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SEBRAE-MG
Agosto a dezembro de 2008
ALECRIM
FICHA TÉCNICA
2010 Sebrae-MG
Nenhuma parte ou o todo desta publicação poderá ser reproduzido – em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, 
gravação, etc. – nem apropriado ou estocado em sistema de banco de dados sem prévia autorização, por escrito, do Sebrae-MG.
Sebrae-MG
ROBERTO SIMÕES
Presidente do Conselho Deliberativo
AFONSO MARIA ROCHA
Diretor Superintendente
LUIZ MÁRCIO HADDAD PEREIRA SANTOS
Diretor Técnico
MATHEUS COTTA DE CARVALHO
Diretor de Operações
Unidade de Atendimento Coletivo – Comércio, Serviços e Artesanato Sebrae-MG
AGMAR ABDON CAMPOS
Gerente
MÔNICA STELA DE ALENCAR CASTRO
SAMIRA DE CARVALHO RIBEIRO
Macrorregião Norte Sebrae-MG
CLÁUDIO LUIZ DE SOUZA OLIVEIRA
Gerente
Microrregião de Diamantina
LUCIANA TEIXEIRA SILVA
Assessoria de Comunicação Sebrae-MG
LAURO DINIZ
Assessor
MÁRCIA DE PAULA DA FONSECA
FERNANDA ALMEIDA RUAS
DANIELA CORREIA LEMOS DE CARVALHO
Fundação de Arte de Ouro Preto – FAOP
ANA PACHECO
Presidente
MARIA SONIA MADUREIRA DE PINHO
Coordenação
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM
VIVIANE CRISTINA DE PAULA
Monitoria
PERFIL PUBLICIDADE
Projeto Grá� co
A492 Ambiente gastronômico no Vale: região do Vale do Jequitinhonha. / coordenação, 
 Maria Sonia Madureira de Pinho – Belo Horizonte: Sebrae-MG, 2010. 76 p.
 
 1.Gastronomia – Vale do Jequitinhonha-MG I. Pinho, Maria Sonia
 Madureira II .Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais. 
 IV. Fundação de Arte de Ouro Preto – FAOP. V. Universidade Federal dos Vales
 do Jequitinhonha e Mucuri.
 
 CDU: 641
TURISMO DE SABOR E TRADIÇÃO
A vida das pacatas localidades rurais de Minas Gerais, com paisagens pitorescas, 
costumes e artes seculares, linguajar típico e o sabor inesquecível de alimentos 
saudáveis, inspirou uma nova parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro 
e Pequenas Empresas – SEBRAE-MG e do Governo do Estado para estimular o 
resgate da cidadania e o desenvolvimento econômico e social de comunidades 
das diversas regiões mineiras. O programa Turismo Solidário criou roteiros para 
despertar a imaginação e os sonhos dos visitantes, que viram protagonistas do 
processo de valorização da sabedoria popular, das tradições, da arte e da cultura, 
contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da gente simples do interior.
A coleção Ambiente Gastronômico do Vale registra a história, o ambiente e o 
saber culinário dos moradores de Alecrim, Bonfim, Capivari e Mendanha, distritos 
do Jequitinhonha que já desenvolveram atividades de organização do turismo 
receptivo familiar. Os quatro volumes foram produzidos com a participação das 
comunidades, que buscaram, nos tradicionais cadernos de receitas preservados 
e ampliados de geração em geração, as anotações pessoais sobre os pratos 
mais saborosos e informações sobre remédios caseiros para diversos males. A 
publicação também fala das rezadeiras e de bênçãos que a força da crendice 
popular ainda prefere no lugar de modernos tratamentos médicos.
Na sua mais atualizada concepção, o turismo considera que a originalidade dos 
destinos e a emoção que provocam são marcas indispensáveis à atração de 
visitantes cansados da padronização mundial dos roteiros. Com esta coleção, o 
SEBRAE-MG entende que, além de divulgar um inovador programa turístico que 
possibilita a geração de emprego e renda, contribui para recuperar e preservar 
a rica culinária de Minas. Os sabores e cheiros dos salgados, doces e quitandas 
mineiros oferecem aos turistas, em singelas mesas de confraternização, o sonho e 
a fantasia. E, nas conversas sobre habilidades e conhecimentos culturais, artísticos 
e práticos, é possível reconhecer aquilo que, ao longo dos séculos, forjou o jeito 
de ser do povo mineiro.
Roberto Simões
Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-MG 
VIAGEM ÀS ORIGENS DE MINAS
O programa Turismo Solidário, uma iniciativa do Governo de Minas Gerais, foi elabo-
rado pela Secretaria de Estado Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do 
Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas – Sedvan em parceria com SEBRAE-MG 
para realizar a ordenação turística de localidades atendidas pelo Estado nas três regiões, 
fazendo do turismo instrumento de promoção do crescimento sustentável dessas 
comunidades.
A proposta privilegia a valorização e divulgação do jeito de ser, da cultura popular e 
das belezas naturais das comunidades. Os turistas solidários participam do cotidiano 
das famílias que os hospedam e usufruem do aconchego dos lares, das conversas ani-
madas à mesa de refeições e dos sabores de alimentos dos quintais das casas, entre 
muitos outros atrativos.
Possibilitando troca de conhecimentos e geração de renda às populações locais, o 
programa signi� ca esperança de vida melhor para centenas de famílias bene� ciadas 
pelo aumento do � uxo turístico e pela participação solidária dos turistas.
Os distritos de Mendanha (em Diamantina), Alecrim e Bon� m (em São Gonçalo do Rio 
Preto) e Capivari (no Serro) já desenvolveram as atividades de organização dos recep-
tivos familiares e são os primeiros a ter suas receitas culinárias tradicionais registra-
das no catálogo Ambiente Gastronômico no Vale. Trata-se de mais uma contribuição 
para divulgar e consolidar as ações do inovador programa, que desperta no turista 
o interesse de participar do processo de transformação social e econômica regional, 
estimulando a cidadania e a inclusão social.
A Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais sente-se honrada em dar conti-
nuidade a mais um trabalho de resgate do patrimônio do Estado, executado pela 
Fundação de Arte de Ouro Preto – FAOP. A iniciativa confirma o importante papel 
da entidade na recuperação e salvaguarda da cultura popular mineira.
O projeto Ambiente Gastronômico no Vale do Jequitinhonha apresenta um dos 
maiores patrimônios do imaginário e dos fazeres do povo mineiro: a culinária.
O Vale do Jequitinhonha e sua rica gastronomia sintetizam os sabores e cheiros 
de Minas Gerais a partir de suas receitas de doces, salgados e quitandas.
A gastronomia do Jequitinhonha sinaliza o significado de ser mineiro, além de re-
velar símbolos da identidade cultural do Estado. Neste livro, a FAOP convida todos 
a explorar, desvendar e absorver esse grande mistério.
Paulo Brant
Secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais
O PROGRAMA TURISMO SOLIDÁRIO
O programa Turismo Solidário foi criado para possibilitar a inclusão social de popu-
lações carentes a partir da dinamização da economia de municípios que integram 
a área de atuação do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas 
Gerais – Idene, órgão vinculado à Secretaria de Estado Extraordinária para o Desen-
volvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas – Sedvan.
A proposta resultou da constatação de que a cadeia produtiva da atividade turísti-
ca, envolvendo mais de 50 setores da economia, abre amplas possibilidades de de-
senvolvimento para as comunidades locais, pois induz novos empreendimentos, cria 
postos de trabalho, aumenta a circulação de riquezas, distribui renda de forma mais 
democrática e combate à miséria e à fome.
O programa estimula o aumento do número de turistas solidários aptos a transferir 
habilidades, conhecimentos ou interesses e a participar como protagonistas do pro-
cesso de transformação do Estado. Simultaneamente, identi� ca as pessoas dispostas 
a aprender e a melhorar suas perspectivas de vida.
O que se pretende é despertarno turista solidário o sentimento humanista de se tor-
nar um voluntário e agente direto de mudanças na região. A sociedade organizada 
agrega valor às ações solidárias dos visitantes, incentivando a cultura de cooperação, 
o resgate da cidadania, a valorização da identidade cultural das comunidades e a pre-
servação do meio ambiente.
Paralelamente à possibilidade de aumento da renda e aos avanços sociais das popu-
lações locais é importante destacar que o turista solidário poderá usufruir das belezas 
naturais e culturais da área do programa, o que fomentará a cultura da paz. O alcance 
desses objetivos pelas comunidades contempladas depende do sucesso de ações e 
esforços coletivos.
