basta que esteja sendo prestado pelas entidades da 
Administração Direta ou Indireta, independentemente da atividade em si. 
Como não poderia ser diferente, essa corrente não é adotada no Brasil, 
pois sabemos que pessoas jurídicas de direito privado que não integram a 
Administração, a exemplo dos delegatários, também podem prestar serviços 
públicos. Da mesma forma, existem entidades que integram a Administração 
Indireta, mas que não prestam serviços públicos, como acontece com as 
empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades 
econômicas. 
3ª) Escola formalista: Defende o entendimento de que não é possível 
definir um serviço como público pela atividade em si, pois existem atividades 
essenciais, como a saúde, que quando prestadas por particulares não podem 
ser consideradasserviço público. Sendo assim, para que um serviço seja 
considerado público, é necessário que a lei ou o texto constitucional o defina 
como tal. Essa é a corrente adotada no Brasil. 
Para o professor José dos Santos Carvalho Filho, serviço público “é toda 
atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime 
de direito público, com vista à satisfação de necessidades essenciais e 
secundárias da coletividade”. 
Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta um conceito mais amplo, 
afirmando que pode ser considerado serviço público “toda atividade de 
oferecimento de utilidade ou comodidade material fruível diretamente pelos 
administrados, prestado pelo Estado ou por quem lhe faça as vezes, sob um 
regime de direito público – portanto, consagrador de prerrogativas de 
supremacia e de restrições especiais – instituído pelo Estado em favor dos 
interesses que houver definido como próprios no sistema normativo”. 
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, de forma bastante 
elucidativa, apresenta algumas conclusões acerca do conceito de serviço 
público: 
“1. a noção de serviço público não permaneceu estática no tempo; houve 
uma ampliação na sua abrangência, para incluir atividades de natureza 
comercial, industrial e social; 
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2. é o Estado, por meio da lei, que escolhe quais as atividades que, em 
determinado momento, são consideradas serviços públicos; no Direito 
brasileiro, a própria Constituição faz essa indicação nos artigos 21, 
incisos X, XI, XII, XV E XXIII, e 25, § 2o, alterados, respectivamente, 
pelas Emendas Constitucionais 8 e 5, de 1995; isso exclui a possibilidade 
de distinguir, mediante critérios objetivos, o serviço público da atividade 
privada; esta permanecerá como tal enquanto o Estado não assumir 
como própria;3. daí outra conclusão: o serviço público varia não só no 
tempo, como também no espaço, pois depende da legislação de cada 
país a maior ou menor abrangência das atividades definidas como 
serviços públicos (...)” 
 
3. Classificação 
 
São várias as classificações de serviços públicos apresentadas pelos 
doutrinadores brasileiros. Todavia, como o nosso objetivo é ser aprovado em 
um concurso público organização pela ESAF, iremos focar apenas aquelas que 
têm sido mais cobradas em suas provas. 
 
3.1. Serviços públicos próprios e impróprios 
A professora Maria Sylvia Zanela di Pietro afirma que serviços públicos 
próprios são aqueles que visam à satisfação de necessidades coletivas e que 
são executados diretamente pelo Estado (através de seus órgãos e agentes), 
a exemplo do Judiciário, ou indiretamente, através de delegação a 
particulares (concessionários ou permissionários). 
Por outro lado, os serviços públicos impróprios também visam à 
satisfação de necessidades coletivas, mas não são executados ou assumidos 
pelo Estado, seja direta ou indiretamente. Neste caso, o Estado somente 
autoriza, regulamenta e fiscaliza esses serviços. São atividades privadas, 
mas, em virtude de atenderem necessidades coletivas, exigem uma maior 
atenção por parte do Estado, a exemplo dos serviços de seguro e previdência 
privada (incisos I e II, do artigo 192, da CF/1988). 
 É importante destacar que o professor Hely Lopes Meirelles também 
adota a classificação dos serviços púbicos em próprios e impróprios, porém, 
em sentido um pouco diferente daquele utilizado pela professora Maria Sylvia 
Zanela di Pietro. 
Para o saudoso professor, serviços públicos próprios “são aqueles que 
se relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público (segurança, 
polícia, higiene e saúde públicas) e para a execução dos quais a Administração 
usa de sua supremacia sobre os administrados. Por essa razão só devem ser 
prestados por órgãos ou entidades públicas sem delegação aos particulares”. 
 
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Já os serviços públicos impróprios seriam aqueles “que não afetam 
substancialmente as necessidades da comunidade, mas satisfazem a interesses 
comuns de seus membros e por isso a Administração os presta 
remuneradamente, por seus órgãos, ou entidades descentralizadas 
(autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações 
governamentais) ou delega a sua prestação a concessionários, permissionários 
ou autorizatários”. 
 
Para responder às questões da ESAF: Alguns autores denominam os 
serviços públicos próprios como “serviços públicos propriamente estatais”, 
definindo-os como aqueles cujo Estado atua no exercício de sua soberania, 
sendo impossível a delegação a terceiros (a exemplo do Judiciário). Sendo 
assim, caso você se depare com essa expressão em prova, também está 
correta. 
 
3.2. Quanto aos destinatários ou à maneira como concorrem para 
satisfazer ao interesse geral 
 
3.2.1. Serviços gerais ou uti universi 
São serviços prestados indiscriminadamente à população, possuindo um 
número indeterminado e indetermináveis de usuários. Nesse caso, os serviços 
são indivisíveis, não sendo possível mensurar quais são os usuários que 
estão sendo beneficiados ou quanto cada usuário está utilizando do serviço 
prestado. 
Pergunta: Qual o montante que você utilizava de iluminação pública, 
nas boas épocas de criança, quando brincava de “amarelinha” embaixo da 
iluminação do poste em frente a sua casa? 
Difícil saber, né! Sendo assim, o serviço de iluminação pública pode ser 
considerado uti universi, da mesma forma que o serviço de limpeza urbana, 
de policiamento, de conservação de logradouros públicos, etc. 
 
3.2.2. Serviços individuais ou uti singuli 
Serviços individuais ou uti singuli são aqueles prestados a uma 
quantidade determinada ou determinável de usuários, sendo possível 
mensurar quanto cada destinatário está usufruindo, a exemplo do serviço de 
coleta domiciliar de lixo, fornecimento de água, telefonia, gás canalizado, etc. 
Como é possível perceber, tais serviços são divisíveis e, portanto, 
podem ser remunerados mediante a cobrança de taxas (espécie de tributo) ou 
tarifa (preço público), mas nunca por impostos (que normalmente são 
cobrados pela prestação de serviços que não podem ser mensuráveis em sua 
utilização). 
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3.3. Quanto ao objeto 
 
3.3.1. Serviços administrativos 
São aqueles executados pela Administração Pública com o objetivo de 
satisfazer as suas necessidades internas ou preparar outros serviços que serão 
prestados à coletividade, a exemplo da imprensa oficial. 
 
