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ISC Infecção que ocorre na incisão cirúrgica ou em tecidos manipulados durante o procedimento cirúrgico, podendo ser diagnosticada até 30 dias após realização do procedimento, ou, no caso de implante de próteses, até um ano. (Horan TC et al. Am J Infect Control 1992;13(10):606-8) Infecção de Sítio Cirúrgico DEFINIÇÃO Infecção do Sítio Cirúrgico Definição • Toda infecção relacionada à manipulação cirúrgica que pode comprometer a ferida ou órgãos e espaços abordados durante a operação. Infecção do Sítio Cirúrgico Definição • Tempo de observação Pode se desenvolver até 30 dias após a realização do procedimento. No caso de cirurgias onde foram implantadas próteses, uma ISC pode ser diagnosticada até um ano após a data do implante. Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Epidemiologia • Nos EU ocorrem cerca de 2 milhões de cirurgias por ano • CDC estima que em 2.7% destes procedimentos ocorrem ISC 486.000 ISC por ano • Correspondem a 15% de todas as IHs • 3a IH mais freqüente Roy. In: Wenzel RP. Prevention and Control of Nosocomial Infections. 4th ed, 2003, chapter 25 MORBIDADE E MORTALIDADE • Pacientes que desenvolvem ISC quando comparados a pacientes sem ISC (estudo de 255 pares de pacientes, pareados para idade, tipo de procedimento, data da cirurgia, cirurgia): 1.6 mais chance de serem admitidos em UTIs 5.5 mais risco de serem readmitidos ao hospital (tempo de permanência médio de 12 dias); risco 2 vezes maior de morrer, mortalidade atribuída de 4.3%. Kirkland. Infect Control Hosp Epidemiol 1999;20:725-30 SSI é uma das quatro mais importantes IHs A ocorrência varia com o tipo de procedimento realizado média de permanência em 7,3 dias custos em US$ 3,152 por paciente (Mangram et al, Guideline CDC, ICHE 1999; 20(4):249-280) Infecção de Sítio Cirúrgico INCIDÊNCIA CUSTOS • Prolongamento da internação • Custos entre 400 e 2600 dólares • ISC corresponderam a 14% dos eventos adversos • Responsáveis por 42% dos custos adicionais. • Custo atribuído a uma ISC em 1999 nos EUA foi de 3089 dólares Roy. In: Wenzel RP. Prevention and Control of Nosocomial Infections. 4th ed, 2003, chapter 25 Leape. N Engl J Med 1991;324:377-84 Kirkland. Infect Control Hosp Epidemiol 1999;20:725-30 Fatores de risco ● PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) ■ Tempo de internação abreviado. ■ Banho completo antes da cirurgia. ■ Tricotomia restrita ao local de incisão, quando necessário, imediatamente antes da cirurgia. ■ Fluxo adequado do Bloco Cirúrgico, com circulação mínima. ■ Equipe cirúrgica restrita. ■ Montagem correta das salas de cirurgia. ■ Paramentação completa (avental, gorro, luvas, máscara e propés) ■ Lavagem e antissepsia das mãos e ante braços da equipe cirurgica. ■ Secagem das mãos com toalhas estéreis. ■ Antissepsia do campo operatório. ■ Instrumental cirúrgico esterilizado Idade avançada Más condições do estado clínico (Doença de Base) Neoplasias Drogas imunossupressoras • Extremos idade • Pacientes imunodeprimidos (Kluytmans et al, J Hosp Infect 1994; 27:139-47) (Grinbaum, In: Infecções Hospitalares - Prevenção e Controle, 1997. p 149-67) Hospedeiro Infecção de Sítio Cirúrgico FATORES DE RISCO Doenças metabólicas Diabetes Mellitus e Insuficiência Renal – 8.910 cirurgias de revascularizaçäo do miocárdio – 1585 (18%) em diabéticos – Análise Multivariada: a glicemia > 200 mg/dL nas primeiras 48 horas no pós-operatório (p=0,002) Obesidade camada de gordura > 3,5 cm = taxa de 20% camada de gordura < 3,0 cm = taxa de 6,2% Desnutrição baixa albumina sérica (Zerr et al. Ann Thorac Surg 1997; 63(2): 356-61) Hospedeiro Infecção de Sítio Cirúrgico FATORES DE RISCO Internação pré-operatória prolongada reflete a gravidade da doença de base e comorbidades que requerem tratamento prévio < 1 dia - 6% > 21 dias - 14,7% Tabagismo prejudica o processo normal de cicatrizarão diminui a perfusão tecidual e a oxigenação (Kluytmans et al. J Hosp Infect 1994; 27:139- 47) (L’ ecuyer et al. Clin Infect Dis 1996; 22:424- 9) (Grinbaum, In: Infecções Hospitalares - Prevenção e Controle, 1997. p 149-67) Hospedeiro Infecção de Sítio Cirúrgico FATORES DE RISCO Oxigenação [O2] tissular = SSI [O2] tissular = SSI (Knighton DR, Halliday B, Hunt TK. Arch Surg 1984;119:199-204) (Knighton DR, Halliday B, Hunt TK. Arch Surg 1986;121(2):191-195) Hospedeiro Infecção de Sítio Cirúrgico FATORES DE RISCO Colonização nasal por S. aureus 20-30% da população é colonizada colonização nasal fator de risco para cirurgias limpas Wenzel RP. J Hosp Infect 1995; 31:13-24) (Kluytmans JA et al. J