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Determinação de Parâmetros de Resistência ao Cisalhamento com Vistas à Aplicação em Análises Probabilísticas. Silvana Borges Goes Tomassetti UEL, Londrina, Brasil, silvanagoes@hotmail.com Osvaldo Marques de Oliveira Junior UEL, Londrina, Brasil, oliveirajr.om@gmail.com Tatiana Tavares Rodriguez UFJF, Juiz de Fora, Brasil, tatiana.rodriguez@ufjf.edu.br Raquel Souza Teixeira UEL, Londrina, Brasil, raquel@uel.br Carlos José Marques da Costa Branco UEL, Londrina, Brasil, cb@mecsolos.com.br RESUMO: O estudo da resistência ao cisalhamento tem como ponto fundamental a determinação dos parâmetros de resistência (intercepto coesivo e ângulo de atrito) necessários, por exemplo, à análise de estabilidade de taludes de barragem de terra que tradicionalmente é feita por meio de métodos determinísticos. Entretanto, tem sido cada vez mais utilizados métodos pautados na probabilidade de ruína onde é necessário o conhecimento do valor médio dos parâmetros de resistência e também dos desvios em relação à média. Em muitos casos de projeto, tem sido adotado coeficiente de variação de 10% quando não se tem dados suficientes para análise estatística. O objetivo do trabalho foi estudar as envoltórias de resistência em amostras compactadas abaixo e acima da umidade ótima, determinando os parâmetros necessários à aplicação em análises probabilísticas e verificar se os coeficientes de variação do solo estão compatíveis com o indicado na literatura. A metodologia consistiu em: confecção das amostras compactadas; ensaios de cisalhamento direto na condição embebida, ensaios triaxiais tipo adensado drenado e análise estatística. Utilizou-se latossolo vermelho compactado, sendo aplicadas tensões normais de 50 e 100 kPa nos ensaios de cisalhaemnto direto e tensões confinantes de 50 e 100 kPa nos ensaios triaxiais tipo CD. Na análise estatística determinou-se média, variância, desvio padrão e coeficiente de variação. A determinação foi feita por regressão linear, sendo utilizadas formulações específicas para os resultados dos ensaios triaxiais. Os resultados da análise estatística sobre os resultados dos ensaios de cisalhamento direto conduziram a intercepto coesivo médio de 31,67 kPa e ângulo de atrito médio de 29,04º, com desvios de 2,18 kPa e 3,21º, e coeficiente de variação de 7 e 12%, respectivamente. Nos ensaios triaxiais, Para amostras moldadas a 1% abaixo da umidade ótima, o ângulo de atrito médio foi de 43,8° com desvio padrão de 3,5° e coeficiente de variação de 8%, enquanto o intercepto coesivo médio foi de 55,90 kPa com desvio padrão de 4,7kPa e coeficiente de variação de 8,4%. Para amostras moldadas a 1% acima da ótima, o ângulo de atrito médio foi de 47,97° com desvio padrão de 5,56° e coeficiente de variação de 11,58%, enquanto o intercepto coesivo médio foi de 28,05 kPa com desvio padrão de 7,4kPa e coeficiente de variação de 26,37%. Com base nos resultados, conclui-se que, mesmo se tratando de amostra compactada, onde se espera certa homogeneidade, os coeficientes de variação foram muito superiores a 10%. PALAVRAS-CHAVE: Solo Compactado, Resistência ao Cisalhamento, Análise Estatística. 1 INTRODUÇÃO A análise de estabilidade de taludes de barragens é geralmente realizada através da utilização da hipótese de equilíbrio-limite, que considera que uma determinada massa de solo comporta-se como um corpo rígido na iminência de escorregar numa dada superfície. Esta hipótese está intrínseca, em alguns métodos correntes no projeto de taludes como o Método do Círculo de Atrito, Método Sueco e Método das Cunhas. Através dos quais é possível determinar o fator de segurança da estrutura de solo, em questão, natural ou compactado (Massad, 2003). O menor coeficiente de segurança ocorre em uma “linha crítica” que é determinada por tentativas e podem ocorrer em uma superfície circular ou