3.3.2. Serviços comerciais ou industriais 
Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, “são os que produzem 
renda para quem os presta, mediante a remuneração da utilidade utilizada ou 
consumida, remuneração esta que, tecnicamente, se denomina tarifa ou preço 
público, por ser sempre fixada pelo Poder Público, quer quando o serviço é 
prestado por seus órgãos ouentidades, quer quando por concessionários, 
permissionários ou autorizatários”. 
Por outro lado, a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que 
serviços públicos comerciais ou industriais são aqueles assumidos pelo Estado 
como serviço público e que passam a ser de incumbência do poder público. 
Declara a autora que “a este não se aplica o artigo 173, mas o artigo 175 da 
Constituição, que determina a sua execução direta pelo Estado ou indireta, por 
meio de concessão ou permissão; é o caso dos serviços de transportes, 
energia elétrica, telecomunicações e outros serviços previstos nos artigos 21, 
XI e XII, e 25, parágrafo 2º. da Constituição, alterados, respectivamente, pelas 
Emendas Constitucionais 8 e 5, de 1995”. 
 
3.3.3. Serviço social 
Serviços sociais são aqueles de caráter predominantemente 
assistencial, que também são oferecidos pela iniciativa privada, a exemplo da 
educação, saúde, meio ambiente, cultura etc. 
 
4. Competência constitucional para a prestação de serviços públicos 
 
A Constituição Federal de 1988 outorgou a todos os entes estatais 
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios) a prerrogativa de prestar 
serviços públicos à coletividade. Entretanto, a fim de evitar conflitos 
federativos, estabeleceu em seu texto uma detalhada repartição de 
competências. 
Sendo assim, é necessário que você conheça os dispositivos 
constitucionais que enumeram as competências de cada ente federativo, bem 
como entenda as regras sobre a prestação dos respectivos serviços, pois, 
assim, você terá condições de resolver as questões sobre outros tópicos. 
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Os serviços públicos outorgados constitucionalmente à União estão 
enumerados taxativamente no artigo 21, a exemplo dos serviços de 
telecomunicações, transporte rodoviário interestadual e internacional de 
passageiros, serviço postal, exploração de portos marítimos, fluviais e 
lacustres, etc. 
Aos Municípios, nos termos do artigo 30 da CF/88, foram outorgados 
serviços públicos de interesses locais, a exemplo do transporte coletivo 
urbano (inciso V), que, em regra, é delegado a particulares; o ensino 
fundamental (inciso VI); a promoção da proteção ao patrimônio histórico-
cultural local (inciso IX), entre outros. 
Em relação ao Distrito Federal, é válido esclarecer que serão 
outorgados serviços inerentes aos Estados e aos Municípios, já que se trata de 
um ente estatal atípico, conforme preceitua o § 2º, artigo 32, da CF/88. 
Por último, é importante destacar que aos Estados a Constituição 
Federal outorgou competência remanescente ou residual para a prestação 
de serviços públicos. Sendo assim, se a prestação do serviço público não é de 
competência da União ou dos Municípios, certamente será do Estado. No texto 
constitucional, somente encontramos uma competência outorgada aos 
Estados, a de “explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais 
de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para 
a sua regulamentação”. 
ATENÇÃO: As competências para a prestação de serviços públicos, que 
acabei de relacionar, são privativas de cada um dos entes estatais (União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios). Entretanto, o artigo 23 da CF/88 
estabelece um rol de competências comuns, em que deverá existir uma 
atuação conjunta e harmônica de todos os entes federativos. 
Exemplo: O inciso VI, artigo 23, da CF/1988, estabelece a competência 
comum de todos os entes estatais com o objetivo de “proteger o meio 
ambiente”. Sendo assim, a atuação da União não exclui a dos Municípios e 
Estados, e vice-versa. 
 
5. Formas e meios de prestação dos serviços públicos 
 
 O artigo 175 da Constituição Federal de 1988 estabelece que “incumbe 
ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão 
ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. 
A fim de regular e garantir condições mínimas de acesso e qualidade na 
prestação dos serviços públicos, o parágrafo único do artigo 175 da CF/88 
afirma que a lei será responsável por disciplinar: 
a) o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços 
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem 
como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão 
ou permissão; 
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b) os direitos dos usuários; 
c) política tarifária; 
d) a obrigação de manter serviço adequado. 
Sendo assim, em cumprimento ao texto constitucional foi editada a Lei 
8.987/95, estabelecendo as regras gerais sobre a concessão e permissão de 
serviços públicos no âmbito da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. É 
importante destacar que a Lei 8.987/95 somente estabelece as regras gerais 
sobre concessão e permissão de serviços públicos e, portanto, os demais entes 
federativos poderão legislar sobre normas específicas. 
Na prestação direta de serviços públicos, a Administração pode optar 
pela forma centralizada ou descentralizada. Na forma centralizada, o 
próprio ente federativo (União, Estados, Distrito Federal ou Municípios) 
assume a responsabilidade pela execução dos serviços, que poderá ficar sob a 
responsabilidade de seus órgãos públicos. 
Para responder às questões da ESAF: Lembre-se de que a criação de 
órgãos públicos é fruto da desconcentração administrativa, e, portanto, 
eles não possuem personalidade jurídica. 
 
Desse modo, é possível afirmar que o Estado pode prestar serviços 
públicos de forma centralizada (diretamente) e desconcentrada (através de 
seus órgãos públicos). Como exemplo, podemos citar o serviço judiciário 
federal, que é prestado pela União (direta e centralizadamente), mas através 
de diversos órgãos públicos integrantes de sua estrutura (juízes federais, 
Tribunais Regionais Federais, Superior Tribunal de Justiça, etc.). 
 No mesmo sentido, o Poder Público pode prestar serviços públicos 
diretamente, mas de forma descentralizada. Nesse caso, o serviço será 
prestado por entidade integrante da Administração Pública Indireta 
(autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista ou empresas 
públicas), mediante outorga, ou por particulares (mediante concessão 
permissão) que receberam essa incumbência através de delegação. 
 Como já estudamos as entidades que integram a Administração Pública 
Indireta, iremos agora restringir o nosso estudo aos institutos da concessão, 
permissão e autorização. 
 
