Buscar

A teoria do Estresse

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE PSICOLOGIA
A teoria do Estresse
LILYANE PIRES DE MORAIS
GOIÂNIA/GO
2014
Este trabalho cumpre exigência
Parcial da disciplina
Neurofisiologia com a orientação da
Professora. Ms. Letícia Firmino Rodrigues
                                                                
                                                               
GOIÂNIA/GO
2014
Introdução
Este trabalho procurou explicar sobre a teoria do estresse e sua definição.
 Estresse a doença do século XX
As exigências impostas à população pelas mudanças da vida moderna e, consequentemente, a necessidade de ajustar-se à tais mudanças, acabaram por expor as pessoas à uma frequente situação de conflito, ansiedade, angústia e desestabilização emocional. O estresse surge como uma conseqüência direta dos persistentes esforços adaptativos do indivíduo à sua situação existencial. O estresse nem sempre é um fator de desgaste emocional e físico, e sim, é um mecanismo natural de defesa do organismo. Recebem-se os estímulos internos e externos através do sistema nervoso e dependendo da forma com que esses estímulos são enfrentados poderão provocar alterações psicológicas e biológicas negativas, podendo levar ao estresse crônico (FAVASSA; ARMILIATO; KALININE, 2005).
Em 1992, a Organização Mundial de Saúde, a OMS, chamou o Estresse de "a doença do século 20" (SOUZA et al., 2002). Atualmente, o estresse afeta mais de 90% da população mundial e é considerado uma epidemia global que não mostra sua verdadeira fisionomia. Na verdade, sequer é uma doença em si: é uma forma de adaptação e proteção do corpo contra agentes externos ou internos (BAUER, 2002). As doenças que atingem o ser humano agora são aquelas caracterizadas pelo acúmulo lento e progressivo de danos. Recentemente, uma série de trabalhos médicos confirmaram a importância do estresse nas doenças do coração, de pele, gastrointestinais, neurológicas e de desordem emocional, e também relacionado a uma série de desordens ligadas ao sistema imunológico, de defesa do organismo, que vão desde o resfriado comum até o câncer (BAUER, 2002)
Teoria do estresse
 O que é o estresse
 O estresse sempre existiu, desde a antiguidade. As primeiras referências à palavra stress, com significado de "aflição" e "adversidade", são do século XIV e, no século XVII, o vocábulo de origem latina passou a ser utilizado em inglês para designar opressão, desconforto e adversidade (ALMEIDA; BASTOS, 2007). Nas últimas décadas, a grande exigência imposta as pessoas pelas mudanças da vida moderna, passou a exigir do ser humano uma grande capacidade de adaptação física, mental e social, fazendo com que as pessoas ficassem expostas a uma frequente situação de conflito, ansiedade, angústia e desestabilização emocional. O estresse surge como uma conseqüência direta dos persistentes esforços adaptativos Do indivíduo à sua situação existencial (BALLONE, 2002)
 Em 1936 o fisiologista canadense Hans Selye introduziu o termo "stress" no campo da saúde para designar a resposta geral e inespecífica do organismo a um estressor ou a uma situação estressante. Posteriormente, o termo passou a ser utilizado tanto para designar esta resposta do organismo como a situação que desencadeia os efeitos desta (FAVASSA; ARMILIATO; KALININE, 2005
Outro termo importante no estudo do estresse é o termo estressor ou esgotador, que indica um evento ou acontecimento que exige do indivíduo uma reação adaptativa à nova situação; a essa reação se dá o nome de cooping (ing. lidar). Tais reações de coping ou adaptação podem ser funcionais ou disfuncionais, conforme cumpram ou não sua função na superação da situação na adaptação a ela. Os estressores, dependendo do grau de sua nocividade e do tempo necessário para o processo de adaptação, dividem-se em
Acontecimentos biográficos (eventos da vida) críticos (ing. Life events): são acontecimentos localizáveis no tempo e no espaço, que exigem uma reestruturação profunda da situação de vida e provocam reações afetivo-emocionais de longa duração. Esses acontecimentos podem ser positivos e negativos e ter diferentes graus de normatividade, ou seja, de exigência social. Exemplos são casamento, nascimento de um filho, morte súbita de uma pessoa, acidente, etc;
Estressores traumáticos: é aquele em que, uma vez a ele
Exposto, o sujeito poderá sofrer conseqüências psíquicas por um tempo longo, podendo chegara décadas, mesmo após seu afastamento do mesmo. O evento traumático grave inclui aspectos relacionados ao comprometimento da integridade física do próprio indivíduo ou de outrem.
