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Aula 10 Direito Penal

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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 10 – CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO, CONTRA 
A ORDEM TRIBUTÁRIA E CONTRA A PREVIDÊNCIA 
Futuros(as) Aprovados(as), sejam bem vindos!!! 
Hoje trataremos de temas muito importantes para praticamente todas as bancas de prova, 
com exceção do CESPE. São poucas as questões exigidas por esta banca sobre os crimes 
contra a organização do trabalho, o que não quer dizer que não pode ser exigido nas futuras 
provas. 
Veremos também os crimes contra a previdência e contra a ordem tributária. 
 Ao término da aula, como sempre, muita diversão com os exercícios! 
Dito isto, prepare o cérebro para a sua aula de Direito Penal !!! Siga com força, adquira 
conhecimento e esteja mais preparado a cada tópico vencido. 
Bons estudos! 
10.1 DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
A Constituição Federal, no capítulo dos Direitos Sociais, define diversos princípios que 
objetivam conferir garantias aos trabalhadores, primando pela dignidade humana. 
No mesmo sentido, o Código Penal, visando tutelar a liberdade do trabalho, definiu sanções 
para os atos que atentem contra a organização deste e estampou no título IV da Parte 
Especial os CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO. 
Você perceberá que a maioria das condutas tipificadas no Código Penal está relacionada a 
alguma violência ou fraude, através da qual o sujeito ativo atenta contra a liberdade do 
trabalho, dogma constitucional. 
Dito isto, vamos começar a analisar cada tipo penal. 
 10.1.1 ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO 
Este delito está tipificado no Código Penal nos seguintes termos: 
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça: 
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TEORIA E EXERCÍCIOS 
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I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar 
ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência; 
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de 
parede (greve) ou paralisação de atividade econômica: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
O atentado contra a liberdade de trabalho nada mais é do que uma forma de 
constrangimento ilegal, no qual o sujeito ativo visa que a vítima tenha um dos 
comportamentos descritos nos incisos I e II. 
O tipo penal supracitado contém quatro modalidades: 
1. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a exercer ou não 
exercer arte, ofício, profissão ou indústria; 
2. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a trabalhar ou a não 
trabalhar durante certo período ou em determinados dias; 
3. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a abrir ou fechar o seu 
estabelecimento de trabalho; e 
4. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar de 
paralisação de atividade econômica. 
 10.1.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: 
• Na hipótese descrita no inciso I Î Qualquer pessoa. 
• No caso previsto no inciso II Î O proprietário de estabelecimento ou 
mesmo a pessoa jurídica. 
• ELEMENTOS: 
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1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Constranger Î O constrangimento deve ser realizado mediante 
violência ou grave ameaça. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O atentado contra a liberdade de trabalho consuma-se: 
• Na primeira modalidade, com o EFETIVO exercício ou com a 
suspensão do exercício de arte, ofício, profissão ou indústria. 
• Na segunda, com o trabalho ou suspensão deste. 
• Na terceira, com a abertura ou fechamento do estabelecimento. 
• Na quarta, com a paralisação da atividade econômica. 
2. É admissível a tentativa. 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime comum e material. 
 10.1.2 ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE 
TRABALHO E BOICOTAGEM VIOLENTA 
Sobre o tema, dispõe o CP: 
A AMEAÇA NÃO EXIGE A PRESENÇA DA PESSOA AMEAÇADA. PODE 
SER LEVADA AO CONHECIMENTO DA VÍTIMA POR ESCRITO OU POR 
RECADO VERBAL. 
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Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a 
celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de 
outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
Na primeira parte do supra artigo, tem-se a tipificação para o atentado contra a liberdade de 
contrato de trabalho: 
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho.” 
Em seguida, encontra-se definida a boicotagem violenta: 
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça [...] a não fornecer a outrem ou 
não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola”. 
 10.1.2.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Constranger Î O constrangimento deve ser realizado mediante 
violência ou grave ameaça. 
BOICOTE É O ATO DE RECUSAR RELAÇÕES COM UMA COLETIVIDADE; 
ROMPER RELAÇÕES SOCIAIS E, SOBRETUDO, POLÍTICAS E COMERCIAIS; 
NÃO COMPRAR PROPOSITADAMENTE MERCADORIAS DE CERTA ORIGEM 
OU FABRICAÇÃO. 
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2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O atentado contra a liberdade de contrato de trabalho consuma-se com a 
celebração deste e, no caso da boicotagem, no momento em que a pessoa 
constrangida não fornece ou adquire os produtos. 
2. É admissível a tentativa. 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime comum e material. 
10.1.3 ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO 
A Constituição Federal, ao tratar da liberdade de associação, dispõe: 
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical [...] 
A fim de sancionar penalmente a afronta ao dispositivo da Carta Magna, o legislador fez 
constar no Código Penal: 
QUESTIONAMENTO IMPORTANTE!!! 
A COAÇÃO PARA QUE O INDIVÍDUO NÃO CELEBRE CONTRATO DE 
TRABALHO CARACTERIZA O DELITO EM QUESTÃO? 
A RESPOSTA É NEGATIVA!!! EM FACE DO DESCRITO NO ART. 198, A 
COAÇÃO PARA QUE O INDIVÍDUO NÃO CELEBRE CONTRATO DE 
TRABALHO É ATÍPICA, PODENDO CONFIGURAR O DELITO PREVISTO 
NO ART. 146 (FORA DO EDITAL). 
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Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a 
participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação 
profissional: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
 10.1.3.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Constranger Î O constrangimento deve ser realizado medi-
ante violência ou grave ameaça. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Consuma-se o delito no momento em que a pessoa constrangida passa ou 
não a fazer parte de sindicato ou associação profissional. 
2. É admissível a tentativa. 
OBSERVAÇÃO: 
PARA A SUA PROVA, NO DIREITO PENAL, A DIFERENCIAÇÃO ENTRE 
SINDICATO E ASSOCIAÇÃO É IRRELEVANTE. 
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• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime comum e material. 
10.1.4 PARALISAÇÃO DE TRABALHO, SEGUIDA DE 
VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO DA ORDEM 
O artigo 200 do Código Penal pune a participação em suspensão ou abandono coletivo 
de trabalho dos quais derive violência contra pessoa ou coisa. Observe o texto legal: 
Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, 
praticando violência contra pessoa ou contra coisa: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
 10.1.4.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. Aqui temos que tratar de um importante 
ponto: 
Imagine que Tício e Caio, empregados da Ouriços S.A. resolvem se unir para paralisar 
o trabalho. Neste caso, estará caracterizado o abandono coletivo do trabalho? 
A resposta é negativa, pois o parágrafo único do artigo 200 dispõe: 
Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é 
indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados. 
Diferentemente, na suspensão coletiva de trabalho, que é causada pelos 
empregadores, exige-se somente um mínimo de duas pessoas. 
É importante ressaltar que não é necessário a união de dois empregadores. Basta o 
de mais de uma pessoa (Ex: empregador + empregado), ainda que componentes de 
uma mesma pessoa jurídica empregadora. Ex: Empregador e dez empregados. 
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Para a sua PROVA, do exposto, o que você tem que saber é o seguinte: 
2. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa que sofra a violência. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Participar (de suspensão ou abandono coletivo de trabalho) 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Consuma-se o delito com a prática da violência. 
2. É admissível a tentativa. 
Exemplo: Juvenal (Aquele do “cara de pau, pague o tributo e seja legal” – 
Excesso de Exação – Aula 05), durante uma suspensão coletiva, lança uma 
pedra contra a janela do Auditor Fiscal que empregou meio gravoso ou 
vexatório, mas não atinge seu objetivo, pois o vidro era blindado. 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime comum e material. 
ABANDONO COLETIVO DE TRABALHO Î MÍNIMO 
TRÊS PESSOAS Î PRATICADA PELOS EMPREGADOS. 
SUSPENSÃO COLETIVA DE TRABALHO Î MÍNIMO 
DUAS PESSOAS Î PRATICADA PELOS 
EMPREGADORES. 