Infect Dis 1995; 171:216-219) Tempo prolongado de cirurgia maior complexidade da técnica fadiga da equipe cirúrgica - técnica asséptica Destreza da técnica do cirurgião inabilidade, inexperiência, procedimento raro Kluytmans et al, J Hosp Infect, 27:139-47,1994. L’ ecuyer et al, Clin Infect Dis, 22:424-9,1996. Grinbaum, In: Infecções Hospitalares - prevenção e controle, 1997. P 149-67. Infecção de Sítio Cirúrgico FATORES DE RISCO Grau de contaminação da cirurgia Contaminação microbiana intra-operatória Ausência de profilaxia antimicrobiana, qdo indicada Tricotomia 62.939 Cirurgias limpas em 10 anos-prospectivo – 2,5% com lâmina de barbear – 1,4% “clipper” – 0,9% sem remoção dos pêlos (Cruse PJ, Foord R. Surg Clin North Am 1980;60(1):27-40) (Grinbaum, In:Infecções Hospitalares - Prevenção e Controle, 1997. p 149-67) Infecção de Sítio Cirúrgico FATORES DE RISCO Tricotomia estudo prospectivo 5,6% com lâmina de barbear – 3,1% realizada imediatamente antes da cirurgia – 7,1% realizada 24 hs antes – 20% feita mais de 24 hs antes do ato operatório 0,6% creme depilatório (Seropian R,Reynolds BM. Am J Surg 1971; 121(3):251-254) Infecção de Sítio Cirúrgico FATORES DE RISCO Presença de drenos Ausência de banho no pré-operatório Perfuração nas luvas 4 casos de endocardite por Candida parapsilosis pós troca de válvula (Diekema DJ et al. Diagn Microbiol Infect Dis 1997;29(3):147-53) análise multivariada: perfuração das luvas preditor independente de SSI (Roy MC. Infect Control Hosp Epidemiol, 2000;21(3)186-90) Infecção de Sítio Cirúrgico FATORES DE RISCO (Dados do SENTRY , 1997-1999) (430 bactérias coletadas nos Hospitais Brasileiros) S.Aureus (46 %) P. Aeruginosa (11%) Enterococcus ssp (8 %) E. Coli (7%) Enterobacter ssp (7%) Klebsiella spp (4%) SCN (3 %) Acinetobacter/Serratia (3%) Infecção de Sítio Cirúrgico AGENTES ETIOLÓGICOS Porque as infecções de sítio cirúrgico acontecem? EPIDEMIOLOGIA das Infecções de Sítio Cirúrgico Alteração dos mecanismos de defesa Agente infeccioso Risco ambiental FLORA ENDÓGENA Disseminação de microorganismos da pele, mucosas, vísceras ocas – Gram-positivos – flora fecal Disseminação de um foco à distância FLORA EXÓGENA Equipe cirúrgica - mãos Ambiente: (incluindo o ar) raramente implicado instrumentos, equipamentos e insumos – Gram-positivos Infecção de Sítio Cirúrgico PATOGENIA Alteração dos mecanismos de defesa • Fatores endógenos: # doenças crônicas ou infecção # idade # obesidade # tabagismo # diabetes • Fatores exógenos: @ técnica cirúrgica @ tempo de cirurgia e extensão @ perda sanguínea / transfusões @ hipóxia Agente Infeccioso (características e importância) • Fatores endógenos:# Infecções à distância # Colonização da pele # Natureza e local da cirurgia # Grau de contaminação (inóculo) • Fatores exógenos: @ Equipe cirúrgica (preparo do paciente) @ Ambiente cirúrgico @ Antibioticoprofilaxia adequada • 1) CITE UM FATOR ENDÓGENO E UM FATOR EXÓGENO QUE VOCÊ ACHOU MAIS IMPORTANTES NA INFECÇÃO DA FERIDA CIRURGICA. Outras classificações Fatores predisponentes Relacionados ao paciente Relacionados ao procedimento cirúrgico Fatores predisponentes Relacionados ao paciente Doenças crônicas (DIABETES) Obesidade Tabagismo Infecções à distância Desnutrição Imunodepressão Natureza e local da cirurgia Tempo de internação pré-operatório prolongado Grau de contaminação da cirurgia Terapia nutricional em pacientes desnutridos • Indicações no pré-operatório - Perda maior que 30% do peso corpóreo habitual a partir do começo da doença atual - Albumina sérica < 2g% - Índice de prognóstico nutricional > 50% Índice nutricional prognóstico (INP) INP (% de risco) = 158 -16,6 (albumina em g/100 ml) - 0,78 (prega cutânea tricipital em mm) Mullen, J.L.et al. - Surg. Forum, 30:80,1979 Terapia nutricional em cirurgia Análise crítica das indicações • Nos pacientes com estado nutricional satisfatório não há benefícios com a terapia nutricional pré- operatória. • Nos pacientes desnutridos, a terapia nutricional pré- operatória só apresenta resultados benéficos quando ela é mantida em, pelo menos, cinco dias pré-operatórios e melhores resultados são obtidos com sete a dez dias. Kelly,K.G.