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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ CIÊNCIAS CONTÁBEIS CAROLINE ISIDORO SOARES MORAES SOMBRA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: ATIVIDADE ESTRUTURADA FORTALEZA CE 2016 INTRODUÇÃO A contabilidade tem por objeto o patrimônio e por finalidade registrar os fatos e produzir informações propiciando possibilidades de planejamento e controle do mesmo. Para Marion (2008, p.23), a “Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões. ” Sendo assim, a análise das demonstrações financeiras é uma ferramenta à disposição das pessoas que se relacionam ou pretendem se relacionar com a empresa, ou seja, os usuários da informação contábil ou financeira sejam eles internos ou externos, essa ferramenta permite diagnosticar o empreendimento, revelando os pontos críticos e permitindo apresentar um esboço das prioridades para a solução dos problemas, além de permitir uma visão estratégica dos planos da empresa, bem como estima o seu futuro, suas limitações e suas potencialidades. Analise das Demonstrações Financeiras é o estudo da situação patrimonial de uma empresa, tendo como objetivo oferecer um reconhecimento sobre a atual conjuntura econômico- financeira da entidade, manuseando relatórios gerados pela Contabilidade e outras informações imprescindíveis à análise, relacionando-se prioritariamente a utilização por parte das pessoas interessadas levando-as a uma tomada de decisão. Para que a análise das demonstrações venha gerar os seus efeitos ela terá que ser tempestiva, pois a mesma é responsável pela permanência e ininterrupção da empresa, mostrando em seus relatórios a capacidade financeira e econômica da instituição. Segundo o autor Ricardo J. Ferreira “Análise das Demonstrações Contábeis, também denominadas análises de balanços, análise das demonstrações econômico-financeiras, análise contábil etc., é a técnica contábil que consiste na decomposição, comparação e interpretação das demonstrações contábeis. ” Para Matarazzo (1998, p.17): “As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A Análise de Balanço transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir. ” Desta forma pode-se firmar que a Análise se traduz numa averiguação detalhada da composição qualitativa e de sua representação quantitativa, através de procedimentos utilizados pelos auditores para obtenção de conclusões acerca da situação econômica e financeira da instituição ou de diferente aspecto pertencentes com a entidade, de acordo com as relevâncias dos stakeholders. A importância da Análise Financeira de Balanço Tanto na aplicação como nas bibliografias observa-se que a análise financeira e de balanço é uma das funções mais árdua e complicada onde requer técnicas complexas entre as incontáveis que os contabilistas dispõem para incumbência de auxiliar no crescimento das empresas, ou seja, não se estabelece numa comum apuração de índices cujo formato já se encontram prontos ou palpáveis, o imenso desafio da dificuldade do tema é exatamente o parecer ou interpretação destas operações ou índices obtidos. Portanto, ainda sobre a questão da importância da análise o Professor Sergio de Iudicibus (1995, p:67) alerta: “É muito, mas útil calcular certo número selecionado de índices e quocientes, de forma consistente, de período para período, e compara-los com padrões pré-estabelecidos e tentar a partir daí, tirar uma ideia de quais problemas merecem uma investigação maior, do que apurar dezenas e dezenas de índices, sem correlação entre si, sem comparações e ainda pretender dar um enfoque e uma significação absolutos a tais índices e quocientes”. A Análise das Demonstrações se torna em um poderoso relatório para a administração, pois através dela terá uma tomada de decisão que trará resultados bastante