em uma superfície não circular, em alguns casos. De acordo com Cintra e Aoki (2010, página 67), “é um conceito ultrapassado considerar que os fatores de segurança prescritos em norma garantam a ausência de risco de ruína.” Esta afirmação é decorrente do fato de que os fatores de segurança consideram a solicitação média e a resistência média da estrutura em questão, desprezando assim as incertezas que causam variabilidade dos resultados ao longo de toda a estrutura. A alternativa que vem sendo adotada no meio geotécnico nacional é o uso de métodos probabilísticos para análise de risco, como pode ser visto nos trabalhos de Dell’Avanzi (1995), Guedes (1997), Flores (2008), Maia et al (2010), Sayão et al. (2012). A análise de risco considera a determinação da probabilidade de ruína que está associada à probabilidade de decisão que representa o grau de confiança individual numa análise, levando em conta os elementos e informações disponíveis (Pacheco, 1990). No caso de estabilidade de talude, a probabilidade de ruína pode ser entendida como sendo a probabilidade do fator de segurança (FS) ser inferior ou igual a unidade, onde FS é uma variável aleatória cuja distribuição probabilística pode ser estimada por métodos estatísticos a partir das distribuições das variáveis aleatórias c e , sendo a distribuição não conhecida porém representada pelos quatro momentos probabilísticos da variável FS determinados a partir dos valores médios e desvios padrões de c e (Pacheco, 1990). O objetivo do trabalho foi estudar as envoltórias de resistência em amostras compactadas abaixo e acima da umidade ótima, determinando os parâmetros necessários à aplicação em análises probabilísticas e verificar se os coeficientes de variação do solo estão compatíveis com o indicado na literatura. 2 SOLOS COMPACTADOS A compactação de solos é uma atividade realizada muito frequentemente nas obras de engenharia e é de grande importância, pois o solo quando depositado para construção de aterros fica fofo, heterogêneo e pode apresentar características diferentes ao longo do aterro e assim, a compactação serve para corrigir estes problemas, diminuindo o índice de vazios do solo e deixando-o mais homogêneo. Para se estudar o comportamento dos solos compactados é imprescindível avaliar o teor de umidade do material a ser compactado visto que este interfere tanto na resistência ao cisalhamento quanto no coeficiente de permeabilidade do solo. Na umidade ótima, a compactação faz com que o solo apresente maior deformabilidade, enquanto a compactação no ramo seco faz com que o solo apresente maior resistência de pico, mas com uma ruptura mais suscetível a trincas. Solos compactados no ramo seco, ou seja, solos compactados a uma umidade menor que a umidade ótima, têm permeabilidade maior que solos compactados na umidade ótima ou acima dela, pois enquanto no ramo seco as partículas se associam com grandes vazios entre si, no ramo úmido ocorre uma desagregação destas partículas, fazendo com que a água passe por poros localizados entre as agregações dos grãos de solo, diminuindo sua permeabilidade. Os parâmetros de resistência ao cisalhamento utilizados para avaliar a estabilidade de taludes de obras de terra, como as barragens, podem ser determinados tanto por ensaios de cisalhamento direto quanto por ensaios triaxiais. Estes ensaios podem ser conduzidos na condição saturada ou não saturada, sendo a diferença atribuída à existência de sucção (Cruz, 1996; Kayadelen et al, 2007). 