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Planos de desenvolvimento

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Governos
	 Planos de Desenvolvimento
	Planos de Estabilização da Inflação
	1930-1945: Getúlio Vargas
	
	
	1946-1951: Eurico Gaspar Dutra 	
	Plano SALTE
	
	1951-1954: Getúlio Vargas
	
	
	1954-1955: João Café Filho
	
	
	1956-1961: Juscelino Kubitschek
	Plano de Metas
	PEM (não foi à frente)
	 1961 : Jânio Quadros
	
	
	1961-1964: João Goulart 	
	
	Plano Trienal	
	
	
	
	1964-1966: Humberto Castello Branco
	Plano Decenal	
	PAEG
	1967-1969: Arthur da Costa e Silva 
	Plano Estratégico do Desenvolvimento (PED)
	
	1969-1973: Emílio Garrastazu Médici 
	Metas e Bases
I PND
	
	1974-1978: Ernesto Geisel
	II PND
	
	1979-1984: João Figueiredo
	III PND
	
	
	
	
	1985-1989: José Sarney 	
	
	Planos Cruzado, Bresser e Verão
	1990-1992: Fernando Collor
	
	Planos Collor I e II
	1992-1994: Itamar Franco
	
	Plano Real
	1995-1998: Fernando Henrique Cardoso 
	
	
	1999-2002: Fernando Henrique Cardoso
	
	
	2003-2006: Luiz Inácio Lula da Silva
	
	
	2007-2010: Luiz Inácio Lula da Silva
	PAC
	
	2010-2014: Dilma Rousseff 
	
	
	2015-2018: Dilma Rousseff
	
	
3.2. Os governistas
vi. A leitura sistemática do pensamento econômico expressa pelos textos oficiais dos governos militares e pelos artigos e livros escritos pelos responsáveis pela condução de sua política econômica mostra profundo engajamento com o projeto de levar às ultimas conseqüências o projeto de industrialização integral, por meio de planejamento e intensa intervenção do Estado, direta e indireta. Dois conjuntos de textos mostram isso de forma definitiva : os seis planos de governo (PAEG, Decenal, PED, Metas e Bases, PND I e PND II), e um conjunto de livros de autoria Roberto Campos e Mario Henrique Simonsen, escritos entre 1965 e 1975.
 
O PAEG é um plano de estabilização monetária gradualista elaborado por Bulhões e Campos, com a assessoria de Bulhões Pereira e Simonsen. Dirigia-se a conciliar redução da inflação com a recuperação do crescimento. Apresentava uma profissão de fé no planejamento – da qual Campos só muitos anos mais tarde mostraria arrependimento – e representava uma primeira declaração de princípios econômicos do novo regime, introduzindo alguns elementos da nova estratégia desenvolvimentista. Incluía uma primeira discussão sobre reformas em vários âmbitos, as quais viriam em avalanche nos três anos subseqüentes, com inovações institucionais nos terrenos monetário, fiscal, financeiro, administrativo, e no tratamento do capital estrangeiro. 
A perspectiva desenvolvimentista de longo prazo foi introduzida no Plano Decenal, coordenada por Roberto Campos e Reis Velloso. O Plano integrava projeções e políticas macroeconômicas com planejamento setorial. E apontava, entre as perspectivas de desenvolvimento industrial, a promoção de exportações, a substituição de importações, a “expansão do mercado interno”, e a promoção de investimentos governamentais em infra-estrutura, entendidos como realizadores de economias externas e de “encadeamentos intersetoriais” com os setores produtores de bens de capital e de bens intermediários. 
O Programa Estratégico do Desenvolvimento, PED, define como estratégia a aceleração e sustentação do desenvolvimento econômico através da consolidação das indústrias básicas, a reorganização das tradicionais, o fortalecimento da infra-estrutura econômica e social, o aumento da produtividade agrícola e modernização do sistema de abastecimento de 1967. Define a mecânica do processo – bloco de setores investidores prioritários que formam um sistema de realimentação contínua, incluindo elevação do investimento público - e as linhas e ação prioritárias. O contraste do documento com os dois anteriores permite notar algumas diferenças com relação aos mesmos. Dá a impressão de que responde a críticas sobre as dificuldades econômicas dos anos prévios, como o arrocho salarial, a contenção de crédito, a eliminação de empresas nacionais e a existência de capacidade ociosa. Mostra uma maior preocupação com a proteção à indústria domestica e as empresas nacionais, considera que não há escassez de poupança para gerar os investimentos necessários ao crescimento – dispensando o aporte de financiamento externo - e defende a formação de um mercado de consumo de massa voltado a industrias tradicionais. Apesar disso, é um documento cujos elementos de continuidade com os anteriores são muito mais fortes do que os de ruptura, no que se refere à questão central do estímulo estatal à aceleração dos investimentos. 
O plano seguinte é o “Metas e bases para a ação do governo”, mais reticente na linguagem da administração de críticas do tipo que o governo militar enfrentara anos antes, o que se verifica, por exemplo, quando recomenda evitar “excessos redistributivistas que sacrifiquem a aceleração da taxa de crescimento nacional” (p.6). O documenta perfila a agenda de investimentos voltados à agricultura, à infra-estrutura e ao “desenvolvimento dos ramos industriais prioritários”e introduz todo um destaque para a formação de uma base científica e tecnológica nacional. 
	O PND I é o primeiro Plano a assumir plenamente o projeto de expansão acelerada. Enuncia como objetivos colocar o Brasil no espaço de uma geração na categoria de nação desenvolvida, duplicar em dez anos a renda per capita por meio de promoção de expansão do PIB, “estavelmente, na ordem de 9% ao ano, e expansão industrial acima dos 10%” (p.13). Detalha a expansão desejada do “núcleo de expansão básica” (energia, transportes, comunicação, siderurgia, e matérias primas industriais básicas) em que a responsabilidade do investimento recai principalmente sobre a empresa governamental, e descreve o “modelo econômico de mercado”, como aquele em que se destaca “a influencia crescente do Governo na gestão do sistema econômico, com expansão de seus investimentos e da capacidade de regulamentar” (p.17).
O PND II representa uma continuidade do PND I, no que se refere à coordenação estatal do processo de investimento e crescimento acelerados. Uma importante inovação adviria da reação frente à restrição energética provocada pela crise do petróleo, que provocou alteração na composição dos investimentos em infra-estrutura, com menos rodovias e mais energia, e na restrição de divisas, por meio de ênfase no fortalecimento dos bens intermediários e de capital em lugar dos bens de consumo. De resto, teria figurado na história econômica brasileira como complemento natural do PND I não fossem as circunstancias excepcionais em que foi adotado, de crise mundial com efeitos desestabilizadores sobre a macroeconomia brasileira. Diante delas, o PND II destaca-se pela ousadia da aposta desenvolvimentista em condições adversas, mais do que confirmando a “convenção do crescimento” anteriormente mencionada.

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