Estressores quotidianos (ing. daily hassels): são acontecimentos desgastantes do dia a dia, que interferem no bem-estar do indivíduo e que veem essas experiências como ameaçadoras, dolorosas, frustrantes ou como perdas. São exemplos: problemas com peso ou aparência, problemas de saúde de parentes próximos que exigem cuidados, aborrecimentos com acontecimentos diários, níveis altos de som; (cuidados com a casa, aumento de preços, preocupações financeiras, etc.);
 estressores crônicos (ing. chronic strain): são (a) situações ou condições que se estendem por um período relativamente longo e trazem consigo experiências repetidas e crônicas de estresse (exemplos: excesso de trabalho, desemprego, etc.) e situações pontuais (ou seja com começo e fim definidos) que trazem consigo consequências duradouras (Exemplo: estresse causado por problemas decorrentes do divórcio).
RESPOSTA AO ESTRESSE
 Selye (1959) observou que o estresse apresenta três fases sucessivas, que representam o esforço, a persistência e a falência do mecanismo de adaptação aos agentes estressores. A fase de alerta é caracterizada por reações do eixo HPA em resposta ao evento estressor – trata-se de uma resposta de luta ou fuga que objetiva a preservação da vida. A fase de resistência se apresenta quando o estressor permanece presente por períodos prolongados ou se é de grande dimensão. O organismo, então, tenta recuperar o equilíbrio homeostático. Na fase de exaustão, o estresse ultrapassou a possibilidade de gerenciamento em virtude de o organismo ter exaurido a sua energia adaptativa. Essa fase está associada ao aparecimento de diversos problemas, tais como úlceras, gengivites, psoríase, hipertensão arterial, depressão, ansiedade, problemas sexuais, entre outros. Lipp (2003) propôs uma fase intermediária entre a resistência e a exaustão para o estresse emocional: a fase de quase-exaustão. Cada fase envolve uma sintomatologia diferenciada, que é acompanhada de mudanças hormonais correspondentes.
Nível fisiológico:
 Segundo Samulski, Chagas & Nitsch (1996) a reação fisiológica do estresse está ligada a dois sistemas: O sistema nervoso e o sistema de glândulas endócrinas.O caminho neural inicia com os receptores do sentido, abrangendo diversas áreas do cérebro acoplada umas as outras através de mecanismos de feedback e termina junto aos efetores da periferia do corpo. O sistema das glândulas endócrinas influencia os órgãos efetores, pela corrente sangüínea, através dos hormônios. A produção hormonal é regulade estimulada por áreas importantes do cérebro, mostrando a dependência entre o sistema nervoso e sistema endócrino. Estes sistemas apresentam formas diferentes de adaptação, o sistema nervoso depende de uma rápida e objetiva estimulação e o processo hormonal depende de uma ação global e de efeito duradouro. No centro do mecanismo do estresse aparecem os hormônios, os quais são classificados por Mason em Samulski (1996), de acordo com o tipo de ação. Estes podem ser de ação catabólica ou ação anabólica do mecanismo energético. Em relação as funções hormonais, destaca-se o hormônio como mensageiro de informações e como regulador dos processos orgânicos.
 Segundo Nitsch em Samulski (1996), existem duas possíveis reações fisiológicas do estresse no
organismo: eixo hipotálamo-hipófise-córtex da supra-renal e o eixo hipotálamo – medula suprarenal. Para Selye (1965), a reação hormonal do estresse é acentuada, sobretudo no eixo hipotálamo hipófise- córtex da supra-renal. Um grupo de células do hipotálamo libera uma substância denominada fator, que é um hormônio de liberação ou inibição, este é transportado para o lobo anterior da hipófise. O fator que irá estimular adeno-hipófise, será o hormônio de liberação da corticotropina (CRF). O CRF induzirá a adenohipófise a liberação do hormônio adrenocorticotrófica (ACTH) e este estimula a liberação de hormônios pelo córtex da supra-renal em especial os glicocorticoides, dentre esses se acentua o cortisol.
Alterações psicológicas ligadas ao estresse
 Segundo Fontana (1994), os efeitos psicológicos podem ser divididos em efeitos cognitivos, ligados ao pensamento e ao conhecimento; efeitos emocionais, ligados aos sentimentos, emoções e personalidade; efeitos comportamentais gerais, relacionados igualmente a fatores cognitivos e afetivos.
Efeitos cognitivos do excesso de estresse
De acordo Fontana (1994), os efeitos cognitivos do excesso de estresse são o decréscimo da concentração e da extensão da atenção: a mente encontra dificuldades para permanecer concentrada, diminuem os poderes de observação; aumenta a desatenção: a linha do que está sendo ensinado ou dito é perdida com freqüência, mesmo no meio de frases; deteriora-se a memória de curto e longo prazo: reduz-se a amplitude da memória; a lembrança e o reconhecimento diminuem, mesmo a respeito de materiais familiares; a velocidade de resposta torna-se imprevisível: a velocidade real de resposta reduz-se, as tentativas de compensação podem levar a decisões apressadas; aumenta o índice de erros: como conseqüência de todos os itens anteriores, os erros aumentam em tarefas manipulativas e cognitivas, as decisões tornam-se suspeitas; deterioram-se os poderes de organização e planejamento a longo prazo: a mente não pode avaliar com exatidão as condições existentes nem prever as conseqüências futuras; aumentam as ilusões e os distúrbios de pensamento: o teste da realidade torna-se menos eficiente, a objetividade e os poderes de crítica são reduzidos, os padrões de pensamento tornam-se confusos e irracionais.