3 MÉTODO PROBABILÍSTICO Os métodos determinísticos comumente utilizadospara analisar a estabilidade de talude se baseiam na determinação do Fator de Segurança. O grande problema destes métodos, chamados Métodos Determinísticos, está no uso de uma resistência média para o cálculo do Fator de Segurança. Isto caracteriza um problema porque além da variabilidade dos parâmetros ao longo do maciço devido à formação do mesmo, também há uma variabilidade devido a várias incertezas. Segundo Pacheco (1990), as incertezas podem ser provenientes de imperfeições no ensaio, de erros humanos; de erros estatísticos na determinação do valor médio e de erros no processo de amostragem. Para tentar contornar melhor as incertezas quanto à definição de parâmetros para análise e estudo de casos existem os métodos probabilísticos, que além do Fator de Segurança, possibilitam a avaliação da probabilidade de ruptura do talude. Vários métodos probabilísticos foram desenvolvidos ao longo dos anos. Eles podem ser divididos em três categorias: Métodos Analíticos, Métodos Aproximados (método do segundo momento de primeira ordem e método das estimativas pontuais) e Simulação de Monte Carlo. De acordo com Flores (2008), para o caso de análise de estabilidade de taludes, o método das Estimativas Pontuais é uma alternativa simples e que oferece resultado aceitável. O método utiliza os valores médios dos parâmetros de resitência e os respectivos desvios. O problema neste método está relacionado à determinação dos desvios, visto que estes podem ser mais altos que os esperados. No caso dos ensaios de cisalhamento direto, os valores médios dos parâmetros de resistência podem ser obtidos a partir da envoltória média determinada com os resultados de ensaios através da aplicação de regressão linear. A regressão linear é, como define Devore (2006), a forma mais simples de relacionar duas variáveis. No caso de solos, a relação linear é do tipo = a. + b, onde “a” é o coeficiente angular da reta e “b” é o coeficiente linear, ou termo constante da reta. É importante, neste ponto, utilizar a estatística para determinar se a reta obtida é representativa para a amostra, se a dispersão não está muito alta, ou seja, se o resultado obtido é confiável. A avaliação dos resultados pode ser feita a partir da verificação de dois coeficientes: o coeficiente de variação e o coeficiente de correlação de Pearson. O coeficiente de variação (CV) é a relação entre o desvio padrão e a média e serve, conforme Fonseca e Martins (2008), para analisar a dispersão dos dados em relação à média. Fonseca e Martins (2008) apresentam duas considerações sobre os limites do valor de CV. A primeira considera baixa dispersão quando o coeficiente der até 10%, média dispersão quando estiver entre 10% e 20% e grande dispersão quando o CV superar 20%. Para a segunda consideração, a dispersão é baixa quando CV for menor ou igual a 15%, média quando o coeficiente estiver entre 15% e 30% e alta quando CV for maior ou igual a 30%. O coeficiente de correlação de Pearson mede, conforme explica Devore (2006), o quanto o modelo de regressão linear (y = a.x + b) pode explicar a variação de y. A Tabela 1 apresenta a classificação do grau de correlação em função de faixas de valores de coeficiente de correlação (Bisquerra et al., 2004). Tabela 1. Coeficiente de Correlação de Pearson (Bisquerra et al., 2004) Coeficiente Interpretação R = 1 Correlação Perfeita 0,8<R<1,0 Muito Alta 0,6<R<0,8 Alta 0,4<R<0,6 Moderada 0,2<R<0,4 Baixa 0,0<R<0,2 Muito Baixa R=1,0 Nula 4 METODOLOGIA O solo escolhido para estudo foi o latossolo vermelho retirado do CEEG da Universidade Estadual de Londrina que, segundo estudos de Hauly (2010), quando compactado com energia normal, apresenta umidade ótima de 31,7% e massa específica seca máxima de 1,44 g/cm 3 . Os corpos de prova utilizados nos ensaios de cisalhamento direto e triaxial foram obtidos a partir de talhagem em amostras compactadas em cilindro Proctor. As amostras foram compactadas no ramo seco e no ramo úmido com variação de 1% em relação à umidade ótima e grau de compactação aceitável de 98%. Os ensaios de cisalhamento direto foram conduzidos com aplicação de tensões normais de 50 e 100 kPa em corpos de prova prismáticos com dimensões de 6 x 6 x 2 