 5.1. CONCESSÃO 
 A concessão é a forma mais complexa de delegação de serviços 
públicos, geralmente utilizada em atividades que exigem alto investimento 
financeiro. Sendo assim, as formalidades para a sua implementação são 
diferentes da permissão e, principalmente, da autorização. 
A definição de concessão está prevista no próprio texto legal, mais 
precisamente no artigo 2º da Lei 8.987/95: 
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a) Concessão de serviço público: A delegação de sua prestação, feita 
pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de 
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre 
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo 
determinado. 
 
b) Concessão de serviço público precedida da execução de obra 
pública: A construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação 
ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo 
poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à 
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade 
para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento 
da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração 
do serviço ou da obra por prazo determinado. 
 
A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra 
pública, será formalizada mediante contrato administrativo, sempre se 
respeitando os termos da Lei 8.987/95 e as condições editalícias. 
Para responder às questões da ESAF: As pessoas físicas não podem ser 
concessionárias de serviços públicos, mas somente as pessoas jurídicas e 
consórcios de empresas, que estarão sujeitos à fiscalização pelo poder 
concedente responsável pela delegação (União, Estados, DF e Municípios), com 
a cooperação dos usuários. 
 
A Lei 9.074/95, em seu art. 2º, estabeleceu a proibição de a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios executarem obras e serviços 
públicos por meio de concessão e permissão de serviço público, sem lei 
autorizativa estabelecendo os termos a serem respeitados. 
Sendo assim, para que ocorra a execução indireta de serviços públicos, 
é necessário antes que uma lei estabeleça quais serão os termos e condições 
a serem observados, independentemente do ente federativo. É válido destacar, 
porém, que a própria Lei 9.074/95 reservou alguns serviços que poderão ser 
prestados sem a necessidade de prévia autorização legal, sendo eles os 
serviços: 
a) de saneamento básico; 
b) de limpeza urbana; 
c) e aqueles admitidos na Constituição Federal, nas Constituições 
Estaduais e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e Municípios. 
 Além disso, é importante ressaltar que o próprio artigo 1º da Lei 
9.074/95 estabeleceu para a União um rol de serviços e obras públicas que 
também não dependem de autorização legislativa prévia para serem 
prestados através de concessão ou permissão (se cabível): 
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a) vias federais, precedidas ou não da execução de obra pública; 
b) exploração de obras ou serviços federais de barragens, contenções, 
eclusas, diques e irrigações, precedidas ou não da execução de obras 
públicas; 
c) estações aduaneiras e outros terminais alfandegados de uso público, 
não instalados em área de porto ou aeroporto, precedidos ou não de 
obras públicas; 
d) os serviços postais. 
 
5.1.1. Licitação prévia 
Nos termos do artigo 175 da Constituição Federal, as concessões e 
permissões de serviços públicos sempre deverão ser precedidas de licitação. 
Não existem exceções a essa regra e a modalidade licitatória utilizada nas 
concessões será obrigatoriamente a concorrência. 
O artigo 14 da Lei 8.987/95 declara expressamente que “toda concessão 
de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será objeto 
de prévia licitação, nos termos da legislação própria e com observância dos 
princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por 
critérios objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório”. 
As regras específicas que serão observadas no processo licitatório estão 
previstas no próprio texto da Lei 8.987/95, contudo, a Lei geral de Licitações 
(Lei 8.666/93) poderá ser utilizada supletivamente. 
 
Para responder às questões da ESAF: Na licitação, o poder concedente 
recusará propostas manifestamente inexequíveis ou financeiramente 
incompatíveis com os objetivos da licitação e, em igualdade de condições, será 
dada preferência à proposta apresentada por empresa brasileira. 
 
Em relação ao critério de julgamento das propostas, o caput do artigo 
15 declara que será considerado um dos seguintes critérios: 
1º) o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado; 
2º) a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela 
outorga da concessão; 
3º) a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos 1, 2 e 7; 
4º) melhor proposta técnica, com preço fixado no edital; 
5º) melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor 
valor da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor 
técnica; 
6º) melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior 
oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica; 
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7º) melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação das 
propostas técnicas. 
 
Por último, é importante destacar uma recente mudança introduzida pela 
Lei 11.196/05, que incluiu o artigo 18-A no texto da Lei 8.987/95 e que 
permitiu a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento, a 
exemplo da modalidade pregão, prevista na Lei 10.520/02. 
Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de 
habilitação e julgamento, hipótese em que: 
I - encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de 
lances, será aberto o invólucro com os documentos de habilitação do 
licitante mais bem classificado, para verificação do atendimento das 
condições fixadas no edital; 
II - verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será 
declarado vencedor; 
III - inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os 
documentos habilitatórios do licitante com a proposta classificada em 
segundo lugar, e assim sucessivamente, até que um licitante classificado 
atenda às condições fixadas no edital; 
IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado 
ao vencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas. 
 
Para responder às questões da ESAF: Mesmo com a publicação da Lei 
11.196/05, a modalidade licitatória obrigatória para a concessão de serviços 
públicos continuou sendo a concorrência. Foi inserida na Lei 8.987/95 
somente a possibilidade de inversão da ordem das fases de habilitação e 
julgamento (assim como já acontece no pregão). 
 
5.1.2. Intervenção na concessão 
Afirma o artigo 32 da Lei 8.987/95 que “o poder concedente poderá 
intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação do 
serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares 
e legais pertinentes”. 
Além disso, é importante destacar que a intervenção far-se-á por 
decreto do poder concedente, que conterá a designação do interventor (a 
pessoa que ficará responsável pela intervenção), o prazo e os objetivos e 
limites da medida. 
Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de trinta 
dias, instaurar procedimento administrativo, que deverá ser concluído no 
prazo de 180 dias, para comprovar as causas determinantes da medida e 
apurar responsabilidades,assegurado sempre o direito de ampla defesa. 
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O artigo 34 da Lei 8.987/95 informa que “cessada a intervenção, se não 
for extinta a concessão, a administração do serviço será devolvida à 
concessionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, que 
responderá pelos atos praticados durante a sua gestão”. 
 
5.1.3. Extinção da concessão 
A concessão de serviço público é sempre ajustada por prazo certo. Não 
existe concessão por prazo indeterminado. Entretanto, durante a vigência 
do contrato, podem ocorrer certos acontecimentos ensejadores de sua 
extinção. Nesse caso, retornam ao poder concedente todos os bens 
reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário, bem como 
ocorrerá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, 
procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários. 
O artigo 35 da Lei 8.987/95 apresenta seis causas que extinguem ou 
servem de motivo para a extinção do contrato administrativo referente à 
concessão. É importante destacar que essas causas não precisam estar 
indicadas no edital de licitação, basta que estejam no contrato de concessão, 
pois são cláusulas essenciais. 
Independentemente da causa que extinguiu ou serviu de motivo para a 
extinção da concessão, será garantido ao concessionário o pagamento de uma 
indenização pela parcela não depreciada ou amortizada dos bens reversíveis, 
assim considerados os bens adquiridos pelo concessionário para a prestação do 
serviço e que, por manterem sua utilidade, passam a ser de propriedade do 
poder concedente ao término do contrato, já que os serviços públicos não 
podem ser interrompidos. 
 