Elbe Brandão
Secretária de Estado Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do 
Norte de Minas – Sedvan
RECEITAS DE ARTE E CULINÁRIA
A Fundação de Arte de Ouro Preto – FAOP, órgão vinculado à Secretaria de Estado de 
Cultura de Minas Gerais, consolida-se como instituição de referência na preservação do 
patrimônio mineiro, con� rmando sua vocação de valorizar a multiplicidade cultural, com 
ações de reconhecimento, resgate e preservação dos saberes e fazeres dos lugares que 
tornam tão ricas, generosas e atraentes as terras e as tradições mineiras.
Em mais uma parceria entre a FAOP e o SEBRAE-MG, o projeto Ambiente Gastronômico 
no Vale do Jequitinhonha propõe o mapeamento dos sabores e hábitos alimentares dos 
vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas para desvendar uma das mais sig-
ni� cativas tradições mineiras: a arte da culinária.
O projeto reabilita uma epifania de sabores, guiado pela tradição oral e por personagens 
característicos da cultura do Estado. Do processo de investigação em Diamantina, São 
Gonçalo do Rio Preto e Serro, participam quatro distritos do Jequitinhonha - Alecrim, Bon-
� m, Capivari e Mendanha –, tendo as comunidades locais como participantes ativas, � os 
condutores da pesquisa e grandes responsáveis pelos resultados alcançados.
A receptividade das famílias resultou num levantamento valioso de dados sobre a tradi-
ção da mesa, os atributos do alimento e as funções do ambiente da refeição, permitindo 
a elaboração dos cadernos de receitas regionais.
O comprometimento dos colaboradores locais na compilação e registro de próprio pu-
nho de receitas de salgados, doces, remédios e quitandas, indicou o caminho editorial 
da reprodução dos textos que, por si só, pintam os cenários das regiões em que foram 
escritos. O leitor encontrará nas páginas desses Cadernos não somente receitas gastro-
nômicas locais e regionais, mas a expectativa de suas populações de valorizar sua cultura, 
divulgando e preservando tradições e costumes.
Capturar a essência do Vale do Jequitinhonha através de suas quitandas, doces, salgados, 
receitas, hábitos e diversidade de paladares, possibilita à FAOP o orgulho de adicionar 
tempero à preservação do sabor de Minas e de divulgar o resultado de um trabalho que 
representa mais um passo na consolidação da política de valorização e preservação do 
patrimônio cultural do Estado.
Ana Pacheco
Presidente da Fundação de Arte de Ouro Preto – FAOP
TURISMO COM ORIGINALIDADE E EMOÇÃO
Buscando consolidar e evidenciar os destinos turísticos que fazem parte do Programa 
Turismo Solidário, este trabalho busca resgatar aspectos importantes das tradições 
e costumes associados à gastronomia, presentes nas localidades de Mendanha, Ale-
crim, Bonfim e Capivari, no Vale do Jequitinhonha. 
A participação espontânea dos moradores das comunidades e o compartilhamento 
de suas histórias e receitas foram imprescindíveis para garantir a riqueza dos resul-
tados desta pesquisa, que propiciou o registro de diversos pratos da culinária local. 
Além de incentivar a reutilização de algumas receitas pouco valorizadas pelos mora-
dores locais, este resgate possibilita ofertar uma alimentação genuinamente tradi-
cional aos turistas solidários, interessados em conhecer as peculiaridades da região. 
Dessa forma, os saberes locais são incorporados como atrativos a serem disponibiliza-
dos aos visitantes, contribuindo para o maior convívio entre as famílias e os turistas, 
além de possibilitar o incremento de renda da população dessas comunidades.
A culinária faz parte da riqueza cultural e histórica de Minas Gerais. Em 1817, viajando 
pelo Brasil, o francês Auguste de Saint-Hilaire observou a recepção hospitaleira e a 
mesa farta dos mineiros. Ele escreveu importantes livros sobre costumes e paisagens 
do país. Em um deles, destaca que o mineiro come bem e come certo, pois tem o 
hábito de “produzir” a cesta básica em sua própria casa. Cria porco e frango, cultiva 
verduras, legumes e milho, faz o pão e o queijo e preserva a informação culinária de 
mãe para filha. Tradições que transformaram a gastronomia em atrativo turístico.
Agmar Abdon Campos
Unidade de Atendimento Coletivo – Comércio, Serviços e Artesanato Sebrae-MG 
SUMÁRIO
Gastronomia: ambiente de cultura ...... 16
 
Alecrim ................................................. 19
História de Alecrim ............................... 21
Ambiente .............................................. 25
Na casa de Anésia ................................. 25
Na casa de Eleonor ............................... 25
Na casa de Marta .................................. 27
Na casa de Marilac ................................ 27
Na casa de Neuza .................................. 28
Receitas salgadas ................................. 30
Bolinho de assa-peixe ........................... 30
Bolinho de espinafre ............................. 30
Bolinho de fubá .................................... 31
Bolinho de mandioca ........................... 31
Canjiquinha com costelinha e folhas de 
couve .................................................... 32
Costelinha de porco com mamão ......... 32
Farofa de andu ..................................... 33
Frango com ora-pro-nóbis ................... 33
Frango com quiabo .............................. 34
Frango ao molho pardo ........................ 34
Frango com palma ................................ 35
Pirão ..................................................... 37
Salada de jiló ........................................ 37
Tempero de sal com alho ...................... 38
Umbigo de banana ............................... 38
Receitas doces ...................................... 40
Brigadeiro ............................................. 40
Cocada .................................................. 40
Creme de abóbora-moranga
(falso coral) ........................................... 41
Doce de abóbora .................................. 42
Doce de chuchu .................................... 42
Doce de fava ......................................... 43
Doce de laranja-da-terra ....................... 44
Doce de leite (em barra) ....................... 44
Doce de mamão batido ........................ 45
Doce de mamão com leite .................... 45
Doce em barra de mamão ralado ......... 46
Quitandas ............................................. 48
Biscoito de polvilho .............................. 48
Biscoito frito de polvilho ....................... 48
Bolacha de queijo ................................. 49
Bolo de fubá cremoso ........................... 50
Bolo de mandioca ................................. 50 
Bolo de mandioca ................................. 51 
Pão caseiro ............................................ 51
Pão de sal sem ovo ............................... 52
Rosca baiana ......................................... 53
Rosquinha............................................. 53
Chás ..................................................... 55
Recomendações para fazer o chá ......... 55
Chá de babosa ...................................... 55
Chá de baba-timão ...............................55
Chá de boldo ........................................ 55
Chá de capim-cidreira........................... 56
Chá de cipó-trindade ............................ 56
Chá de folha de algodão ....................... 56
Chá de flor de mamão .......................... 56 
Chá de hortelã ...................................... 56
Chá de guaco ....................................... 56
Chá de macilica..................................... 56
Chá de mamão ..................................... 56
Chá de maveterna ................................ 57
Chá de pustemeira ............................... 57
Chá de salva-vida .................................. 57
Chá de santa-maria ............................... 57
Sucos .................................................... 59
Suco de inhame-da-china .................... 59
Suco de maracujina .............................. 59
Suco de folhas verdes ........................... 60
Hábitos, costumes e tradições .............. 63
Bençãos e garrafadas ............................ 63
Benzedeiros .......................................... 63
Como matar e destrinchar um boi ........ 64
Como pegar, matar e limpar um frango .. 64
Como matar e limpar um porco............ 65
Processo de limpeza da palma ............. 65
Festa do Rosário de Rio Preto ............... 66
Festa de Nossa Senhora da Conceição
(padroeira de Alecrim) .......................... 67
Produtos rurais típicos .......................... 69
Glossário ............................................... 71
Grupo de participantes e
colaboradores ...................................... 72
Posfácio ................................................ 75
Referências ........................................... 75
GASTRONOMIA: AMBIENTE DE CULTURA
O projeto Ambiente Gastronômico no Vale, iniciativa do Sebrae-MG, convidou 
moradores do Vale do Jequitinhonha, mapeados pelo Programa Turismo Solidá-
rio/SEDVAN-IDENE, a sentar em torno da mesa para trocar receitas da rica culiná-
ria local e compartilhar os saberes e fazeres da região. A pesquisa percorreu as 
localidades de Alecrim, Bonfim, Capivari e Mendanha durante os cinco meses de 
duração do trabalho, iniciado em agosto de 2008.
Para nós participantes, esse foi um emocionante processo de resgate da memória 
gustativa, olfativa e, principalmente, afetiva dos lugares e das pessoas que nos 
acolheram e com quem convivemos estreitamente. Pura história de Minas, me-
tamorfoseada em quitandas, salgados, doces, garrafadas e infusões. O resultado 
você vai conhecer agora: são receitas de vida e de fé.