JÁ TEMOS 
TRÊS 
ADEPTOS AO 
ABANDONO 
COLETIVO!!!
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10.1.5 PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE INTERESSE 
COLETIVO 
 A Constituição Federal, em seu art. 9º, garante o direito de greve aos trabalhadores, 
determinando que: 
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir 
sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio 
dele defender. 
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o 
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. 
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. 
Observe que o parágrafo 1º diz que uma lei deverá definir os serviços essenciais. Esta lei 
é a nº 7.783/89 que, no seu artigo 10, dispõe: 
Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais: 
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia 
elétrica, gás e combustíveis; 
II - assistência médica e hospitalar; 
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; 
IV - funerários; 
V - transporte coletivo; [...] 
São atividades que não podem ser totalmente interrompidas, pois afetam de forma 
grave a sociedade. Desta forma, a fim de punir os que prejudicam a população pela 
paralisação de trabalho de interesse coletivo, dispõe o Código Penal: 
Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, 
provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
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 10.1.5.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: O empregador ou os empregados. 
2. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa que se sinta prejudicada. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Participar (de suspensão ou abandono coletivo de trabalho) 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Consuma-se o delito com a interrupção de obra pública ou serviço de 
interesse coletivo. 
2. É admissível a tentativa. 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime comum e material. 
10.1.6 INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, 
COMERCIAL E AGRÍCOLA. SABOTAGEM 
Para começar, observe como trata deste delito o Código Penal: 
Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, 
com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o 
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mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas 
dispor: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Neste artigo, o legislador define dois crimes. São eles: 
1. INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU AGRÍCOLA 
Î “Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o 
intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho.” 
2. SABOTAGEM Î “Danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou 
delas dispor” 
 10.1.5.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa que se sinta prejudicada. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
QUESTIONAMENTO IMPORTANTE!!! 
O EMPREGADOR PODE SER SUJEITO ATIVO DO DELITO? 
A RESPOSTA É NEGATIVA, POIS É ELE O TITULAR DO 
ESTABELECIMENTO E DAS COISAS NELE EXISTENTES. 
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• Invadir (estabelecimento industrial, comercial ou agrícola); 
• Ocupar (estabelecimento industrial, comercial ou agrícola); 
• Danificar (o estabelecimento industrial, comercial ou agrícola); 
• Dispor (das coisas existentes no estabelecimento industrial, 
comercial ou agrícola); 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• Finalidade de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Consuma-se o delito no instante em que o agente invade ou ocupa 
estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. 
Na sabotagem, consuma-se quando o sujeito ativo danifica as coisas ou no 
instante em que dispõe dos objetos do estabelecimento. 
2. É admissível a tentativa. 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime comum e formal. 
10.1.7 FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI 
TRABALHISTA 
O legislador, visando tutelar a legislação trabalhista, fez constar no Código Penal a 
seguinte disposição: 
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Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela 
legislação do trabalho: 
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
Atente que a frustração do direito assegurado deve ocorrer mediante VIOLÊNCIA OU 
FRAUDE. Seria, por exemplo, o caso do empregador que, mediante força física, obriga 
os empregados a assinar recibos com valores diferentes do que foi efetivamente pago. 
 10.1.7.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa.2. SUJEITO PASSIVO: É o titular do direito frustrado. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Frustrar (direito assegurado pela legislação do trabalho); 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
QUESTIONAMENTO MUITO IMPORTANTE!!! 
A VIOLÊNCIA TRATADA NO ART. 203 ABRANGE APENAS A FORÇA 
FÍSICA OU TAMBÉM A VIOLÊNCIA MORAL? 
SEGUNDO A DOUTRINA MAJORITÁRIA, ABRANGE SOMENTE A 
VIOLÊNCIA FÍSICA, POIS QUANDO O LEGISLADOR QUER REFERIR-SE 
À VIOLÊNCIA MORAL, MENCIONA-A EXPRESSAMENTE, UTILIZANDO 
O TERMO “GRAVE AMEAÇA”. 
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• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Consuma-se o delito no instante em que o empregado não pode exercer 
direito assegurado pela legislação trabalhista. 
2. É admissível a tentativa. 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime comum e material 
• AGRAVANTE 
O legislador optou por agravar a pena nas situações em que, ao menos 
teoricamente, a vítima goza de menor poder de reação. Observe: 
Art. 203 
[...] 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de 
dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou 
mental. 
• TIPOS EQUIPARADOS 
Ainda no artigo 203, no parágrafo 1º, o CP estendeu a pena prevista no caput a quem: 
1. OBRIGA OU COAGE ALGUÉM A USAR MERCADORIAS DE DETERMINADO 
ESTABELECIMENTO PARA IMPOSSIBILITAR O DESLIGAMENTO DO SERVIÇO, 
EM VIRTUDE DE DÍVIDA. 
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2. IMPEDE ALGUÉM DE SE DESLIGAR DE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA, 
MEDIANTE COAÇÃO OU POR MEIO DA RETENÇÃO DE SEUS DOCUMENTOS 
PESSOAIS OU CONTRATUAIS. 
 
10.1.8 FRUSTRAÇÃO DE LEI SOBRE A NACIONALIZAÇÃO DO 
TRABALHO 
Este delito não é muito exigido em prova, pois não encontra tanta aplicabilidade pós 
Constituição de 1988, devido à “equiparação” entre brasileiros e estrangeiros. Sobre ele, 
dispõe o Código Penal: 
Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à 
nacionalização do trabalho: 
AQUI TEMOS SITUAÇÃO EM QUE O EMPREGADOR OBRIGA O TRABALHADOR A 
ADQUIRIR MERCADORIA DE DETERMINADO ESTABELECIMENTO, NORMAL-
MENTE A ALTOS PREÇOS E A PRAZO, COM O INTUITO DE IMPOSSIBILITAR 
QUE ELE SE DESLIGUE DA EMPRESA. SERIA UMA FORMA DE “TRABALHO 
ESCRAVO”, NO QUAL O TRABALHO É UTILIZADO PARA PAGAR UMA DÍVIDA 
PROPOSITALMENTE IMPOSTA. 
TRATA-SE DE UM CRIME FORMAL, OU SEJA, MESMO SE O TRABALHADOR 
CONSEGUIR SE DESLIGAR DO SERVIÇO (EX: GANHOU NA MEGA SENA), O 
CRIME ESTARÁ CARACTERIZADO. 
A TENTATIVA É ADMISSÍVEL. 
NESTE CASO, O EMPREGADOR RETÉM DOCUMENTOS DO EMPREGADO 
(CARTEIRA DE TRABALHO, RG, ETC) OU EMPREGA COAÇÃO PARA IMPEDIR 
QUE O TRABALHADOR SE DESLIGUE DO SERVIÇO. 
TRATA-SE DE UM CRIME MATERIAL, CONSUMANDO-SE NO MOMENTO EM QUE 
O TRABALHADOR É IMPEDIDO DE SE DESLIGAR DO SERVIÇO. 
A TENTATIVA É ADMISSÍVEL. 
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Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
As obrigações relativas à nacionalização do trabalho são as que se encontram definidas 
pela legislação trabalhista (CLT), devendo o aplicador (Juiz) recorrer a estas normas para 
enquadrar determinadas condutas no artigo 204. 
A CLT, a partir do artigo 352, define regras que visam garantir o trabalho em território 
nacional. A título de exemplo, observe: 
Art. 352 - As empresas, individuais ou coletivas, que explorem serviços 
públicos dados em concessão, ou que exerçam atividades industriais ou 
comerciais, são obrigadas a manter, no quadro do seu pessoal, quando 
composto de 3 (três) ou mais empregados, uma proporção de brasileiros não 
inferior à estabelecida no presente Capítulo. 
Art. 354 - A proporcionalidade será de 2/3 (dois terços) de empregados 
brasileiros, podendo, entretanto, ser fixada proporcionalidade inferior, em 
atenção às circunstâncias especiais de cada atividade, mediante ato do Poder 
Executivo, e depois de devidamente apurada pelo Departamento Nacional do 
Trabalho e pelo Serviço de Estatística de Previdência e Trabalho a 
insuficiência do número de brasileiros na atividade de que se tratar. 