5.1.3.1. Extinção pelo decurso do prazo 
Ocorre a extinção automática da concessão ao término do prazo 
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção dá-se o nome de 
reversão. 
O professor Diógenes Gasparini informa que, nesse caso, a assunção 
independe de qualquer previsão editalícia ou contratual, uma vez que está 
expressamente determinada pelo § 2º do artigo 35 da Lei 8.987/95. Contudo, 
se o poder concedente não providenciar a retomada do serviço público 
concedido, não pode o concessionário, em razão do princípio da continuidade 
do serviço público, paralisar a sua execução. Para tanto, deve o concessionário 
notificar a Administração Pública concedente com o objetivo de obrigá-la, 
dentro de prazo razoável, a retomar o serviço, sob pena de sua consignação 
em juízo. 
A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização 
das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não 
amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de 
garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido. 
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5.1.3.2. Encampação 
O artigo 37 da Lei 8.987/95 considera encampação a retomada do 
serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de 
interesse público superveniente, mediante lei autorizativa específica e após 
prévio pagamento da indenização das parcelas dos investimentos vinculados a 
bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido 
realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço 
concedido. 
A encampação será formalizada mediante decreto expedido pelo Chefe 
do Executivo, após a aprovação de lei específica autorizando tal medida e o 
respectivo pagamento da indenização devida. 
 
5.1.3.3. Caducidade 
O inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da 
concessionária pode ensejar a extinção da concessão antes do termo final 
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção a própria lei denomina 
caducidade. 
É de competência da própria Administração, discricionariamente, 
verificar se o inadimplemento (que pode ser total ou parcial) é suficiente para 
causar, ou não, a extinção da concessão. 
A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da 
verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo, 
assegurado o direito de ampla defesa. Entretanto, antes da instauração do 
processo administrativo, deverá ser obrigatoriamente comunicado à 
concessionária os possíveis descumprimentos de cláusulas contratuais, sendo 
concedido um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas. 
 Não efetuadas as devidas correções, será então instaurado o processo 
administrativo e, após o seu término, a caducidade será declarada por decreto 
do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada 
no decurso do processo. 
Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer 
espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou 
compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária. 
A caducidade poderá ser decretada, discricionariamente, quando ocorrer 
qualquer uma das seguintes hipóteses (art. 38, § 1º, da Lei 8.987/95): 
1ª) o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, 
tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros 
definidores da qualidade do serviço; 
2ª) a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições 
legais ou regulamentares concernentes à concessão; 
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3ª) a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, 
ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior; 
4ª) a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou 
operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido; 
5ª) a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, 
nos devidos prazos; 
6ª) a concessionária não atender a intimação do poder concedente no 
sentido de regularizar a prestação do serviço; 
7ª) a concessionária for condenada em sentença transitada em julgado 
por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais. 
 
5.1.3.4. Rescisão 
Nos termos do artigo 39 da Lei 8.987/95, o contrato de concessão 
“poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de 
descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante 
ação judicial especialmente intentada para esse fim”. Nesse caso, os serviços 
prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, 
até a decisão judicial transitada em julgado. 
 
5.1.3.5. Anulação 
O professor Diógenes Gasparini afirma que “o contrato de concessão de 
serviço público, embora prestigiado pelo princípio da presunção de legitimidade 
dos atos administrativos, pode ter sido celebrado com vícios que o maculam 
irremediavelmente, podendo ser declarados a qualquer tempo, desde que não 
prescrito esse direito. Nesses casos, há uma ilegalidade que serve de motivo 
ao ato de extinção. O ato da Administração Pública concedente que extingue a 
concessão de serviço público em razão de uma ilegalidade éato 
administrativo, comumente chamado de ato de anulação, tal qual o faz o 
inciso V do artigo 35 da Lei Federal n. 8.897/95”. 
 
5.1.3.6. Falência ou extinção da empresa concessionária e 
falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual 
Ocorrido esse fato previsto no inciso VI, artigo 35, da Lei 8.987/95, resta 
evidente que se torna inviável a continuidade de execução do contrato. Sendo 
assim, extinta a concessão, o serviço retorna ao poder concedente a fim de 
que seja realizada uma nova concessão. 
São muito comuns questões em provas sobre as causas que extinguem 
ou podem ensejar a extinção da concessão, portanto, estude-as com bastante 
carinho para a prova. 
 
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5.1.4. SUBCONCESSÃO 
Da mesma forma que acontece nos contratos administrativos em geral, 
as concessões de serviços públicos são celebradas intuitu personae, ou seja, 
a concessionária é declarada vencedora da licitação não somente pelo fato de 
ter apresentado a proposta mais vantajosa aos interesses da Administração, 
mas também por ter comprovado que possui efetivamente condições de 
cumprir os termos da proposta apresentada. 
Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-
lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos 
usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente 
exclua ou atenue essa responsabilidade. 
Sendo assim, para que ocorra uma subconcessão, é imprescindível que 
exista expressa autorização do poder concedente. Ademais, a outorga de 
subconcessão será sempre precedida de concorrência. 
 Apesar de a Lei 8.987/95 estabelecer a possibilidade de subconcessão 
somente em caráter excepcional, é importante esclarecer que a concessionária 
poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, 
acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a 
implementação de projetos associados. 
Os referidos contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros 
reger-se-ão pelo Direito privado, não se estabelecendo qualquer relação 
jurídica entre os terceiros e o poder concedente. 
Explica o professor Diógenes Gasparini que não é a subconcessão uma 
nova concessão, ainda que essa lei prescreva, dentro dos limites da 
subconcessão, a sub-rogação do subconcessionário a todos os direitos e 
obrigações do subconcendente; é, isto sim, o ajuste, calcado no edital e na 
proposta vencedora, celebrado entre o subconcendente e o subconcessionário. 
A anuência da Administração Pública concedente não a torna responsável 
perante o subconcessionário, mas reafirma o exercício das competências 
decorrentes da titularidade do serviço público cuja execução lhe foi 
trespassada pela via da concessão. O subconcessionário responde pelos danos 
que causar a terceiros, ao subconcendente e à própria Administração Pública 
concedente. O subconcedente e a Administração Pública concedente 
respondem subsidiariamente e nessa ordem. 
A subconcessão sem a prévia e expressa autorização do poder 
concedente ensejará a caducidade da concessão. Da mesma forma, acarreta 
também a caducidade a transferência do controle societário da concessionária 
sem prévia anuência do poder concedente, conforme previsto no artigo 27 da 
Lei 8.987/95: 
Art. 27. A transferência de concessão ou do controle societário da 
concessionária sem prévia anuência do poder concedente implicará a 
caducidade da concessão. 
§ 1o Para fins de obtenção da anuência de que trata o caput deste artigo, 
o pretendente deverá: 
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I - atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira e 
regularidade jurídica e fiscal necessárias à assunção do serviço; e 
II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor. 
§ 2o Nas condições estabelecidas no contrato de concessão, o poder 
concedente autorizará a assunção do controle da concessionária por seus 
financiadores para promover sua reestruturação financeira e assegurar a 
continuidade da prestação dos serviços. 
§ 3o Na hipótese prevista no § 2o deste artigo, o poder concedente 
exigirá dos financiadores que atendam às exigências de regularidade 
jurídica e fiscal, podendo alterar ou dispensar os demais requisitos 
previstos no § 1o, inciso I deste artigo. 
§ 4o A assunção do controle autorizada na forma do § 2o deste artigo 
não alterará as obrigações da concessionária e de seus controladores 
ante ao poder concedente. 
 
