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Cesare Beccaria

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Cesare Beccaria (1738-1794) nasceu no século XVIII, em Milão, na Itália. Sua época foi profundamente marcada pelo Iluminismo, onde se defendiam ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Beccaria, após formar-se em direito, começou a demonstrar profundo interesse pelos fatos sociais. Era adepto da teoria do contrato social de Thomas Hobbes, e via o Estado como o responsável por preservar as liberdades individuais, bem como prevenir ações que causem prejuízos ao bem estar coletivo. 
Sua principal obra , Dei delitti e delle pene (Dos delitos e das penas), escrita em 1763 e publicada em 1764 é considerada como um crítica direta aos sistemas penais de sua época e demonstram sua repulsa à forma como se aplicavam as penas, sendo essas desumanas e desproporcionais em relação aos crimes praticados e que, muitas vezes, eram fruto da arbitrariedade de juízes extremamente parciais em seus julgamentos. 
Profundo admirador da corrente utilitarista, a qual defende a ideia de que as ações humanas e públicas, por parte do Estado, devem se pautar num cálculo utilitário no qual seus resultados práticos devem promover a maior felicidade possível para o maior número de pessoas possível, Beccaria sugere a concepção utilitária da prevenção à concepção punitiva da pena.
Beccaria faz uma crítica aos sistemas de leis que surgiram no decorrer da história. Para ele, esses sistemas de leis deveriam ser o fruto ou resultado da associação de homens livres bem como deveriam atuar de forma imparcial na promoção do máximo de bem-estar social. Contudo, ao fazer sua análise da história da formação das leis, sobretudo as penais, evidencia que elas nasceram ou da parcialidade de alguns ou das necessidades casuais de outros, discute ainda, sobre a formação das leis que, segundo ele, tiveram sua gênese a partir do momento em que os indivíduos abandonaram seu estado de natureza e aderiram ao pacto social, contudo, afirma a possibilidade de haver abusos na aplicação das penas por parte do Estado, neste caso, estas serão injustas.
Quanto à cominação das penas referentes aos delitos, Beccaria afirma que a formulação destas é de função exclusiva dos legisladores e não dos magistrados ou aplicadores do direito. 
Ele comenta ainda, em sua obra, a “obscuridade das leis”, onde existe a elitização da linguagem, dificultando a compreensão, pois essa atitude mantém a grande maioria que desconhece as leis, a mercê daqueles que as dominam numa relação de dependência. Acredita também que essa falta de compreensão dos códigos que regem suas vidas, propicia ocorrência de mais delitos, pois assim os indivíduos não terão consciência de até aonde vão suas liberdades. 
Sobre a relação entre os delitos e as penas, ele , ele afirma que deve ser mais desejável numa sociedade é que não se cometam delitos, e caso haja, devem ser raros e de menos potencial ofensivo.
Sobre a real finalidade das penas, Beccaria comenta que é apenas impedir que o réu cause novos danos a sociedade. 
Ao final de sua obra, Beccaria encerra sua obra concluindo que é melhor prevenir os delitos do que puni-los. 
O estudo entre as diferenças e semelhanças do direito em diversos países, é chamado de direito comparado, e Montesquieu é considerado como o pai do direito comparado.

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