 10.1.8.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado, pois este é o titular do interesse coletivo 
na nacionalização do trabalho (proteção da mão-de-obra nacional). 
A PALAVRA VIOLÊNCIA TRATADA NO ARTIGO 204 ABRANGE 
SOMENTE A VIOLÊNCIA FÍSICA, POIS, CONFORME JÁ VIMOS, 
QUANDO O LEGISLADOR QUER SE REFERIR À VIOLÊNCIA MORAL, 
MENCIONA-A EXPRESSAMENTE, UTILIZANDO O TERMO “GRAVE 
AMEAÇA”. 
SÓ PARA 
FACILITAR O 
ENTENDIMENTO!!! 
FORA DO EDITAL 
DE PENAL!!! 
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• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Frustrar (obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho); 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Consuma-se o delito com a frustração de lei que disponha sobre a 
nacionalização do trabalho. 
2. É admissível a tentativa. 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime comum e material. 
10.1.9 EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE 
DECISÃO ADMINISTRATIVA. 
Existem determinadas situações em que uma decisão administrativa impede o indivíduo 
de exercer algum específico trabalho ou profissão. Seria o caso, por exemplo, do 
indivíduo que fica impedido de exercer a medicina por ter atuado reiteradamente de forma 
negligente. 
Obviamente que ninguém gosta de estar impedido de trabalhar na atividade para a qual 
se qualificou e, muitas vezes, sendo administrativa e não judicial a decisão, alguns tentam 
ignorar a determinação. 
Desta forma, o legislador tipificou a conduta da seguinte forma: 
Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
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Vistos estes conceitos iniciais, imagine que Tício, médico, após decisão administrativa, 
exerce indevidamente, por uma única vez, a atividade de medicina. Neste caso, poderá 
ser ele enquadrado no artigo 205? 
A resposta é negativa, pois a jurisprudência é pacífica em afirmar que o delito só se 
configura com a reiteração de atos próprios da conduta, ou seja, estamos tratando de um 
CRIME HABITUAL!!! Observe: 
 10.1.9.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Pessoa impedida, por decisão administrativa, de exercer 
atividade. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Exercer (atividade, de que está impedido por decisão administrativa); 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
TRF4 - APELAÇÃO CRIMINAL: ACR 8201 RS 2004.71.05.008201-0 
PENAL. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO 
ADMINISTRATIVA. ARTIGO 205 DO CÓDIGO PENAL. TIPICIDADE. 
HABITUALIDADE. 
A expressão típica "exercer atividade", constante no artigo 205 do Caderno 
Criminal, requer a habitualidade do agente na realização de atos inerentes à 
sua atividade durante o período no qual o exercício dos mesmos se encontre 
obstado por decisão administrativa. 
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1. Consuma-se o delito com a reiteração de atos relacionados à atividade 
impedida por decisão administrativa. 
2. Não é admissível a tentativa. 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime PRÓPRIO (Só pode ser cometida por pessoa impedida de exercer a 
atividadepor decisão administrativa), formal e HABITUAL. 
10.1.10 ALICIAMENTO PARA O FIM DE EMIGRAÇÃO 
O Estado, sem dúvida, tem interesse na permanência de trabalhadores dentro do país, 
entretanto, é claro que todos têm o direito de ir e vir, podendo trabalhar onde quiser. 
Sendo assim, se um trabalhador brasileiro quiser se aventurar na Inglaterra, por exemplo, 
não há que se falar em qualquer ato passível de punição (desde que cumpridos todos os 
trâmites legais, obviamente). 
Ocorre, porém, situações em que brasileiros são recrutados para trabalhos no exterior, 
através de promessas absurdas, fora da realidade. Um caso comum é o que acontece 
com mulheres que, seduzidas por promessas de altos salários para trabalharem como 
garçonetes ou dançarinas, ao chegarem em outro país, são obrigadas a servir como 
prostitutas a fim de garantir seu sustento. 
Para coibir esta última situação, dispõe o código penal: 
Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para 
território estrangeiro. 
M MUUIIT TA A AATTEENNÇÇÃÃOO! ! 
S SE E A A DDEEC CIIS SÃÃO O QQUUE E IIM MPPEED DIIU U O O IIN NDDIIV VÍÍD DUUO O DDE E EEXXEERRCCEER R AA 
A ATTIIV VIID DAADDE E FFOOR R JJUUD DIIC CIIA AL L E E NNÃÃO O AADDM MIIN NIIS STTRRAAT TIIV VA A, , NNÃÃO O 
E ESSTTAARRÁ Á CCAARRAACCTTEER RIIZ ZAADDO O O O CCR RIIM ME E PPRREEV VIIS STTO O NNO O AARRT TIIG GO O 2 2005 5. . 
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Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. 
Ressalto, mais uma vez, que o fato criminoso está em recrutar MEDIANTE FRAUDE, não 
bastando o simples recrutamento para caracterizar o delito. 
Para finalizar este contato inicial com o aliciamento para fins de emigração, atente que o 
texto legal utiliza a expressão “trabalhadoreS”, no plural. Sendo assim, para a 
caracterização do delito é necessário que sejam aliciados pelo menos DOIS 
trabalhadores. 
 10.1.10.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa; 
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Recrutar (trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los 
para território estrangeiro) 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• Finalidade de levá-los para território estrangeiro. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Consuma-se o delito com o recrutamento mediante fraude, 
independentemente da emigração. 
2. É admissível a tentativa. Exemplo: Tício envia uma carta com proposta 
fraudulenta, com fim de emigração, e esta é interceptada antes de chegar 
ao destino. 
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• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime comum e FORMAL. 
10.1.11 ALICIAMENTO DE TRABALHADORES DE UM LOCAL 
PARA O OUTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL 
Futuro(a) aprovado(a), agora é aquele momento para fazer uma pausa e descansar a 
cabeça lendo uma notícia de jornal...Vamos refrescar o cérebro: 
MULHER É PRESA POR ALICIAR TRABALHADORES RURAIS 
Uma nova rota de trabalho irregular foi descoberta na manhã de ontem, no 
município de Boa Viagem, a 234 quilômetros de Fortaleza. A proprietária de uma 
empresa de ônibus, Francisca Lúcia Martins Lobo, 39, foi presa por policiais 
rodoviários federais sob a acusação de que teria aliciado, contratado e 
transportado irregularmente seis trabalhadores rurais das cidades de Boa Viagem 
e Itatira. Eles estavam em um ônibus e foram detidos quando passavam pelo 
posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Boa Viagem. 
Abordado pelos policiais, o grupo revelou que estava a caminho do município de 
Rio das Pedras, em São Paulo, onde iriam trabalhar em uma usina cortando cana-
de-açúcar. De acordo com a Delegacia Regional de Trabalho (DRT), as carteiras 
de trabalho dos seis homens estavam em poder de um companheiro de Francisca 
Lúcia, conhecido apenas como Thiago. A passagem Ceará/São Paulo seria paga 
com o valor a ser recebido no trabalho do corte da cana, mas sem qualquer 
garantia de retorno. 
Pouco mais de meia hora da primeira apreensão, um outro ônibus foi parado por 
policiais rodoviários em Pedra Branca. Ele trazia um grupo de nove homens que 
O DELITO AQUI ESTUDADO SÓ ABRANGE CASOS EM QUE AGENTES SÃO 
ALICIADOS PARA SAIR DO BRASIL PARA OUTRO PAÍS. 
NO CASO EM QUE HÁ O ALICIAMENTO PARA SAIR DE UM LOCAL PARA 
OUTRO DENTRO DO PAÍS, FICA CARACTERIZADO O DELITO DO ART. 207, 
QUE VEREMOS EM SEGUIDA. 