Efeitos emocionais do excesso de estresse
Os efeitos emocionais do excesso do estresse citados por Fontana (1994) são o aumento das tensões físicas e psicológicas: reduz-se a capacidade de relaxamento do tônus muscular, de se sentir bem e de se desligar das preocupações e ansiedades; aumenta a hipocondria: queixas imaginárias acrescentam-se aos males reais do estresse, desaparecem as sensações de saúde e de bem-estar; ocorrem mudanças nos traços de personalidade: pessoas asseadas e cuidadosas podem se tornar desleixadas e relaxadas, pessoas carinhosas podem ficar indiferentes, as democráticas transformam-se em autoritárias; crescem os problemas de personalidade existentes: pioram a ansiedade, a supersensibilidade, a defensiva e a hospitalidade já existentes; enfraquecem-se as restrições de ordem moral e emocional: os códigos de comportamento e de impulso sexual enfraquecem, aumentam as explosões emocionais; aparecem a depressão e a sensação de desamparo: o entusiasmo cai ainda mais, surge um sentimento de impotência para influenciar os fatos ou os próprios sentimentos a respeito deles; a auto estima diminui de forma aguda: desenvolvem-se sentimentos de incompetência e de inutilidade.
Efeitos comportamentais gerais do excesso de
estresse
Os efeitos observados, segundo Fontana (1994) são o aumento dos problemas de articulação verbal: aumentam os problemas já existentes de gagueira e hesitação, podendo surgir em pessoas até então não afetadas; diminuem os interesses e o entusiasmo: os objetivos de vida podem ser abandonados, passatempos podem ser esquecidos, objetos de estimação vendidos; aumenta a absenteísmo: atrasos ou falta no trabalho por doenças reais ou imaginárias ou por desculpas inventadas tornam-se um problema; cresce o uso de drogas: torna-se mais evidente o abuso de álcool, cafeína, nicotina e medicamentos ou drogas; abaixam os níveis de energia: os níveis de energia caem ou podem variar de forma marcante de um dia para outro, sem razão aparente; rompem-se os padrões de sono: ocorre dificuldade para dormir ou para permanecer adormecido por mais de quatro horas; aumenta o cinismo a respeito dos clientes e colegas: desenvolve-se a tendência de jogar a culpa sobre os outros; ignoram-se novas informações: são rejeitadas até mesmo novas regulamentações ou novos acontecimentos potencialmente úteis; responsabilidades transferidas para outros: são adotadas soluções paliativas e de curto prazo, e abandonadas as tentativas de aprofundamento e de acompanhamento, em algumas áreas, ocorrem “desistências”; surgem padrões bizarros de comportamento: surgem maneirismos estranhos, imprevisibilidade e comportamentos não característicos, podem ocorrer tentativas de suicídio:
surgem frases como “acabar com tudo” e “é inútil continuar”. Fontana (1994) destaca que e a incidência desses efeitos negativos pode variar de um indivíduo para outro. Poucas pessoas apresentam todos eles e que o grau de severidade também varia de pessoa para pessoa.
Considerações finais
Baseado nas reflexões apresentadas, foi verificado que o estresse nem sempre é um fator de desgaste emocional e físico, e sim, é um mecanismo natural de defesa do organismo. Recebem-se os estímulos internos e externos através do sistema nervoso e dependendo da forma com que esses estímulos são enfrentados poderão provocar alterações psicológicas e biológicas negativas, podendo levar ao estresse crônico. Nesse caso, ocorrem alterações fisiológicas que poderão desencadear vários tipos de doenças psicossomáticas
Referencias bibliograficas
Revista de Psicologia da UnC, vol. 2, n. 2, p. 84-92
www.nead.uncnet.br/revista/psicologia
Ballone, G. J. (2002) Stress. [on line] In: Psiq Web Psiquiatria Geral, 2002. Disponível na Word Wide Web:
<http://www.psiqweb.med.br/cursos/stress>.
Braga, Aline Moreira et al. (1999) O estresse forte e o desgaste geral.[online] 2002. Revista de psicologia.
Disponível na Word Wide Web:<http://www.icb.ufmg.br/lpf>.
Cunha, M. S. R. da.; Almeida, C. (1992). O conceito de "stress"; uma reflexão crítica. trabalho apresentado no VIII congresso brasileiro de medicina psicossomática, São Paul.
Castiel, L. D. (1994). O stress na pesquisa biomédica e epidemiológica: as limitações do modelo de risco no estudo do processo saúde-doença. in:_____. O buraco e o avestruz; a singularidade do adoecer humano. Campinas: papirus, p. 127-69.        
ALMEIDA FILHO, N. Avanços conceituais em Epidemiologia. Conferência
Pronunciada em 30 ago. 1991. Rio de Janeiro: ENSP/FIOCRUZ, 1991.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando