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MÉTODOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE PARASITAS NO SANGUE E TECIDOS UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI-URCA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE-CCBS DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM-DENF CURSO DE ENFERMAGEM- 3°SEMESTRE DISCENTE: JOSÉ EDUARDO PEREIRA ALCÂNTARA CRATO-CE 2018 Introdução: Atualmente diversas doenças parasitárias interferem na qualidade de vida da população causando agravos à saúde daqueles que por elas são acometidos. Brasil clima tropical propício para o desenvolvimento de complexos ecossistemas e de variadas formas de vida (entre elas também se encontram muitos micro-organismos e parasitas), estão intimamente associados a forma de vida da população que por vezes favorece diretamente para seu surgimento e desenvolvimento. Após uma infecção por um agente patológico que possa ser prejudicial a melhor opção é sempre um bom diagnóstico e alguns dos métodos utilizados para esse controle são os exames parasitológicos de sangue. Os métodos para a identificação desses parasitos consistem em examinar microscopicamente uma gota de sangue do paciente colocada sobre uma lâmina, observando o parasita vivo ou fixado e corado em esfregaços; Doenças como a malária, a filariose brancroftiana, a babesiose, e a doença de chagas em sua fase aguda apresentam formas ou estágios no sangue e por isso podem ser diagnosticadas pelos exames parasitológicos de sangue; Esses métodos de identificação deverão ser realizados imediatamente no momento em que é feita a coleta do material de amostra, caso não seja possível no momento a amostra deverá ser adequadamente bem conservada através do uso de anticoagulantes como heparina ou citrato para posterior análise; Coleta de sangue Os locais mais usados são polpa digital do anular esquerdo ou lóbulo da orelha, onde a pele é fina e há boa irrigação sanguínea; Com o algodão molhado em álcool ou álcool iodado puro, limpa-se a superfície escolhida. Com o alfinete, previamente esterilizado, faz–se uma pequena picada na pele. Por compressão, sai pequena gota de sangue, a qual poderá ser examinada. Obs.: ao fazer a picada, o dedo ou o lóbulo da orelha devem estar bem secos. Caso estejam molhados pelo desinfetante ou suor, haverá hemólise das hemácias. Métodos de exame: Direto: Como o próprio nome sugere a gota de sangue deve ser coletada diretamente no centro da lâmina, coberta por uma lâmina e examinada imediatamente após a coleta; Caso seja necessário retardar o processo de coagulação, uma ou duas gotas de salina devem ser adicionadas a solução; Ao levar a solução ao microscópio, poderão ser vistos os parasitos que estejam presentes, além disso torna-se viável observar sua movimentação. Coleta de sangue Em esfregaços: É uma técnica que permite a separação de células em meio líquido. Consiste em espalhar um fragmento de tecido ou de uma colônia sobre uma lâmina de vidro, o que provoca a dissociação de alguns elementos celulares e a sua aderência ao vidro; Existem dois tipos de esfregaço o que é feito em camada delgada (gota estirada) e o esfregaço em camada espessa (gota espessa); O primeiro é mais utilizado para a identificação da forma e da espécie de vários parasitos, pois quando é devidamente realizado os parasitas podem ser vistos nitidamente. COLETA DE SANGUE O segundo é mais utilizado em diagnóstico epidemiológico, é um método de enriquecimento, ou seja a gota de sangue é disposta numa pequena área e então pode ser examinada. Confere maior economia de tempo porém sua especificidade é dificultada Esfregaço em camada delgada(gota estirada): Colocar uma gota de sangue na extremidade direita de uma lâmina (esta deve estar apoiada sobre a mesa); Pegar outra lâmina, segurar por cima com a mão direita e, com uma inclinação de 45°, encostar adiante da gota; Deixar a mesma se espalhar pela superfície de contato das