cm, em estado saturado. Já os ensaios triaxiais foram conduzidos com tensões confinantes de 50 e 100 kPa em corpos de prova cilíndricos de 3,6 cm de diâmetro e 12 cm de altura. Para determinação das médias dos parâmetros de resistência nos ensaios de cisalhamento direto foi utilizada a reta de regressão do formato y=a.x+b, onde o coeficiente angular (a) é a tangente do ângulo de atrito interno e a variável independente (b) é o valor do intercepto coesivo. A regressão linear foi feita através da ferramenta EXCEL. A partir desta reta e lançando mão dos conhecimentos de regressão linear simples e correlação, determinou-se a variância dos parâmetros utilizando as Equações 1, 2 e 3. Onde V[c] é a variância do intercepto coesivo; V[tgf] é a variância da tangente do ângulo de atrito interno; MSE é o erro médio quadrado; m é a média das tensões normais; i é a tensão normal medida em cada ensaio; Si é a tensão cisalhante máxima medida em cada ensaio; S é a tensão cisalhante obtida na reta de regressão para determinada tensão normal e N é o número de determinações experimentais. N i mi m N 1 2 1 MSE = cV (1) N 1i 2 m- MSE = tgV i (2) 2-N S)-(Si = MSE N 1i 2 (3) Após a determinação das variâncias, foi possível determinar os desvios e também o coeficiente de variação, através das Equações 4, 5 e 6. Onde c é o desvio padrão do intercepto coesivo; tg é o desvio padrão da tangente do ângulo de atrito e é o desvio padrão do ângulo de atrito. cV = c (4) tgVtg = (5) 2 cos.tg = (6) Para os ensaios triaxiais foram utilizadas as equações 7 a 10 obtidas no trabalho de Pacheco (1990). Onde cm é o intercepto coesivo médio; am é o coeficiente linear da reta de regressão linear; tgmé o coeficiente angular da reta de regressão linear; tgm é a tangente do ângulo de atrito médio; V[tg] e V[a] são calculados com as equações 2 e 3 substituindo pi e pm por i e m e também Si e S por qi e qm. 21 = cm mtg am (7) 21 mtg = mg mtg t (8) aVtgV mtg mtga . 1 . . mtg-1 1 = cV 2 2 2 (9) 32 mtg-1 = tgV tgV (10) 5 RESULTADOS E ANÁLISES Nos ensaios de cisalhamento direto com amostras saturadas, o critério de ruptura utilizado foi o seguinte: o corpo de prova apresenta ruptura no momento em que a tensão cisalhante apresenta seu pico, ou seja, ponto a partir do qual a tensão cisalhante fica constante ou decresce ao longo da deformação horizontal. Em alguns casos (Figura 1), quando a tensão cisalhante não apresentou constância nem decréscimo, foi considerado como ponto de ruptura o ponto do valor máximo da razão entre as tensões cisalhante e normal.Figura 1. Tensão cisalhante versus deslocamento horizontal no ensaio de cisalhamento direto. A Figura 2 apresenta a envoltória de resistência na faixa de tensões adotada nos ensaios de cisalhamento direto saturados. Observa-se que, de acordo com o coeficiente de correlação de Pearson, a correlação é muito alta. y = 0.547x + 31.48 R² = 0.8318 0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 Te ns ão C isa lh an te (k Pa ) Tensão Normal (kPa) Figura 2. Envoltória de resistência. O valor de coeficiente de variação (CV) para o parâmetro intercepto coesivo foi inferior a 10%, sendo portanto de baixa dispersão, enquanto o valor de CV para o parâmetro foi superior a 10% (Tabela 2). Tabela 2. Parâmetros de Resistência para os ensaios de cisalhamento direto (Tomassetti., 2012) variável c tg Média 31.48 kPa 0.547 28.66 0 Desvio 2.24kPa 0.006 3.43 0 CV 7.12% 11.97% As figuras 3 e 4 apresentam as curvas tensão desviadora versus deformação axial para os ensaios triaxiais com faixas de tensão abaixo e acima da umidade ótima respectivamente. Observa-se que para deformações axiais até 15% não houve um comportamento típico. Alguns ensaios apresentaram pico de tensão desviadora enquanto outros apresentaram tensão desviadora crescente com a deformação. Por isso, o critério utilizado para definir a tensão de desvio na ruptura foi o de obliquidade, ou seja, a maior relação entre tensão de desvio e tensão confinante que primeiro ocorreu durante o ensaio. 