preciso para o patrimônio da empresa. Durante a análise será possível diagnosticar o crescimento e os pontos críticos da entidade, permitindo uma visão estratégica para soluções de problemas e crescimento futuro, medindo suas limitações e potencialidades. Padronização das Demonstrações Financeiras Sem postergar as diretrizes especificadas peça lei nº 6404/1976 e contemplando os princípios da contabilidade permitido, o especialista irá fazer algumas adequações fundamentais nas demonstrações, ou seja, algumas contas terão que ser alocadas e até mesmo ocorrerá junções das mesmas onde os seus montantes não seriam tão relevantes para a análise. Ao fazer uma análise de balanço o primeiro passo seria examinar minuciosamente as evidências das Demonstrações Financeiras, pois a mesma intenta: Simplificar o número de contas apresentadas; Torna-las acessíveis as comparações; Adequá-las aos objetivos da análise; Ser preciso nas classificações das contas; Revelações das inexatidões contidas. As diretrizes para Análise Financeira Matarazzo (1995, p.17) afirma: “A Análise de Balanços objetiva extrair informações das Demonstrações financeiras para a tomada de decisões. ” Para iniciarmos uma análise poderemos seguir algumas sequencias que nos ajudarão no decorrer da observação. Apurações dos índices juntos aos relatórios contábeis; Comparações dos índices; Diagnósticos e conclusões; Tomada de decisões. Formas para Análise das Demonstrações Financeiras Os processos mais utilizados para avaliação da análise das demonstrações contábeis são: Índice de Estrutura de capital; Análise Horizontal; Análise Vertical; Análise por quocientes; Índices de liquidez Índices de rotação Índices de rentabilidade Análise dos ciclos: Operacional e Financeiros; Analise dos indicadores financeiros. Iremos conhecer as definições e quais são as interpretações dando como exemplo um Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício para intensificar os estudos. Atuaremos com uma empresa de grande porte na área de calçados que tem suas demonstrações publicadas pela BM&Bovespa. ATIVO: GRENDENE S.A. MODELO DE PADRONIZAÇÃO DE BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA GRENDENE S.A 31/12/2004 31/12/2005 VA A.H(%) A.V.(%) VA A.H.(%) A.V.(%) ATIVO Circulante - Financeiro - Disponível 332.774,00 100,00 31,69 510.760 153,49 44,05 - Aplicações Financeiras Sub-Total 332.774,00 100,00 31,69 510.760,00 153,49 44,05 - Operacional - Clientes 369.764,00 100,00 35,21 329.319 89,06 28,40 - Estoques 134.546,00 100,00 12,81 100.320 74,56 8,65 - Outros 39.110,00 100,00 3,72 29.706 75,95 2,56 Sub-Total 543.420,00 100,00 51,75 459.345,00 84,53 39,62 Total do A. C. 876.194,00 100,00 83,44 970.105,00 110,72 83,67 R. L. P. 1.814,00 100,00 0,17 5.968 329,00 0,51 PERMANENTE - Investimentos 1.764,00 - 0,17 1.764 100,00 0,15 - Imobilizado 170.296,00 100,00 16,22 181.603 106,64 15,66 - Diferido -- Total do Permanente 172.060,00 100,00 16,39 183.367,00 106,57 15,82 TOTAL DO ATIVO 1.050.068,00 100,00 100,00 1.159.440,00 110,42 100,00 PASSIVO: GRENDENE 31/12/2004 31/12/2005 VA A.H.(%) A.V.(%) VA A.V.(%) A.H(%) PASSIVO Circulante - Financeiro - Empréstimos Bancários 19.732 100,00 1,88 27.223 137,96 2,35 - Duplicatas Descontadas Sub-Total 19.732,00 100,00 1,88 27.223,00 137,96 2,35 - Operacional - Fornecedores 24.059 100,00 2,29 16.680 69,33 1,44 - Outras Obrigações 139.992 100,00 13,33 113.352 80,97 9,78 Sub-Total 164.051,00 100,00 15,62 130.032,00 79,26 11,22 Total do P. C. 183.783,00 100,00 17,50 157.255,00 85,57 13,56 P. n. c. 128.999,00 100,00 12,29 150.850,00 116,94 13,01 - Financiamentos 128.911 100,00 12,28 150.850 117,02 13,01 - Empréstimos/outros 88,00 100,00 0,01 - TOTAL CAPITAL DE TERCEIROS 312.782,00 100,00 29,79 308.105,00 98,50 26,57 P. L. - Capital e Reservas 737.286,00 100,00 70,21 851.335,00 