- Surg.Clin.North Am.2:503-513,1993 Ellis,L.M.et al. - Surg.Clin.North Am.3: 535-549, 1991 Risco ambiental • Manipulação de grande quantidade de matéria orgânica • Soluções anti-sépticas e desinfetantes (contaminação ou má utilização) • Reprocessamento de materiais e equipamentos (esterilização, desinfecção, descontaminação e limpeza) • Possibilidade de nº aumentado de partículas (movimentação, uso inadequado de máscaras, qualidade do ar, etc) Medidas gerais - ambientais Superfícies fixas Planta física Ar condicionado Equipamentos Manutenção Nº pessoas Porta fechada Medidas gerais - Recursos Humanos Cuidados com a Saúde E.P.I. Treinamento Roupa privativa / paramentação Critérios diagnósticos e classificação de uma ferida cirúrgica que devem ser utilizados SSI superficiais Pele e tecido subcutâneo SSI profundas Tecidos moles profundos (fáscia e músculos) SSI de órgão/espaço Ex. mediastinite, meningite (Horan TC et al. Am J Infect Control 1992;13(10):606-8) Infecção de Sítio Cirúrgico CLASSIFICAÇÃO QUANTO À LOCALIZAÇÃO SSI superficial SSI profunda SSI específicaórgão ou cavidade fáscia e músculos tecido celular subcutâneo pele Infecção de Sítio Cirúrgico CLASSIFICAÇÃO QUANTO À LOCALIZAÇÃO Infecção de Sítio Cirúrgico Superficial (SSI-SKIN) CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO Paciente apresenta pelo menos um dos seguintes: - Drenagem purulenta da incisão superficial - Isolamento de patógeno em cultura de fluido ou tecido da incisão superficial obtido de forma asséptica. - Pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas de infecção: dor ou sensibilidade, edema localizado, eritema, ou calor e a incisão superficial é aberta pelo cirurgião, exceto se a cultura é negativa. - Diagnóstico de infecção de sítio cirúrgico superficial realizado pelo cirurgião ou médico assistente. Envolve apenas pele e tecido subcutâneo E Infecção diagnosticada até 30 dias da realização do procedimento cirúrgico E Infecção de Sítio Cirúrgico Profunda (SSI-ST) CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO Paciente apresenta pelo menos um dos seguintes: - Drenagem purulenta de incisão profunda, que não seja proveniente de órgãos e cavidades. - Deiscência espontânea ou a incisão é aberta pelo cirurgião quando o paciente tem pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas: febre (> 38C) ou dor localizada ou sensibilidade, exceto se a cultura for negativa. - Abscesso ou outra evidência de infecção em incisão profunda visualizado durante exame direto em reoperação, exame histopatológico ou radiológico. - Diagnóstico de infecção de sítio cirúrgico profunda realizado pelo cirurgião ou médico assistente. Envolve tecidos profundos (fáscia/tecido muscular) E Infecção diagnosticada até 30 dias da realização do procedimento cirúrgico ou até 1 ano se for colocado implante e a infecção parecer estar relacionada ao procedimento E Infecção de Sítio Cirúrgico Órgão/Cavidade CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO Paciente apresenta pelo menos um dos seguintes: - Drenagem purulenta através de dreno posicionado em órgão/cavidade. - Isolamento de patógeno em cultura de fluido ou tecido obtido de forma asséptica de órgão/cavidade. - Abscesso ou outra evidência de infecção envolvendo órgão/cavidade visualizado durante exame direto em reoperação, exame histopatológico ou radiológico. - Diagnóstico de infecção de sítio cirúrgico de órgão/cavidade realizado pelo cirurgião ou médico assistente. Envolve órgãos e cavidades abertos ou manipulados durante procedimento cirúrgico E Infecção diagnosticada até 30 dias da realização do procedimento cirúrgico ou até 1 ano se for colocado implante e a infecção parecer estar relacionada ao procedimento E TOPOGRAFIA DA INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) Horan. Am J Infect Control 1992;20:271-4 Pele Tecido celular subcutâneo Fáscia e músculo ISC órgão/espaço ISC incisional profunda Órgão/espaç o ISC incisional superficial Correspondem a 2/3 das ISC Incisional superficial pelo menos um dos seguintes Órgão-espaço pelo menos um dos seguintes a) Drenagem purulenta da incisão superficial b) Cultura positiva de fluídos ou tecido obtido da incisão c) Pelo menos um dos sinais (dor, eritema, calor) e incisão aberta pelo médico, exceto se a cultura for negativa d) Diagnóstico de infecção pelo médico Incisional profunda pelo menos um dos seguintes a) Drenagem purulenta da incisão profunda b) Deiscência espontânea da incisão ou abertura pelo cirurgião qdo pac. com pelo menos um dos sinais (dor, eritema, calor) c) Abcesso ou outra evidência de infecção envolvendo a incisão profunda visualizado durante exame direto, re- operação, exame histopatológico ou imagem d) Diagnóstico de infecção pelo médico a) Drenagem purulenta pelo dreno b) Cultura positiva de fluídos ou tecido do órgão ou cavidade c) Abcesso ou outra evidência de infecção envolvendo o órgão ou cavidade visualizado durante exame direto, re- operação, exame histopatológico ou imagem d) Diagnóstico de infecção pelo médico Medidas que visam evitar condições locais da ferida favoráveis à infecção Medidas que visam evitar condições locais da ferida favoráveis à infecção • Evitar a que os pontos de sutura fiquem apertados e isquemiantes; • Evitar a permanência de tecidos desvitalizados • Evitar a permanência de corpos estranhos na ferida • Evitar a formação de espaço morto; • Evitar a formação de seroma ou hematoma; • Cuidados na abertura de vísceras ocas de conteúdo séptico; • Evitar o uso de drenos quando for possível; • Reduzir o tempo operatório para evitar a exposição dos tecidos e vísceras ao meio ambiente. Evitar a que os pontos de sutura fiquem apertados e isquemiantes; Evitar a permanência de tecidos desvitalizados Evitar a formação de espaço morto; Evitar a permanência de tecidos desvitalizados Evitar a permanência decorpos estranhos na ferida Evitar a formação de seroma ou hematoma; Cuidados na abertura de vísceras ocas de conteúdo séptico; Evitar o uso de drenos quando for possível; • 2) Cite duas medidas que visam evitar condições locais da ferida favoráveis à infecção que você achou serem as mais importantes Classificação das feridas? CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO GRAU DE CONTAMINAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DA FERIDA CIRÚRGICA LIMPA POTENCIALMENTE CONTAMINADA CONTAMINADA INFECTADA National Research Council 1964 (Modificado por Mayhall 1999) National Research Council. Ann Surg 1964;160 (suppl):1-192 CLASSIFICAÇÃO DA FERIDA CIRÚRGICA LIMPA Operações eletivas, feridas não infectadas Sítios cirúrgicos onde não é encontrada inflamação Não há abordagem de vísceras ocas (tratos respiratório, genitourinário, digestivo ou orofaringe) Primariamente fechadas Drenagem fechada, se necessária Não há quebra de técnica Trauma não penetrante Tx de ISC esperada = <2% National Research Council. Ann Surg 1964;160 (suppl):1-192 Roy. In: Wenzel RP. Prevention and Control of Nosocomial Infections. 4th ed, 2003, chapter 25 Limpa Tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação; Eletiva, não traumática, não infectada; Nenhuma falha na técnica asséptica; Sem invasão do trato digestivo, respiratório superior ou geniturinário. Ex: mamoplastias, herniorrafias CLASSIFICAÇÃO DA FERIDA CIRÚRGICA POTENCIALMENTE CONTAMINADA Há abordagem dos tratos digestivo, respiratório, genitourinário e orofaringe Situações controladas e sem contaminação não usual. Cirurgia genitourinária: não há cultura de urina positiva Cirurgia biliar: não há infecção de vias biliares Cirurgias de apêndice, vagina e orofaringe quando não há evidência de infecção ou quebra de técnica. Tx de ISC esperada = <10% National Research Council. Ann Surg 1964;160 (suppl):1-192 Roy. In: Wenzel RP. Prevention and Control of Nosocomial Infections. 4th ed, 2003, chapter 25 Potencialmente contaminada Tecidos colonizados por flora bacteriana pouco numerosa (até 100.000 col/ml); Tecidos de difícil descontaminação; Ausência de processo infeccioso local; Cirurgias com pequena quebra de técnica Ex: cirurgia eletiva de intestino delgado; cirurgia esofágica, gástrica CLASSIFICAÇÃO DA FERIDA CIRÚRGICA CONTAMINADA Feridas traumáticas recentes, abertas Contaminação grosseira durante cirurgia de trato digestivo, manipulação de via biliar ou genitourinária na presença de bile ou urina infectadas Quebras maiores de técnica É encontrada inflamação aguda não purulenta Tx de ISC esperada = 20% National Research Council. Ann Surg 1964;160 (suppl):1-192 Roy. In: Wenzel RP. Prevention and Control of Nosocomial Infections. 4th ed, 2003, chapter 25 Contaminada Tecidos colonizados por flora bacteriana abundante (acima de 100.000 col/ml); Tecidos de difícil ou impossível descontaminação; Extravasamento grosseiro de material do trato gastrointestinal; Falhas técnicas grosseiras em ausência de supuração local. Ex: apendicectomia sem supuração, cirurgia oral e dental, vias biliares em presença de bile contaminada, fratura exposta (menos de 6 horas) CLASSIFICAÇÃO DA FERIDA CIRÚRGICA INFECTADA Feridas traumáticas antigas com tecido desvitalizado, corpos estranhos ou contaminação fecal Vísceras perfuradas ou secreção purulenta encontradas durante a cirurgia Tx de ISC esperada = 30 a 40% National Research Council. Ann Surg 1964;160 (suppl):1-192 Roy. In: Wenzel RP. Prevention and Control of Nosocomial Infections. 4th ed, 2003, chapter 25 Infectada Intervenções cirúrgicas em tecidos com presença de processo infeccioso local já estabelecido ou ferida traumática aberta abordada tardiamente (+ 6 h) Ex: cirurgia de reto e ânus com pus, cirurgia abdominal em presença de conteúdo de cólon e pus, feridas traumáticas abertas tardias (+ 6 h) Exsudato Serosanguinolento Seropurulento Serofibrinoso Fibrinopurulento Feridas / curativos Corsi(1994) Odor Coloração Branco Amarelo Verde Achocolatado Vermelho Pigmentos das bactérias Produtos aromáticos das bactérias e tecidos Exsudato Feridas / curativos Corsi(1994) Identificação do agente etiológico Swabb Punção Biópsia Cultura Baixa especificidade/ Contaminantes Lesões bolhosas e abcessos fechados (Técnica asséptica/Anaeróbicos) Tecido (quantitativa e qualitativa) Feridas / curativos Corsi(1994) Por que fazer a vigilância da ISC? Legislação de Controle de IH Portaria 196/83 Portaria 930/92 Portaria 2616/98 Programa de Prevenção e Controle de IH Lei 6431 - 06/01/97 Programa de Prevenção e Controle de IH conjunto de ações desenvolvidas deliberadas e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. Taxa de IH 1.2. Indicadores selecionados para acompanhamento pelo Estado de São Paulo a) Para hospitais gerais • Infecções cirúrgicas em cirurgia limpa • Pneumonias em pacientes com uso de ventiladores mecânicos por 1000 pacientes-dia • Infecções da corrente sanguínea em pacientes em uso de cateter central por 1000 pacientes-dia • Infecções urinárias em pacientes em uso de sonda vesical de demora por 1000 pacientes-dia b) Para hospitais de longa permanência • Pneumonias por 1000 pacientes-dia • Escabioses por 1000 pacientes-dia • Gastroenterites por 1000 pacientes-dia Infecções cirúrgicas em cirurgia limpa Guideline for Prevention of Surgical Site Infection 1999 • Vigilância – Forneça as taxas de ISC adequadamente estratificadas e relacionadas a cada cirurgia para os membros das equipes cirúrgicas. A freqüência e o formato ideal deverão ser determinados de acordo com o número de cirurgias (denominadores), objetivos locais e iniciativas de melhoria continua Mangram. Infect Control Hosp Epidemiol 1999;20:247-80 Na literatura... • Estudos – Programas de vigilância podem reduzir ISC em 35 a 50% • O feedback das taxas aos cirurgiões pode reduzir a incidência das ISC em até 35% • Importância da estratificação destes indicadores • Vigilância pós-alta: como fazê-lo Roy. In: Wenzel RP. Prevention and Control of Nosocomial Infections. 4th ed, 2003, chapter 25 Cruse. Surg Clin North Am 1980;60:27-40 Haley. Am J Epidemiol 1985;121:182-205 Olson. Arch Surg 1990;125:794-803 Vigilância deve ser informação para a ação ! Vigilância das ISC • É importante avaliar antes de iniciar a vigilância das ISC: – as definições que serão utilizadas; – os métodos para busca dos casos; – as fontes de informação; – a população a ser estudada; – meios de comunicação como comunicar estes resultados aos cirurgiões. • Qual é o grau de dificuldade de obtenção? – Dos casos de ISC – Do denominador – Estratificação de risco Roy. In: Wenzel RP. Prevention and Control of Nosocomial Infections. 4th ed, 2003, chapter 25 Como calcular a Taxa de Infecção de Sítio Cirúrgico: nº de ISC em determinado mês X 100 Total de cirurgias mês nº de ISC em cirurgia limpa mês X 100 Total de cirurgias limpa mês nº de ISC por especialidade cirúrgica mês X 100 Total de cirurgias por especialidade mês OUTRA FÓRMULA DE CALCULAR Equação de Altemeier Infecção = Contaminação bacteriana x Virulência Resistência do hospedeiro Fatores de Risco para Infecção de Sítio Cirúrgico: Potencial de contaminação cirúrgicoPré-operatório descompensado Tempo cirúrgico prolongado IRIC: Índice de Risco Cirúrgico Fatores predisponentes Relacionados ao procedimento cirúrgico Retirada de pelos (tricotomia) Preparo da pele do paciente Técnica cirúrgica Paramentação cirúrgica Duração da cirurgia Presença de drenos Instrumental e campos cirúrgicos esterilizados Profilaxia antimicrobiana Ambiente Craniotomia Cranyotomy 4 horas 0 4717 0,91 1 14864 1,72 2,3 4666 2,40 Distribuição dos Transplantes de Órgão Sólido no HIAE (2002 a jlulho 2006) 54% 31% 9% 6% Tx Hepático Tx Renal Tx Pâncreas-rim Tx Pâncreas Projeto de transplantes de órgão sólido – desde janeiro 2002 Total 878 Tx Distribuição topográfica das Infecções Hospitalares em transplante Hepático - 2002 a julho 2006 32% 25% 13% 11% 6% 3% 3% 3%2% 2% ISC Resp ICSang ITU Vascular PTSC Intra-abdom GECA OONG Outras Taxa de infecção de sítio cirúrgico em Transplante de Órgão Sólido HIAE 2002 a julho 2006 19 7,2 0 5 10 15 20 HIAE NNIS % TISC Medidas de controle no Pré-operatório Medidas de controle Pré-operatório Tempo de internação pré-operatória (<72 hs) Permanência pré-operatória (dias) e infecção Permanência (dias) Taxa de infecção 1 1,2% 2 2,1% > 14 3,4% Cruse,P.J.E.et al. -Surg.Clin.North Am.