5.1.5. Direitos e obrigações dos usuários 
No termos do artigo 7º da Lei 8.987/95 são direitos dos usuários dos 
serviços públicos, além daqueles previstos no Código de Defesa do 
Consumidor: 
1º) receber serviço adequado; 
2º) receber do poder concedente e da concessionária informações para a 
defesa de interesses individuais ou coletivos; 
3º) obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários 
prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do 
poder concedente. 
4º) levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as 
irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço 
prestado; 
5º) comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela 
concessionária na prestação do serviço; 
 
Destaca-se ainda que as concessionárias de serviços públicos, de Direito 
Público e Privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer 
ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis 
datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos. 
Por último, consta como dever dos usuários no artigo 7º-A da citada Lei 
a obrigação de contribuição para a permanência das boas condições dos bens 
públicos através dos quais lhes são prestados os serviços. 
 
 
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5.2. Permissão 
 
5.2.1. Conceito 
 A lei 8.987/95, em seu artigo 2º, conceituou a permissão de serviço 
público como “a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação 
de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica 
que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco”. 
 Todas as regras previstas na Lei 8.987/95 para as concessões são 
também aplicáveis em relação às permissões, com exceção de alguns detalhes 
que passaremos a analisar. 
 
5.2.2. Natureza jurídica 
 Sob o entendimento da doutrina administrativa clássica, a permissão de 
serviço público sempre possuiu a natureza jurídica de ato administrativo, 
portanto unilateral, sendo este o principal traço distintivo em relação à 
concessão de serviço público, que ocorre mediante contrato. 
 Entretanto, o artigo 40 da Lei 8.987/95 estabeleceu que a permissão de 
serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, nos termos 
da citada lei, das demais normas pertinentes e do editalde licitação, inclusive 
quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo 
poder concedente. 
 Com a edição da Lei 8.987/95, que foi responsável por atribuir à 
permissão a natureza jurídica de contrato de adesão, muitos doutrinadores 
manifestaram-se contrários ao texto legal, declarando a existência de grave 
contradição do legislador. 
 O professor José dos Santos Carvalho Filho informa que “a incoerência da 
lei (e também do artigo 175, parágrafo único, da CF) foi tão flagrante que 
dividiu o próprio STF. Em ação direta de inconstitucionalidade, na qual se 
discutia a questão relativa à forma de delegação do serviço móvel de celular, 
prevista na Lei nº 9.295/96, a Corte decidiu, pela apertada maioria de seis a 
cinco, que o art. 175, parágrafo único, da CF, afastou qualquer distinção 
conceitual entre permissão e concessão, ao conferir àquela o caráter contratual 
próprio desta”. 
Para responder às questões da ESAF: É necessário que você saiba que a 
natureza jurídica da permissão é a de contrato de adesão e não a de ato 
administrativo. 
 
 5.2.3. Principais diferenças entre Concessão e Permissão 
 São poucas as diferenças existentes entre concessão e permissão de 
serviços públicos e, para facilitar a assimilação, decidi enumerá-las. 
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1ª) A concessão não pode ser contratada com pessoas físicas, mas 
somente com pessoas jurídicas e consórcio de empresas. Por outro lado, 
a permissão somente pode ser realizada com pessoas físicas ou jurídicas 
(consórcios de empresas, não); 
2ª) Trata-se de modalidade de delegação menos complexa que a 
concessão, recomendável para serviços públicos de menor 
“envergadura”. Sendo assim, enquanto na concessão exige-se licitação 
obrigatoriamente na modalidade concorrência, em relação à permissão 
admitem-se outras modalidades; 
3ª) A permissão, nos termos da lei, possui caráter precário, sendo 
revogável a qualquer tempo pela Administração, desde que existente 
interesse público superveniente. Por outro lado, a concessão constitui-se 
por meio de um contrato administrativo e, portanto, somente será 
extinto nos termos da lei. 
 