115,47 73,43 - Lucros Acum./particip.minoritaria Total do Patrimônio Líquido 737.286,00 100,00 70,21 851.335,00 115,47 73,43 TOTAL DO PASSIVO 1.050.068,00 100,00 100,00 1.159.440,00 110,42 100,00 DRE: GRENDENE MODELO DE PADRONIZAÇÃO DE DRE DA EMPRESA GRENDENE 31/12/2004 31/12/2005 V.A. AH(%) AV(%) V.A. AH(%) AV(%) Receita Líquida 1.211.618 100 100,00 1.068.046 88,15 100,00 ( - ) Custo dos Produtos Vendidos 700.034,00 100 57,78 624.456,00 89,20 58,47 ( = ) Lucro Bruto 511.584 100 42,22 443.590 86,71 41,53 ( - ) Despesas Operacionais 347.166,00 100 28,65 313.610,00 90,33 29,36 ( + ) Outras Receitas Operacionais 6.675 100 0,55 1.418 21,24 0,13 ( - ) Outras Despesas Operacionais 4.996 100 0,41 1.206 24,1 0,11 ( = ) Lucro Operacional Antes do Resultado Financeiro 166.097,00 100 13,71 130.192,00 78 12,19 ( + ) Receitas Financeiras 58.641 100 4,84 112.096 191 10,50 ( - ) Despesas Financeiras 122.852 100 10,14 112.252 91 10,51 ( + ) Reversão dos Juros s/ Capital Próprio ( = ) Lucro Operacional 101.886,00 100 8,41 130.036,00 128 12,18 ( + ou - ) Resultado não Operacional 71,00 100 0,01 157,00 221 0,01 ( = ) Lucro Antes do IR e CSSL 101.957,00 100 8,41 130.193,00 128 12,19 ( - ) Tributação (IRPJ e CSSL) -34.303 100 -2,83 -44.739 130 -4,19 ( - ) Participações - (53,00) 0,00 Lucro Líquido 67.654,00 100 5,58 85.401,00 126 8,00 Índices de estrutura de capital Índice Participação de Capital de Terceiros (Endividamento) Composição do Endividamento Imobilização do Patrimônio Líquido Imobilização dos Recursos não Correntes Fórmula Capital de Terceiros Patrimônio Líquido Passivo Circulante Capital Terceiros Ativo Permanente Patrimônio Líquido Ativo Permanente P.L. + E.L.P. Analisa Quanto a empresa tomou de capital de terceiros para cada $ 100 de capital próprio Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às obrigações totais Quantos $ se aplicou no Ativo Permanente para cada $ 100 de Patrimônio Líquido Que % dos Recursos não Correntes foi destinado ao Ativo Permanente Interpretação Quanto menor, melhor Quanto menor, melhor Quanto menor, melhor Quanto menor, melhor Obs.: todos os resultados encontrados devem ser multiplicados por 100. Fonte: Adaptado de MATARAZZO (1995) INTERPRETANDO: ESTRUTURA DE CAPITAL COMO EXEMPLO AS DEMONSTRAÇÕES DA GRENDENE S.A. ENDIVIDAMENTO/ANO 2004 2005 Participação do capital de terceiros 0,42 0,36 Composição do endividamento 0,58 0,51 Imobilização do PL 0,23 0,21 Imobilização dos recursos não correntes 0,20 0,18 Analisando: Participação de Capitais de Terceiros: Esses dois índices mostram que, em 2004, para cada R$ 100,00 de capital próprio (P.L.), a empresa tomou R$ 42,00 de Capitais de Terceiros e que, em 2005, para cada R$ 100,00 próprios, tomou R$ 36,00 emprestados, notando-se uma redução na participação de terceiros. Composição de Endividamento: Esse índice indica que em 2004 a empresa tinha 58% de suas dívidas vencíveis em curto prazo e que em 2005 teve uma redução para 51% apurando aquilo que se pode chamar de perfil de dívida. Imobilização do Patrimônio Líquido: Estes índices mostram que, em 2004, a empresa investiu no Ativo Permanente importância equivalente a 23% do Patrimônio Líquido; em 2005 esse percentual caiu para 21%. Imobilização dos recursos não correntes - Estes índices mostram que a empresa destinou ao Ativo Permanente em 2004 20% e 2005 18% dos Recursos não Correntes. Análise horizontal ou Análise da evolução Para Alexandre Assaf Neto “A análise horizontal é a comparação que se faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais”. Segundo Ricardo J. Ferreira “A análise horizontal (ou análise da evolução) consiste em verificar a evolução dos elementos patrimoniais ou de resultado durante um determinado período”. Importa na comparação entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas em diferentes