- 60:27-40,1980 Medidas de controle Pré-operatório - Delimitação da pele por campos esterilizados Medidas de controle Pré-operatório Banho Tricotomia Tratar infecções prévias Status nutricional Controle de doenças crônicas e tratamento de infecções Profilaxia antimicrobiana Influência do banho de chuveiro no paciente imediatamente antes da operação e infecção Banho com água Taxa de infecção e sabão Aplicado 2,1% Não aplicado 2,3% Cruse,P.J.E.et al. -Surg.Clin.North Am.- 60:27-40,1980 TricotomiaQuando necessária Na menor área possível Mais próximo do procedimento Utilizar tricotomizador Tratamento dos pelos Taxa de infecção Sem tricotomia 0,9% Tricotomia com navalha 2,5% Pelos aparados com tesoura 1,7% Tricotomia com barbeador elétrico 1,4% Cruse,P.J.E.et al. -Surg.Clin.North Am.- 60:27-40,1980 Anti-sepsia da pele do paciente Solução de amplo espectro com ação residual Iodóforos Clorexidina Solução degermante seguida de solução alcoólica (pele íntegra) mesmo princípio ativo Solução aquosa para mucosas Preparo da pele Antisséptico Taxa de infecção Alcool etílico 2,6% Povidone-iodo e clorexedina 1,6% Cruse,P.J.E.et al. -Surg.Clin.North Am.- 60:27-40,1980 Medidas de controle Pré-operatório Degermação e anti-sepsia das mãos e antebraço • 3) Cite três medias de controle de infecção hospitalar que você pode aplicar no paciente no pré operatório Medidas de controle Intra-operatório Equipe treinada Paramentação cirúrgica completa Técnica cirúrgica asséptica Uso de drenos Cuidados com material esterilizado: embalagem, armazenamento, validade, controle de qualidade manipulação asséptica Manter a porta da sala fechada Número de pessoas reduzido Medidas que Relativas a sala de operação visam evitar ou diminuir a contaminação • Paredes, teto e piso liso, sem reentrâncias, não porosos e de fácil limpeza; • Cuidados com o ar da sala - Renovação de 15/20 vezes por hora; - Temperatura de 24 - 26° C; - Umidade relativa do ar de 45-50% ; • Presença estrita do necessário quanto a móveis e objetos • Permanência na sala do menor número possível de pessoas. Medidas de controle Pós-operatório Curativo Manter curativo estéril por 24 horas Manipulação asséptica Orientar o paciente quanto aos cuidados com incisão Cuidados com cateteres e sondas Evitar infecção cruzada Taxa de infecção padrão Horan TC and Culver DH. APIC, 1996. Indicadores Epidemiológicos de resultado • Cada vez mais utilizados como indicadores de qualidade; • Indicadores de IH são um ponto de partida para identificação e resolução de problemas; • Toda a informação deve levar à ação; • Toda a decisão a respeito de medidas de controle deve envolver a equipe. Vigilância epidemiológica direcionada à Indicadores de Resultado não são mais suficientes Novas perguntas são levantadas no dia a dia do controle de infecções relacionadas à assistência á saúde Indicadores e qualidade Indicador de Resultado: Apresentam informações sobre as ocorrências (Ex: queda, flebite, IH, etc) Indicador de Processos: Apresentam informações sobre os passos de determinada ação (Ex: passagem de SV, CVC, medicação, etc) Indicador de Infra-estrutura: Apresentam problemas de área física, fluxos, materiais (Ex: centro cirúrgico, farmácia, etc) Processos Maneira pela qual se realiza determinada operação, segundo determinadas normas; método ou técnica. Vigilância de estrutura Abordagem de aspectos: Serviço de Higiene (limpeza e resíduo) Engenharia (manutenção, ar condicionado, pombos, obras, etc) Avaliação de empresas que fornecem serviços ao hospital (NPT, esterilização por ETO, lavanderia, etc) Fluxos em geral Supervisionar através de Auditorias • emitir parecer • feed back + orientações Auditoria de Processo Avaliação da qualidade de práticas de controle de infecção hospitalar Programa de controle de infecção hospitalar Uso de Antimicrobianos Controle e prevenção da infecção da corrente sangüínea associada a CVC Controle e prevenção de infecção do sítio cirúrgico Controle e prevenção de infecção respiratória Controle e prevenção de infecção do trato urinário associada a SV Indicação e aplicação de medidas de isolamento Higiene das mãos Prevenção e controle de riscos ocupacionais biológicos e outros Uso profilático e criterioso de antimicrobiano (antibióticos ou quimioterápicos) em intervenções cirúrgicas Indicações: • Ferida contaminada • Ferida limpa-contaminada • Situações especiais de ferida limpa Situações especiais em feridas limpas Uso profilático de anti-microbiano (antibióticos ou quimioterápicos) • Operações de introdução de implantes permanentes • Na vigência de infecção à