Gastronomia é cotidiano e é cultura. É engenho e é arte. Os pratos nutrem o cor-
po, a convivência nutre a alma. O relacionamento com as mulheres pesquisadas 
determinou nossa estratégia de trabalho. A culinária mineira é marcada pela orali-
dade, com receitas transmitidas verbalmente através de gerações. Ainda assim, o 
caderno de receitas é percebido como um verdadeiro patrimônio familiar, sinô-
nimo de pertencimento e de vivências compartilhadas. Com base nessa constata-
ção, incorporamos às pesquisas o conceito de caderno de receitas, que se tornou 
o elo entre as mulheres e as suas comunidades, entre pesquisador e pesquisados. 
A principal missão foi expandir o olhar das envolvidas – de dentro de casa para
fora dela, do familiar para o social.
A alquimia dos encontros transformou intenção em ação. Munidas de seus cader-
nos, as mulheres tornaram-se as protagonistas do resgate da sua cultura, de suas 
tradições, dos seus rituais, escrevendo a própria história por meio das receitas de 
16 17
suas famílias e do seu território. Na riqueza do convívio, em conversas e trocas, 
revelaram-se os hábitos do cultivar, do colher e as diferentes maneiras de criar e 
recriar o alimento.
As experiências do campo trouxeram respostas inusitadas. Na observação dos 
usos e costumes, a revelação da expressiva mobilidade das ervas e “matos”. A hor-
ta que se apresenta como elementar no cotidiano, do cultivo aos cuidados de 
preservação das ervas nativas, em seu ciclo de vida possui funções diferenciadas 
que se interconectam, dependendo da missão: podem servir para benzer ou para 
temperar.
Práticas que nesta oportunidade se apresentam reunidas aqui, na forma de um 
caderno de receitas escrito a muitas mãos, com a generosidade e a sabedoria de 
muitas gerações. A elas, todo o meu carinho e o meu profundo respeito. 
Maria Sonia Madureira de Pinho
Coordenação de Projeto
17
19
ALECRIM
Na comunidade de Alecrim, no Alto Jequitinhonha, encontramos edi� cações no esti-
lo moderno e algumas poucas no estilo colonial, que restaram dos séculos anteriores 
e que retratam um pouco da história local. Há uma reserva ambiental, área de grande 
importância para Alecrim, onde tem a total preservação da bacia do Rio Preto, que é 
parte integrante e mantedora da bacia do rio Araçuaí. É de beleza inigualável, assim 
como a árvore de Sapucaia, raridade encontrada em Alecrim.
A cidade possui uma casa de máquinas, inaugurada em 1991, mas muitos moradores 
ainda preservam a produção rudimentar de farinha, rapadura e cachaça. Passeando 
por lá, podemos nos deliciar com comidas típicas como rama de batata-doce, picão, 
berduega, caruru de porco, samambaia, toucinho cozido no feijão preto, farofa de 
andu, frango ao molho pardo, frango com quiabo, quiabo com carne de porco e leitoa 
assada na folha de bananeira.
O artesanato constitui uma das atrações principais da cidade, com peças em barro, 
bambu, palha de bananeira e palha de milho, tudo feito com matéria-prima extraída 
da própria região.
População: 445 habitantes
Município Sede: São Gonçalo do Rio Preto
Distância de Alecrim a São Gonçalo do Rio Preto: 7 km
Acesso a São Gonçalo do Rio Preto: estrada de terra
19
21
21
HISTÓRIA DE ALECRIM
Pesquisa: Ronaldo e Rafael Adriano Lopes (estudantes) 
Redação: Rafael Adriano Lopes
Alecrim começou a se tornar comunidade quando o número de moradores da 
região aumentou com o crescimento das famílias, na época, não havia orientação 
sobre controle da natalidade. Com muito trabalho, alguns conseguiam construir 
barracos para morar, pois não havia muitos materiais de construção por perto e 
era preciso ir até Diamantina para comprar tijolos, telhas e outros produtos.
Da região, podiam ser usados tijolos de adobe, alguns tipos de telhas, as portas e 
janelas, caibros e ripas (na época, eram usadas varas cortadas nas matas ao redor 
da própria comunidade). Não havia piso como hoje e as casas eram de chão bati-
do, pintadas a cal. Também se recorria à tabatinga, um tipo de argila, quando não 
havia jeito de comprar tintas nem cal.
Não havia estrada que ligasse Alecrim a São Gonçalo do Rio Preto. A pioneira foi 
feita no mandato de Luis Português, um dos primeiros prefeitos de São Gonçalo 
do Rio Preto. Uma das fazendas teve muitos escravos e nela, foi construída uma 
escola, onde as crianças de Alecrim podiam estudar.
Os moradores plantavam bastante: milho, feijão, arroz, café, cana-de-açúcar, ba-
nana, mandioca, laranja, urucum e mamona. Também produziam rapadura, fa-
rinha de mandioca, fubá, azeite de mamona, etc. Na época, não havia muito di-
nheiro para a compra das mercadorias que faltavam. Quem tinha produtos de que 
outros precisavam levava uma vida melhor.
A assistência à saúde era muito precária, não havia transporte até o hospital nem 
havia hospital em São Gonçalo do Rio Preto. Era preciso ir até Diamantina e o 
doente era levado em padiolas feitas de varas e cobertores. Sem condução, eram 
carregados a pé ou a cavalo até o hospital de Diamantina. Se a doença era grave, 
o risco de morrer no caminho crescia, porque os carregadores não conseguiam 
percorrer toda a distância a tempo.
Também não havia energia elétrica. A comunidade dependia do óleo de mamona, 
colocado em candeias de barro, para iluminaras casas à noite. Os banhos eram to-
mados com águas postas em gamelas. Só mais tarde surgiram as bacias, só depois 
da metade do século passado foram substituídas pelos chuveiros. A dificuldade 
no banho é um bom exemplo da falta de condições da população de Alecrim para 
adquirir os bens necessários a uma vida mais confortável.
Alecrim, 18 de setembro de 2008.
22
25
AMBIENTE
Na casa de Anésia
Cotidiano
Refeição: arroz, feijão, salada, carnes. 
Horário: 11h – almoço; 19h – jantar. 
Local: sala ou cozinha. 
Mobiliário: mesa, sofá, fogão a gás. 
Louças: pratos e copos de vidro, panelas.
Outros: toalha de mesa e guardanapo.
Visitante: come com a família. 
Turista
Refeição: arroz, feijão, salada, frango ao molho pardo, palma e sobremesa.
Horário: 11h às 14h – almoço; 20h às 21h – jantar. 
Local: sala ou cozinha. 
Mobiliário: mesa, cadeiras, sofá, fogão a gás. 
Louças: pratos e copos de vidro. 
Outros: toalha de mesa e guardanapo.
Na casa de Eleonor
Cotidiano
Refeição: arroz, feijão, salada, carnes, macarrão e verduras. 
Horário: 11h – almoço; 18h – jantar. 
Local: sala ou cozinha. 
Mobiliário: mesa com cadeiras, banco, sofá, fogões a gás e a lenha (o mais usado). 
Louças: pratos e copos de vidro, panelas (usadas para fazer comida). 
Outros: toalha de mesa e guardanapo.
Visitante: come com a família.
Turista
Refeição: arroz, feijão, salada, frango com quiabo, frango com palma, frango com ora-pro-
nóbis, costelinha com mamão, costelinha com canjiquinha; sobremesas: doces e frutas. 
Horário: 13h às 14h – almoço; 20h às 21h – jantar. 
Local: varanda. 
Mobiliário: mesa com cadeiras, fogões a gás e a lenha. 
Louças: pratos e copos de vidro, panelas (usadas para fazer comida). 
Outros: toalha de mesa e guardanapo.
25
27
Na casa de Marta
Cotidiano
Refeição: arroz, feijão, salada, verduras, carnes. 
Horário: 9h – almoço; 18h – jantar. 
Local: sala ou cozinha. 
Mobiliário: mesa, banco, fogões a gás e a lenha (o mais usado). 
Louças: pratos e copos variados, panelas (usadas para fazer comida). 
Outros: toalha de mesa.
Visitante: come com a família. 
Turista
Refeição: arroz, feijão, salada, verduras, carnes e sobremesas.
Horário: 12h – almoço; 20h – jantar. 
Local: sala ou cozinha.
Mobiliário: mesa com cadeiras, banco, fogões a gás e a lenha. 
Louças: pratos e copos variados, panelas (usadas para fazer comida). 