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havia retornado de uma viagem a São Paulo, segundo eles, promovida pela 
mesma proprietária de ônibus e com o mesmo objetivo: trabalhar no corte de 
cana. Francisca Lúcia foi levada para a delegacia municipal de Boa Viagem e 
autuada em flagrante por aliciamento, artigo 207 do Código Penal Brasileiro 
(CPB). 
segundo um comerciante local, a rotina de trabalho na usina seria extenuante, 
com cargas diárias de trabalho de doze horas. Os trabalhadores permaneceriam 
por até seis meses na usina e teriam direito a apenas um dia de descanso 
semanal. 
Após a leitura acima, podemos começar a tratar de uma figura penal muito parecida com 
a que vimos no artigo 206. Observe o disposto no Código Penal: 
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra 
localidade do território nacional: 
Pena - detenção de um a três anos, e multa. 
O crime de aliciamento de trabalhadores de um local para outro, previsto no art. 207 do 
Código Penal, possui objeto próprio consistente no interesse público, no sentido de que 
não ocorra o êxodo de trabalhadores dentro do território brasileiro. 
No delito em questão, o aliciamento ocorre para levar um trabalhador de um local para 
outro dentro do território nacional, diferenciando-se neste ponto do que foi dito no 
aliciamento para o fim de emigração. 
 10.1.11.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa; 
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Aliciar, que nada mais é do que recrutar mediante fraude. 
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2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• Finalidade de levá-los de uma para outra localidade do território 
nacional. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Consuma-se o delito com o aliciamento, independentemente da emigração 
de um local para outro dentro do território nacional. 
2. É admissível a tentativa. 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime comum e FORMAL. 
• AGRAVANTE 
O legislador optou por agravar a pena nas situações em que, ao menos 
teoricamente, a vítima goza de menor poder de reação. Observe: 
Art. 207 
[...] 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de 
dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou 
mental. 
• TIPOS EQUIPARADOS 
Ainda no artigo 207, no parágrafo 1º, o CP estendeu a pena prevista no caput a quem: 
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1. RECRUTAR TRABALHADORES FORA DA LOCALIDADE DE EXECUÇÃO DO 
TRABALHO, DENTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL, MEDIANTE FRAUDE OU 
COBRANÇA DE QUALQUER QUANTIA DO TRABALHADOR. 
2. RECRUTAR TRABALHADORES FORA DA LOCALIDADE DE EXECUÇÃO DO 
TRABALHO, SEM ASSEGURAR CONDIÇÕES DE RETORNO AO LOCAL DE 
ORIGEM. 
 
10.2 DOS CRIMES CONTRA A PREVIDÊNCIA 
O edital, no que diz respeito aos crimes contra a previdência, exige o conhecimento de duas 
figuras tipificadas no Código Penal. São elas: 
• SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA; E 
• APROPRIAÇÃOINDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. 
Vamos estudá-las: 
VISA A LEI PUNIR QUEM, DENTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL, EMPREGANDO 
FRAUDE OU COBRANDO DETERMINADA QUANTIA, ALICIA TRABALHADOR EM 
LOCAL DIVERSO DAQUELE EM QUE O SERVIÇO DEVE SER PRESTADO. 
CONSUMA-SE COM O ALICIAMENTO MEDIANTE FRAUDE. 
É ADMISSÍVEL A TENTATIVA. 
O LEGISLADOR OBJETIVOU IMPEDIR SITUAÇÕES EM QUE O TRABALHADOR É 
RECRUTADO SEM QUALQUER TIPO DE FRAUDE, MAS AO FINAL DO TRABALHO 
VÊ-SE ABANDONADO, SEM CONDIÇÕES DE REGRESSAR AO SEU LOCAL DE 
ORIGEM. 
CONSUMA-SE NO INSTANTE EM QUE, FINDO O TRABALHO, NÃO É GARANTIDO 
AO TRABALHADOR O RETORNO AO SEU LOCAL DE ORIGEM. 
É CRIME OMISSIVO PRÓPRIO E NÃO ADMITE A TENTATIVA. 
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10.2.1 SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
No dia 17/07/2000 foi publicada no Diário Oficial da União a Lei 9.983 que, entre outras 
alterações empreendidas no Código Penal Brasileiro, fez inserir no corpo desse estatuto o 
crime de SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA, nos seguintes termos: 
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer 
acessório, mediante as seguintes condutas: 
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de 
informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, 
empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este 
equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da 
empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo 
empregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações 
pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais 
previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Podemos resumir o supracitado artigo dizendo que comete este crime contra 
administração pública em geral o particular que suprimir ou reduzir contribuição social 
previdenciária e qualquer acessório, mediante condutas do tipo: 
1. OMITIR DE FOLHA DE PAGAMENTO DA EMPRESA OU DOCUMENTO DE 
INFORMAÇÕES PREVISTO PELA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA, 
SEGURADO EMPREGADO, EMPRESÁRIO, TRABALHADOR AVULSO OU 
TRABALHADOR AUTÔNOMO OU A ESTE EQUIPARADO QUE LHE PRESTEM 
SERVIÇOS; 
COÍBE SITUAÇÕES EM QUE OS SALÁRIOS, NA HORA DA ESCRITURAÇÃO, 
SÃO LANÇADOS COM UM VALOR INFERIOR, A FIM DE IMPOR MENOR 
ÔNUS PARA A EMPRESA. 
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2. DEIXAR DE LANÇAR, MENSALMENTE, NOS TÍTULOS PRÓPRIOS DA 
CONTABILIDADE DA EMPRESA AS QUANTIAS DESCONTADAS DOS 
SEGURADOS OU AS DEVIDAS PELO EMPREGADOR OU PELO TOMADOR DE 
SERVIÇOS; 
3. OMITIR, TOTAL OU PARCIALMENTE, RECEITAS OU LUCROS AUFERIDOS, 
REMUNERAÇÕES PAGAS OU CREDITADAS E DEMAIS FATOS GERADORES 
DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. 
Finalizando esta parte inicial, segundo leciona Damásio de Jesus: “As normas 
incriminadoras protegem o patrimônio do Estado e, particularmente, a Seguridade Social, 
a fim de permitir que ela, recebendo as contribuições de que é credora, pelo INSS, possa 
alcançar a finalidade de assegurar o direito concernente à saúde, à previdência e à 
assistência social.” 
 10.1.10.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Trata-se de um crime próprio, podendo ser cometido 
somente por quem detém a competência para exercer as condutas acima 
tipificadas. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado e, secundariamente, a Seguridade Social. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
VISA GARANTIR A CORRETA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DA EMPRESA.
OBJETIVA IMPEDIR A OMISSÃO DE RECEITAS, LUCROS, REMUNERAÇÕES 
PAGAS, CREDITADAS, ENFIM, QUALQUER FATO GERADOR DE 
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. 
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• Suprimir (Contribuição social previdenciária e qualquer acessório, 
mediante as condutas descritas). 
• Reduzir (Contribuição social previdenciária e qualquer acessório, 
mediante as condutas descritas). 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo, ou seja, basta a vontade livre e consciente de suprimir 
ou reduzir contribuição social. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Consuma-se o delito com a efetiva supressão ou redução da contribuição 
social previdenciária. 
2. É admissível a tentativa. 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime próprio e MATERIAL. 
• EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
O legislador achou por bem dar uma “chance” ao agente, ou seja, caso aja 
conforme o parágrafo 1º do art. 337-A, não será punido. Veja: 
Art. 337-A 
[...] 
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e 
confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações 
devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes 
do início da ação fiscal. 
Do exposto no supra artigo, podemos concluir que para que ocorra a extinção de 
punibilidade deve o agente cumprir simultaneamente os seguintes requisitos: 
1. PESSOALIDADE Î A retratação deve ser feita pelo PRÓPRIO agente. 
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2. ESPONTANEIDADE Î Devem ser espontâneas as condutas de declarar e 
confessar. 
3. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES DEVIDAS À PREVIDÊNCIA SOCIAL. 