distância • Na presença de próteses valvulares • Diante da perspectiva de uma extensa dissecção tecidual • Pacientes com incompetência imunológica • Pacientes com tuberculose pulmonar Uso profilático de anti-microbiano (antibióticos ou quimioterápicos) • Escolha • Administração Dose inicial: Manutenção: Suspensão: Adequação do espectro de ação do anti-microbiano à flora presumida do sítio orgânico onde será realizada a operação ou do foco de infecção à distância. no momento da indução anestésica. com o término da operação. O QUE O ENFERMEIRO DEVE OBSERVAR Infecção de Ferida Cirúrgica – IFC Incisional Superficial Infecção dentro de 30 dias após o ato operatório e envolve somente pele ou tecido celular sub-cutâneo da incisão e pelo menos um dos seguintes: Infecção de Ferida Cirúrgica – IFC Incisional Superficial 1.Drenagem purulenta da incisãosuperficial 2.Isolamento de microrganismos em cultura de fluidos ou tecidos obtidos de modo asséptico da incisão superficial Infecção de Ferida Cirúrgica – IFC Incisional Superficial 3.Pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: dor, edema, calor ou rubor e a incisão superficial é deliberadamente aberta pelo cirurgião mesmo que a cultura da incisão seja negativa. 4.Diagnóstico de infecção incisional superficial pelo cirurgião ou médico-assistente O seguinte não é relacionado como IFC incisional superficial: a) Abscesso do ponto: inflamação mínima ou drenagem confinada aos pontos de penetração da sutura; b) Infecção de episiotomia ou de circuncisão do neonato; c) Queimaduras infectadas; d) Infecção incisional que se estende aos planos da fascia e músculos. IFC - Incisional Superficial IFC - Incisional profunda Infecção dentro de 30 dias após o ato cirúrgico se não for deixado implante local ou dentro de 1 ano se for deixado implante local e a infecção aparenta estar relacionada com o ato operatório e Infecção envolve tecidos moles profundos (planos musculares/fascia) da incisão e um dos seguintes: IFC - Incisional Profunda 1. Drenagem purulenta da incisão profunda não de órgão/espaço componente do sítio cirúrgico 2. Deiscência espontânea de incisão profunda OU esta é deliberadamente aberta pelo cirurgião quando o paciente apresenta pelo menos 1 dos seguintes: febre>38oC, dor localizada (ou aumento da sensibilidade), mesmo que a cultura da incisão seja negativa IFC Incisional Profunda 3. Abscesso ou outra evidência de infecção envolvendo a incisão profunda é encontrado no exame direto, durante re-operação ou por exame radiológico ou histopatológico;OU 4. Diagnóstico de infecção incisional profunda pelo cirurgião ou médico-assistente. IFC órgão/espaço Infecção ocorre dentro de 30 dias após ato operatório se não há colocação de implante OU dentro de 1 ANO se há colocação de implante E a infecção aparenta estar relacionada com o ato operatório; OU ...Infecção envolve qualquer parte do corpo excluindo a incisão da pele, fáscia ou camada muscular que foi aberta OU manipulada durante o ato operatório; E ... Pelo menos um dos seguintes: IFC órgão/espaço 1.Drenagem purulenta de um dreno que esteja colocado dentro de órgão/espaço; 2.Organismos isolados de fluidos ou tecidos obtidos de modo asséptico do órgão/espaço; 3.Abscesso ou outra evidência de infecção envolvendo o órgão/espaço no exame clínico, durante re-operação ou exame histopatológico ou radiológico; 4.Diagnóstico de uma infecção de órgão/espaço pelo cirurgião ou médico-assistente. IFC envolve mais de um sítio específico Infecção que envolve AMBOS sítios incisionais, superficial e profundo é classificada como Incisional Profunda Infecção de órgão/espaço que drena através da incisão e não há necessidade de reoperação é classificada como Incisional Profunda • 4) Qual a observação mais importante que o enfermeiro deve ter na ferida cirurgica Complicações da Ferida Cirúrgica Tromboflebite ou Flebotrombose • É causada por trombose venosa, determinando alterações inflamatórias na parede da veia. O pós-operatório e o repouso ou imobilização prolongados são as situações clínicas mais importantes que predispõem à trombose venosa. Dessa forma, 90% dos casos de tromboflebite ocorre em veias profundas da perna. Tromboflebite ou Flebotrombose • A tromboflebite pode ocorrer em qualquer fase do pós-operatório. Seus sintomas incluem febre, sensibilidade e edema da extremidade comprometida. Quando a tromboflebite é localizada, secundária à injeções ou cateter, raramente produz febre. Assim que diagnosticada, inicia-se o tratamento adequado, incluindo anti- coagulantes, a fim de evitar-se complicações pulmonares. Gangrena