5.3. Autorização 
 Apesar de não estar prevista no artigo 175 da CF/88 como uma das 
modalidades de delegação de serviços públicos (que se refere apenas à 
concessão e permissão), o inciso XII, do artigo 21, da CF/1988, afirma 
expressamente que compete à União explorar, diretamente ou mediante 
autorização, concessão ou permissão: 
a) os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens; 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento 
energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se 
situam os potenciais hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos 
brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de 
Estado ou Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de 
passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres. 
 Assim, é possível concluir que a autorização é uma das modalidades de 
delegação de serviços públicos a particulares. Entretanto, é importante 
esclarecer que não existe uma lei específica versando sobre o tema, pois a Lei 
8.987/95 restringiu-se às concessões e permissões de serviços públicos. 
 Por outro lado, o Decreto 2.521/98 (que dispõe sobre a exploração, 
mediante permissão e autorização, de serviços de transporte rodoviário 
interestadual e internacional de passageiros e dá outras providências) define a 
autorização como uma “delegação ocasional, por prazo limitado ou viagem 
certa, para prestação de serviços de transporte em caráter emergencial ou 
especial”. 
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 É claro que a definição de autorização apresentada no Decreto 2.521/98 
foi elaborada para atender ao serviço de transporte rodoviário interestadual e 
internacional de passageiros, mas não diverge muito dos conceitos 
encontrados na doutrina. 
 O professor Diógenes Gasparini, por exemplo, define a autorização como 
“ato administrativo discricionário e precário mediante o qual a Administração 
Pública competente investe, por prazo indeterminado, alguém, que para isso 
tenha demonstrado interesse, na execução e exploração de certo serviço 
público”. 
 Nas sábias palavras do professor Hely Lopes Meirelles, a modalidade de 
serviços autorizados é adequada para todos aqueles que não exigem execução 
pela própria administração e que não necessitam de maior especialização para 
que seja prestado à coletividade, a exemplo dos serviços de táxi, de 
despachantes, segurança particular de residências ou estabelecimentos, entre 
outros. 
 Para responder às questões da ESAF, as informações mais importantes 
sobre autorização são aquelas que a diferenciam das concessões e permissões: 
1ª) Ao contrário das permissões e concessões, as autorizações podem 
ser realizadas por prazo indeterminado; 
2ª) Não é exigível licitação para a formalização de autorização; 
3ª) Não necessita de prévia autorização legislativa; 
4ª) Pode ser efetuada a pessoas físicas ou jurídicas; 
5ª) É realizada mediante ato administrativo de caráter precário e 
revogável a qualquer tempo pela Administração, sem que seja 
assegurado ao particular o direito à indenização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUPER R.V.P. 
1. O Estado poderá prestar serviços públicos diretamente, através de seus 
respectivos órgãos públicos (neste caso teremos a centralização dos 
serviços), ou indiretamente, mediante a transferência da execução e/ou 
titularidade dos serviços para terceiros. Nesse último caso, o Estado poderá 
optar por transferir a titularidade e a execução do serviço para uma 
entidade da Administração Indireta (através de outorga), ou somente a 
execução do serviço a particulares (delegação), valendo-se da concessão, 
permissão ou autorização; 
2. A professora Maria Sylvia Zanela di Pietro afirma que serviços públicos 
próprios são aqueles que visam à satisfação de necessidades coletivas e que 
são executados diretamente pelo Estado (através de seus órgãos e agentes), 
a exemplo do Judiciário, ou indiretamente, através de delegação a 
particulares (concessionários ou permissionários). Por outro lado, os serviços 
públicos impróprios também visam à satisfação de necessidades coletivas, 
mas não são executados ou assumidos pelo Estado, seja direta ou 
indiretamente. Neste caso, o Estado somente autoriza, regulamenta e fiscaliza 
esses serviços. São atividades privadas, mas, em virtude de atenderem 
necessidades coletivas, exigem uma maior atenção por parte do Estado, a 
exemplo dos serviços de seguro e previdência privada (incisos I e II do artigo 
192da CF/88); 
3. Alguns autores denominam os serviços públicos próprios como “serviços 
públicos propriamente estatais”, definindo-os como aqueles cujo Estado 
atua no exercício de sua soberania, sendo impossível a delegação a terceiros 
(a exemplo do Judiciário). Sendo assim, caso você se depare com essa 
expressão em prova, também está correta; 
4. Serviços gerais ou uti universi são serviços prestados 
indiscriminadamente à população, possuindo um número indeterminado e 
indetermináveis de usuários. Nesse caso, os serviços são indivisíveis, não 
sendo possível mensurar quais são os usuários que estão sendo beneficiados 
ou quanto cada usuário está utilizando do serviço prestado; 
5. Aos Estados a Constituição Federal outorgou competência remanescente 
ou residual para a prestação de serviços públicos. Sendo assim, se a 
prestação do serviço público não é de competência da União ou dos Municípios, 
certamente será do Estado. No texto constitucional, somente encontramos 
uma competência outorgada aos Estados, a de “explorar diretamente, ou 
mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, 
vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação”; 
6. Em respeito ao princípio da modicidade, os serviços públicos não devem 
ser prestados com lucros ou prejuízos, mas sim mediante taxas ou tarifas 
justas, que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam o seu 
aperfeiçoamento e expansão; 
 
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7. O princípio da mutabilidade, também denominado de princípio da 
flexibilidade dos meios aos fins, permite alterações na execução dos serviços 
públicos com o objetivo de adaptá-lo ao interesse público e às possibilidades 
financeiras da Administração, não existindo, portanto, direito adquirido à 
permanência de uma determinada forma de regime de prestação de serviços 
públicos; 
8. Nos termos do artigo 175 da Constituição Federal, as concessões e 
permissões de serviços públicos sempre deverão ser precedidas de licitação. 
Não existem exceções a essa regra e a modalidade licitatória utilizada nas 
concessões será obrigatoriamente a concorrência; 
9. Afirma o artigo 32 da Lei 8.987/95 que “o poder concedente poderá intervir 
na concessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, 
bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais 
pertinentes”. Além disso, é importante destacar que a intervenção far-se-á por 
decreto do poder concedente, que conterá a designação do interventor (a 
pessoa que ficará responsável pela intervenção), o prazo e os objetivos e 
limites da medida; 
10. A concessão de serviço público é sempre ajustada por prazo certo. Não 
existe concessão por prazo indeterminado. Entretanto, durante a vigência 
do contrato, podem ocorrer certos acontecimentos ensejadores de sua 
extinção. Nesse caso, retornam ao poder concedente todos os bens 
reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário, bem como 
ocorrerá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, 
procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários; 
11. O artigo 37 da Lei 8.987/95 considera encampação a retomada do serviço 
pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse 
público superveniente, mediante lei autorizativa específica e após prévio 
pagamento da indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens 
reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados 
com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido; 
12. O inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da 
concessionária pode ensejar a extinção da concessão antes do termo final 
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção a própria lei denomina 
caducidade; 
13. O artigo 40 da Lei 8.987/95 estabeleceu que a permissão de serviço 
público será formalizada mediante contrato de adesão, nos termos da citada 
lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à 
precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder 
concedente. 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
01. (Analista Tributário/Receita Federal do Brasil 2009/ESAF) Em se 
tratando de permissão e concessão da prestação de serviço público, 
ante o disposto na Lei 8.987/1995, marque a opção incorreta. 
a) Ocorrerá a caducidade da concessão caso a concessionária não 
cumpra as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos. 
b) Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo 
poder concedente que ocupará as instalações e utilizará todos os bens 
reversíveis. 
c) O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de 
assegurar a adequação na prestação do serviço. 
d) Sempre que forem atendidas as condições do contrato, considera-se 
mantido seu equilíbrio econômico-financeiro. 
e) Caracteriza-se como descontinuidade do serviço a sua interrupção 
em situação de emergência ou após prévio aviso quando por 
inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 
 
Comentários 
a) A caducidade é uma das formas de extinção da concessão antes do termo 
final estabelecido em contrato. 
Nos termos do art. 38, § 1º, V, da Lei 8.987/1995, o poder concedente poderá 
declará-la, entre outras hipóteses, quando a concessionária não cumprir as 
penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos, o que torna a 
assertiva correta. 
b) Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens 
reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme 
previsto no edital e estabelecido no contrato. Ademais, haverá a imediata 
assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos 
levantamentos, avaliações e liquidações necessárias. Assertiva correta. 
c) A intervenção na concessão está assegurada pelo art. 32 da Lei 
8.987/1995, o que torna a assertiva correta. É importante destacar que a 
intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá a 
designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da 
medida. 
d) Se forem respeitadas todas as condições do contrato, considera-se mantido 
seu equilíbrio econômico-financeiro. Por outro lado, ocorrendo alteração 
unilateral que afete o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o poder 
concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração. Assertiva 
correta. 
e) Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em 
situação de emergência ou após prévio aviso, quando: motivada por razões de 
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ordem técnica ou de segurança das instalações; e, ainda, por inadimplemento 
do usuário, considerado o interesse da coletividade. 
Assim, não restam dúvidas de que o texto da assertiva está incorreto. 
GABARITO: LETRA E. 
 
