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Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) Profª Renata Adrielle CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (EC nº 64/2010) Direito Humano à Alimentação Adequada no Brasil Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) CONCEITO Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis Art. 3º da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional – LOSAN Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) Lei n° 11.346 (15/09/2006): Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN) Institui o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) A alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população. (art. 2º) Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) A real ização do DHAA está fortemente relacionado ao conceito de Segurança Alimentar e Nutricional. INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL = VIOLAÇÃO DO DHAA Insegurança alimentar e nutricional pode ser detectada a partir de diferentes tipos de problemas, tais como: 1.Fome, 2.Obesidade, 3.Doenças associadas à má alimentação, 4.Consumo de alimentos de qualidade duvidosa ou prejudicial à saúde, 5.Estrutura de produção de alimentos predatória em relação ao ambiente e bens essenciais com preços abusivos; e 6.Imposição de padrões alimentares que não respeitem a diversidade cultural. Escopo da Segurança Alimentar e Nutricional (Art. 4º- LOSAN) 1. Acesso aos alimentos 2. Valorização da agricultura familiar 3. Geração de emprego e da redistribuição da renda; 4. Conservação da biodiversidade; 5. Promoção da saúde e da nutrição 6. Garantia da qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos alimentos 7. Práticas alimentares e estilos de vida saudáveis 8. Respeito à diversidade étnica e racial e cultural; 9. Produção de conhecimento e o acesso à informação; 10. Políticas públicas e estratégias sustentáveis de produção, comercialização e consumo de alimentos; e 11. Participação Social • Criação: 1993, extinto em 1995 e recriado em 2003 com o Fome Zero; • Órgão de assessoramento imediato à Presidente da República e integra o SISAN; • Representantes designados pelo Presidente da República, sendo 2/3 da sociedade civil e 1/3 de representantes governamentais; • Competências: conferência, proposições, monitoramento da política e plano de SAN, diálogo permanente com a CAISAN • Criada por decreto em 2007; • Objetivo - Promover a articulação e a integração dos órgãos e entidades da administração pública federal afetos à área de Segurança Alimentar e Nutricional; • Composição – 19 ministérios que integram o Consea, presidido pelo MDS • Competências - Elaborar, coordenar, avaliar, monitorar a PNSAN e o PLANSAN. • Interlocução permanente entre o CONSEA e os órgãos de execução; • Acompanhar as propostas do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do orçamento anual; Segurança Alimentar academia da cidade feira orgânica Insegurança Alimentar Como acessar o Relatório da Pesquisa “Avaliação da (In)Segurança Alimentar nas Regiões de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco”?? 2011 Soberania Alimentar Cada país tem o direito de definir suas próprias políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de Alimentos que garantam o direito à alimentação para toda população (soberania alimentar), respeitando as múltiplas características culturais dos povos. Como promover, garantir e proteger o DHAA? Construção da Política Nacionais de Alimentação e Nutrição PNAN – Considerações Iniciais ✓ Define a contribuição setorial da saúde na segurança alimentar e nutricional; ✓ Alimentação é explicitamente reconhecida como direito humano fundamental; ✓ Releitura, revisão e reorientação de programas e projetos do setor na ótica do direito humano à alimentação. POLÍTICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO (PNAN) Portaria n. 710, de 10 de junho de 1999 Determina que as três esferas de governo (União, Estados e Municípios) promovam a elaboração de seus planos, políticas, projetos de acordo com as diretrizes estabelecidas DIRETRIZES Estímulo às ações intersetoriais com vistas ao acesso universal aos alimentos Garantia da segurança e da qualidade dos alimentos e da prestação de serviços neste contexto Monitoramento da situação alimentar e nutricional Promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis Prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e de doenças associadas à alimentação e nutrição Promoção do desenvolvimento de linhas de investigação Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos Conselho Nacional de Saúde e o Ministério da Saúde ! Conduziu um amplo e democrático processo de atualização e aprimoramento da Política: ✓ 26 Seminários Estaduais e o Seminário Nacional de Alimentação e Nutrição: PNAN 10 anos ✓ Presença de conselheiros de saúde; sociedade civil; trabalhadores de saúde; gestores da Atenção Básica; CONSEA; Universidades e especialistas em políticas públicas de saúde e de alimentação e nutrição. REVISÃO DA POLÍTICA!!! PERGUNTAS-CHAVE 10 anos de PNAN !Quais principais fatores (sociais, políticos, econômicos e institucionais) operam como facilitadores ou como obstáculos à implementação da PNAN? !Quais aspectos ou condições necessitam ser corrigidos ou aperfeiçoados? ACHADOS ! A PNAN é um marco fundamental para o campo da Alimentação e Nutrição no Brasil; ! Referência regulatória, política, técnica e ética para os profissionais de nutrição; ! A Política foi considerada, por vários entrevistados, como “moderna, avançada e inovadora”. MÉRITOS DA PNAN ! Implantação do SISVAN; ! Produção de diversos materiais informativos sobre a promoção da alimentação saudável, os quais se tornaram uma referência na área. ! Capacitação de recursos humanos; ! Estímulo a prevenção das DCNT’s e da necessidade de rotulagem de alimentos, dentre outras ações. RECOMENDAÇÕES GERAIS ! Atualização do texto quanto ao contexto socioeconômico, geográfico e epidemiológico; ! Inserção de diretriz voltada para a atenção de populações específicas (indígenas, quilombolas, etc). ! Inserção, no texto, da descrição dos processos de gestão para a implementação; ! Elucidar