4. ANTES DO INÍCIO DA AÇÃO FISCAL. 
• PERDÃO JUDICIAL 
A parágrafo 2º do art. 337-A traz hipótese de perdão judicial, além de um caso 
particular em que é cabível a aplicação exclusiva de multa. Veja: 
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de 
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: 
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou 
inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativa-
mente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções 
fiscais. 
Para os dois casos, além das condições subjetivas (ser primário e bons 
antecedentes), é necessário que o valor das contribuições devidas seja inferior ao 
teto fixado pela Previdência Social. 
• CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA 
O legislador achou por bem conferir um beneficio aos casos em que o empregador 
é PESSOA FÍSICA e possui folha de pagamento mensal de até R$ 1.510,00. Veja 
o disposto no CP: 
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal 
não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá 
reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. 
10.2.2 APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
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O legislador, também através da lei nº 9.983/00, inseriu o seguinte dispositivo no Código 
Penal: 
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições 
recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº 9.983, 
de 2000) 
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à 
previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a 
segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº 9.983, 
de 2000) 
A CONDUTA DEFINIDA NO “CAPUT” CONFIGURA O CHAMADO CRIME DE 
CONDUTA MISTA. 
MAS, PROFESSOR... O QUE É ISSO? 
É O DELITO QUE REÚNE UMA AÇÃO E UMA OMISSÃO NO MESMO TIPO. 
PERCEBA QUE,PARA A OCORRÊNCIA DO CRIME, PRIMEIRO O AGENTE 
RECOLHE (AÇÃO) E DEPOIS DEIXA DE REPASSAR (OMISSÃO). 
ENTRETANTO, APESAR DE SER CLASSIFICADO COMO DE CONDUTA 
MISTA, O STJ E O STF CLASSIFICAM O DELITO COMO OMISSIVO PRÓPRIO 
E ESTE DEVE SER O ENTENDIMENTO QUE VOCÊ DEVE LEVAR PARA SUA 
PROVA!!! 
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II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado 
despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação 
de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou 
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. 
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000). 
 10.1.10.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
PARA COMPREENDERMOS BEM O INCISO I, É NECESSÁRIO COMPARÁ-LO 
COM A ANTIGA REDAÇÃO PREVISTA NO ART. 95 DA LEI Nº 8.212/91. VEJA:
“DEIXAR DE RECOLHER, NA ÉPOCA PRÓPRIA, CONTRIBUIÇÃO OU OUTRA 
IMPORTÂNCIA DEVIDA À SEGURIDADE SOCIAL E ARRECADADA DOS 
SEGURADOS OU DO PÚBLICO;” 
OBSERVE QUE O NOVO TIPO PENAL PASSOU A ABRANGER TAMBÉM OS 
RECOLHEDORES DE CONTRIBUIÇÕES DE TERCEIROS E SUBSTITUIU A 
EXPRESSÃO SEGURIDADE SOCIAL (PREVIDÊNCIA + ASSISTÊNCIA SOCIAL 
+ SAÚDE) PARA INCLUIR, DE FORMA RESTRITIVA, SOMENTE A 
EXPRESSÃO PREVIDÊNCIA SOCIAL. 
TRATA-SE DE CRIME PRÓPRIO, ENDEREÇADO ÀQUELES QUE REALIZAM 
DESPESAS CONTÁBEIS OU CUSTOS RELATIVOS À VENDA DE PRODUTOS 
OU À PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. 
NORMALMENTE NÃO É EXIGIDO EM PROVA!!! 
A MAIORIA DOS BENEFÍCIOS É PAGA DIRETAMENTE AO SEGURADO PELO 
INSS. OCORRE QUE, EM ALGUNS CASOS, A EMPRESA PAGA UM 
BENEFÍCIO E DEPOIS É REEMBOLSADA. 
VISA-SE COM ESTE DISPOSITIVO QUE A EMPRESA AGUARDE O 
REEMBOLSO PARA SÓ POSTERIORMENTE PAGAR O BENEFÍCIO. 
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• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É a pessoa que tem o dever de repassar valores à 
Previdência. Trata-se de crime próprio. 
2. SUJEITO PASSIVO: Primariamente, é a previdência social e, de forma 
secundária, os próprios segurados lesados pelo não repasse. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo da conduta principal: 
• Deixar de repassar (as contribuições recolhidas dos contribuintes, 
no prazo e forma legal ou convencional) 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Consuma-se o delito na data do término do prazo convencional ou legal do 
repasse ou recolhimento das contribuições devidas ou do pagamento do 
benefício devido. 
2. Não é admissível a tentativa. 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime próprio e MATERIAL. 
• EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
Caro(a) aluno(a), lembra o que vimos com relação à extinção da punibilidade 
quando tratamos da sonegação de contribuição previdenciária? Aqui o legislador 
resolveu facilitar os seus estudos e efetuou PRATICAMENTE um “CTRL-C + 
CTRL-V” (Copiar/Colar) no texto já estudado. Observe: 
Art. 168-A 
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[...] 
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, de-
clara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou 
valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma 
definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. 
Perceba que a diferença para a sonegação é que aqui há exigência do pagamento 
das contribuições, importâncias ou valores. Sendo assim, podemos concluir que, 
para que ocorra a extinção de punibilidade, deve o agente cumprir 
simultaneamente os seguintes requisitos: 
1. PESSOALIDADE Î A retratação deve ser feita pelo PRÓPRIO 
agente. 
2. ESPONTANEIDADE Î Devem ser espontâneas as condutas de 
declarar e confessar. 
3. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES DEVIDAS À PREVIDÊN-
CIA SOCIAL. 
4. ANTES DO INÍCIO DA AÇÃO FISCAL. 
5. PAGAMENTO 
• PERDÃO JUDICIAL 
Aqui o legislador também foi legal com você, pois trouxe o mesmo conceito da 
sonegação de contribuição previdenciária, incluindo apenas a necessidade do. 
.........PAGAMENTO!!! Assim como na extinção de punibilidade. Veja o disposto: 
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a 
de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: 
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, 
o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou 
I IGGUUA AL L À À 
S SOONNE EGGA AÇÇÃ ÃO O DDEE 
C COONNT TRRI IBBU UIIÇ ÇÃÃO O 
P PRREEV VIID DEEN NCCI IÁÁR RIIA A 
EXIGÊNCIA 
PRÓPRIA DA 
APROPRIAÇÃO 
INDÉBITA 
PREVIDENCIÁRIA 
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II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou 
inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, 
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 
Para os dois casos, além das condições subjetivas (ser primário e bons 
antecedentes), é necessário que o valor das contribuições devidas seja igual ou 
inferior ao teto fixado pela Previdência Social e que o pagamento seja feito antes 
de oferecida a denúncia. 
Vejamos: 
Para finalizar a apropriação indébita previdenciária, observe este interessante 
julgado do STJ que resume grande parte do que vimos: 
AÇÃO 
FISCAL 
OFERECIMENTO 
DA DENÚNCIA 
VALOR DAS CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS, INCLUSIVE ACESSÓRIOS, IGUAL OU 
INFERIOR ÀQUELE ESTABELECIDO PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL. 
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10.3 LEGISLAÇÃO SOBRE PRISÃO ESPECIAL PARA OS DIRIGENTES DE 
ENTIDADES SINDICAIS E PARA O EMPREGADO DO EXERCÍCIO DE 
REPRESENTAÇÃO PROFISSIONAL OU NO CARGO DE ADMINISTRAÇÃO 
SINDICAL (LEI N. 2.860, DE 31/08/56). 
STJ - RECURSO ESPECIAL: REsp 888947 PB 2006/0207474-2 
Processual penal. Recurso especial. Apropriação indébita previdenciária. 
1. O dolo do crime de apropriação indébita previdenciária é a consciência e a 
vontade de não repassar à Previdência, dentro do prazo e na forma da lei, as 
contribuições recolhidas, não se exigindo a demonstração de especial fim de 
agir ou o dolo específico de fraudar a Previdência Social como elemento 
essencial do tipo penal. 