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 0 5 10 15 Te ns ão d es vi ad or a (k Pa ) deformação axial (%) CP8 CP10 CP12 CP13 CP14 CP15 CP16 CP18 CP20 Figura 3. Tensão desviadora versus deformação axial para teores de umidade entre 30 e 31% no triaxial. 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 0 5 10 15 Te ns ão d es vi ad or a (k Pa ) deformação axial (%) CP8 CP10 CP12 CP13 CP14 Figura 4. Tensão desviadora versus deformação axial para teores de umidade entre 32 e 33% no triaxial. As figuras 5 e 6 apresentam os gráficos p versus q para os ensaios triaxiais com faixas de tensão abaixo e acima da umidade ótima respectivamente. Observa-se que, de acordo com o coeficiente de correlação de Pearson, a correlação é muito alta. y = 0.69x + 40.4 R² = 0.97 0 100 200 300 400 500 0 200 400 600 q p 30a31% Linear (30a31%) Figura 5. Gráfico p versus q para teores de umidade entre 30 e 31% no triaxial. y = 0.74x + 18.8 R² = 0.98 0 100 200 300 400 0 200 400 600 q p 32a33% Linear (32a33%) Figura 6. Gráfico p versus q para teores de umidade entre 32 e 33% no triaxial. As tabelas 3 e 4 apresentam os valores médios, desvios e coeficiente de variação dos parâmetros de resistência obtidos dos ensaios triaxiais para valores abaixo e acima da umidade ótima, respectivamente. Os valores de CV para os parâmetros de resistência nos ensaios triaxiais abaixo da umidade ótima foram inferiores a 10%, sendo portanto de baixa dispersão, enquanto os valores de CV para os parâmetros nos ensaios acima da umidade ótima foram superiores a 10%. Tabela 3. Parâmetros de Resistência para teores de umidade entre 30 e 31% (Tomassetti., 2012) variável c tg Média 55.9 kPa 0.956 43.8 0 Desvio 4.7kPa 0.118 3.5 0 CV 8.41% 8.01% Tabela 4. Parâmetros de Resistência para teores de umidade entre 32 e 33% (Tomassetti., 2012) variável c tg Média 28.05 kPa 1.10 47.97 0 Desvio 7.4kPa 0.216 5.56 0 CV 26.37% 11.58% 6 CONCLUSÕES As médias, desvios e coeficientes de variação dos parâmetros de resistência foram determinados de forma simples pelas equações apresentadas para ensaios de cisalhamento direto através de regressão linear. Para análise dos ensaios triaixiais tomou-se partido da regressão linear aplicada aos valores de p e q. Os coeficientes de correlação foram elevados, indicando correlação muito alta. Os parâmeros médios dos ensaios triaxiais abaixo e acima da umidade ótima estão de acordo com o esperado, resultando em envoltória superior para os ensaios triaxiais com teor de umidade abaixo da ótima e em envoltória inferior para resultados com teor de umidade acima da ótima. A envoltória do ensaio de cisalhamento direto na condição saturada foi inferior às duas obtidas nos ensaios triaxiais. No ensaio de cisalhamento direto saturado os coeficientes de variação para o intercepto coesivo e ângulo de atrito foram de 7,12% e 11,97%, respectivamente, indicando baixa e média dispersão. No ensaio triaxial com teor de umidade abaixo da umidade ótima, os coeficientes de variação para o intercepto coesivo e ângulo de atrito foram de 8,41% e 8,01%, respectivamente, indicando baixa dispersão. No ensaio triaxial com teor de umidade acima da umidade ótima, os coeficientes de variação para o intercepto coesivo e ângulo de atrito foram de 26,37% e 11,58%, respectivamente, indicando alta e média dispersão. Com os resultados obtidos, conclui-se que os coeficientes de variação dos parâmetros de resitência podem ser superiores a 10%, mesmo em solo compactado onde se espera certa homogeneidade estrutural. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a fundação Araucária e ao INCT/REAGEO pelo apoio financeiro. REFERÊNCIAS Bisquerra, R.; Sarriera, J. C.; Martinez, F. (2004). 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