duas lâminas; Puxar a gota espalhada até o fim da lâmina; Secar por agitação vigorosa imediatamente (se não secar rápido, haverá hemólise das hemácias); Corar pelo Giemsa ou Leishman conforme indicado adiante. Esfregaço em gota espessa: Colocar 5 mm³ de sangue na lâmina; Com o canto de outra, espalhar essa gota numa área de 1 cm²; Deixar secar ao ar durante seis a 36 horas; Entre seis e 36 horas (não ultrapassar esse período), corar pelo Giemsa (uma gota de solução-estoque por mL de solução-tampão); Deixar em repouso por 30 minutos; Lavar e examinar. Esfregaço em gota espessa: Caso o esfregaço tenha secado por mais de 36 horas, deve-se então proceder assim: colocar a Lâmina com a gota espessa numa vasilha com água destilada; deixar em repouso por dez minutos, para desemoglobinizar; retirar a lâmina cuidadosamente; deixar secar por alguns minutos; fixar pelo álcool metílico (dois minutos) e corar pelo Giemsa (30 minutos). Corantes: Os mais utilizados são os corantes do tipo Romanowky, sendo mais comumente o Giemsa e o Leishman Giemsa: Azur II eosina ....................................................0,30 g Azur II ................................................................0.08 g Glicerina .............................................................12,50 g Álcool metílico ................................................. 37,50 g Esta é a solução-estoque. Pode ser preparada em laboratório ou comprada pronta. Para ser usada, deve ser diluída em solução- tampão da seguinte forma: três gotas de corante-estoque, para cada 2 ml de tampão. A solução-tampão, com pH 7,2, é assim preparada: Solução-estoque A: fosfato de sócio secundário (dissódico): dissolver 11,866 g desse em 1.000 ml de água destilada; Solução-estoque B: fosfato de potássio primário (monopotássico): dissolver 9,073 desse em 1 .000 ml de água destilada. Essas soluções-estoques devem ser mantidas em geladeira. Na hora de usar, misturar 72,5 ml da solução A, com 27,4 ml da solução B. Para se corar pelo Giemsa, após feito o esfregaço, proceder da seguinte maneira: Fixar pelo álcool metílico: cinco gotas por dois minutos; Preparar o corante: três gotas do Giemsa para 2 mL da solução-tampão; Cobrir o esfregaço e deixar em repouso por 20 a 30 minutos; Escorrer o corante e lavar em água corrente; Deixar secar e examinar ao microscópio. Leishman: Compra-se no comércio o pó, que é uma mistura de azul de metileno e eosina. Para se preparar o corante, dissolve-se 0,15 g do pó em 100 ml de álcool metílico. Agitar frequentemente, pelo espaço de três dias, quando estará pronta para o uso. Para se corar pelo Leishman, após feito o esfregaço, proceder da seguinte maneira: cobrir o esfregaço com seis ou sete gotas de corante; deixar agitar (fixar) por 15 segundos, no máximo; adicionar então 12 a 14 gotas de solução-tampão; homogeneizar, soprando o corante com a pipeta e deixar em repouso por 20 minutos; escorrer o corante e lavar em água corrente; deixar secar e examinar ao microscópio. O esfregaço corado pelo Leishrnan não necessita de fixação prévia pelo álcool metílico, pois este já faz parte da fórmula do corante. Em geral, as lâminas preparadas por esse método não são muito duráveis nem tão perfeitas quanto pelo método de Giemsa, mas é uma técnica muito utilizada, em vista da rapidez e facilidade de execução. Nota: no comércio existe, atualmente, um ótimo corante, já pronto para uso, denominado Corante Pan-ótico Rápido, que substitui, perfeitamente, o Giemsa e o Leishman. Métodos indiretos para diagnósticos parasitológico Inoculação em animais: Consiste basicamente em inocular um patógeno, droga, medicamento ou outroobjeto de estudo em animais utilizados para fins de teste e em seguida observar as alterações entendendo os mecanismos de ação do determinado objeto de estudo; Até momento este método tem sido utilizado para separar as cepas de T. Cruzi no sangue dos pacientes em fase aguda por meio de inoculação geralmente