02.(Especialistas em Políticas Públicas/MPOG 2009/ESAF). O serviço 
público, modernamente, busca melhorar e aperfeiçoar o atendimento 
ao público. Analise os itens a seguir: 
I. Considera-se concessão de serviço público a delegação de sua 
prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na 
modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas; 
II. Considera-se permissão de serviço público a delegação, a título 
precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita 
pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica ou consórcio de 
empresas; 
III. Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço 
adequado que satisfaça as condições de atualidade compreendendo a 
modernidade das instalações e a sua conservação; 
IV. As concessionárias de serviços públicos de direito privado, nos 
Estados, são obrigadas a oferecer ao usuário, dentro do mês de 
vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias 
de vencimento de seus débitos. 
Assinale a opção correta. 
a) Apenas o item I está correto. 
b) Apenas o item III está correto. 
c) Todos os itens estão corretos. 
d) Apenas o item IV está incorreto. 
e) Apenas o item II está incorreto. 
 
Comentários 
Item I – O inc. II, do art. 2º, da Lei 8.987/1995, define a concessão de 
serviço público como “a delegação de sua prestação, feita pelo poder 
concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa 
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu 
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado”. Assertiva 
correta. 
 
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Item II – O inc. IV, do art. 2º, da Lei 8.987/1995, define a permissão de 
serviço público como “a delegação, a título precário, mediante licitação, da 
prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou 
jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e 
risco”. 
Perceba que em nenhum momento o dispositivo legal se refere à possibilidade 
de delegação a consórcios de empresas, que somente ocorrerá no âmbito 
das concessões de serviços públicos, o que torna a assertiva incorreta. 
Item III – O princípio da atualidade exige da Administração Pública e dos 
delegatários de serviços públicos uma constante atualização tecnológica dos 
instrumentos e técnicas utilizados na execução de suas atividades, o que torna 
correta a assertiva. 
Nas palavras do professor Diógenes Gasparini, “a atualidade significa que a 
prestação dos serviços públicos deve acompanhar as modernas técnicas de 
oferecimento aos usuários. Ademais, a atualidade exige a utilização de 
equipamentos modernos, cuidando-se bem das instalações e de sua 
conservação, visando, sempre, à melhoria e à expansão dos serviços públicos”. 
Item IV – Esse é o mandamento contido no art. 7º-A da Lei 8.987/1995, o 
que torna correta a assertiva. 
GABARITO: LETRA E. 
 
(Defensor Público/DPE BA 2010/CESPE) Acerca de serviços públicos, 
julgue o item a seguir. 
03. Entre os serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do 
Estado, que não podem ser prestados por concessão, permissão ou 
autorização, inclui-se a navegação aérea e a infraestrutura 
aeroportuária, os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre 
portos brasileiros e fronteiras nacionais. 
 Diferentemente do que consta no texto da assertiva, o art. 21, inc. XII, 
da CF/1988, dispõe que compete à União explorar, diretamente ou mediante 
autorização, concessão ou permissão, os serviços de radiodifusão sonora de 
sons e imagens, de instalações de energia elétrica e o aproveitamento 
energético dos cursos de água, a navegação aérea, aeroespacial e a 
infraestrutura aeroportuária, os serviços de transporte ferroviário e aquaviário 
entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites 
do Estado ou Território, os serviços de transporte rodoviário interestadual e 
internacional de passageiros, e os portos marítimos, fluviais e lacustres. 
Assertiva incorreta. 
 
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(Administrador/EMBASA 2010/CESPE) Quanto aos encargos da 
concessionária de serviço público, julgue o seguinte item. 
04. O edital e o contrato de concessão de serviço público podem prever 
como obrigações da concessionária a promoção de desapropriações e a 
constituição de servidões autorizadas pelo poder concedente. Nesse 
caso, cabe à concessionária o pagamento da indenização ao 
proprietário do bem afetado pela intervenção. 
 O inc. VIII, do art. 29, da Lei 8.987/1995, afirma que incumbe ao poder 
concedente “declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do 
serviço ou obra pública, promovendo as desapropriações, diretamente ou 
mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a 
responsabilidade pelas indenizações cabíveis”, o que torna correta a assertiva. 
 
05. (Analista Administrativo/ANEEL 2006/ESAF) A respeito das 
prescrições da Lei 8.987, de 13/02/1995, que dispõe sobre o regime 
de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, assinale 
a opção incorreta. 
a) As concessões estão sujeitas à fiscalização contínua e exclusiva 
pelo poder concedente responsável pela delegação. Por sua vez, as 
permissões, por serem delegações a título precário, sujeitam-se à 
fiscalização pelo poder concedente com a cooperação dos usuários. 
b) Um município de um estado brasileiro que, no passado, tenha sido 
território pode ser poder concedente. 
c) As condições de prestação de um serviço adequado incluem 
continuidade, cortesia na prestação e modicidade das tarifas. 
d) Os usuários devem levar ao conhecimento do poder público e da 
concessionária as irregularidades de que tomem conhecimento, 
relativas ao serviço prestado. 
e) Os contratos relativos à concessão de serviços públicos poderão 
prever mecanismos de revisão tarifária, com a finalidade de manter-se 
o equilíbrio econômico-financeiro. 
 