Outros: toalha de mesa e guardanapo.
Na casa de Marilac
Cotidiano
Refeição: arroz, feijão, macarrão, batata, mamão, abóbora, salada e carnes. 
Horário: 11h – almoço; 19h – jantar. 
Local: cozinha. 
Mobiliário: mesa com cadeiras, fogões a gás e a lenha.
Louças: pratos e copos de vidro, panelas (usadas para fazer comida). 
Outros: toalha de mesa e guardanapo.
Visitante: come com a família.
Turista 
Refeição: maionese, farofa e salpicão. 
Horário: 11h – almoço; 19h – jantar.
Local: cozinha. 
27
Mobiliário: mesa com cadeiras, fogões a gás e a lenha. 
Louças: pratos e copos de vidro, panelas (usadas para fazer comida). 
Outros: toalha de mesa e guardanapo.
Turista
Refeição: arroz, feijão, angu, frango com palma, frango com quiabo, salada, costelinha 
de porco com mamão; sobremesas: doces.
Horário: 13h às 14h – almoço; 21h às 21h30 – jantar. 
Local: cozinha. 
Mobiliário: mesa com cadeiras, fogões a gás e a lenha. 
Louças: pratos e copos de vidro, travessas e panelas (usadas para fazer comida). 
Outros: toalha de mesa e guardanapo.
Na casa de Neuza
Cotidiano
Refeição: arroz, feijão, macarrão, angu, verduras. 
Horário: 11h às 12h – almoço; e 18h às 20h – jantar. 
Local: sala, assistindo à TV, cozinha ou área.
Mobiliário: sofá, banco, fogões a gás e a lenha (o mais usado). 
Louças: pratos e copos de vidro, canecas, panelas (usadas para fazer comida). 
Outros: toalha de mesa e guardanapo (às vezes).
Visitante: come com a família. 
Turista
Refeição: frango com ora-pro-nóbis, diversas saladas, frango ao molho pardo e sobremesas. 
Horário: 13h às 14h – almoço; 20h às 21h – jantar. 
Local: sala ou cozinha. 
Mobiliário: mesa com cadeiras, sofá, fogões a gás e a lenha.
Louças: pratos e copos de vidro, talheres completos, panelas (usadas para fazer comida).
Outros: toalha de mesa e guardanapo.
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RECEITAS SALGADAS
Bolinho de assa-peixe
Por Neusa Miguel da Silva
Ingredientes:
 2 ovos
 10 folhas de assa-peixe
 sal a gosto
Modo de fazer: 
 bater os ovos (em vasilha, tigela ou prato) com sal. Depois, passar cada folha 
no ovo e fritar no óleo de soja quente.
Dica: adicionar cebolinha.
Bolinho de espinafre
Por Eleonor de Jesus Lopes
Ingredientes:
 4 ovos
 1 pitada de sal
 10 folhas de espinafre
 2 colheres de sopa de fubá
Modo de fazer: 
 bater os ovos* e, em seguida, colocar o sal, as folhas picadinhas e o fubá. Me-
xer bem e fritar em óleo de soja quente.
Dica: dependendo do clima, tem espinafre o ano inteiro.
* Bata as claras numa tigela até que vire em neve; em seguida, coloque as gemas e 
bata bem novamente, depois vire os ingredientes. Misture bem até obter a massa 
homogênea e faça bolinhas com uma colher para fritar.
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Bolinho de fubá
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 6 ovos
 ½ colher de fermento
 ½ colher de sal com alho
 6 gotinhas de pimenta
 2 xícaras de fubá de moinho
 1 xícara de farinha de trigo com fermento 
 12 folhas de cebolinha picadas
Modo de fazer: 
 bata as claras em neve; em seguida, coloque a gema e outros ingredientes e 
misture bem; frite em óleo quente até que o bolinho fique dourado.
Consumir na hora.
Rendimento: 15 pessoas
Bolinho de mandioca
Por Anésia Assunção Meira Ferreira
Ingredientes:
 2 mandiocas
 6 ovos
 ½ colher de sopa de sal 
 3 folhas de cebolinha
Modo de fazer: 
 lave a mandioca* e ponha para cozinhar por 15 minutos. Espere esfriar e amas-
se bem com um garfo. Coloque o sal, os ovos e a cebolinha picada e amasse 
novamente com uma colher. Faça as bolinhas e coloque para fritar (numa fri-
gideira sem tampa) em óleo quente.
Consumir na hora.
Rendimento: 10 pessoas 
* Arranque a mandioca no quintal com uma enxada, lave e pique em pedaços. Depois, 
tire a pele e ponha para cozinhar.
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Canjiquinha com costelinha e folhas de couve
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 1kg de canjiquinha
 1kg de costelinha
 6 folhas de couve grandes
 2 colheres de sopa de gordura
 ½ colher de sal com alho
 1 colherinha de chá de corante
Modo de fazer: 
 cozinhe a canjiquinha no fogo brando por 30 minutos, depois lave bem na água 
fria. Frite a costelinha e refogue com a canjiquinha. Rasgue as folhas de couve e 
ponha tudo para cozinhar por mais 10 minutos.
Dica: se quiser, coloque cebolinha e pimenta do reino.
Consumir no mesmo dia ou na mesma hora.
Rendimento: 10 pessoas
Costelinha de porco com mamão
Por Eleonor de Jesus Lopes
Ingredientes:
 ½kg de costelinha de porco
 1 mamão comum verde
 1 colher de sopa rasa de gordura de porco
 1 colher de chá de sal com alho
 1 colher de chá de corante
Modo de fazer: 
 refogue a costelinha e deixe fritar bem, por 10 minutos. Em seguida, coloque 
um pouco de água e deixe cozinhar por mais 40 minutos. Misture o mamão e 
deixe cozinhar por mais 30 minutos.
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Farofa de andu
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 1kg de feijão (tipo de feijão)
 ½kg de farinha de mandioca
 1kg de toucinho
 ½kg de linguiça
 ½kg de carne moída
 3 colheres de gordura de porco
 ½ colher de sal com alho
Modo de fazer: 
 frite o toucinho, a linguiça e a carne moída, separadamente. Depois, fervente o 
andu duas vezes e coloque para cozinhar por 1 hora. Em seguida escorra bem, 
frite os ovos, vire a linguiça, a carne, o torresmo e o andu. Misture a farinha e 
mexa bem.
Dica: se quiser, coloque cebolinha. 
Consumir no mesmo dia.
Rendimento: seis pessoasFrango com ora-pro-nóbis
Por Anésia Assunção Meira Ferreira
Ingredientes:
 2 frangos inteiros de tamanho médio
 3 molhos de ora-pro-nóbis
 1 concha de gordura de porco
 1 colher de sopa rasa de sal com alho
 1 colher de corante de urucum 
Modo de fazer: 
 limpar os frangos, temperar e depois ferventar por 10 minutos. Em seguida, 
cozinhar por 30 minutos. Adicione o ora-pro-nóbis* e deixe cozinhar por mais 
10 minutos.
Consumir em até dois dias.
Rendimento: 10 pessoas
*Apanhe as folhas com as mãos, no quintal, lave bem e pique como quiser’
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Frango com quiabo
Por Eleonor de Jesus Lopes
Ingredientes:
 1 frango 
 ½kg de quiabo
 1 colher de sopa de gordura de porco
 1 colher de sopa rasa de sal com alho 
 1 colher de chá de corante de urucum
Modo de fazer: 
 limpe o frango e fervente por 10 minutos. Logo após, refogue e deixe cozinhar 
por 40 minutos. Misture o quiabo (para tirar a baba, use uma colher de chá de 
vinagre ou limão) e deixe cozinhar por mais 30 minutos. 
Dicas: usar o tempero na hora de refogar. Comer com arroz, angu e feijão.
Consumir em até dois dias.
Rendimento: oito pessoas
Frango ao molho pardo
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 2 frangos 
 1 copo de vinagre
 6 colheres de farinha de trigo 
 3 folhas de louro
 3 colheres de óleo de soja
 1 colher de sopa rasa de sal com alho 
 1 colher de chá de corante de urucum
 cebolinha a gosto
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Modo de fazer:
 mate os frangos e apare o sangue no vinagre. Depois limpe os dois e ponha 
para ferventar por 3 minutos. Refogue e deixe cozinhar por 30 minutos, mistu-
rando as folhas de louro. Dissolva a farinha no sangue com vinagre e coloque 
um copo de água fria. Mexa bem, passe numa peneira, despeje sobre o frango 
e deixe ferver por 5 minutos. Retire do fogo e coloque cebolinha a gosto para 
servir com arroz e angu bem quentes.