exercícios sociais. Os elementos comparados são homogêneos, mas os períodos de avaliação são diferentes. Com a análise poderemos observar a variação dos itens do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício de um período para o outro, com a finalidade de avaliar as tendências, sendo que, concentraremos maior atenção nas contas que obtiverem maiores mudanças, desde que venha ser relevante. Fórmula: AH=((conta do ano x1/contado ano x0) -1)*100 Análise Vertical ou Análise de estrutura Tem como propósito mostrar a participação de cada conta contábil em relação a determinado referencial. Para Alexandre Assaf Neto “A análise vertical, é também um processo comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica ao se relacionar uma conta ou grupo de contas com um valor fim ou relacionável, identificado no mesmo demonstrativo. ” Segundo Ricardo J. Ferreira “A análise vertical (ou análise da estrutura) envolve a relação entre um elemento e o seu grupo. Vale dizer, relaciona a parte com o todo”. A análise vertical atinge seu ponto máximo de utilidade quando aplicada à Demonstração do Resultado. Toda atividade de uma empresa gira em torno das vendas. São elas que determinam o que a empresa pode consumir em cada item de despesa. Por isso, as vendas liquidas são igualadas a 100 e todos os demais itens tem seu percentual calculados em relação a elas. Fórmula: No Balanço Patrimonial AV= (saldo da conta contábil/total do ativo ou passivo) *100 Na Demonstração do Resultado Exercício AV= (saldo da conta contábil/receita operacional liquida)*100 Análise por quocientes Índices por liquidez Os índices de liquidez evidenciam o alicerce da situação financeira da entidade que subdividem em: Índice de liquidez corrente ou comum “É utilizado na avaliação da capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo (passivo circulante) mediante o uso dos bens e créditos circulantes. ” (Ricardo J. Ferreira). Fórmula: LC= ATIVO CIRCULANTE/PASSIVO CIRCULANTE Interpretação: Quanto a empresa tem no Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de Passivo circulante. Índice de Liquidez seca ou teste ácido “O quociente demonstra a porcentagem das dívidas em curto prazo em condições de serem saldadas mediante a utilização de itens monetários de maior liquidez do ativo circulante. Essencialmente, a liquidez seca determina a capacidade de curto prazo de pagamento da empresa mediante a utilização das contas do disponível e valores a receber”. (Alexandre Assaf Neto). Fórmula: LS= ATIVO CIRCULANTE – ESTOQUE/PASSIVO CIRCULANTE Interpretação: Na liquidez seca indica quanto a empresa disponibiliza para saldar suas dívidas de curto prazo sem depender do seu estoque. Índice de liquidez imediata ou instantânea “O índice de liquidez imediata ou instantânea utilizada na avaliação do nível de recursos que devem ser mantidos para cumprimento dos compromissos mais imediatos e também dos eventuais. Considerando-se que a companhia não precisa conservar como disponibilidades valores correspondentes a todas as suas dívidas de curto prazo (passivo circulante), um índice de liquidez razoável deve ser bem menor que 1”. (Ricardo J. Ferreira). Para Alexandre Assaf Neto: “Revela a porcentagem das dívidas em curto prazo (circulante) em condições de serem liquidadas imediatamente. Esse quociente normalmente baixo pelo pouco interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa, ativo operacional de reduzida rentabilidade”. Fórmula: LI= DISPONIVEL/PASSIVO CIRCULANTE Índice de liquidez geral ou total Neste índice tem uma reflexão na apuração ao futuro distante da instituição, englobando na contagem os direitos e compromissos adquiridos à longo prazo. Para Alexandre Assaf Neto “ Esse indicador revela a liquidez, tanto a curto como a longo prazo, gerando uma medida de segurança