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Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 380 5.1. Antiderivadas e Integrais Indefinidas 5.2. A Regra da Potência Generalizada 5.2.1. Integrais de Funções Exponenciais e Logarítmicas 5.3. Áreas e o Teorema Fundamental do Cálculo 5.4. A Área de uma Região Limitada por Duas Curvas 5.4.1. Aproximação Numérica da Integral 5.5. Volumes de Sólidos de Revolução 5.6. Exercícios Unidade 5 – Integração e suas Aplicações Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 381 5.1- Antiderivadas e Integrais Indefinidas - Diferenciais Quando definimos derivada como o limite da razão ∆ 𝑦/∆ 𝑥, quando ∆ 𝑥 → 0, parecia natural conservar o simbolismo de quociente para o próprio limite. Assim, a derivada de y em relação à x foi representada como: 𝑑 𝑑𝑥 𝑦 = lim ∆𝑥→0 ∆𝑦 ∆𝑥 embora o símbolo 𝑑 𝑑𝑥 𝑦 não fosse interpretado como a razão de duas grandezas e sim um operador denominado Operador Derivada. - Definição de Diferencial Seja 𝑦 = 𝑓(𝑥) uma função derivável. A diferencial de x (representada por dx) é qualquer número real diferente de zero. A diferencial de y (representada por dy) é dada por: 𝑑𝑦 = 𝑓′(𝑥) 𝑑𝑥. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 382 Como se pode ver na Figura 3.61, a variação em y correspondente a uma variação em x é dada por: ∆𝑦 = 𝑓(𝑥 + ∆𝑥) − 𝑓(𝑥) . Quanto menor o valor de ∆𝑥, mais o valor de ∆𝑦 se aproxima do valor de dy. Para ∆𝑥 suficientemente pequeno, ∆𝑦 ≈ 𝑑𝑦 e: 𝑑𝑦 = 𝑓′(𝑥) 𝑑𝑥. Essa aproximação da reta tangente constitui a base para a maioria das aplicações das diferenciais. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 383 - Equações das Diferenciais Utilizamos a definição de diferencial para escrever as regras de derivação na forma diferencial. Assim, por exemplo, se u e v são funções deriváveis de x, então 𝑑𝑢 = ( 𝑑𝑢 𝑑𝑥 ) 𝑑𝑥 e 𝑑𝑣 = ( 𝑑𝑣 𝑑𝑥 ) 𝑑𝑥 , e, portanto, a Regra do Produto pode ser escrita na seguinte forma diferencial: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 384 O quadro abaixo mostra as formas diferenciais das regras de derivação apresentadas na Unidade 3. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 385 Exemplo Determinar o diferencial dy de cada função: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 386 - Antiderivadas Até o momento, estivemos preocupados com o seguinte problema: dada uma função, determinar a derivada. Muitas aplicações importantes do cálculo envolvem o problema inverso: dada a derivada de uma função, determinar a função. Essa operação de determinar a função original a partir da derivada é a operação inversa da derivação, conhecida como antiderivação. - Definição de Antiderivada Uma função F(x) é uma antiderivada de uma função f(x) se, para qualquer x no domínio de f(x), 𝐹′(𝑥) = 𝑓(𝑥) . Se F(x) é uma antiderivada de f(x), então F(x) + C, onde C é uma constante arbitrária, também é uma antiderivada de f(x). Assim, por exemplo, 𝐹(𝑥) = 𝑥3 , 𝐺(𝑥) = 𝑥3 − 5 , e 𝐻(𝑥) = 𝑥3 − 0,3 são antiderivadas de 3 𝑥2 por que a derivada dessas três funções é 3 𝑥2. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 387 Na verdade, todas as antiderivadas de 3 𝑥2 são da forma 𝑥3 + 𝐶. Assim, o processo de antiderivação não determina uma única função, e sim uma família de funções cuja diferença em seus componentes é uma constante. - Notação de Antiderivadas e Integrais Indefinidas O processo de antiderivação também é chamado de integração, e é representado pelo símbolo: ∫ 𝑆𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑔𝑟𝑎𝑙 que recebe o nome de Sinal de Integral. O símbolo ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑔𝑟𝑎𝑙 𝑖𝑛𝑑𝑒𝑓𝑖𝑛𝑖𝑑𝑎 representa a integral indefinida de f(x), que inclui todas as antiderivadas de f(x). Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 388 Assim, se 𝐹′(𝑥) = 𝑓(𝑥) para qualquer valor de x, podemos escrever: ∫𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝐹(𝑥) + 𝐶 onde f(x) é o integrando; C é a constante de integração e A diferencial dx identifica a variável de integração. Assim, o símbolo ∫𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 representa a "antiderivada de f(x) em relação à x"; da mesma forma que o símbolo " 𝑑 𝑑𝑥 𝑦" representa a “derivada de y em relação à x”. - Determinação de Antiderivadas A relação entre as operações de integração e derivação, como mutuamente inversas, pode ser mostrada simbolicamente, da seguinte forma: 𝑑 𝑑𝑥 [ ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥] = 𝑓(𝑥) A derivação é o inverso da integração ∫𝑓′(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑓(𝑥) + 𝐶 A integração é o inverso da derivação Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 389 Essa relação entre integração e derivação permite obter as expressões de integração a partir das expressões de derivação. O quadro abaixo mostra algumas expressões de integração que correspondem a expressões de derivação já conhecidas e estudadas. Observe que a Regra da Potência inclui a restrição de que n não pode ser igual a -1. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 390 Exemplo 1 Determine ∫3 𝑥 𝑑𝑥 . Solução Reescrevendo o integrando para a utilização da Regra da Potência: ∫3 𝑥 𝑑𝑥 = 3 ∫ 𝑥 𝑑𝑥 Regra da Multiplicação por uma Constante ∫3 𝑥 𝑑𝑥 = 3 ( 𝑥2 2 ) + 𝐶 Regra da Potência com n = 1 ∫3 𝑥 𝑑𝑥 = 3 2 𝑥2 + 𝐶 Simplificar Observe, a partir desse exemplo, que o padrão geral da integração é semelhante ao da derivação. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 391 Exemplo 2 Determine as integrais indefinidas: (a) ∫ 1 𝑥3 𝑑𝑥 (b) ∫√𝑥 𝑑𝑥 Solução Reescrevendo o integrando para a utilização da Regra da Potência: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 392 Exemplo 3 Determine as integrais indefinidas. (a) ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥 𝑑𝑥 (b) ∫(3 𝑥4 − 5 𝑥2 + 𝑥) 𝑑𝑥 Solução (a) Reescrevendo o integrando, com identidades trigonométricas, para uma forma conhecida de derivada. ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥 𝑑𝑥 = ∫( 1 cos 𝑥 ) ( 𝑠𝑒𝑛 𝑥 cos 𝑥 ) 𝑑𝑥 ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥 𝑑𝑥 = ∫(sec 𝑥)(tan 𝑥) 𝑑𝑥 ∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥 𝑑𝑥 = sec 𝑥 + 𝐶 (b) Utilize as várias regras básicas de integração para calcular esta integral. ∫(3 𝑥4 − 5 𝑥2 + 𝑥) 𝑑𝑥 = 3 ( 𝑥5 5 ) − 5 ( 𝑥3 3 ) + ( 𝑥2 2 ) + 𝐶 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 393 Exemplo 4 Determine a integral indefinida: ∫ 𝑥 + 1 √𝑥 𝑑𝑥 Solução Reescrevendo o integrando para a utilização da Regra da Potência: ∫ 𝑥 + 1 √𝑥 𝑑𝑥 = ∫( 𝑥 √𝑥 + 1 √𝑥 ) 𝑑𝑥 = ∫(𝑥 1 2⁄ + 𝑥− 1 2⁄ ) 𝑑𝑥 = 𝑥 3 2⁄ 3 2⁄ + 𝑥 1 2⁄ 1 2⁄ + 𝐶 = 2 3 𝑥 3 2⁄ + 2 𝑥 1 2⁄ + 𝐶 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 394 - Soluções Particulares Uma equação diferencial é aquela que envolve as variáveis x, y e derivadas de y. A equação 𝑦 = ∫𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 é equivalente à equação diferencial 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝑓(𝑥) cuja solução apresenta um número infinito de soluções, que diferem apenas por uma constante. Isto significa que as curvas das antiderivadas de f(x) diferem, entre si,apenas por uma translação vertical. A Figura 5.1 mostra, por exemplo, as curvas de várias antiderivadas da função 𝑓(𝑥) = 3 𝑥2 − 1. Portanto, 𝑑𝑦 = 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 e: ∫𝑑𝑦 = 𝑦 = 𝐹(𝑥) = ∫(3 𝑥2 − 1) 𝑑𝑥 = 𝑥3 − 𝑥 + 𝐶 onde 𝐹(𝑥) = 𝑥3 − 𝑥 + 𝐶 é chamada de solução geral da equação diferencial. Em muitas aplicações, dispomos de informações suficientes para obter uma solução particular a partir da solução geral. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 395 Para tal, basta conhecermos F(xi) na coordenada xi (informação denominada condição inicial). Assim, por exemplo, na Figura 5.1, existe apenas uma curva que passa pelo ponto (2 , 4). Para determinarmos essa solução particular, basta combinarmos a solução geral com o valor inicial (Condição Inicial – CI). 𝐹(𝑥) = 𝑥3 − 𝑥 + 𝐶 Solução geral 𝐹(2) = 4 Condição Inicial Substituindo a condição inicial na solução geral, obtemos: 𝐹(𝑥) = 23 − 2 + 𝐶 = 4 , o que nos dá: 𝐶 = −2 . Assim, a solução particular é: 𝐹(𝑥) = 𝑥3 − 𝑥 − 2 Solução particular Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 396 Exemplo 5 Determine a solução geral da equação 𝐹′(𝑥) = 2 𝑥 − 2 e a solução particular que satisfaz a condição inicial 𝐹(1) = 2. Solução - Determinando a integral da função dada para encontrar a solução geral. 𝐹(𝑥) = ∫(2 𝑥 − 2) 𝑑𝑥 𝐹(𝑥) = 𝑥2 − 2 𝑥 + 𝐶 - Determinando a constante de integração por meio das condições iniciais. 𝐹(1) = (1)2 − 2 (1) + 𝐶 = 2 𝐶 = 3 - Explicitando a solução particular. 𝐹(𝑥) = 𝑥2 − 2 𝑥 + 3 Algumas curvas da solução geral e a solução particular estão ilustradas na Figura 5.2. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 397 Exemplo 6 Uma bola é arremessada para cima, com uma velocidade inicial de 𝑣0 = 64 𝑝é𝑠/𝑠 a partir de uma altura de 𝑠0 = 80 𝑝é𝑠, como mostra a Figura 5.3. Determine a função posição [s(t)] da bola. Quanto tempo leva a bola para chegar ao chão? Solução - Determinando as condições iniciais Seja t = 0, o instante inicial. As duas C I’s são as seguintes: 𝑆(0) = 𝑠0 = 80 Altura inicial 𝑆′(0) = 𝑣0 = 64 Velocidade inicial - Determinando a função velocidade Sabendo que a aceleração da gravidade é constante e igual a: 𝑔 = −32 𝑝é𝑠/𝑠2: 𝑆′′(𝑡) = −𝑔 Função aceleração 𝑑 𝑆′(𝑡) 𝑑 𝑡 = 𝑆′′(𝑡) ⟹ 𝑆′(𝑡) = ∫𝑆′′(𝑡) 𝑑𝑡 = −∫𝑔 𝑑𝑡 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 398 𝑆′(𝑡) = −𝑔 𝑡 + 𝐶1 Função velocidade Com a condição inicial da velocidade obtemos 𝐶1 = 𝑣0 . 𝑆′(𝑡) = −𝑔 𝑡 + 𝑣0 - Determinando a função posição 𝑑 𝑆(𝑡) 𝑑 𝑡 = 𝑆′ (𝑡) ⟹ 𝑆(𝑡) = ∫𝑆′(𝑡) 𝑑𝑡 = ∫(−𝑔 𝑡 + 𝑣0) 𝑑𝑡 𝑆(𝑡) = − 𝑔 2 𝑡2 + 𝑣0 𝑡 + 𝐶2 Função posição Com a condição inicial da posição obtemos 𝐶2 = 𝑠0. 𝑆(𝑡) = − 𝑔 2 𝑡2 + 𝑣0 𝑡 + 𝑠0 ⟹ 𝑆(𝑡) = −16 𝑡 2 + 64 𝑡 + 80 - Domínio prático: 𝑡 ∈ [0 ,∞). - Determinando o tempo que a bola leva para chegar ao chão. 𝑆(𝑡) = −16 𝑡2 + 64 𝑡 + 80 = 0 𝑡1 = −1 𝑒 𝑡2 = 5 Logo, a bola leva 5 s para chegar ao chão. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 399 5.2- A Regra da Potência Generalizada A adequação do integrando a uma forma analítica conhecida pode demandar também uma mudança de variáveis para facilitar a integração. Por exemplo, suponhamos que queremos encontrar uma forma conhecida para o integrando: ∫2𝑥 (𝑥2 + 1)3 𝑑𝑥 Se imaginarmos a substituição 𝑢 = 𝑥2 + 1 , então 𝑑𝑢 𝑑𝑥 = 2 𝑥 teremos a regra da cadeia aplicada à variável u e o cálculo da antiderivada para o novo integrando na forma de potência será: ∫(𝑥2 + 1)3⏞ 𝑢3 2 𝑥⏟ 𝑑𝑢 𝑑𝑥 𝑑𝑥 ⟹⏟ 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠 ∫ 2𝑥 (𝑥2 + 1)3 𝑑𝑥 = 1 4 (𝑥2 + 1)4 + 𝐶 Porém, a integração é feita no domínio da variável x. Este é um exemplo da chamada Regra da Potência Generalizada para integração. - Regra da Potência Generalizada para Integração Se u é uma função derivável de x, então: ∫𝑢𝑛 ( 𝑑𝑢 𝑑𝑥 ) 𝑑𝑥 ⏟ 𝑑𝑢 ≡ ∫𝑢𝑛 𝑑𝑢 = 𝑢𝑛+1 𝑛 + 1 + 𝐶 , 𝑛 ≠ −1 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 400 Exemplo 1 Determine as integrais indefinidas. (a) ∫3 (3 𝑥 − 1)4 𝑑𝑥 (b) ∫(2 𝑥 + 1) (𝑥2 + 𝑥) 𝑑𝑥 (c) ∫3 𝑥2 √𝑥3 − 2 𝑑𝑥 (d) ∫ −4 𝑥 (1−2 𝑥2)2 𝑑𝑥 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 401 Exemplo 2 Determine ∫𝑥 (3 − 4 𝑥2)2 𝑑𝑥 Solução: - Identificando a variável u: Seja 𝑢 = 3 − 4 𝑥2 ⟹ 𝑑𝑢 𝑑𝑥 = −8 𝑥. - Criando, no integrando, um fator igual a 𝑑𝑢 𝑑𝑥 = −8 𝑥. É preciso multiplicar o integrando com o elemento neutro da multiplicação −8 −8 . - Aplicando a Regra da Potência: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 402 Exemplo 3 (Um caso no qual a Regra da Potência Generalizada não funciona) Determine ∫−8 (3 − 4 𝑥2)2 𝑑𝑥 Solução: - Identificando a variável u: Seja 𝑢 = 3 − 4 𝑥2 ⟹ 𝑑𝑢 𝑑𝑥 = −8 𝑥. - Criando, no integrando, um fator igual a 𝑑𝑢 𝑑𝑥 = −8 𝑥 É preciso multiplicar o integrando com o elemento neutro da multiplicação 𝑥 𝑥 . Porém, essa estratégia não funciona com variáveis visto que a integral resultante não teria sentido: ∫−8 (3 − 4 𝑥2)2 𝑑𝑥 ≠ 1 𝑥 ∫(3 − 4 𝑥2)2 (−8 𝑥) 𝑑𝑥 A solução é expandir o integrando e aplicar a Regra da Potência. ∫−8 (3 − 4 𝑥2)2 𝑑𝑥 = ∫(−72 + 192 𝑥2 − 128 𝑥4) 𝑑𝑥 ∫−8 (3 − 4 𝑥2)2 𝑑𝑥 = −72 𝑥 + 64 𝑥3 − 128 5 𝑥5 + 𝐶 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 403 Exemplo 4 Determine ∫7 𝑥2 √𝑥3 + 1 𝑑𝑥 . Solução - Identificando a variável u: Seja 𝑢 = 𝑥3 + 1 ⟹ 𝑑𝑢 𝑑𝑥 = 3 𝑥2. - Criando, no integrando, um fator igual a 𝑑𝑢 𝑑𝑥 = 3 𝑥2 É preciso multiplicar o integrando com o elemento neutro da multiplicação 3 3 . Porém, o fator 7/3 não é necessário como parte de du/dx e pode ser colocado para fora do integral. - Aplicando a Regra da Potência. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 404 - Substituição (𝑢𝑛) (𝑑𝑢) A técnica de integração utilizada nos Exemplos 1 a 4 depende da capacidade de criação de um integrando da forma (𝑢𝑛) (𝑢′) ou equivalente à regra da cadeia agregada à regra da potência. No caso de integrandos complicados, é difícil identificar os passos necessários para expressar o integrando na forma supracitada. Quando isso acontece, um método alternativo, conhecido como substituição ou mudança de variável, pode ser empregado. Nesse método, escrevemos a integral inteira em termos de u e du. A integração é realizada no domínio da variável u. Se u = f(x), então 𝑑𝑢 = 𝑓′(𝑥) 𝑑𝑥, e a Regra da Potência Generalizada assume a forma: ∫𝑢𝑛 𝑑𝑢 𝑑𝑥 𝑑𝑥 = ∫𝑢𝑛 𝑑𝑢 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 405 Exemplo 5 Determine ∫√1 − 3 𝑥 𝑑𝑥. Solução - Identificando a variável u como: 𝑢 = 1 − 3𝑥. Nesse caso, 𝑑𝑢 = −3 𝑑𝑥. Isso significa que 𝑑𝑥 = −𝑑𝑢 3⁄ , e teremos o cálculo da integral como: - Aplicando a Regra da Potência: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 406 5.2.1 - Integrais de Funções Exponenciais e Logarítmicas - Utilizando as Regras da Exponencial Para cada uma das regras de derivação das funçõesexponenciais existe uma regra de integração correspondente. - Integrais de Funções Exponenciais Seja u uma função derivável de x. ∫𝑒𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒𝑥 + 𝐶 ; 𝑅𝑒𝑔𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝐸𝑥𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 ∫𝑒𝑢 𝑑𝑢 𝑑𝑥 𝑑𝑥 = ∫𝑒𝑢 𝑑𝑢 = 𝑒𝑢 + 𝐶 ; 𝑅𝑒𝑔𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝐸𝑥𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐺𝑒𝑛𝑒𝑟𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 407 Exemplo 1 Determine as integrais indefinidas. (a) ∫2 𝑒𝑥 𝑑𝑥 (b) ∫2 𝑒2 𝑥 𝑑𝑥 (c) ∫(𝑒𝑥 + 𝑥) 𝑑𝑥 Solução: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 408 Exemplo 2 Determine ∫𝑒3 𝑥+1 𝑑𝑥. Solução: - Identificando a variável u. Seja 𝑢 = 3 𝑥 + 1 e, portanto 𝑑𝑢 𝑑𝑥⁄ = 3. Podemos introduzir o fator 3 no integrando multiplicando e dividindo por 3. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 409 Exemplo 3 Determine ∫5 𝑥 𝑒−𝑥 2 𝑑𝑥. Solução: - Identificando a variável u. Seja 𝑢 = −𝑥2 e, portanto 𝑑𝑢 𝑑𝑥⁄ = −2 𝑥. Podemos introduzir o fator (-2 x) no integrando multiplicando e dividindo por (-2). Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 410 - Utilizando as Regras do Logaritmo Quando as Regras da Potência para integração foram apresentadas nas Seções 5.1 e 5.2, observamos que não eram válidas para n = -1. As Regras do Logaritmo para integração se aplicam justamente às funções que não são cobertas pelas Regras da Potência, ou seja, funções da forma ∫ 𝑥−1 𝑑𝑥 ou ∫𝑢−1 𝑑𝑢 𝑑𝑥 𝑑𝑥 ou ainda ∫ 1 𝑢 𝑑𝑢. - Integrais de Funções Logarítmicas Seja u uma função derivável de x. ∫ 1 𝑥 𝑑𝑥 = ln|𝑥| + 𝐶 ; 𝑅𝑒𝑔𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝐿𝑜𝑔𝑎𝑟𝑖𝑡𝑚𝑜 ∫ 1 𝑢 𝑑𝑢 𝑑𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 1 𝑢 𝑑𝑢 = ln|𝑢| + 𝐶 ; 𝑅𝑒𝑔𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝐿𝑜𝑔𝑎𝑟𝑖𝑡𝑚𝑜 𝐺𝑒𝑛𝑒𝑟𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 411 Essas regras são fáceis de demonstrar por derivação. Para demonstrar que 𝑑 𝑑𝑥 [ln|𝑥|] , basta observar que: ln|𝑥| = 𝑦 𝑒𝑦 = |𝑥| Para 𝑥 > 0: 𝑒𝑦 = 𝑥 Derivando: (𝑒𝑦)′ = (𝑥)′ ⟹ 𝑒𝑦 𝑦 ′ = 1 ⟹ 𝑦 ′ = 1 𝑒𝑦 = 1 𝑥 Para 𝑥 < 0: 𝑒𝑦 = −𝑥 Derivando: (𝑒𝑦)′ = (−𝑥)′ ⟹ 𝑒𝑦 𝑦′ = −1 ⟹ 𝑦 ′ = −1 𝑒𝑦 = −1 −𝑥 = 1 𝑥 Assim, 𝑑 𝑑𝑥 [ln 𝑥] = 1 𝑥 e 𝑑 𝑑𝑥 [ln(−𝑥)] = −1 −𝑥 = 1 𝑥 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 412 Exemplo 4 Determine as integrais indefinidas: (a) ∫ 4 𝑥 𝑑𝑥 (b) ∫ 2 𝑥 𝑥2 𝑑𝑥 (c) ∫ 3 3 𝑥 + 1 𝑑𝑥 Solução: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 413 Exemplo 5 Determine ∫ 1 2𝑥 − 1 𝑑𝑥. Solução: - Identificando a variável u. Seja 𝑢 = 2 𝑥 − 1 ; então 𝑑𝑢 𝑑𝑥⁄ = 2 . Podemos criar o fator 2 no integrando multiplicando e dividindo por 2. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 414 Exemplo 6 Determine ∫ 6𝑥 𝑥2 + 1 𝑑𝑥 . Solução: - Identificando a variável u. Seja 𝑢 = 𝑥2 + 1 ; então 𝑑𝑢 𝑑𝑥⁄ = 2 𝑥 . Podemos criar o fator 2x no integrando dividindo e multiplicando por 3. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 415 Exemplo 7 Determine as integrais indefinidas. (a) ∫ 3 𝑥2+2 𝑥−1 𝑥2 𝑑𝑥 (b) ∫ 1 1 + 𝑒−𝑥 𝑑𝑥 (c) ∫ 𝑥2+𝑥+1 𝑥−1 𝑑𝑥 Solução: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 416 Exemplo 8 Encontre ∫ 2 𝑥 (𝑥 + 1)2 𝑑𝑥. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 417 5.3- Áreas e o Teorema Fundamental do Cálculo - Áreas e Integrais Definidas A área é um número que define o tamanho de uma região fechada. No caso de regiões simples, como retângulos, triângulos e círculos, as áreas podem ser calculadas por meio de equações geométricas. Técnicas do Cálculo podem ser utilizadas para a determinação do tamanho de uma região irregular fechada como a que aparece na Figura 5.5. - Definição de Integral Definida Seja f(x) uma função não negativa e contínua no intervalo [a , b]. A área da região limitada pela curva de f(x), pelo eixo x e pelas retas x = a e x = b é representada por: Á𝑟𝑒𝑎 = ∫ 𝑓(𝑥) 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 A expressão ∫ 𝑓(𝑥) 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 é chamada de integral definida da função f(x) de (a) a (b), onde, (a) é o limite inferior de integração e (b) é o limite superior de integração. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 418 Exemplo 1 Determine ∫ 2 𝑥 2 0 𝑑𝑥 . Solução: Essa integral definida representa a área da região limitada pela curva da função 𝑓(𝑥) = 2𝑥 , o eixo x e a reta x = 2, como mostra a Figura 5.6. Não sabemos como resolver a integral definida. No entanto, o gráfico da função pode ser feito e verificamos que a região delimitada pelos limites de integração é triangular, com uma altura de quatro unidades e uma base de duas unidades. Então teremos a seguinte equivalência da geometria: ∫ 2𝑥 2 0 𝑑𝑥 = 1 2 (𝑏𝑎𝑠𝑒) (𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎) Expressão da área do triângulo ∫ 2𝑥 2 0 𝑑𝑥 = 1 2 (2) (4) = 4 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 419 - O Teorema Fundamental do Cálculo Considere a função A(x) representante do tamanho da região (área) destacada na Figura 5.7. Para determinarmos a relação entre A(x) e f(x), vamos supor que x sofra um acréscimo ∆𝑥. Isso faz com que a área aumente de ∆ 𝐴. Sejam f(m) e f(M) os valores mínimo e máximo de f(x) no intervalo [𝑥 , 𝑥 + ∆ 𝑥]. Como mostra a Figura 5.8, podemos escrever as seguintes desigualdades: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 420 Assim, se 𝑓(𝑥) = 𝐴′(𝑥), então, a família de curvas A(x) cuja derivada é f(x) será: 𝐴(𝑥) = ∫𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 𝐴(𝑥) = 𝐹(𝑥) + 𝐶 ; onde, 𝐹′(𝑥) ≡ 𝐴′(𝑥) = 𝑓(𝑥). A partir da Figura 5.8, podemos determinar o valor de C da integral indefinida A(x): Como 𝐴(𝑎) = 0 , então 𝐶 = −𝐹(𝑎) . Logo, 𝐴(𝑥) = 𝐹(𝑥) − 𝐹(𝑎) Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 421 Portanto, se 𝐴(𝑥) = 𝐹(𝑥) − 𝐹(𝑎), então, o valor A(b) será calculado por: 𝐴(𝑏) = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎) que é igual à área total sob a curva de f(x) ou 𝐴(𝑏) = ∫ 𝑓(𝑥) 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 De acordo com essa equação, se for possível determinar a antiderivada de f(x), esta pode ser usada para calcular a integral definida ∫ 𝑓(𝑥) 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 . Esse resultado é conhecido como o Teorema Fundamental do Cálculo. - Teorema Fundamental do Cálculo Se f(x) é uma função não negativa e contínua no intervalo fechado [a , b], então ∫ 𝑓(𝑥) 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎) onde F(x) é qualquer função tal que 𝐹′(𝑥) = 𝑓(𝑥) para qualquer x no intervalo [a , b]. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 422 Podemos definir um procedimento geral para a utilização do Teorema Fundamental do Cálculo. Antes de introduzirmos o Teorema Fundamental do Cálculo, supomos que a função f(x) era não negativa no intervalo fechado [a , b] e definimos a integral definida como uma área. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 423 O Teorema Fundamental do Cálculo permite ampliar a definição paraincluir funções que assumem valores negativos no intervalo fechado [a , b]. Mais especificamente, se f(x) é qualquer função contínua no intervalo fechado [a , b], então a integral definida de f(x) de (a) a (b) é dada por: ∫ 𝑓(𝑥) 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 = 𝐹(𝑥)]𝑎 𝑏 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎) onde F é a antiderivada de f. Obs.: 1) As integrais definidas não representam necessariamente áreas e podem ser positivas, negativas ou nulas. 2) É importante que a diferença entre integral indefinida e integral definida fique bem compreendida. A integral indefinida ∫𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 representa uma família de funções, cada uma das quais é uma antiderivada de f(x), enquanto a integral definida ∫ 𝑓(𝑥) 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 é um número. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 424 Considere as seguintes propriedades algébricas das Integrais Definidas: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 425 Exemplo 2 Determine a área da região limitada pelo eixo x e pela curva da função: 𝑓(𝑥) = 𝑥2 − 1 , 1 ≤ 𝑥 ≤ 2 Solução: Observe que 𝑓(𝑥) ≥ 0 no intervalo (1 ≤ 𝑥 ≤ 2) , como mostra a Figura 5.9. Assim, a área da região pode ser representada por uma integral definida. Para determinarmos a área, utilizaremos as regras da integração indefinida e, posteriormente, aplicaremos o Teorema Fundamental do Cálculo. Assim, a área da região é 4/3 unidades quadradas. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 426 Exemplo 3 Determine a integral definida: ∫ (4 𝑡 + 1)2 1 0 𝑑𝑡 e desenhe a região cuja área é representada pela integral. Solução: - Integrando no domínio da variável t: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 427 - Integrando no domínio da variável u: Seja a variável 𝑢 = 4 𝑡 + 1. Nesse caso, 𝑑𝑢 = 4 𝑑𝑡 ⟹ 𝑑𝑡 = 𝑑𝑢 4 . Fazendo a substituição de variáveis temos: 𝐼 = ∫ (4 𝑡 + 1)2 1 0 𝑑𝑡 ≡ ∫ (𝑢)2 𝑏 𝑎 𝑑𝑢 4 - Identificando os limites de integração antes da aplicação da Regra da Potência e Teorema Fundamental do Cálculo: Para: { 𝑡 = 0 ⟹ 𝑢 = 1 𝑡 = 1 ⟹ 𝑢 = 5 Assim, 𝐼 = ∫ (4 𝑡 + 1)2 1 0 𝑑𝑡 ≡ 1 4 ∫ (𝑢)2 5 1 𝑑𝑢 ⟹ 𝐼 = 1 4 [ (𝑢)3 3 ] 1 5 = 1 4 [ (5)3 3 − (1)3 3 ] 𝐼 = 31 3 𝑢. 𝑎. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 428 Exemplo 4 Determine as integrais definidas: (a) ∫ 𝑒2 𝑥 3 0 𝑑𝑥 (b) ∫ 1 𝑥 2 1 𝑑𝑥 (c) ∫ −3 √𝑥 4 1 𝑑𝑥 Solução: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 429 Exemplo 5 Determine ∫ |2 𝑥 − 1| 2 0 𝑑𝑥. A região representada pela integral definida aparece na Figura 5.11. De acordo com a definição de valor absoluto, temos: |2 𝑥 − 1| = { −(2 𝑥 − 1), 𝑥 < 1 2 (2 𝑥 − 1), 𝑥 > 1 2 Utilizando a propriedade 3 das integrais definidas, podemos escrever a integral como a soma de duas integrais definidas: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 430 - Valor Médio O valor médio de uma função em um intervalo fechado é definido da seguinte forma: - Definição do Valor Médio de uma Função Se f(x) é uma função contínua no intervalo fechado [a , b], então o valor médio de f(x) no intervalo [a , b] é dado por: 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑓(𝑥) 𝑛𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 [𝑎 , 𝑏] = 1 𝑏 − 𝑎 ∫ 𝑓(𝑥) 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 431 Exemplo 6 O custo unitário c(t) para produzir um artigo, em um período de dois anos, é modelado pela função: 𝑐(𝑡) = 0,005 𝑡2 + 0,01 𝑡 + 13,15 , 0 ≤ 𝑡 ≤ 24 onde t é o tempo em meses. Determine o custo médio unitário durante o período de dois anos. Solução: O custo médio pode ser calculado integrando a função c(t) no intervalo [0 , 24]. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 432 - Funções Pares e Ímpares Várias funções comuns são simétricas em relação ao eixo y ou à origem. Se uma função f(x) é simétrica em relação ao eixo y, como na Figura 5.13(a), então 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥) e dizemos que f(x) é uma função par. Se uma função f(x) é simétrica em relação à origem, como na Figura 5.13(b), então 𝑓(−𝑥) = −𝑓(𝑥), e dizemos que f é uma função ímpar. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 433 Exemplo 7 Determine as integrais definidas: (a) ∫ 𝑥2 2 −2 𝑑𝑥 (b) ∫ 𝑥3 2 −2 𝑑𝑥 . Solução Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 434 5.4- A Área de uma Região Limitada por Duas Curvas Com algumas modificações, a utilização de integrais definidas, para determinar o tamanho de uma região sob uma curva, pode ser generalizado para incluir a determinação do tamanho de uma região limitada por duas curvas. Considere a região limitada pelas curvas de f(x) e g(x), e ainda x = a e x = b, na Figura 5.14. Como as curvas de f(x) e g(x) estão acima do eixo x, o tamanho da região entre as curvas pode ser interpretado como a região sob o gráfico de f(x) menos a região sob o gráfico de g(x), como mostra a Figura 5.14. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 435 Embora a Figura 5.14 mostre os gráficos de f(x) e g(x) acima do eixo x, essa condição não é necessária, e o mesmo integrando [𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)] pode ser usado, contando que as duas funções sejam contínuas e 𝑔(𝑥) ≤ 𝑓(𝑥) no intervalo [a , b]. - Área de uma Região Limitada por Duas Curvas Se f(x) e g(x) são funções contínuas no intervalo fechado [a , b] e 𝑔(𝑥) ≤ 𝑓(𝑥) para qualquer x no intervalo, a área da região limitada pelas curvas de f(x) e g(x) e pelas retas x = a e x = b é dada por: 𝐴 = ∫ [𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)] 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 Para identificarmos a condição 𝑔(𝑥) ≤ 𝑓(𝑥) seria necessário resolver, analiticamente, a inequação. Porém, como nem sempre será uma tarefa analítica fácil, recorreremos ao recurso gráfico (software gráfico ou conceitos de esboço de gráfico) para identificarmos o domínio onde essa inequação é verdadeira. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 436 Exemplo 1 Determine a área da região limitada pelas curvas das funções 𝑦1 = 𝑥 2 + 2 e 𝑦2 = 𝑥, para 0 ≤ 𝑥 ≤ 1. Solução - Começamos por traçar as curvas das duas funções, como mostra a Figura 5.15. - Podemos ver, na figura, que 𝑦2 < 𝑦1 ou 𝑥 < 𝑥 2 + 2 para qualquer valor de x no intervalo [0 , 1]. - Logo, fazemos 𝑦1 ≡ 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 + 2 e 𝑦2 ≡ 𝑔(𝑥) = 𝑥 no integrando. - A área pode ser calculada por: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 437 Exemplo 2 Determine a área da região limitada pelas curvas das funções 𝑦1 = 2 − 𝑥 2 e 𝑦2 = 𝑥 . Solução - Neste problema, os valores dos limites de integração a e b não são dados e é preciso calculá-los, determinando os pontos de interseção das duas curvas. - Para isso, basta igualar as duas funções e resolver a equação resultante. 