bacteriana sinérgica • A chamada gangrena bacteriana pós-operatória de Meleney é uma grave, porém rara, complicação da ferida. É causada pela atividade sinérgica de uma simbiose de Estreptococo específico microaerófilo não hemolítico, presente nos exsudatos purulentos pleurais e peritoneais e um Estafilococo não específico que contamina a ferida a partir da pele do paciente. A complicação surge normalmente na segunda semana de drenagem de uma fistula com supuração, mas também pode ser evidenciada mais tardiamente, quando a cicatrização já aparenta estado de constituição definida. • A zona de fistula e a pele em torno da ferida tornam-se edematosas, de coloração avermelhada e em seguida ulcera-se, adquirindo aspecto carbunculóide e evoluindo com aspecto de gangrena. O fundo da ferida apresenta granulações grosseiras, coberta por secreção purulenta e fétida. Há reação febril, mal estar e desconforto. O tratamento consiste em excisão da úlcera e elevadas doses de anti-microbiano. Fascite necrosante • Também dita erisipela necrosante ou erisipela gangrenosa, é determinada por um Estreptococo do grupo hemolítico e caracteriza- se por necrose subcutânea e da fascia que abrange extensa área da ferida e evolui rapidamente. O tratamento consiste na asministração de antibióticos específicos e da excisão do tecido subscutâneo e fascia comprometidos. Deiscência • É a rutura completa da cicatriz, normalmente ocorrendo no pós- operatório imediato, mas podendo acontecer entre o quarto e o sétimo dia do pós-operatório, quando, dependendo da cirurgia, o paciente já recebeu alta. O episódio agudo é geralmente precipitado pelo esforço, exigindo atendimento imediato. Seroma • A presença de serosidade na ferida operatória pode ser origem plasmática ou linfática e, quando se acumula e se organiza, apresenta o aspecto de um seroma. Quando é volumoso, deve ser drenado para aspiração. Se deixados e reabsorverem-se espontaneamente, podem dar origem a cicatriz fibrótica ou estimularem reação para corpo estranho. Nos casos em que adquirem o aspecto de um edema volumoso, deve-se fazer curativo compressivo. • Reação por corpo estranho • A presença de um corpo estranho na ferida determina a formação de tecido fibroso que o envolve e encapsula, sendo absorvido pelas células do sistema retículo endotelial ou então sendo eliminado para o exterior. Na maioria das vezes e exploração com estilete ou pinça é suficiente para mobilizar ou extrair o corpo estranho. Cicatrização incompleta • Em pacientes que tenham uso de grandes doses de corticoides e em pacientes com estado nutricional precário, a ferida fecha- se mal mesmo que a sutura tenha sido correta e não haja infecção. • Cicatrização hipertrófica e cicatriz retrátil • Um excessivo tecido de granulação pode desenvolver-se às custas do endotélio ou do mesotélio, determinando adesão da cicatriz aos tecidos vizinhos e retração da ferida. Quelóide • Desenvolve-se com mais freqüência em feridas com granulação excessiva, nos negros, nas incisões que não obedecem às linhas de tensão da pele e nas feridas infectadas. A profilaxia consiste em não suturar a pele sob tensão, reaproximar as bordas com sutura simples, irradiar a ferida ou administrar corticóides na fase de cicatrização. O tratamento do quelóide tem indicação por razão estética e também por poder causar dor e retração • 5) Cite três complicações de ferida cirurgica Tudo que fizer na vida, faça da melhor forma que as condições permitam. OBRIGADO!EXERCÍCIO 1 • IJW, 30 anos, masculino, deu entrada no hospital de referência com supuração de parede, 15 dias após hernioplastia realizada no hospital geral. • O paciente foi internado apresentando drenagem de secreção purulenta da ferida cirúrgica com acometimento de tecidos profundos. • Foi colhida cultura e instituída terapia antimicrobiana. • O agente isolado foi E. coli. • Perguntas • Qual a síndrome infecciosa apresentada pelo paciente? • È infecção hospitalar? Justifique. EXERCÍCIO 2 • TAN, sexo masculino, 68anos, admitido na Unidade de Cirurgia Geral em 07/03/03 com diagnóstico de fratura de colo de femur. Submetido a correção cirúrgica com colocação de prótese em 07/03/03. • Após 2 meses iniciou quadro de febre diária (>°38C) e dor no local da incisão cirúrgica. Exame radiológico mostrou evidências de osteomielite. • Não foram realizadas culturas • Perguntas • Qual o potencial de contaminação da cirurgia realizada? • Qual a síndrome infecciosa que o paciente apresenta? Justifique. • Preenche o critério de Infecção Hospitalar? Justifique.
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