Consumir em até dois dias.
Rendimento: 10 pessoas
Frango com palma
Por Eleonor de Jesus Lopes
Ingredientes:
 1 frango inteiro 
 20 palmas pequenas
 1 colher de sopa de gordura de porco ou óleo de soja 
 1 colher de sopa rasa de sal com alho
 1 colher de corante de urucum 
 1 litro de água
Modo de fazer: 
 refogue o frango até que comece a fritar; em seguida, coloque 1 litro de água 
aos poucos e deixe por 40 minutos. Adicione a palma limpa e picada e deixe 
por mais 30 minutos.
Dica: o prato pode ser servido no almoço ou no jantar. A época da palma é geralmen-
te a de chuva.
Tempo de preparo: cerca de 2 horas e 30 minutos.
Consumir no mesmo dia.
Rendimento: 10 pessoas
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Pirão
Por Neusa Miguel Silva 
Ingredientes:
 1½ litro de caldo de osso de boi
 4 xícaras de fubá de milho
 sal a gosto
 cebolinha e salsinha a gosto
Modo de fazer: 
 coloque o caldo numa panela e adicione o fubá. Mexa até cozinhar por 15 
minutos. Misture a cebolinha e a salsinha.
Dica: também podem ser usados caldo de frango ou de carne que tenham sobrado 
de comidas da véspera. Sirva o pirão com carne frita ou cozida, peixe ou ovo 
cozido.
Consumir na hora.
Rendimento: seis pessoas
Salada de jiló
Por Júnia Ferreira
Ingredientes:
 10 jilós verdes
 1 pitada de sal
 azeite a gosto
Modo de fazer: 
 basta picar os jilós em fatias finas e misturar com o sal e o azeite.
Dica: a safra do jiló vai de agosto a fevereiro. Se quiser, pode usar também vinagre.
Consumir no mesmo dia.
Rendimento: cinco pessoas
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Tempero de sal com alho
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 5 cabeças de alho
 10 folhas de alfavaquinha
 5 folhas de quitoco
 4 folhas de hortelã
 10 folhas de coentro
Modo de fazer:
 coloque todos os ingredientes no pilão e soque com um pouco de sal. Continue 
socando e misture mais sal até chegar à consistência desejada. Num vidro bem 
fechado, o tempero dura até um mês.
Umbigo de banana
Por Marta das Trevas Brito
Ingredientes:
 20 umbigos de banana
 1 concha rasa de gordura
 1 colher de sopa de sal com alho
 ½ colher de sopa de corante de urucum
Modo de fazer: 
 limpar* bem e picar os umbigos de banana e colocar para ferventar por 10 
minutos, escorrendo quatro águas. Lavar em água fria e cozinhar por mais 
10 minutos, misturando os demais ingredientes.
Dica: pode ser feito com costelinha de porco ou linguiça.
Consumir no mesmo dia.
Rendimento: oito pessoas
* Para limpar os umbigos de banana, tirar as capas com as mãos untadas de óleo para 
evitar a nódoa. Quando ficarem brancos, picar com a ponta da faca.
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RECEITAS DOCES
Brigadeiro 
Por Ediméia Aparecida de Jesus
Ingredientes:
 1 lata de leite condensado
 2 colheres de sopa de manteiga
 4 colheres de sopa de Nescau ou chocolate em pó
 manteiga (para untar)
 granulados de chocolate (sem dosagem de� nida)
Modo de fazer: 
 coloque em uma panela todos os ingredientes e leve ao fogo brando. Quando 
a massa estiver soltando da panela, despeje num prato untado com manteiga 
e deixe esfriar. Em seguida, modele os doces e passe no chocolate granulado.
Consumir em até três dias.
Rendimento: 20 doces
Cocada
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 1 prato cheio de mamão ralado
 1 prato de açúcar
 1 lata de leite condensado
 500g de coco ralado
 500g de leite em pó
 1 colherinha de chá de bicarbonato
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Modo de fazer:
 coloque todos os ingredientes num tacho e leve ao fogo brando, mexendo até 
dar o ponto. (Para saber se está no ponto, basta um prato com um pouco de 
água fria, na qual se põe uma colherinha de chá do doce. Se estiver começan-
do a endurecer, pode tirar do fogo). Bata a massa por 30 minutos. Num plás-
tico estendido sobre a mesa, ponha os doces feitos com uma colher de sopa. 
Deixe secar por 1 hora e guarde em uma lata com tampa.
Consumir em até 20 dias.
Rendimento: 20 pessoas
Creme de abóbora-moranga (falso coral)
Por Neusa Miguel Silva
Ingredientes:
 600g de abóbora cozida
 1 litro de leite
 4 colheres de sopa de farinha de trigo
 1½ xícara de chá de açúcar
 1 colherinha de sal
 1 colher de sopa de manteiga
 canela em pó a gosto
Modo de fazer: 
 colocar em uma panela a abóbora cozida e amassada, acrescentando o leite 
(reservar 1 xícara para misturar na farinha de trigo). Adicionar o açúcar e o 
sal. Misturar a farinha de trigo ao leite e mexer bem. Quando o creme estiver 
fervendo, misturar a farinha com leite e mexer bem para não encaroçar. As-
sim que engrossar, deixar ferver apenas para cozinhar a farinha. Acrescentar a 
manteiga, despejar em uma vasilha e pôr na geladeira.
Dica: serve como sobremesa ou lanche.
Consumir em até duas semanas.
Rendimento: 20 pessoas
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Doce de abóbora
Por Eleonor de Jesus Lopes
Ingredientes:
 20 fatias de abóbora cozida
 2 xícaras de açúcar
 1 lata de leite condensado
 100g de coco ralado
 3 xícaras de leite
Modo de fazer: 
 depois de cozinhar a abóbora, retire a casca e bata no liquidi� cador com leite. 
Leve ao fogo e adicione o leite condensado e o coco ralado até completar cer-
ca de 2 horas. Se preferir massa mais consistente, deixe mais tempo ao fogo.
Dica: doce tipo compota para sobremesa.
Consumir em até 10 dias.
Rendimento: 20 pessoas
Doce de chuchu
Por Anésia Ferreira
Ingredientes:
 10 chuchus
 2 xícaras de açúcar
 2 litros de leite
Modo de fazer: 
 em uma panela, ferva o leite e o açúcar até virar um creme. Misture o chuchu 
ralado e lavado (tem que lavar para tirar a nódoa). 
Dica: doce tipo compota para sobremesa.
Consumir em até 10 dias.
Rendimento: 10 pessoas
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Doce de fava
Por Conceição das Graças Saraiva Lopes
Ingredientes:
 2kg de fava
 1kg de açúcar
 2 litros de leite
Modo de fazer:
 ponha as favas selecionadas num tacho médio, cubra com água fria e deixe 
de molho de um dia para outro. No dia seguinte, escorra a água e aperte os 
grãos um por um para tirar acasca. Lave e coloque para cozinhar até que 
� quem bem cozidos. Retire do fogo, escorra a água e deixe esfriar. Depois, 
ponha as favas aos poucos no liquidi� cador, acrescentando leite e açúcar. 
Leve a mistura ao fogo brando até que � que grossa. Leve a massa à geladeira 
e sirva gelada.
Consumir em até 10 dias.
Rendimento: 15 pessoas
Doce de fava
Por Eleonor de Jesus Lopes
Ingredientes:
 2kg de fava
 1kg de açúcar
 2 litros de leite
 1 colher de chá de canela
Modo de fazer: 
 cozinhe a fava, depois de selecionar os grãos e lavar. Bata no liquidi� cador 
com o leite, leve ao fogo, misture o açúcar e a canela, e deixe secar até dar o 
ponto de massa cremosa (tempo de preparo: cerca de 1 hora).
Dicas: doce em compota, tipo sobremesa. Conserve em local refrigerado por até 30 
dias. 
Consumir em até 30 dias.
Rendimento: 30 pessoas
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Doce de laranja-da-terra
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 2 dúzias de laranja-da-terra
 ½ rapadura
 1kg de açúcar
 1 pacote de cravo
Modo de fazer:
 raspar as cascas das laranjas e abri-las em cruz, tirando os miolos. Deixe de mo-
lho por três dias, trocando a água uma vez por dia. Depois, raspe as cascas por 
dentro com uma colher para deixá-las bem limpas. Fervente as cascas em uma 
panela com tampa, escorra a água e deixe tampado até melar. Quando o melado 
estiver pronto, despeje as laranjas e deixe ferver por 1 hora. Adicione o cravo, tire 
do fogo, deixe esfriar, coloque numa vasilha com tampa e ponha na geladeira.
