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AS CINCO FORÇAS DE PORTER Ambiente da indústria Uma indústria é um grupo de empresas que fabrica produtos que são substitutos próximos entre si – os concorrentes. Em torno dessas empresas existem outras que fazem parte de uma rede de relações estabelecidas pelos concorrentes, da qual fazem parte clientes, fornecedores e até mesmo empresas que atualmente não fazem parte daquela indústria, mas possuem interesse em pertencer a ela. O estudo da indústria tem origem na Economia Industrial e foi inicialmente feito usando-se o modelo Estrutura/ Conduta/ Desempenho, que significa: ● Estrutura: compreende as empresas participantes da indústria, como número de concorrentes, homogeneidade de produtos e custos de entrada e saída; ● Conduta: compreende as estratégias empreendidas pelos concorrentes na busca por vantagem competitiva; ● Desempenho: compreende os resultados das estratégias estabelecidas. Segundo o modelo Estrutura / Conduta / Desempenho, é possível ver que o desempenho da empresa depende da estratégia escolhida e esta depende da estrutura que a indústria apresenta, o que Alfred Chandler determinou como "a estratégia segue a estrutura" O modelo Estrutura / Conduta / Desempenho foi desenvolvido dentro de estratégia por Michael Porter, que identificou a existência de cinco forças de competição. Todas as indústrias, sem discriminação, sofreriam a pressão dessas mesmas cinco forças, mas em intensidades diferentes. Essas forças ficaram conhecidas também por Modelo das Cinco Forças de Porter, Análise Estrutural da Indústria ou, ainda, Análise de Competitividade. Ameaça de novos entrantes Novos entrantes são os novos concorrentes que ameaçam a participação de mercado dos já existentes, porque geralmente introduzem uma capacidade extra de produção. Esses novos concorrentes não precisam necessariamente ter chegado ao mercado pela primeira vez; também podem ser aquelas empresas que se retiram do mercado e que agora estão chegando novamente. Para se proteger, os atuais concorrentes utilizam-se das chamadas barreiras de entrada, que são ações que visam impedir ou dificultar a chegada ou estabelecimento dos novos concorrentes. Principais barreiras de entrada ● Economias de escala: se a quantidade de produtos fabricada em um determinado período aumenta, os custos de produção diminuem; os novos entrantes chegam com uma relação melhor do que as atuais concorrentes ou sucumbem, pois a entrada em pequena escala cria desvantagem competitiva; ● Economias de escopo: redução de custos à medida que aumenta a variedade de bens produzidos ou serviços prestados usando as mesmas estruturas e infraestruturas; ● Diferenciação de produtos: é o investimento na exclusividade do produto, o que pode garantir a fidelização dos clientes; os novos entrantes se obrigam a vencer essa fidelidade e para isso consomem recursos; ● Requisitos de capital: para competir em determinadas indústrias, é necessário aos novos entrantes, além da estrutura física, capital para acompanhar as ações dos concorrentes, como ações comerciais, de inovação e marketing; ● Custos de mudança: consiste no que efetivamente vai custar ao cliente quando ele passa a utilizar um produto ou serviço diferente do que usa atualmente; novos entrantes que desejam alcançar participação de mercado devem estar preparados para oferecer baixos custos de mudanças para seus futuros clientes; ● Acesso a canais de distribuição: corresponde à maneira mais eficaz de distribuir os bens e está mais relacionada aos clientes organizacionais; novos entrantes precisam convencer os distribuidores a venderem seus produtos e investimentos, o que muitas vezes pode significar diminuição dos lucros; ● Desvantagens de custo independentes da escala: representam as facilidades dos atuais concorrentes com os stakeholders; novos entrantes devem ser capazes de minimizar essas vantagens por meio de outras compensações; ● Política governamental: o governo interfere na vida da indústria à medida que impõe barreiras legais e executa sua ação de fiscalização; as empresas buscam pressioná-lo utilizando dos lobbies e incluindo representantes no governo; novos entrantes devem possuir a capacidade de interlocução com esse público. Poder de negociação dos fornecedores Os fornecedores pressionam as organizações em relação à quantidade vendida, preços praticados e prazos de entrega, podendo reduzir a qualidade de seus produtos ou aumentar seus preços. Isso geralmente ocorre em situações nas quais a indústria possui muitos concorrentes e poucos fornecedores, quando não há produtos de substituição disponíveis, quando os fornecedores possuem clientes de maior relevância e priorizam seu atendimento em relação aos demais com menor relevância, quando os bens vendidos pelos fornecedores são de extrema importância para seus clientes ou quando os custos de mudança para outro fornecedor são muito elevados. Poder de negociação dos compradores Os compradores exercem grande relação de poder sobre a indústria, uma vez que podem provocar uma "guerra" entre os concorrentes na busca por preço baixo, melhor qualidade ou melhores prazos. A indústria fica dependente de seus clientes toda vez que eles adquirem a maior parte da produção das empresas ou quando a própria indústria direciona suas ações para o atendimento de um único cliente, gerando uma relação de dependência. Compradores também pressionam a indústria quando observam que não existem altos custos de mudança ou não se trata de uma indústria em que as concorrentes geralmente se posicionam como Liderança em Custo, deixando de lado características diferenciadas em seus produtos. Produtos substitutos São aqueles que possuem características iguais ou muito semelhantes aos produtos principais comercializados pela concorrência e geralmente surgem acompanhados por baixos custos de mudança e preços inferiores. Produtos substitutos também podem ser caracterizados como aqueles que, mesmo estruturalmente distintos, exercem a mesma função como um livro e um e-reader (tablet para leitura de livros eletrônicos). Nesse sentido, uma pesquisa de mercado que possa identificar características valorizadas pelos clientes e posterior investimento em sua manutenção ou consecução pode diminuir o impacto destes produtos Rivalidade entre os concorrentes Dentro de uma indústria os concorrentes tendem a ser heterogêneos e competem entre si buscando diferenciar-se uns dos outros para garantir sua participação no mercado. A competitividade pode ser estimulada por ações como: ● Reações às ações dos concorrentes, como queimas de estoque ou abertura de lojas; ● Mercado não está em crescimento, ou seja, há uma estagnação entre as transações feitas entre as empresas; ● Preços baixos praticados para desova de produtos excedentes, resultado de excesso de capacidade produtiva ou falha na previsão da demanda; ● Mercados que comercializem commodities, sejam produtos que possuem preços "fixados" e poucas características de diferenciação; ● Localização geográfica aliada ao perfil dos compradores; ● Grandes custos de saída do mercado, também conhecidos como barreiras de saída, como investimentos set-up e custos irrecuperáveis.O modelo das cinco forças foi construído com base no contexto econômico norte- americano e, nesse sentido, ao adaptá-lo a contextos de outros países, outras "forças" podem surgir, como o governo ou os produtos complementadores, que são aqueles complementares ou compatíveis com os produtos principais da indústria. Porter, no entanto, argumenta que os exemplos citados acima, além da tecnologia e elementos culturais, afetam indiretamente as empresas, fazendo parte do ambiente externo e não da estrutura da indústria.
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