2. Ao contrário do que ocorre na apropriação indébita comum, não se exige o 
elemento volitivo consistente no animus rem sibi habendi (dolo específico) para 
a configuração do tipo inscrito no art. 168-A do Código Penal. 
3. Sendo assim, o registro nos livros contábeis e a declaração ao Poder Público 
dos descontos não recolhidos, conquanto sejam utilizados para comprovar a 
inexistência da intenção de se apropriar dos valores arrecadados, não têm 
reflexo na apreciação do elemento subjetivo do referido delito. 
4. Trata-se de crime omissivo próprio, em que o tipo objetivo é realizado pela 
simples conduta de deixar de recolher as contribuições previdenciárias aos 
cofres públicos no prazo legal, após a retenção do desconto. 
5. A alegada impossibilidade de repasse de tais contribuições em decorrência 
de crise financeira da empresa constitui, em tese, causa supralegal de exclusão 
da culpabilidade -inexigibilidade de conduta diversa -, e, para que reste 
configurada, é necessário que o julgador verifique a sua plausibilidade, de 
acordo com os fatos concretos revelados nos autos, não bastando para tal a 
referência a meros indícios de insolvência da sociedade. 
6. O ônus da prova, nessa hipótese, compete à defesa, e não à acusação, por 
força do art. 156 do CPP. 
7. Recurso conhecido e provido para denegar a ordem de habeas corpus e, 
conseqüentemente,determinar o prosseguimento da ação penal. 
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Caros alunos, esta lei, exigida no edital de sua prova, restringe-se ao seguinte: 
Art. 1º - Terão direito à prisão especial os dirigentes de entidades sindicais de 
todos os graus e representativas de empregados, empregadores, 
profissionais liberais, agentes e trabalhadores autônomos. 
Art. 2º - O empregado eleito para a função de representação profissional ou 
para cargo de administração sindical, quando sujeito a prisão antes de 
condenação definitiva, será recolhido a prisão especial à disposição da 
autoridade competente. 
Apesar do art. 5.° da Constituição da República consagrar o princípio da igualdade, 
estabelecendo que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza", a 
Lei Maior, o Código de Processo Penal e a legislação extravagante conferem a certas 
pessoas o direito à prisão especial, ou seja, o "privilégio" de ficar preso em cela ou 
estabelecimento penal ou não, diverso do cárcere comum, até o julgamento final ou o trânsito 
em julgado da decisão penal condenatória. 
A prisão especial é concedida às pessoas que, pela relevância do cargo, função, emprego ou 
atividade desempenhada na sociedade nacional, regional ou local, ou pelo grau de instrução, 
estão sujeitas à prisão cautelar decorrente de infração penal. Abrange autoridades civis e 
militares dos três poderes da República e pode ser relacionada à natureza do crime, à 
qualidade da pessoa e à fase do processo. 
Esta lei é extremamente contestada, pois é difícil concluir o porquê de dirigentes de 
entidades sindicais possuírem determinados privilégios não extensíveis à maioria da 
população, tal qual a prisão especial. 
Desta forma, para sua PROVA, basta uma simples leitura dos dispositivos legais e, na minha 
opinião, dificilmente este assunto será exigido. 
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Futuro(a) Auditor(a) Fiscal doTrabalho!!! 
Chegamos ao último tópico da nossa aula e a cada tema você fica mais perto 
do seu sonho... Respire fundo e siga em frente que em breve a recompensa 
virá!!! 
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10.4 DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA 
Caro(a) aluno(a), a partir de agora começaremos a tratar da lei nº 8.137/90 que versa sobre 
os crimes contra a ordem tributária. 
Analisaremos o capítulo I, Seção II que trata dos crimes praticados por Funcionários 
Públicos, assunto este constantemente exigido em PROVAS. 
“Mas professor...Mais crimes praticados por funcionários públicos??? Assim não 
é possível!!!!” 
É possível sim, e não só possível como fácil. Observe o que dispõe a lei nº 8.137/90 no 
capítulo I, Seção II: 
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos 
no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, 
Capítulo I): 
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha 
a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, 
acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social; 
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão 
dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de 
lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Perceba que os crimes apresentados nos incisos I, II e III são bem semelhantes a alguns já 
vistos: 
• Inciso I Î Semelhante ao delito de extravio, sonegação ou inutilização de livro ou 
documento. Veja: 
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Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a 
guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou 
parcialmente. 
• Inciso II Î União do crime de concussão com a corrupção passiva: 
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que 
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. 
• Inciso III Î Semelhante ao delito de advocacia administrativa. Observe: 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário. 
DIFERENÇAS 
ACRESCENTA AO DELITO DE EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO 
DE LIVRO OU DOCUMENTO UM RESULTADO NATURALÍSTICO, QUAL SEJA: 
ACARRETAR PAGAMENTO INDEVIDO OU INEXATO DE 
TRIBUTO OU CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 
DIFERENÇAS 
APÓS UNIR OS VERBOS CORRESPONDENTES À CONCUSSÃO E À 
CORRUPÇÃO PASSIVA, ACRESCENTA UM FIM ESPECIAL: 
PARA DEIXAR DE LANÇAR OU COBRAR TRIBUTO OU 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL, OU COBRÁ-LOS PARCIALMENTE. 
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Visto isso, fica claro que para sua PROVA, no que diz respeito aos crimes contra a ordem 
tributária previstos no edital, basta conhecer bem os delitos estudados quando tratamos dos 
Crimes contra a Administração Pública e ter conhecimento das diferenças em relação a eles. 
 10.4.1 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
A extinção da punibilidade dos crimes contra a ordem tributária (sonegação fiscal) era 
disciplinada pelo artigo 14 da Lei n.º 8137/90 que determinava que o pagamento do débito 
tributário feito antes do recebimento da denúncia criminal era causa excludente da 
punibilidade, mas foi revogado pelo art. 98 da Lei n.º 8.383/91. 
O art. 34 da Lei n.º 9.249/95, contudo, voltou a admitir a mencionada extinção da 
punibilidade. Observe: 
Art. 34. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei nº 8.137, de 
27 de dezembro de 1990, e na Lei nº 4.729, de 14 de julho de 1965, quando 
o agente promover o pagamento do tributo ou contribuição social, inclusive 
acessórios, antes do recebimento da denúncia. 
DIFERENÇAS 
SUBSTITUI A EXPRESSÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA POR 
ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA. 
RECEBIMENTO 
DA DENÚNCIA 
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************************************************************************** 
Caro(a) Aluno(a) 
Parabéns por mais uma aula vencida. 
Há pouco tempo você estava no início da nossa “EESSCCAADDAA DDOO DDIIRREEIITTOO PPEENNAALL RRUUMMOO ÀÀ 
A APPRROOVVAAÇÇÃÃOO” e agora faltam só dois degraus para atingir a última aula e garantir 
importantes pontos no concurso que, esteja com edital aberto ou não, cada vez mais se 
aproxima. 
O que deixa tudo mais interessante é que só depende de você, do seu esforço, do seu 
empenho, da sua força de vontade e da sua dedicação.... E por falar em dedicação... É hora 
de praticar com os exercícios. 
Abraços e bons estudos, 
Pedro Ivo 
"A diferença entre uma pessoa de sucesso e as outras não é falta de força, nem a falta de 
conhecimento, mas particularmente a falta de determinação.” 
(Vince Lombardi) 
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RESUMO DA MATÉRIA APRESENTADA 
CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA
ATENTADO CONTRA 
A LIBERDADE DE 
TRABALHO 
Constranger alguém, mediante 
violência ou grave ameaça: 
I- A exercer ou não exercer arte, 
ofício, profissão ou indústria, ou a 
trabalhar ou não trabalhar durante 
certo período ou em determinados 
dias 
II- A abrir ou fechar o seu 
estabelecimento de trabalho ou a 
participar de parede ou 
paralisação de atividade eco-
nômica. 
Na primeira modalidade, com 
o EFETIVO exercício ou com 
a suspensão do exercício de 
arte, ofício, profissão ou 
indústria. 
Na segunda, com o trabalho 
ou suspensão deste. 