Dica: a melhor época da laranja-da-terra vai de julho a agosto.
Consumir em até 15 dias.
Rendimento: 20 pessoas
Doce de leite (em barra)
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes
 2 litros de leite
 10 copos de açúcar
Modo de fazer: 
 coloque o leite e o açúcar num tacho, leve ao fogo médio e mexa até dar o pon-
to. Tire do fogo e mexa por mais 40 minutos. Forre uma forma de bolo com um 
plástico, despeje a massa e esparrame bem. Depois de 15 minutos, corte em 
pedaços, no tamanho que preferir.
Consumir em até um mês.
Rendimento: 50 pessoas
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Doce de mamão batido
Por Conceição das Graças Saraiva Lopes
Ingredientes:
 1 mamão verde grande
 2 litros de leite
 1kg de açúcar
Modo de fazer: 
 descasque, limpe e pique o mamão em pedaços, no tamanho que desejar. Leve 
ao fogo numa panela com água e deixe ferver por 30 minutos. Retire a água e 
deixe esfriar. Bata no liquidi� cador, acrescentando aos poucos o açúcar e o leite. 
Engrosse a massa em fogo brando, despeje numa tigela e espere esfriar, antes 
de pôr na geladeira. 
Consumir em até 10 dias.
Rendimento: 10 pessoas
Doce de mamão com leite
Por Ediméia Aparecida de Jesus
Ingredientes:
 2 litros de leite
 ½kg de açúcar
 1 mamão verde pequeno
 cravo (se gostar)
Modo de fazer: 
 numa panela, leve o leite e o açúcar ao fogo, até formar um creme. Em segui-
da, adicione o mamão lavado e ralado, acrescente o cravo e misture até dar 
consistência para cortar em pedaços.
Dica: quando o doce estiver soltando da panela, é hora de tirar do fogo e continuar 
mexendo até esfriar. Espalhe o doce numa tábua ou em qualquer superfície lim-
pa para cortar em pedaços.
Consumir em até 20 dias.
Rendimento: 50 doces
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Doce em barra de mamão ralado
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 1 prato de mamão ralado 
 1 litro de leite
 1kg de açúcar
Modo de fazer: 
 ferva o leite com o açúcar até virar creme. Misture o mamão ralado bem es-
corrido e mexa até começar a endurecer. Tire do fogo e mexa por mais 30 mi-
nutos. Forre uma forma de bolo com plástico, despeje o doce e espalhe bem. 
Espere 30 minutos e corte as barras com uma faca.
Consumir em até 20 dias.
Rendimento: 30 pessoas
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QUITANDAS
Biscoito de polvilho
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 2kg de polvilho azedo
 2 colheres de sal 
 2 copos de óleo
 2 colheres de farinha de fubá (de moinho de pedra)
 2 xícaras de água
 4 ovos
Modo de fazer: 
 coloque para ferver a água, o sal, o fubá e meio copo de óleo. Misture sobre o 
polvilho até esfriar, adicione os ovos, o óleo e mais um pouco de água e amas-
se bem. Faça os biscoitos, ponha para assar por 30 minutos e deixe por mais 
30 minutos secando dentro do forno.
Guardado em lata fechada, pode ser consumido por muito tempo.
Rendimento: 50 pessoas
Biscoito frito de polvilho
Por Cristina Aparecida Lopes
Ingredientes:
 ½kg de polvilho azedo
 1 colher de sopa rasa de sal 
 2 xícaras de água
 2 ovos
 1 litro de óleo para fritar
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Modo de fazer:
 coloque a água para ferver, enquanto mistura o sal no polvilho. Vire a água fer-
vendo no polvilho. Mexa bem até a massa esfriar. Adicione os ovos e amasse 
bem. Faça os biscoitos do tamanho que quiser, coloque no óleo frio, leve ao 
fogo brando e deixe fritar até começar a dourar. Deixe uma tampa por perto, 
pois há risco de estouros e nunca coloque os biscoitos no óleo quente, pois 
pode estourar muito.
Dica: se quiser, pode misturar um pouco de farinha de trigo na massa.
Consumir em até dois dias.
Rendimento: 30 pessoas
Bolacha de queijo
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 1kg de farinha de trigo
 ½kg de açúcar
 1 prato de gordura
 1 colher de manteiga
 ½ queijo ralado
 1 copo de leite 
 6 ovos
Modo de fazer:
 bata todos os ingredientes, menos a farinha. Adicione a farinha e amasse bem. 
Faça as bolachas com uma colher de sopa, ponha numa forma e asse.
Dica: manter em lata tampada para durar mais tempo.
Consumir em até quatro dias.
Rendimento: 70 bolachas
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Bolo de fubá cremoso
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 3 xícaras de açúcar
 3 ovos 
 1 colher de sopa de manteiga
 2 colheres de fubá
 1 xícara de queijo ralado
 4 xícaras de leite
 1 colher de sopa de fermento
Modo de fazer: 
 bata bem todos os ingredientes, no liquidi� cador ou numa bacia. Coloque a 
massa numa forma untada e asse. (No fogão a lenha, por 30 minutos; no fogão 
a gás, por 1 hora).
Consumir em até três dias.
Rendimento: 30 fatias
Bolo de mandioca
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 1 prato de mandioca ralada 
 1 prato raso de açúcar 
 2 colheres de sopa de manteiga
 4 ovos
 1 colher de sopa de fermento
 1 pitada de sal
 Canela a gosto
 500g de farinha de trigo
Modo de fazer:
 ralar e espremer a mandioca, misturar bem com os outros ingredientes e pôr em 
uma forma untada. Assar em forno quente por cerca de 30 minutos.
Consumir em até três dias.
Rendimento: 50 fatias pequenas
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Bolo de mandioca
Por Eleonor de Jesus Lopes
Ingredientes:
 4 ovos 
 1 xícara de mandioca crua e ralada
 1½ xícara de açúcar 
 1 xícara de leite
 1½ xícara de farinha de trigo
 1 xícara de queijo ralado
 1 pitada de sal
 1 colher de fermento
 2 colheres de sopa de manteiga
 1 colher de chá de canela
Modo de fazer: 
 no liquidificador ou na batedeira, bata bem, até virar um creme, o açúcar, 
a manteiga e os ovos, acrescentando o leite, a farinha de trigo e o sal. Des-
peje em uma tigela e adicione o fermento, o queijo, a mandioca e a canela. 
Misture bem e leve ao forno para assar por 30 ou 40 minutos.
Dica: se gostar, coloque queijo por cima antes de assar.
Consumir em até dois dias.
Rendimento: 15 pedaços
Pão caseiro
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 1kg de farinha de trigo
 1 copo de óleo de soja
 1 copo de água fria
 1 copo de açúcar
 1 pitada de sal
 2 colheres de sopa de fermento biológico seco
 1 ovo
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Modo de fazer: 
 bata o ovo, o açúcar, o óleo, o sal, a água fria e o fermento no liquidi� cador. 
Depois, vire em uma tigela e vá colocando farinha de trigo até a massa des-
prender das mãos. Deixe crescer um pouco, modele os pães e deixe crescer 
mais. Assar em forno moderado por 45 minutos.
Dica: depois demodelar, passe em cima dos pães um pouco de café em pó com ovo, 
pois � ca muito saboroso.
Rendimento: 10 a 12 pães pequenos ou quatro a cinco grandes
Pão de sal sem ovo
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 1½ copo de água
 1 colher de sobremesa de sal
 1 colher de açúcar
 1 colher de fermento biológico seco
 1 copo de óleo de soja
 800g de farinha de trigo
Modo de fazer: 
 misture os ingredientes sobre a farinha de trigo e amasse até despren-
der das mãos. Deixe descansar por 20 minutos. Modele os pães e coloque 
numa assadeira untada, até que eles cresçam. Assar em forno moderado.
Dica: antes de levar ao forno, risque os pães com uma lâmina de barbear para formar 
a casca.
Rendimento: 10 a 12 pães pequenos ou quatro a cinco grandes
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Rosca baiana
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 ½ copo de óleo de soja
 4 ovos 
 1kg de farinha de trigo
 1 lata de leite condensado
 200g de coco ralado
 2 colheres de fermento biológico
 ½ colher de sal
 1 colher pequena de canela
 1 medida da lata de leite condensado de água morna 
Modo de fazer: 
 bata todos os ingredientes, menos a farinha de trigo, no liquidificador, 
vire a massa numa bacia e sove (cuidando para que se solte da vasilha) 
até o ponto de enrolar com as mãos untadas de óleo. Ao enrolar as ros-
cas, acrescente uma gema de ovo e um pouco de café líquido, empastele, 
deixe crescer por meia hora e ponha no forno, por 25 a 30 minutos.