𝑦1 = 𝑦2 2 − 𝑥2 = 𝑥 ⟹ 𝑥2 + 𝑥 − 2 = 0 - Fazendo isso, obtemos: 𝑥1 = −2 𝑒 𝑥2 = 1 - Como podemos ver, na Figura 5.16, a curva de 𝑦1 = 2 − 𝑥 2 está acima da curva de 𝑦2 = 𝑥 para qualquer valor de x em [-2 , 1]. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 438 - Logo, 𝑦1 ≡ 𝑓(𝑥) e 𝑦2 ≡ 𝑔(𝑥) no integrando da equação geral. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. MárioDuarte 439 Exemplo 3 Determine a área da região limitada pela curva da função 𝑦 = 𝑥2 − 3𝑥 − 4 e o eixo x. Solução - Começamos por determinar os pontos em que a curva intercepta o eixo x (y = 0). - Para isso, igualamos a função a zero e resolvemos a equação resultante. 𝑥2 − 3𝑥 − 4 = 0 (𝑥 − 4) (𝑥 + 1) = 0 Obtemos para as duas raízes: 𝑥2 = 4 , 𝑥1 = −1 - Como se pode ver, na Figura 5.17, 𝑥2 − 3𝑥 − 4 ≤ 0 para qualquer valor de x no intervalo [-1 , 4]. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 440 - Assim, consideramos 𝑓(𝑥) = 0 e 𝑔(𝑥) = 𝑥2 − 3𝑥 − 4 e determinamos a área: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 441 Exemplo 4 Determine a área da região limitada pelas curvas das funções: 𝑓(𝑥) = 3𝑥3 − 𝑥2 − 10𝑥 e 𝑔(𝑥) = − 𝑥2 + 2𝑥 . Solução - Para determinar os pontos de interseção das duas curvas, igualamos as funções e resolvemos a equação resultante. - Esses três pontos de interseção determinam dois intervalos de integração: [-2 , 0] e [0 , 2]. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 442 - Podemos ver na Figura 5.18 que 𝑔(𝑥) ≤ 𝑓(𝑥) no intervalo [-2 , 0] e que 𝑓(𝑥) ≤ 𝑔(𝑥) no intervalo [0 , 2]. - Assim, devemos utilizar duas integrais para determinar a área da região limitada pelas curvas de f(x) e g(x): uma para o intervalo [-2 , 0] e outra para o intervalo [0 , 2]. Logo, a região tem 24 unidades de área. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 443 5.4.1 – Aproximação Numérica da Integral A Regra do Ponto Central Quando não é possível utilizar o Teorema Fundamental do Cálculo (desconhecimento da antiderivada do integrando), podemos recorrer a técnicas de aproximação para a obtenção do valor da integral. Uma dessas técnicas se baseia na chamada Regra do Ponto Central. A Regra do Ponto Central pode ser utilizada para estimar o valor de qualquer integral definida. No entanto, recorreremos a essa Regra apenas quando não for possível encontrar, analiticamente, uma antiderivada do integrando. Considere o intervalo fechado [a , b] dividido em n subintervalos de largura ∆𝑥 = (𝑏 − 𝑎) 𝑛⁄ . Vamos chamar xi a coordenada x do ponto central do subintervalo de ordem i. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 444 - Roteiro para Utilizar a Regra do Ponto Central Para estimar o valor da integral definida ∫ 𝑓(𝑥) 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 utilizando a Regra do Ponto Central, devemos determinar as coordenadas (𝑥𝑖 , 𝑓(𝑥𝑖) ) em cada subintervalo: 1. Dividir o intervalo [a , b] em n intervalos de largura. ∆𝑥 = 𝑏 − 𝑎 𝑛 2. Determinar a coordenada central 𝑥𝑖 de cada intervalo. 𝐶𝑜𝑜𝑟𝑑𝑒𝑛𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑖𝑠 𝑥𝑖 = {𝑥1 , 𝑥2 , 𝑥3 , ⋯ , 𝑥𝑛} Onde, 𝑥1 = 𝑎 + ∆𝑥 2 ; 𝑥2 = 𝑥1 + ∆𝑥 ⋯ 𝑥𝑛 = 𝑥𝑛−1 + ∆𝑥 3. Determinar as coordenadas f(xi), a partir das coordenadas centrais xi de todos os intervalos, somar esses valores e multiplicar o resultado por 𝑏−𝑎 𝑛 . ∫ 𝑓(𝑥) 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 ≈ 𝑏 − 𝑎 𝑛 [𝑓(𝑥1) + 𝑓(𝑥2) + 𝑓(𝑥3) + ⋯+ 𝑓(𝑥𝑛)] Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 445 Exemplo 1 Use os cinco retângulos da Figura 5.22 para estimar a área da região limitada pelas curvas: da função 𝑓(𝑥) = −𝑥2 + 5 , o eixo x e as retas x = 0 e x = 2. Solução - Determinando as alturas dos cinco retângulos calculando o valor de f(xi) nas coordenadas centrais dos seguintes intervalos: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 446 Exemplo 2 Use a Regra do Ponto Central com n = 5 para determinar o valor aproximado de ∫ 1 𝑥2+1 1 0 𝑑𝑥. Solução - Determinando a largura dos cinco subintervalos: ∆𝑥 = 𝑏 − 𝑎 𝑛 = 1 − 0 5 = 1 5 = 2 10 - Determinando as coordenadas centrais: 𝐶𝑜𝑜𝑟𝑑𝑒𝑛𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑖𝑠 = { 1 10 , 3 10 , 5 10 , 7 10 , 9 10 } - O valor estimado da integral definida é dado por: ∫ 1 𝑥2 + 1 1 0 𝑑𝑥 ≈ 1 5 ( 1 1,01 + 1 1,09 + 1 1,25 + 1 1,49 + 1 1,81 ) ≈ 0,786 A Figura 5.23 mostra a região cuja área é representada pela integral definida. A área exata da região é 𝜋 4 ≈ 0,785; assim, o erro cometido pela Regra é de 0,001. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 447 Exemplo 3 Use a regra do Ponto Central com n = 10 para estimar o valor de ∫ √𝑥2 + 1 3 1 𝑑𝑥. Solução - Determinando a largura dos subintervalos: ∆𝑥 = 𝑏 − 𝑎 𝑛 = 3 − 1 10 = 1 5 = 2 10 - Determinando as coordenadas centrais: 𝐶𝑜𝑜𝑟𝑑𝑒𝑛𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑖𝑠 = { 11 10 , 13 10 , 15 10 , 17 10 , 19 10 , 21 10 , 23 10 , 25 10 , 27 10 , 29 10 } - O valor estimado da integral definida é dado por: ∫ √𝑥2 + 1 3 1 𝑑𝑥 ≈ 1 5 (√1,12 + 1 + √1,32 + 1 +⋯+ √2,92 + 1) ≈ 4,504 A Figura 5.24 mostra a região cuja área é representada pela integral definida cujo valor é 4,505. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 448 Regra do Trapézio Seja f(x) uma função contínua no intervalo [a , b] e n o número de subintervalos iguais (figura com 𝑛 = 4). De acordo com a Regra do Trapézio, o valor ∫ 𝑓(𝑥) 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 será dada aproximadamente por: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 449 Exemplo 4 Utilize a Regra do Trapézio para aproximar ∫ 𝑠𝑖𝑛 𝑥 𝜋 0 𝑑𝑥. Compare os resultados para 𝑛 = 4 e 𝑛 = 8 como indicado na Figura 4.44. Obs. Pela Regra do Ponto Central: 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑔𝑟𝑎𝑙 ≈ 2,052 𝐸𝑟𝑟𝑜 = −0,052 Pela Regra do Trapézio: 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑔𝑟𝑎𝑙 ≈ 1,896 𝐸𝑟𝑟𝑜 = 0,104 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 450 Obs. Pela Regra do Ponto Central: 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑔𝑟𝑎𝑙 ≈ 2,013 𝐸𝑟𝑟𝑜 = −0,0129 Pela Regra do Trapézio: 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑔𝑟𝑎𝑙 ≈ 1,974 𝐸𝑟𝑟𝑜 = 0,026 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 451 - A Integral Definida como Limite de uma Soma Após a estimativa do ponto central de n retângulos: ∫ 𝑓(𝑥) 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 ≈ 𝑓(𝑥1)∆𝑥 + 𝑓(𝑥2)∆𝑥 + 𝑓(𝑥3)∆𝑥 + ⋯+ 𝑓(𝑥𝑛)∆𝑥 ∫ 𝑓(𝑥) 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 = [𝑓(𝑥1) + 𝑓(𝑥2) + 𝑓(𝑥3) + ⋯+ 𝑓(𝑥𝑛)] ∆𝑥 O resultado do somatório se torna mais preciso, em relação à integral, à medida que n aumenta. Na verdade, o limite dessa soma, quando n tende a infinito, é igual ao valor da integral definida. Assim, ∫ 𝑓(𝑥) 𝑏 𝑎 𝑑𝑥 = lim 𝑛→∞ [𝑓(𝑥1) + 𝑓(𝑥2) + 𝑓(𝑥3) + ⋯+ 𝑓(𝑥𝑛)] ∆𝑥 Obs.: Considerar que sempre que n for finito existirá um erro embutido no resultado do cálculo que será tanto menor quanto maior for o valor de n. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 452 5.5- Volumes de Sólidos de Revolução Outra importante aplicação da integral definida é o cálculo do volume de sólidos tridimensionais. Um tipo particular de sólido tridimensional é denominado de sólidos de revolução. Esses sólidos, na forma de eixos, funis, pílulas, garrafas e pistões, são muito utilizados na engenharia e em objetos domésticos, e exemplos podem ser visualizados na Figura 7.12. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 453 - O Método do Disco Um sólido de revolução é gerado pela rotação de uma figura plana em torno de uma reta, querecebe o nome de eixo de revolução. O mais simples dos sólidos de revolução é o cilindro circular reto ou disco, o qual é formado pela rotação de um retângulo em torno de um eixo adjacente, a um dos lados desse retângulo, como mostrado na Figura 7.13. O volume de tal disco é dado por: 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜 = (á𝑟𝑒𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜) (𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜) 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜 = 𝜋 𝑅2 𝑤 onde R é o raio do disco e w sua largura. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 454 Considere uma função contínua f(x) que seja não negativa no intervalo [a , b]. Suponha que a área da região seja aproximada por n retângulos justapostos de largura ∆𝑥, como mostra a Figura 7.14. Fazendo girar os retângulos em torno do eixo x, obtemos n discos; O volume de cada disco é 𝑉 = 𝜋 [𝑓(𝑥𝑖)] 2∆𝑥. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 455 O volume do sólido formado pela rotação da região plana em torno do eixo x é aproximadamente igual à soma dos volumes dos discos. Tomando o limite quando n tende a infinito, podemos ver que o volume exato é dado por uma integral definida. Esse resultado é conhecido como Método do Disco. - Método do Disco O volume do sólido formado pela rotação da região limitada pela curva de f(x), pelo eixo x e pelas retas x = a e x = b em torno do eixo x é dado por: 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 = 𝜋 ∫ [𝑓(𝑥)]2 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 456 Para se encontrar o volume de um sólido de revolução, com a utilização do método do disco, podemos girar o retângulo de referência do elemento de área tanto em torno do eixo horizontal (x) quanto em torno do eixo vertical (y), como mostrado na Figura 7.15. A equação de volume deverá ser adaptada para cada uma das situações conforme mostrado abaixo. Rotação em torno do Eixo Horizontal Rotação em torno do Eixo Vertical 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 = 𝑉 = 𝜋 ∫ [𝑅(𝑥)]2 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 = 𝑉 = 𝜋 ∫ [𝑅(𝑦)]2 𝑑𝑦 𝑑 𝑐 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 457 Exemplo 1 Determine o volume do sólido formado pela rotação da região limitada pelo gráfico da função 𝑓(𝑥) = √𝑠𝑒𝑛(𝑥) e o eixo x , 0 ≤ 𝑥 ≤ 𝜋, em torno do eixo x. Solução Começamos por desenhar a região limitada pela curva de f(x) e o eixo x. Na parte superior da Figura 7.16, desenhamos um retângulo cuja altura é R(x) e sua largura é ∆𝑥. De acordo com esse retângulo, o raio do sólido é 𝑅(𝑥) = 𝑓(𝑥) = √𝑠𝑒𝑛(𝑥). Utilizando o método do disco, podemos determinar o volume do sólido de revolução. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 458 Exemplo 2 Encontre o volume do sólido formado pela revolução da região limitada pelo gráfico da função 𝑓(𝑥) = 2 − 𝑥2 e 𝑔(𝑥) = 1 e em torno da linha 𝑦 = 1 como mostrado na Figura 7.17. Solução Analisando o gráfico das funções f(x) e g(x) determinamos os pontos de interseção em 𝑥 = ±1. Para determinarmos o raio do disco subtraímos g(x) de f(x). 