Comentários 
a) O texto da assertiva está incorreto, pois tanto as concessões quanto as 
permissões estão sujeitas à fiscalização pelo poder concedente responsável 
pela delegação, com a respectiva cooperação dos usuários. 
b) O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que “quanto a natureza 
do concedente, pode-se afirmar que tradicionalmente foi representado pela 
figura do Estado ou, no caso de Estados Federativos, de suas pessoas 
integrantes. No caso brasileiro, entes federativos são a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, todos com idoneidade de figurarem como 
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sujeitos concedentes, de acordo com as respectivas competências 
constitucionais em com os serviços que possam prestar”. 
O fato de um município ter sido território no passado em nada compromete a 
legitimidade para figurar como poder concedente em umarelação de 
delegação de serviços públicos, portanto, deve ser considerada correta a 
assertiva. 
c) O § 1º, do art. 6º, da Lei 8.987/1995, dispõe que serviço adequado “é o 
que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, 
segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade 
das tarifas”. Assertiva correta. 
d) Os direitos e obrigações dos usuários de serviços públicos estão previstos 
no art. 7º da Lei 8.987/1995, e, dentre eles, realmente consta o de levar ao 
conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que 
tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado, o que torna correta a 
assertiva. 
e) O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que “a fixação das tarifas 
é o verdadeiro molde do princípio do equilíbrio econômico-financeiro dos 
contratos de concessão. Exatamente por isso, é necessária a sua revisão 
periódica para compatibilizá-la com os custos do serviço, as necessidades de 
expansão, a aquisição de equipamentos e o próprio lucro do concessionário”. 
Assertiva correta. 
GABARITO: LETRA A. 
 
(Promotor de Justiça Substituto/MPE ES 2010/CESPE - adaptada) A 
respeito dos serviços públicos, da concessão e permissão e da 
classificação dos bens públicos, julgue os itens seguintes. 
06. As atividades materiais que são consideradas serviços públicos 
estão, todas elas, indicadas na legislação infraconstitucional, com a CF 
apontando apenas as atividades de que o Estado deve-se abster de 
prestar diretamente, em atenção ao princípio da livre concorrência. 
 Diferentemente do que consta no texto da assertiva, o art. 21, inc. XII, 
da CF/1988, também relaciona atividades materiais que devem ser executadas 
pelo Poder Público, mais precisamente pela União, a saber: os serviços de 
radiodifusão sonora de sons e imagens, de instalações de energia elétrica e o 
aproveitamento energético dos cursos de água, a navegação aérea, 
aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária, os serviços de transporte 
ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que 
transponham os limites do Estado ou Território, os serviços de transporte 
rodoviário interestadual e internacional de passageiros, e os portos marítimos, 
fluviais e lacustres. Assertiva incorreta. 
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07. São classificados como serviços públicos delegáveis os que só 
podem ser prestados por particulares, sujeitos a autorização e controle 
do Estado, não sendo possível, ao poder público, prestá-los por 
intermédio de seus órgãos e entidades descentralizadas. 
 Serviços públicos delegáveis, nas palavras do professor José dos Santos 
Carvalho Filho, “são aqueles que, por sua natureza ou pelo fato de assim 
dispor o ordenamento jurídico, comportam ser executados pelo Estado ou por 
particulares colaboradores. Como exemplo, os serviços de transporte coletivo, 
energia elétrica, sistema de telefonia etc. Assertiva incorreta. 
 
08. A permissão e a concessão de serviço público podem ser atribuídas 
a pessoas físicas ou jurídicas, bem como a consórcio de empresas. 
 A permissão de serviço público realmente pode ser atribuída a pessoa 
física, conforme afirmado na assertiva. Entretanto, o mesmo não ocorre em 
relação à concessão de serviço público, que se restringe às pessoas 
jurídicas, o que invalida o texto da assertiva. 
 
(Auditor Federal de Controle Externo/TCU 2010/CESPE) Julgue os 
itens subsequentes, que se referem aos serviços públicos. 
09. Toda concessão de serviço público terá de ser objeto de licitação 
prévia na modalidade de concorrência. 
 É o que dispõe o inc. II, do art. 2º, da Lei 8.987/1995, o que torna 
incorreta a assertiva. 
10. O serviço de promoção da proteção do patrimônio históricocultural 
local é de competência dos estados-membros e do Distrito Federal. 
 O art. 23 da CF/1988 dispõe que é de competência comum da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios “proteger os documentos, as 
obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as 
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos”. 
 Todavia, perceba que no texto da assertiva consta a expressão “local”, o 
que atrai a competência dos municípios. Se estivéssemos diante de patrimônio 
históricocultural regional, aí sim a competência seria outorgada aos Estados. 
Assertiva incorreta. 
11. Os serviços públicos não essenciais, em regra, são delegáveis e 
podem ser remunerados por preço público. 
 No julgamento do Recurso Extraordinário nº 209.365/SP, de relatoria do 
Ministro Carlos Velloso, o Supremo Tribunal Federal decidiu que os serviços 
públicos não essenciais são, “de regra, delegáveis, vale dizer, podem ser 
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concedidos e podem ser remunerados mediante preço público. Exemplo: o 
serviço postal, os serviços telefônicos, telegráficos, de distribuição de energia, 
de gás, etc”. Assertiva correta. 
 
(Técnico Judiciário/TRE MT 2010/CESPE - adaptada) Julgue os itens 
seguintes quanto aos serviços públicos. 
12. Serviço público é toda atividade material que a lei atribui 
diretamente ao Estado, sob regime exclusivo de direito público; assim, 
as atividades desenvolvidas pelas pessoas de direito privado por 
delegação do poder público não podem ser consideradas como tal. 
Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta um conceito amplo de serviço 
público, conceituando-o como “toda atividade de oferecimento de utilidade ou 
comodidade material fruível diretamente pelos administrados, prestado pelo 
Estado ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de direito público – 
portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais 
– instituído pelo Estado em favor dos interesses que houver definido como 
próprios no sistema normativo”. 
Assim, constata-se que mesmo quando tais atividades materiais forem 
desenvolvidas por entidades de direito privado, mediante delegação, serão 
consideradas “serviços públicos”. Assertiva incorreta. 
 
13. Serviços públicos impróprios são aqueles que o Estado assume 
como seus e os executa diretamente, por meio de seus agentes, ou 
indiretamente, por meio de concessionários e permissionários. 
A professora Maria Sylvia Zanela di Pietro afirma que serviços públicos 
próprios são aqueles que visam à satisfação de necessidades coletivas e que 
são executados diretamente pelo Estado (através de seus órgãos e agentes), 
a exemplo do Judiciário, ou indiretamente, através de delegação a 
particulares (concessionários ou permissionários). 
Por outro lado, os serviços públicos impróprios também visam à 
satisfação de necessidades coletivas, mas não são executados ou assumidos 
pelo Estado, seja direta ou indiretamente. Neste caso, o Estado somente 
autoriza, regulamenta e fiscaliza esses serviços. São atividades privadas, 
mas, em virtude de atenderem necessidades coletivas, exigem uma maior 
atenção por parte do Estado, a exemplo dos serviços de seguro e previdência 
privada (incisos I e II, do artigo 192, da CF/1988). Assertiva incorreta. 
 
 
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