Consumir em até 15 dias
Rendimento: até cinco roscas de 40cm
Rosquinha
Por Anésia Ferreira
Ingredientes:
 200g de manteiga
 6 ovos 
 2 xícaras de açúcar
 2kg de farinha de trigo
 3 copos de leite
Modo de fazer: 
 bata os ovos, o açúcar e a manteiga, adicione a farinha de trigo e o leite e continue 
batendo. Enrole a massa em tranças e coloque para assar por 30 minutos.
Consumir em até 15 dias.
Rendimento: 40 pessoas
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CHÁS
Recomendações para fazer o chá
Por Marilac do Rosário Almeida
Como se prepara adequadamente um chá? 
“A pessoa põe água para ferver e deixa as folhas em outra vasilha. Despeja a água 
fervendo nas folhas e tampa, deixando por uns 15 minutos. Em seguida, tempera a 
gosto (para os turistas, sem açúcar).”
Quantas vezes pode ser bebido durante o dia? 
“Durante o dia todo, sem restrição.”
Por quanto tempo podem ser tomados os chás? 
“Se estiver guardado na geladeira, dura até oito dias.”
É mais comum tomar chá quente ou frio? 
”Em geral, toma-se mais quente que frio.”
“Recomendo ainda identificar corretamente a flor, fruto, ervas e folhas, em todos os deta-
lhes. É preciso ter todo cuidado, para colher as plantas: elas devem ser reconhecidas como 
próprias para chás.”
Chá de babosa
“Pegue meio metro da folha de babosa pela manhã, antes de amanhecer. Limpe com 
pano branco, tire os espinhos, corte em pedaços miúdos e ponha no liquidificador 
com meia garrafa de mel e um cálice de cachaça ou uísque. Bata bem e coloque num 
vidro escuro, tomando uma colher de sopa, durante 15 dias, pela manhã em jejum. 
Fazer um intervalo de oito dias e recomeçar.”
Chá de baba-timão
Bom como anti-inflamatório, para curar gastrite e úlcera.
Modo de fazer: um pedacinho de casca na água fria.
Chá de boldo
Recomendado para má digestão e dor de cabeça.
Modo de fazer: coloque folhas da erva na água quente ou fria.
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Chá de capim-cidreira
Serve para gripe e é calmante.
Modo de fazer: coloca na água fervente.
Chá de cipó-trindade
Indicado para reumatismo.
Modo de fazer: misturar o cipó com cachaça.
Chá de folha de algodão
Serve para rins e inflamação no útero.
Modo de fazer: vire a água fervente na folha.
Chá de flor de mamão
Serve para o estômago.
Modo de fazer: flor na água fervente com uma pitada de bicarbonato.
Chá de hortelã
Conhecido como antigripal e para combater vermes e problemas nos rins.
Modo de fazer: misturar três galhos de hortelã e meia colher de açúcar em meio copo de 
água. Beber na hora.
Chá de guaco
Indicado contra gripe.
Modo de fazer: misture cinco folhas de guaco com água fervente e açúcar ou mel.
Chá de macilica
Serve para gripe e dor de barriga.
Modo de fazer: na água quente, para gripe; e na água fria, para dor de barriga.
Chá de mamão
Serve para quando o estômago não aceita as refeições.
Modo de fazer: 3 pontas de folha na água fervente.
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Chá de maveterna 
Recomendado contra gripe, dores de cabeça e estômago, para controlar a pressão 
arterial e na prevenção de derrames cerebrais.
Modo de fazer: esfregar as folhas de guaco e pôr em água fria.
Chá de pustemeira
Serve para machucão.
Modo de fazer: ferve ao leite.
Chá de salva-vida
Usado em casos de inflamações.
Modo de fazer: ferver a erva com leite.
Chá de santa-maria
Indicado no combate a vermes.
Modo de fazer: bata as folhas com leite no liquidificador e adoce com açúcar. 
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SUCOS
Suco de inhame-da-china
Por Marilac do Rosário Almeida
Ingredientes:
 250g de inhame-da-china
 1 litro de água
 açúcar a gosto
Modo de fazer: 
 descasque os inhames e lave bem cada um. Depois, corte, junte a água e bata 
no liquidificador por cinco minutos. Coe numa peneira e adoce a gosto. Servir 
gelado.
Dica: se quiser, pode adicionar gotas de limão.
Suco de maracujina
Por Anésia Ferreira
Ingredientes:
 6 maracujinas
 2 litros de água
 1½ xícara de açúcar
Modo de fazer: 
 apanhe e lave as maracujinas. Corte todas ao meio, tire as sementes e bata no 
liquidificador com um pouco de água por cinco segundos. Em seguida, coe 
em uma peneira. Ponha o suco numa jarra e adoce.
Tempo de preparo: 15 minutos
Consumir no mesmo dia.
Rendimento: cinco pessoas
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Suco de folhas verdes
Por Anésia Ferreira
Ingredientes:
 30 folhas da horta
 1 litro de água
 1 xícara de açúcar
Modo de fazer: 
 bata as folhas no liquidificador com água, por 10 segundos. Coe em uma pe-
neira, coloque numa jarra e adoce.
Tempo de preparo: cinco minutos
Consumir no mesmo dia.
Rendimento: quatro pessoas
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HÁBITOS, COSTUMES E TRADIÇÕES
Bençãos e Garrafadas
Em Alecrim, são tradicionais as bênçãos e garrafadas, com destaque para:
Garrafada de “Seu Rufino”: mistura de arnica, cipó-trindade, salva-vida, raízes e car-
queja com cachaça. Indicada contra reumatismo e cansaço.
Bênçãos de “Seu Guido”: “sol na cabeça; espinhela caída; ventre-virado, quebranto de 
recém-nascido, ofensa de cobra’ e ‘estancar sangue”.
De Dona Maria da Conceição, benzedeira e parteira: “bênção na plantação para evitar 
minhoca, cobra, etc.”.
Benzedeiros
Guido, Maria da Conceição, Sebastiana, Vicente Cassiano, José Preto, José Correia, Ale-
xandrina e outros.
O que benzem:
Ventre-virado
Quebranto
Estancar sangue
Lagarto e cobra na plantação
Coser carne quebrada
Dor de dente
Sol na cabeça
Espinhela caída
Os benzedeiros de Alecrim preferem não revelar os segredos de suas rezas, mas foram 
generosos nos comentários sobre suas benzeções.
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Como matar e destrinchar um boi
Por Cristina Aparecida Lopes e sua mãe, Conceição
“Vá ao pasto, lace o boi que desejar, usando corda grossa e amarrando uma ponta 
entremeio de árvores. Lace o chifre ou o pescoço e dê uma machadada na testa. 
E sangre (fazer um corte) na parte do pescoço que se chama ‘cabelo loro’ com um 
punhal (faca que corta dos dois lados).
Quando o boi estiver morto, tire o couro com uma faca bem afiada. Vire o animal de 
barriga para cima e abra a carcaça do pescoço até o rabo. Depois, tire as miudezas: 
fato (bucho), coração, bofe (pulmão), passarinha (órgão próximo ao fígado), rins, lín-
gua, fígado, barrigada, etc. 
Agora vem o processo de separar as bandas: tire as costelas do quarto (traseiro) e da 
pá (parte da frente). E é hora de destrinchar como se deve: descarna os ossos e separa 
as partes.”Como pegar, matar e limpar um frango
Por Cristina Aparecida Lopes
“Jogue milho no terreiro e chame as galinhas para escolher o frango. Pegue uma faca 
e um prato. Coloque os pés do frango debaixo de seu pé direito e as asas debaixo do 
pé esquerdo. Segure o pescoço, raspe algumas penas e passe a faca na altura da ore-
lha, em diagonal. Recolha o sangue numa vasilha.
Processo de limpeza: vire água fervida sobre o frango. Não deixe a água esfriar e vá 
puxando as penas até tirar todas. Leve o frango perto da labareda do fogão para sa-
pecar (retirar as penugens). Arranque o couro dos pés e corte as unhas. Depois, pegue 
um pouco de fubá com sabão de quadro* e esfregue no frango para limpá-lo bem. 
Lave na água fria e vire de barriga para baixo. Abra a carcaça do lado esquerdo e tire 
a moela, o fígado e o coração (jogue fora as vísceras, que não servem para nada). Só 
falta cortar os pedaços, sempre nas juntas, tirando toda a gosma.
