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Resenha do filme Justiça para todos - uma análise jurídica

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ANÁLISE DE FILMES 
JUSTIÇA PARA TODOS 
 O presente trabalho se propõe a dissertar sobre a vida e comportamento de 
algumas personagens do filme Justiça para todos, de 1979 à luz da Constituição Federal 
e legislação brasileira. 
Já na primeira cena, onde Ralph, uma travesti negra está sendo conduzida à cela 
de uma delegacia, identificamos uma infração à Constituição Federal Brasileira que em 
seu artigo 5º, inciso XLIX diz “é assegurado aos presos o respeito à integridade física e 
moral”. Ralph está sendo acusada de assalto à mão armada (Art. 157, § 2º, I, CP) e na 
cena, os policiais debocham da opção sexual dela tirando-lhe as vestes e exibindo aos 
outros presos. Também nessa cena conhecemos o personagem principal da trama, o 
advogado, Arthur Kirkland que é visto junto a presos comuns, depois de passar a noite 
na cadeia por desacato (Art. 331, CP) ao juiz Henry Fleming - a personificação do lado 
mais corrupto e arrogante da lei. 
Arthur Kirkland, interpretado por Al Pacino é um advogado idealista que preza 
além de uma defesa técnica e ética fato este que o coloca em delicadas situações 
perante o judiciário. 
No julgamento de Robert Wenke podemos identificar outra ofensa à 
Constituição Federal. Nessa cena a sentença do juiz é completamente descabida e não 
permite o contraditório e ampla defesa (Art. 5º, § LV, CF) 
A história começa a mudar quando Arthur recebe com surpresa a notícia de que 
o juiz Fleming foi preso, acusado de estupro (Art. 213,CP), e ironicamente o magistrado 
faz questão de ser defendido por ele, pois como todos sabem da rivalidade que existe 
entre os dois Kirkland só o defenderia se tivesse certeza da sua inocência. Numa 
evidente manobra para comoção geral. Em retribuição, Fleming promete rever um caso 
no qual Arthur tenta pôr em liberdade um cliente inocente, que está preso há dezoito 
meses simplesmente porque o juiz se negou a abrir vistas ao processo devido ao atraso 
na apresentação destas novas provas (Art. 143, NCPC). 
A inimizade entre o juiz e advogado que estão atrelados nos mesmo processos 
não é admitida no ordenamento jurídico brasileiro onde existem formas legais de 
impedir que um juiz sendo amigo de uma das partes seja impedido de participar do 
processo (Art. 254, CPP). 
 Ao se negar a aceitar ocaso, Arthur é coagido sob ameaça de banimento da 
Ordem por um antigo processo de quebra de confiança dele para com um cliente. (Art. 
34, inciso VII da lei 8.906/94 - Estatuto da Advocacia e da OAB). Acaba aceitando o caso 
e, diante das evidências (teste de polígrafo e testemunha ocular), passa a acreditar na 
inocência do juiz, no entanto, no meio do processo ele recebe fotos comprometedoras 
do juiz junto com a garota que o acusa de estupro e também com o chefe do Comitê de 
Ética. Então, para surpresa de todos, no julgamento, em suas alegações finais, Arthur 
inicia defendendo o réu mas muda seu discurso no meio e diz que ele é de fato culpado. 
(Art. 2º, Código de Ética da OAB). 
No julgamento do caso do juiz Fleming, Arthur age contra seu cliente ao 
anunciar/denunciar que ele cometeu o crime o qual esta sendo acusado e que é 
realmente culpado. Embora o advogado sempre se mostrasse um profissional ético e 
justo, e só assumiu o caso de Fleming por ter acreditado no mesmo quando ele se 
declarou inocente, ele não poderia ter se voltado contra o juiz, seu cliente. Tal ato não 
constitui apenas uma sanção disciplinar, constitui um crime. (Art. 355, CP) 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
- Código de Ética da OAB 
- Código de Processo Penal Brasileiro 
- Código Penal Brasileiro - Lei 2.848/1940. 
- Estatuto da Advocacia e da OAB – Lei 8.906/94 
- Filme Justiça para Todos. Direção: Norman Jewison. EUA, 1979.

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