em camundongos ou ratos . Meios de cultura Hemocultura consiste basicamente em usar o sangue como um meio de cultura desses patógenos, para isso é necessária a coleta, separação do plasma por centrifugação e termo regulação (ambiente propício de 26 a 28°) para observar a presença e ação dos agentes patogênicos. Essa técnica pode ser utilizada repetidamente em pacientes chagásicos submetidos a quimioterapia específica a fim de acompanhar a evolução e o processo de cura da doença. Além de complementar os diagnósticos. Meios de cultura Meio de cultura LIT (LIVER INFUSION TRIPTOSE) é propicio para a realização da hemocultura. Como preparar: Dissolver o infuso do fígado em 200 ml de H2O destilada, em banho-maria ou chama de gás; Filtrar em algodão ainda quente; Recolher o filtrado e juntar com os ingredientes das soluções 1 e 2; Acertar o pH entre 7,2 e 7,4; Acrescentar 100ml (10%) de soro bovino Inativar a 68ºC durante uma hora, agitando o meio de cinco em cinco minutos; Acrescentar 20ml (2%) de hemoglobina; Acrescentar antibióticos: Penicilina G potássica: 200U/ml; Estreptomicina: 50 a 100mg/ml; Filtrar Zeits e distribuir como desejar. Cultura celular In vitro: consiste em propiciar um meio de cultura para que os agentes do objeto de estudo se desenvolvam As técnicas de cultura celular in vitro têm sido relatadas com sucesso para o isolamento e passagens sucessivas do T.cruzi em laboratório. Essa técnica foi mais efetiva do que a hemocultura e inoculação intracranial de camundongos no isolamento de tripomastigotas do sangue de animais infectados. Todavia, a cultura celular in vitro não é aplicada como técnica de rotina para o isolamento do T.cruzi de humanos. Elisa: (do inglês “Enzyme Linked ImmunonoSorbent Assay) se baseia reações antígeno-anticorpo detectáveis através de reações enzimáticas. A enzima mais comumente utilizada nestas provas é a peroxidase. O anticorpo estará “marcado”(ligado) a uma enzima. É o que permite classificar a amostra como positiva ou negativa. Quando há a ligação do anticorpo com a enzima, é adicionada um substrato o que modificará o cor do meio. A cor é que nos dará a positividade ou a negatividade da amostra. Para todos os procedimentos é usado as microplacas. Que é uma placa onde teremos vários poços. Já teremos no fundo dos poços anticorpos específicos para a patologia do paciente. Se nessa amostra tiver o antígeno procurado, vai haver a ligação com os anticorpos que estão no fundo do poço. Depois é feto a incubação, ou seja o tempo necessário para a ligação. Adição do anticorpo conjugado que já vem ligado à enzima. Ele é extremamente especifico para o antígeno que se está buscando. Então só irá ocorrer a ligação se lá no fundo for o antígeno especifico para aquela patologia. É feita a lavagem Conformação de “sanduiche” É adicionada o substrato para a enzima Reação constante, promovendo a alteração de cor constantemente. Para que essa alteração de cor não prejudique o teste, é utilizada uma substancia de parada, que é um acido. Tradicionalmente usado o ácido sulfúrico Daí é feita a leitura (mais confiável com o aparelho). Ao contrario do ELISA direto, no fundo do poço teremos o antígeno para patologia que estamos tentando identificar. Adição da amostra do paciente. Com a adição da amostra pode vim o antígeno também, como é o ELISA indireto, interessa apenas o anticorpo especifico para a doença. Acontece a ligação do anticorpo que estava na amostra do paciente com o antígeno que estava no fundo da poço. É feita a lavagem. Adição do anticorpo conjugado. OBS: Esse anticorpo conjugado não é especifico para o antígeno, ele é específico para o anticorpo. anticorpo anti-anticorpo ( porque é especifico para se liga na porção Fc do anticopo da mostra. Incubação e lavagem Adição de substrato Mudança de cor constante Adição da substancia de parada(H2SO4) Observação do resulta através do aparelho ou a “olho nu”. Diferente do ELISA direto, a intensão nesse