A partir de oito meses já tem franga botando ovos. Nós aproveitamos os ovos, a carne 
e, às vezes, até a pele da galinha. Depende da preferência.”
*Sabão de quadro: misture cinco latas de óleo usado, 1kg de soda cáustica, 1 litro de 
água e um copo de amaciante (se tiver sebo, bastam três latas de óleo).
 Rendimento: 50 pedaços
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 Como matar e limpar um porco
Por Cristina Aparecida Lopes 
“Pegue uma corda média, vá ao chiqueiro e amarre um dos pés do porco. Leve-o para 
o lugar da matança e amarre a corda num poste. 
Depois de uma machadada na cabeça, dê uma facada debaixo da mão esquerda do 
animal para acertar o coração. Molhe o porco com água fria, sapeque toda a pele com 
fogo de palha de bananeira ou fogareiro a gás ou água fervendo. 
A seguir, passe o facão, raspando a pele para limpar bem. Vire a carcaça de barriga 
para baixo e passe a faca para fazer o lombo (separar uma banda da outra). Vire para 
cima, abra a barriga com uma faca e retire a barrigada, toda a miudeza (bofe, fígado, 
língua etc.). 
Tire também a suã (espinha), terminando de separar as bandas. O porco está pronto 
para ser destrinchado.”
 
Processo de limpeza da palma
Por Cristina Aparecida Lopes
“Primeiramente, tome bastante cuidado ao colher a palma, pois ela é cheia de es-
pinhos. Pegue uma por uma, cortando os pezinhos com uma faca. Depois, retire os 
espinhos, também um a um. Agora, é só lavar e picar como desejar.”
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Festa do Rosário de Rio Preto
Por Kátia Cirlene Silva, secretária de Turismo e Cultura
“É sempre em agosto. A festa começa pelo cardápio especial: arroz, tutu de feijão, 
maionese, leitão assado, carne de boi cozida, frango e batata refogados com cachaça 
e vinho.
Há um dia de doces dos festeiros e outro de farofas (mistura seca de arroz, carne, ce-
noura, farinha e torresmo).
Nos dias do rei e da rainha, há almoços tradicionais. Trata-se de um cortejo pelas ruas 
da cidade, começando na ‘Casa dos Doces do Rei’ e terminando na ‘Casa dos Doces 
da Rainha’. São doces de leite pastosos, de mamão com rapadura ou com açúcar e de 
laranja-da-terra.
No total, são duas casas de doces (do rei e da rainha) e seis de farofas (conde, con-
dessa, príncipe, princesa, prior e priora). A festa dura das 6 às 22 horas e a corte está 
sempre acompanhada da marujada. Os moradores só podem entrar nas casas depois 
que a marujada come e canta.
Cada um dos personagens cuida de seus próprios trajes.”
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Festa de Nossa Senhora da Conceição (padroeira de Alecrim)
Descrição do grupo
“Antigamente, a festa acontecia em maio, mas, nos últimos anos, é celebrada em 8 de 
dezembro ou no fim de semana mais próximo da data.
No domingo, às 11 horas, tem missa com procissão. A procissão sai da igreja e dá a 
volta na antiga escola (desativada). Tem música de violão e teclado dentro do templo. 
Se não tiver padre, a própria comunidade reza o terço e hasteia a bandeira. 
Pela tradição, os festeiros servem um lanche depois da missa. O lanche, com biscoi-
to, bolacha, pão com salame e suco ou refrigerante, é aberto a toda a comunidade. 
Também há um almoço só para o padre e alguns convidados e a comida depende do 
gosto do religioso.
No sábado, tem leilão, com o José de Fátima, com frangos, pratos salgados e quitanda.
A Festa do Produtor Rural atualmente se parece muito com as antigas comemorações 
do Dia de Nossa Senhora da Conceição, com barraquinhas, forró e muita animação.”
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PRODUTOS RURAIS TÍPICOS
Queijo frescal 
Requeijão 
Produtores
Zé Pascoal, Ademar, João de Jacob, Maria Soledade, Raul e Walmir
Cachaça 
Produtor 
Wilson José Almeida
Rapadura 
Produtores 
José Ru� no, José de Pascoal e Efraim
Farinha de mandioca 
Produtores 
Neuza, Anésia, Lia, José Ru� no e Efraim
 Fubá de moinho 
Produtores 
José de Pascoal e Efraim
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Baba-timão – arbusto do cerrado brasileiro, cujo nome certo é barbatimão; recomendado 
como cicatrizante e anti-inflamatório.
Cabelo-loro – veia na base do pescoço do boi, mortal ao primeiro golpe.
Guaco – segundo a tradição indígena, são trepadeiras usadas como antídoto de veneno de 
cobra. Também conhecida por erva-de-cobra e cipó-caatinga.
Intacar – estancar (sangue).
Quento – coentro.
Quitoco ou kitoco – subarbusto do cerrado; erva usada para tempero.
Machucão – ferida ou machucado.
Maveterna – também chamada de cicuta, marimbondo e macaé na região.
Vire ou virar – ato ou ação de misturar os ingredientes de uma receita.
Sangrar – fazer um novo corte no pescoço do boi.
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GLOSSÁRIO
GRUPO DE PARTICIPANTES E COLABORADORES 
Anésia Ferreira
Cristina Aparecida Lopes
Conceição das Graças Saraiva Lopes
Ediméia Aparecida de Jesus
Eleonor de Jesus Lopes
Júnia Ferreira
Maria Aparecida do Nascimento Cunha
Maria de Jesus da Cunha Ferreira
Marilac do Rosário Lopes Almeida
Marta das Trevas Brito
Neuza Miguel Silva
Raquel Jesus Lopes
Rafael Adriano Lopes
Ronaldo Adriano Lopes
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POSFÁCIO
Esta pesquisa foi feita no campo, com a comunidade e os grupos da localidade, con-
tando com plena e decisiva colaboração de todos os participantes. 
Também livros e publicações sobre o tema serviram como alimento, acompanha-
mento e fontes de conhecimento, estudos e pesquisas.
REFERÊNCIAS
STRONG, Roy. O banquete. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
COMER bem, Dona Benta – 1001 receitas de bons pratos. 49ª ed. São Paulo: Compa-
nhia Editora Nacional, 1963.
SIMON, François. Comer é um sentimento. São Paulo: Senac, 2006.
CARNEIRO, Henrique. Comida e sociedade – uma história da alimentação. Rio de
Janeiro: Campus, 2003. 
CULINÁRIA da Vovó Rina. São Paulo: Formar, v.1-3.
CORREIA, M. P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de 
Janeiro: Ministério da Agricultura, 1975, v.6. 
ZURLO, Cida; BRANDÃO, Mitzi. As ervas comestíveis: descrição ilustração e receitas. Rio 
de Janeiro: Globo, 1989.
BRILLAT-SAVARIN, Jean. A � siologia do gosto. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 
MONTANARI, Massimo. A fome e a abundância: história da alimentação na Europa.
3ª ed. Bauru: EDUSC, 2003.
CAMARGO, Maria Thereza Lemos Arruda. Medicina popular – Aspectos metodológi-
cos para pesquisa – garrafada. São Paulo: Almed, 1985.
ARAÚJO, Alceu Maynard. Medicina rústica. São Paulo: Brasiliana, 1977.
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FERRI, Mário Guimarães. Plantas do Brasil: espécies do cerrado. São Paulo: Edgard 
Blucher, 1969.
AZEVEDO, Téo. Plantas medicinais, benzeduras e simpatias. São Paulo: Global, 1987.
CONCEIÇÃO, Moacir. As plantas medicinais no ano 2000. São Paulo: Tão, 1982.
HAMILTON, Cherie Yvonne. Os sabores da lusofonia. São Paulo: Senac, 2005.
KURLANSKY, Mark. Sal, uma história do mundo. São Paulo: Senac, 2004.
JACOB, Heinrich Eduard. Seis mil anos de pão. São Paulo: Nova Alexandria, 2003.
LAINETTI, Ricardo; BRITO Nei R. S. A saúde pelasplantas e ervas do mundo inteiro.
Rio de Janeiro: TecnoPrint, 1980.
LIMA, Cláudia. Tachos e panelas: historiogra� a da alimentação brasileira. Recife: 
Autora, 1999.
Anais do XXXII Congresso Nacional de Botânica – UFOP, 1986.
 
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SEBRAE-MG
Agosto a dezembro de 2008
ISBN 978-85-86428-66-1
Av. Barão Homem de Melo, 329
Nova Granada – BH – CEP 30431-285 – Tel.: 0800 570 0800
www.sebraemg.com.br