financeira da empresa a longo prazo, revelando sua capacidade de saldar todos os seus compromissos. ” Formula: LG= AC+RLP/PC+PNC Interpretação: Na liquidez geral ou total indica quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada R$1,00 de dívidas totais. Analise dos Índices de Liquidez da Grendene S.A. LIQUIDEZ/ANO 2004 2005 CORRENTE 4,76 6,17 SECA 4,03 5,53 IMEDIATA 1,81 3,25 GERAL 2,81 3,17 INTERPRETANDO: Em âmbito geral, a Grendene obteve um crescente na sua capacidade em honrar suas dívidas quando comparamos os anos 2004 e 2005. Analisando: Liquidez Corrente – houve um aumento no índice significativo em 2004 para 2005, a empresa que possuía bens direitos quatro vezes que cobririam as dívidas de curto prazo aumentou para seis vezes mais, mostrando assim uma ótima performance. Liquidez Seca – Partindo da desconsideração do seus estoques, a instituição possui de um elevado recurso para garantir o pagamento de seus débitos de curto prazo. Liquidez Imediata – A empresa com uma crescente elevação nos seus recursos financeiros obteve um progresso de 1,81 em 2004 para 3,25 em 2,5 na sua capacidade de liquidez a curto prazo. Liquidez Geral – Considerando-se a totalidade de bens e direitos em confronto com os débitos totais, a situação financeira da organização é favorável, pois detém recursos para cumprir com suas obrigações de curto e longo prazo. Índices de Rotação No índice de rotação a meta é analisar os prazos médios de rotação dos componentes do ciclo operacional da instituição. Para Alexandre Assaf Neto “É no desenvolver de todo esse processo que se identifica de maneira normal e repetitiva o ciclo operacional da empresa, o qual pode ser definido como as fases operacionais existentes no interior da empresa, que vão desde a aquisição de materiais para a produção até o recebimento das vendas efetuadas”. Principais itens do Ciclo Operacional Prazo Médio de Estocagem de Matéria-Prima – PME Analisa o tempo médio da matéria prima desde a sua entrada no estoque até o seu requerimento na produção. Esse índice indica quanto tempo a matéria prima fica estocada até ser consumida. Fórmula: PME= Estoque médio de matéria prima * 360 Custo do Produto vendido Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores – PMPF Define o prazo médio em que a empresa possui para liquidar as suas aquisições com os fornecedores. Fórmula: PMPF=Fornecedores a pagar (Média) * 360 Compras a prazo Prazo Médio dos Recebimentos das Vendas Indica o tempo médio que empresa tem para receber suas vendas. Fórmula: PMRV=Duplicatas a receber (Média) * 360 Receita Operacional Líquida Definindo os ciclos: Operacional, Financeiro e Econômico Ciclo Operacional É o tempo médio que a empresa tem desde o início da compra da matéria prima até o recebimento da venda do produto já elaborado. Fórmula: C.O.= Prazo médio de fabricação + Prazo Médio do recebimento das vendas. Ciclo Financeiro Indica o prazo a contar da liquidação com os credores até o pagamento de seus clientes. Fórmula: C.F.=Ciclo Operacional-Prazo médio do pagamento com fornecedores. Ciclo Econômico: É o prazo médio de estocagem, ou seja, é o período que a empresa fica com o produto já elaborado no estoque esperando pela venda. Fórmula: Ciclo Econômico=Prazo médio de estocagem INTERPRETANDO: PRAZO MEDIO/ANUAL 2004 GIRO/2004 2005 GIRO / 2005 Prazo médio de estocagem de matéria prima 69 dias 360/69 = 5,21 58 dias 360/58=6,20 Prazo médio de pagamento a fornecedores 4 dias 360/4=90 3 dias 360/3=120 Prazo médio do recebimento de vendas 110 dias 360/110=3,27 111dias 360/111=3,24 Ciclo Operacional 179 dias 169 dias Ciclo Financeiro 183 dias 172 dias Ciclo econômico 69 dias 58 dias Analisando: Prazo médio de estocagem de matéria prima: Revela em 2004 que os materiais diretos permaneceram, em média, 69 dias nos estoques antes de