𝑅(𝑥) = 𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥) 𝑅(𝑥) = (2 − 𝑥2) − (1) 𝑅(𝑥) = 1 − 𝑥2 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 459 Utilizando o método do disco: 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 = 𝑉 = 𝜋 ∫ [𝑅(𝑥)]2 𝑑𝑥 1 −1 𝑉 = 𝜋 ∫ (1 − 𝑥2)2 𝑑𝑥 1 −1 𝑉 = 𝜋 ∫ (1 − 2𝑥2 + 𝑥4) 𝑑𝑥 1 −1 𝑉 = 𝜋 [ 𝑥5 5 − 2 𝑥3 3 + 𝑥] −1 1 = 16 𝜋 15 ≈ 3,351 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑐ú𝑏𝑖𝑐𝑎𝑠 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 460 - O Método do Anel O método do Disco pode ser generalizado para permitir o cálculo de um sólido de revolução com um furo substituindo a representação de um disco pela representação de um anel. O anel é formado pela revolução de um retângulo em torno de um eixo, como mostrado na Figura 7.18. Sejam r e R os raios interno e externo, respectivamente, do anel e seja ainda w sua espessura. Assim, o volume desse anel será dado por: 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑒𝑙 = 𝜋 (𝑅2 − 𝑟2) 𝑤 Utilizando este conceito para se encontrar o volume de um sólido de revolução, considere uma região limitada por uma função raio externo R(x) e outra função raio interno r(x) como mostrado na Figura 7.19. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 461 Quando fazemos essa região girar em torno de um eixo de revolução, o volume do sólido resultante é dado por: 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 = 𝑉 = 𝜋 ∫ {[𝑅(𝑥)]2 − [𝑟(𝑥)]2} 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 Podemos ressaltar que a integral envolvendo o raio interno representa o volume do buraco que é subtraído do volume representado pela integral do raio externo. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 462 - Método do Anel Sejam R(x) e r(x) duas funções contínuas e não negativas no intervalo fechado [a , b], como mostra a Figura 7.19 (esquerda). Se 𝑟(𝑥) ≤ 𝑅(𝑥) para qualquer x no intervalo, então o volume do sólido formado pela rotação da região limitada pelas curvas de R(x) e r(x) e pelas retas x = a e x = b em torno do eixo x é dado por: 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 = 𝜋 ∫ {[𝑅(𝑥)]2 − [𝑟(𝑥)]2} 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 ; 𝑜𝑢 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 = 𝜋 ∫ {[𝑅(𝑦)]2 − [𝑟(𝑦)]2} 𝑑𝑦 𝑏 𝑎 R é o raio externo e r é o raio interno. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 463 Exemplo 3 Encontre o volume do sólido formado pela revolução da região limitada pelos gráficos: 𝑦 = √𝑥 e 𝑦 = 𝑥2 em torno do eixo x, como mostrado na Figura 7.20. Solução - Determinando a interseção entre as duas funções: √𝑥 = 𝑥2 ⟹ 𝑥 = 𝑥4 𝑥 − 𝑥4 = 0 ⟹ 𝑥 (1 − 𝑥3) = 0 Logo, Os pontos de interseção são 𝑥 = 0 𝑒 𝑥 = 1 (𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙. 3). - Determinando qual das duas funções está acima da outra no intervalo [0 , 1]. Ao estabelecermos a pergunta acima, na forma de uma inequação, teremos: 𝑥 − 𝑥4 ≥ 0 ⟹ (𝑥 − 0) (1 − 𝑥3) ≥ 0 Respondendo à pergunta, por meio de uma tabela de valores, teremos: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 464 Prod. Monom. Valor teste. (𝑥 − 0) (1 − 𝑥3) ≥ 0 ? -1 (−) (+) Não 0 (0) (+) Sim 1 2 (+) (+) Sim 1 (+) (0) Sim 2 (+) (−) Não O gráfico das duas funções nos termos determinados está mostrado na Figura 7.20. Podemos verificar, na figura dada, que os raios, interno e externo, correspondem a: 𝑟(𝑥) = 𝑥2 e 𝑅(𝑥) = √𝑥, respectivamente. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 465 Integrando, entre os limites 0 e 1, teremos: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 466 Exemplo 4 Encontre o volume do sólido formado pela revolução da região limitada pelos gráficos de 𝑦 = 𝑥2 + 1 , 𝑦 = 0 , 𝑥 = 0 e 𝑥 = 1 em torno do eixo y, como mostrado na Figura 7.21. Solução A região plana está mostrada na Figura 7.21. Vemos que quando 0 ≤ 𝑦 ≤ 1, R(y) = 1 e 𝑟(𝑦) = 0. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 467 Porém, quando 1 ≤ 𝑦 ≤ 2 , o raio externo é R(y) = 1 , o raio interno r(y) será determinado pela equação 𝑦 = 𝑥2 + 1 , o que implica que 𝑟(𝑦) = √𝑦 − 1. Logo, a definição por partes das funções raio do problema será: 𝑟(𝑦) = { 0, 0 ≤ 𝑦 ≤ 1 √𝑦 − 1, 1 ≤ 𝑦 ≤ 2 𝑒 𝑅(𝑦) = { 1, 0 ≤ 𝑦 ≤ 1 1, 1 ≤ 𝑦 ≤ 2 Observando a definição por partes dos raios, podemos utilizar duas integrais para encontraro volume. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 468 Exemplo 5 Uma broca faz um buraco através do centro de uma esfera metálica de raio 5 polegadas, como mostrado na Figura 7.23(a). O buraco tem um raio de 3 polegadas. Qual é o volume do anel metálico resultante? Solução Podemos imaginar que o anel será gerado pelo segmento do círculo cuja equação é 𝑥2 + 𝑦2 = 25, como mostrado na Figura 7.23(b). Em função do buraco de 3 polegadas, nós podemos fazer 𝑦 = 3 e resolver a equação 𝑥2 + 𝑦2 = 25 para determinar os limites de integração que serão 𝑥 = ±4. Portanto, os raios interno e externo são 𝑟(𝑥) = 3 e 𝑅(𝑥) = √25 − 𝑥2 , respectivamente, e o volume será dado por: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 469 5.6 – Exercícios Resolver exercícios da lista e outros diversos das referências bibliográficas. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 470 REFERÊNCIAS Conteúdo deste capítulo foi compilado de: LARSON, R. & EDWARDS, B.; Calculus of a Single Variable, 10 ed., Boston, MA - USA, Brooks/Cole Cengage Learning, 2014. LARSON, R. & EDWARDS, B. H.; Calculus, 9 ed., Belmont - CA - USA, Brooks/Cole, 2010. LARSON, R., Brief Calculus An Applied Approach, 8 ed., Houghton Mifflin Company, Boston – New York, 2009. LARSON, R. & EDWARDS, B. H.; com a assistência de FALVO, D. C., Cálculo com Aplicações, 6 ed., Rio de Janeiro – RJ, LTC, 2008. LEITHOLD, L; O Cálculo com Geometria Analítica, São Paulo – SP, Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda., 1977.
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