também é localizar os anticorpos específicos(os anticorpos que estão sendo produzido para patologia estudada). Técnica indireta Se houver a presença dos anticorpos na amostra, eles irão se ligar. É feita uma lavagem Adição do antígeno Biotinilado(atigeno marcado com uma proteína chamada biotina. O Biotinilado tem a capacidade de se ligar apenas ao anticorpo especifico para a patologia buscada. (Aí vocês perguntam porque esse anticorpo(azul) não se ligou ao Biotinilado.) É feita a lavagem Adição da enzima (livre) Ela(enzima) tem a finidade com a biotina Ocorre a ligação Adição do substrato Mudança de cor constante Adição da substancia de parada * Se esse paciente não tivesse a substancia especifica para a patologia, ou se tivesse só ligação não-especifica, o antígeno Biotinilado não se ligaria. A adição da enzima não iria se ligar. E não teria a alteração de cor. LEITURA CONTRÁRIA Ira ser colocada a amostra do paciente Esse teste tenta localizar antígenos(logo, é uma técnica direta) Se o paciente tiver antígenos que tenha AFINIDADE com os anticorpos do fundo da placa, eles vão se ligar. O ELISA de competição é um teste que serve para confirmar que paciente não é positivo. É adicionada o antígeno Biotinilado, mas nesse teste ele tem função diferente. O Biotinilado irá competir pelo sitio de ligação Mas ele só vai tomar o lugar se o antígeno não for específico.( O que ocorre é antígenos podem se ligar aos anticorpos pelas chamadas reações cruzadas) Se for o caso nesse teste, o Biotinilado irá conseguir tomar o local dele. Nesse caso (como já dito antes) a leitura é contrária porque só teremos alteração de cor da amostra se o Biotinilado se ligar. Lavagem Adição da enzima Adição do substrato Com isso eu digo q o paciente é negativo. Artigo : Técnica de Xenodiagnóstico na Moléstia de chagas Dr. Emmanuel Dias (Instituto Oswaldo cruz) É um método diagnóstico utilizado para documentar a presença de um patógeno causador de uma doença infecciosa pela exposição de material infectado a um vetor e então examiná-lo afim de detectar o micro organismo responsável; Utilizado para diagnóstico da doença de chagas especialmente na sua fase crônica; Utilização de ninfas em determinados estádios de acordo com a espécie de tripanossoma a ser avaliada. O exame: Deve ser realizado de 30 a 60 dias após o repasto sanguíneo; As fezes e a urina dos triatomíneos devem ser coletadas por compressão ou dissecação; Devem ser colocadas em solução fisiológica; Posteriormente serão examinadas ao microscópio em médio aumento para pesquisas de formas epigmastigotas e tripomastigotas metacíclicas do protozoário. Para garantir que o exame seja adequadamente realizado os insetos utilizados devem provir de criação de laboratório e isentos de qualquer infecção de flagelados A idade média dos barbeiros (fase de ninfa) é ideal para o exame Numero de 3 a 6 exemplares a cada coleta para obtenção de uma melhor amostra Animais vazios ou seja famintos propiciam uma amostra adequada O tempo de aplicação é de 15 a 30 minutos ou até os insetosse encherem de sangue Após isso o inseto è colocado em um tubo de ensaio com tampa de rolha ou de preferência algodão ou gaze presa com elástico Podem ser feitos o exame de dejeções a fresco ou dissecação dos insetos para análise Obs: Xenodiagnóstico também pode ser realizado de forma artificial em particularidades como hospitais que não se admite a entrada de triatomíneos ou em pacientes hiper-alérgicos que apresentam reações adversas ou recusa a aplicação do xenodiagnóstico Em resumo... Os métodos indiretos como o xenodiagnóstico e a hemocultura podem ser utilizados para diagnóstico na fase crônica da doença de chagas A cultura e a inoculação em animais são métodos que mais convém dentro de Laboratórios. O xenodiagnóstico é método que mais convém às investigações Epidemiológicas extensas. OBRIGADO!!! eduardoalcantara026@gmail.com
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