Na terceira, com a abertura ou 
fechamento do estabele-
cimento. 
Na quarta, com a paralisação 
da atividade econômica. 
ATENTADO CONTRA 
A LIBERDADE DE 
CONTRATO DE 
TRABALHO E 
BOICOTAGEM 
VIOLENTA 
Constranger alguém, mediante 
violência ou grave ameaça, a 
celebrar contrato de trabalho ou a 
não fornecer a outrem ou não 
adquirir de outrem matéria-prima 
ou produto industrial ou agrícola. 
Consuma-se com a cele-
bração deste e, no caso da 
boicotagem, no momento em 
que a pessoa constrangida 
não fornece ou adquire os 
produtos. 
ATENTADO CONTRA 
A LIBERDADE DE 
ASSOCIAÇÃO 
Constranger alguém, mediante 
violência ou grave ameaça, a 
participar ou deixar de participar 
de determinado sindicato ou 
associação profissional. 
Consuma-se o delito no 
momento em que a pessoa 
constrangida passa ou não a 
fazer farte de sindicato ou 
associação profissional. 
PARALISAÇÃO DE 
TRABALHO, 
SEGUIDA DE 
VIOLÊNCIA OU 
PERTURBAÇÃO DA 
ORDEM 
Participar de suspensão ou 
abandono coletivo de trabalho, 
praticando violência contra 
pessoa ou contra coisa. 
***Para que se considere coletivo 
o abandono de trabalho é 
indispensável o concurso de, pelo 
menos, três empregados. 
Consuma-se o delito com a 
prática da violência. 
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PARALISAÇÃO DE 
TRABALHO DE 
INTERESSE 
COLETIVO 
Participar de suspensão ou 
abandono coletivo de trabalho, 
provocando a interrupção de obra 
pública ou serviço de interesse 
coletivo. 
Consuma-se o delito com a 
interrupção de obra pública ou 
serviço de interesse coletivo. 
INVASÃO DE 
ESTABELECIMENTO 
INDUSTRIAL, 
COMERCIAL OU 
AGRÍCOLA. 
SABOTAGEM 
Invadir ou ocupar estabelecimento 
industrial, comercial ou agrícola, 
com o intuito de impedir ou 
embaraçar o curso normal do 
trabalho ou, com o mesmo fim, 
danificar o estabelecimento ou as 
coisas nele existentes ou delas 
dispor. 
Consuma-se o delito no 
instante em que o agente 
invade ou ocupa estabeleci-
mento industrial, comercial ou 
agrícola. 
Na sabotagem, consuma-se 
quando o sujeito ativo danifica 
as coisas ou no instante que 
dispõe dos objetos do 
estabelecimento. 
FRUSTRAÇÃO DE 
DIREITO 
ASSEGURADO POR 
LEI TRABALHISTA 
Frustrar, mediante fraude ou 
violência, direito assegurado pela 
legislação do trabalho. 
Obrigar ou coagir alguém a usar 
mercadorias de determinado 
estabelecimento, para 
impossibilitar o desligamento do 
serviço em virtude de dívida. 
Impedir alguém de se desligar de 
serviços de qualquer natureza, 
mediante coação ou por meio da 
retenção de seus documentos 
pessoais ou contratuais. 
A pena é aumentada de um sexto 
a um terço se a vítima é menor de 
dezoito anos, idosa, gestante, 
indígena ou portadora de 
deficiência física ou mental. 
Consuma-se o delito no 
instante em que o empregado 
não pode exercer direito 
assegurado pela legislação 
trabalhista. 
FRUSTRAÇÃO DE 
LEI SOBRE A 
NACIONALIZAÇÃO 
DO TRABALHO 
Frustrar, mediante fraude ou 
violência, obrigação legal relativa 
à nacionalização do trabalho. 
Consuma-se o delito com a 
frustração de lei que disponha 
sobre a nacionalização do 
trabalho. 
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EXERCÍCIO DE 
ATIVIDADE COM 
INFRAÇÃO DE 
DECISÃO 
ADMINISTRATIVA 
Exercer atividade de que está 
impedido por decisão adminis-
trativa. 
Consuma-se o delito com a 
reiteração de atos relaciona-
dos à atividade impedida por 
decisão administrativa. 
ALICIAMENTO PARA 
O FIM DE 
EMIGRAÇÃO 
Recrutar trabalhadores, mediante 
fraude, com o fim de levá-los para 
território estrangeiro. 
Consuma-se o delito com o 
recrutamento mediante fraude, 
independentemente da emi-
gração. 
ALICIAMENTO DE 
TRABALHADORES 
DE UM LOCAL PARA 
OUTRO DO 
TERRITÓRIO 
NACIONAL 
Aliciar trabalhadores com o fim de 
levá-los de uma para outra 
localidade do território nacional. 
Recrutar trabalhadores fora da 
localidade de execução do 
trabalho, dentro do território 
nacional, mediante fraude ou 
cobrança de qualquer quantia do 
trabalhador ou, ainda, não 
assegurar condições do seu 
retorno ao local de origem. 
A pena é aumentada de um sexto 
a um terço se a vítima é menor de 
dezoito anos, idosa, gestante, 
indígena ou portadora de 
deficiência física ou mental. 
Consuma-se o delito com o 
aliciamento, independente-
mente da emigração de um 
local para outro dentro do 
território nacional. 
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CRIMES CONTRA A PREVIDÊNCIA 
CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA
APROPRIAÇÃO 
INDÉBITA 
PREVIDENCIÁRIA 
Deixar de repassar à previdência 
social as contribuições recolhidas 
dos contribuintes, no prazo e 
forma legal ou convencional. 
Recolher, no prazo legal, 
contribuição ou outra importância 
destinada à previdência social que 
tenha sido descontada de 
pagamento efetuado a segurados, 
a terceiros ou arrecadada do 
público. 
Recolher contribuições devidas à 
previdência social que tenham 
integrado despesas contábeis ou 
custos relativos à venda de 
produtos ou à prestação de 
serviços. 
Pagar benefício devido a 
segurado, quando as respectivas 
cotas ou valores já tiverem sido 
reembolsados à empresa pela 
previdência social. 
*** É extinta a punibilidade se o 
agente, espontaneamente, decla-
ra, confessa e efetua o 
pagamento das contribuições, 
importâncias ou valores e presta 
as informações devidas à 
previdência social, na forma 
definida em lei ou regulamento, 
antes do início da ação fiscal 
*** É facultado ao juiz deixar de 
aplicar a pena ou aplicar somente 
a de multa se o agente for 
primário e de bons antecedentes, 
desde que: 
 I – tenha promovido, após o início 
da ação fiscal e antes de 
Consuma-se o delito na data 
do término do prazo 
convencional ou legal do 
repasse ou recolhimento das 
contribuições devidas ou do 
pagamento do benefício 
devido. 
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oferecida a denúncia, o 
pagamento da contribuição social 
previdenciária, inclusive acesso-
rios; ou 
II – o valor das contribuições 
devidas, inclusive acessórios, seja 
igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência 
social, administrativamente, como 
sendo o mínimo para o 
ajuizamento de suas execuções 
fiscais. 
SONEGAÇÃO DE 
CONTRIBUIÇÃO 
PREVIDENCIÁRIA 
Suprimir ou reduzir contribuição 
social previdenciária e qualquer 
acessório, mediante as seguintes 
condutas: 
I – omitir de folha de pagamento 
da empresa ou de documento de 
informações previsto pela 
legislação previdenciária segura-
dos empregado, empresário, 
trabalhador avulso ou trabalhador 
autônomo ou a este equiparado 
que lhe prestem serviços; 
II – deixar de lançar mensalmente 
nos títulos própriosda 
contabilidade da empresa as 
quantias descontadas dos 
segurados ou as devidas pelo 
empregador ou pelo tomador de 
serviços; 
III – omitir, total ou parcialmente, 
receitas ou lucros auferidos, 
remunerações pagas ou 
creditadas e demais fatos 
geradores de contribuições 
sociais previdenciárias. 