serem transformados no processo produtivo. Isso indica que o giro desses estoques é de 5,21 vezes, ou seja, os estoques de matérias-primas foram renovados 5,21 vezes no período. Enquanto em 2005 obteve uma diminuição no prazo para 58 dias atingindo uma renovação 6,20 vezes no período. Prazo médio de pagamento a fornecedores: Os resultados obtidos em 2004 e 2005 indica que a empresa paga seus fornecedores com um prazo médio de 4 e 3 dias respectivamente, no qual se apresenta inferior ao prazo médio de cobrança calculado. Podendo causar um desequilíbrio financeiro na mesma, já que o prazo de recebimento é superior. Prazo médio de recebimento de vendas: Observa-se que o resultado apurado em 2004 e 2005 indica que o prazo médio de recebimento de vendas é de 110 a 111 dias renovando as duplicatas a receber 3,27 a 3,24 vezes ao ano, respectivamente. Índices de Rentabilidade Para Ricardo J. Ferreira “Os índices de rentabilidade são empregados na avaliação da lucratividade relativa às atividades da empresa. Dizem respeito ao retorno, na forma delucro, dos recursos aplicados”. Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quantos renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa. Rentabilidade do Patrimônio Liquido Aponta quanto a companhia atingiu de lucro líquido em relação ao capital próprio aplicado. Segundo Ricardo J. Ferreira: “A taxa ou índice do capital próprio indica o retorno total do capital próprio aplicado na empresa, vale dizer, o índice de lucro com base no patrimônio líquido. Deve ser comparada com outras alternativas de investimento e com o retorno de sociedades do mesmo porte e setor da empresa sob análise para que se possa avaliar seu desempenho”. Fórmula: Lucro líquido do exercício Patrimônio Líquido Margem Bruta Indica uma fração do lucro bruto dentro do valor das vendas liquidas. Fórmula: Lucro Operacional Bruto * 100 Vendas Líquidas Margem liquida Indica o retorno sobre as vendas líquidas. Para Ricardo J. Ferreira: “A margem líquida indica a parcela de lucro final embutida no valor das vendas líquidas, devendo ser comparada com a participação do lucro operacional líquido nas vendas líquidas (margem operacional), na qual se refletem apenas as atividades operacionais”. Fórmula: Lucro Líquido do Exercício * 100 Vendas Líquidas Retorno sobre o investimento ou Ativo total Segundo Ricardo J. Ferreira: “Indica o retorno, na forma de lucro, sobre o ativo vinculado às atividades usuais da companhia. A receita operacional líquida é correspondente às vendas liquidas. O ativo operacional é formado pelos recursos aplicados na exploração das atividades usuais da empresa. É constituído pelo ativo total menos investimentos circulantes e permanentes, créditos decorrentes de transações não usuais (empréstimos, adiantamentos etc.) e outros valores não relacionados às atividades normais da empresa. Quando disponível, deve ser empregado o ativo operacional médio ((ativo inicial +ativo final) /2)”. Fórmula: Lucro Líquido * 100 Ativo Total Giro do Ativo Segundo Ricardo J. Ferreira: “O índice de rotação ou giro do ativo total informa o número de renovação do ativo em razão das líquidas realizadas (ou receita operacional liquida). Também representa o grau de aproveitamento do ativo”. Indica quanto à instituição vendeu para cada R$1,00 de investimento total. Formula: Vendas Líquidas Ativo Total Analise dos Índices de Rentabilidade da Grendene S.A. RENTABILIDADE/ANO 2004 2005 Rentabilidade do Patrimônio Liquido 9,17 10,03 Margem Bruta 42,22 41,53 Margem Operacional s/vendas liquidas 8,41 12,17 Retorno sobre investimento ou ativo total 6,44 7,36 Giro do Ativo 1,15 0,92 INTERPRETANDO: Rentabilidade do Patrimônio Líquido: Para cada R$100,00 de capital próprio a empresa conseguiu R$9,00 de lucro em 2004 e em 2005 teve um acréscimo para R$10,00. Observando