a convergência de suas diretrizes com a PNAB, a PNPS e demais políticas que concorrem para a promoção da SAN. PORTARIA Nº 2.715, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011 ! Atualiza a Política Nacional de Alimentação e Nutrição; ! Propósito: melhoria das condições de a l imentação, nut r ição e saúde da p o p u l a ç ã o b r a s i l e i r a , m e d i a n t e a promoção de prát icas a l imentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutriçãoNova edição da PNAN PRINCÍPIOS ! PRESSUPOSTOS: Direitoà saúde e à alimentação; ! É orientada pelos princípios doutrinários e organizativos do SUS (universalidade, integralidade, equidade, descentralização, regionalização e hierarquização e participação popular) PRINCÍPIOS Alimentação como elemento de humanização das práticas de saúde Respeito à diversidade e à cultura alimentar Fortalecimento da autonomia dos indivíduos Determinação social e a natureza interdisciplinar e intersetorial da alimentação e nutrição Segurança alimentar e nutricional com soberania ORGANIZAÇÃO ✓ Diretrizes que abrangem o escopo da atenção nutricional no SUS com foco na vigilância, promoção, prevenção e cuidado integral de agravos relacionados à alimentação e nutrição; ✓ Integradas às demais ações de saúde nas redes de atenção; ✓ Atenção básica como ordenadora das ações DIRETRIZES 1. ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO NUTRICIONAL Melhor organização dos serviços de saúde para atender às demandas geradas pelos agravos relacionados à má alimentação. 1. ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO NUTRICIONAL 2. PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL 3. VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL SISVAN: ✓Integração de Informações derivadas de Sistemas de Informação em Saúde; ✓Inquéritos Populacionais; ✓Chamadas Nutricionais; ✓Produção Científica. 4. GESTÃO DAS AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO “Cabe aos gestores do SUS, nas esferas Federal, Estadual e Municipal, promover a implementação da PNAN por meio da viabilização de parcerias e da articulação institucional necessária para fortalecer a convergência desta com os planos de Saúde e de Segurança Alimentar e Nutricional”. 5. PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL 6. QUALIFICAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO 7. CONTROLE E REGULAÇÃO DOS ALIMENTOS 8. PESQUISA, INOVAÇÃO E CONHECIMENTO EM ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 9. COOPERAÇÃO E ARTICULAÇÃO PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL ! A garantia da SAN para a população, assim como a garantia do direito à saúde, não depende exclusivamente do setor saúde, mas este tem papel essencial no processo de articulação intersetorial. RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS ✓ Responsabilidades do Ministério da Saúde; ✓ Responsabilidades das Secretarias Estaduais; ✓ Responsabilidades das Secretarias Municipais e do DF. MINISTÉRIO DA SAÚDE • Elaborar o plano de ação da PNAN; ! Pactuar prioridades, objetivos, estratégias e metas para implementação ações de alimentação e nutrição de acordo com as diretrizes da PNAN; ! Garantir recursos; ! Avaliar e monitorar as metas; ! Prestar assessoria técnica e apoio às ações de alimentação e nutrição; ! Apoiar a articulação de instituições para capacitação e a educação permanente dos profissionais de saúde; ! Prestar assessoria técnica na implantação dos sistemas de informação dos programas de alimentação e nutrição; ! Apoiar e fomentar a realização de pesquisas em Alimentação e Nutrição para o SUS; ! Promover articulação intersetorial e interinstitucional necessária à implementação das diretrizes da PNAN. RESPONSABILIDADE DA ESFERA ESTADUAL • Implementar a PNAN, no âmbito do seu território, respeitando suas diretrizes e promovendo as adequações necessárias, de acordo com o perfil epidemiológico e as especificidades regionais e locais; ! Pactuar prioridades, objetivos, estratégias e metas de acordo princípios e as diretrizes da PNAN; ! Elaborar o plano de ação para implementação da PNAN, considerando as questões prioritárias e as especificidades regionais de forma articulada com o Plano Estadual de Saúde; ! Destinar recursos estaduais para financiamento das ações; ! Prestar assessoria e apoio aos municípios; ! Desenvolver estratégias de capacitação e educação permanente dos trabalhadores; ! Promover articulação intersetorial e interinstitucional necessária à implementação da PNAN; ! Viabilizar e estabelecer parcerias para a garantia dos direitos à saúde e à alimentação, com vistas à SAN. RESPONSABILIDADE DA ESFERA MUNICIPAL • Implementar a PNAN, no âmbito do seu território, respeitando suas diretrizes e promovendo as adequações necessárias, de acordo com o perfil epidemiológico e as especificidades locais; ! Elaborar o plano de ação com definição de prioridades, objetivos, estratégias e metas, de forma articulada com o Plano Municipal de Saúde; ! Destinar recursos para financiamento das ações; ! Pactuar, monitorar e avaliar os indicadores de alimentação e nutrição e alimentar os sistemas de informação; ! Desenvolver estratégias de capacitação e educação permanente dos trabalhadores; ! Fortalecer a participação e o controle social; ! Promover a articulação para a implementação das diretrizes; ! Viabilizar e estabelecer parcerias para a garantia dos direitos à saúde e a alimentação, com vistas à SAN. REDE DE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EQUIPAMENTO PÚBLICO !As instalações e espaços de infraestruturas urbana destinados aos serviços públicos de educação, saúde, cultura, assistência social, e s p o r t e s , l a z e r s e g u r a n ç a p ú b l i c a , abastecimento, serviços funerários e congêneres Decreto 7.341/2010 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE SAN !Estruturas físicas e espaços destinados, no todo ou em parte, à provisão de serviços públicos ao cidadão co vistas à garantia da segurança alimentar e nutricional, quais sejam a oferta, a distribuição e a comercialização de refeições e/ou de alimentos Decreto 7.341/2010
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