***É extinta a punibilidade se o 
agente, espontaneamente, 
declara e confessa as 
contribuições, importâncias ou 
Consuma-se o delito com a 
efetiva supressão ou redução 
da contribuição social 
previdenciária. 
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valores e presta as informações 
devidas à previdência social, na 
forma definida em lei ou 
regulamento, antes do início da 
ação fiscal. 
***É facultado ao juiz deixar de 
aplicar a pena ou aplicar somente 
a de multa se o agente for 
primário e de bons antecedentes, 
desde que: 
II – o valor das contribuições 
devidas, inclusive acessórios, seja 
igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência 
social, administrativamente, como 
sendo o mínimo para o 
ajuizamento de suas execuções 
fiscais. 
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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA 
Atentado contra a liberdade de trabalho 
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça: 
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não 
trabalhar durante certo período ou em determinados dias: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência; 
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou 
paralisação de atividade econômica: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
Atentado contra a liberdade de associação 
 Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar 
de participar de determinado sindicato ou associação profissional: 
 Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
 Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem 
 Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência 
contra pessoa ou contra coisa: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o 
concurso de, pelo menos, três empregados. 
Paralisação de trabalho de interesse coletivo 
Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a 
interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
Frustração de direito assegurado por lei trabalhista 
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do 
trabalho: 
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem: 
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I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para 
impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida; 
II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por 
meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais. 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, 
idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. 
Exercício de atividade com infração de decisão administrativa 
Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional 
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do 
território nacional: 
Pena - detenção de um a três anos, e multa. 
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do 
trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do 
trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem. 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, 
idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. 
Apropriação indébita previdenciária 
 Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos 
contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: 
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social 
que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada 
do público; 
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas 
contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; 
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem 
sido reembolsados à empresa pela previdência social. 
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o 
pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à 
previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. 
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§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente 
for primário e de bons antecedentes, desde que: 
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o 
pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou 
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o 
ajuizamento de suas execuções fiscais. 
Sonegação de contribuição previdenciária 
 Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, 
mediante as seguintes condutas: 
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela 
legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou 
trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; 
 II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as 
quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de 
serviços; 
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou 
creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as 
contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, 
na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. 
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente 
for primário e de bons antecedentes, desde que: 
 II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o 
ajuizamento de suas execuções fiscais. 
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não 
ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderáreduzir a pena de um 
terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. 
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos 
mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social. 
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EXERCÍCIOS 
1. (Juiz Substituto – TRT / 2007) Constituem Crimes Contra a Organização do Trabalho: 
I. Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do 
trabalho. 
II. Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa. 
III. Recrutar trabalhadores com o fim de levá-los de uma para outra localidade do 
território nacional. 
IV. Recrutar trabalhadores, com o fim de levá-los para território estrangeiro. 
V. Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito 
de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o 
estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor. 
RESPONDA: 
A) Apenas as proposições I, II e III estão corretas. 
B) Apenas as proposições II, III e IV estão corretas. 
C) Apenas as proposições III e IV estão incorretas. 
D) Apenas as proposições III, IV e V estão incorretas. 
E) Apenas as proposições III e V estão corretas. 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar cada item: 
Item I Î Frustração de direito assegurado por lei trabalhista. 
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela 
legislação do trabalho. 
Item II Î Exercício de atividade com infração de decisão administrativa. 
Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa. 
Item III Î Não constitui crime contra a organização do trabalho o simples fato de recrutar 
servidores com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional. 
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Item IV Î Não constitui crime contra a organização do trabalho o simples fato de recrutar 
servidores com o fim de levá-los para território estrangeiro. 
Item V Î Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem. 
Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, 
com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o 
mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas 
dispor 
2. (Magistratura do Trabalho TRT / 2006) São crimes contra a organização do trabalho: 
I. Redução da pessoa à condição análoga à de escravo. 
II. Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública. 
III. Atentado contra a liberdade de trabalho. 
IV. Atentado contra a liberdade de associação. 
V. Aliciamento para o fim de emigração. 
 
A) todas as proposições estão corretas 
B) somente a proposição I está correta 
C) somente as proposições I e II estão corretas 
D) somente as proposições III, IV e V estão corretas 
E) somente as proposições I, II e III estão corretas 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Para não errar este tipo de questão, basta ter por base os exatos nomes 
dos delitos apresentados no Código Penal. Perceba, no quadro abaixo, que não consta o 
crime de redução da pessoa à condição análoga à de escravo e atentado contra a segurança 
de serviço de utilidade pública. 
Para relembrar: 
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CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO 
ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO E BOICOTAGEM VIOLENTA
ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO 
PARALISAÇÃO DE TRABALHO, SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO DA ORDEM 
PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE INTERESSE COLETIVO 
INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU AGRÍCOLA. SABOTAGEM 
FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA 
FRUSTRAÇÃO DE LEI SOBRE A NACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO 
EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA 
ALICIAMENTO PARA O FIM DE EMIGRAÇÃO 
ALICIAMENTO DE TRABALHADORES DE UM LOCAL PARA OUTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL
3. (Juiz do Trabalho Substituto – TRT / 2006) As condutas que configuram crime contra 
a organização do trabalho não incluem: 
A) a boicotagem violenta. 
B) o atentado contra a liberdade de associação. 
C) a invasão ou ocupação de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito 
de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho. 
D) a violação administrativa de suspensão das atividades de um bar por infração às normas 
protetoras do sossego público. 
E) o aliciamento para o fim de emigração. 
GABARITO: D 
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COMENTÁRIOS: A alternativa “D” não se enquadra nos tipos penais previstos para os 
crimes contra a organização do trabalho. Diferentemente, as alternativas “A”, “B”, “C” e “E” 
aparencem nos artigos 198, 199, 202 e 206 do Código Penal, respectivamente. 
4. (Juiz do Trabalho Substituto – TRT / 2006) Constituem condutas típicas passíveis de 
configuração de crime contra a organização do trabalho: 
I. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça a exercer ou não exercer 
profissão, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinado 
dias; 
II. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de 
trabalho; 
III. Frustrar, mediante fraude, direito assegurado pela legislação do trabalho; 
IV. Exercer atividade para a qual está impedido por decisão administrativa. 
É CORRETO afirmar: 
 
A) Somente I e II; 
B) Somente II e III; 
C) I, II, III e IV; 
D) I, II e III; 
E) I, II e IV. 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar as alfirmativas: 
Item I Î Atentado contra a liberdade de trabalho – Art. 197; 
Item II Î Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho – Art. 198; 
Item III Î Frustração de direito assegurado por lei trabalhista – Art. 203; 
Item IV Î Exercício de atividade com infração de decisão administrativa – Art. 205; 
Sendo assim, todas as condutas configuram crime contra a organização do trabalho. 
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5. (Auditor – Fiscal do Trabalho / 2006) Comete o crime de atentado contra a liberdade 
de associação, previsto no artigo 199 do Código Penal, quem constrange alguém, 
mediante violência ou grave ameaça: 
A) a celebrar contrato de trabalho. 
B) a participar de determinado sindicato. 
C) a não exercer arte, ofício, profissão ou indústria. 
D) a não fornecer a outrem matéria-prima. 
E) a participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho. 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Exige do candidato o conhecimento do artigo 199 do Código Penal que 
dispõe sobre o crime de atentado contra a liberdade de associação. 
Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a 
participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação 
profissional 
6. (ICMS – PB / 2006) Não constitui crime contra a organização do trabalho: 
 
A) a invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. 
B) o atentado contra a liberdade de associação. 
C) o exercício de atividade com infração de decisão administrativa. 
D) a apropriação indébita previdenciária. 
E) o aliciamento para fim de emigração. 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Esta é fácil! Apropriação indébita previdenciária é crime contra a 
previdência e não contra a organização do trabalho. 
7. (Juiz do Trabalho Substituto / 2006) São crimes contra a organização do trabalho 
previstos no Código Penal brasileiro, exceto: 
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