que temos que analisar a rentabilidade os títulos de renda fixa. Margem Bruta: Significa dizer que a empresa em 2004 obteve um lucro de R$ 42,00 para cada R$100 vendidos e em 2005 teve um decréscimo para R$41,00, ou seja, após tirar os custos das mercadorias vendidas. Margem Operacional sobre vendas líquidas: Como se vê, houve um aumento na margem de lucro da empresa, ou seja, em 2004 para cada R$100,00 vendidos obteve R$ 8,00 de lucro enquanto em 2005 obteve R$12,00, identificando crescimento. Retorno sobre investimento ou ativo total: Para cada R$100,00 investidos, a empresa ganhou R$ 6,44 em 2004 e R$ 7,36 em 2005. Houve, portanto, um acréscimo do Ativo de um exercício para outro. Giro do Ativo: A empresa vendeu em 2014, R$ 1,15 para cada R$1,00 investido: o volume de vendas atingiu 1,15 vezes o volume de investimentos. Em 2005, houve um decréscimo no volume relativo de vendas: para cada R$1,00 investido a empresa vendeu 0,92. LIMITAÇÕES DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇOES FINANCEIRAS A análise auxilia na avaliação do comportamento financeiro da instituição em comparação aos seus concorrentes, no entanto, existem certas limitações tendo em vista que as demonstrações financeiras acarretam dados de eventos passados, já ocorrido. Citarei duas categorias quanto a suas limitações: Previsibilidade – Na análise não tem como prever os impactos na rentabilidade da entrada e saída de concorrentes, as declarações também não fornecem também nenhuma maneira direta de avaliar se as tendências de desempenho recentes – como as vendas e crescimento do lucro – e vai continuar por quanto tempo. Confiabilidade - Muitas vezes, é difícil avaliar a fiabilidade das demonstrações financeiras. Por exemplo, as notas explicativas - geralmente incluídas no final das demonstrações - contêm detalhes que podem não ser facilmente perceptível sobre as demonstrações financeiras. Isto poderia levar a riscos potenciais sendo negligenciado: Enron transformou-se em um desastre porque os analistas de pesquisa perderam o impacto potencial de suas participações extrapatrimoniais. As empresas podem caracterizar uma grande perda ao cliente como uma ordem atrasada em vez de uma perda ou de cancelamento, a fim de ganhar tempo para encontrar um cliente de substituição. As empresas muitas vezes liberaram declarações não auditadas, as quais são, por definição, menos confiáveis do que as declarações auditadas. No entanto, mesmo uma demonstração financeira auditada e divulgada publicamente não é garantia de saúde de uma empresa, porque as empresas públicas podem rotineiramente ter problemas. CONCLUSÃO Neste trabalho salientamos a Análise das Demonstrações Contábeis e a sua relevância para esclarecer a conjuntura econômica e financeira da empresa. Com a averiguação dos dados contábeis e manuseando os índices financeiros e econômicos é provável relatar o cenário econômico e financeiro de toda e qualquer instituição, levando em consideração a comparação dos períodos para uma maior firmeza nas informações que serão uteis para tendências futuras. Desta forma a organização analisa quais características e variáveis lhe são específico e o que precisa para chegar à fase seguinte, sendo assim, ela estará dispondo de mais um instrumento que possa lhe dar segurança no processo de gestão empresarial, possibilitando conhecer o ciclo de vida da empresa a fim de que todas as decisões nela tomadas sejam firmes e capazes de conduzir a instituição ao objetivo desejado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ricardo J. Ferreira – Contabilidade de Custos e Análise das Demonstrações (8º Edição), Dante C. Matarazzo – Análise Financeira de Balanços (6º Edição), Alexandre Assaf Neto – Estrutura e Análise de Balanços (8º Edição).
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